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DIREITO CONSTITUCIONAL

Conceito: é um ramo do Direito Público apto a


expor, interpretar e sistematizar os princípios e
normas fundamentais do Estado. É a ciência positiva
das constituições.

Objeto: é a CONSTITUIÇÃO POLÍTICA DO ESTADO,


cabendo a ele o estudo sistemático das normas que
integram a constituição.
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CONCEPÇÕES
Nesse sentido, tendo em vista que o entendimento
sobre o que é uma constituição pode variar
conforme a concepção adotada:

✓ Concepção Sociológica;
✓ Concepção Política;
✓ Concepção Jurídica.
A CONCEPÇÃO SOCIOLÓGICA

Tem como principal expoente o Ferdinand


Lassale, difundido através da obra “A essência
da Constituição”, e defende que a Constituição
escrita é apenas uma folha de papel, e que a
verdadeira constituição de um Estado é a soma
dos fatores reais de poder.
CONCEPÇÃO JURÍDICA
Por outro lado, na CONCEPÇÃO JURÍDICA, a constituição é
norma pura, puro dever-ser, dissociada de qualquer
fundamento sociológico, político ou filosófico, defendida por
Hans Kelsen e transcrita sua ideia base na obra “Teoria Pura
do Direito”.

A Constituição:
- Possui supremacia hierárquica formal;
- É o fundamento de validade das demais normas jurídicas
inferiores; e
- É a norma pura, puro dever-ser, dissociada de qualquer
fundamento sociológico, político ou filosófico.
CONCEPÇÃO POLÍTICA
Por fim, para a CONCEPÇÃO POLITICA, a constituição é a
decisão política fundamental do titular do Poder
Constituinte, defendida por Carl Schmitt, na obra Teoria da
Constituição.

- Decisão política fundamental;


- Obra: Teoria da Constituição;
- Distinção entre Constituição e Lei Constitucional;
Lembre-se: sobre a CONCEPÇÃO POLÍTICA.
ESTADO
➢ O nosso Código Civil caracteriza o Estado
como pessoa jurídica de direito público
externo (art. 40 e 41).
ELEMENTOS DO ESTADO
O Estado é formado por três elementos: povo, território
e governo soberano.

Povo, então, é o componente humano do Estado;


Território, a sua base física;

Governo Soberano, o elemento condutor do Estado.

A soberania é característica própria dos Estados


independentes, indicando que possuem poder absoluto
para se organizar e se conduzir segundo a livre vontade
de seu povo.
FORMAS DE ESTADO
➢ Estado Unitário: Apenas um poder político
central (ex: Uruguai).

➢ Federado: Poderes políticos distintos e


autônomos coexistindo num mesmo território,
com capacidade de autoadministração (ex:
Brasil に União, Estados, DF e Municípios).
REGIME DE GOVERNO
➢ 4.1 - Democracia
Regime democrático pode ser entendido como aquele em
que o poder é emanado do povo, um regime que proporciona
voz e ação à população através na criação de leis, fiscalização
(remédios constitucionais), escolha dos representantes,
direta ou indiretamente e etc.
➢ 4.2 - Autocrático
Trata-se de um governo autoritário, de poder absoluto, que
governa conforme sua arbitrariedade todos os níveis
governamentais. Neste sistema, antagônico em relação à
Democracia, a gestão é exercida através do soberano ou de
delegações arbitrárias feitas pelo mesmo.
SISTEMA DE GOVERNO
➢ Presidencialismo: independência entre Poderes;
chefe do Executivo é Chefe de Estado e Chefe de
Governo (ex: Brasil).

➢ Parlamentarismo: colaboração entre Poderes;


chefia de Estado é exercida pelo PR ou pelo
Monarca, e a chefia de governo pelo 1º Ministro ou
pelo Conselho de Ministros.
FORMA DE GOVERNO
República: Eletividade e temporalidade do mandato do
chefe do Executivo, e dever de prestar de contas (ex: Brasil).

Monarquia: Hereditariedade e vitaliciedade, com ausência


de prestação de contas.

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união


indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal,
constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:
CLASSIFICAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO
Quanto ao conteúdo:
➢ Material: é o conjunto das matérias mais importante para aquele estado e para
aquela sociedade, ou seja, matérias tipicamente constitucionais (questões de
estado e direitos fundamentais). Não há preocupação com a roupagem
constitucional, se passou por uma assembleia nacional constituinte, olha-se
apenas para as matérias, que podem ou não estarem escritas na Constituição
formal;

➢ Formal: constituição escrita, rígida e dotada de supremacia. Não se preocupa


com a matéria, assunto, mas sim com a roupagem constitucional, ou seja, se
ela passou por um processo legislativo especial - Constituição brasileira de
1988. Obs.: Existe norma materialmente constitucional? Fora do texto da
constituição formal? Sim. ECA, CDC, código tributário.
QUANTO À FORMA:

➢ Escrita: aquela representada por um documento


único e sistematizado, elaborada de uma vez. CF/88;

➢ Não escrita: não significa oral, a diferença é que ela


está em documentos esparsos, não sistematizados,
elaborados ao longo do tempo. Exemplo: CF da
Inglaterra.
QUANTO À ESTABILIDADE:
➢ Mutável: não admite atualizações.

➢ Rígida: é atualizada por meio de processo legislativo


mais rigoroso que o da lei. CF/88

➢ Flexível: é atualizada da mesma forma que a lei


comum.

➢ Semirrígida: tem dois procedimentos de


modificação: uma mais rígido que a lei e outro igual.
QUANTO À ORIGEM:
➢ Promulgada: aquele tem participação popular no seu
processo de formação. CF/88;

➢ Outorgada: constituição imposta, não há um processo de


participação popular na sua elaboração. Exemplo: CF/1937 –
polaca.

➢ Cesarista: elaborada sem a participação popular, mas depois


é submetida a referendo.

➢ Constituições pactuadas (ou dualistas), que se originam de


um pacto entre o Rei e o Poder Legislativo, de forma a
vinculá-lo às normas estabelecidas na Constituição e a,
consequentemente, limitar o poder do Monarca.
QUANTO À EXTENSÃO:
➢ Sintética: E aquela que trata apenas de matérias
tipicamente constitucionais. Exemplo: americana.

➢ Analítica: prolixa, traz outras matérias que não


constitucionais. CF/88
QUANTO À IDEOLÓGICA
OU DOGMÁTICA:
➢ Ortodoxa: contem apenas uma ideologia no seu
bojo – exemplo: China;

➢ Eclética: aquela aberta, plural, admite uma


diversidade de ideologia.
QUANTO AO MODO DE
ELABORAÇÃO:

➢ Dogmática: feita por um órgão constituinte que


reuniu os dogmas de estruturação do Estado em um
único documento.

➢ Histórica: fruto da lenta evolução histórica de um


povo, por isso encontrada em variados documentos.
Quanto à unidade documental:
➢ Orgânica: sistematizada, organizada em um documento
único em que há uma interconexão entre suas normas –
capítulo sessões e títulos.

➢ Inorgânica: não há conexão entre as normas, fruto de


documentos esparsos.
QUANTO À FINALIDADE:
➢ Garantia: constituição típica do estado liberal de direito (sec. XVIII);
primeira constituição do estado de direito, que cria leis para proteger o
indivíduo contra ingerência do próprio estado. Objetivava concretizar
aqueles direitos que foram frutos da revolução liberal.

➢ Dirigente: constituição típica do estado social de direito, do bem estar


social; o estado recebe o tributo e presta serviços para população,
intervém na vida privada das pessoas. Nestas constituições têm-se as
chamadas normas programáticas, que representam metas, objetivos,
programas para o estado cumprir – CF/88.

➢ Constituição balanço: se volta para o presente, típica do estado


socialista (marxista), entendem que a constituição não rege a sociedade,
eles mudam a sociedade e a CF se adequa as mudanças.
QUANTO À CORRESPONDÊNCIA
COM A REALIDADE:
➢ Normativa: há uma adequação entre a realidade social e o
texto da constituição; exemplo: constituição americana.

➢ Nominal: não há adequação entre o texto da constituição e


a realidade social. CR/88.

➢ Semântica: trai o conceito de constituição. Ao invés de


limitar o poder, legitima práticas autoritárias de poder –
exemplo CF/37.
QUANTO À ORIGEM DA
DECRETAÇÃO:
➢ Autoconstituição: criada por órgão constituinte do
próprio Estado.

➢ Heteroconstituição:Criada por órgão constituinte


de outro Estado ou por órgão internacional.
QUANTO AO OBJETO:
➢ Liberal: pautada na liberdade individual e na
proibição de agir para o Estado.

➢ Social: pautada na igualdade e na


obrigatoriedade de que o Estado desenvolva
políticas públicas em defesa dos
hipossuficientes.
QUANTO AO SISTEMA:

➢ Principiológica: contém normas de alta abstração,


enumera valores que precisam ser perqueridos pelo
Estado.

➢ Preceitual: prima por regras jurídicas e não por


princípios jurídicos.
CONSTITUIÇÃO DE 1824
(BRASIL IMPÉRIO)
➢ Constituição outorgada.
➢ Forma de Estado: Unitário.
➢ Forma de Governo: Monarquia Constitucional hereditária.
➢ Regime de Governo: autocrático.
➢ Organização de Poderes: quatro Poderes, pois foi
instituído o Moderador.
➢ Direitos políticos: voto censitário, capacitário e proibido
para mulheres.
➢ Religião oficial: Católica.
➢ Não havia liberdade de crença.
➢ Constituição semirrígida.
Constituição de 1891
(Brasil República)
➢ Constituição promulgada, inspirada na Constituição dos Estados
Unidos. Liberal.
➢ Forma de Estado: Federativa.
➢ Forma de Governo: República.
➢ Regime de Governo: democrático.
➢ Sistema de Governo: Presidencialista
➢ Organização de Poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário.
➢ Direitos políticos: fim do voto censitário. Voto proibido para
analfabetos, mulheres, mendigos, soldados e religiosos sujeitos à
obediência eclesiástica. Voto aberto.
➢ Primeira a assegurar o habeas corpus.
➢ Controle de constitucionalidade: admitido o controle difuso com efeito
interpartes.
➢ Elenca direitos fundamentais de 1ª geração.
Constituição de 1934
(Brasil República)
➢ Constituição promulgada, inspirada na Constituição Alemã de Weimar.
Estado Social.
➢ Poder Legislativo bicameral, mas com mitigação das atividades do Senado.
➢ Havia deputados eleitos pelo sistema proporcional e deputados classistas.
➢ O voto passou a ser secreto. As mulheres conquistaram o direito de votar.
➢ Elencou direitos fundamentais de 2ª geração. Direitos trabalhistas foram
constitucionalizados.
➢ Foram criados o mandado de segurança e a ação popular.
➢ Controle de constitucionalidade: o Senado recebeu a prerrogativa de, no
controle difuso, suspender a aplicação de lei declarada inconstitucional
pelo Judiciário.
➢ Criada a representação interventiva e o recurso extraordinário.
Constituição de 1937
(Constituição Polaca – Estado Novo)
➢ Constituição outorgada, inspirada na Constituição da Polônia. Inspiração
nazifascista.
➢ O Poder Executivo, exercido pelo Presidente, se sobrepôs a todos os
outros. O Presidente agia por decreto-lei.
➢ Regime político autoritário e centralista.
➢ Não havia garantia de direitos fundamentais. Criadas a pena de morte e a
censura prévia. O mandado de segurança deixou de ter garantia
constitucional.
➢ A autonomia dos estados-membros foi mitigada.
➢ Controle de Constitucionalidade: o Senado perdeu a prerrogativa de
suspender a aplicação de lei inconstitucional.
CONSTITUIÇÃO DE 1946
(QUARTA REPÚBLICA)
➢ Constituição promulgada. Retomou o modelo de Estado da
Constituição de 1934.
➢ Liberal.
➢ Democrática.
➢ Os direitos fundamentais foram ampliados. O direito de greve
foi constitucionalizado.
➢ O sufrágio passou a ser universal. Voto direto e secreto.
Partidos políticos autônomos e com caráter nacional.
➢ O mandato do Presidente passou a ser de cinco anos, vedada a
reeleição.
➢ Câmara e Senado voltaram a ter atuação.
Constituição de 1967/
Emenda 1 de 1969
(Ditadura Militar)
➢ Constituição outorgada.
➢ Mitigação das atividades do Poder Legislativo e do Poder
Judiciário. Excesso de Poder para o Presidente da República.
➢ Normas constitucionais podiam ser modificadas por atos
institucionais.
➢ Voto indireto e nominal para escolha do Presidente da
República.
➢ Restrição de direitos individuais, especialmente aqueles
ligados à liberdade.
➢ Criadas as penas de confisco, morte e de prisão perpétua.
Constituição de 1988
(Constituição Cidadã)
➢ Constituição promulgada. Retomou o modelo de Estado estabelecido pela
Constituição de 1946.
➢ Fundada em direitos e garantias fundamentais. Instituídos os remédios
constitucionais habeas data e mandado de injunção.
➢ O concurso público passou a ser a principal forma de acesso a cargos e
empregos públicos.
➢ Voto direto, secreto e universal.
➢ O meio ambiente equilibrado passou a ser direito.
➢ Criadas a ação declaratória de constitucionalidade, ação direta de
inconstitucionalidade por omissão e a arguição de descumprimento de
preceito fundamental.
ELEMENTOS DA
CONSTITUIÇÃO
Os elementos orgânicos são os dispositivos constitucionais que
regulam a estrutura do Estado e do poder.

Na Constituição Federal de 1988, tais elementos são encontrados


predominantemente nos seguintes
dispositivos:

➢ Título III – Da Organização do Estado;


➢ Título IV – Da Organização dos Poderes;
➢ Título V, Capítulo II – Das Forças Armadas;
➢ Título V, Capítulo III – Da Segurança Pública; e
➢ Título VI – Da Tributação e do Orçamento.
OS ELEMENTOS LIMITATIVOS
São os que criam para o Estado ora a obrigação de fazer e ora
o dever de inércia, a fim de assegurar, no primeiro caso, a
igualdade entre os indivíduos e, no segundo caso, a liberdade
individual.
Nessa espreita, os elementos limitativos da Constituição são as
normas protetoras dos direitos e garantias fundamentais
(excluídos os direitos sociais, porque fazem parte da próxima
categoria).
Na Constituição de 1988, são exemplos de elementos
limitativos:
Título II - Dos Direitos e Garantias Fundamentais;
OS ELEMENTOS
SOCIOIDEOLÓGICOS
Expressam o compromisso constitucional entre o Estado
individualista (liberal) e o Estado intervencionista
(social).

Na Constituição de 1988, são exemplos de elementos


socioideológicos.
Ex: Direito sociais
ELEMENTOS DE ESTABILIZAÇÃO
Fixam as normas direcionadas à defesa do Estado e de
suas instituições democráticas, bem como à solução de
conflitos constitucionais, com vistas a garantir a paz
social.

Na atual Constituição, são elementos de estabilização:

EX: Do Estado de Defesa e do Estado de Sítio.


ELEMENTOS DE
APLICABILIDADE
Regulam a aplicação da Constituição, tais como o
Preâmbulo, os dispositivos do ADCT (Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias) e o § 1º do
artigo 5º, segundo o qual “as normas definidoras de
direitos e garantias fundamentais têm aplicação
imediata.”
ESTRUTURA FORMAL DA
CONSTITUIÇÃO
Normalmente a Constituição é estrutura em três
partes: preâmbulo; parte dogmática e disposições
transitórias (ADCT).

• Preâmbulo
• Parte Dogmática
• Disposições Transitórias
PREÂMBULO
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional
Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o
exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-
estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de
uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia
social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução
pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

- A menção a “proteção de Deus” constante do preâmbulo contradiz a parte


dogmática que assegura a liberdade de crença e a laicidade do Estado (art.
19,CF).
- O preâmbulo possui eficácia normativa? O preâmbulo é destituído de
normatividade e de cogência, ou seja, não seria de observância obrigatória.
Tendo caráter de mero vetor interpretativo.
PARTE DOGMÁTICA
São normas constitucionais que ocupam grau hierárquico mais elevado no
sistema normativo brasileiro. Texto normativo básico da constituição, cujos
dispositivos possuem uma pretensão de permanência,
sendo isso que o distingue das disposições transitórias (também possui força
normativa, mas não possui pretensão de permanência).
A presunção/pretensão de permanência pode ser absoluta ou relativa.
As de pretensão absoluta são aquelas que não podem ser modificadas, é o
caso das cláusulas pétreas; as demais, de pretensão relativa possuem
pretensão de permanência relativa, pois admitem a modificação por meio de
emendas constitucionais.

Obs.1: Pode existir dispositivos que tem natureza material de constituição, e


que são dispositivos com força normativa, fora da parte dogmática (nas
emendas com “vida” autônoma”). Assim como, nos Tratados de D. Humanos
aprovados nos termos do art. 5º, §3º da Constituição Federal.
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
ADCT
Possuem como objetivo regular a transição entre a realidade existente no momento
da promulgação da constituição ou emenda e a realidade projetada pela parte
dogmática da constituição ou da parte principal da emenda da constituição. Regula
o que acontecerá no processo de transformação: realidade existente x realidade
futura projetada.
O ADCT, tal qual a parte dogmática, possui força normativa, cogente, servindo de
parâmetro de controle
de constitucionalidade.
As normas transitórias após regular, cumprindo sua função, tem a sua eficácia
exaurida, ainda que isso não signifique revogação: norma de eficácia exaurida.
Não possuem pretensão de permanência, tem natureza transitória ou temporária.
APLICABILIDADE DAS NORMAS
CONSTITUCIONAIS
➢ NORMAS CONSTITUCIONAIS DE EFICÁCIA PLENA

As normas constitucionais de eficácia plena são aquelas que, desde sua criação
(entrada em vigor da Constituição Federal ou da edição de uma emenda
constitucional), possuem aplicabilidade imediata, direta e integral. Vale dizer,
as normas constitucionais de eficácia plena, desde sua gênese, produzem, ou
ao menos possuem a possibilidade de produzir, todos os efeitos visados pelo
constituinte (originário ou derivado). São, portanto, autoaplicáveis. Tem
aptidão para produzir todos os efeitos buscados pelo legislador constituinte,
uma vez que conformam de modo suficiente a matéria de que tratam. Como
exemplos, podemos citar os artigos 19; 37, caput; 53; e 230, § 2º.
NORMAS CONSTITUCIONAIS DE
EFICÁCIA CONTIDA
As normas constitucionais de eficácia contida são aquelas que possuem
aplicabilidade imediata, direta, mas não integral, uma vez que podem
ter o seu alcance reduzido por atos do Poder Público supervenientes.

Ou seja, no caso das normas constitucionais de eficácia contida, o


legislador constituinte regulou suficientemente a matéria versada, mas
possibilitou a atuação restritiva posterior por parte do Poder Público.

São, também, autoaplicáveis. Parcela da doutrina as classificam em


normas constitucionais de eficácia redutível ou restringível.
NORMAS
CONSTITUCIONAIS
DE EFICÁCIA LIMITADA
As normas constitucionais de eficácia limitada possuem aplicabilidade indireta,
uma vez que dependem da emissão de uma normatividade futura.
Ou seja, essas normas não produzem com a simples promulgação da Constituição
ou da edição de uma emenda constitucional os seus efeitos essenciais,
dependendo da regulamentação posterior que lhes entregue a eficácia, sendo
qualificadas, assim, como normas não autoaplicáveis.
A utilização de certas expressões como “a lei regulará”, “a lei disporá”, ou “na
forma da lei” indicam que a vontade do constituinte precisa ser complementada
para o ulterior efeito da norma constitucional.
AS NORMAS CONSTITUCIONAIS
DE EFICÁCIA LIMITADA
SUBDIVIDEM-SE EM:
Duas espécies de normas constitucionais de eficácia limitada:
➢ Princípio institutivo: que estabelece sistemas gerais de organização,
de entidades, órgãos, instituições, direito de greve, territórios,
organização do MP;

➢ Princípio programático: estabelecem objetivos, metas, programas a


serem perseguidos pelo estado brasileiro - (a saúde é direito de todos).
RESUMO
Eficácia plena = direta + imediata + integral
da sua entrada em vigor, já poderá produzir seus efeito.

Eficácia contida = direta + imediata + não integral


as normas poderão ter sua abrangência reduzida.

Eficácia limitada = indireta + mediata + reduzida + diferida


As normas, por si só, não produzem efeito, sendo dependentes
do cumprimento dos seus programas.
PODER CONSTITUINTE
É o poder de criar e a competência para reformar a Constituição.

Originário
É o poder de criar uma constituição. Tem duas modalidades: histórico
e revolucionário:

Histórico: é o poder de criar a primeira constituição de um país. Raro


nos dias de hoje, pois não é comum surgirem novos países hoje, mas é
possível.

Revolucionário: poder de criar a nova constituição de um país como a


CF 1930 do Brasil: rasga-se a constituição antiga e a nova entra em seu
lugar.
CARACTERÍSTICAS DO
PODER ORIGINÁRIO:
São quatro:
a) Inicial: antecede o ordenamento jurídico, existe antes das leis do país. Por isso a
doutrina diz que é um poder de fato e não de direito, por não ser regulamentado pelo
direito.
b) Incondicionado: pode ser exercido de qualquer maneira como revolução popular
ou assembleia constituinte reunida pelo povo.
c) Latente ou permanente: não se esgota pelo uso. Futuramente está disponível para
se fazer nova constituição pelo povo.
d) Ilimitado?: Há duas posições:
a. Posição tradicional: positivista, só encara o aspecto da lei, diz que o poder
originário é ilimitado, pois não possui limites em nenhuma outra lei. E é verdade.
b. Posição moderna ou pós-positivista: há limites extralegais ao poder originário –
como escravidão, pena de morte para homossexuais, etc. Exemplo: princípio da
proibição do retrocesso – significa que não se pode retroceder na tutela dos direitos
fundamentais. É a posição quase que pacífica no Brasil.
PODER CONSTITUINTE DERIVADO
a. Decorrente: se expressa pela capacidade de organização dos
Estados membros quando da elaboração de suas constituições
estaduais. Art. 25 da CF. Os Estados organizam-se e regem-se pelas
Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta
Constituição.

b. Reformador: decorre da necessidade de se alterar textualmente a


CF; reforma é espécie que tem como gênero a revisão (já ocorreu –
art. 3º ADCT, não é mais possível e revisão) e a emenda constitucional
– art. 60.
a)Limitado;
b)Condicionado;
c)Secundário.
A) LIMITAÇÕES PROCEDIMENTAIS
OU FORMAIS:
Referem-se aos órgãos competentes e aos procedimentos a serem observados na alteração
do texto constitucional.

Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:


I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;
II - do Presidente da República;
III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação,
manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.
(...)
2º - A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois
turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos
respectivos membros.
3º - A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal, com o respectivo número de ordem.
(...)
5º - A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não
pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.
B) LIMITAÇÃO MATERIAL:
Clausulas Pétreas
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante
proposta:
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda
tendente a abolir:

I - a forma federativa de Estado;


II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.
C) LIMITAÇÕES CIRCUNSTANCIAIS:
São limitações consubstanciadas em normas aplicáveis a
situações excepcionais, de extrema gravidade, nas quais a livre
manifestação do poder derivado reformador possa estar
ameaçada.

Art. 60, 1º - A Constituição não poderá ser emendada na


vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de
estado de sítio.
CONSTITUIÇÃO NOVA VERSUS
CONSTITUIÇÃO PRETÉRITA
O exercício do poder constituinte originário implica na revogação de
todas as normas jurídicas inseridas na Constituição anterior, ainda
que compatíveis com a Constituição ora vigente.

De acordo com a Teoria da Desconstitucionalização [NÃO ADOTADA!],


as normas constitucionais que não sejam materialmente
constitucionais e que tenham compatibilidade com a nova ordem
constitucional vigente podem ser mantidas com natureza de lei,
desconstitucionalizando-se.

Em regra, não é admitida no direito brasileiro. A aplicação da Teoria da


Desconstitucionalização deve ter previsão expressa.
REPRISTINAÇÃO
A repristinação se dá quando uma norma é revogada por outra e,
posteriormente, a própria norma revogadora é revogada por uma
terceira, que irá fazer com que a primeira tenha sua vigência
restabelecida. Por exemplo: uma norma B revoga a norma A;
posteriormente uma norma C revoga a norma B; com isso a norma A
volta a valer.

Sabemos que o nosso ordenamento jurídico não admite o retorno de


norma revogada pela revogação da norma revogadora, exceto se
expressamente previsto, conforme disposto no art. 3°, §2°, da LINDB (Lei
de Introdução às Normas do Direito Brasileiro). Dessa forma, o retorno
da norma revogada não é automático (tácito) com a posterior revogação
da norma que a revogou, eis que não se aceita em nosso ordenamento
jurídico a repristinação tácita.
CONSTITUIÇÃO NOVA
VERSUS
LEIS INFRACONSTITUCIONAIS
Precisamos analisar agora o que acontece com as normas
infraconstitucionais elaboradas antes do adventoda nova
Constituição.

Nós não podemos afirmar, nessa situação, que a nova Constituição


revoga automaticamente (não recepção) todas as leis preexistentes,
pois nós criaríamos um verdadeiro caos jurídico.

Logo, apenas as leis que forem materialmente incompatíveis com a


nova Constituição serão revogadas. Já as que forem materialmente
compatíveis, serão recepcionadas.
PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO
DA CONSTITUIÇÃO

(Princípio da Unidade da Constituição);

A interpretação constitucional deve ser realizada


de maneira a evitar contradições entre suas
Normas.
(PRINCÍPIO DO EFEITO
INTEGRADOR);
➢ Na resolução dos problemas jurídicos-constitucionais,
deverá ser dada maior primazia aos critérios favorecedores
da integração política e social, bem como ao reforço da
unidade política.
(PRINCÍPIO
DA MÁXIMA EFETIVIDADE);
➢ A uma norma constitucional deve ser atribuído o
sentido que maior eficácia lhe conceda da máxima
efetividade;
(PRINCÍPIO
DA CONFORMIDADE
FUNCIONAL);
➢ os órgãos encarregados da interpretação da norma
constitucional não poderão chegar a uma posição
que subverta, altere ou perturbe o esquema organizacional
constitucionalmente estabelecido pelo legislador constituinte
originário.
(PRINCÍPIO DA
HARMONIZAÇÃO);

➢ exige-se a coordenação e a combinação dos bens


jurídicos em conflito de forma a evitar o sacrifício
total de uns em relação aos outros.
(INTERPRETAÇÃO CONFORME
A CONSTITUIÇÃO);
➢ Diante de normas plurissignificativas ou polissêmicas (que possuem mais de
uma interpretação). Deve-se preferir a exegese que mais se aproxime da
Constituição e, portanto, não seja contrária ao texto constitucional”.

Pode ser de dois tipos:

➢ Interpretação conforme COM redução do texto: Nesse caso, a parte viciada é


considerada inconstitucional, tendo sua eficácia suspensa. Ex.: ADI 1.127-8, o
STF suspendeu liminarmente a expressão “ou desacato” presente no art.7º,
§7º, do Estatuto da OAB.

➢ Interpretação conforme SEM redução do texto: Nesse caso, exclui-se ou


se atribui à norma um sentido, de modo a torná-la compatível com a
Constituição. Pode ser concessiva (quando se concede à norma uma
interpretação que lhe preserve a constitucionalidade) ou excludente (quando
se exclua uma interpretação que poderia torná-la inconstitucional.
(PRINCÍPIO DA FORÇA
NORMATIVA DA
CONSTITUIÇÃO);

➢ O intérprete deve dar à Constituição


máxima aplicabilidade.
(PRINCÍPIO DA
RAZOABILIDADE);
➢ Interpretação de direitos fundamentais, quando houver
colisão de valores, o intérprete deverá analisar o caso
concreto, para selecionar o direito aplicado e relativizar o
outro, a partir da ponderação de bens jurídicos.
(PRINCÍPIO DA
SUPREMACIA DA
CONSTITUIÇÃO);
➢ Constituição está no ápice do ordenamento
jurídico constitucional e nenhuma norma jurídica pode contrariá-la
material ou formalmente, sob pena de inconstitucionalidade. ...

➢ A Constituição não pode ser interpretada sob fundamentos da


legislação ordinária precedente.
(PRESUNÇÃO DE
CONSTITUCIONALIDADE
DAS LEIS);
➢ As leis são presumidas constitucionais, de forma
que a declaração de inconstitucionalidade deve ser
evitada.
(MUTAÇÃO
CONSTITUCIONAL);
➢ É o poder de alterar o sentido , a interpretação da constituição,
sem alterar o seu texto. O que muda é a interpretação, o
sentido; mas o texto continua igual.

É uma mudança informal da Constituição.


É um poder de fato, e não de direito.
"Difuso" porque pode ser feito por qualquer intérprete da
constituição.
(MÉTODOS
DE INTERPRETAÇÃO);

➢ Método científico-espiritual - a análise da constituição


não se fixa na literalidade da norma, mas parte da realidade
social e dos valores subjacentes do texto da constituição, de
maneira que a constituição deve ser interpretada como algo
dinâmico e que se renova constantemente no compasso das
modificações da vida em sociedade. Rudolf Smend.
(MÉTODO TÓPICO-
PROBLEMÁTICO);
➢ Por meio desse método, parte-se de um problema concreto para
a norma, atribuindo-se à interpretação um caráter prático na
busca da solução dos problemas concretizados, de maneira que a
Constituição seria um sistema aberto de regras e princípios.
Theodor Viehweg.
(MÉTODO NORMATIVO-
ESTRUTURANTE);
➢ Esse método reconhece a inexistência de identidade entre a
norma jurídica e o texto normativo, porque o teor literal da
norma deve ser analisado à luz da concretização da norma
em sua realidade social, de modo que a norma deverá ser
concretizada não só pela atividade do legislador, mas também
pela atividade do judiciário, da administração, do governo.
Friedrich Muller.
(MÉTODO
HERMENÊUTICO-
CONCRETIZADOR);
➢ Tal método parte da Constituição para o problema, valendo-se
de pressupostos subjetivos (pré-compreensões sobre o tema
para obter o sentido da norma), pressupostos objetivos(atuando
como mediador entre a norma e a situação concreta, tendo como
pano de fundo a realidade social) e do denominado círculo
hermenêutico. Konrad Hesse.
(MÉTODO DA
COMPARAÇÃO
CONSTITUCIONAL);
➢ Idealizada por Peter Haberle, a interpretação dos
institutos se implementa mediante comparação de
vários ordenamentos.
MÉTODO
HERMENÊUTICO
Método Hermenêutico, "dentro da compreensão e da interpretação que
indivíduo pode fazer de algo, o filósofo alemão Hans-Georg
Gadamer desenvolve a hermenêutica filosófica a partir de experiências
oriundas do contato com diversos filósofos, como Edmund Husserl, Martin
Heidegger e Wilhelm Dilthey.
Assim, ele define que a compreensão de algo por alguém depende,
sobretudo, de pré-conceitos, ou seja, conceitos previamente definidos, que
estão inseridos na mente, na cultura e na história das pessoas. Portanto,
dentro da hermenêutica, a questão nuclear é a linguagem, porque é a forma
intermediadora entre o pensamento e a compreensão“.
(SANTOS, 2020).
TITULO I –
DOS PRINCÍPIOS
FUNDAMENTAIS (Art. 1º a 4º)

➢ PRINCÍPIOS FUDAMENTAIS;
➢ OBJETIVOS FUNDAMENTAIS;
➢ PRINCÍPIOS DAS RELAÇÃO INTERNACIONAIS.
PRINCÍPIOS
CONSTITUCIONAIS
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel
dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado
Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio
de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta
Constituição.
➢ Art. 2º São Poderes da União, independentes e
harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o
Judiciário.

➢ O poder geral e abstrato do Estado, decorrente da sua


soberania, divide-se em três segmentos funcionais,
segundo a clássica tripartição concebida por
Montesquieu e até hoje adotada nos Estados de Direito.

Por essa classificação, os Poderes de Estado são o


Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
LEGISLATIVO
Função típica: legislativa ou normativa (elaboração de normas gerais e
abstratas).
Funções atípicas: administrativa (organização dos serviços internos) e
jurisdicional (Senado julga PR nos crimes de responsabilidade).

JUDICIÁRIO
Função típica: jurisdicional (aplicação da lei para solução de conflitos entre
litigantes).
Funções atípicas: administrativa (organização dos serviços internos) e
legislativa (elaboração dos regimentos internos dos Tribunais).

EXECUTIVO
Função típica: administrativa (aplicar a lei para prover de maneira imediata e
concreta o interesse público).
Função atípica: legislativa (edição de medidas provisórias); não exerce função
jurisdicional típica, mas apenas sem definitividade (coisa julgada
administrativa).
OBJETIVOS
FUNDAMENTAIS
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa
do Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;


II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça,
sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
PRINCÍPIOS RELAÇÃO
INTERNACIONAL
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos
seguintes princípios:
I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X - concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica,
política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma
comunidade latino-americana de nações.
I - OBJETIVOS FUNDAMENTAIS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL:
CONGARAERRAPROVA
CONstruir uma sociedade livre, justa e solidária;
GArantir o desenvolvimento nacional;
ERRAdicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades
sociais e regionais;
PROmover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor,
idade e quaisquer outras formas de discriminação.

II - FUNDAMENTOS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL:


SOCIDIVAPLU
SOberania;
CIdadania;
DIgnidade da pessoa humana;
VAlores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
PLUralismo político.
III - PRINCÍPIOS QUE REGEM O BRASIL EM SUAS RELAÇÕES
INTERNACIONAIS:

AINDA NÃO COMPREI RECOS


Autodeterminação dos povos;
INdependência nacional;
D(a)efesa da paz;
NÃO intervenção;
CONcessão de asilo político;
PREvalência dos direitos humanos;
Igualdade entre os Estados;
REpúdio ao terrorismo e ao racismo;
COoperação entre os povos para o progresso da humanidade
Solução pacífica dos conflitos.
TÍTULO II - DOS DIREITOS
E GARANTIAS
FUNDAMENTAIS
CAPÍTULO I - DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E
COLETIVOS;
CAPÍTULO II - DOS DIREITOS SOCIAIS;
CAPÍTULO III -DA NACIONALIDADE;
CAPÍTULO IV - DOS DIREITOS POLÍTICOS;
CAPÍTULO V - DOS PARTIDOS POLÍTICOS.
TEORIA
DO DIREITO FUNDAMENTAIS
Podemos definir os Direitos Fundamentais como aqueles direitos
que proporcionam o necessário para uma existência digna e justa. O
objetivo principal dos direitos fundamentais é de limitar o poder
estatal ante a sociedade, evitando que o Estado venha a exercer o
poder de forma excessiva e desumana. Estes direitos buscam a
prevalência da liberdade individual.

Entre alguns dos direitos fundamentais da Constituição Brasileira está:


à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança, à educação, à saúde, à
moradia, ao trabalho, ao lazer, à assistência aos desamparados, ao
transporte, ao voto, entre outras.
DIMENSÕES OU GERAÇÕES
DO DIREITOS FUNDAMENTAIS
1º DIMENSÃO
➢ Direito Civis e Políticos;
➢ Liberdade;
➢ Revolução Gloriosa, Americana e Francesa;
➢ Declaração Francesa dos Direitos do Homem e do
Cidadão;
➢ Passagem do Estado Absolutista para o Estado Liberal;
Exemplo: Direito a liberdade de expressão.
2º DIMENSÃO
➢ Direitos sociais, culturais e econômicos;
➢ Igualdade;
➢ Revolução mexicana, revolução russa;
➢ Constituição mexicana de 1917, Constituição de Weimar
de 1919;
➢ Passagem do estado liberal para o estado social;

Exemplo: Direito à saúde.


3º DIMENSÃO
➢ Direitos difusos e coletivos;
➢ Pós-2ª guerra mundial, surgimento da ONU;
➢ Declaração universal dos direitos humanos, de 1948;
➢ Revolta da sociedade contra as atrocidades das guerras
mundiais ;
➢ Direito ao meio ambiente.
CARACTERÍSTICAS DOS
DIREITOS FUNDAMENTAIS
➢ Historicidade: São históricos, construídos historicamente;
➢ Inalienabilidade: são direitos intransferíveis e
inegociáveis;
➢ Imprescritibilidade: não deixam de ser exigíveis em razão
do não uso;
➢ Inviolabilidade: nenhuma lei constitucional nem nenhuma
autoridade pode desrespeitar os direitos fundamentais de
outrem;
➢ Irrenunciabilidade: nenhum ser humano pode abrir mão da
existência desses direitos;

➢ Universalidade: devem ser respeitados e reconhecidos no


universo dos seres humanos;

➢ Limitabilidade: não há nenhuma hipótese de direito humano


absoluto, eis que todos podem ser ponderados com os demais;

➢ Complementaridade: os direitos humanos fundamentais não


devem ser interpretados isoladamente, mas sim de forma
conjunta, com a finalidade da sua plena realização.
EFICÁCIA DO DIREITO FUNDAMENTAIS
a) Eficácia vertical
Quando os direitos fundamentais surgiram eles tinham apenas a eficácia vertical,
pois o indivíduo está subordinado ao Estado e por esses direitos protegerem os
indivíduos contra os arbítrios do Estado, fala-se dessa eficácia vertical. Consiste na
aplicação dos direitos fundamentais às relações entre particulares e o Estado. É a
eficácia clássica.

b) Horizontal/eficácia externa/eficácia privada/eficácia em relação a terceiros –


DIRETA OU INDIRETA OU INTEGRADORA.
Com o desenvolvimento dos direitos fundamentais, percebeu-se que a opressão e a
violência conta o indivíduo vem também de entidades privadas. Consiste na
aplicação dos direitos fundamentais às relações entre particulares.

c) Eficácia diagonal
Bem recente. Consiste na aplicação dos direitos fundamentais à relação entre
particulares, nas quais existe um desequilíbrio fático, a exemplo da relação
trabalhista.
DIREITOS
FUNDAMENTAIS EM
ESPÉCIE
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

O Informativo 502 do STF transcreveu decisão do Ministro Celso de


Mello reconhecendo o direito de estrangeiro não-residente de
impetrar habeas-corpus, afastando a interpretação literal do caput do
artigo 5, da CF/88. Eis um pequeno trecho.
O DIREITO À VIDA
TEM VÁRIOS SIGNIFICADOS:
Direito de continuar vivo, de não ser morto (aspecto negativo, o Estado não
pode nos matar).

Direito a uma vida digna (aspecto positivo, o Estado tem que nos
proporcionar e a Lei brasileira protege a vida intrauterina:

- O aborto, em regra, é crime segundo o CP;


- A Lei dos Alimentos Gravídicos determina que os alimentos são devidos pelo
suposto pai desde a gravides, não se espera a criança nascer e se pagam já na
gravidez à mãe;
- O direito à vida não é um direito absoluto. Uma das características dos
direitos fundamentais é a relatividade, nenhum deles é absoluto.
PRINCÍPIO DA IGUALDADE
Igualdade formal: consiste em dar a todos o mesmo tratamento.

Igualdade material: consiste em dar aos desiguais um tratamento


desigual na medida da sua desigualdade.
Exemplos: Vagas reservadas (5% a 20%) a pessoas com deficiência em
concursos públicos: (art. 37, VII, CF).

Ações afirmativas: do inglês, affirmative actions, são políticas públicas


destinadas a dar a certos grupos historicamente desprestigiados um
tratamento diferenciado.
Exemplo: sistema de quotas em universidades públicas e em concursos
público.
CF, ART. 5º, I - IGUALDADE
ENTRE HOMEM E MULHER:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos
desta Constituição é uma igualdade material, pois se faz diferenças
entre ambos:
1. Tempo para aposentadoria: pela CF, 30 anos de contribuição para
mulheres, 35 para homens.
2. Serviço militar obrigatório: pela CF, em tempo de paz, mulheres e
eclesiásticos estão dispensados do serviço militar obrigatório.
3. Lei Maria da Penha 11.340/2.006: violência
(física/sexual/moral/patrimonial/psicológica) doméstica ou familiar
apenas contra mulher. Exclui o JECRIM (Lei 9.099/1.995). O STF
decidiu que é constitucional.
4. Lei do feminicídio: é uma nova qualificadora no crime de homicídio
apenas na morte de mulher. É constitucional
ART. 5º, II - PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Art. 5º, II - Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma
coisa senão em virtude de lei. É lei no sentido amplo, ou seja, atinge
qualquer ato normativo do poder público: lei, medida provisória do
presidente, decreto, etc.
Exemplo: No governo FHC a medida provisória do apagão obrigou as
pessoas a economizarem 20% de energia elétrica.
Existe uma legalidade para o Estado e outra para as pessoas:
➢ Legalidade para o Estado: O Estado deve fazer o que a lei determina.
Exemplo: licitações devem ser feitas dentro das regras da lei a não ser
nas hipóteses em que a lei dispense.

➢ Legalidade para as pessoas: As pessoas podem fazer o que a lei não


proíbe.
CF, ART. 5º, III – VEDAÇÃO À TORTURA E AO
TRATAMENTO DESUMANO OU DEGRADANTE.
➢ Tortura é crime equiparado a hediondo: (CUIDADO, NÃO É
HEDIONDO, É EQUIPARADO A HEDIONDO) previsto na Lei
9.455/1.997. Portanto pela CF não há anistia, graça, fiança para
tortura.
➢ Tortura é crime prescritível: segundo a CF, pois só existem dois
crimes imprescritíveis pela CF: racismo e grupo armado contra
estado.
➢ Tratamento degradante: súmula vinculante nº 11, fala que o uso
das algemas é excepcional: por exemplo, se a pessoa não
apresenta nenhum risco não se usa, mas pode ser usada em:
1. Risco de fuga
2. Resistência
3. Risco à integridade física do preso ou de terceiros
CF, ART. 5º, IV – LIBERDADE DE
MANIFESTAÇÃO DO PENSAMENTO
Não é um direito absoluto. Abusos poderão ser responsabilizados
penal e civilmente.
Exemplos: injúria, calúnia, difamação, incitação ao crime, etc.
Vedação ao anonimato: se fosse permitido às pessoas o usariam para
ofender impunemente. Mas existe uma exceção: a “denúncia
anônima” (o correto seria “notitia criminis anonima”); os tribunais
superiores admitem, com cautela, o uso da “denúncia anônima”.
Segundo o STF não pode a ação penal ser iniciada somente com base
em denúncia anônima, pois esta não é prova e o promotor não pode
denunciar ninguém com ela. Mas pode começar como “estopim” da
investigação, pelo delegado, por exemplo.
CF, ART. 5º, V – CONSEQUÊNCIAS DO
ABUSO DA LIBERDADE DE
MANIFESTAÇÃO DO PENSAMENTO

1. Indenização por dano material ou moral.

2. Direito de resposta proporcional ao agravo: no mesmo


local, com o mesmo espaço e no mesmo tempo em que
houve a ofensa, a pessoa ofendida poderá se defender.
CF, ART. 5º, XI – DIREITO
À INVIOLABILIDADE
DOMICILIAR
XI - A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo
penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante
delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por
determinação judicial;
- Residência;
- Local de trabalho.
Exemplo: atrás do balcão do bar público não pode entrar, só
funcionários.
- Quarto de hotel ou motel
- Trailler.
CF, ART. 5º, XV – DIREITO À
LIBERDADE DE
LOCOMOÇÃO.
XV - É livre a locomoção no território nacional em tempo de paz,
podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar,
permanecer ou dele sair com seus bens;

É livre a liberdade de locomoção em tempos de paz porque


durante o Estado de Sítio decretado pelo Presidente uma das
medidas que podem ser impostas é a obrigação de permanecer
em determinados lugares (CF, 139, I)
ART. 5º, XVI – DIREITO DE
SE REUNIR EM LOCAIS
ABERTOS AO PÚBLICO.
XVI - Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais
abertos ao público, independentemente de autorização, desde que
não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo
local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;

Este inciso prevê uma série de limites:


➢ Fins pacíficos;
➢ Sem armas;
➢ Não pode frustrar outra reunião marcada para o mesmo local;
➢ Prévio Aviso.
18. CF, ART. 5º, XVII A XXI –
DIREITO DE ASSOCIAÇÃO.
XVII - É plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de
caráter paramilitar;
XVIII - A criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas
independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em
seu funcionamento;
XIX - As associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter
suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro
caso, o trânsito em julgado;
XX - Ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer
associado;
XXI - As entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm
legitimidade para representar seus filiados judicial ou
extrajudicialmente;
CF, ART. 5º, XXXVIII A –
PRINCÍPIOS
CONSTITUCIONAIS DO JÚRI
XXXVIII - É reconhecida a instituição do júri, com a organização que
lhe der a lei, assegurados:

a) A plenitude de defesa;
b) O sigilo das votações;
c) A soberania dos veredictos;
d) A competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a
vida;
CF, ART. 5º, XXXIX A – PRINCÍPIOS
PENAIS: DA LEGALIDADE OU RESERVA
LEGAL.
XXXIX - Não há crime sem lei anterior que o defina, nem
pena sem prévia cominação legal;

CF, ART. 5º, XL A – PRINCÍPIOS PENAIS:


IRRETROATIVIDADE DA LEI PENAL.
XL - A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar
o réu;
CF, ART. 5º, XLII – RACISMO.
XLII - A prática do racismo constitui crime inafiançável e
imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
Crime previsto na Lei 7.716/1.989.

CF, ART. 5º, XLIV – AÇÕES DE GRUPOS


ARMADOS CONTRA O ESTADO
DEMOCRÁTICO DE DIREITO.
XLIV - Constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de
grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional
e o Estado Democrático;
Características do crime de racismo:
➢ Inafiançável
➢ Imprescritível
CF, ART. 5º, XLIII –
CRIMES HEDIONDOS E
EQUIPARADOS
XLIII - A lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a
prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os
definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os
executores e os que podendo evitá-los, se omitirem;

Estão definidos na Lei 8.072/90, como homicídio qualificado, estupro, etc.


Exemplo: matar a esposa é violência doméstica ou familiar, passou a ser homicídio
qualificado e por isso é crime hediondo.
Também há os crimes equiparados aos hediondos, TTT – Tráfico Tortura e Terrorismo.
A CF veda graça (perdão individual pelo Presidente), anistia (perdão concedido por
Lei do Congresso Nacional) e fiança para esses crimes no inciso XLIII do art. 5
CF, ART. 5º, XLV A L –
PENAS
XLVI - São vedadas as penas de:
• Cruéis
• Caráter perpétuo
• Banimento
• Morte, salvo em caso de Guerra declarada
• Trabalhos forçados;

XLV - Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a


obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens,
nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles
executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
CF, ART. 5º, LIII A LX –
PRINCÍPIOS PROCESSUAIS
LIII - Ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
É o princípio do juiz natural. Quem pratica crime federal tem que ser julgado por justiça
federal; se for julgado por justiça incompetente é uma nulidade absoluta.

LIV - Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
É o princípio do devido processo legal, que no seu aspecto processual é a soma de todos os
direitos e garantias aplicados ao processo. Sua origem é a Magna Carta de 1.215 (Law of
the Land).

LV - Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral, são


assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
Princípio do contraditório e da ampla defesa. Vale para o processo judicial (penal, civil,
trabalhista, tributário, etc.) e para o processo administrativo. Mas não se aplica ao
inquérito, pois este é um procedimento administrativo.

LVI - São inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;


▪ § 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais
têm aplicação imediata.

▪ § 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não


excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela
adotados, ou dos tratados internacionais em que a República
Federativa do Brasil seja parte.

▪ § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos


que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois
turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão
equivalentes às emendas constitucionais.

▪ § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional


a cuja criação tenha manifestado adesão.
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS
➢ 1. Habeas Corpus – CF, Art. 5º, LXVIII.
➢ 2. Habeas Data – CF, Art. 5º, LXXII.
➢ 3. Mandado de Injunção – CF, Art. 5º, LXXI.
➢ 4. Ação Popular – CF, Art. 5º, LXXIII.
➢ 5. Mandado de Segurança – CF, Art. 5º, LXIX.
➢ 6. Mandado de Segurança Coletivo – CF, Art. 5º, LXX.
Habeas Corpus – CF,
Art. 5º, LXVIII.
LXVIII - Conceder-se-á "Habeas-Corpus" sempre que alguém sofrer
ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua
liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;

Características:
▪ Não é recurso, é ação constitucional de natureza penal;
▪ Não pode atacar decisão com trânsito em julgado;
▪ Tem cognição sumária, não há dilação probatória;
▪ Tem prioridade sobre as outras;
É gratuito (assim como o HD)
❑ Hipóteses amplas A liberdade pode se afetada até mesmo de forma
indireta/reflexa.

❑ Hipóteses de não cabimento.

▪ Súmula 693 -STF Não cabe habeas corpus contra decisão


condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em curso por
infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada. Não
risco a liberdade do agente.

▪ Súmula 694 - Não cabe habeas corpus contra a imposição da pena de


exclusão de militar ou de perda de patente ou de função pública.

▪ Súmula 695 - Não cabe habeas corpus quando já extinta a pena


privativa de liberdade.
- Apreensão de veículo por irregularidade de documentação;
▪ Trancamento de processo administrativo;
▪ Liberdade de locomoção virtual;
▪ Art. 142 §2º CR § 2º Não caberá habeas corpus em relação a punições
disciplinares militares. Não cabe HC para discutir o mérito dessas
punições, mas poderá ser impetrado para discutir a legalidade da
prisão (falta de previsão legal, prazo, autoridade competente).

Legitimidade
Ativa: ampla – qualquer pessoa pode impetrar. PJ pode impetrar, não
pode ser paciente. Estrangeiro poderá impetrar, porém no vernáculo. Não
é necessário advogado e não há formalidades; pode ser concedido de
ofício pelo juiz.
Passiva: pode ser impetrado contra ato de autoridade ou de particular.
Autoridade coatora (delegado, juiz, promotor). Particular (clínicas
psiquiátricas, hospitais);

Súmula 691 STF - Cabe liminar em HC? Sim, embora não haja previsão,
por analogia ao MS, e pela própria natureza do direito tutelado.
Habeas Data – CF, Art. 5º,
LXXII.
LXXII - conceder-se-á:
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo
sigiloso, judicial ou administrativo; habeas-data.

Se eu quero saber minha atual situação no SPC, deve pedir os dados primeiro,
pois segundo a jurisprudência “só é possível impetrar HD se houver negativa
ou demora na via administrativa”. Isso é uma das condições da ação:
interesse de agir.
Gratuidade: CF, art. 5º, LXXVII – o HD é gratuito a todo
▪ Garantir o acesso a dados pessoais: só dados da pessoa do
impetrante que se encontram em bancos de dados de órgãos
governamentais ou de caráter público (por exemplo O SPC, que
mesmo sendo órgão privado tem informações de caráter público).

▪ Corrigir os dados pessoais que estiverem incorretos: como SPC


informar erroneamente que você é um mau pagador.

▪ Fazer anotações nos dados pessoais: caso estejam corretos.


Exemplo: realmente o SPC está correto, não paguei as dívidas,
mas foi porque estive um ano hospitalizado gravemente enfermo,
e é conveniente que isso fique anotado.
MANDADO DE INJUNÇÃO –
CF, ART. 5º, LXXI.
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à
cidadania.
❑ Quem impetra MI:
São dois:

▪ Qualquer pessoa que se diga titular do direito.


▪ O STF admite o mandado de injunção coletivo, em analogia ao mandado de
segurança coletivo – as mesmas pessoas do mandado de segurança, no art. 5º
inciso LXX da CF: o Partido político com representação no congresso nacional
(um deputado ou um senador ao menos) o Entidade de classe o Organização
sindical (qualquer sindicato em favor de seus sindicalizados) o Associação
legalmente constituída e em funcionamento a pelo menos um ano.
AÇÃO POPULAR – CF,
ART. 5º, LXXIII.
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular
que anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o
Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada
má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;

❑ Quem pode ajuizar: qualquer CIDADÃO - cidadão é a pessoa no


gozo dos direitos políticos, basta ter direito de votar, ser votado
não precisa, como o analfabeto, por exemplo, ou o menor de 16
anos que pode votar mas não pode ser votado.

❑ Capacidade postulatória: necessita de advogado.


AÇÃO POPULAR –
CF, ART. 5º, LXXIII
❑ Finalidade: evitar ou reparar lesão a 4 bens jurídicos:

a. Patrimônio público: como um prefeito que faz obras sem licitações,


caso do ex-prefeito de São Luís do Maranhão até 2012 que asfaltou a
cidade sem licitar;
b. Meio ambiente;
c. Moralidade administrativa: legalmente é possível o prefeito nomear
seus parentes a cargos de primeiro escalão, mas é imoral;
d. Patrimônio histórico e cultural.

➢ Gratuidade: o autor é isento de custas e ônus de sucumbência, salvo


comprovada má fé.
MANDADO DE SEGURANÇA –
CF, ART. 5º, LXIX
Regulamentação: Lei do MS nº 12.016/2.009.
LXIX - Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por "habeas-corpus" ou "habeasdata", quando o responsável pela
ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no
exercício de atribuições do Poder Público;
Cabimento: para tutelar direito líquido e certo não amparado por habeas corpus ou
habeas data contra ato de autoridade pública ou de agente de pessoa jurídica no
exercício de função pública.
▪ Direito líquido e certo: é o direito que já está provado, que não precisa de dilação
probatória, nem de testemunhas, perícia, etc.
No caso, MS é ação residual: só cabe quando não couber HC (liberdade de
locomoção) ou HD (acesso a informação ou dados pessoais). Exemplo: o direito à
vida quando o sujeito pode morrer se o SUS não fornecer um medicamento caro –
saúde é direito de todos e dever do Estado segundo a CF!
Prazo decadencial para impetrar MS: 120 dias a contar do conhecimento do ato
irregular (lei 12.016/2.009).
MANDADO DE SEGURANÇA
COLETIVO – CF, ART. 5º, LXX.
Regulamentação: Lei do MS nº 12.016/2.009.
LXX - O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída
e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus
membros ou associados;

É idêntico ao Mandado de Segurança ordinário, com duas diferenças:


1. Gênero de Direito Tutelado: direitos coletivos ou individuais homogêneos
2. Legitimados: os mesmos do MI coletivo:
▪ Partido político com representação no congresso nacional (um deputado ou
um senador ao menos);
▪ Entidade de classe;
▪ Organização sindical (qualquer sindicato em favor de seus sindicalizados).
ART. 6º - SÃO DIREITOS
SOCIAIS:
▪ A educação,
▪ A saúde,
▪ A alimentação,
▪ O trabalho,
▪ A moradia,
▪ O transporte,
▪ O lazer,
▪ A segurança,
▪ A Previdência Social,
▪ A proteção à maternidade e à infância,
▪ A assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
DA NACIONALIDADE
(Art.12 e 13, CF)
▪ Nacionalidade: Vínculo jurídico-político que faz de alguém parte do
povo de determinado Estado.
▪ Vínculo jurídico: quer dizer que a nacionalidade faz com que o
nacional passe a ter direitos e obrigações em relação ao estado do
qual ele faz parte.
▪ Vínculo político: porque cada estado é livre para dizer quem vai ser
seu nacional (livre para aquisição e perda da nacionalidade).
▪ Brasileiro nato: aquele que tem vínculo com a República Federativa
do Brasil por motivos relacionados ao seu nascimento, ou porque
nasceu em solo brasileiro, ou porque é filho de Brasileiro.
▪ Brasileiro naturalizado: vínculo por motivo volitivo.
▪ Nacionalidade originaria/primária/ 1º grau, involuntária: Brasileiro
nato.
Art. 12. SÃO BRASILEIROS:
I - NATOS:
a) Os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais
estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;
Regra: Nasceu em solo brasileiro é brasileiro nato – Ius soli – critério
territorial.

Exceção: nascem em solo brasileiro, pai e mãe estrangeiros, e pelo menos um


deles a serviço do seu País – Ius soli – critério territorial.

b) Os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que


qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;
Jus sanguinis + critério funcional, um dos pais está a serviço do Brasil
(a serviço da administração pública direito ou indireta).
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira,
desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou
venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em
qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade
brasileira;

Critério:
1. Lus Sanguinis + registro
2. Lus sanguinis + residência na RFB + opção = nato (brasileiro nato).

➢ A opção é ato personalismo após a maioridade. Se a criança nasce


fora e vem morar no Brasil, antes de completar a maioridade, a
criança será reconhecida como brasileira nata, porém, na certidão
haverá uma observação, constando que quando atingir a maioridade
deverá confirmar (opção) pela nacionalidade brasileira -
procedimento é na Justiça Federal.
Os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde
que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a
residir na RFB e optem em qualquer tempo, depois da maioridade, pela
nacionalidade brasileira.

Requisitos:
➢ Deve ter residência no Brasil;
➢ Após atingir a maioridade (18 anos);
➢ É Ato judicial, julgado por um JF.

Efeitos:
➢ Será brasileiro NATO;
➢ Efeito Ex-tunc (retroage) – se cometer crime no exterior, e Estado
estrangeiro requerer extradição, o Brasil não deverá extraditar por ter
efeito ex-tunc, pois retroage desde a data do nascimento.
❑ Adquirida ou secundária:

Adquirida por um ato posterior de vontade: é a naturalização.

a) Naturalização tácita ou grande naturalização (não existe mais no


Brasil): Foi prevista na CF/1.891, dois anos depois da proclamação da
república e três após abolição da escravidão. Com tantos estrangeiros,
admitiu-se que “Todos que estão no Brasil são brasileiros, salvo se
houver manifestação em sentido contrário”.

b) Naturalização expressa: a pessoa manifesta expressamente seu


desejo de se naturalizar:
❑ II - Naturalizados:

Naturalização Ordinária:

a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira,


exigidas aos originários de países de Língua Portuguesa apenas
residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral.
Demais estrangeiros. Requisitos: na forma da Lei – Lei 13445/17.

Art. 65. Será concedida a naturalização ordinária àquele que


preencher as seguintes condições:

I - Ter capacidade civil, segundo a lei brasileira;


II - Ter residência em território nacional, pelo prazo mínimo de 4
(quatro) anos;
III - Comunicar-se em Língua Portuguesa, consideradas as condições do
naturalizando; e
IV - Não possuir condenação penal ou estiver reabilitado, nos termos
da lei.
❑ Naturalização extraordinária (ou quinzenária):

b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na


República Federativa do Brasil há mais de quinze anos
ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a
nacionalidade brasileira.

▪ Requisito:
Residência no RFB mais de 15 anos ininterruptos + sem
condenação penal.
❑ PORTUGUÊS RESIDENTE NO BRASIL: a CF dá
tratamento diferenciado, com duas opções:
I - Se naturalizar brasileiro: os dois requisitos da exceção da
naturalização expressa vista acima: residir 1 ano no Brasil e idoneidade
moral. Mas neste caso ele deixa de ser português será uma
consequência natural de quem se naturaliza. NÃO É VANTAJOSO.
❑ Quase Nacionalidade
II - Requerer a equiparação: será chamado de “português equiparado”,
ou seja, terá TODOS os direitos de um brasileiro naturalizado com a
vantagem de continuar sendo Português, MUITO VANTAJOSO.
Pode votar e ser votado, ajuizar remédios constitucionais, etc., mas deve
optar em qual dos dois países vai exercer seus direitos políticos de votar
e ser votado. Mas a CF/88 exige reciprocidade de Portugal em favor dos
brasileiros lá residentes.
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e
naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.

❑ Extradição:
▪ Brasileiro nato não será extraditado – NÃO HÁ EXCEÇÃO
▪ Naturalizado será extraditado nos casos de crimes comuns praticados antes
da naturalização ou comprovado envolvimento e tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins.
.
❑ Cargos privativos de brasileiros natos:
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa
Art. 89, VII Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de
consulta do Presidente da República, e dele participam: (...) VII - seis
cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade,
sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo
Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com
mandato de três anos, vedada a recondução.

Art. 222 Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de


radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa de brasileiros
natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas
constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País.
❑ Deportação: retirada do estrangeiro do território brasileiro se
aqui entrou ou permaneceu irregularmente. Ato unilateral.

❑ Expulsão: retirada do estrangeiro do território brasileiro se aqui


praticou ato atentatório ao interesse nacional. Feito por decreto
do presidente. Ato unilateral. Exemplo: Larry Rohter, do New York
Times, disse que Lula era um bêbado e saiu no New York Times;
Lula fixou prazo para ele deixar o Brasil, mas voltou atrás.
❑ Extradição: envio da pessoa (estrangeiro ou brasileiro
naturalizado) para outro país para que lá seja processada ou
cumpra pena. Ato unilateral. Bilateral.

- Exemplo 1: José Maria Marin foi preso na Suíça em


27/maio/2015 nas eleições da FIFA, com pedido de extradição dos
EUA, para lá responder processo criminal.

- Exemplo 2: Itália pediu extradição de Cesare Batisti para cumprir


pena por crimes lá cometidos
❑Perda da nacionalidade

São duas hipóteses:


▪ Perda-punição. Ação judicial para cancelamento da
naturalização:
a. Recai obviamente sobre brasileiros naturalizados.
b. Tramita na justiça Federal: CF, 109, X
c. Ajuizada pelo MP Federal
d. Cabimento: quando houver atividade nociva ao interesse
nacional (crime)
e. Momento da perda: trânsito em julgado da sentença
f. Reaquisição da nacionalidade brasileira: entende-se que não, mas
a doutrina admite a ação rescisória do Processo Civil em 2 anos
trânsito em julgado.
❑ Perda-mudança
Aquisição voluntária de outra nacionalidade: por exemplo, brasileiro
migra para os EUA e anos depois se naturaliza americano: perde a
nacionalidade brasileira.
a. Recai sobre brasileiro nato e naturalizado.

Exceção:
▪ Reconhecimento de nacionalidade originaria pela lei estrangeira;
Exemplo: Sujeito nasceu no Brasil e é neto de italianos – É brasileiro
pelo critério jus solis, mas pelo critério jus sanguinis é italiano originário.
▪ Imposição de naturalização estrangeira como condição para
permanência em seu território ou para exercício de direitos civis. Nestas
hipóteses, haverá um conflito positivo de nacionalidade – polipátrida
Em caso de nenhum estado reconhecer o indivíduo como nacional, será
apátrida – conflito negativo de nacionalidade.
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República
Federativa do Brasil.

§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a


bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais.

§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão


ter símbolos próprios.
DIREITOS POLÍTICOS
(Art. 15 a 16, CF)
DIREITOS POLÍTICOS
Trata-se do desdobramento do princípio democrático; sendo o regime
político no qual o povo participa/decide os rumos do Estado.

A depender da forma que é, esta participação popular, a democracia


poder ser:

▪ Direta: reminiscência histórica; é o povo exercendo diretamente as


funções de Estado (legislando, julgando e administrando);

▪ Indireta ou representativa: é aquela em que o povo periodicamente


escolhe seus governantes, e estes exercem a função de Estado em
nome do povo.
▪ Modelo híbrido: democracia semidireta ou participativa.
Nada mais é que a democracia indireta com alguns
instrumentos de participação direta do povo no poder.

Art. 1º - Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o


exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente,
nos termos desta Constituição.
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio
universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para
todos, e, nos termos da lei, mediante:

I - plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular.

Formas de participação direta do povo:


Outro instrumento de participação do povo é a ação popular,
instrumento de participação direta para o povo fiscalizar o
poder público.
DIREITOS POLÍTICOS POSITIVOS
É o conjunto de normas que serve para viabilizar a participação do povo no
processo político.

Desdobramentos:
▪ Direito de votar: forma de participação no processo político através da
escolha dos representantes (eleições, plebiscitos, referendos);
▪ Direito de ser votado: candidatar-se, concorrer a cargos eletivos;
▪ Direito de propor ação popular: tem como legitimado ativo o CIDADÃO
(nacional em gozo de direitos políticos – sujeito com título de eleitor);
▪ Direito de apresentar iniciativa popular de lei: o povo pode escrever um
projeto de lei e submetê-lo a uma votação por todo o Brasil e apresentar a
Câmara, para que o projeto seja votado pelos parlamentares e
transformado em lei;
▪ Direito de participar e organizar partidos políticos;
CAPACIDADE ELEITORAL
Ativa:
Direito de votar – pressuposto para tal direito: alistabilidade (ser eleitor);

Passiva:
Capacidade eleitoral passiva – pressuposto para o exercício: elegibilidade.

Art. 14 - § 1º O alistamento eleitoral e o voto são:

I - Obrigatórios para os maiores de dezoito anos;


II - Facultativos para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o
período do serviço militar obrigatório, os conscritos.

Alistamento: - Obrigatório: para maiores de 18 anos


- Facultativo: maiores de 70, analfabeto, menores de 16 anos
e maiores de 18 anos.

§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:

I - a nacionalidade brasileira; natos e naturalizados (isonomia);


portugueses equiparados se preenchidos os requisitos.
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
III - o alistamento eleitoral;
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; ideia mais ampla que domicílio
civil.
V - a filiação partidária;
Regulamento: não há candidatura avulsa.
➢Alterações Lei 9504/77 – art. 9º Art. 9º

Para concorrer às eleições, o candidato deverá possuir


domicílio eleitoral na respectiva circunscrição pelo prazo
de seis meses e estar com a filiação deferida pelo partido
no mesmo prazo.
VI - a idade mínima de:
a) Trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República
e Senador;
b) Trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do
Distrito Federal;
c) Vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou
Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
d) Dezoito anos para Vereador.

A idade mínima deve ser verificada, em regra, no momento da posse,


exceto para vereador que será no momento do registro da
candidatura. Art. 11 da Lei 9504/0
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo
voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei,
mediante:

➢ Sufrágio: direito de participar do processo político. Ideia mais ampla


que o voto;

➢ Voto: materialização do direito.

➢ Voto universal: a CR no caput do art. 14 fala que a universalidade é


uma característica do sufrágio, mas também é uma característica do
voto. Essa universalidade não é algo absoluto, o que a CF não permite
são distinções de caráter desarrazoado, como no passado.
➢ Direto: quem escolhe o representante é o povo. Exceto: art. 81 da
CF, no caso de vacância do cargo de presidente e vice nos dois últimos
anos do mandato.
Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da
República, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última
vaga.
➢ Secreto;
➢ Igual: “one man one vote” – um home um voto;
➢ Periódico: 2 em dois anos – municipais – gerais;
➢ Personalíssimo: não é possível votar por procuração;
➢ Obrigatório: não é o voto que é obrigatório, é o comparecimento,
pois poderá comparecer e votar nulo ou em branco; há ainda o voto
facultativo para os analfabetos, maiores de 70 anos, maiores de 16 e
menores de 18 anos;
❑ Outras formas de exercício da soberania
popular

PLEBISCITO
▪ Consulta formulada ao povo, efetivando-se em
relação àqueles que tenham capacidade eleitoral
ativa, para que deliberem sobre matéria de acentuada relevância,
de natureza cons​ti​tu​cio​nal, legislativa ou administrativa;
▪ Art. 49, XV — CONGRESSO NACIONAL convoca o plebiscito
decreto legislativo é o instrumento usado para CONVOCAR o
plebiscito prévia;
▪ O plebiscito é convocado com anterioridade a ato
legislativo ou administrativo, cabendo ao povo, pelo voto, aprovar
ou denegar o que lhe tenha sido submetido.
❑ Referendo
▪ Consulta formula​da ao povo, efetivando-se em
relação àqueles que tenham capacidade eleitoral
ativa, para que deliberem sobre matéria de
acentuada relevância, de natureza constitucional,
legislativa ou administrativa;
▪ Art. 49, XV — o Congresso Nacional autoriza o referendo;
▪ Decreto legislativo é o instrumento usado;
▪ Posterior — o referendo é convocado com posterioridade a ato
legislativo ou administrativo, cumprindo ao povo a respectiva
ratificação ou rejeição.
INICIATIVA POPULAR
Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer
membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou
do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal
Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos
cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição.

§ 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara


dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento
do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com
não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.
No mínimo 1% do eleitorado nacional. Pelos
5 Estados não menos de 0,3% dos eleitores de cada estado.
A apresentação do PL é na Câmara dos Deputados.

Quais dessas características do voto são cláusulas pétreas?

Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante


proposta:

§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda


tendente a abolir:
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
❑ DIREITOS POLÍTICOS NEGATIVOS
Inelegibilidade: inviabiliza o exercício da capacidade eleitoral passiva. O
inelegível não pode candidatar, mas poderá votar.

Causas de perda e suspensão de direitos políticos: inviabiliza o exercício


da capacidade eleitoral ativa e passiva. Direitos políticos negativos são
conjuntos de normas que inviabilizam a participação no processo
político.

INELEGIBILIDADES
Absolutas: o indivíduo vai ficar inelegível para qualquer eleição e para
qualquer cargo.
Relativas: poderá candidatar-se para uns e outros não.
Podem votar, mas não podem
se candidatar, pois é
Art. 14 § 4º inelegível.
São inelegíveis os Inalistáveis (§4º) e os analfabetos
Inalistáveis: Pessoas que não
podem votar:
Inelegível: não pode se
ESTRANGEIROS Conscritos candidatar.
durante
Serviço Militar
Obrigatório

Não podem votar nem


pode ser votados
5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do
Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou
substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para
um único período subseqüente.

❑As inexigibilidades do § 5º:

▪ Reeleição;
▪ Mesmo cargo;
▪ 1 período subsequente;
▪ Não precisa renunciar.
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da
República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os
Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis
meses antes do pleito.

❑As inexigibilidades do § 6º:

▪ Outro cargo;
▪ Renunciar 6 meses antes do pleito – prazo de
desincompatibilização.

Obs.: Para cargo do legislativo não há limite, a regra da


inelegibilidade é para os cargos do executivo. Não há
necessidade de desincompatibilização para concorrer aos cargos
do legislativo.
§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os
parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do
Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do
Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos
seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e
candidato à reeleição.

A inteligibilidade reflexa é na mesma, ou em menor circunscrição, ou seja,


se José é prefeito de Belo Horizonte, o cônjuge e os parentes estão
impedidos de exercer os cargos de prefeito e vereador de BH, poderão ser
candidatos em outros municípios e estados; se fosse governador de
Minas, estariam impedidos de candidatarem-se a todos os cargos dentro
do Estado de Minas Gerais; se fosse presidente não poderiam candidatar
a nada.
▪ O divórcio não desincompatibiliza para a candidatura, por força
da súmula vinculante 18 - A dissolução da sociedade ou do
vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a
inelegibilidade prevista no § 7º do artigo 14 da Constituição
Federal.

▪ No caso de morte do cônjuge (titular do cargo) não se aplica a


súmula, e o cônjuge sobrevivente poderá se candidatar.

▪ Exceção à inelegibilidade reflexa: se o cônjuge já era titular de


cargo eletivo e já estava concorrendo à reeleição.
§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da
atividade;
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade
superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação,
para a inatividade.

Inelegibilidades legais: A CF art. 14 § 9º permite que LC permita outras


causas de ilegalidades – Lei 64/90 alterada pela LC 135/10 (ficha limpa).
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os
prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a
moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do
candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência
do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou
emprego na administração direta ou indireta.
CAUSAS DE PERDA E SUSPENSÃO
DOS DIREITOS POLÍTICOS
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou
suspensão só se dará nos casos de:

I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em


julgado;
Perda punição – Caso de perda

II - incapacidade civil absoluta; Caso de suspensão

III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem


seus efeitos; Caso de suspensão
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação
alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; Há autores que entendem
que se trata de perda, outros entendem pela suspensão. (não há
consenso).

V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. Caso


de suspensão.

Não existe cassação de direitos políticos, ou seja, a retirada


arbitrária de direitos políticos. No Brasil só admite perda ou
suspensão. Perda em caráter definitiva e suspensão em caráter
temporário.
AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE
MANDATO ELETIVO – AIME ART. 14 §§
10 E 11 DA CR
§ 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça
Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída a
ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.
§ 11. A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de
justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de
manifesta má-fé.
Objetiva a desconstituição do mandado daquele que foi eleito a
custas de fraude, corrupção ou abuso de poder.
Exemplo: candidato que paga contas para que cidadãos votem nele.
▪ Não objetiva declaração de inelegibilidade, pode advir, mas não é
objeto.
▪ Tem caráter civil;
▪ Tramita na justiça eleitoral;
▪ Legitimados ativos: candidatos partidos políticos, coligações e MP
eleitoral.
▪ Legitimados passivos: aqueles que foram eleitos de forma irregular;
nos casos das eleições majoritárias, os chefes do executivo vêm em
litisconsorte passivo com o vice, e o senador com o suplente – a
ação é proposta contra a chapa;
▪ Prazo é de 15 dias contatos da diplomação.

EC 97/17 as coligações nas eleições proporcionais acabarão; Ação


tramita em segredo de justiça;
DOS PARTIDOS POLÍTICOS
➢ Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de
partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o
regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos
fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes
preceitos:
ART. 1º O PLURALISMO POLÍTICO.
Art. 17. É livre:
➢ Criação,
➢ Fusão,
➢ Incorporação,
➢ E extinção de partidos políticos

➢ Resguardados a:
➢ Soberania nacional,
➢ O regime democrático,
➢ O pluripartidarismo,
➢ Os direitos fundamentais da pessoa humana
RESGUARDADO (DEVERES):

I - Caráter nacional;
II - Proibição de recebimento de recursos
financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de
subordinação a estes;
III - Prestação de contas à justiça eleitoral;
IV - Funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para:

➢ Definir sua estrutura interna;


➢ Estabelecer regras sobre escolha, formação e duração
de seus órgãos permanentes e provisórios;
➢ E sobre sua organização e funcionamento;
➢ E para adotar os critérios de escolha e o regime de
suas coligações nas eleições majoritárias,
➢ Vedada a sua celebração nas eleições proporcionais, sem
obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em
âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo
seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade
partidária.

➢ § 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade


jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no
tribunal superior eleitoral.
EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 97/2017:
Instituiu no ordenamento jurídico brasileiro uma “cláusula de
barreira”.

▪ § 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso


gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei, os partidos
políticos que alternativamente:

I - Obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo,


3% (três por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um
terço das unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois por
cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou
II- Tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais
distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação.
▪ § 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização
paramilitar.

▪ § 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos


previstos no § 3º deste artigo é assegurado o mandato e facultada
a filiação, sem perda do mandato, a outro partido que os tenha
atingido, não sendo essa filiação considerada para fins de
distribuição dos recursos do fundo partidário e de acesso gratuito
ao tempo de rádio e de televisão.
▪ 6º Os Deputados Federais, os Deputados Estaduais, os
Deputados Distritais e os Vereadores que se desligarem do
partido pelo qual tenham sido eleitos perderão o mandato, salvo
nos casos de anuência do partido ou de outras hipóteses de
justa causa estabelecidas em lei, não computada, em qualquer
caso, a migração de partido para fins de distribuição de recursos
do fundo partidário ou de outros fundos públicos e de acesso
gratuito ao rádio e à televisão.

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