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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS


DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
LEGISLAÇÃO DO ENSINO BÁSICO

DAVI DA SILVA VINENTE


NAYLA MATO DE FREITAS
THAIS PINHEIRO FREIRE

ESTADO, LEGISLAÇÃO E POLÍTICAS PÚBLICAS: ORIGENS, CONCEITOS E


ORGANIZAÇÕES

MANAUS - AM
2023
INTRODUÇÃO

O início ao estudo da legislação do ensino básico é dado com o primeiro eixo de


aprendizagem denominado Estado, legislação e políticas públicas: origem, conceito e
organização. Levar em consideração a historicidade e o contento histórico antes de
aprender o que é e quais são as legislações do ensino é muito relevante para construir um
pensamento crítico sobre.
O Estado é uma sociedade política e juridicamente organizada em determinado território
com um governo soberano. Aqui a referência é o Estado Nação (países). O Estado é uma
pessoa jurídica, sujeito de direitos e obrigações.
Legislação é um corpo de leis que regulariza determinada matéria ou ciência, ou ainda um
conjunto de lei que organiza a vida de um país.
Políticas públicas são ações desenvolvidas pelo governo para garantir direitos à população
em diversas áreas.
Estes são um dos conceitos dado ao Estado, a legislação e as políticas públicas sem
apresentar a origem de cada um antes, o que facilitaria a construção de uma ideia clara
sobre cada um chegando assim no conceito deles. Esta é uma das principais importância
de estudar a origem, conceito e organização do primeiro eixo para dar seguimento a
construção do conhecimento sobre legislação do ensino básico.

ESTADO

Origem
A origem do Estado está vinculada ao processo de modernização dos territórios, desde o
período da Antiguidade, que tomou força especialmente pela formação dos chamados
Estados nacionais. A necessidade do estabelecimento de leis para regerem o agrupamento
de populações que dividiam um mesmo território, e, ainda, compartilhavam hábitos culturais
diversos, foi um dos impulsionadores dos Estados modernos.
De forma mais recente, a ascensão do sistema mercantilista e, posteriormente, capitalista
de produção contribuiu para a formalização desse conceito, que se tornou fundamental para
o estabelecimento das relações internacionais entre os países do globo.
A origem do Estado também está fortemente vinculada aos componentes básicos da sua
formação, que são elementos fundamentais para a estruturação de Estado, sendo eles:
território, população, governo e soberania.
Nesse sentido, o período das Grandes Navegações assim como o período das Guerras
Mundiais subsidiaram ainda mais a formação do conceito de Estado, visto que se
estabeleceram nesses marcos históricos diversas disputas entre territórios e governos, que
solidificaram a estruturação do Estado como entidade de forte viés administrativo.

Conceito
A palavra política vem do grego politiké, cuja semântica está associada à arte ou ciência de
dirigir, de governar. Os gregos, há mais de dois mil anos, organizaram-se em cidades-
estados, dotadas de governos próprios, chamadas de polis. Mas, para a formação do
governo, necessário se fez que fosse instituído um conjunto de normas e organizados
mecanismos para a imposição de seu cumprimento. Ou seja, foi imprescindível a
constituição de um poder político, mais tarde, separado em executivo, legislativo e judiciário.
O Estado é um conceito da Geografia que está ligado ao ordenamento jurídico de
determinado território. Portanto, ele contempla todas as instituições políticas e jurídicas que
compõem a formação de um país, como as leis, os decretos, as resoluções, entre outros.
Assim, ele está intimamente ligado à estrutura administrativa de um território, que
tradicionalmente está alicerçada por meio de um documento constitucional e de um governo
em comum. O Brasil, por exemplo, é um Estado, pois possui ordenamento jurídico próprio,
vinculado ao poder governamental central, que administra um território.
● Estado: escrito com letra maiúscula, remete à unidade administrativa de um governo
exercida em uma unidade espacial.
● estado: escrito com letra minúscula, remete ao tipo de regionalização do território,
formada por unidades espaciais menores chamadas de estados.

Organização
Classicamente, há três formas de estado: a unitária, a federação e a confederação. Quando
só há um centro de poder, ou seja, apenas um órgão legislativo, executivo e judiciário,
temos o estado unitário. Quando este poder é fragmentado entre um ente central e vários
entes regionais, sem que, no entanto, haja a possibilidade dos Estados-membros serem
soberanos e se separarem, temos a federação. Quando, além da fragmentação, o pacto de
constituição fixa que os Estados-membros terão plenos poderes, inclusive de soberania e,
portanto, de se separarem, temos a confederação. Esta é, no entanto, uma classificação
superficial, pois não há, hoje, um estado federal padrão, mas sim vários, com diferenças
enormes entre si. Doutrinadores mais modernos, inclusive, trazem subdivisões do
federalismo, o que é mais preciso didaticamente. Do mesmo modo, hoje, não temos um
estado unitário que se enquadre no conceito clássico, havendo, pelo contrário, derivações
que descaracterizam em muito o modelo concebido.
A seguir outros termos que podem nos ajudar a entender a constituição do Estado:
● Território: não há Estado sem território, já que esse recorte espacial é fundamental
para o estabelecimento de relações de poder expressas por meio de um governo
central.
● Governo: é entendido como unidade política e jurídica que administra o Estado, no
geral, por meio de um governo central que compartilha ações com as demais
entidades estatais.
● População: é o conjunto de pessoas vinculadas ao poder estatal, portanto, seguem a
lógica administrativa dessa unidade espacial.
● Soberania: é fundamental para a independência governamental local frente aos
outros países e, ainda, ao controle do seu território de forma pacificada e unificada.
A soberania também está atrelada ao conjunto de relações com outros países, em
situações como conflitos bélicos e acordos econômicos, por exemplo.

LEGISLAÇÃO

Origem
A elaboração das leis modernas, concentrada em especial no Estado, e, particularmente, no
Poder Legislativo, só foi possível graças a um longo desenvolvimento das sociedades,
através do qual se percorreu diversas etapas, desde a idéia de origem divina das Leis até a
racionalização da produção jurídica.
Durante a Antiguidade a sua principal característica: a relação direito e religião, cujos
pensamentos andavam de mãos dadas. Através da análise de algumas das principais
produções legislativas, tanto da GRÉCIA CLÁSSICA – LEI MOSAICA – TORAH, como da
HERANÇA ROMANA – LEIS DAS TÁBUAS e as DIVERSAS CODIFICAÇÕES
LEGISLATIVAS, e das suas importâncias para a formação do DIREITO ROMANO.
Em outro momento temos a configuração da - IDADE MÉDIA - destacando o processo de
laicização da produção legislativa e a influência do Parlamento Inglês, considerado o
BERÇO DO PODER LEGISLATIVO MODERNO, cujo inicio atuava como CORTE DE
JUSTIÇA.

Conceito
A legislação é o regime imposto para a ordem, limites, responsabilidades e garantias da
sociedade, além de regular o poder do Estado, estabelecendo o que pode e o que não pode
ser feito. A autoridade máxima é a constituição, configurada nas linhas que a compõem, o
que implica que nenhuma lei pode desobedecê-la.
Organização
Nos regimes democráticos, três poderes apresentam-se bem definidos e atuantes: o Poder
Executivo, o Poder Legislativo e o Poder Judiciário.
● Poder Executivo compete exercer o comando da nação, conforme aos limites
estabelecidos pela Constituição ou Carta Magna do país.
● Poder Judiciário tem a incumbência de aplicar a lei em casos concretos, para
assegurar a justiça e a realização dos direitos individuais e coletivos no processo
das relações sociais, além de velar pelo respeito e cumprimento do ordenamento
constitucional.
● Poder Legislativo, a ele compete produzir e manter o sistema normativo, ou seja, o
conjunto de leis que asseguram a soberania da justiça para todos - cidadãos,
instituições públicas e empresas privadas.
A par da Constituição Brasileira de 1988, conhecida como a "constituição cidadã", o título IV
da Organização dos Poderes, Capítulo I, Seção VIII, disciplina as questões do processo
legislativo. A Constituição de 1988 estabelece as matérias relacionadas à iniciativa,
elaboração, sanção, veto e promulgação, bem como, as competências legislativas
referentes a cada poder.
Convém assinalar, que de um modo genérico, a lei, na experiência constitucional
brasileira,é definida por seu regime jurídico e por sua forma; enquanto tal é um ato
normativo revestido de força coercitiva. Assim, à exceção da emenda constitucional, todas
as espécies contidas no art. 59 da Constituição Federal são leis.
Por sua vez, só os atos legislativos dispostos neste artigo acima mencionado adquirem
força de lei; em outras palavras, não cabe ao legislador ordinário aumentar esse número, a
não ser via reforma constitucional. Esta determinação está baseada no principio da
tipicidade das leis.
O art. 59 do título IV da Organização dos Poderes do Capítulo I da Subseção I da
Constituição Federal estabelece que o processo legislativo compreende a elaboração de:
● I. emendas à Constituição;
● II. leis complementares;
● III. leis ordinárias;
● IV. leis delegadas;
● V. medidas provisórias;
● VI. decretos legislativos;
● VII. resoluções.
POLÍTICAS PÚBLICAS
Origem
Por volta de 1930 surgiu as primeiras atividades sistemáticas que serviram para a
formulação de políticas públicas no Brasil, através da implantação do Estado
Nacional-Desenvolvimentista, período este conhecido como “Era Vargas”, entre os
anos de 1930 a 1945 e de 1945 até o ano de 1954, onde Getúlio Vargas cumpriu a
meta de organizar o aparelho do Estado de acordo com o modelo burocrático
weberiano, o qual os funcionários eram recrutados por meio de concurso público.
(LEITE JÚNIOR, 2009, p.24).

Entorno de 1970, no que se refere as políticas públicas, em especial a política de


proteção social, tem como marco inicial transformações muito significativas nas
áreas sociais e econômicas, onde o Estado começa a assumir de maneira mais
atuante seu papel de promotor do bem-estar social, como também no
desenvolvimento econômico do país, principalmente entre os anos de 1970 a 1980.
Esse modelo de proteção social é baseado na lógica autoritária implantada na
ditadura militar, período em que esses programas e serviços foram muito usados
como mecanismo de compensação à forte repressão do governo perante a
sociedade dessa época.

Comparando com outros países, por volta dos últimos anos do século XX e início do
século XXI, nos países considerados periféricos e centrais, ficou bem nítido que
estes foram apresentando consideráveis transformações no campo das políticas
sociais, principalmente no que se refere às mudanças no mercado capitalista, mas
em contrapartida devido a crescente concentração do capital financeiro, como
também a regionalização dos mercados, acabou causando o aumento da pobreza e
consequentemente a exclusão da maioria da população.

Na busca pela promoção do bem-estar social no Brasil, é imprescindível relatar


sobre algumas questões econômicas inseridas na política brasileira. Nesse
contexto, o professor João Bosco Mousinho Reis enfatiza que no governo de Itamar
Franco teve a implementação do Plano Real, o qual foi de suma importância para a
política econômica no Brasil, dando continuidade no governo de Fernando Henrique
Cardoso e Luis Inácio Lula da Silva, tendo em vista que houve uma estabilização
econômica, em razão principalmente ao controle da inflação, o qual colocou o Brasil
em uma relevância política a nível global. (REIS, 2016, p.100).
Linha do tempo das Políticas públicas no Brasil:

● Década de 70, lutas e acúmulos da sociedade em período da ditadura


militar. 

● Década de 80, período de redemocratização marcado pela Constituição de


1988, vitória do povo.

● Década de 90, estabilização econômica com o Plano Real de 1994, marcou a


privatização e aderência às políticas do FMI e Banco Mundial, intensificando
as normas do neoliberalismo.

● Década 2000, Período de políticas públicas mais efetiva com ênfase no


combate à pobreza extrema 2003 chegar no PT ao poder, distribuição do
poder e autonomia as instituições estatais, pacto federativo e PAC.

● Década de 2010, aumentou a presença do Estado através de políticas e


programas sociais em regiões onde antes era ainda muito mais vulnerável.
Passamos a colher frutos de várias políticas públicas implementadas.

● Década de 2020, marcada pela desestabilização política, impeachment e


com isso os desmontes de várias políticas públicas e algumas exterminadas
e outras sobrevivendo à míngua com subfinanciamento e desinteresse do
governo, por ter sido construídas no governo PT.

Conceito
Há vários conceitos possíveis sobre políticas públicas, mas entendemos que estas
somente podem ser bem compreendidas se avaliadas a partir de sua função. Nesse
sentido, as políticas públicas servem ao propósito de materializar os objetivos do
Estado, insculpidos em sua legislação interna ou nos tratados e convenções do qual
é signatário, e não de promover direitos sociais. Tanto que Estados de tradição
liberal, ainda que descomprometidos com a promoção de direitos, realizam políticas
públicas. Não é possível compreender as ações estatais de prestação de direitos
sociais como políticas públicas em sentido estrito. Isto é, se política pública é o
nome dado a qualquer ato do Estado ou do governo para se por em ação,
programas de promoção de direitos sociais poderiam ser afirmados como políticas
públicas nesse sentido lato, mas essa definição é tão ampla que permite incluir, aqui
(como já dito no início deste artigo), até ações do Estado que organizam sua
burocracia interna.

Organização
a) Políticas públicas distributivas, aquelas que destinam benefícios a grupos ou regiões
específicas em detrimento do todo social, devido à limitação de recursos. Como exemplos
dessa atividade, os incentivos fiscais concedidos a pequenos empreendedores como
escopo na geração de emprego e renda, políticas de transferência de renda. Vale destacar
que esta vertente encontra-se sob a ameaça eminente de ser utilizada de maneira
eleitoreira em ações com escopo de clientelismo, assistencialismo, entre outros influxos
maculados.
b) Políticas regulatórias, quando disciplinam a atuação da sociedade prioritariamente
através dos policymakers, da administração pública e burocrática, sendo facilmente
identificável na atuação das chamadas agências reguladoras.
c) Políticas redistributivas, atingem uma quantidade considerável de indivíduos impondo-
lhes “perdas concretas e no curto prazo”, ao passo que levará a “ganhos incertos e futuro”
para outro feixe social, há uma realocação dos recursos de um grupo para outro, possuem
pretensão universal, daí podem ser englobados as políticas tributárias.
d) Políticas constitutivas, de visão mais programática, traçam as linhas gerais pela qual
devem ser desenvolvidas as demais políticas e se encontram num nível superior às demais,
destacando-se aquelas que trazem a distribuição de competências e separação de poderes.
Como identificar os atores em uma política pública? Existem diversos critérios. Entretanto, o
mais simples e eficaz é estabelecer quem tem alguma coisa em jogo na política em
questão. Ou seja, quem pode ganhar ou perder com tal política, quem tem seus interesses
diretamente afetados pelas decisões e ações que compõem a política em questão.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

REIS, João Bosco M. A Nova Matriz Econômica e a recessão econômica do governo Dilma
Rousseff: erros e consequências sobre o nível de atividade econômica. Instituto de
Relaciones Internacionales, 2016. p. 1-29.

LEITE JÚNIOR, Alcides Domingues. Desenvolvimento e mudanças no estado brasileiro.


Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração/ UFSC; CAPES: UAB, 2009. p.
90.
SANTOS, Jelson S. Construção das políticas públicas no Brasil, 2021, Brasil de Fato – Uma
visão popular do Brasil e do mundo. 2021, p. 4.

IFANGER, Fernanda C. On The Concepto f Public Policies, 2019 – Revista de Direito


Brasileira, 2019 p. 15.

Manoel Gonçalves Ferreira Filho – Do Processo Legislativo – 6ª edição – Editora Saraiva –


São Paulo – 2007

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da educação e da pedagogia: geral e do Brasil.-


3. ed - rev e ampl. - São Paulo: Moderna 2006

Câmara dos deputados. O que é legislação. 2023. Disponível em:


(https://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-mistas/cpcms/
normativas/oqueelegislacao.html#:~:text=Em%20resumo%2C%20a%20legisla
%C3%A7%C3%A3o%20de,para%20assegurar%20estabilidade%20governamental%20e)

IPRI - Banco de Teses e Dissertações. De onde vem nossas leis. Origem e conteúdo da
legislação em perspectiva comparada. 2023. Disponível em:
(https://www.funag.gov.br/ipri/btd/index.php/9-teses/1558-de-onde-vem-nossas-leis-origem-
e-conteudo-da-legislacao-em-perspectiva-comparada)

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