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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

CONCURSO PREFEITURA DE JAGUARIBE –


CE.
Cargo: Agente Administrativo.
Sumário

Noções da Administração Pública. ........................................................... 1


Noções de Direito Administrativo e Licitações. ........................................ 9
Noções de Atos Administrativos. ........................................................... 33
Contratos Administrativos. .................................................................... 39
Serviços Públicos. .................................................................................. 45
Servidores Públicos. .............................................................................. 52
Controle da Administração. ................................................................... 61
Correspondência Oficial. Redação Oficial. Formas De Tratamento.
Expressões e Vocábulos Latinos de uso frequente nas Comunicações
Administrativas Oficiais. Modelos e/ou Documentos utilizados. ........... 84
Cuidados com o ambiente de trabalho: Noções de segurança e higiene do
trabalho. ............................................................................................. 113

Noções da Administração Pública.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA:
A administração pública pode ser definida objetivamente como a atividade
concreta e imediata que o Estado desenvolve para assegurar os interesses
coletivos e, subjetivamente, como o conjunto de órgãos e de pessoas
jurídicas aos quais a Lei atribui o exercício da função administrativa do
Estado.
Sob o aspecto operacional, administração pública é o desempenho perene
e sistemático, legal e técnico dos serviços próprios do Estado, em benefício
da coletividade.
A administração pública pode ser direta, quando composta pelas suas
entidades estatais (União, Estados, Municípios e DF), que não possuem
personalidade jurídica própria, ou indireta quando composta por entidades
autárquicas, fundacionais e paraestatais.
Segundo ensina Maria Sylvia Zanella Di Pietro o conceito de administração
pública divide-se em dois sentidos: “Em sentido objetivo, material ou
funcional, a administração pública pode ser definida como a atividade
concreta e imediata que o Estado desenvolve, sob regime jurídico de direito
público, para a consecução dos interesses coletivos. Em sentido subjetivo,
formal ou orgânico, pode-se definir
Administração Pública, como sendo o conjunto de órgãos e de pessoas
jurídicas aos quais a lei atribui o exercício da função administrativa do
Estado”.
Assim, administração pública em sentido material é administrar os
interesses da coletividade e em sentido formal é o conjunto de entidade,
órgãos e agentes que executam a função administrativa do Estado.
ESTADO.
O Estado é uma criação humana destinada a manter a coexistência pacífica
dos indivíduos, a ordem social, de forma que os seres humanos consigam
se desenvolver e proporcionar o bem-estar a toda sociedade. Pode ser
definido como o exercício de um poder político, administrativo e jurídico,
exercido dentro de um determinado território, e imposto para aqueles
indivíduos que ali habitam.
GOVERNO:
É o conjunto de órgãos e as atividades que eles exercem no sentido de
conduzir politicamente o Estado, definindo suas diretrizes. Não se confunde
com a Administração Pública em sentido estrito, que tem a função de
realizar concretamente as diretrizes traçadas pelo Governo. Portanto,
enquanto o Governo age com ampla discricionariedade, a Administração
Pública atua de modo subordinado.
Sistema de Governo é o modo como se relacionam os poderes; Executivo e
Legislativo. Existem os seguintes sistemas de governo:
a) Presidencialista: O Chefe de Estado também é o chefe de Governo. É o
sistema adotado no Brasil;
b) Parlamentarista: A chefia de Estado é exercida por um presidente ou um
rei, sendo que a chefia de Governo fica a cargo de um gabinete de ministros,
nomeados pelo Parlamento e liderados pelo primeiro-ministro;
c) Semi-presidencialista: Também chamado de sistema híbrido, é aquele em
que o chefe de Governo e o chefe de Estado compartilham o Poder
Executivo e exercem a Administração Pública;
d) Diretorial: O Poder executivo é exercido por um órgão colegiado
escolhido pelo Parlamento. Ao contrário do parlamentarismo, não há
possibilidade de destituição do diretório pelo Parlamento.
As formas de Governo (ou sistemas políticos) dizem respeito ao conjunto
das instituições pelas quais o Estado exerce seu poder sobre a sociedade e,
principalmente, o modo como o chefe de Estado é escolhido. Existem duas
formas:
a) Presidencialismo: Escolhido pelo voto (direto ou indireto) para um
mandato pré-determinado;
b) Monarquia: Escolhido geralmente pelo critério hereditário, sua
permanência no cargo é vitalícia - o afastamento só pode ocorrer por morte
ou abdicação. A monarquia pode ser absoluta, em que a chefia de Governo
também está nas mãos do monarca; ou parlamentarista, em que a chefia
de Governo está nas mãos do primeiro-ministro;
ELEMENTOS DO ESTADO:
1) População: Reunião de indivíduos num determinado local, submetidos a
um poder central. O Estado vai controlar essas pessoas, visando, através do
Direito, o bem comum. A população pode ser classificada como nação,
quando os indivíduos que habitam o mesmo território possuem como
elementos comuns a cultura, língua e religião. Possuem nacionalidades,
cultura, etnias e religiões diferentes.
2) Território: Espaço geográfico onde reside determinada população. É
limite de atuação dos poderes do Estado. Vale dizer que não poderá haver
dois Estados exercendo seu poder num único território, e os indivíduos que
se encontram num determinado território estão submetidos a esse poder
uno.
3) Soberania: É o exercício do poder do Estado, internamente e
externamente. O Estado, dessa forma, deverá ter ampla liberdade para
controlar seus recursos, decidir os rumos políticos, econômicos e sociais
internamente e não depender de nenhum outro Estado ou órgão
internacional.
PODERES DO ESTADO:
A existência de três Poderes e a idéia que haja um equilíbrio entre eles, de
modo que cada um dos três exerça um certo controle sobre os outros é sem
dúvida uma característica das democracias modernas. A noção da
separação dos poderes foi intuída por Aristóteles, ainda na Antiguidade,
mas foi aplicada pela primeira vez na Inglaterra, em 1653. Sua formulação
definitiva, porém, foi estabelecida por Montesquieu, na obra “O Espírito
das Leis”, publicada em 1748, e cujo subtítulo é “Da relação que as leis
devem ter com a constituição de cada governo, com os costumes, com o
clima, com a religião, com o comércio, etc.”
“É preciso que, pela disposição das coisas, o poder retenha o poder”, afirma
Montesquieu, propondo que os poderes executivo, legislativo e judiciário
sejam divididos entre pessoas diferentes. Com isso, o filósofo francês
estabelecia uma teoria a partir da prática que verificara na Inglaterra, onde
morou por dois anos. A influência da obra de Montesquieu pode ser medida
pelo fato de a tripartição de poderes ter se tornado a regra em todos os
países democráticos modernos e contemporâneos.
Executivo e Legislativo
Em primeiro lugar, pode-se citar o poder Executivo que, em sentido estrito,
é o próprio Governo. No caso brasileiro - uma república presidencialista - o
poder Executivo é constituído pelo Presidente da República, supremo
mandatário da nação, e por seus auxiliares diretos, os Ministros de Estado.
O poder Executivo exerce principalmente a função administrativa,
gerenciando os negócios do Estado, aplicando a lei e
zelando pelo seu cumprimento. Além disso, o Executivo também exerce,
em tese de modo limitado, a atividade legislativa através da edição de
medidas provisórias com força de lei e da criação de regulamentos para o
cumprimento das leis. No entanto, desde o fim da ditadura militar, em
1985, os presidentes brasileiros demonstram uma tendência a abusar das
medidas provisórias para fazer leis de seus interesses, quando estas só
deveriam ser editadas, de acordo com a Constituição, “em caso de urgência
e necessidade extraordinária”.
Fazer leis ou legislar é a função básica do poder Legislativo, isto é, o
Congresso Nacional. Composto pelo Senado e pela Câmara dos Deputados,
o Congresso também fiscaliza as contas do Executivo, por meio de Tribunais
de Contas que são seus órgãos auxiliares, bem como investiga autoridades
públicas, por meio de
Comissões Parlamentares de Inquéritos (CPIs). Ao Senado Federal cabe
ainda processar e julgar o presidente, o vice-presidente da República e os
ministros de Estado no caso de crimes de responsabilidade, após a
autorização da Câmara dos Deputados para instaurar o processo.
O Poder Judiciário
Já o poder Judiciário tem, com exclusividade, o poder de aplicar a lei nos
casos concretos submetidos à sua apreciação. Nesse sentido, cabe aos
juízes garantir o livre e pleno debate da questão que opõe duas ou mais
partes numa disputa cuja natureza pode variar - ser familiar, comercial,
criminal, constitucional, etc. -, permitindo que todos os que serão afetados
pela decisão da Justiça expor suas razões e argumentos.
FINS:
A Administração Pública tem como principal objetivo o interesse público,
seguindo os princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência.
Quanto à organização e aos princípios, vamos estudar mais adiante.

PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.


Princípios explícitos.
A atividade administrativa, em qualquer dos poderes ou esferas, obedece
aos princípios gerais e constitucionais da legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência, como impõe a norma fundamental do
artigo 37 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, que
assim dispõe em seu caput:
“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte”.
Diante de tais princípios expressos constitucionalmente temos:
Princípio da Legalidade: Este é o principal conceito para a configuração do
regime jurídico-administrativo, pois se justifica no sentido de que a
Administração Pública só poderá ser exercida quando estiver em
conformidade com a Lei.
O Administrador Público não pode agir, nem mesmo deixar de agir, senão
de acordo com o que dispõe a Lei.
Para que a administração possa atuar, não basta à inexistência de proibição
legal, é necessária para tanto a existência de determinação ou autorização
de atuação administrativa na lei. Os particulares podem fazer tudo o que a
Lei não proíba, entretanto a Administração Pública só pode fazer aquilo que
a lei autorizar. Importante ainda esclarecer que a administração pública
está
obrigada, no exercício de suas atribuições, à observância não apenas dos
dispositivos legais, mas também em respeito aos princípios jurídicos como
um todo, inclusive aos atos e normas editadas pela própria administração
pública.
Princípio da Impessoalidade: Por tal princípio temos que a Administração
Pública tem que manter uma posição de neutralidade em relação aos seus
administrados, não podendo prejudicar nem mesmo privilegiar quem quer
que seja. Dessa forma a Administração pública deve servir a todos, sem
distinção ou aversões pessoais ou partidárias, buscando sempre atender ao
interesse público.
Impede o princípio da impessoalidade que o ato administrativo seja
emanado com o objetivo de atender a interesses pessoais do agente
público ou de terceiros, devendo ter a finalidade exclusivamente ao que
dispõe a lei, de maneira eficiente e impessoal.
Ressalta-se ainda que o princípio da impessoalidade possui estreita relação
com o também principio constitucional da isonomia, ou igualdade, sendo
dessa forma vedadas perseguições ou benesses pessoais.
Princípio da Moralidade: Tal princípio vem expresso na Constituição
Federal no caput do artigo 37, que trata especificamente da moral
administrativa, onde se refere à ideia de probidade e boa-fé.
A partir da Constituição de 1988, a moralidade passou ao status de principio
constitucional, dessa maneira pode-se dizer que um ato imoral é também
um ato inconstitucional.
A falta da moral comum impõe, nos atos administrativos a presença
coercitiva e obrigatória da moral administrativa, que se constitui de um
conjunto de regras e normas de conduta impostas ao administrador da
coisa pública.
Assim o legislador constituinte utilizando-se dos conceitos da Moral e dos
Costumes uma fonte subsidiária do Direito positivo, como forma de impor
à Administração Pública, por meio de juízo de valor, um comportamento
obrigatoriamente ético e moral no exercício de suas atribuições
administrativas, através do pressuposto da moralidade.
A noção de moral administrativa não esta vinculada às convicções intimas
e pessoais do agente público, mas sim a noção de atuação adequada e ética
perante a coletividade, durante a gerência da coisa pública.
Princípio da Publicidade: Por este principio constitucional, temos que a
administração tem o dever de oferecer transparência de todos os atos que
praticar, e de todas as informações que estejam armazenadas em seus
bancos de dados referentes aos administrados.
Portanto, se a Administração Pública tem atuação na defesa e busca aos
interesses coletivos, todas as informações e atos praticados devem ser
acessíveis aos cidadãos.
Por tal razão, os atos públicos devem ter divulgação oficial como requisito
de sua eficácia, salvo as exceções previstas em lei, onde o sigilo deve ser
mantido e preservado.
Princípio da Eficiência: Por tal principio temos a imposição exigível à
Administração Pública de manter ou ampliar a qualidade dos serviços que
presta ou põe a disposição dos administrados, evitando desperdícios e
buscando a excelência na prestação dos serviços.
Tem o objetivo principal de atingir as metas, buscando boa prestação de
serviço, da maneira mais simples, mais célere e mais econômica,
melhorando o custo-benefício da atividade da administração pública.
O administrador deve procurar a solução que melhor atenda aos interesses
da coletividade, aproveitando ao máximo os recursos públicos, evitando
dessa forma desperdícios.
Princípios implícitos.
A doutrina administrativa adota diversos princípios implícitos que norteiam
a atividade administrativa do Estado, entretanto, nos preocupamos em
elencar os principais, senão vejamos:
Princípio da Supremacia do Interesse Público: Tal Princípio, muito embora
não se encontre expresso no enunciado do texto constitucional é de suma
importância para a atividade administrativa, tendo em vista que, em
decorrência do regime democrático adotado pelo Brasil, bem como o seu
sistema representativo, temos que toda a atuação do Poder Público seja
consubstanciada pelo interesse público e coletivo.
Assim, para que o Estado possa atingir a finalidade principal que lhe foi
imposta pelo ordenamento jurídico, qual seja, o interesse público, é
assegurado a administração pública uma série de prerrogativas, não
existente no direito privado, para que se alcance a vontade comum da
coletividade.
Assim, a supremacia do interesse público deve se sobressair sobre os
direitos particulares dos administrados, pois decorre deste princípio que,
na hipótese de haver um conflito entre o interesse público e os interesses
de particulares, é evidente e lógico que a vontade comum e o interesse
coletivo deve prevalecer, respeitados os princípios do devido processo
legal, e do direito adquirido.
Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público: Em decorrência do
princípio da indisponibilidade do interesse público são vedados ao
administrador da coisa pública qualquer ato que
implique em renúncia a direitos da administração, ou que de maneira
injustificada e excessiva onerem a sociedade.
Dessa maneira, a administração pública deve ter sai ação controlada pelo
povo, por meios de mecanismos criados pelo Estado para esta finalidade,
visto que o interesse público não pode ser disponível.
Princípio da Autotutela: O direito Administrativo, diante de suas
prerrogativas confere à Administração Pública o poder de corrigir de oficio
seus próprios atos, revogando os irregulares e inoportunos e anulando os
manifestamente ilegais, respeitado o direito adquirido e indenizando os
prejudicados, cuja atuação tem a característica de autocontrole de seus
atos, verificando o mérito do ato administrativo e ainda sua legalidade;
Princípio da Razoabilidade e Proporcionalidade: A Administração deve agir
com bom senso, de modo razoável e proporcional à situação fática que se
apresenta.
A legislação proporciona ao Administrador Público margem de liberdade
para atuar durante a execução da atividade administrativa, ficando limitado
pelo Princípio da Razoabilidade e Proporcionalidade a arbitrariedade
administrativa, sendo certo que a carência de observância a tal Princípio
configura em abuso de poder.
Princípio da Continuidade: Os serviços públicos não podem parar, devendo
manter-se sempre em funcionamento, dentro das formas e períodos
próprios de sua regular prestação, dada a importância que a execução de
tais serviços públicos representa a coletividade.
Assim a prestação da atividade administrativa deve ser executada de forma
contínua, sendo certo que tal Princípio influencia fortemente a
determinação e limitação legal imposta aos servidores públicos a realização
de greves, visto que os serviços públicos considerados essenciais para a
coletividade não poderá sofrer prejuízos em razão de greves ou
paralisações de seus agentes públicos.

Noções de Direito Administrativo e Licitações.

O Direito Administrativo é uma matéria que faz parte do direito público, e


é responsável pelos princípios e regras que regulamentam as funções
administrativas do Estado. Estas, por sua vez, abrangem órgãos, entes,
agentes e atividades realizadas pela Administração Pública no alcance do
interesse público.
Apesar de estabelecer relações com outros ramos do Direito, o Direito
Administrativo tem autonomia e possui um conjunto de regras e princípios
próprios, que são chamados de regime jurídico-administrativo.

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