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DIREITO CONSTITUCIONAL II

AULA DIA 05/08/2021

O QUE É, E PARA QUE SERVE A CONSTITUIÇAO?

A Constituição é a lei máxima de um país, que traça os parâmetros do sistema jurídico e


define os princípios e diretrizes que regem uma sociedade. Ou seja, ela organiza e
sistematiza um conjunto de preceitos, normas, prioridades e preferências que a sociedade
acordou. É um pacto social constitutivo de uma Nação.
Já no conceito de Manoel Gonçalves Ferreira Filho, a Constituição pode ser entendida como
“o conjunto de regras concernentes à forma do Estado, à forma do governo, ao modo de
aquisição e exercício do poder, ao estabelecimento de seus órgãos e os limites da sua ação”.
A constituição livro das regras elementares sobre como um país um estado se governa.

VOCE ACHA QUE OS DESENHOS DAS NOSSAS INTITUIÇOES CONTRIBUEM PARA ALCANÇAR OS
OBJETIVOD DA SOCIEDADE?

O que são os três poderes


Os três poderes são: Executivo, Legislativo e Judiciário.

Cada um com as suas respectivas funções, fazem parte da


estrutura político-administrativa de boa parte dos estados
ocidentais contemporâneos, o que inclui o Brasil.

É claro que, dependendo do país e dos sistemas de governo, como


o presidencialismo e o parlamentarismo, por exemplo, entre outras
especificidades, a atuação desses âmbitos pode se modificar.

Na Alemanha, que adota um regime parlamentarista, o poder


legislativo (Parlamento) restringe mais a atuação do poder
executivo (Governo).

Isso, quando comparado ao Brasil, por exemplo, que possui


um sistema presidencialista, fica ainda mais evidente.
Qual a importância dos três poderes?
Qual a importância dos três poderes?

Qual a importância dos três poderes?

Os três poderes têm como principal objetivo aumentar a


participação popular nas decisões do governo.

Isso pode ocorrer de forma direta, a partir do voto em medidas,


referendos, plebiscitos e outras ferramentas de consulta pública
previstas na nossa legislação.

Mas também pode se dar de maneira indireta, quando elegemos


políticos que nos representam em seus respectivos âmbitos.

Além disso, os três poderes atuam, ao mesmo tempo, de forma


complementar e fiscal um dos outros.

Essa integração colabora para a preservação do Estado


Democrático de Direito, do funcionamento da máquina pública e
da manutenção da ordem social (seguradora dos direitos civis e
sociais dos cidadãos).

Bom, você pode contestar dizendo que algumas das decisões


tomadas pelo Executivo, Legislativo e Judiciário não contemplam a
maioria da população e, possivelmente, estaria correto em seu
posicionamento.

No entanto, o princípio é esse.

Ou seja, a base pela qual cada um dos três poderes foi proposta é
exatamente essa.

Como surgiram os três poderes?


A busca pela diminuição da concentração de autoridade e poder
nas mãos de poucos não é uma preocupação recente, de certa
forma.
Na Grécia Antiga, durante o Período Clássico (500 a 338
a.C), Aristóteles, em sua obra “A Política”, já trazia conceitos de trias
políticas  ou tripartite,  que indicavam a necessidade de separação
do governo em três poderes.
À época, porém, o poder Legislativo ainda não existia, pois não se
tinha conhecimento sobre leis, direitos, deveres e assim por
diante.

Portanto, além do poder Executivo e Judiciário, tínhamos o


Deliberativo.

Ao longo dos anos, outros autores foram contribuindo para a


formulação de novas teorias sobre a divisão de poderes.

O filósofo inglês John Locke, por exemplo, foi um deles e defendia


que o Legislativo deveria ter ascendência em relação aos outros
dois.

Todos os princípios defendidos por Locke quanto ao tema estão


registrados em seu livro “Segundo Tratado sobre o Governo Civil”.
Passagem do Absolutismo para o Estado Liberal
Mais do que conhecer os autores que escreviam sobre os três
poderes, é importante se atentar para o contexto histórico que
acalorou esse debate.

Durante séculos, a Europa vivia o Absolutismo, regime em que toda


autoridade e o poder eram concentrados nas mãos do Rei e de
camadas privilegiadas da população.

Com o passar do tempo, a burguesia e os mais pobres começaram


a se rebelar contra os desmandos e o autoritarismo dos mais ricos.

Assim, diversas lutas de classes foram pipocando por todo


continente europeu.

A principal delas foi a Revolução Francesa, que promoveu o


surgimento de democracias liberais ao redor do mundo a partir da
difusão de ideais iluministas.

E foi, justamente, um iluminista, o francês Montesquieu, o


responsável pela criação da Teoria da Separação dos Poderes,
que aparece em muitas constituições internacionais, incluindo a
brasileira.

A teoria de Montesquieu prevê uma independência harmônica


entre os âmbitos.

Ou seja, não há uma subordinação entre eles (são livres para atuar
sem a intervenção alheia), mas sem abrir mão da colaboração e
da cooperação mútua.

O iluminista defendia esse modelo porque acreditava que, ao


concentrar as missões de administrar, julgar e legislar com
minorias, as chances dessa centralização se transformar em abuso
de poder eram muito grandes.
Poder Moderador
Durante o Período Imperial, o Brasil teve a presença de um quarto
poder, o Poder Moderador.

Na prática, ele ficava acima dos outros três e possibilitava ao


então Imperador do Brasil, Dom Pedro I, interferir a qualquer
momento nas decisões do Executivo, Judiciário e Legislativo.

O Poder Moderador foi abolido na Constituição de 1891.

As diferenças e funções de cada esfera


de poder

As diferenças e funções de cada esfera de poder

Mas, afinal, o que fazem os três poderes?

O que é atribuição do Executivo, do Legislativo e do Judiciário?

Se você tem esse tipo de dúvida, confira nos próximos tópicos o


que caracteriza cada um dos poderes.
Executivo
Como o próprio nome já indica é aquele que executa as leis
e cuida da administração do Estado nos níveis federal, estadual e
municipal.

Ou seja, no Brasil, estamos falando, respectivamente, do


Presidente da República e seus Ministros, dos governadores dos 26
estados (mais o do Distrito Federal) e seus secretários, além de
todos os prefeitos e secretários municipais.

No âmbito federal, o Presidente da República tem outras


atribuições importantes, como fazer nomeações para cargos
expressivos.

É o caso dos diretores do Banco Central, do procurador-geral e do


advogado-geral da República, entre outros.

No âmbito estadual, os governadores devem se preocupar


em seguir a legislação própria de seus estados, aprovada
inicialmente pela Assembleia Legislativa.

Já no âmbito municipal, como a própria Constituição do


Brasil assegura, cada município tem autonomia para seguir a sua
própria organização.

Com isso, os prefeitos devem desenvolver projetos cujo objetivo


é assegurar aos cidadãos educação, saúde, lazer, segurança,
transporte e cultura de qualidade.
Legislativo
O Poder Legislativo é quem se preocupa com a criação,
modificação e aplicação das leis.

Além disso, é encarregado de fiscalizar de perto o Poder Executivo


e suas ações.

De forma prática, é quem toma conta das questões político-


administrativas e financeiro-orçamentárias.
Ou seja, o Legislativo verifica como o governo está sendo
administrado, mas também não se descuida do dinheiro público,
sempre de olho se as contas e os relatórios apresentados estão de
acordo com as normas.

O poder legislativo também é dividido nos âmbitos federal,


estadual e municipal.

E cada um deles deve prezar por valores como transparência,


eficiência, legalidade, moralidade e impessoalidade.

Judiciário
Se tem um poder que executa e segue as leis e outro que as cria e
modifica, falta um para julgar, certo? Esse é o Judiciário.

O poder judiciário tem como principal missão interpretar as leis,


ou seja, colocar tudo aquilo que está escrito em letras frias e
miúdas em um contexto.

Evidentemente, todas as interpretações feitas pelos membros do


judiciário devem estar previstas na Constituição Brasil.

Quem são os chefes dos três poderes?


Quem são os chefes dos três poderes?

Cada um dos três poderes possui os seus chefes.

Vamos conhecê-los?

o Chefe do Poder Executivo – Federal: Presidente da República,


eleito a cada quatro anos pelo povo
o Chefes do Poder Executivo – Estadual: Governador do Estado,
eleito a cada quatro anos pelo povo
o Chefes do Poder Executivo – Municipal: Prefeito da cidade,
eleito a cada quatro anos pelo povo
o Chefes do Poder Legislativo – Federal: Senadores e
deputados federais, eleitos a cada quatro anos pelo povo
o Chefes do Poder Legislativo – Estadual: Deputados estaduais,
eleitos a cada quatro anos pelo povo
o Chefes do Poder Legislativo – Municipal: Vereadores, eleitos a
cada quatro anos pelo povo
o Chefes do Poder Judiciário: Juízes, desembargadores,
ministros e promotores da justiça, sendo o Supremo Tribunal
Federal a principal autoridade.
Os chefes do Poder Judiciário são os únicos que não são eleitos
democraticamente pelo povo brasileiro.
Formalismo e Funcionalismo

Formalismo e Funcionalismo

Quando falamos da criação do conceito da divisão dos três


poderes, vigoram duas correntes de pensamentos: o Formalismo
e o Funcionalismo.

A primeira é a definição defendida por Montesquieu com a ideia de


que os três poderes devem ter a independência harmônica entre si
para evitar a concentração de autoridade nas mãos de um só.

Já a segunda acredita em uma flexibilização maior dessa divisão


dos poderes, o que, de certa forma, é o que está presente nas
constituições modernas.

Ou seja, como os próprios nomes das correntes pregam, em uma,


há uma visão mais formal e engessada, enquanto a outra
apresenta uma abordagem mais funcional, que vai depender das
circunstâncias de cada sistema de governo para se estabelecer.

É como o exemplo que trouxemos anteriormente, comparando


o regime presidencialista e o parlamentarista.
Há uma clara diferença na atuação do poder Legislativo entre os
modelos, se configurando em uma demonstração do
funcionalismo na prática.

A credibilidade dos três poderes


Agora que você já conhece bastante sobre os três poderes, qual é a
sua visão sobre a opinião dos brasileiros a respeito deles?

Será que os cidadãos enxergam credibilidade nessas instituições?

O Estudo da Imagem do Judiciário Brasileiro, divulgado em


dezembro de 2019 pela Fundação Getúlio Vargas e pela Associação
dos Magistrados Brasileiros (AMB), foi atrás dessa resposta.

Segundo o levantamento, o Judiciário é o poder em que os


entrevistados mais confiam (52%).

O Executivo vem na sequência, com 34% da confiança do público.

Por sua vez, o Legislativo (19%) é o que transmite menor


credibilidade aos cidadãos.

A pesquisa também trouxe outras informações importantes como


a quebra do princípio de independência harmônica dos
poderes.

Para 60% dos brasileiros, volta e meia, os âmbitos se intrometem


nas decisões uns dos outros.

O Legislativo (25%) é apontado como aquele que mais interfere nos


demais, enquanto o Judiciário (28%) é visto como aquele que mais
sofre interferência.

Além disso, 70% caracterizou a relação entre as esferas como


conflituosa.

Sobre a avaliação da atuação dos poderes em si, as respostas


foram:
o Sobre o Judiciário: regular (41%), ruim ou péssima (35%),
ótima ou boa (21%) e sem resposta (3%)
o Sobre o Executivo: ruim ou péssima (46%), regular (36%),
ótima ou boa (16%) e sem resposta (2%)
o Sobre o Legislativo: ruim ou péssima (51%), regular (37%),
ótima ou boa (10%) e sem resposta (2%).

A descrença da população brasileira com os três poderes


reaparece em outro questionamento do estudo.

Quando perguntado “qual poder que cumpre melhor o seu papel?”,


33% dos brasileiros responderam o Judiciário.

No entanto, 28% dos entrevistados disseram que nenhum deles


desempenha a função da forma adequada.

Apenas 6% dos respondentes é que acreditam na execução de um


trabalho bem feito.

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