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AO JUIZO DA VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE LINHARES/ES

HEITOR AGULHAS, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da CTPS,


n°, inscrito no CPFxxxx e RG XXX, residente e domiciliado na Rua, nº 00,
bairro, cidade, Cep 00000000, vem por meio de seu advogado, procuração
anexa a ajuizar com fundamento no artigo 840, §1º, da CLT, C/C art.300 do
CPC, propor;

AÇAO TRABALHISTA COM PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA

Com fundamento no art.840, §1º, da CLT pelo rito Ordinário em face de


PORCELANAS ORIENTAIS LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita
no CNPJ xxxxxxxxx, com endereço na Rua, n, bairro, Linhares ES, cep 0000-
000000 com endereço eletrônico, pelos fatos e razoes a seguir expostos:

I- GRATUIDADE DE JUSTIÇA

Inicialmente, requer, desde já, a concessão do benefício de Gratuidade de


Justiça disposto art.790 §3º, 4º da CLT, c/c art.98 e 99, §2º e 3º do CPC/2015 e
Item I da Sumula 463 TST, eis que a parte reclamante não dispõe de meios
financeiros para suportar às custas processuais sem prejuízo do seu próprio
sustento e da sua família, visto que se encontra desempregado.

Art.790 §3º, 4º da CLT nos diz:

§ 3o É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer
instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a
traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40% (quarenta por
cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada pela
Lei nº 13.467, de 2017)

E ainda:

§ 4o O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar insuficiência de recursos
para o pagamento das custas do processo. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

Art.98 e 99, §2º e 3º do CPC/2015 nos diz:

Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para
pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios têm direito à gratuidade da
justiça, na forma da lei.

Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na contestação,
na petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso.
§ 2º O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos elementos que evidenciem a falta
dos pressupostos legais para a concessão de gratuidade, devendo, antes de indeferir o pedido,
determinar à parte a comprovação do preenchimento dos referidos pressupostos.
§ 3º Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa
natural.

II- DOS FATOS

O reclamante trabalhava na sociedade empresária Porcelanas Orientais LTDA,


desde 26/10/2020, exercendo a função de vendedor na unidade em
Linhares/ES e recebendo, em média, a quantia equivalente de 1,5 salários-
mínimos por mês, a título de comissão. Em janeiro de 2022, o dono do
estabelecimento resolveu instalar mais duas prateleiras na loja para poder
expor mais produtos e, visando economizar dinheiro, fez a instalação
pessoalmente. As prateleiras foram afixadas logo acima do balcão em que
trabalhavam os vendedores. Ocorre que o dono da empresa tinha pouca
habilidade manual, e por isso as prateleiras não foram afixadas
adequadamente. No dia seguinte que foi feita a instalação malfeita, com o peso
dos produtos nelas colocados, elas começam a cair com todo o material,
acertando violentamente a cabeça do reclamante, que estava logo abaixo
fazendo atendimento. Com o impacto, o reclamante desmaiou, foi socorrido e
conduzido ao hospital público, onde recebeu atendimento e levou 50 pontos na
cabeça, testa e face, resultando em uma grande cicatriz que, segundo o
reclamante, passou a despertar a atenção das pessoas, que reagiram
negativamente ao vê-lo. O reclamante teve o plano de saúde, que era
concedido pela sociedade empresária, cancelado após o dia do incidente e
teve que usar suas reservas financeiras para arcar com a despesas de
R$1300,00 (Mil, trezentos e cinquenta reais) em medicamentos para aliviar as
fortes dores, além de R$2500,00 (Dois mil, quinhentos reais) em sessões de
terapia, pois ficou fragilizado psicologicamente depois do evento. Além disso, o
reclamante ficou afastado em benefício previdenciário por acidente de trabalho
(auxílio por incapacidade temporária acidentaria, antigo auxílio-doença
acidentário, código B-91, teve alta médica após 3 três meses e retornou a
empresa com capacidade laborativa preservada, mas foi dispensado, sem justa
causa, no mesmo dia.

III- DANOS MORAIS

O evento gerou moral ao trabalhador, tanto que precisou de atendimento


psicológico. Tal fato ofende os seus direitos protegidos pelo art.223 – C da
CLT.

Art. 223-C da CLT que nos diz:


Art. 223-C. A honra, a imagem, a intimidade, a liberdade de ação, a autoestima, a sexualidade, a
saúde, o lazer e a integridade física são os bens juridicamente tutelados inerentes à pessoa física.
(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

Havendo responsabilidade do empregador nos termos dos artigos 223-B e 223-


G da CLT, bem como art. 186 e art.927, ambos do C.C. Assim requer seja a
reclamada condenada ao pagamento de indenização por dano moral ao
reclamante.

IV- DANO MATERIAL

Em razão do acidente o reclamante teve que usar suas reservas financeiras


para custear os medicamentos valor de R$1350,00 (Mil trezentos e cinquenta
reais) além de R$2500,00 (Dois mil quinhentos reais) em sessões de terapia,
devido a fragilização depois do evento. No caso, há a responsabilidade civil do
empregador que deve reparar os danos materiais sofridos conforme art.186,
art.927 parágrafo único e ainda art.949 todos do C.C, que nos diz:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e
causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

E ainda art.927 parágrafo único:

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a
repará-lo.

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos
especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar,
por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas
do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que
o ofendido prove haver sofrido.

Diante do exposto, requer seja a reclamado condenada a reparar o dano


material sofrido pelo reclamante.

V- DANO ESTETICO

O reclamante desmaiou com o impacto, foi socorrido e conduzido ao hospital


público, onde recebeu atendimento e levou 50 pontos na cabeça testa e face,
resultando em grande cicatriz que passou a despertar a atenção das pessoas,
que reagiram negativamente ao vê-lo. Diante da responsabilidade civil do
empregador e do dano estético, requer a condenação da reclamante ao
pagamento de indenização pelo dano causado, nos termos do art.223 -B e 223
-F todos da CLT, ou no art.186 e art.927 ambos do CC.
VI- DO FGTS

A Reclamada infringiu também o art. 15 da lei nº 8.036/90 e do art. 28, III, do


decreto 99.684/90 ao não realizar de forma regular a tempestiva os depósitos
de FGTS, deixando de recolher um total de 3 parcelas, comprovado no extrato
do trabalhador, o que é mais um motivo para condenação da reclamada ao
pagamento dos valores devidos.

VII- DA ESTABILIDADE- REINTEGRAÇAO -RESTABELECIMENTO DO


PLANO DE SAUDE – TUTELA PROVISORIA

Como mencionado o reclamante ficou afastado em benefício previdenciário por


acidente de trabalho, teve alta médica após três meses e retornou a empresa
com a capacidade laborativa preservada, mas foi dispensado sem justa causa
no mesmo dia. Porém o reclamante possui estabilidade e garantia no emprego
em virtude do acidente de trabalho conforme no art.118 da lei 8.213/91
conforme se extrai do item III da sumula número 378 do TST, e não poderia ter
sido dispensado, razão pela qual requer a sua reintegração.

Além disso não poderia ter sido cancelado o plano de saúde conforme a
sumula 440 do TST, razão pela qual requer o restabelecimento do plano de
saúde. Considerando a probabilidade do direito respaldado pela
fundamentação supra e a urgência da situação que pode resultar em dano de
difícil reparação, requer a concessão de tutela provisória da urgência ou
evidência para a reintegração imediata e restabelecimento do plano de saúde,
conforme art294 caput ou parágrafo único art.300, caput ou §2º ou art311
todos do CPC.

VIII- DOS PEDIDOS

Ante exposto, requer:

a- A notificação da reclamada para oferecer resposta a reclamação


trabalhista, sob pena de revelia e confissão quanto a matéria de fato;
b- O deferimento dos benefícios da Gratuidade de Justiça;
c- O pagamento do FGTS, referente aos três meses de afastamento, uma
vez que se trata de acidente de trabalho,art. 15 §5 da lei 8.036/90 no
valor de R$......
d- A reintegração devido a estabilidade, por se tratar de acidente de
trabalho, artigo 118 da lei 8.213/91 e sumula 378, II, do TST;
e- A manutenção do Plano de saúde, sumula 440 do TST
f- A tutela para reintegração e o plano de saúde artigo 294, 300, e 331 do
CPC,
g- A condenação da reclamada ao pagamento de indenização por danos
morais no importe de 50 vezes o ultimo salario contratual do ofendido,
considerando a natureza gravíssima da ofensa, a luz do art.223 – G, §1º
, IV, da CLT

Nestes termos, pede deferimento


Local e data
Advogado
OAB nº

no CPF nº xxxx e RG
n°xxxxxx, residente e
domiciliado na Rua, n°00,
bairro, cidade, CEP
0000-00, vêm por sua
advogada infra-assinado,
com endereço profissional
situado na
Rua, n°, bairro, cidade, cep
ooo-oo, para fins do art. 77,
V, do CPC, perante Vossa
excelência, na forma do art.
840 da CLT, propor

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