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EXMO. SR. DR.

JUIZ DO TRABALHO DA VARA DO TRABALHO DE


INDAIATUBA/SP

RECLAMANTE, por meio de seu advogado e procurador que esta


subscreve, vem à presença de V. Excelência propor a presente

AÇÃO TRABALHISTA

contra RECLAMADAS pelos motivos de fato e de direito que seguem.

DA GRATUIDADE JUDICIÁRIA

Prescreve o art. 790, §3º da CLT que a requerimento da parte, poderá o juiz
deferir as benesses da gratuidade judiciária quando esta perceber salário inferior a 40%
do teto dos benefícios do regime geral ou comprovar a insuficiência financeira para
arcar com os ônus processuais.

Infere-se no caso em tela, que a reclamante encontra-se desempregada (vide


CTPS) e percebia salário de R$ 1.213,00 na ocasião da sua dispensa, razão pela qual
pugna pelos benefícios da gratuidade judiciária.

DA PREVENÇÃO E INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO

Cumpre esclarecer a este juízo que a reclamante propôs anteriormente,


reclamação trabalhista contra a reclamada, distribuída sob n. 0011917-
10.2018.5.15.0077 no dia 18/09/2018.
Ocorre que, por motivos pessoais, a reclamante desistiu da ação em
audiência, pedido que foi homologado e o feito extinto sem resolução de mérito.

Com efeito, nos termos do parágrafo 3º do art. 11 da CLT, a prescrição


interrompeu a partir da distribuição da referida ação, tornando a fluir a partir do trânsito
em julgado da ação anterior.

Ademais, verifica-se que a reclamante foi dispensada em 02/07/218, tendo


como projeção do aviso prévio em 02/08/2018 considerando que o período em que ficou
afastada pelo INSS não deverá ser computado para fins de pagamento do aviso prévio
proporcional previsto na lei 12.506/11.

Logo, não há que se falar em prescrição bienal, seja pelo prazo da projeção
do aviso prévio, seja pela interrupção com a distribuição de ação anterior.

Mister se fazer essa análise uma vez que nesta ação, a reclamante faz
pedidos novos não constantes na ação anterior.

DO CONTRATO DE TRABLAHO

A reclamante foi admitida em 01.04.2013 para exercer a função de Oficial


de Serviços Gerais, com salário de R$ 762,00 e jornada de segunda à sexta feira das
06hs às 15h45 sempre com uma hora para descanso e refeição.

Foi dispensada em 02/07/2018 sem justa causa não percebendo nada a título
de verbas rescisórias.

Durante o pacto laboral a reclamada não cumpriu com suas obrigações


legais, razão pela qual vem a reclamante perante este juízo requerer o que lhe é de
direito.

DA RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DAS DEMAIS


RECLAMADAS

A reclamante foi contratada inicialmente para prestar serviços gerais nas


dependências da segunda reclamada com vigência até junho de 2018 quando do seu
retorno do auxílio doença.

Logo em seguida prestou serviços por 15 dias para a terceira reclamada,


sendo dispensada em 02.07.2018.
Portanto, com força na súmula 331, IV do TST, a segunda e terceira
reclamada deverão ser condenadas de forma subsidiária caso a primeira reclamada não
pague as verbas aqui pretendidas.

DO ACIDENTE DE TRABALHO E ESTABILIDADE


ACIDENTÁRIA

Era a função da reclamante o exercício de serviços gerais, trabalhando na


cozinha dos estabelecimentos que a primeira reclamada prestava serviços (fornecimento
de alimentação), sendo que também fazia limpeza das dependências da segunda e
terceira reclamada e rotineiramente com a coleta do lixo o qual descartava numa espécie
de container.

Em 18.09.2013, quando estava realizando o descarte neste local, a tampa do


equipamento se soltou e acabou caindo sobre sua mão, ocasionando um trauma direto
no dedo polegar esquerdo, de maneira que, foi levada imediatamente ao pronto de
socorro onde após realização de raio x, teve que entalar o braço, ficando 3 dias
imobilizado.

Após esse período foi determinado o seu retorno ao trabalho, ao passo que o
dedo começou a inflamar, tendo que ser encaminhada novamente para o médico do
trabalho da empresa que pediu o seu imediato afastamento perante o INSS.

Diante da gravidade da lesão, a reclamante teve de ser submetida a cirurgia


em 08/10/2013, sendo que, em 09/09/2014, após diversas tentativas de afastamento pelo
INSS e impedimento de retorno ao trabalho pela empresa, a reclamante conseguiu o
benefício de n. 607.664.144.8, o qual foi concedido até 22/02/2018.

Entretanto, na ocasião do acidente, de forma dolosa e com intenção de


obstar a obreira ao afastamento pelo benefício B 91, a reclamada não emitiu a CAT
conforme determina o art. 22 da Lei 8.213/91, sendo que, o acidente de obreira
enquadra-se nos termos do art. 19 da referida lei, como acidente típico de trabalho.

Segundo entendimento dos tribunais, quando a empresa de forma maliciosa


obsta o empregado da percepção de benefício acidentário, omitindo a emissão da CAT,
devem ser implementados os requisitos do art. 118 da Lei de Benefícios, ou seja, o
empregado para fazer jus a estabilidade acidentária, deverá ficar afastado por mais de 15
dias percebendo benefício acidentário, aplicando-se assim, o art. 129 do CC.
Senão vejamos:

RECURSO DE REVISTA. ESTABILIDADE ACIDENTÁRIA. REQUISITOS.


ARTIGO 118 DA LEI N.º 8.213/1991. AUSÊNCIA DE COMUNICAÇÃO DO
ACIDENTE PELA EMPRESA. O afastamento do serviço por período superior a
15 dias e a conseqüente percepção do auxílio-doença acidentário constituem
pressupostos para a aquisição do direito à estabilidade provisória prevista no
artigo 118 da Lei n.º 8.213/1991. No entanto, se tais exigências não foram
atendidas pelo trabalhador por culpa exclusiva do empregador, que deixa de
cumprir a obrigação de comunicar o acidente de trabalho à Previdência Social
(art. 22, caput, da Lei Nº 8.213/1991), é lícito considerá-las implementadas, à
luz da regra contida no artigo 129 do CC/2002 (grifo nosso) . Recurso de revista
não conhecido.(TST- RR 512927/1998.6, 1ª Turma, Rel. Juiz convocado Altino
Pedrozo dos Santos, decisão publicada no DJU em data de 25/06/2004). Deve-se
salientar que a ausência de gozo de benefício previdenciário pelo demandante
não elide, por si só, o direito do obreiro à (TRT 17ª R., 00961-2012-141-17-00-7,
Rel. Desembargadora Carmem Vilma Garisto, DEJT 27/01/2014). (TRT-17 -
RO: 00961006620125170141, Relator: DESEMBARGADORA CARMEN VILMA
GARISTO, Data de Publicação: 27/01/2014)

Com efeito, a reclamante não poderia ter sido dispensada após o seu retorno
do auxílio-doença, pois mantinha estabilidade até 12 meses após essa data, ou seja, até
22/02/2019.

Sendo assim, requer a condenação da reclamada no pagamento dos salários


do período estabilitário, correspondentes a 8 meses (02/07/2018 a 22/02/2019) com
reflexos (Súmula 396, TST) em aviso prévio, férias acrescidas de 1/3, 13º salário e
FGTS acrescido de multa de 40%.

DA INAPLICABILIDADE DA PRESCRIÇÃO

Ab initio, cumpre esclarecer que no caso em tela, não se aplica a prescrição


quinquenal no presente caso, pois se trata de ofensa de ordem pessoal, que atinge o
patrimônio material e moral do trabalhador.

Segundo Mauro Schiavi (SCHIAVI, Mauro, Manual de Direito Processual


do Trabalho, ed.15, SP, pg. 557), “para se aquilatar qual o prazo prescricional para
determinado direito, mister se faz investigar, primeiramente, a natureza da relação
jurídica controvertida. Se a relação jurídica for trabalhista, aplicar-se-á a prescrição
prevista no Direito do Trabalho (art. 7º, XXIX da CF e art. 11 da CLT). Se a natureza
for civil, aplicar-se-ão as regras disciplinadas no Código Civil”.

Continua o doutrinador no sentido de que “o dano decorrente do acidente


de trabalho, seja moral, patrimonial ou estético, trata-se de um dano de ordem pessoal,
cuja natureza é um misto de Direito Constitucional (arts. 1º, III, IV e 5º V e X, da CF) e
Civil (arts 11 a 21, 186, 927 e ss do CC)”.

E arremata trazendo que “a prescrição aplicável é a decenal do art. 205 do


CC, por tratar-se de dano pessoal, e não aos prazos previstos no art. 206, §3º, V do
CC, tampouco a prescrição trabalhista”.

Cabe destacar, neste particular, o Enunciado 45 da 1ª Jornada de Direito


Material e Processual do Trabalho realizada no TST, in verbis:

“RESPONSABILIDADE CIVIL. ACIDENTE DE TRABALHO.


PRESCRIÇÃO. A prescrição da indenização por danos materiais ou morais resultantes
de acidente de trabalho é de 10 anos nos termos do art. 205 ou de 20 anos, observado o
art. 2028 do Código Civil de 2002.”

Diante da ausência de norma específica a regular a aplicação da prescrição


nos casos de acidente de trabalho ou doença ocupacional, em respeito aos princípios
protetivos do direito do trabalho, há de se interpretar a norma mais favorável ao
trabalhador.

Nesse sentido ainda, algumas jurisprudências:

DANO MORAL E MATERIAL. ACIDENTE DO TRABALHO OU DOENÇA


PROFISSIONAL. PRETENSÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS PESSOAIS.
PRESCRIÇÃO DECENAL PREVISTA NO ART. 205 DO CÓDIGO CIVIL.
INÍCIO DA CONTAGEM. A indenização dos danos morais e materiais
decorrentes de acidente de trabalho ou doença ocupacional enquadra-se como
pretensão de reparação de danos pessoais, cuja regra de prescrição aplicável é
a prevista no art. 205 do Código Civil vigente. Em hermenêutica jurídica, a
interpretação deve ser feita sempre em favor daquele a quem visa a norma
resguardar. Nesse sentido, o instituto da prescrição no Direito do Trabalho deve
ser enfocado sob o prisma das particularidades e dos princípios que o norteiam,
nunca deixando de ser considerada a relação de subordinação e dependência ao
empregador e, bem assim, a hipossuficiência do trabalhador. Dessarte, não se
enquadra o pleito de indenização dos danos morais e materiais decorrentes de
acidente do trabalho ou doença profissional como hipótese de reparação
trabalhista e/ou civil stricto sensu. Trata-se, sim, de pretensão de reparação de
danos pessoais, cuja regra prescricional aplicável é a prevista no art. 205 do
Código Civil vigente. (TRT-12 - RO: 00009233920135120025 SC 0000923-
39.2013.5.12.0025, Relator: AGUEDA MARIA LAVORATO PEREIRA,
SECRETARIA DA 1A TURMA, Data de Publicação: 10/08/2016)

Pois bem. Em respeito ao princípio da eventualidade, caso V. Excelência


entenda que a prescrição aplicável é a quinquenal, há de se ressaltar que o dies a quo do
prazo prescricional, segundo jurisprudência do C. TST é da data da ciência inequívoca
da lesão.

No mesmo sentido a súmula 278 do C. SJT e jurisprudência da corte maior


trabalhista, vejamos:

AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO


PELA RECLAMADA. RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA
DA LEI Nº 13.015/2014 . PRESCRIÇÃO. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS
E MATERIAIS. DOENÇA OCUPACIONAL. EPICONDILITE CRÔNICA EM
COTOVELO DIREITO. PRINCÍPIO DA ACTIO NATA. CIÊNCIA INEQUÍVOCA
DA LESÃO POR MEIO DE LAUDO PERICIAL SOMENTE APÓS O
AJUIZAMENTO DA AÇÃO INDENIZATÓRIA. Cinge-se a controvérsia em
definir qual o prazo prescricional da pretensão de indenização por danos morais
e materiais decorrentes de doença ocupacional, no caso em que o dano sofrido
pelo trabalhador - epicondilite crônica em cotovelo direito - tem
desdobramentos e seus sintomas não se revelam de imediato, como no caso de
acidente com morte do trabalhador, uma vez que a doença ocupacional, ao
revés, atinge a saúde do trabalhador de forma gradual e progressiva. Ressalta-
se que a prescrição é regida, principalmente, pelo princípio da actio nata,
segundo o qual é a violação do direito subjetivo que faz nascer, para o seu
titular, a pretensão de repará-lo, com o que se deflagra a fluência da prescrição
extintiva do direito de ação correspondente. Vale destacar que, no caso da
pretensão de indenização por danos morais e materiais decorrentes de acidente
de trabalho/doença ocupacional, a jurisprudência trabalhista tem adotado, como
parâmetro para fixação do marco inicial da prescrição, o critério consagrado
pela Súmula nº 278 do Superior Tribunal de Justiça, que dispõe, in verbis: "O
termo inicial do prazo prescricional, na ação de indenização, é a data em que o
segurado teve ciência inequívoca da incapacidade laboral" . A deflagração do
prazo prescricional da pretensão de indenização por danos morais e materiais
decorrentes de doença ocupacional deverá, em regra, coincidir com a data em
que o empregado tenha tido ciência inequívoca dos efeitos danosos da lesão
sofrida, pois é nesse momento que o direito à reparação civil torna-se exigível.
Registra-se que o reclamante somente teve ciência inequívoca das lesões à época
da elaboração do laudo pericial nestes autos, em junho de 2014. Desse modo,
pautando-se na premissa de que o reclamante nem sequer tinha ciência
inequívoca da lesão decorrente da doença ocupacional, não há prescrição a ser
declarada no caso dos autos, o que afasta as alegações de ofensa aos artigos
189 da CLT e 7º, inciso XXIX, da Constituição da República (grifo nosso).
Agravo de instrumento desprovido. (TST - ARR: 18651320135020005, Relator:
José Roberto Freire Pimenta, Data de Julgamento: 03/05/2017, 2ª Turma, Data
de Publicação: DEJT 12/05/2017)

Portanto, não há que se falar em prescrição para pretensão da obreira.

DA INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS

Como já declinado alhures a reclamante sofreu típico acidente de trabalho


necessitando de intervenção cirúrgica que culminou no seu afastamento do trabalho por
4 anos.

Segundo os relatórios médicos acostados aos autos, sofreu fratura no


polegar da mão esquerda fazendo com que a obreira perdesse a sensibilidade de toda a
mão, bem como comprometeu a capacidade motora do membro.

Vale ressaltar que após a realização da cirurgia e ter ficado afastada por 15
dias, a sua encarregada solicitou que retornasse ao trabalho ainda com os pontos na
mão, o que acabou agravando ainda mais a situação conforme se vê dos relatórios
médicos em anexo.

Ademais, a reclamante trabalhava como cozinheira com uso constante do


membro afetado, entretanto, após o acidente e a consolidação da lesão, a obreira não
consegue mais segurar objetos pesados como panelas, utensílios de cozinha, etc.

Com efeito, a lesão sofrida em decorrência do acidente de trabalhou, reduziu


consideravelmente a sua capacidade laboral para atividades habituais e até rotineiras da
vida pessoal, ensejando reparação nos termos do art. 186 e 927 do Código Civil.

A responsabilidade civil subjetiva é caracterizada pela ocorrência do nexo


de causalidade, dano e culpabilidade, requisitos presentes no caso em tela, vejamos.
Quanto ao nexo causal, o acidente ocorreu durante o trabalho, ocasião em
que a reclamante estava realizando o descarte de lixo nas dependências da segunda
reclamada.

No tocante ao dano, este será auferido em perícia, muito embora conste nos
autos os relatórios dando conta da gravidade da lesão no polegar da mão esquerda e a
consolidação da lesão reduzindo a capacidade motora do membro.

Por fim, a culpabilidade se dá pela omissão da reclamada em observar as


normas de segurança do trabalho, bem como, no desvio de finalidade da função de
cozinheira, sendo que a obreira sofreu o acidente fazendo função que não competia a
ela.

O descarte de lixo deveria ser realizado por empregados da segunda


reclamada, pois é desta a responsabilidade pela limpeza das suas dependências e não da
reclamante que foi contratada como cozinheira.

Ressalta-se que, uma vez praticado ato ilícito, seja omissivo ou comissivo,
contra alguém, e desse ato resulta lesão, nasce para o ofendido o direito à reparação, que
deverá ser na medida da extensão do dano conforme art. 944 do CC.

Nessa toada, o art. 950 do CC, aplicável ao direito do trabalho com força no
art. 8º da CLT, prevê que, se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa
exercer seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a
indenização, além das despesas do tratamento e lucro cessantes até ao fim da
convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que
se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu.

Não há como saber nesse momento, o quantum indenizatório sem antes


auferir em perícia o percentual de redução da capacidade laboral que servirá de base
para o cálculo da pensão supracitada.

Entretanto, mister se faz uma estimativa a fim de atender ao disposto no art.


840 da CLT, notadamente a indicação de valores dos pedidos, por mera estimativa, não
se vinculando a condenação ao valor apontado na inicial.

Por conseguinte, a tabela da SUSEP utilizada para auferir indenizações de


natureza privada, aponta que, para lesão como a da obreira, o percentual de redução é de
25%, vejamos:
Considerando que a reclamante tinha como último salário o valor de R$
1.213,00 a indenização deverá corresponder a 25% sobre esse valor, contudo, pago de
uma só vez com força no parágrafo único do art. 950 do CC.

Portanto, requer a condenação da reclamada no pagamento de indenização


por danos materiais correspondente a 25% sobre o último salário da obreira, durante os
anos desde o acidente até os 70 anos de idade, e pagos em uma só parcela.

DA INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

Ser vítima de um acidente de trabalho traz abalo moral. Fere os direitos da


personalidade como a honra, a imagem, a intimidade, a liberdade de ação, a autoestima,
a sexualidade, a saúde, o lazer e a integridade física, que são bens juridicamente
tutelados conforme o art. 223-C da CLT.

Como já declinado acima, a reclamada cometeu ato ilícito na omissão às


ações de prevenção de acidente de trabalho e deve ser responsabilizada na indenização
por danos morais sofridos pela autora. Nesse sentido o art. 223-E, CLT.

Considerando que a reclamante não mais terá 100% da sua capacidade


laboral, que a lesão no polegar da mão esquerda compromete a realização de atividades
do cotidiano, como cozinhar por exemplo, sendo essa sua função na reclamada na
ocasião do acidente, a ofensa deve ser considerada de natureza grave.

Portanto, requer a condenação da reclamada no pagamento mensal de


indenização por danos morais no importe de 20 vezes o salário da reclamante com força
no art. 223-G, §1º, III da CLT.

DAS FÉRIAS PAGAS EM ATRASO


Infere-se do TRCT em anexo, no campo 66.1 que a reclamada realizou o
pagamento de férias integrais do biênio 2013/2014 no valor de R$ 1.213,00 bem como o
terço constitucional no campo 68.

Ocorre Excelência que tais férias deveriam ser pagas na época própria, ou
seja, até 2 dias que antecedem o gozo das férias nos termos do art. 145 da CLT, de
maneira que, não respeitado o prazo legal, deverá ser paga em dobro nos termos da
súmula 450 do C. TST.

Requer a condenação da reclamada no pagamento da dobra das férias


2013/2014 com o terço constitucional.

DO DESCONTO INDEVIDO

Infere-se do TRCT da obreira que a reclamada “zerou” sua rescisão ao


realizar um desconto de R$ 4.916,00 sob a rubrica de insuficiência de líquido, sendo
que a obreira desconhece do que se trata tal desconto.

Nos termos do art. 462 da CLT, é vedado ao empregador efetuar qualquer


desconto nos salários do empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, de
dispositivos de lei ou de contrato coletivo.

Por outro lado, o desconto assinalado no TRCT não se trata de


adiantamento, tampouco de previsão legal ou em norma coletiva, devendo ser ressarcido
a obreira que desconhece sua origem.

Ademais, em caso de rescisão contratual, ao empregador é vedado o


desconto maior que um salário do empregado, conforme art. 477, §5º da CLT.

Sendo assim, requer a condenação da reclamada no pagamento de R$


4.916,00 a título de devolução de descontos indevidos na rescisão contratual.

DA MULTA DO ART. 477 DA CLT

Requer a condenação da reclamada no pagamento de multa do art. 477 da


CLT, tendo em vista que não realizou o pagamento das verbas rescisórias no prazo de
10 dias após o término do contrato.

DOS PEDIDOS

Ante todo o exposto acima requer:


1 – A concessão da gratuidade judiciária;

2 – A notificação da reclamada para que, querendo, apresente defesa no


momento oportuno sob pena de incorrer em revelia e seus efeitos jurídicos;

3 – A condenação das demais reclamadas de forma subsidiária;

4 - A condenação da reclamada no pagamento dos salários do período


estabilitário, correspondentes a 8 meses (02/07/2018 a 22/02/2019) com reflexos
(Súmula 396, TST) em aviso prévio, férias acrescidas de 1/3, 13º salário e FGTS
acrescido de multa de
40%..................................................................................................R$ 13.100,40 (treze
mil e cem reais e quarenta centavos);

5 - A condenação da reclamada no pagamento mensal de indenização por


danos materiais correspondente a 25% sobre o último salário da obreira, durante os anos
desde o acidente(39 anos de idade) até os 70 anos de idade, e pagos em uma só
parcela..........................................................................................................R$ 122.209,75
(cento e vinte e dois mil duzentos e nove reais e setenta e cinco centavos);

6 - A condenação da reclamada no pagamento de indenização por danos


morais no importe de 20 vezes o salário da reclamante com força no art. 223-G, §1º, III
da CLT............................................................................................................R$
24.260,00 (vinte e quatro mil duzentos e sessenta reais);

7 - A condenação da reclamada no pagamento da dobra das férias


2013/2014 com o terço
constitucional...............................................................................R$ 1.617,29 (um mil
seiscentos e dezessete reais e vinte e nove centavos);

8 - A condenação da reclamada no pagamento de R$ 4.916,00 a título de


devolução de descontos indevidos na rescisão contratual;

9 – Multa do art. 477 da CLT......................................................R$ 1.213,00


(um mil duzentos e treze reais);

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito,


em especial prova pericial que deverá ser realizada durante a instrução processual a fim
de auferir a redução da capacidade laboral, o dano e o nexo de causalidade.
Requer ainda seja a reclamada condenada no pagamento de honorários
periciais e advocatícios nos termos dos artigos 790-B e 791-A da CLT no importe de
15% sobre o que resultar da liquidação de sentença.

Por fim, requer seja reclamada compelida a trazer nos autos todos os
documentos inerentes ao contrato de trabalho sob pena de incorrer em confissão nos
termos do art. 400 do NCPC.

Dá-se a causa o valor de R$ 162.400,40 (cento e sessenta e dois mil


quatrocentos reais e quarenta centavos);

Termos em que

Pede deferimento

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