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BENEFÍCIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA - SEQUELAS DE

OSTEOMIELITE

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL


FEDERAL DE ….

Nome, nacionalidade, estado civil, profissão, portadora do RG. ... SSP/SP, CPF/MF ...,
residente e domiciliada à Rua ..., Número ..., Bairro, Cidade, Estado, E-mail ..., vem respeitosamente
por seu advogado, conforme procuração em anexo, onde receberá suas intimações em seu escritório
à Rua ..., Número ..., Bairro, Cidade, Estado, E-mail ..., vem à presença de Vossa Excelência, com o
devido acatamento e respeito, ingressar com

AÇÃO PARA CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE OU


AUXÍLIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA C/ TUTELA DE URGÊNCIA

em face do Instituto Nacional do Seguro Social, na pessoa de seu representante legal, pelos
fatos e fundamentos a seguir descritos:

DOS FATOS

DA QUALIDADE DE SEGURADO

O Autor é segurado da Previdência Social, em razão de recolher suas contribuições mensais na


qualidade de contribuinte individual e nesta qualidade deu entrada no benefício previdenciário
denominado Benefício por Incapacidade Temporária, Benefício Número ..., devido incapacidade
laborativa.

DADOS DO BENEFÍCIO ADMINISTRATIVO

• Benefício Número ...;


• Espécie: Benefício por Incapacidade Temporária;
• Requerido em .../.../...;
• Início .../.../...;
• Data de cessação:/.../...;
• Renda Mensal Inicial R$ ...

DA PROFISSÃO DA PARTE AUTORA


O autor possui a profissão / atividade de habitual de ...

Entretanto, em perícia realizada em .../.../..., a doutora perita, atestou que o mesmo estaria apto
para o trabalho naquela data, ou seja, atestou que não existe incapacidade para o trabalho ou para
as suas atividades habituais.

DA ENFERMIDADE / INCAPACIDADE

Porém, a enfermidade que o acometeu e o impede de exercer seu trabalho continua, e o


mesmo não pode exercer qualquer tipo de atividade e mesmo assim a médica não reconheceu o seu
direito ao seu benefício previdenciário.

O Autor é portador SEQUELA DE OSTEOMIELITE DE FÊMUR E TÍBIA DIREITA, CID MM II.

Em razão deste fato, não lhe assiste outro direito, senão recorrer ao Poder Judiciário, para ver
sanada tal injustiça.

DO DIREITO

O Autor apresenta todos os pressupostos legais para que lhe seja concedido o benefício
previdenciário pleiteado, senão vejamos:

- possuía a condição de segurado da Previdência Social, o que inclusive em momento algum


fora negado pelo órgão administrativo.

- também estão preenchidos os requisitos pertinentes a carência exigida para fazer jus a
concessão do benefício pleiteado, bom como a incapacidade para as atividades habituais.

Desta forma, temos que estão preenchidos os requisitos citados acima.

DA ENFERMIDADE / INCAPACIDADE

O Autor é portador de SEQUELA DE OSTEOMIELITE DE FÊ MUR E TÍBIA DIREITA, CID MM II


(conforme doc.) sendo que esta doença o tem tornado incapaz para sua atividade laborativa e que,
posteriormente será comprovado por perícia médica que será designada por Vossa Senhoria.

DOS REQUISITOS EXIGIDOS PELA LEI


A pretensão da Autora encontra amparo legal na legislação previdenciária, Lei n º 8.213/91 que
exige simultaneamente os seguintes requisitos:

• MANUTENÇÃO DA QUALIDADE DE SEGURADO, QUANDO DO INÍCIO DA INCAPACIDADE;

• CUMPRIMENTO DO PERÍODO DE CARÊNCIA, QUANDO EXIGIDO POR LEI

• INCAPACIDADE TOTAL / PARCIAL E PERMANENTE TEMPORÁRIA

Desta forma, se faz patente o direito evocado pelo autor devendo a Autarquia Previdenciária,
portanto proceder à concessão ou da aposentadoria por incapacidade permanente ou do benefício
por incapacidade temporária, conforme seja constatado o grau de incapacidade do mesmo em
perícia judicial a ser realizada.

DA LEGISLAÇÃO APLICÁVEL

Constituição Federal:

“Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma do Regime Geral de Previdência
Social, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o
equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, na forma da lei, a: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)

I - cobertura dos eventos de incapacidade temporária ou permanente para o trabalho e idade


avançada; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)”

OFÍCIO 64 DO INSS/2019:

“3.5.2.1 Fundamentação legal: art. 26 da EC nº 103, de 2019.

3.5.2.2 A aposentadoria por invalidez passa a ser chamada de aposentadoria por incapacidade
permanente e poderá ser concedida nas modalidades previdenciária e acidentária.

3.5.2.3 Para a aposentadoria por incapacidade permanente previdenciária, a RMI será de 60%
(sessenta por cento) do SB acrescidos de 2% (dois por cento) para cada ano de contribuição que
exceder 15 (quinze) anos de contribuição, no caso da mulher, e 20 (vinte), no caso do homem.

3.5.1 AUXÍLIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA


3.5.1.1 O auxílio-doença passa a ser chamado de auxílio por incapacidade temporária e poderá
ser concedido nas modalidades previdenciária e acidentária, não tendo havido alteração na
regra de cálculo da RMI exceto, como visto, quanto à composição do PBC.”

DA TUTELA DE URGÊNCIA

A tutela pretendida nesta demanda deverá ser concedida de forma antecipada, posto que o
Autor preenche os requisitos do art. 300 do Código de Processo Civil:

A antecipação da tutela tem como maior finalidade evitar situações que ao aguardar o
julgamento definitivo, poderão sofrer dano irreparável ou de difícil reparação.

Pois bem, o Requerente, além da doença incapacitante, encontra-se desempregado e


impossibilitado de desenvolver qualquer outra atividade que possa lhe garantir a sua sobrevivência,
bem como a de sua família, o que faz intensificar, ainda mais, a necessidade de se antecipar a
tutela.

Caracterizado, portanto, o dano irreparável ou de difícil reparação a jurisprudência reconhece


o direito a esta antecipação de tutela.

“TJ-RS - Agravo de Instrumento AI 70060787702 RS (TJ-RS)


Data de publicação: 12/08/2014
Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. ACIDENTE DO TRABALHO. INSS.AUXÍLIO-DOENÇA.
RESTABELECIMENTO. TUTELA ANTECIPADA.POSSIBILIDADE. REQUISITOS PREVISTOS NO
ARTIGO 273 DO CPC ATENDIDOS. Versando a lide sobre matéria previdenciária, à apreciação
do pleito de antecipação de tutela não incidem as vedações do art. 1º da Lei nº 9.494/97, como se
depreende do teor da Súmula 729 do STF. Demonstrada a verossimilhança das alegações,
amparadas em prova inequívoca, e evidenciada a possibilidade de dano irreparável e de difícil
reparação que poderá advir do indeferimento do pleito antecipatório (art. 273 do CPC), a sua
concessão se impõe. Atendimento dos pressupostos do artigo 273 do CPC. Tutela antecipatória
deferida. RECURSO PROVIDO LIMINARMENTE, COM FULCRO NO ARTIGO 557, §1 º-A, DO CPC.
(Agravo de Instrumento Nº 70060787702, Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,
Relator: Miguel Ângelo da Silva, Julgado em 22/07/2014)”

Quanto às provas, os documentos carreados nos autos demonstram inequivocamente que o


autor é portador de doença que o incapacita ao desempenho de qualquer atividade laborativa,
conforme laudos e exames acostados aos autos.

Da mesma forma, a pretensão do Autor encontra amparo legal dentro da legislação


previdenciária, a qual prevê a concessão de benefício por incapacidade ao trabalho ou atividade
habitual, ao segurado que comprove a total ou parcial incapacidade, respectivamente, além do
cumprimento do período de carência e observância da qualidade de segurado, requisitos es tes
que se encontram preenchidos nos autos.

Diante do exposto e do real direito do Autor, requer seja a tutela pleiteada concedida de forma
antecipada, a partir da juntada do laudo pericial aos autos, com a implantação imediata do benefício
da aposentadoria por incapacidade permanente ou auxílio-doença, sucessivamente, conforme seja
constatado o grau de incapacidade do Autor.

DA OSTEOMILIELITE NA JURISPRUDÊNCIA

A doença da qual o Autor é portador é considerada muito grave, e vem tendo a sua gravidade
reconhecida na jurisprudência.

“ADMINISTRATIVO - SERVIÇO MILITAR - MARINHA - LICENCIAMENTO EX OFFICIO DOENÇA


DIAGNOTICADA DURANTE O SERVIÇO MILITAR - OSTEOMIELITE CRÔNICA DE FÊMUR
ESQUERDO - INCAPACIDADE PARA O SERVIÇO MILITAR - REINTEGRAÇÃO COMO ADIDO -
SOLDO INTEGRAL - ART. 108, iv, DA LEI Nº 6.680/80. 1- Não há motivo para alterar o
posicionamento adotado, pois o Juízo de Primeiro Grau analisou a matéria com equidade e a
prova carreada aos autos até agora são favoráveis e bem se prestam para caracterizar a
verossimilhança da tese da parte autora. 2- Tendo a junta médica, em sede administrativa,
concluído pela incapacidade definitiva do autor para o serviço militar, já que este exige
esforços físicos de intensidade elevada, porém não para toda e qualquer atividade, deve o
autor ser reintegrado com o recebimento de soldo correspondente ao posto que exercia à
época do desligamento. 3 - Ante as conclusões dos laudos periciais, restou comprovada que a
incapacidade definitiva do autor para o exercício de atividades laborativa que incluam a
realização de esforços é decorrente de doença que apresenta relação de causalidade com as
condições inerentes ao serviço militar, razão pela qual se afigura ilegal o ato de licenciamento.
4 - A situação dos autos se amolda (analogicamente) ao disposto no art. 108 da Lei nº
6.880/80, pois que este, ao definir as hipóteses em que o militar passa à inatividade,
mediante reforma, em seu inciso IV, estabelece que a incapacidade definitiva pode sobrevir
em consequência de doença, moléstia ou enfermidade adquirida em tempo de paz, com relação
de causa e efeito a condições inerentes ao serviço, restando definido, nos artigos 106, II e 109,
que, nessa hipótese, o militar será reformado com direito ao recebimento de remuneração
com base no soldo correspondente ao posto que ocupa. 5- Precedentes: STJ - REsp
254.173/RS, Rel. Ministro Jorge Scartezzini, DJ 13/10/2003; TRF-2 - 1998.51.01.002582-1/RJ -
Relator D.F. Guilherme Calmon Nogueira da Gama - DJU - Data: 26/10/2009. 6- Apelação e
remessa desprovidas. Sentença confirmada. (TRF1ª R. - APELRE 443068 - Proc.
200651010117015 - 6ª T.Esp. - Rel. Desemb. Fed. Frederico Gueiros - DJ 24.05.2010)

Desta forma, ante a demonstração da incapacidade do Autor por meio das provas carreadas
nos autos, bem como o amparo legal que sustenta o seu pedido, não vislumbramos outra
alternativa senão a concessão da Aposentadoria por incapacidade permanente ou sucessivamente o
auxílio por incapacidade temporária, sob pena de afronta aos preceitos legais nesta lide evocados.

DOS PEDIDOS

Assim, requer a procedência dos pedidos constantes na presente ação condenando o Instituto
Réu, à concessão da Aposentadoria por Incapacidade Permanente, ou sucessivamente a concessão
do AUXÍLIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA NB..., a partir do requerimento administrativo, ou
seja, em .../ .../ ...;

Requer seja determinada por este juízo, antecipadamente, a produção da prova pericial médica,
para a constatação da incapacidade do Autor com médico na especialidade ...;

Outrossim, requer a concessão da Tutela Antecipada a partir da juntada do Laudo Pericial aos
autos, com a implantação imediata do benefício aposentadoria por incapacidade permanente ou
auxílio por incapacidade temporária, sucessivamente, conforme seja constatado o grau de
incapacidade do Requerente;

Requer a citação do INSS, na pessoa de seu representante legal, sob as penas da revelia e
confissão.

Requer, ainda, os benefícios da Assistência Judiciária Gratuita, nos termos do artigo 98 do


Código de Processo Civil, por ser o Autor pessoa pobre no sentido jurídico do termo, não podendo
arcar com o ônus processual sem prejuízo de sua subsistência.

VALOR DA CAUSA

Dá-se a causa o valor de R$ 34.600,00 (trinta e quatro mil e seiscentos reais) Valor das
parcelas vencidas somadas a 12 (doze) vincendas. (artigo 292 do CPC)

Nestes termos
Pede deferimento

Local, data

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OAB/SP

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