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AO DOUTO JUÍZO FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA FEDERAL DE

CIDADE/UF

NOME DO CLIENTE, nacionalidade, estado civil, profissão, portador do


CPF/MF nº 0000000, com Documento de Identidade de n° 000000, residente
e domiciliado na Rua TAL, nº 00000, bairro TAL, CEP: 000000, CIDADE/UF,
via procuradoras firmatárias, ut instrumento de mandato em anexo, com
escritório na Rua TAL, nº 00000, bairro TAL, CEP: 000000, CIDADE/UF, onde
recebem avisos e intimações, vem à presença de Vossa Excelência ajuizar a
presente

AÇÃO ORDINÁRIA PREVIDENCIÁRIA PARA RESTABELECIMENTO DE


AUXÍLIO DOENÇA, COM PEDIDO SUCESSIVO DE APOSENTADORIA
POR INVALIDEZ.

em desfavor de INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS,


autarquia federal com sede na Rua TAL, nº 00000, bairro TAL, CEP: 000000,
CIDADE/UF, a qual deverá ser citada na forma prevista em lei, pelos fatos e
fundamentos que passa a expor.

DOS FATOS

A parte autora é filiada ao RGPS na condição de contribuinte individual, sendo


que seu último cargo foi como auxiliar de limpeza, conforme CTPS colacionada
aos autos.

Ocorre que, em virtude de acidente sofrido no ano de TAL, a parte autora


restou impossibilitada ao labor, e precisou se afastar do trabalho, o que
implicou em não auferir renda para seu sustento.

Neste liame, a parte autora requereu junto ao INSS o benefício previdenciário


de auxílio-doença (NB 00000), em DIA/MÊS/ANO. Após perícia médica, a
requerente teve o benefício deferido até 00/00/0000, sendo, nesta data,
cessado.

Ocorre que a mesma continuou incapacitada para o labor, requerendo


novamente o benefício de auxílio-doença (NB 00000), em DIA/MÊS/ANO. Após
ser submetida a novos exames periciais, o benefício foi novamente concedido,
porém, restou cessado na data de DIA/MÊS/ANO, por entender a autarquia ré
- conforme comunicação de decisão em anexo – que não teria sido
constatada, em exame realizado pela perícia médica do INSS, a incapacidade
para o trabalho.

Contudo, Nobre Julgador, segundo orientações médicas, conforme atestado


em anexo, a parte autora não possui condições de continuar exercendo sua
atividade laboral habitual, até mesmo por que sequer consegue deambular.

As doenças que incapacitam a parte demandante, conforme atestado


colacionado ao próprio processo administrativo, é fratura na fíbula (terço
distal) do membro inferior esquerdo, já que sofreu acidente de moto, e ficou
com sequelas. Ademais, importante ressaltar que a autora sofre também com
câncer de pele, diagnosticado no atestado em anexo.

Sabe-se, Excelência, que o quadro narrado possui características


degenerativas e natureza crônica. Se a autora ficar desamparada, sendo
forçada a trabalhar para sobreviver, terá seu quadro clínico agravado,
podendo até se tornar irreversível.

Não vislumbrando outra alternativa, eis que totalmente desamparada, a parte


autora socorre-se do Judiciário almejando reverter a decisão injusta da
autarquia ré.

Ademais, cumpre ressaltar que o requisito controverso na presente demanda


é a existência ou não de incapacidade laboral, sendo que a “qualidade de
segurada” não se discute, eis que o próprio Instituto-réu reconheceu que a
autora cumpre a exigência.
DO DIREITO

A Constituição Federal de 1988 tem por fundamentos a promoção do bem


estar de todos sem qualquer forma de discriminação, além disso, garante o
direito à dignidade humana, em seu art. 1º, III. No mesmo sentido, seu art.
196 dispõe que a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantindo
através de políticas sociais e econômicas que visem a redução do risco e de
outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua
promoção, proteção e recuperação. Ademais, o art. 201 da CF estabelece que
os planos de previdência social, nos termos da Lei, atenderão a cobertura dos
eventos para sua promoção, proteção e recuperação, estabelecendo também
que atenderão a cobertura dos eventos de doença, incluídos os resultantes de
auxílio-doença por incapacidade física para o trabalho.

A Lei nº 8.213/91 dispõe em seu art. 59 que o auxílio-doença será devido ao


segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o período de carência
exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua
atividade habitual. Por seu turno, o art. 62 da Lei supracitada, estabelece que
tal benefício não cessará até que o segurado seja dado como habilitado para o
desempenho de nova atividade que lhe garanta a subsistência ou, quando
considerado não-recuperável, for aposentado por invalidez.

Ademais, ressalta-se que a parte autora aduz que se torna impossível a


atividade laboral, já que não consegue se locomover, bem como a
necessidade de carregar peso e o exercício do trabalho arcada em má postura
por muitas horas são situações não recomendadas nestes casos.

Inobstante o fato de a perícia médica da autarquia ré ter considerado a autora


apta ao trabalho, é sabido que o resultado da avaliação pericial administrativa
não é definitiva, podendo ser questionada em juízo perante o princípio da
ampla defesa e do contraditório.

Ademais, entende a parte autora fazer jus também à aposentadoria por


invalidez, tendo em vista que o seu infortúnio é crônico e impede o
desenvolvimento normal de sua atividade habitual como também inviabiliza
qualquer outra atividade laborativa. Sustenta que nas suas condições pessoais
e sociais, não há possibilidade de exercer outro ofício compatível, até mesmo
pela sua idade avançada.

Diante do quadro narrado, resta claro o direito da autora a ter concedido o


seu benefício até que esteja totalmente curada e apta a retornar ao trabalho,
ou ainda, caso contrário, aposentada por invalidez. Negar-lhe o benefício
violaria não só a própria legislação previdenciária, como a própria dignidade
da pessoa, diante do abalo moral sofrido pela falta de renda e suas
consequências.

DA NECESSIDADE DE PERÍCIA JUDICIAL

A requerente entende possuir o direito de ter sua incapacidade avaliada por


perito imparcial, especialista na sua patologia, quando ofertará seus quesitos,
caso tenha deferido a seu favor o pedido de perícia judicial.

DA NECESSIDADE DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA

O art. 300 do NCPC permite ao Juiz, em qualquer causa, antecipar


parcialmente ou até mesmo totalmente os efeitos do pedido, desde que haja
elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou
risco ao resultado útil do processo.

Neste sentido, Excelência, é cristalino que a parte autora encontra-se


desamparada financeiramente e com problemas de saúde que a incapacitam
de trabalhar, dependendo exclusivamente de seu trabalho para se manter.

O fato de não possuir outra fonte de renda, torna sua situação desesperadora,
pois não está mais conseguindo custear suas despesas básicas, além de estar
tendo que despender um gasto mensal enorme com medicamentos e
tratamento médico.

O direito da requerente encontra-se fundamentado na CF que dispõe no seu


art. 6º:

Art. 6º - São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o


lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade
e à infância, a assistência aos desamparados, na forma
desta constituição.

Nota-se que a verossimilhança do alegado esta efetivamente constatada à luz


da prova inequívoca apresentada. Demonstrou-se objetivamente o direito da
parte autora, consubstanciado no “fumus boni iuris” que restou mais que
comprovado.

No que concerne ao risco de dano ou risco ao resultado útil do processo,


importante ressaltar que no caso em apreço, o próprio retardo em sua
concessão constitui uma violação irreparável, na medida em que o bem
jurídico ofendido é infungível, sendo desnecessário provar o “fundado receio
de dano irreparável ou de difícil reparação” para a tutela antecipada, pois o
dano é, aí, consequência lógica da demora na concessão do benefício.

Nestes termos, requer o deferimento da tutela de urgência a fim de que se


implante imediatamente o benefício previdenciário da autora.

DOS PEDIDOS

ANTE O EXPOSTO, requer a Vossa Excelência se digne acolher a


presente AÇÃO ORDINÁRIA PREVIDENCIÁRIA PARA RESTABELECIMENTO DE
AUXÍLIO DOENÇA, COM PEDIDO SUCESSIVO DE APOSENTADORIA POR
INVALIDEZ, ajuizada contra INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -
INSS, preambularmente qualificada, para o fim especial de:

a) Deferir a tutela jurisdicional de forma antecipada, forte no disposto no


art. 300 e 497, ambos do Novo Código de Processo Civil, para determinar à
autarquia ré restabelecer o benefício previdenciário de Auxílio-doença à autora
e, em prazo hábil, pague-lhe a renda mensal atual, sob pena de multa diária,
a qual postula seja da ordem de R$ 00000 (REAIS), ou, ainda, a critério de
Vossa Excelência;

b) Restabelecer o benefício de auxílio-doença à autora, calculando na forma


da legislação vigente, desde a data da cessação do benefício nº 000000, visto
que sua incapacidade laboral perdura desde então, com o pagamento das
verbas vencidas e vincendas, devidamente atualizadas, acrescidas dos juros
moratórios a partir da citação, respeitada eventual prescrição quinquenal e
também aos demais ônus sucumbenciais inerentes, bem como honorários
advocatícios;

c) Sucessivamente, verificado os requisitos ensejadores do benefício de


aposentadoria por invalidez, requer o deferimento do mesmo;

d) Designação de perícia médica, se assim necessário, por


médico traumatologista ou ortopedista, para a qual se reserva o direito
de apresentar quesitos;

e) Deferir para a autora a possibilidade de ser submetida a exames


complementares, cujos tipos e modalidade serão determinados segundo
orientação dos peritos nomeados pelo Juízo, se assim entenderem necessário;

f) Por fim, a concessão da Justiça Gratuita, nos termos da Lei nº 1.060/50,


assegurados pela Constituição Federal, artigo 5º, LXXIV e pela Lei
13.105/2015 (NCPC), artigo 98 e seguintes.

Dá-se a causa o valor de R$ 0000 (REAIS)


Termos em que,

Pede Deferimento.

CIDADE, 00, MÊS, ANO

ADVOGADO

OAB Nº

PRINCIPAIS ALTERAÇÕES DA NOVA PREVIDÊNCIA

Aposentadoria por idade:

- 62 anos para mulheres

- 65 anos para homens

Trabalhador Rural

- 55 anos para mulheres

- 60 para homens

Professores

- 57 anos para mulheres

- 60 anos para homens


Policiais federais, legislativos, civis do DF e agentes penitenciários

- 55 anos para mulheres

- 55 anos para homens

Tempo para contribuir ao INSS

- 15 anos mínimo para homens e mulheres – Setor privado já no


mercado de trabalho

- 20 anos para homens – Setor privado ingressos após reforma

- 25 anos para homens e mulheres – Setor público

Cálculo do benefício da aposentadoria

A partir da reforma, o cálculo passará a ser de 60% da média e mais


2% para cada anos de contribuição. Conta-se a partir de 20 anos para
os homes e 15 para as mulheres.

O cálculo do INSS é feito de acordo com o plano aderido e o


rendimento do trabalhador, ou seja, pode ser:

- Autônomos: contribuem entre 20% do salário mínimo e 20% do teto


do INSS;

- Prestadores de serviço simplificado: contribui com 11% do salário


mínimo;

- Donas de casa de baixa renda: 5% do salário mínimo;

- MEI: atualmente está em R$ 5 de ISS + R$ 1 ICMS + 5% salário


mínimo.

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