PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA: prova documental incontroversa da
manutenção da incapacidade
JOAZINHO DAS COVES, brasileiro, solteiro, técnico de operação
portuária, portador da carteira de identidade nº, CPF nº , residente na Avenida, nº , Bairro, Seropédica – RJ, CEP 23.897-690, vem, perante Vossa Excelência, por seu advogado infra-assinado, propor a presente
AÇÃO DE OBRIAÇÃO DE FAZER – Concessão de Auxílio por incapacidade
temporária (auxílio-doença acidentário) c/c Tutela de Urgência.
com base no artigo 201, inciso I, da Constituição Federal, e artigos 59 e
seguintes da Lei 8.213/91, em face de INSS – INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, na pessoa de seu representante legal, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos:
DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Inicialmente afirma sob as penas da Lei e de acordo com a Lei nº
1060/50, com nova redação dada pela Lei nº 7.510/86, e art. 98 e 99 do NCPC, não ter condições financeiras de arcar com as despesas processuais e honorários de advogado, sem prejuízo de seu próprio sustento e de sua família, fazendo jus a Gratuidade do Serviço Judiciário, prevista na Carta Política de 1988, em seu art. 5º, inciso LXXIV, indicando para patrocinar a sua causa junto ao MM. Juízo desta Comarca o advogado constante da procuração inclusa.
DAS PUBLICAÇÕES
Requer que todos os atos processuais sejam publicados em nome do
causídico que a esta subscreve, no endereço exarado no instrumento procuratório incluso.
DOS FATOS:
O autor trabalha na empresa Companhia Siderúrgica Nacional, desde
01/03/2012 e contribui para o órgão requerido por muitos anos, na categoria de técnico de operação portuária, consoante demonstra os documentos anexos, sendo considerado, portanto, segurado obrigatório, nos termos do artigo 11, incisos I, alínea “a” da Lei 8.213/91.
Em 22/08/2021 o autor sofreu um grave acidente no trajeto de seu
trabalho. Ao atravessar a estrada, foi surpreendido com um corte profundo em seu tornozelo em razão de uma linha chilena, que acarretou uma da lesão no tendão tibial anterior esquerdo.
Ocorre que, ao realizar o exame de ressonância magnética foi
constatado que o corte atingiu o tendão tibial. Desta forma, o autor foi internado para ser submetido a uma cirurgia de urgência.
A cirurgia foi realizada e segundo o laudo médico anexo, o autor terá
que permanecer com a perna mobilizada e de repouso sem poder colocar o pé no chão e posteriormente terá que fazer fisioterapia para recuperar o movimento do tornozelo. A patologia que acomete o demandante o torna incapaz para o exercício de toda e qualquer atividade laborativa, visto que está em recuperação.
No dia 16/09/2021, o autor requereu o Benefício por Incapacidade
Temporária nº 636.482, e para sua surpresa teve o pedido negado pela seguinte razão: “Motivo: Data do Início da Incapacidade - DII - anterior ao ingresso ou reingresso ao RGPS”. (Doc. Incluso).
Cabe esclarecer ao Juízo que o INSS não podia ter-lhe negado o
Benefício, pois embora tenha sido comprovada a incapacidade para o trabalho pela perícia médica do INSS, o órgão não reconheceu o direito ao benefício, alegando que o autor não tinha carência o que é inadmissível, tendo em vista, que o autor contribui para órgão desde 06/2011 e é empregado com contribuições regulares, conforme CNIS. (Doc. Anexo).
Outrossim, no caso em questão não há o que se falar em falta de
carência, visto que o autor faz jus ao auxílio-doença acidentário, em razão de ter sofrido o acidente no percurso de sua residência para o local de trabalho, conforme descrito no CAT, assim, não precisa comprovar carência, conforme previsto no artigo 21, inciso IV, “alínea d” e artigo 26, inciso I e II da Lei 8.213/91.
Ou seja, a Autarquia Previdenciária utilizou simplesmente de uma
arbitrariedade, negando o Benefício ao autor, sem levar em conta o seu estado caótico, conforme comprova os Documentos inclusos.
No entanto, a patologia que acomete o demandante o torna incapaz
para o exercício de toda e qualquer atividade laborativa que lhe garanta mínimas condições do seu próprio sustento, conforme atestados médicos anexo, razão pela qual requer a concessão do benefício de auxílio por incapacidade temporária (auxílio-doença acidentário). DO PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA:
Diante da ilegalidade cometida, requer seja concedida a tutela de
urgência, seja o benefício do autor IMEDIATAMENTE CONCEDIDO, com fundamento no artigo 300, do CPC, eis que preenchido os requisitos legais:
Documentos comprovando a probabilidade do direito CAT, CNIS (comprova
que o autor contribui para o órgão desde junho de 2011, sendo assim, faz jus ao benefício. Risco de dano benefício alimentar e autor sem quaisquer condições de trabalho e de sustento próprio.
O benefício deverá ser implantado e mantido até a produção da prova
pericial, a qual determinará se a incapacidade é permanente e total.
Consoante o acima citado, desde 22/08/2021, o autor permanece
incapaz para o trabalho, segundo patologias descritas nos Laudos, Exames, atestado inclusos e CAT.
Assim, estando sem auxílio e não tendo qualquer capacidade
laborativa, imperioso se faz a concessão do benefício ao autor, uma vez que sua incapacidade para o trabalho é total, conforme já atestado pelo próprio perito da parte ré.
O que coaduna no caso do autor, vez que resta demonstrando o
dano real que ainda sofre, torna-se imperativo o deferimento da antecipação de tutela para que este juízo determine a concessão do benefício de auxílio-doença. Extrai-se que os dispositivos acima aduzidos, como medida de tutela de urgência, objeto de liminar na própria ação principal, representa providências de natureza provisória em que fundamentar-se na urgência ou evidência, executiva e sumária, adotadas em caráter provisório, eis que a parte autora não possui outros rendimentos, estando assim totalmente desamparado e dependente da percepção do benefício para sua sobrevivência.
Assim sendo, não pode o autor continuar sofrendo pela falta de
recursos financeiros para sua manutenção e da sua família quando teria que obrigatoriamente estar percebendo o benefício de auxílio-doença acidentário e realizado tratamento médico, ao invés de encontrar-se passando dificuldades financeiras e dependendo da ajuda de terceiros para alimentar-se.
Diante de todo o exposto, está evidente a prática abusiva na
relação de seguro social, devendo ser concedido o benefício de auxílio-doença acidentário imediatamente. Ademais, são inegáveis os danos causados ao Autor, decorrentes da conduta ilícita da parte Ré.
O pedido de tutela de urgência torna-se necessária, eis que a demora
na solução do litígio poderá trazer ao autor prejuízos incalculáveis.
DO DIREITO:
Os benefícios previdenciários destinados a assegurar a cobertura de
eventos causadores de doenças, lesões ou invalidez, encontram-se previstos na Lei nº. 8.213, de 24 de julho de 1991, nos arts. 42 e 61, respectivamente, dependendo de a caracterização da incapacidade ser temporária ou definitiva caracterização de um ou de outro. A pretensão do autor em receber o benefício previdenciário do auxilio doença acidentário esta amparado no art. 59, in verbis:
“Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo
cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.”
Parágrafo único. Não será devido auxílio-doença ao segurado que se
filiar ao Regime Geral de Previdência Social já portador da doença ou da lesão invocada como causa para o benefício, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão”.
Art. 61. O auxílio-doença, inclusive o decorrente de acidente do
trabalho, consistirá numa renda mensal correspondente a 91% (noventa e um por cento) do salário-de-benefício, observado o disposto na Seção III, especialmente no art. 33 desta Lei.
Diante deste conceito e do quadro patológico do autor, bem como
diante da sua profissão de técnico de operação portuária, a qual exige esforço físico e facilidade de locomoção, conclui-se que ele está totalmente incapaz para o exercício de suas funções laborativas habituais.
Pelos documentos em anexo, observa-se cristalinamente que o
requerente encontra-se incapacitado para o labor de forma total, bem como, está em tratamento médico constante, consoante se verifica nos documentos anexos, os quais lhe impedem de realizar sua função habitual.
Desta forma, deve o benefício ser prontamente implantado, diante das
circunstâncias provadas nos autos, pois seria, no mínimo, injusto negar a concessão do benefício pleiteado, uma vez que o segurado não tem condições de trabalhar em sua função habitual ou em qualquer outra função, visto que acabou se ser submetido a uma cirurgia, e seria desumano querer que uma pessoa nestas condições volte a exercer tais atividades. Destarte, a incapacidade também é por bem mais de 15 (quinze) dias, consoante determina a legislação vigente, eis que se encontra afastado do labor desde 22/08/20121, pela mesma patologia incapacitante.
Ante a negação ilegal do Benefício e não tendo o autor capacidade
laborativa, estando desprovido de renda, inclusive, alimentares, é imperioso o ingresso da presente medida judicial, principalmente face o princípio da dignidade da pessoa humana que foi ferida pelo ato administrativo previdenciário.
DA DATA DO INÍCIO DO BENEFÍCIO:
A data do início do benefício deverá ser fixada nos termos do artigo
60 da Lei nº 8.213/91, sendo no caso do autor a data do início da incapacidade, ou seja, 22/08/2021, devendo ser quitadas as parcelas em atraso a partir de então, com os acréscimos legais.
DO DANO MORAL
Excelência, após a leitura das razões acima, resta bastante claro
que o INSS cometeu ERRO GRAVE ao indeferir o benefício do segurado que possui direito evidente.
Assim, não paira dúvida de que houve dano à esfera moral do
demandante, o qual foi vitimado pela conduta reprovável do INSS, deixando o autor sem condições de manter a sua própria dignidade e autonomia, sendo que permanece incapaz ao labor e não reúne meios de manter sua subsistência básica.
O autor contribui para o órgão desde junho de 2011 e quando
precisou do auxílio ficou extremamente desamparado, passando por sérias dificuldades financeiras não tendo como comprar seu próprio alimento, com faturas de cartão e diversas contas em atraso, o que acarretou um grave abalo não só financeiro como psicológico em razão de indeferimento (negativa) de benefício previdenciário imotivado.
Neste contexto, é dever do Estado ressarcir os indivíduos
prejudicados por eventuais condutas danosas da Administração Pública. Logo, configurada a lesão aos bens jurídicos de um terceiro, compete ao Estado, quando autor da ação (ou omissão) causadora do dano, o dever de repará-lo.
Assim sendo, faz jus o autor a reparação moral pelo indeferimento
imotivado do auxílio por incapacidade temporária, ao valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais).
DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer:
1. que seja concedida TUTELA DE URGÊNCIA, de forma inaudita altera pars,
para a imediata implantação do Auxílio por Incapacidade Temporária (auxílio-doença acidentário), em razão do preenchimento dos requisitos do artigo 300, do CPC, quais sejam: probabilidade do direito (incapacidade total ante a documentação médica apresentada), e perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo, uma vez que o requerente necessita de seu benefício, que possui natureza alimentar, para a sua sobrevivência, vez que encontra-se totalmente incapacitado para suas atividades laborativas, bem como, que seja fixado o prazo, não superior a 30 dias, para implantação do beneficio, a partir da intimação; 2. Seja concedido o benefício da Justiça Gratuita, em concordância com a Lei nº 1.060/50 com as alterações introduzidas pela Lei nº 7288/84, por se tratar de hipossuficiente, por ser pessoa pobre na acepção jurídica do termo e não reunir condições de arcar com as despesas e custas processuais sem prejuízo de sua própria subsistência, face a declaração de hipossuficiência ora juntada.
3. A citação da parte ré, na pessoa do seu representante legal, no endereço
retromencionado, usando-se para as diligências citatórias e intimatórias os favores dos artigos 230, 231 e Art. 247 seus incisos e parágrafos, todos do Código de Processo Civil.
4. Conceder ao Requerente o benefício de auxílio-doença acidentário, desde
22/08/2021;
5. A condenação da autarquia ré a pagar as parcelas vencidas e vincendas,
monetariamente corrigidas desde o respectivo vencimento e acrescidas de juros de mora, incidentes até a data do efetivo pagamento;
6. A designação de perícia médica por profissional especialista;
7. A condenação da parte ré ao pagamento de indenização por danos morais no
valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais);
8. A condenação da parte ré em custas processuais, despesas emergentes,
correção monetária e juros de mora sobre o total da condenação;
9. A condenação da parte ré em honorários advocatícios a serem arbitrados
na porcentagem que melhor entender este Douto Juízo;
Requer provar o alegado por todos os meios de provas em direito
admitidos, especialmente pelo depoimento pessoal do representante legal da Ré, sob pena de confissão, oitiva de testemunhas, perícias, vistorias, juntada de novos documentos e demais provas que se fizeram necessárias;
Dá-se à causa o valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais).
Ação Previdenciária de Concessão de Benefício Por Incapacidade Temporária e Sua Convesão em Benefício Por Icapacidade Permanente Cumulada Com Pedido de Tutela Antecipada de Urgência Mãe
Petição Inicial de Conversão de Auxílio Doença em Aposentadoria Por Invalidez Diversas Patologias Pedido de Realização de Perícia Com Médico Do Trabalho