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Ação de Obrigação de Fazer c/c Pedido de Indenização por Danos Morais e Antecipação de
Tutela
, sob o procedimento especial, em face da (PLANO DE SAÚDE), pessoa jurídica de direito
privado, com sede na (endereço completo), com fundamento no Código de Defesa do
Consumidor, pelas razões a seguir articuladamente deduzidas:
DOS FATOS
A parte Autora tem contrato com a Ré, (PLANO DE SAÚDE), há mais 30 (trinta) anos, de
um seguro de Saúde – Livre Escolha, com assistência médica internacional, pagando por
mês o valor aproximado de R$ 800,00 (oitocentos reais), conforme faz prova com a juntada
de cópia de seu cartão de assistência à saúde, de nº XXXXXXXXXXXXXX e da sua apólice
de seguro datada de 29 de agosto de 1984, tendo, desde então, pago regularmente, todas
as mensalidades cobradas.
Conforme, se pode ver das provas carreadas aos autos, nesta inicial, também foi realizado
todo o tipo de tratamento conservador, os quais não trouxeram qualquer alívio à parte
Autora ou segurança para que não venha a sofrer uma MORTE SÚBITA, conforme atestado
medico.
De acordo com o seu médico, o cardiologista Doutor XXXX, inscrito no CRM/PB sob o nº
XXX, o qual firmou o laudo médico em anexo, diante da inexistência de alternativa clínica,
deve ser realizado um procedimento de implantação de marca-passo, em caráter de
URGÊNCIA, o que foi negado pela Seguradora. Tal operação é importantíssima, pois tem o
fito de aliviar a dor e evitar que o paciente tenha uma morte súbita.
Diante do laudo emitido por seu médico, a parte Autora entrou em contato com a Ré,
(PLANO DE SAÚDE), solicitando que fosse autorizado o procedimento indicado pelo
médico supracitado para hoje, necessário para aliviar seu sofrimento e evitar a sua morte.
Ocorre que, para a sua surpresa, a solicitação feita pela parte Autora foi negada pela
indicação clinica da Empresa Ré, liberando apenas a cirurgia sem o material para a
implantação do marca-passo. A (PLANO DE SAÚDE) vem se negando a autorizar o
pagamento dos honorários médicos e dos materiais para a implantação do marca-passo,
quais sejam:
02 – Eletrodos Endocavitários
A realização de tal procedimento foi negada pela Atendente XXX às 14h48 de hoje, sob a
alegação que o mesmo não teria direito a tal procedimento medico, pois o paciente não teria
cobertura contratual para prótese.
O plano de saúde afirma que só poderia autorizar este procedimento para novos seguros de
saúde e para o plano dele que é antigo, o que demonstra o intuito da mesma em não arcar
com este procedimento médico requerido pelo médico do autor.
Atente-se Douto Julgador que o autor pode vir à óbito a qualquer momento sem esta
operação e tal procedimento médico custa mais de R$20.000,00 (vinte mil), valor este que o
seguro de saúde tem por obrigação contratual arcar e a jurisprudência pátria é uníssona
neste sentido, não podendo o plano de saúde simplesmente negar e jogar tal ônus para o
consumidor.
DO DIREITO
DO DIREITO
A parte Autora tentou obter junto à Ré (PLANO DE SAÚDE), cópia integral do contrato
firmado, não tendo logrado qualquer êxito. Tem a parte Autora, entretanto, a certeza de que
seu Plano de Saúde firmado com a Ré, dá a cobertura necessária à realização do
procedimento médico requerido por seu médico, até porque todos os planos de saúde
existentes no mercado, dão tal cobertura.
A omissão do motivo em relação à negativa à parte Autora, do tratamento sugerido por seu
médico particular, fere o seu direito básico à informação, previsto no art. 6º, III do CDC. Os
documentos solicitados pela parte Autora, notadamente a cópia de seu contrato, necessário
à propositura da presente ação, também lhe foi negado, como forma de prejudicar o
exercício do seu direito de ação.
Citando mais uma vez os mestres Eduardo Arruda Alvim e Flávio Cheim:
“É mister, pois, que tenha havido evento danoso, decorrente de defeito no serviço prestado,
para que se possa falar em responsabilização nos moldes do art. 14. Ou, então, que o
evento danoso tenha decorrido de informações insuficientes ou inadequadas sobre sua
fruição e riscos, o que se pode chamar de defeito de informação” (Op. Cit. Pág. 138).
O artigo 14, que diz responder o fornecedor pelo evento danoso, independentemente de
culpa, consagra a sua modalidade objetiva, in verbis:
Deve-se agora tratar, haja vista que a lei aplicável ao caso é o Código de Defesa do
Consumidor, da espécie de responsabilidade civil da seguradora, qual seja, a
responsabilidade objetiva.
Da Responsabilidade Objetiva
O Professor Fernando Noronha conceitua responsabilidade objetiva como “a obrigação de
reparar determinados danos causados a outrem, independentemente de qualquer atuação
dolosa ou culposa do responsável, mas que tenham acontecido durante atividades
realizadas no interesse ou sob o controle da pessoa responsável”.
Ora, é sabido da desordem que muitas vezes povoa nossos sociedade, tanto que os jornais
têm noticiado diariamente o caos nos planos de saúde. Portanto, pode-se afirmar que numa
seguradora que atenta tão somente pelo lucro ao invés de se preocupar com a saúde de
seus segurados, é perfeitamente possível antever-se que, sem serem tomadas estas as
devidas cautelas, quaisquer procedimentos teriam grande chance de serem negados sem
motivos plausíveis. Assim sendo, no momento anterior ao fato era possível prever-se a
ocorrência do dano, não tendo sido tomada nenhuma providência para que tal não
ocorresse.
A Jurisprudência é vasta:
Diante dos fatos e da evidência das provas documentais, não poderão subsistir argumentos
que lhe afastem o reconhecimento do dano moral.
Pela citação da Ré, nos termos do art. 249 do CPC, a fim de que, querendo, conteste os
termos da inicial, sob pena de revelia.
Pede-se, em caráter LIMINAR, pela procedência do pedido, a fim de que seja a Ré obrigada
a realizar todo e qualquer procedimento/materiais/honorários, requeridos por seu medico,
conforme guia de serviço solicitação e Internação de número XXXXXX, em anexo,
necessária ao restabelecimento da saúde da parte Autora, às expensas do (PLANO DE
SAÚDE), que deverá arcar com todos os procedimentos, honorários e materiais
indispensáveis à plena e eficaz realização do ato cirúrgico; impondo-lhe, ainda à ré, o
pagamento do ônus da sucumbência e honorários advocatícios no porcentual de 20% (vinte
por cento).
Protesta a parte autora provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos,
REQUERENDO, DESDE JÁ, O DEPOIMENTO PESSOAL DOS REPRESENTANTES
LEGAIS DA RÉ, SOB PENA DE CONFISSÃO, BEM COMO A PRODUÇÃO DE PROVA
TESTEMUNHAL E DOCUMENTAL.
Dá-se à causa o valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), para efeitos meramente fiscais,
bem como requer a concessão de prazo para juntada da procuração.
Termos em que,
Assinatura
Nome do Advogado