1. O autor sofreu um acidente em um elevador e teve fraturas graves, necessitando de cirurgia urgente. Seu plano de saúde não autorizou o procedimento, colocando sua vida em risco.
2. O autor move ação contra o plano de saúde para obrigá-lo a autorizar a cirurgia urgente conforme prevê o contrato e a lei. A negativa do plano em autorizar o procedimento está causando dor e sofrimento ao autor.
3. Pela lei e resolução da ANS, o plano
1. O autor sofreu um acidente em um elevador e teve fraturas graves, necessitando de cirurgia urgente. Seu plano de saúde não autorizou o procedimento, colocando sua vida em risco.
2. O autor move ação contra o plano de saúde para obrigá-lo a autorizar a cirurgia urgente conforme prevê o contrato e a lei. A negativa do plano em autorizar o procedimento está causando dor e sofrimento ao autor.
3. Pela lei e resolução da ANS, o plano
1. O autor sofreu um acidente em um elevador e teve fraturas graves, necessitando de cirurgia urgente. Seu plano de saúde não autorizou o procedimento, colocando sua vida em risco.
2. O autor move ação contra o plano de saúde para obrigá-lo a autorizar a cirurgia urgente conforme prevê o contrato e a lei. A negativa do plano em autorizar o procedimento está causando dor e sofrimento ao autor.
3. Pela lei e resolução da ANS, o plano
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da _____ Vara Cível do Foro Central da
Comarca de Sã o Paulo – Capital.
[Nome e qualificação do autor], por seu advogado infra-assinado, vem, respeitosamente à presença de V. Exa. para, com fulcro no artigo 51 do Có digo de Defesa do Consumidor, Artigo 300 do Có digo de Processo Civil, artigo 10 da Lei nº 9.656/98, inclusive Medida Provisó ria nº 2097-38, de 27/03/2001, Portaria nº 03 da Secretaria de Direito Econô mico do Ministério da Justiça e os demais dispositivos legais aplicá veis à espécie, propor: Ação ordinária de obrigação de fazer c.c. pedidos de tutela de urgência e de indenização por danos morais contra plano de saúde contra [Nome e qualificação da operadora de saúde], face aos elementos de fato e argumentos de direito abaixo aduzidos: 1. Dos fatos O autor, no dia 00/00/0.000, por volta das 17h00min, ao adentrar em um elevador em horá rio de trabalho, no Shopping xxxxxxxxx, no município de xxxxxxxx, sofreu um acidente, tendo em vista que o referido elevador “despencou”, uma vez que os cabos que o sustentavam romperam-se (Boletim de ocorrência anexado). A queda do elevador se deu do primeiro andar do prédio do referido Shopping center e lhe causou ferimentos gravíssimos e que demandam tratamento urgente, conforme demonstram os documentos médicos juntados. Por tais razõ es, conforme demonstram os diversos documentos médicos anexados, o autor sofreu vá rias fraturas, inclusive a fratura da vértebra x, da coluna cervical. Por tais motivos, em regime de emergência médica, o autor foi socorrido por uma equipe de socorristas do SAMU e conduzido para o Hospital Municipal de xxxxxx-SP, onde passou pelo atendimento inicial e, em virtude do fato que ele tem Seguro-Saú de Empresarial contratado com a ré, onde figura como beneficiá rio, foi transferido para o Hospital xxxxxxxx, onde ficou internado por 4 (quatro) dias e apó s foi transferido para o Hospital xxxxxxxx, que é da rede credenciada da ré. Ocorre Exa., que apesar do contrato vigente entre as partes estar com os pagamentos em dia e prever a cobertura de tratamento em traumatologia/ortopedia e ainda, apesar de ter sido solicitada cobertura para os gastos suportados pelo autor junto ao Hospital xxxxxxxxx em 00/00/0.000, bem como a autorizaçã o especial de urgência para que o autor sofresse outra cirurgia no Hospital xxxxxxxxx, a ré nã o se pronunciou, até o momento, o que faz com que o autor amargue uma espera de 6 (seis) dias no centro cirú rgico, sofrendo com dores, angú stia (O que está provado pelo e-mail enviado pelo médico Dr. xxxxxxxxxx – Doc. j.), uma vez que sofre o risco de morte por embolia pulmonar! Se nã o fosse suficiente, o autor já tem uma dívida em seu nome perante o Hospital xxxxxxxx, pois ele teve que ser submetido a uma cirurgia em cará ter de emergência e a ré nã o custeou tal procedimento. Ante o silêncio da ré no cumprimento de suas obrigaçõ es contratuais, o Hospital xxxxxxxx nã o realizou a cirurgia da qual o autor necessita até a presente data, alegando que tem que receber autorizaçã o da ré para realizar os procedimentos cirú rgicos dos quais necessita o autor, frente aos graves e sérios problemas de saú de que o afligem. O autor nã o tem alternativa, pois está acamado, impossibilitado de andar, sofrendo com dores e, agora, sofrendo psicologicamente com o silêncio da ré, senã o buscar a tutela jurisdicional para que seus direitos sejam devidamente resguardados, notadamente o direito à vida! Um ú ltimo esclarecimento é necessá rio, para que fique claro que o autor é beneficiá rio de um plano empresarial, através da empresa xxxxxxxx Ltda, do tipo xxxxxxxx, que tem cobertura ambulatorial, cirú rgica e hospitalar, com obstetrícia, contudo as condiçõ es gerais do contrato nã o foram entregues à referida empresa, motivo pelo qual nã o se junta este documento. Mesmo sendo a aná lise das condiçõ es gerais, de suma importâ ncia, outras provas, como a carteira expedida pela ré, plenamente vá lida, o Termo de Endosso à s Condiçõ es Gerais do Seguro de Reembolso de Despesas de Assistência Médico-Hospitalar xxxxxxx, os detalhes do plano contratado, obtidos do pró prio site da ré e outras que serã o produzidas durante a instruçã o processual, demonstrarã o que nã o só a ré deve custear o tratamento já realizado, mas também deve garantir que o tratamento cirú rgico do qual o autor necessita seja autorizado. O subscritor da presente acessou o sítio eletrô nico da ré e constatou a existência do Plano Contratado, contudo as condiçõ es gerais da contrataçã o nã o sã o acessíveis, embora pareçam ser. Nos tó picos abaixo, veremos que pelos documentos juntados e pela aplicaçã o da legislaçã o pertinente, a falta do contrato nã o será ó bice para que se possa interpretar com segurança que os procedimentos dos quais o autor necessitam, deve ser coberto pela ré, com extrema urgência pois ele se encontra em risco de morte! Preliminarmente Muito embora o autor tenha o privilégio de ajuizar a presente açã o do foro de sua residência, opta por escolher o domicílio da ré, uma vez que tem sucursal (Doc.j.) na cidade de Sã o Paulo – Capital, na Alameda xxxxxxx, nº xxx, Cerqueira César, em Sã o Paulo- SP, conforme demonstra documento arquivado e obtido perante a Junta Comercial do Estado de Sã o Paulo, através de seu sítio eletrô nico na internet, seu patrono tem domicílio na cidade de Sã o Paulo-Capital e está internado no Hospital xxxxxxx, a Rua xxxxxx, nº xxx, xxxxxx, em Sã o Paulo-SP. Assim, por entender que é melhor para si que a açã o seja proposta nesta Capital, o autor opta pelo domicílio do réu para fins da facilitaçã o da intimaçã o do cumprimento da liminar, pois o caso é grave e urgente e se vai da regra específica para a geral, que nã o pode ser contestada pelo réu, haja vista que lhe facilita o exercício de seus direitos. Muito embora se requeira que a intimaçã o da concessã o da medida liminar seja realizada na sucursal da ré em Sã o Paulo-SP, requer-se que a citação seja feita através de carta com aviso de recebimento, perante a matriz da ré, sediada na cidade do Rio de Janeiro, no endereço fornecido no preâ mbulo. 2. Do direito 2.1. Da cobertura contratual e da obrigação de fazer Conforme se depreende da có pia do contrato celebrado entre as partes, que vige há bem mais de 6 (seis) meses, a ré deve ser compelida a custear o procedimento já realizado junto ao Hospital xxxxxx e autorizar o Hospital xxxxxxxx a realizar a cirurgia da qual necessita e todos os seus acessó rios, a fim de que nã o esteja condenado à morte. Deduz-se, em razã o da existência de um Termo de Endosso às Condições Gerais, do contrato firmado pela ré e a empresa xxxxxxxxx Ltda, que sem sombra de dú vidas as condiçõ es gerais do contrato firmado existem e estã o vigentes, até porque foi possível obter os detalhes de seu plano acessando o site da ré, com o nú mero constante do cartã o que possui, que é vá lido para todo o ano de 0.000. O que permite deduzir com segurança que os procedimentos cirú rgicos já realizados no tratamento do autor e o que ainda é necessá rio, devem ser cobertos e/ou autorizados pela ré, é o fato que os procedimentos cirú rgicos cobertos pelo contrato, por força de Lei, englobam os procedimentos impostos pela ANS (Agência Nacional de Saú de Complementar), através da Resolução Normativa nº 338/2013, que constitui a referência bá sica para cobertura mínima obrigató ria da atençã o à saú de nos planos privados de assistência médica. Os artigos 5º e 19 da referida Resoluçã o, garantem ao autor, os direitos conferidos pelo Art. 10 da Lei nº 9.656/98, vejamos: “RN 338/2013 - Art. 5º As operadoras de planos privados de assistência à saú de deverão oferecer obrigatoriamente o plano-referência de que trata o artigo 10 da Lei nº 9.656, de 1998, podendo oferecer, alternativamente, planos ambulatorial, hospitalar, hospitalar com obstetrícia, odontoló gico e suas combinaçõ es, ressalvada a exceçã o disposta no § 3 º do artigo 10 da Lei nº 9.656, de 1998.” “Art. 19 A cobertura assistencial de que trata o plano-referência compreende todos os procedimentos clínicos, cirúrgicos, obstétricos e os atendimentos de urgência e emergência, na forma estabelecida no artigo 10 da Lei nº 9.656, de 1998.” O artigo 10 da Lei nº 9.656/98, por sua vez, garante assistência hospitalar, que logicamente engloba o tipo de cirurgia de que necessita o autor, pois traumas, fraturas e tratamentos ortopédicos sã o problemas comuns, listados internacionalmente pela Classificaçã o Internacional de Doenças (CID), conforme se verifica nos documentos médicos juntados, sendo que o autor e os médicos que o trataram nã o solicitariam procedimentos nã o cobertos, vejamos o teor da norma supra-citada: “Lei 9.656/98 - Art. 10. É instituído o plano-referência de assistência à saú de, com cobertura assistencial médico-ambulatorial e hospitalar, compreendendo partos e tratamentos, realizados exclusivamente no Brasil, com padrã o de enfermaria, centro de terapia intensiva, ou similar, quando necessá ria a internaçã o hospitalar, das doenças listadas na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde, da Organização Mundial de Saúde, respeitadas as exigências mínimas estabelecidas no art. 12 desta Lei, exceto: I - tratamento clínico ou cirú rgico experimental; II - procedimentos clínicos ou cirú rgicos para fins estéticos, bem como ó rteses e pró teses para o mesmo fim; III - inseminaçã o artificial; IV - tratamento de rejuvenescimento ou de emagrecimento com finalidade estética; V - fornecimento de medicamentos importados nã o nacionalizados; VI - fornecimento de medicamentos para tratamento domiciliar; VII - fornecimento de pró teses, ó rteses e seus acessó rios nã o ligados ao ato cirú rgico; IX - tratamentos ilícitos ou antiéticos, assim definidos sob o aspecto médico, ou nã o reconhecidos pelas autoridades competentes; X - casos de cataclismos, guerras e comoçõ es internas, quando declarados pela autoridade competente. § 1o As exceçõ es constantes dos incisos deste artigo serã o objeto de regulamentaçã o pela ANS. § 2o As pessoas jurídicas que comercializam produtos de que tratam o inciso I e o § 1o do art. 1o desta Lei oferecerã o, obrigatoriamente, a partir de 3 de dezembro de 1999, o plano- referência de que trata este artigo a todos os seus atuais e futuros consumidores. § 3o Excluem-se da obrigatoriedade a que se refere o § 2o deste artigo as pessoas jurídicas que mantêm sistemas de assistência à saú de pela modalidade de autogestã o e as pessoas jurídicas que operem exclusivamente planos odontoló gicos. § 4o A amplitude das coberturas, inclusive de transplantes e de procedimentos de alta complexidade, será definida por normas editadas pela ANS.” (grifos nossos) Com efeito, temos que o procedimento cirúrgico do qual necessita o autor, não figura dentre os procedimentos excluídos, constantes do contrato celebrado nitidamente entre as partes, o que faz a negativa da ré abusiva e ilegal. A jurisprudência já enfrentou caso semelhante e assim decidiu: “Apelação. Ação de indenização por danos materiais e morais. Negativa de cobertura de internação e cirurgia de urgência. Autor diagnosticado com colecistite crô nica calculosa. Carência. Ofensa à lei, ao dever de boa-fé e à s normas protetivas do CDC. Insurgência contra a interpretaçã o das clá usulas contratuais e no tocante aos danos morais. Recusa que nã o configura mero dissabor cotidiano, abalando psicologicamente a autora. Caracterizaçã o in re ipsa. Recurso desprovido. (TJ-SP - APL: 10141029720158260482 SP 1014102-97.2015.8.26.0482, Relator: J.B. Paula Lima, Data de Julgamento: 27/09/2016, 10ª Câ mara de Direito Privado, Data de Publicaçã o: 28/09/2016)” (Grifo de destaque) A negativa da ré, por omissã o, na autorizaçã o para o custeio e a realizaçã o do procedimento cirú rgico, na verdade, constitui flagrante ofensa aos direitos do autor, que sofre risco iminente de morte, conforme a prova que já se produz inicialmente com os documentos juntados. Acontece Exa., que o autor fez tudo que estava ao seu alcance para demonstrar a necessidade da realizaçã o da cirurgia, pois além de ser ó bvio que certas fraturas demandam procedimentos cirú rgicos, o procedimento foi requerido por médico do corpo clínico conveniado da própria ré e todos os documentos foram enviados, contudo a ré mantém-se silente até o presente momento. Embora o autor nã o tenha os recibos de envio dos referidos documentos, nã o seria crível que ficasse inerte em um centro cirú rgico, com fratura que compromete sua vida, sabendo que pode até vir a falecer caso nada seja feito para sanar essa situaçã o. Há abuso da ré, no tempo exagerado para uma resposta, e na falta de autorizaçã o para cobertura de um procedimento de urgência, que já está se transformando em emergência, no desrespeito à ética profissional médica (Pois interfere no parecer de um médico) e na dissimulaçã o quando simplesmente se mantém em silêncio criminoso. O Có digo de Defesas do Consumidor é claro quanto à proteçã o do consumidor em relaçã o à prá ticas abusivas como as noticiadas aqui. O artigo 39 do referido codex veda a conduta abusiva do fornecedor, cujo rol é exemplificativo e leva em conta a existência ou nã o da boa-fé objetiva, exigida pelos princípios gerais de direito do consumidor. Vemos neste caso, que primeiramente, que a mora da ré no adimplemento do contrato deriva do descaso, pois o autor enviou as solicitaçõ es necessá rias e, em vista da gravidade da situaçã o, deveria ter sido atendido com a urgência que o caso requer. Em relaçã o aos laudos de tomografia computadorizada realizadas no autor, tais documentos constatam nã o só a fratura do fêmur esquerdo do autor, mas como de uma de suas vértebras lombar L1, ou seja, situaçã o gravíssima. O autor, que já espera há 06 (seis) dias a realizaçã o da cirurgia, está sofrendo com a angú stia de eventualmente estar no “corredor da morte”, sendo o “carrasco” a ré, que com sua conduta pode determinar o rumo da vida do autor ou mesmo acabar com ela. A atitude da ré é evidentemente desrespeitosa e o autor nã o tem condiçõ es de aguardar mais tempo para a liberaçã o do procedimento e nem mesmo sabe se isso realmente ocorrerá . Fato é que sua saúde é prioridade neste momento e o direito à vida deve ser garantido. O que se verifica é que a ré age manifestamente de má -fé, com o intuito de fazer com que o autor, face à urgência requerida, faça à s suas pró prias expensas a cirurgia necessá ria, pois é incrível que a ré nã o tenha recebido os documentos médicos enviados pelo autor e a pró pria requisiçã o de seu médico credenciado, bem como a verificaçã o dos registros de seu prontuá rio médico, seriam suficientes para que a ré soubesse de sua situaçã o e necessidades médico-cirú rgicas, pois tal documento (Pedido da cirurgia) lhe foi enviado. Dessa forma, a obrigaçã o de fazer é evidente face à s estipulaçõ es legais, contratuais e morais aplicá veis à hipó tese, o que se comprova com os documentos anexados e a abusividade da conduta da ré, que se evidencia pela omissã o flagrante, má -fé explícita e uma atitude reprovada por toda a sociedade. O fato do seguro saú de ser na modalidade reembolso, tal situaçã o nã o pode prevalecer, pois na hipó tese, como requerer o pagamento pelas despesas, para futuro reembolso, se o autor está incapacitado e o Hospital Bandeirantes, Credenciado da ré, só realiza a cirurgia mediante autorizaçã o de cobertura? É evidente que essa situaçã o, além de teratoló gica, é desproporcional, pois ao final, a ré inevitavelmente custearia o procedimento. O autor nã o tem condiçõ es sequer de se mexer, e por isso qualquer clá usula contratual que limite o atendimento, mediante o pagamento para futuro reembolso deve ser considerado abusivo, uma vez que posterga no tempo o ressarcimento pelos gastos e neste caso, nem mesmo se o autor pagasse o Hospital xxxxxxxxxx realizaria a cirurgia necessá ria, pois depende, como já dito, da autorizaçã o da ré para fazer o procedimento, conforme demonstram as guias de serviço emitidas pelo referido Hospital, que nã o emitiria tais guias se os procedimentos cirú rgicos nã o fossem cobertos, pois conhece os procedimentos administrativos adotados pela ré. 2.2. Do Dano moral A atitude da ré, no caso é um absurdo, tendo em vista a situaçã o do autor, que está rigorosamente em dia com seus pagamentos (Doc.j.), tem cobertura do procedimento garantido pela Lei e pelo contrato celebrado, é caso é de urgência porque corre risco de morte e ainda está há 06 (seis) dias sofrendo com fortes dores, que sã o apenas aliviadas com remédios, mas nã o totalmente. Este sofrimento físico e psíquico, aliado ao fato que a atitude da ré é ilícita frente à abusividade de sua atitude no caso em comento, presume o dano moral, que neste caso se mostra evidente. Os artigos 186 e 927, ambos do Có digo civil, amplamente conhecidos pelos operadores do direito, determinam que nessa situaçã o, o autor seja indenizado, pois da conduta ilícita praticada pela ré, emergem os danos morais que devem ser indenizados. O autor sofre com dores e com a angú stia de nã o ter o procedimento que necessita, autorizado. O abalo psíquico suportado pelo autor, em especial pelo fato que pensa que até pode morrer, como de fato pode, é traumatizante, revoltante e humilhante, face ao sentimento de impotência suportado, que fez tudo o que foi requerido, sem necessidade alguma, tendo em vista que a ré, quando recebeu a solicitaçã o de cirurgia, conheceu a situaçã o de sua saú de e suas necessidades médicas. Com isso, a ré deve indenizar o autor no importe de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), a fim de que seja educada a nã o praticar condutas idênticas e punida pelo fato de causar dor, sofrimento e humilhaçã o. Tal valor, na ó tica do autor nã o é abusivo, uma vez que a ré detém altíssimo e notó rio poder econô mico e nã o seria capaz de enriquecer o autor, além de atender a dupla funçã o punitiva-pedagó gica. Desta forma, deve ser a ré, condenada ao pagamento de uma indenizaçã o por danos morais no importe de R$ 30.000,00 (Trinta mil reais), a fim de compensar os danos imateriais que causou ao autor. 2.3. Da necessidade da tutela de urgência. Vemos que o caso requer urgência e o autor nã o pode aguardar uma decisã o definitiva de mérito da forma ordiná ria, haja vista os riscos de danos à saú de e à vida, já demonstrados. Existe prova documental da necessidade e da urgência do procedimento, demonstrado pelos documentos médicos juntados e a cobertura deste procedimento é garantido contratual e legalmente, o que demonstra a real probabilidade do direito ora invocado e o perigo de dano. A verossimilhança da alegação é evidente, porque o autor, em primeiro lugar, nã o teria motivos para inventar uma situaçã o dessas e a verdade também é demonstrada através dos documentos médicos cuja có pia se anexa. O receio de dano irreparável também decorre da necessidade de urgência na realizaçã o do procedimento cirú rgico necessá rio e o risco de morte na espera, também comprovada pelos documentos médicos juntados, o que justifica o pedido da tutela em cará ter liminar. A reversibilidade do procedimento também é possível, haja vista que se esta açã o for julgada improcedente, é perfeitamente possível converter a obrigaçã o forçosamente cumprida, em perdas e danos, os quais seriam pagos pelo autor. Aliá s, os danos a que o autor está sujeito é que podem ser irreversíveis e a tutela de urgência deve ser deferida por conta do contexto da situaçã o de fato, nos exatos moldes do artigo 300 do Có digo de Processo Civil[1]. Finalmente, tendo em vista a urgência e os riscos envolvidos, a decisã o de concessã o da tutela de urgência deve estipular multa horá ria ou, no mínimo diá ria, em importe financeiro suficiente para forçar a ré a cumprir a decisã o, bem como cientificá -lo das penas relativas ao crime de desobediência e, se for o caso, determinar a suspensã o judicial de todas as suas atividades de venda de novos planos, até que atenda a decisã o antecipató ria de tutela jurisdicional, sob pena de prisã o dos responsá veis, o que permite o artigo 301 do Có digo de processo civil[2]. 2.4. Da necessidade da concessão da Justiça Gratuita O Autor é uma pessoa simples e aufere, mensalmente, a quantia média de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais), é casado e possui 3 (três) filhos, sendo que todos residem juntos e o autor é também responsá vel pela manutençã o do lar como arrimo de família, o que torna sua situaçã o financeira incapaz de suportar as custas do processo, sem prejudicar o sustento pró prio e de sua família, caso tivesse que suportar as custas processuais ordinariamente necessá rias. Vemos ainda, que pelo valor da causa, só as custas iniciais absorveriam uma boa parcela de seu salá rio, sem contar a taxa de procuraçã o e as despesas com citaçã o e intimaçõ es, levando em conta que a Sede da ré fica localizada na cidade do Rio de Janeiro-RJ e uma possível, porém rara condenaçã o em verbas sucumbenciais, seria uma tragédia financeira para ele, pois pode absorver até mais que o dobro de seu salá rio. Por isso, o autor requer as benesses da Lei nº 1.060/50 e do artigo 98 do Có digo de processo civil[3], para que seja isentado do pagamento de custas judiciais, ante ao fato que tal exigência comprometeria seu sustento e de sua família, além do que impediria seu acesso ao Poder Judiciá rio. Finalmente, requer o prazo de 15 (Quinze) dias para a juntada da respectiva Declaraçã o de Hipossuficiência, tendo em vista que o autor nã o assinou tal documento ainda, porque está internado em estado grave no Hospital xxxxxxxx, nesta comarca, conforme demonstram os documentos da açã o. 2.5. Da necessidade da inversão do ônus da prova Ante à dinâ mica dos fatos, é evidente que a ré está em posiçã o privilegiada em relaçã o ao autor, no aspecto de produçã o de provas. A maioria das provas de comunicaçã o da necessidade do autor estã o na posse da ré, em seu sistema informatizado e a falta de acesso ao contrato, demonstram a posiçã o de inferioridade probató ria e evidente desequilíbrio processual. O equilíbrio nesta relaçã o deve ser reestabelecido no processo, razã o pela qual o autor invoca o direito que lhe é conferido no artigo 6º, inciso VIII, do CDC[4]. Face ao exposto, a inversã o do ô nus da prova é de rigor, nos exatos termos da legislaçã o supra informada, a fim de que nã o haja mais desequilíbrio na relaçã o jurídica existente entre as partes e também face à presunçã o legal de hipossuficiência do autor, na condiçã o de consumidor. 2.6. Da necessidade de apresentação de documento A empresa que mantém o plano ao qual o autor é agregado nã o recebeu as condiçõ es gerais do contrato de seguro-saú de da ré, motivo pelo qual nã o possível juntá -lo. Esforços no sentido de conseguir o referido documento através do sítio eletrô nico da pró pria ré foram empregados, mas apesar do site da ré ter previsã o para o fornecimento dessa informaçã o, na prá tica, o “sistema” nã o permite. Desta forma, deve a ré ser compelida a juntar o contrato principal celebrado entre as partes, a fim de que se conheçam as condiçõ es gerais, muito embora a cobertura do caso em discussã o seja imposto legalmente. 3. Dos pedidos Ante ao exposto requer: 1. Quer seja proferida decisã o antecipató ria da tutela jurisdicional, com fundamento no artigo 300 do CPC, no sentido de obrigar a ré a autorizar e custear, imediatamente, diá rias, a cirurgia ou cirurgias de que o autor necessita, seja (m) qual (is) ela (s) for (em), com todos os seus acessó rios, conforme pedidos dos médicos que tratam do autor, a ser realizado no Hospital xxxxxxx, devendo ainda a ré ser obrigada a comunicar nos autos o cumprimento do ato e informando, o autor, seu médico e o Hospital xxxxxxx, sob pena de multa horá ria ou diá ria, no importe de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) por dia ou R$ 1.000,00 (mil reais) por hora de atraso, contados a partir da intimaçã o da decisã o judicial e advertindo a ré das penas relativas ao crime de desobediência e de outras medidas acauteladoras; 2. Que a intimaçã o da decisã o concessiva da tutela de urgência seja feita perante a sucursal da ré, cujo endereço consta do preâ mbulo desta petiçã o inicial; 3. Que, caso seja deferida a tutela de urgência e nã o seja cumprida pela ré, que seja determinada judicialmente, como medida acauteladora, a proibiçã o de suas atividades de vendas de seguro-saú de, a fim de assegurar a efetividade da decisã o judicial e/ou a prisã o de seu Diretor Presidente ou pessoa responsá vel por crime de desobediência para garantir-se efetivamente o direito à vida, do autor; 4. Que a ré seja citada para responder à açã o, nos moldes estabelecidos pela legislaçã o vigente e no prazo legal; 5. Que a ré seja obrigada a juntar aos autos, có pia dos requerimentos recebidos para cobertura de procedimentos médicos enviados pelos Hospitais xxxxxxx e xxxxxxx, bem como có pia das condiçõ es gerais do contrato celebrado entre as partes, com fulcro no artigo 396 do Có digo de processo civil; 6. Que seja deferido o benefício da Justiça Gratuita, com base nos documentos juntados, bem como o prazo de 15 (quinze) dias para a juntada da respectiva declaraçã o de hipossuficiência financeira e do instrumento de mandato, uma vez que o autor está internado, ficando difícil obter tal documentaçã o, conforme permissivo do § 1º do artigo 104 do Có digo de processo civil ; 7. Que seja deferida a inversã o do ô nus da prova, com fulcro no artigo 6º, inciso VIII, do Có digo de Defesa do Consumidor; 8. Que ao final, seja julgada definitiva a decisã o liminar proferida em sede de tutela de urgência, bem como a total procedência da açã o, com a condenaçã o da ré no cumprimento da obrigaçã o assumida contratualmente, no sentido de liberar e ou custear todos os procedimentos médicos e todos os acessó rios do procedimento de que necessita ser submetido o autor, bem como daqueles que já foram realizados, condenando-a, também, no pagamento de uma indenizaçã o por danos morais, no importe de R$ 30.000,00 (Trinta mil reais), face à angú stia, sofrimento, dor física e psíquica, causados ao autor; 9. Requer-se ainda, a condenaçã o da ré no pagamento das custas processuais e honorá rios advocatícios, na forma da lei; 10. Que seja designada audiência de tentativa de conciliaçã o, tendo em vista que existe interesse do autor na soluçã o amigá vel do litígio e; 11. Protesta-se pelo direito de provar o alegado, através do direito produzir todas as provas pertinentes e permitidas em direito, notadamente pelo depoimento pessoal do representante legal da ré, juntada de documentos novos, perícias, oitiva de testemunhas e demais necessá rias para o deslinde da questã o. Dá -se à causa, o valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), para os fins de direito. Nestes termos, P deferimento. Sã o Paulo, fevereiro de 2.019. ÉRICO T. B. OLIVIERI OAB/SP 184.337 ADVOGADO https://opuslei.blogspot.com/ 1. Có digo de processo civil. “Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado ú til do processo. § 1o Para a concessã o da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir cauçã o real ou fidejussó ria idô nea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a cauçã o ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente nã o puder oferecê-la. § 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou apó s justificaçã o prévia. § 3o A tutela de urgência de natureza antecipada nã o será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisã o.” ↑ 2. Có digo de processo civil. “Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienaçã o de bem e qualquer outra medida idô nea para asseguraçã o do direito.” ↑ 3. Có digo de processo civil. “Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorá rios advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.” ↑ 4. Có digo de defesa do consumidor. “Art. 6º Sã o direitos bá sicos do consumidor: [...] VIII - a facilitaçã o da defesa de seus direitos, inclusive com a inversã o do ô nus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegaçã o ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordiná rias de experiências;” ↑