Você está na página 1de 14

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA

CÍVEL DO FORO DA COMARCA DE SOROCABA (SP):

PROCESSO DIGITAL Nº 1011350-08.2013.8.26.0100

HYLE AUTOGESTÃO EM SAÚDE, devidamente


qualificada nos autos do processo em epígrafe, por sua advogada que a
presente subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência,
com fulcro nos artigos 513 e seguintes do Código de Processo Civil, interpor o
presente

RECURSO DE APELAÇÃO

nos autos da ação que lhe promove ANA SILVA, cujas razões seguem anexas.

Requer, outrossim, seja recebido, processado e


encaminhado o presente apelo ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de
São Paulo, requerendo seja concedido EFEITO SUSPENSIVO e EFEITO
DEVOLUTIVO, com as cautelas de estilo, para que seja reformada totalmente
a r. sentença de fls., que ora segue combatida.

Para tanto, junta a guia de recolhimento de preparo


e de porte de remessa e retorno dos autos, comprobatória do efetivo
pagamento das custas concernentes ao recurso interposto, protestando, desde
já, pela complementação de eventuais diferenças, se for o caso. A fim de evitar
futura arguição de nulidade no processo, requer que todas as publicações
sejam levadas a efeito EXCLUSIVAMENTE sob o nome dos seguintes
advogados: BENEDICTO CELSO BENÍCIO, INSCRITO NA OAB/SP N° 20.047
e TAYLISE CATARINA ROGÉRIO SEIXAS, OAB/SP Nº 182.694.

Termos em que,
Pede deferimento. São Paulo/SP,
17 de junho de 2013.

RAZÕES DE APELAÇÃO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

APELANTE: HYLE AUTOGESTÃO EM SAÚDE

APELADO: ANA SILVA

ORIGEM: VARA CÍVEL DO FORO DA COMARCA DE SOROCABA (SP)

PROCESSO DE ORIGEM: XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

EGRÉGIO TRIBUNAL

COLENDA CÂMARA

ÍNCLITOS JULGADORES

BREVE SÍNTESE DA DEMANDA

01. Em apertada síntese, o Apelado alega que a


Apelante teria apresentado injustificadas recusas de cobertura à procedimentos
e tratamentos aos quais necessitava submeter-se, fazendo com que este
tivesse que desembolsar elevada quantia para a realização dos mesmos. Em
razão do exposto, ingressou com a presente demanda, pleiteando: (i) a
concessão de tutela antecipada para que seja autorizada (i) a realização do
tratamento com a medicação Lenalidomida 25mg e dos procedimentos
pleiteados; (ii) a reparação pelos danos morais eventualmente sofridos, na
quantia de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais); (iv) a condenação em custas
e honorários advocatícios.

02. Em sede de sentença, decidiu o ilustre Juízo


Monocrático pela procedência dos pedidos do Apelado, nos termos que
seguem:

SENTENÇA:

“(...)

Desse modo, considerando as condições das partes envolvidas e as peculiaridades do caso em


apreço, considero que o quantum do dano moral para o caso em testilha deve ser estabelecido
em R$ 8.000,00 (oito mil reais), corrigidos monetariamente, valor este que se revela suficiente
para coibir a conduta da ré e desestimular a repetição do fato com outros consumidores, sem
proporcionar um enriquecimento sem causa à autora.
Posto isso e considerando o mais que dos autos consta, julgo PROCEDENTE a ação para:
1 - condenar a ré à obrigação de fazer, consistente em fornecer o medicamento prescrito à
parte autora (LENALIDOMIDA 25 MG), segundo prescrição médica, ou outro em substituição
que venha a ser prescrito, nas quantidades e períodos que forem prescritos pelo médico, sob
pena de multa diária na hipótese de descumprimento, já fixada pela decisão de fls. 34/36,
confirmada pelo v. Acórdão, cuja tutela antecipada torno definitiva.
2 - condenar a ré a pagar à autora a importância de R$8.000,00 (oito mil reais) a título de
indenização por danos morais, corrigida monetariamente a partir desta data (Súmula 362 do
STJ), com a incidência de juros moratórios de 1% (um por cento) ao mês, contados também
dessa data, ocasião em que o dano moral indenizável ganhou expressão monetária.

Em consequência, extingo o presente feito, com resolução do mérito, nos termos do que dispõe
o artigo 487, inciso I, do Código de Processo Civil.
Consigne-se, ainda, que conforme Súmula 326 do STJ, a condenação em montante inferior ao
postulado na inicial, a título de indenização por dano moral, não implica em sucumbência
recíproca.
Sucumbente, condeno a ré ao pagamento das custas e despesas processuais, tanto as que
deixaram de ser recolhidas pela autora (beneficiária da assistência judiciária), quanto às de
sua alçada porventura em aberto, bem como em honorários advocatícios, devidos ao patrono
da parte autora, que, nos termos do artigo 85, §2º e §8º, do CPC, fixo por equidade em
R$2.000,00 (dois mil reais), corrigidos monetariamente pela Tabela Prática do Tribunal de
Justiça do Estado de São Paulo, desta data até a do efetivo pagamento, acrescidos de juros de
1% (um por cento) ao mês a contar do trânsito em julgado (art. 85, §16, do CPC).

(...)”

03. Ante as razões ora expostas, em que pese a


brilhante fundamentação e o ilibado saber jurídico do Nobre Magistrado
Monocrático, não agiu este com o costumeiro acerto, padecendo tal decisão de
reforma, conforme se passa a expor:

DAS RAZÕES PARA REFORMA DA SENTENÇA

04. Conforme exaustivamente exposto em sede


de contestação, a ausência de cobertura contratual à determinado tratamento
ou procedimento é motivo legítimo para justificar a recusa de cobertura e de
reembolso de despesas.

05. Importante mencionar que, o contrato


estabelecido entre as partes, NÃO cobre a medicação LUCENTIS, tendo em
vista que, referida medicação não tem procedência nacional, ou seja, teria que
ser importada.
06. A Lei 9.656/98 faculta a exclusão de cobertura
para medicamentos importados, conforme disposição no art. 10, in verbis:

“Art. 10. É instituído o plano-referência de


assistência à saúde, com cobertura assistencial
médico-ambulatorial e hospitalar, compreendendo
partos e tratamentos, realizados exclusivamente no
Brasil, com padrão de enfermaria, centro de terapia
intensiva, ou similar, quando necessária a internação
hospitalar, das doenças listadas na Classificação
Estatística Internacional de Doenças e Problemas
Relacionados com a Saúde, da Organização
Mundial de Saúde, respeitadas as exigências
mínimas estabelecidas no art. 12 desta Lei, exceto:

I - tratamento clínico ou cirúrgico experimental;

II - procedimentos clínicos ou cirúrgicos para fins


estéticos, bem como órteses e próteses para o
mesmo fim;

III - inseminação artificial;

IV - tratamento de rejuvenescimento ou de
emagrecimento com finalidade estética;

V - fornecimento de medicamentos importados não


nacionalizados;

VI - fornecimento de medicamentos para tratamento


domiciliar;

07. Em consulta ao sítio da ANVISA, constata-se


que o medicamento em questão, é de procedência internacional, e sendo
assim, a priori, estaria excluído, ex vi legis, da cobertura oferecida pela
operadora de saúde.
08. Desta forma, provada a origem/procedência
internacional do medicamento pleiteado, é facultado à Apelante excluir o
referido de sua cobertura.
09. Em consulta ao contrato firmado entre as
partes, encontramos a cláusula contratual que prevê expressamente à
exclusão de cobertura para medicamentos importados.

10. Nesse aspecto, esclarece-se que a Apelante,


em nenhuma das hipóteses, desrespeitou o contrato, já este é expresso ao
prever a exclusão de cobertura, nem mesmo descumpriu normas estabelecidas
pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).

11. Referido órgão prevê o rol de procedimentos


mínimos que cada operada deverá respeitar, ou seja, para que uma operadora
seja reconhecida no mercado, deverá se basear na regulamentação da ANS, e
oferecer o mínimo de procedimentos que este órgão estipula, o que a Apelante
faz prontamente.

12. É certo que, no caso em tela, o pedido do


Apelado deveria ter sido julgado improcedente, ante a existência de prova
cabal de que o medicamento pleiteado não é de procedência nacional e,
portanto, está excluído da cobertura desta Apelante, prerrogativa fornecida pela
Lei 9.656/98.

13. Dessa forma, em razão da inexistência de


cobertura, não há falar-se em dever da Apelante em reembolsar as despesas,
muito menos de forma integral.

14. Importa apenas observar que, no que tange à


condenação da Apelante em reembolsar as despesas do Apelado, o reembolso
deve ser feito nos limites do contrato, não devendo a Apelante reembolsar
exatamente o que foi gasto pelos seus segurados, já que o artigo 1º, inciso I c/c
o artigo 12 da Lei 9.656/98, regulamenta o reembolso efetivado de acordo com
o plano contratado, não havendo quaisquer determinação legal obrigando a
Apelante a pagar o valor integral quando da solicitação de reembolso.

15. No tocante à condenação em danos morais,


em que pese haver fundamentação do Magistrado no tocante ao cabimento
desta, essa não é devida, como se demonstrará adiante.

16. Como já comprovado em sede de


contestação, o Apelado teve o reembolso do procedimento/tratamento negado
em razão da ausência de cobertura para o mesmo.
17. Ou seja, fica claro que esta Apelante não
praticou nenhuma irregularidade em não reembolsara as despesas do Apelado,
já que o mesmo não tinha cobertura para o procedimento/tratamento realizado,
motivo pelo qual, não tem qualquer responsabilidade pela reparação moral
pleiteada e ora concedida.

18. Muito embora os fatos acima já afastem


qualquer pretensão indenizatória por parte do Apelado, cabe à Apelante, em
atenção ao princípio da eventualidade da defesa, demonstrar que o pleito ao
recebimento de indenização por danos morais não encontra qualquer respaldo
na lei, na doutrina ou na jurisprudência pátria.

19. Não bastam simples alegações de ocorrência


de dano moral para justificar uma indenização.

20. Para que haja o dever de indenizar, deve


haver, no mínimo, a existência de um fato danoso, sendo igualmente
imprescindível a presença de todos os outros requisitos e pressupostos da
obrigação de indenizar (culpa do agente e nexo de causalidade), igualmente
ausentes na presente demanda.

21. Ainda que se entendesse, da argumentação


do Apelado, que o mesmo possa, de alguma forma, ter enfrentado algum
inconveniente em razão dos fatos alegados na inicial, o que se admite apenas
para argumentar, os mesmos não configurariam qualquer violação aos direitos
de personalidade da vítima, não sendo, portanto, passíveis de indenização por
danos morais, sob pena de banalização do referido instituto.

22. Não se pode banalizar o dano moral


prodigalizando indenizações que não trazem em seu bojo o aspecto legal.
Nesse sentido expressa Aguiar Dias aos sustentar que:

“Não basta, todavia, que o autor mostre que o fato


de que se queixa, na ação, seja capaz de produzir
dano, seja de natureza prejudicial. É preciso que
prove o dano concreto, assim entendida a realidade
do dano que experimentou relegando para
liqüidação a avaliação do seu montante.” (Da
responsabilidade civil, 6ª edição, pág. 93/94)

23. Além do mais, quando se cuida de dano


moral, há que se ter presente uma certa concretude nos seus efeitos, o que
não aparece nos autos.
24. Nesse sentido, ainda que se trate de uma
relação de consumo, é ônus do consumidor comprovar a existência do fato,
conforme se depreende, entre outros, do seguinte julgado:

“PROCESSUAL CIVIL. CONSUMIDOR. ÔNUS DA


PROVA. INVERSÃO. PROVA DE FATO NEGATIVO.
Segundo regra geral de processo, o ônus da prova
dos fatos incumbe à parte que os alega. Embora o
CDC preveja a possibilidade de inversão do ônus da
prova, para a sua ocorrência é necessário juízo de
verossimilhança o que não autoriza a imposição ao
fornecedor de produzir prova diabólica.” (TJDF –
Apelação Cível no Juizado Especial – ACJ
20071010092795-DF, Rel. Carlos Pires Soares Neto,
j. 10/06/2008, 2ª Turma Recursal, publ. 25/07/2008,
p. 115)

25. Nessa situação, vale ressaltar que o dano


moral deve ocorrer devido sérias ofensas ao direito de personalidade, e deixar
marcas profundas e danos irreparáveis.
26. Situações como a exposta pelo Apelado, que
não configuram fatos danosos, não podem ser abarcadas pelo instituto da
indenização por danos morais.
27. Não é outro também o entendimento de
nossos Tribunais em casos análogos:

“CIVIL. DANO MORAL. NÃO OCORRÊNCIA. O


mero dissabor não pode ser alçado ao patamar do
dano moral, mas somente aquela agressão que
exacerba a naturalidade dos fatos da vida, causando
fundadas aflições ou angústias no espírito de quem
ela se dirige. Recurso parcialmente conhecido, e
nessa parte, provido.” (STJ – Resp 215.666 – RJ –
4ª Turma – Min. Rel. CESAR ASFOR ROCHA – J.
21.06.2001) (grifos nossos).

“RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL.


CONFIGURAÇÃO. PRINCÍPIO DA LÓGICA
RAZOÁVEL. Na tormentosa questão de saber o que
configura o dano moral, cumpre ao juiz seguir a trilha
lógica do razoável, em busca da sensibilidade
éticosocial moral. Deve-se tomar por paradigma o
cidadão que se coloca a igual distância do homem
frio, insensível e o homem de extremada
sensibilidade. Nessa linha de princípio, só deve ser
reputado como dano moral a dor, o vexame,
sofrimento, ou humilhação que, fugindo à
normalidade, interfira intensamente no
comportamento psicológico do indivíduo, causando-
lhe aflição, angústia e desequilíbrio em seu bem-
estar, não bastando mero dissabor, aborrecimento,
mágoa, irritação ou sensibilidade exacerbada.
Desprovimento do Recurso” (TJRJ - AC 8218/95 –
Reg. 230496 – Cód. 95.001.08218 – Rio de Janeiro
– 7ª C.Cív. – Rel. Des. SÉRGIO CAVALIERI FILHO
– J. 13.02.1996, in JURIS SÍNTESE – CD ROM, nº
30, Jul./Ago. de 2001, reg. nº 17011898) (grifos
nossos)

28. Insta frisar que o dano moral é um instituto


que visa proteger a integridade psíquica do ofendido e evitar qualquer ofensa à
dignidade da pessoa humana, levando em conta os anseios e perspectivas do
homem médio.
29. Nesse sentido, convém destacar o real
alcance dos “danos morais” que o Apelado pretende ver ressarcido.

30. Na verdade, o aborrecimento cotidiano, os


malefícios da vida em grandes metrópoles, os desconfortos produzidos pela
modernidade, parecem falsamente galgar a posição extremada de dano moral,
o que, no entanto, em uma leitura mais acurada, fica claramente afastado.

31. Ademais, como exposto anteriormente, não


existe nos autos qualquer documento capaz de demonstrar qualquer dano
sofrido ou causado pela Apelante.

32. Frise-se que o Apelado sempre teve o


atendimento necessário quando preciso, não havendo que se falar em vício do
serviço ou qualquer coisa do tipo que pudesse causar prejuízo por culpa da
Apelante.

33. Dessa forma, faz-se mister a distinção entre


dor moral indenizável e o mero aborrecimento, que não é passível de
indenização, como nos ensina o jurista Antonio Jeová dos Santos, em sua obra
Dano Moral Indenizável , “nem todo mal-estar configura dano moral”.

34. Como se percebe, o Apelado não sofreu


nenhuma dor moral que lhe gravasse danosamente as afeições legítimas ou
que provocasse uma redução no conceito que tenha de si próprio ou pelos
quais seja socialmente reconhecido.
35. Desse modo, não restam dúvidas de que não
caracteriza-se o dano moral no caso em questão, uma vez que a Apelante não
praticou nenhum ato ilícito passível de gerar qualquer dano ao Apelado.

36. Ademais, os danos morais não foram


suficientemente comprovados, uma vez que o Apelado não produziu provas
suficientes que demonstrassem o prejuízo sofrido.

37. Há de se salientar que, para se falar em dano


indenizável, é necessário que haja a correspondente e inequívoca prova de
que ele realmente ocorreu. A mera e vaga alegação de prejuízo moral, não se
presta a demonstrar o prejuízo efetivamente sofrido, devendo, portanto, o pleito
do Apelado ser afastado.

38. No mais, caso não seja este o entendimento


deste Egrégio Tribunal, por amor a argumentação, passa a Apelante a tecer
considerações acerca do quantum fixado a título de danos morais.

39. Isto porque, a quantia fixada pelo Juízo


singular em R$8.000,00 (oito mil reais) resta plenamente exorbitante. No
tocante ao quantum a ser indenizado, alguns critérios são tomados como
orientadores para a mensuração da indenização por danos morais. Existem os
critérios gerais, quais sejam: a) a incomensurabilidade do dano moral (o juiz
deve fixá-lo de acordo com o seu prudente arbítrio); b) piso flexível e teto
prudente (a indenização não pode ser insignificante, devendo aproximar-se da
tendência de castigar, entretanto, não pode ser tão elevada que parece
extravagante e leve a um enriquecimento injusto, que transforme o prejudicado
em um novo rico); c) contexto econômico do país; d) prova convincente, firma e
clara do prejuízo que lhe causou o dano; e) critério de eqüidade e das
circunstâncias particulares.

40. O valor da indenização decorrente de danos


morais deve ser quantificado, portanto, de modo a repudiar a conduta ofensora,
de acordo com os prejuízos causados a vitima, sem que seja auferido o
enriquecimento ilícito desta. Conforme restou explanado, na hipótese de se
admitir responsabilidade da Apelante aos danos supostamente sofridos, e que
teriam ofendido a honra do Apelado, este não é apto a fazer jus à indenização
tão vultosa.

41. O Colendo Superior Tribunal de Justiça, por


sua vez, acerca da fixação da indenização por dano moral, dispõe que esta
deve operar-se com moderação, a fim de evitar o enriquecimento ilícito e o
intento de lograr vantagem fácil, demonstrando a preocupação daquela corte
em afastar indenizações generosas, bem como de desestimular a perspectiva
de se obter vantagem fácil e desmerecida. (Resp. 6.948-0/RS, 8.769/SP e
13.034/RJ)

42. Vale ressaltar, o entendimento manifestado


pelo Ministro Sálvio Figueiredo Teixeira ao relatar o REsp nº 214.381/MG,
preceituando que:

“O valor da indenização por danos morais sujeita-se


ao controle do STJ, sendo certo que, na fixação da
indenização a esse título, recomendável que o
arbitramento seja feito com moderação,
proporcionalmente ao grau de culpa, ao nível
socioeconômico dos autos, e ainda, ao porte
econômico dos réus, orientando-se o juiz pelos
critérios sugeridos pela doutrina e pela
jurisprudência, com razoabilidade, valendo-se de sua
experiência e do bom senso, atento à realidade da
vida e das peculiaridades de cada caso.”
43. Em casos de efetivo dano moral, a
indenização, quando devida, é fixada pelo Egrégio Superior Tribunal de Justiça
em montante sobremaneira inferior ao valor arbitrado pelo MM. Juízo a quo.
44. Percebe-se por todo exposto, que sob
qualquer ângulo que se possa analisar a questão sub judice, é de rigor a
improcedência da pretensão reparatória formulada pelo Apelado, tendo em
vista que não há nos autos comprovação da ocorrência do pretendido dano, e
ainda que o mesmo pudesse ser caracterizado, o valor arbitrado a título de
dano moral é excessivamente alto, levando em consideração as consequências
do evento, que não restaram comprovadas e a analogia com casos de
ocorrência efetiva de dano, em que o valor arbitrado é consideravelmente
menor que o ora fixado.

45. Devendo, assim, pelo exposto, a suposta


indenização ser arbitrada em patamares razoáveis e moderados, levando-se
em conta os princípios da proporcionalidade e razoabilidade que seguem e
observam o princípio do devido processo legal.

46. Dessa forma, ante ao não cabimento da


condenação imposta, fica clara que a Apelante não deve ser condenada em
definitivo à reparar os supostos danos morais sofridos, bem como, a pagar as
custas e honorários sucumbenciais.

47. Diante da possibilidade de ocorrência de


danos irreparáveis ou de difícil reparação, requer a Apelante que o presente
recurso seja recebido em duplo efeito.

DAS CONSIDERAÇÕES FINAIS

48. Ante o exposto, requer a Apelante sejam acatadas


as razões acima, para que este recurso seja CONHECIDO e PROVIDO,
requerendo, desde já, que seja reformada a r. sentença, julgando-se
IMPROCEDENTE o pleito do Apelado.

49. Caso este não seja o entendimento, requer seja


revista a condenação em danos morais, para que esta fique completamente
afastada, ou então, para que o valor seja arbitrado de forma condizente com a
falta de gravidade do dano.

50. Inobstante a isso, requer seja aplicado ao presente


recurso, os efeitos suspensivo e devolutivo.

51. A fim de evitar futura arguição de nulidade no


processo, requer que todas as publicações sejam levadas a efeito
EXCLUSIVAMENTE sob o nome dos seguintes advogados: THIFANY
GALANTE, INSCRITA NA OAB/SP N° 444.444.

Termos em que.
Pede deferimento,
São Paulo, 31 de maio de 2023.

__________________________________
THIFANY GALANTE DE OLIVEIRA
OAB/SP 444.444

Você também pode gostar