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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE

DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE XXXXXXXXXXXX

XXXXXXXXXXXX, brasileira, viúva, aposentada, portador do


documento de identidade RG n° MG- XXXXXXXXXXXX SSP e inscrito no
CPF sob o n° XXXXXXXXXXXX, residente e domiciliado na Avenida Dr.
XXXXXXXXXXXX, casa, bairro Centro, CEP: XXXXXXXXXXXX, cidade de
XXXXXXXXXXXX, telefone celular XXXXXXXXXXXX, por meio de seus
advogados, nos autos da AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C
REPETIÇÃO DE INDÉBITO C/C DANOS MORAIS COM PEDIDO LIMINAR
INAUDITA ALTERA PARTS, que move contra BANCO BMG S.A., pessoa
jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ n° 61.186.680/0001-74, com
endereço: Avenida Presidente Juscelino Kubitschek, 1830, Torre 2 - 10º
andar - Vila Nova Conceição - São Paulo/SP, CEP 04543-900, em tramite na
Comarca de Poço Fundo, processo n° 5001035-39.2021.8.13.0517, não se
conformando com a decisão interlocutória de ID 6390018008, a qual
indeferiu o pedido liminar, vem respeitosamente, perante Vossa Excelência,
interpor

AGRAVO DE INSTRUMENTO

com fulcro no art. 1015, I, do Código de Processo Civil, pelas seguintes


razões anexas.
I – NOME DOS ADVOGADOS

O agravante informa os nomes e endereços dos advogados habilitados


na querela, aptos a serem intimados dos atos processuais (art. 1016, inc.
IV).

Do agravante: Dra. XXXXXXXXXXXX, brasileira, casada, advogada,


inscrita na OAB/MG sob o n° XXXXXXXXXXXX, endereço eletrônico
XXXXXXXXXXXX e Dr. XXXXXXXXXXXX, brasileiro, solteiro, advogado,
inscrita na OAB/MG sob o nº XXXXXXXXXXXX, endereço eletrônico:
XXXXXXXXXXXX ,ambos com endereço profissional Rua
XXXXXXXXXXXX

Do agravado: Dra. XXXXXXXXXXXX brasileira, casada, advogada, inscrita


na OAB/MG sob o n° XXXXXXXXXXXX, integrante do escritório
XXXXXXXXXXXX, com endereço profissional localizado a Avenida Olegario
Maciel, n° 2.144, 8° andar, bairro Santo Agostinho, Belo Horizonte/MG,
CEP: XXXXXXXXXXXX..

II – DA TEMPESTIVIDADE

O recurso deve ser considerado como tempestivo. O patrono da parte


agravante fora intimado da decisão atacada na data de 28 de outubro de
2021, tendo como prazo de manifestação até o dia 09 de novembro de 2011.

Destarte, tempestivo o presente recurso.

III – FORMAÇÃO DO INSTRUMENTO

a) Preparo
O agravante deixa de acostar o comprovante de recolhimento do
preparo, dado que lhe foram concedidos os benefícios da gratuidade da
justiça.

Com efeito, utiliza-se do preceito contido no art. 1017, § 1°, do CPC.

b) Peças obrigatórias e facultativas

Os autos do processo em espécie são eletrônicos.

Por isso, máxime em consonância do que disciplina o § 5º, do art.


1017, do Código de Processo Civil.

Diante disso, pleiteia-se o processamento do recurso, sendo esse


distribuído a uma das Câmaras de Direito Privado deste Egrégio Tribunal de
Justiça (CPC, art. 1.016, caput), para que seja submetido para análise.

Nesses Termos,
Pede Deferimento.

XXXXXXXXXXXX, 09 de novembro de 2021

XXXXXXXXXXXX OAB/MG
XXXXXXXXXXXX
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE XXXXXXXXXXXX

RAZÕES DO AGRAVO DE INSTRUMENTO

PROCESSO: XXXXXXXXXXXX
APELANTE: XXXXXXXXXXXX
APELADO: BANCO BMG S.A
JUÍZO DE ORIGEM: VARA ÚNICA DA COMARCA DE
XXXXXXXXXXXX /MG

EGRÉGIA TURMA RECURSAL

COLENDA CÂMARA

DOUTOS JULGADORES

Embora considerado notável o saber jurídico do juízo a quo, impõe-


se a reforma da decisão interlocutória recorrida.

I – CONSIDERAÇÕES DO PROCESSO

Eméritos Julgadores, o agravante entrou com ação AÇÃO DE


OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C REPETIÇÃO DE INDÉBITO C/C DANOS
MORAIS COM PEDIDO LIMINAR INAUDITA ALTERA PARTS.

Em síntese, a agravante é aposentado do INSS, contratou junto ao


Banco Réu, um empréstimo consignado, nº 13518547, na modalidade
consignação em folha de pagamento, com início de contrato em fevereiro de
2018.

O valor do empréstimo consignado foi de R$ 1.037,68 (um mil e


trinta e sete reais e oitenta e oito centavos), em uma oferta de 24 meses, com
parcelas fixas no valor de R$ 55,00 (cinquenta e cinco reais).

O valor liberado foi depositado via TED na conta corrente em que a


Autora recebe o benefício previdenciário.

Ocorre que, após o prazo de 24 meses de descontos, ao invés de


findar o contrato, as parcelas continuam sendo descontadas do benefício da
Autora.

Inconformado, o consumidor entrou em contato com o INSS, para


ter acesso ao seu histórico de crédito, e foi informado que os descontos se
referiam a contratação de empréstimo modalidade cartão de crédito RMC, o
qual é descontado mês a mês, sem data fim pré-fixada.

A situação fatídica demonstra que desde fevereiro de 2018 até a


presente data o autor já pagou 45 parcelas de R$ 55,00 (cinquenta e cinco
reais), totalizando R$ 2.475,00 (dois mil e quatrocentos e setenta e cinco
reais), ao Banco Réu, ou seja, mais de 02 (duas) vezes o valor depositado,
cuja quantia sequer abateu o valor liberado de R$ 1.037,68 (um mil e trinta
e sete reais e oitenta e oito centavos), implicando certamente em
enriquecimento sem causa à Instituição Financeira e de imensurável
prejuízo a parte Agravante.

Submetido a analise, e apresentada calculo junto aos autos, requereu


o pedido liminar, afim de que os descontos fossem cessados.

Subiram os autos para despacho, com a seguinte decisão quanto


ao pedido limiar (ID 6390028008):

(...) Pela análise perfunctória da exordial, tenho por ausente o fumus


boni iuris. A própria Requerente confessou a celebração do negócio
jurídico vergastado. Tampouco configurado o "periculum in mora": já
transcorreram mais de três anos desde a contratação do mútuo e do
início dos descontos. O longo interregno temporal relativiza qualquer
urgência que a Postulante pudesse ter no provimento jurisdicional.
Não há que se falar em irreversibilidade, eis que, concluindo-se pela
inexistência ou nulidade do negócio jurídico, as restituições serão
feitas com todos os consectários cabíveis. Ante o exposto, INDEFIRO
o pleito LIMINAR. CITE-SE o Requerido, sob as advertências
legais(...).

Pelo exposto, busca através do agravo de instrumento o


deferimento do pedido liminar.

II – DO DIREITO E RAZÕES DO PEDIDO DA REFORMA

a) Do pedido liminar e da comprovação do “periculum in mora” e do


“fumus boni iuris”

Em que pese a boa-fé, importante ressaltar que a Autora celebrou


SIM contrato de EMPRÉSTIMO CONSIGNADO com desconto em seu
benefício junto ao Banco Réu. No entanto, NUNCA SOLICITOU OU
CONTRATOU CARTÃO DE CRÉDITO CONSIGNADO, pois fora em busca de
um empréstimo consignado COMUM e assim acreditou ter contratado. Até
porque a contratação do empréstimo se deu como todos os outros anteriores
que o aposentado já realizou. Ou seja, houve especificação do valor liberado,
parcelas fixas com data início e fim para acabar e o valor contratado foi
depositado na conta corrente em que o aposentado recebe seu benefício.

Dessa forma, por não ter autorizado o desconto, tampouco


recebeu/desbloqueou/utilizou cartão que justificasse o débito! Logo, o Banco
Réu NÃO DEVERIA estar descontando do consumidor valores a título de
Empréstimo sobre a RMC e de Reserva de Margem de Crédito (RMC).

Nobre Julgadores, a Agravante jamais concordaria em contratar a


modalidade de cartão de crédito RMC ou descontar valores a maior de
seu benefício previdenciário, haja vista que ele necessita de cada
centavo para garantir sua subsistência.
Requereu assim a antecipação da tutela pretendida, para que o juízo
de primeiro grau determinasse, inaudita altera parte e nos termos do art.
300 do CPC1, a suspensão dos descontos relacionados ao contrato nº
13518547, em seus proventos benefício previdenciário, SOB CASO
HAVER DESOBEDIÊNCIA, seja aplicada multa diária enquanto não
comprovar a baixa do empréstimo, restabelecendo o valor dos proventos
recebidos pelo o autor.

Juntou aos autos do processo eletrônico toda a documentação


necessária, a qual comprova os descontos realizados, e com base no cálculo
pericial, restou claro que a dívida já foi paga.

Ademais, de acordo com o CÁLCULO PERICIAL anexo, o contrato de


empréstimo já foi quitado. Resumidamente:

Conforme Taxa Média do Mercado:

1 Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
Todavia, os descontos perduram até o momento. Por esse
motivo, caracteriza-se o PERICULUM IN MORA, na qual o risco da
demora fica demonstrado diante da continuidade da cobrança indevida
e dos descontos no benefício do Autor, fato que vem gerando inúmeros
transtornos e constrangimentos.

Se nos atentarmos tão somente, quanto ao valor da parcela que vem


sendo descontada, INDEVIDAMENTE, qual seja de R$ 55,00 (cinquenta e
cinco reais), não será possível entender a extensão do dano que acomete ao
Autor, mas se levarmos em conta que o Autor, pessoa idosa, com
pouquíssimos recursos financeiros, recebe apenas um salário mínimo e
desse valor ainda são descontados outros empréstimos que teve a
necessidade de adquirir, nobres julgadores perceberão que a falta dos
mesmos R$ 55,00 é de extrema importância à quem necessita garantir
sua subsistência com menos de um salário mínimo que o aposentado
percebe líquido por mês.

Portanto Nobre Julgadores, requer a cessação dos descontos da


parcela de R$ 55,00 referente ao contrato supracitado, uma vez que
COMPROVADAMENTE o Autor já pagou sua dívida, não restando
nenhuma pendência com a instituição financeira. De outro modo, como
mencionado acima, a manutenção do desconto continuará prejudicando, E
MUITO, a situação econômica do consumidor.

Dando continuidade, o instituto processual da tutela de


evidência está disciplinado no artigo 311 do CPC, in verbis:

Art. 311. A tutela da evidencia será concedida, independentemente da


demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do
processo quando:

I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto


propósito protelatório da parte;

II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas


documentalmente e houver tese firmada em julgamento de
casos repetitivos ou em súmula vinculante;

III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental


adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a
ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa;
IV - a petição inicial for instruída com prova documental
suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o
réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.

Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá


decidir liminarmente.(grifos nosso).

As normas que orientam o sistema jurídico vigente, expostas no


decorrer desta peça exordial, não deixam dúvidas quanto à existência do
direito pleiteado – FUMUS BUNI IURIS -, corroborado com os dispositivos da
Lei Federal nº 8078/90, bem como o Código Civil e texto constitucional em
seu art. 170, V e ADCT em seu art. 48, o que conduz à certeza de que o
autor tem o direito.

Como se observa, para que ocorra o deferimento da tutela da


evidência, cujo objeto é assegurar à parte um direito que, para sua
concessão, somente seria alcançado ao final da lide, é imprescindível que
ocorra a observância dos requisitos legais, os quais, conforme será
demonstrado, estão presentes no caso em apreço com farta documentação e
decisões em casos repetitivos, como já colacionados.

Por outro aspecto, verifica-se, ainda, que a matéria trazida à


discussão é eminentemente de direito, o que confere às alegações deduzidas
uma clareza incontroversa, não havendo necessidade de produção de outras
provas, nos termos do art. 355 do novo CPC, como in verbis:

Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença


com resolução de mérito, quando:

I - não houver necessidade de produção de outras provas;

II - o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver
requerimento de prova, na forma do art. 349.rizada diante da
demonstração inequívoca de que o débito junto ao Banco Réu já foi
quitado.

Assim, conforme destaca a doutrina, não há razão lógica para


aguardar o desfecho do processo, quando diante de direito inequívoco:

"Se o fato constitutivo é incontroverso não há racionalidade em obrigar


o autor a esperar o tempo necessário à produção da provas dos fatos
impeditivos, modificativos ou extintivos, uma vez que o autor já se
desincumbiu do ônus da prova e a demora inerente à prova dos fatos,
cuja prova incumbe ao réu certamente o beneficia." (MARINONI, Luiz
Guilherme. Tutela de Urgência e Tutela da Evidência. Editora RT,
2017. p.284)

A pretensão do requerente é legítima, vez que a manutenção dos


descontos no seu benefício previdenciário é ilícita e continuará o
prejudicando financeiramente até o deslinde do caso.

Por fim, cabe destacar que o presente pedido NÃO caracteriza


conduta irreversível, não conferindo nenhum dano ao réu.

Assim, verificando-se preenchidos os requisitos exigidos para o


deferimento da antecipação da tutela, quais sejam probabilidade do
direito e o perigo de dano bem como a contemporaneidade da urgência,
requer seja, em antecipação de tutela, o Banco Réu compelido a cessar
os descontos realizados mensalmente, referente ao contrato nº
13518547.

De mais a mais, a concessão da tutela antecipatória é medida que se


impõe.

III – DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer-se, a Vossa Excelência, o conhecimento


e provimento do presente recurso para reformar a decisão atacada e
conceder o pedido liminar.

Nesses Termos,
Pede Deferimento.
XXXXXXXXXXXX, 09 de novembro de 2021

XXXXXXXXXXXX OAB/MG
XXXXXXXXXXXX

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