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EXMO. SR. DR. PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO

ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Processo de origem nº: 0333126-96.2019.8.19.0001

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MAURO SENRA DE OLIVEIRA JUNIOR, nos autos do processo em
epígrafe, na ação que move em face de RC ASSISTÊNCIA FINANCEIRA E
INFORMAÇÕES CADASTRAIS OUTROS, também já qualificadas, por sua
representante postulatória, legalmente constituída, vem tempestivamente, à
constância de Vs. Exas., apresentar AGRAVO DE INSTRUMENTO, com
fundamento no Art. 101 do CPC, contra a decisão de fls. 408, que indeferiu
a justiça gratuita e a inversão do ônus da prova, pugnando-se pelo efeito
suspensivo da decisão, enquanto não houver o julgamento do presente
agravo.

Outrossim, ressalta-se que o Agravante aguarda reversão do indeferimento

da Justiça Gratuita, fato que está sendo questionado através da presente peça,
eis que o Agravante é hipossuficiente, requerendo assim, a dispensa do
preparo.

Nestes termos,
P. deferimento.
Rio de Janeiro, 23 de junho de 2023.

FRANCIELLE DE OLIVEIRA AMORIM

OAB/RJ 170.766
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AGRAVO DE INSTRUMENTO

Agravante: MAURO SENRA DE OLIVEIRA JUNIOR

Agravadas: RC ASSISTÊNCIA FINANCEIRA E INFORMAÇÕES
CADASTRAIS E OUTROS
Processo nº: 0333126-96.2019.8.19.0001
Origem: 39ª Vara Cível da Comarca da Capital

DAS RAZÕES DO AGRAVANTE

BREVE RESUMO DOS FATOS

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O Agravante interpôs medida judicial em face das Agravadas, visando a
restituição de quantias e o arbitramento de danos morais, eis que acreditando
nas assertivas da 1ª Agravada, que apresentou-se como parceira do 5º
Agravado, procedeu com Contrato de Investimento através da citada
Instituição, consistente em adquirir empréstimo consignado em folha de
pagamento (o Agravante é militar da Marinha) junto ao 2º Agravado
(formulários de empréstimo foram enviados por ambas Instituições), da qual
deveria repassar o equivalente a 90% (noventa por cento) do valor do
empréstimo de R$ 50.586,35 (Cinquenta Mil Quinhentos e Oitenta e Seis Reais
e Trinta e Cinco Centavos) para a 1ª Agravada, depositando assim a quantia
de R$ 45.527,71 (Quarenta e Cinco Mil Quinhentos e Vinte e Sete Reais e
Setenta e Um Centavos), para a 1ªAgravada, e esta por sua vez, conforme
Cláusula 2 do Contrato de Fls. 60/63, seria responsável em pagar as parcelas
do empréstimo ao 5º Agravado (depositando mensalmente o valor das
parcelas na conta do Agravante). (abaixo print Fls. 60/63).
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Print Fls. 60:

Ocorre que apesar do Agravante ter seguido as Cláusulas contratuais, em

outubro/2019 a 1ª Agravada parou de proceder com os depósitos na conta da

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Agravante, valor este destinado à quitação das parcelas dos empréstimos, e
após este momento, a Agravante não mais conseguiu contato com qualquer
dos agentes da 1ª Agravada, tampouco, qualquer resolução por parte do 5º
Agravado.

Em 10/10/2019, o Agravante tomou conhecimento através de diversas

matérias de jornais, que diversos casos idênticos estavam sendo tratados
como “golpes”, eis que diversos funcionários públicos, foram lesionados pela
1ª Agravada (Links de matérias jornalísticas as fls. 08), da qual possui o mesmo sócio
na 2ª, 3ª e 4ª Agravadas, em conluio com o 5º Agravado. Ou seja, a 1ª Agravada
atua em sistema de Pirâmide Financeira, da qual convence/ludibria cidadãos
(principalmente funcionários públicos), em investir valores vultuosos,
conseguidos através de empréstimos consignados, principalmente junto ao 5º
Agravado, porém, A QUANTIA NÃO É INVESTIDA, e a 1ª Agravada se
apropria do valor, restando comprovado que a dita “quadrilha” da 1ª
Agravada, encontra-se respondendo a diversas ações judiciais, tanto na esfera
cível, quanto criminal, estando o Autor sendo descontado em sua fonte
pagadora desde outubro de 2019!
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Cabível é ressaltar que n peça Exordial e ao longo de todo a tramitação

processual, que já se arrasta desde o ano de 2019, o Agravante
comprovou que foi vítima de fraude, e que a quantia que passou para
a Empresa RC Consultoria, no valor equivalente a R$ 45.527,71
(Quarenta e Cinco Mil Quinhentos e Vinte e Sete Reais e Setenta e
Um Centavos), não foi oriundo de verba que possuía em seu
rendimento, e sim oriunda de empréstimo consignado em sua fonte
pagadora, que foi convencido em fazer pela quadrilha da qual, O

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AUTOR FOI VÍTIMA.

Ocorre que na decisão de fls. 408, datada de 12/06/2023, o M.M. Juízo a quo,
determinou que não fosse concedido o benefício da Justiça Gratuita e
indeferiu a inversão do ônus da prova, ao Agravante, conforme destacamos
trecho abaixo, vejamos:

“Rejeito o pedido de inversão do ônus da prova solicitado pela parte

autora, pois na inicial consta narrativa de fato que põe o autor na
condição de investidor, o que afasta por completo a alegação
de hipossuficiência, bem como afasta a possibilidade de ser considerado
consumidor final. Pelas mesmas razões, o pedido de gratuidade de
justiça formulado pelo autor não mereece acolhimento,
pois quem se aventura em investimento buscando lucro fácil
empregando para tal a quantia de valor superior a 45 mil reais não pode
ser enquadrado como hipossuficiente econômico. Assim, rejeito o
pedido de gratuidade de justiça devendo o cartório, entretanto,
certificar se já houve o pagamento das custas..” grifamos fls. 408

Entretanto, conforme será demonstrado e fundamentado abaixo, o

deferimento do Benefício da Justiça Gratuita e da inversão do ônus da prova,
é amplamente cabível, justamente tendo em vista a hipossuficiência
financeira do Agravante.
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DA NECESSIDADE DE DEFERIMENTO DA JUSTIÇA GRATUITA

Preclaros Julgadores, o Agravante enfatiza que não possui quaisquer

condições financeiras de proceder com o recolhimento das custas e taxa
judiciais, conforme comprovado nos autos, eis que por mais, que conste
seja enfatizado pelo M.M. Juízo a quo que o Agravante possuía
determinada quantia para empregar na época, tais valores, foram

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oriundos de empréstimos consignados, que o mesmo foi convencido em
fazer pelas instituições figurantes do pólo passivo. Ou seja, o mesmo
NUNCA FICOU COM TAL QUANTIA!

Outrossim, deve ser levado em consideração que o Agravante encontra-

se em grave crise financeira, justamente por conta de seus gastos
essenciais, acrescidos dos descontos das parcelas do empréstimo
consignado desde o ano de 2019, conforme acima exposto e
comprovado ao longo do trâmite processual.

Assim, resta cristalina a necessidade de deferimento da Justiça

Gratuita, tendo em vista a total hipossuficiência do Agravante, eis que
do contrário haverá bloqueio de acesso à Justiça.
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Sublinha-se que tal pleito é uma garantia fundamental, assegurada pelo

Art. 5º; XXXV e LXXIV da Carta Magna, que em combinação com a Lei
1.060/50, permitem o acesso jurisdicional à indivíduos hipossuficientes.

Pedimos vênia, para transcrever Jurisprudências que reconheceram a

necessidade de deferimento de Justiça Gratuita, sobretudo, quando a
pessoa se encontra na mesma situação que o Agravante, e sem
perspectiva de melhoria em sua condição financeira, vejamos:

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“INDEFERIMENTO DE GRATUIDADE DA JUSTIÇA E
EXTINÇÃO DA AÇÃO. NECESSIDADE DE
INTIMAÇÃO PARA RECOLHIMENTO DAS CUSTAS.
ART. 99 , § 2º , DO CPC/15 . ASSISTÊNCIA
JUDICIÁRIA GRATUITA. AUTORA APOSENTADA.
RENDIMENTOS MENSAIS INFERIORES AO
PATAMAR ESTABELECIDO PELO CENTRO DE
ESTUDOS. ART. 373 , I , DO CPC . DEFERIMENTO. I. A
autora, atendendo ao comando judicial, juntou extratos
bancários, indicando rendimento mensal, bem como
comprovante de regularidade cadastral do CPF. O Juiz
indeferiu o pedido ao mesmo tempo, julgando extinto o
processo por ausência de pressupostos de constituição e de
desenvolvimento válido e regular do processo.
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No caso, não houve o devido atendimento ao disposto no art.

99 , § 2º , do CPC/15 , posto que, em razão do indeferimento
do benefício de AJG, deveria ter sido oportunizado à autora o
recolhimento das custas processuais. II. Elementos de prova
que demonstram, com segurança, a hipossuficiência
econômico-financeira da apelante. Salário mensal menor ao
patamar estabelecido pelo Centro de Estudos deste Tribunal, a
saber, 5 (cinco) salários mínimos nacionais. A apelante

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é aposentada do INSS e desprovida de bens patrimoniais.
Concessão do benefício da AJG. APELAÇÃO
PROVIDA PARA DESCONSTITUIÇÃO DA SENTENÇA.
(Apelação Cível... Nº 70081099624, Vigésima Câmara
Cível, Tribunal de Justiçado RS, Relator: Glênio José
Wasserstein Hekman, Julgado em 29/05/2019)

“AGRAVO DE INSTRUMENTO - PROCESSUAL CIVIL –

AÇÃO DE COBRANÇA SEGURO DPVAT – PLEITO
DE JUSTIÇA GRATUITA – INDEFERIMENTO PELO
JUÍZO DE PRIMEIRO GRAU – IRRESIGNAÇÃO -
PECULIARIDADE DO CASO SUB JUDICE –
PROFESSORA APOSENTADA – DEMONSTRATIVO
DE DESPESAS - INSUFICIÊNCIA FINANCEIRA
CONSTATADA – NECESSIDADE
DE DEFERIMENTO DA GRATUIDADE - REFORMA
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DA DECISÃO AGRAVADA PARA QUE SEJA

CONCEDIDA A GRATUIDADE JUDICIÁRIA À
POSTULANTE/AGRAVANTE - AGRAVO PROVIDO -
DECISÃO UNÂNIME. 1.Na hipótese, verifico que a
pretensão da parte agravante deve ser agasalhada, haja vista
ser inconteste o perigo de lesão, já que o não recolhimento das
custas implica na extinção prematura do feito. 2. Diante de
todo o exposto, voto pelo provimento do recurso, para reformar

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a decisão ora impugnada, de modo a conceder a gratuidade
processual perseguida. 3. Agravo Provido. Decisão unânime.
(Agravo de Instrumento nº 201800730566 nº
único0009525-09.2018.8.25.0000 - 1ª CÂMARA CÍVEL,
Tribunal de Justiça de Sergipe - Relator (a): Ruy
Pinheiro da Silva - Julgado em 10/06/2019)

Neste sentido, é extremamente necessário o deferimento da Justiça

Gratuita pleiteada pelo Agravante.

DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

Da mesma forma, é de suma importância, o deferimento da inversão do

ônus da prova, tendo em vista que o Agravante é a parte vulnerável e
hipossuficiente da relação, na forma do Art. 6º;VIII do CDC, o que não
foi analisado pelo Juízo a quo.
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DO REQUERIMENTO

Por todo o exposto, requer a anulação da decisão de fls. 408, para que este
E. Tribunal se digne em, DEFERIR O BENEFÍCIO DA JUSTIÇA
GRATUITA AO AGRAVANTE, BEM COMO, A INVERSÃO DO
ÔNUS DA PROVA, conforme fatos, fundamentos, Jurisprudências acima
transcritos, e documentos anexos, requerendo assim, o conhecimento e
provimento do presente Agravo.

DA ADVOGADA DO AGRAVANTE

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Dra. Francielle de Oliveira Amorim, OAB/RJ sob o nº 170.766, com
escritório localizado na Rua Claudionor Peri, n. 84, Sobreloja 04,
Shopping Alvorada, CEP 25.555-831, Vilar dos Teles, São João de
Meriti/RJ;

DOS ADVOGADOS DAS AGRAVADAS

 2ª. Agravada – Dr. JULIANO MARTINS MANSUR, OAB/RJ o nº

113.786, com endereço profissional situado na Rua Primeiro de
Março, 23, 21º andar, Centro, Rio de Janeiro, CEP 20010-904;

 1ª, 3ª e 4ª Agravadas - FILIPE AUGUSTO DE AGUIAR COSTA -

OAB/RJ nº 196.231, com endereço profissional na Avenida
Venezuela nº 03, sala 504 – Centro - Rio de Janeiro/RJ, e-mail:
filipeaugusto.adv@outlook.com.

DAS PROVAS E DOCUMENTOS JUNTADOS DOS AUTOS

 Inicial;
 Procurações Agravante e Agravadas;
 Contracheques da Agravante;
 Extratos Bancários;
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 Contrato com a 3ª Agravada;

 Comprovantes de TED;
 Decisão Agravada;
 Certidão de Publicação da decisão agravada.

CONCLUSÃO

Desta forma, rogamos aos Doutos Julgadores, que em conhecendo do

presente Agravo de Instrumento, se dignem em anular parte da decisão
de fls. 408, dando provimento ao recurso, deferindo-se o benefício da
Justiça de Gratuita, bem como, deferimento da inversão do ônus da

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prova, restaurando e mantendo a verdadeira, JUSTIÇA!!!!!

Nestes termos,
P. deferimento.
Rio de Janeiro, 23 de junho de 2023.

FRANCIELLE DE OLIVEIRA AMORIM

OAB/RJ 170.766