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Nesses termos,
Pede de ferimento.
LINDALVA LOPES DA MAIA
OAB/PR 55.128
TURMA RECURSAL DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DO ESTADO DO
PARANÁ
Autos de n° 0003789-29.2022.8.16.0191
Ínclitos Julgadores!
1. DA TEMPESTIVIDADE:
O presente recurso é tempestivo, vez que protocolado dentro do
prazo legal. Isso porque, a presente sentença foi prolatada em 19/06/2023 (mov.
101), tendo a patrona da autora tomado ciência em 29/06/2023 (mov. 103).
Assim, o termo início do prazo recursal ocorreu em 30/06/2023 e, tendo o
presente recuso sido interposto na presente data, comprovada está sua
tempestividade.
3. DA SENTENÇA PROLATADA:
A r. sentença julgou improcedentes oa pedidos iniciais, entendendo
não ter a autora comprovado que foi vítima de fraude.
Mas, no entanto, conforme se passará a expor apesar de não ter sido
acostado aos autos a conversa integral com os farsantes (em razão da autora não
mais os ter, já que quando dos fatos estava em condições precárias de saúde –
acamada – e em razão da frustração com o ocorrido acabou por apagar a
conversa), há diversos outros indícios que demonstram a verossimilhança do
alegado.
5. RELAÇÃO DE CONSUMO:
A Recorrente é considerada consumidora por comparação, sendo
submetida, pois, à Legislação Consumerista (STJ – Súmula 297). Como dito
alhures, em verdade não usufruiu do empréstimo bancário da instituição
financeira demandada. Nada obstante, fora prejudicada, ao extremo, o que lhe
permite ser albergada pela legislação especial consumerista.
Nesse passo, assentada o enlace consumerista, e, indiferente se há
conduta culposa do fornecedor, existindo defeito na prestação do serviço,
alberga-se a responsabilidade civil desse. (CDC, art. 14) É dizer, configura-se a
teoria da responsabilidade civil objetiva.
Uma vez que, nessa situação, o dano é presumido (in re ipsa),
maiormente face à falha na prestação de serviço (permissão de que fraudadores
contratem empréstimos consignados), cabe à recorrida, por isso, desincumbir-se
em comprovar a regularidade no contrato firmado.
Entretanto, não há nos autos qualquer comprovação de ter a
recorrente procurado a instituição financeira em busca de empréstimo consignado
e anuído com o pacto em questão. Afirmando a recorrente não ter solicitado o
importe que foi creditado em sua conta, bem como tendo realizado o depósito
judicial do valor, não resta dúvida de que a contratação foi fraudulenta.
Ainda, permitindo a instituição recorrida que empresas
terceirizadas (correspondentes) realizem a contratação de empréstimos deve
responder pelos danos decorrentes de contratações fraudulentas, vez que abre
mão da segurança e higidez das transações realizadas em busca de aumentar o
número de contratos celebrados.
6. DEVOLUÇÃO DOBRADA:
De outro bordo, os valores, indevidamente descontados no
benefício da recorrente, deverão ser restituídos de forma dobrada, à luz do que
rege o parágrafo único, do art. 42, do Código de Defesa do Consumidor.
7. DANOS MORAIS:
Ainda, a recorrente deve ser indenizada devido aos descontos
indevidos em seu benefício previdenciário, pois a instituição financeira realizou
esses descontos sem sua autorização, violando seus direitos e causando-lhe danos
morais e financeiros, implicando em considerável supressão de verba alimentar.
Além disso, de acordo com a legislação, a instituição financeira é
responsável por tomar as medidas necessárias para evitar descontos indevidos, e
não cumpriu essa obrigação.
Dessa forma, além da devolução em dobro dos valores descontados
é necessário reparar os danos.
9. REQUERIMENTOS:
a) Deferimento do benefício da assistência judiciária gratuita à recorrente;
b) Recebimento e provimento do presente Recurso Inominado para o fim de que:
Nestes Termos,
Pede deferimento.