Você está na página 1de 8

AO JUÍZO DE DIREITO DA _ VARA CÍVEL DE CEILÂNDIA/DF

RAQUEL DIAS SALES, brasileira, solteira, pedagoga, nascido em 15.04.1975,


portador do RG n° 1.352.940 SSP/DF, inscrito no CPF nº 665.978.891-34, residente e
domiciliado na SRES comercio local Bloco B lote 03 Ap 101, Cruzeiro Velho/DF, CEP 70.640-
525, telefone/whatsapp (61) 9.8466-9985 (com WhatsApp), e-mail: rakelsalles@hotmail.com,
vem, à presença de Vossa Excelência, por intermédio desta DEFENSORIA PÚBLICA DO
DISTRITO FEDERAL, para propor:

AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO C/C TUTELA DE URGÊNCIA

Em face de VALDENILDO DE SOUZA DOURADO. Brasileiro, solteiro, RG desconhecido,


CPF desconhecido, autônomo, dados pessoais desconhecidos, residente e domiciliado na QNL 17
Conjunto E Casa 30, Taguatinga Norte/DF, CEP 72.151-705, Telefone (61) 9.9846-3254 (com
WhatsApp), com suporte nas razões de fato e de direito a seguir aduzidos:

I - PRELIMINARMENTE

O autor informa que desconhece os dados referentes aos números de RG e CPF do


requerido que as informações conhecidas é o nome completo, endereço e número de telefone
celular.
Dessa forma, o autor requer que Vossa Excelência envide as diligências
necessárias para a obtenção do número do CPF e endereço da parte ré por meio da expedição de
ofício para o banco sacado Banco do Brasil, haja vista que é titular da Conta de nº 22085-X,
Agência 2892-4, tudo com fulcro nos art. 319, §1º, e art. 256, II, § 3º, do CPC.

Defensoria Pública do Distrito Federal – Núcleo de Atendimento Jurídico de Iniciais de Brasília


SCN Quadra 01, Bloco G, Edifício Rossi Esplanada Business, Brasília/DF, CEP: 71.200-219
II - DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

O autor é pedagoga e aufere renda mensal de aproximadamente R$ 3.600,00 (três


mil e seiscentos reais), possuindo despesas pessoais que, comprometem, significativamente sua
renda, conforme se infere do contracheque, extratos bancários e declaração de hipossuficiência
anexos (docs. anexos).

Dessa forma, verifica-se que a autora é considerada pessoa juridicamente


hipossuficiente e não possui condições de arcar com as custas processuais e honorários
advocatícios, e, portanto, requer a concessão do benefício da gratuidade de justiça , nos
moldes do art. 98 do Código de Processo Civil, a fim de ver garantido o seu acesso à justiça.

III - DOS FATOS

No dia 18.05.2022 a autora firmou CESSÃO DE DIREITO FIRMADA EM


CARTORIO (documento anexo), na qual passou a ser CESSIONÁRIO do lote que está situado
na Colônia Agrícola 26 de Setembro, Rua Principal, chácara 113, 202, Taguatinga Nortye/DF,
CEP 72.155-000. Foi pago de sinal do referido lote foi de R$ 12.000,00 (doze mil reais).
Ocorre que a autora, relata que a parte ré, não está querendo cumprir a cessão de
direito por ambos assinados em cartório, se NEGANDO, a receber as parcelas referente ao
pagamento do lote no valor de R$ 1.000,00 (mil reais).
Relata-se ainda que a parte ré protestou a parte autoriza, sem nenhum motivo, pois
como relatado pela autora, a parte ré vem se negando a receber os valores combinados conforme
cessão de direito. E deste então vem tentando de forma amigável que o requerido receba os
valores referentes as parcelas.
A autora teve seu nome protestado pela parte de ré sem motivo algum, haja visto
que a mesma vem tentando pagar as prestações junto ao requerido, porém como relatado este vem
se negando a receber os valores, e de forma arbitrária NEGATIVOU/PROTESTOU o nome da
autora, assim prejudicando a autora junto as empresas de credito como SERASA/SPC.

Defensoria Pública do Distrito Federal – Núcleo de Atendimento Jurídico de Iniciais de Brasília


SCN Quadra 01, Bloco G, Edifício Rossi Esplanada Business, Brasília/DF, CEP: 71.200-219
Nesse sentido, a autora dirigiu-se para conversar com a parte ré, mas este vem
como informado e relatado se negando a receber os valores e assim negativando a autora junto
aos órgãos de proteção ao credito.
Posto isto, ante as peculiaridades do caso em debate, não resta outra alternativa a
autora senão a tutela jurisdicional para buscar a resolução da lide, mormente a consignação em
pagamento da dívida em discussão nestes autos.

III – DO DIREITO

- DO PAGAMENTO EM CONSIGNAÇÃO

É inconteste que ao devedor assiste o direito de solver suas dívidas, sendo para
tanto, amparado pelo ordenamento jurídico, que pugna pelo adimplemento das obrigações,
consoante se verifica das disposições do Código Civil abaixo transcritas:

Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial


ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma legais.

Estipula, ainda, o mesmo diploma legal, as hipóteses em que há cabimento para o


pagamento em consignação, sendo certo, a uma simples leitura, que o caso em tela se adequa
perfeitamente à previsão legal do artigo 335, inciso I:

Art. 335. A consignação tem lugar:


I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o
pagamento, ou dar quitação na devida forma;
II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição
devidos;
III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou
residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil;
IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do
pagamento;
V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento.

Defensoria Pública do Distrito Federal – Núcleo de Atendimento Jurídico de Iniciais de Brasília


SCN Quadra 01, Bloco G, Edifício Rossi Esplanada Business, Brasília/DF, CEP: 71.200-219
No que tange à ação de consignação, o CPC dispõe sobre a matéria no art. 539 e
seguintes, dos quais importa destacar o seguinte:

Art. 539. Nos casos previstos em lei, poderá o devedor ou terceiro requerer,
com efeito de pagamento, a consignação da quantia ou da coisa devida.

§ 1º Tratando-se de obrigação em dinheiro, poderá o valor ser depositado em


estabelecimento bancário, oficial onde houver, situado no lugar do pagamento,
cientificando-se o credor por carta com aviso de recebimento, assinado o prazo
de 10 (dez) dias para a manifestação de recusa.

§ 2º Decorrido o prazo do § 1º, contado do retorno do aviso de recebimento,


sem a manifestação de recusa, considerar-se-á o devedor liberado da obrigação,
ficando à disposição do credor a quantia depositada.

§ 3º Ocorrendo a recusa, manifestada por escrito ao estabelecimento bancário,


poderá ser proposta, dentro de 1 (um) mês, a ação de consignação, instruindo-
se a inicial com a prova do depósito e da recusa.

§ 4º Não proposta a ação no prazo do § 3º, ficará sem efeito o depósito,


podendo levantá-lo o depositante.

Assim sendo, conclui-se pela pertinência da presente Ação de Consignação,


sendo certo, portanto, que para caracterizar-se o pagamento e seus efeitos busca-se a tutela
judicial, mediante a consignação da quantia devida.

IV – DA TUTELA DE URGÊNCIA

O art. 300 do CPC, em especial seus parágrafos 2° e 3º, autorizam a concessão liminar da
tutela pretendida:

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo.

(...)

Defensoria Pública do Distrito Federal – Núcleo de Atendimento Jurídico de Iniciais de Brasília


SCN Quadra 01, Bloco G, Edifício Rossi Esplanada Business, Brasília/DF, CEP: 71.200-219
§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação
prévia.

§ 3o A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando


houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.

Assim sendo, estão presentes ambos os requisitos essenciais para a concessão de


tutela de urgência na presente hipótese, quais sejam, a probabilidade do direito e perigo de
dano/risco ao resultado útil do processo.

A probabilidade do direito é verificada por meio dos documentos apresentados,


especialmente o cheque devolvido, a inscrição da dívida no cadastro de inadimplentes.

Por sua vez, o perigo de dano reside no prejuízo que a parte está suportando por
ter seu nome negativado, mais precisamente por estar fora do mercado de consumo, não
podendo solicitar ou receber crédito para ajudar no custeio do seu mínimo existencial ou para
utilização em caso de urgência.

Assim sendo, requer, tão logo seja efetuada a consignação em juízo, seja deferida
a antecipação da tutela para determinar a baixa na inscrição do nome do autor no SPC e
SERASA.

V – DOS DANOS MORAIS

A autora teve seu nome protestado de forma INDEVIDA, pela parte ré conforme
documento anexo, com isso tendo seu nome inscrito nas bases dos cartórios de protestos, bem
como junto aos órgãos de proteção de credito. Esta ação foi indevida, pelo fato da parte autora,
ter tentado por diversas vezes de forma amigável, pagar o valore de R$ 1.000,00 (mil reais)
referente a parcela do lote descrita na cessão de direito, junto a parte ré, porém esta VEM SE
NEGANDO A RECEBER O VALOR, e acabou e forma indevida efetuando o protesto contra
a parte autora.

Defensoria Pública do Distrito Federal – Núcleo de Atendimento Jurídico de Iniciais de Brasília


SCN Quadra 01, Bloco G, Edifício Rossi Esplanada Business, Brasília/DF, CEP: 71.200-219
Diante de tal fato, solicita-se a retirado o protesto ao qual a autora foi registrada,
bem como uma reparação referente a danos morais pelo fato da autora ter seu nome
PROTESTADO DE FORMA INDEVIDA PELA parte ré.

Conforme versão o art. 186 do Código Civil;

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária,


negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito.

A autora pleiteia o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) como forma de reparo
devido ao protesto realizado de forma indevida a seu nome.

V – DOS PEDIDOS

Ante o exposto, o autor requer:

a) A concessão dos benefícios da justiça gratuita, por ser economicamente


hipossuficiente, nos termos do art. 98 do CPC, conforme declaração de
hipossuficiência anexa;
b) A concessão da tutela de urgência para permitir que a autora promova a
consignação com efeito de pagamento, solicitando que a parte ré receba os
valores que a parte autora está tentando pagar de R$ 1.000,00 (mil reais)
referente a parcela vencida no mês de Agosto de 2022, bem como as que
vencerem no decorrer do processo, determinando, por consequência, a

Defensoria Pública do Distrito Federal – Núcleo de Atendimento Jurídico de Iniciais de Brasília


SCN Quadra 01, Bloco G, Edifício Rossi Esplanada Business, Brasília/DF, CEP: 71.200-219
retirada o nome da autora dos cadastros SPC/SERASA, bem como de
quaisquer cadastros de inadimplentes, sob pena de multa diária;
c) A citação da requerida, para promover o levantamento do depósito ou para
apresentar resposta;
d) No mérito, a procedência do pedido de consignação com efeito de
pagamento, solicitando que a parte ré receba os valores que a parte autora está
tentando pagar de R$ 1.000,00 (mil reais) referente a parcela vencida no mês de
Agosto de 2022, bem como das que vencerem no decorrer do processo;
e) A procedência dos pedidos para condenar a requerida ao pagamento de
reparação de danos morais no valor de R$ 10.000,00, apoiando-se no art.186 do
código civil;
f) A condenação do requerido ao pagar custas processuais e honorários
advocatícios a serem revertidos em favor do Fundo de Apoio e Aparelhamento
da Defensoria Pública do Distrito Federal – PRODEF, na forma do art. 3º, da
Lei Complementar Distrital nº 908/2016), que deverão ser depositados no
Banco de Brasília S.A. – BRB, Código 070, Agência 100, conta 013251-7,
PRODEF;

Protesta provar por todos os meios em direito permitidos, em especial, pelas provas documentais
anexas.

Dá a causa o valor de R$ 12.000,00 (doze mil reais)

Nesses termos pede deferimento.

Brasília/DF, 12 de setembro de 2022.

____________________________________
Raquel Dias Sales
Autor

______________________________________

Defensoria Pública do Distrito Federal – Núcleo de Atendimento Jurídico de Iniciais de Brasília


SCN Quadra 01, Bloco G, Edifício Rossi Esplanada Business, Brasília/DF, CEP: 71.200-219
Marcos Gadelha
Estagiário DPDF

__________________________________
IGOR SILVA DACIER LOBATO JINKGINS
Defensor Público do Distrito Federal

Defensoria Pública do Distrito Federal – Núcleo de Atendimento Jurídico de Iniciais de Brasília


SCN Quadra 01, Bloco G, Edifício Rossi Esplanada Business, Brasília/DF, CEP: 71.200-219

Você também pode gostar