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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO


ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE XXXXXXXXXXXXXXX - MG

_________________________________
___________, nacionalidade, estado civil, profissão, portadora da cédula de
identidade R.G. nº _________________ e inscrito no Cadastro Nacional de
Pessoa Física do Ministério da Fazenda sob nº ________________________,
domiciliada na Rua ________________________, nº ________________,
Cidade de São Paulo/SP, por sua advogada que esta subscreve (procuração
doc. 1), vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com
fundamento no Art. 168 e 927, ‘caput’ e parágrafo único, da Lei Nº. 10.406/02; c/c
Art. 4º, I; Art. 6º, VI, VII, e VIII; Art. 7º, e Art. 39, III da Lei Nº. .078/90; c/c Art. 238;
Art 242, §1º; Art 243; Art 246, I e V, §2º; Art 248; Art 270; Art 273, II; Art 274; Art
300, ‘caput’ e §2º e §3º; Art 369; Art 373, §1º; Art 375; e Art. 378, todos da Lei Nº.
13.105/2015, e demais dispositivos legais pertinentes, interpor a presente

AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE NEGÓCIO JURÍDICO


C/C
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS
COM PEDIDO LIMINAR INAUDITA ALTERA PARS EM SEDE DE
ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA DE URGÊNCIA INCIDENTAL
C/C PEDIDO DE FIXAÇÃO DE ASTREINTES

em face de BANCO BRADESCO S/A, Pessoa


Jurídica de Direito Privado, inscrita no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas
(CNPJ) sob o Nº.: 60.746.948/0001-12, sediada na Cidade de Deus, sn, Vila
Yara, Osasco - SP, CEP 06029-900, sendo nesta Comarca na Rua Bernardes
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Faria, Nº.: 103, Centro, Formiga - MG, 35570-000, pelos motivos abaixo
explanados:

I - DA CONCESSÃO DAS BENESSES DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA


GRATUITA

O REQUERENTE, entende fazer jus à


concessão das benesses da Assistência Judiciária, nos termos da Lei Federal
Nº. 1.060/50 c/c Arts. 98 e 99 da Lei Nº. 13.105/2015, posto que não dispõe de
recursos financeiros para arcar com as custas processuais e honorários
advocatícios sem que disto decorra prejuízo ao seu próprio sustento e de sua
família; como declara expressamente o REQUERENTE, sob as penas do §8º do
Art. 98 da Lei Nº. 13.105/2015, c/c as normas do §2º do Art. 99 do mesmo
digesto, ciente do chancelado no parágrafo único do Art. 100 do referido diploma
legal.

Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com


insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais
e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma
da lei.
[…]
§8º. Na hipótese do § 1º, inciso IX, havendo dúvida fundada quanto ao
preenchimento atual dos pressupostos para a concessão de gratuidade, o
notário ou registrador, após praticar o ato, pode requerer, ao juízo
competente para decidir questões notariais ou registrais, a revogação
total ou parcial do benefício ou a sua substituição pelo parcelamento de
que trata o § 6º deste artigo, caso em que o beneficiário será citado para,
em 15 (quinze) dias, manifestar-se sobre esse requerimento.

Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição


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inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo


ou em recurso.
[…]
§2º. O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos
elementos que evidenciem a falta dos pressupostos legais para a
concessão de gratuidade, devendo, antes de indeferir o pedido,
determinar à parte a comprovação do preenchimento dos referidos
pressupostos.
§3º. Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida
exclusivamente por pessoa natural.
§4º. A assistência do requerente por advogado particular não impede a
concessão de gratuidade da justiça.

Art. 100. Deferido o pedido, a parte contrária poderá oferecer impugnação


na contestação, na réplica, nas contrarrazões de recurso ou, nos casos
de pedido superveniente ou formulado por terceiro, por meio de petição
simples, a ser apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, nos autos do
próprio processo, sem suspensão de seu curso.
Parágrafo único. Revogado o benefício, a parte arcará com as despesas
processuais que tiver deixado de adiantar e pagará, em caso de má-fé,
até o décuplo de seu valor a título de multa, que será revertida em
benefício da Fazenda Pública estadual ou federal e poderá ser inscrita
em dívida ativa.

Assim, REQUER desde já a V.Exª. que


defira a absoluta gratuidade judiciária ao REQUERENTE, outorgando a este o
pálio da Assistência Judiciária, com as imposições legais, nos termos da Lei
Federal Nº 1.060/50 c/c Arts. 98; 99 da Lei Nº. 13.105/2015, invocando, pois, o
manto da gratuidade.
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II - DOS FATOS E FUNDAMENTOS JURÍDICOS

O REQUERENTE, é e sempre foi pessoa


idônea, a qual sempre prezou por ser absolutamente adimplente com todas as
suas obrigações contratuais, éticas, jurídicas e morais; sendo que ao realizar
compra no comércio local, em grande e conceituada loja de departamentos, foi
surpreendido com a negativa do comerciante em lhe prestar venda a crédito,
devido à existência de restrição creditícia indevidamente lançada em seu
nome, junto aos cadastros de proteção ao crédito, os quais caracterizam-se
como banco de dados de natureza privada, mas de consulta pública, a toda a
rede de lojistas e comerciantes, além de particulares, como já assentado pela
melhor doutrina e jurisprudência nacional.

Face a isto, o REQUERENTE, absolutamente


constrangido por ver-se em tal situação no interior de uma grande e
conceituada loja varejista da cidade, recebendo – ainda que subjetivamente – a
antonomásia de “inadimplente”, “caloteiro”, dentre outras, o que, scilicet, gerou
inescusáveis lesões à imagem e à honra objetiva e subjetiva do
REQUERENTE, eis que, o apodo que lhe foi atribuído não mais sairá de sua
memória, tampouco a das várias pessoas presentes no estabelecimento
comercial naquele momento, desde clientes até funcionários.

Não bastasse ver-se chagado com a estigma


de “mau pagador”, o REQUERENTE teve de se submeter à humilhação de ter
de devolver os diversos produtos que estava comprando, eis que não
dispunha, no momento, de dinheiro “em espécie”, portando apenas seu talão
de cheques, sendo que tal forma de pagamento consistente em ordem de
pagamento à vista à instituição bancária não fora aceita como meio de
pagamento, dado o registro de inadimplência junto ao SERASA EXPERIAN.
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Consternado com a situação, o


REQUERENTE diligenciou junto a lojistas, os quais, em consulta ao banco de
dados, obteve a informação que fora lançado registro junto ao SERASA
EXPERIAN, sendo que a inclusão de seu nome e CPF no referido banco de
dados seu-se por ato da REQUERIDA, em virtude de suposta dívida no importe
de R$ 1.242,41 (mil duzentos e quarenta e dois reais e quarenta e um
centavos), negativada em 24/02/2017.

Registra-se, desde já, Excelência, que o


REQUERENTE possui outras negativações em seu nome e CPF, sendo que
não é devedor de nenhuma das dívidas objeto de inscrição nos órgãos de
proteção ao crédito, e todas são objeto de discussão e revisão judicial, sendo
submetidas ao crivo do Excelso Poder Judiciário; de tal sorte que, ante a
discussão judicial da dívida, deve, o REQUERENTE, ser considerado como
“bom pagador” e detentor de ilibada reputação para fins indenizatórios.

Denota-se, ainda, que, atualmente, o acesso


a tais cadastros, é deveras facilitado, tanto a empresas e comerciantes, como
ao público em geral, como mediante aquisição de planos de consulta
diretamente de Bancos de Dados como SCPC Boa Vista, SPC Brasil, Serasa
Experian, e sites pagos como CCFácil, e-Cred, Central da Consulta, Nacional
Consultas, Consulte Fácil, etc., de sorte que a indevida inscrição gera danos
imensuráveis, posto tal anotação indevida e perniciosa ser de conhecimento a
um número indeterminado de pessoas, e de amplo acesso pela rede mundial
de computadores; inclusive, gerando registros indeléveis, vez que podem ser
impressos e arquivados; além de não se ter nenhuma certeza de que, em
intercomunicação de bancos de dados – como aqueles que incorporam
informações de outros, como, v.g., iFaro, ZipCode, ProCob, InTouch, etc. – tais
registros sejam efetivamente apagados, ou lançada a anotação de que foram
judicialmente desconstituídos.
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Inconformado com tal negativação, a qual


sabia ser indevida, o REQUERENTE entrou em contato com a agencia
REQUERIDA para saber o motivo da negativação, eis que não reconhecia, em
absoluto, a dívida.

As respostas recebidas, como era de se


esperar, foram vagas e evasivas, não se prestando pois, a justificar a conduta
abusiva da do REQUERIDO.

Contudo, mister se faz informar a este douto


juízo que o REQUERENTE, não apenas desconhece, em absoluto, tal dívida,
mas também jamais foi informada de tal cessão de crédito, não tendo
conhecimento da mesma, e, tampouco, aquiescendo com tal repasse.

Causam espécie ao REQUERENTE, tais


fatos, eis que o mesmo jamais realizou qualquer negócio com o REQUERIDO,
e, tampouco, detém débito em qualquer instituição que pudesse ensejar tal
negativação sub judice, e, jamais, grife-se, jamais, tendo qualquer relação
jurídica que legitime a conduta de negativar o nome e CPF do REQUERENTE,
tal qual fora procedido de forma leviana e inconsequente pelo REQUERIDO, o
que fez com que o REQUERENTE amargasse danos de ordem moral
inestimáveis.

Assim, o REQUERENTE não conhece tal


contrato que ensejou a dívida que resultou na negativação de seu nome junto
aos órgão de proteção creditícia, desconhecendo, ainda, o REQUERIDO não
podendo ser imputada ao REQUERENTE a obrigação de quitar dívida por ele
não contraída.

Há de se sobrelevar, desde logo, que cabe à


empresa cuidar de conferir os dados de seus clientes, verificando sua
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veracidade e autenticidade; o que não ocorreu no caso em tela, onde pode-se


presumir que alguém possa ter contatado a referida financiadora e
eventualmente a utilizado, sem que o REQUERENTE outorgasse seu
consentimento – ou mais precisamente, com o total desconhecimento – do
REQUERENTE, o qual não contratou/utilizou qualquer serviço que pudesse ter
ensejado tal negativação, e sequer deteve tal crédito, sendo que a suposta
prestação de serviços sequer pode-se afirmar que ocorreu.

Ora, Excelência, a mens legis é clara a mais


não poder, ao afirmar, no Código de Proteção e Defesa do Consumidor, que

Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre


outras práticas abusivas:
[Omissis]
III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia,
qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço;

Neste ponto, já se verifica a conduta


antijurídica do REQUERIDO.

Não obstante, é claro o entender de que há


de se proceder à notificação do devedor para saldar a dívida, antes de incluir o
mesmo em qualquer cadastro de proteção ao crédito ou de restrição creditícia,
o que não foi cumprido pelo REQUERIDO, tampouco pelo SERASA
EXPERIAN e pelo SCPC Boa Vista, advindo daí outra ilegalidade.

Logo, pelo fornecimento indevido de serviço


não contratado, pela negativação indevida e não previamente comunicado,
pela cobrança de débito que não havia sido pactuado, e pelos
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constrangimentos que forçaram o REQUERENTE a se submeter, o


REQUERIDO incorreu na prática de ato ilícito, o qual é passível de reparação,
tal como preceitua a Lei Nº. 10.406/02, onde lê-se com clareza de doer aos
olhos:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência


ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,
independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou
quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano
implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

É cediço que a responsabilidade civil


fundamenta-se na comprovação da ocorrência de três pressupostos, os quais
devem obrigatoriamente, estar cumulados: ato ilícito, dano e nexo de
causalidade.

O REQUERENTE jamais contraiu contrato


com o REQUERIDO, ou mesmo qualquer contrato que lhes pudesse ser objeto
de cessão de crédito, desconhecendo e negando tal relação jurídica.

Em decorrência deste incidente de


negativação absolutamente indevida, o REQUERENTE experimentou situação
constrangedora, angustiante, tendo sua moral abalada, face à indevida
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inscrição de seu nome em cadastro de inadimplentes com seus reflexos


prejudiciais, ressaltando que não trata-se de um valor irrisório pois cumulado
com os demais torna-se um montante de valor superior há R$2.000,00 (dois mil
reais), sendo suficiente a ensejar danos morais indenizáveis.

O REQUERIDO, atualmente, está agindo com


manifesta negligência e evidente descaso para com o REQUERENTE, pois
jamais poderia ter mantido o nome do REQUERENTE indevidamente no
cadastro de serviço de proteção ao crédito, e, mais ainda, sem qualquer
comunicado prévio. Suas condutas, sem qualquer resquício de dúvida,
causaram danos à imagem, à honra e ao bom nome do REQUERENTE, que
permanece nos cadastros do SERASA EXPERIAN e do SCPC Boa Vista, de
modo que encontra-se com uma imagem de mau pagador, de forma indevida,
eis que nada deve.

Desta forma, ao inscrever, indevidamente, o


nome do REQUERENTE nos cadastros dos serviços de proteção ao crédito,
não podendo, a REQUERIDA, se eximir da responsabilidade do dano causado,
pelo qual responde.

Inobstante, chancela a Lei Nº. 8.078/90:

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:


[…]
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e
morais, individuais, coletivos e difusos;
VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas
à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais,
individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica,
administrativa e técnica aos necessitados;
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[…]

Assim, patente o dever indenizatório do


REQUERIDO para com o REQUERENTE no tangente aos danos morais e à
imagem apresentados, além dos gastos que a mesmo tem tido para resolver tal
questão.

III - DO DANO MORAL

Conforme é sabido, o dano moral indenizável


é aquele que, decorrente de uma conduta antijurídica, submete a vítima a uma
dor íntima, ferindo-lhe a honra e a dignidade, abalando sua imagem e
resultando em ofensa aos atributos pessoais que lhe são mais caros, donde se
conclui que se exige que o prejuízo causado seja verdadeiramente relevante,
ultrapassando a fronteira do simples desconforto, constrangimento ou
incômodo; logo, é o dano causado injustamente a outrem, que não atinja ou
diminua seu patrimônio; é a dor, a mágoa, a tristeza infligida injustamente a
outrem com reflexo perante a sociedade.

Sobre o tema, assim já decidiram os egrégios


Tribunais de Justiça, in verbis:

EMENTA: RECURSO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. COBRANÇA


INDEVIDA. DANOS MORAIS. PRESTAÇÃO DE SERVIÇO. RELAÇÃO
DE CONSUMO. ÔNUS DA PROVA. Comprovada a cobrança
indevida e o dano suportado, imperativo é o dever de indenizar
[…].
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(Comarca de Goiânia; Origem: Turma Recursal Cível dos Juizados


Especiais. Fonte: DJ 13386; Acórdão: 13/09/2000. Rel: Dr. Agnaldo
Denizart Soares).
(GRIFEI)

O Ato Ilícito decorre da indevida inclusão no


rol de inadimplentes; sem, sequer, avisá-lo previamente.

O Dano resta evidente, sendo verdadeiro


Dano Moral in re ipsa; posto serem notórios os dissabores amargados pelo
REQUERENTE ante a indevida inscrição no cadastro de proteção ao crédito, o
que gera a sensação e a repercussão de o mesmo ser “caloteiro”,
“inadimplente”, “mau pagador”.

O Nexo de Causalidade se extrai do próprio


deslinde fático da questão, posto, não fosse a conduta desidiosa do
REQUERIDO de incluir, indevidamente, o nome e CPF do REQUERENTE, no
rol de inadimplentes a mesma não teria amargado os Danos Morais
experimentados, os quais são, per si, presumidos e in re ipsa.

Caio Mário da Silva Pereira, didaticamente


leciona que “o indivíduo é titular de direitos integrantes de sua
personalidade, o bom conceito que desfruta na sociedade, os
sentimentos que estornam a sua consciência, os valores afetivos,
merecedores todos de igual proteção da ordem jurídica” (In. Caio Mário da
Silva. Responsabilidade Civil, 9ª ed., Ed. Rio de Janeiro, p. 59).

A própria Lex Fundamentalis preceitua em


seu artigo 5º, inciso X, que:
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Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
[Omissis]
X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem
das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano
material ou moral decorrente de sua violação;

Dessa forma, claro é que o REQUERIDO, ao


cometerem imprudente ato, afrontaram confessada e conscientemente o texto
constitucional acima transcrito, devendo, por isso, ser condenado à
respectiva indenização pelo dano moral e à imagem sofrido pelo
REQUERENTE.

Diante do narrado, fica claramente


demonstrado o descaso e negligência por parte do REQUERIDO, que
permanece com o nome do REQUERENTE até o presente momento inserido
no cadastro do SERASA EXPERIAN e do SCPC Boa Vista, fazendo-o passar
por um constrangimento lastimável, sendo que a mesma nada deve.

O ilustre jurista Rui Stoco, em sua obra


Responsabilidade Civil e sua Interpretação Judicial, 4ª ed., Ed. RT, p. 59, traz
que “a noção de responsabilidade é a necessidade que existe de
responsabilizar alguém por seus atos danosos”.

A última conclusão a que se pode chegar é a


de que, a reparabilidade do dano moral puro não mais se questiona no
direito brasileiro, porquanto uma série de dispositivos, constitucionais e
infraconstitucionais, garantem sua tutela legal.
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Para que se caracterize o dano moral, é


imprescindível que haja:

a) Ato ilícito, causado pelo agente por ação ou omissão voluntária,


negligência ou imprudência;

b) Ocorrência de um dano, seja ele de ordem moral ou patrimonial;

c) Nexo de causalidade entre o dano e o comportamento do agente.

A presença do nexo de causalidade entre os


litigantes está patente, sendo indiscutível o liame jurídico existente entre eles,
pois se não fosse a manutenção indevida do nome do REQUERENTE no rol de
inadimplentes, a mesma não teria sofrido os danos morais por ela
experimentados, e que ensejam o ajuizamento da presente ação, e, tal
conduta, indiscutivelmente, foi perpetrada pelo REQUERIDO.

Tais requisitos, como retro mencionado,


vêem-se satisfeitos, logo, inconteste o dever reparatório.

Evidente, pois, que devem ser acolhidos os


danos morais suportados, visto que os mesmos advêm de culpa única e
exclusiva do REQUERIDO.

Neste sentido, pronunciou-se o Egrégio


Tribunal de Justiça do Paraná:

O dano simplesmente moral, sem repercussão no patrimônio, não


há como ser provado. Ele existe tão-somente pela ofensa, e dela é
presumido, sendo bastante para justificar a indenização.
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(TJPR – Rel. Wilson Reback – RT 681/163)

Tais dissabores são, per si, elementos mais


que aptos a configurar o Dano Moral Indenizável, eis que o REQUERENTE
passou, e passa, até hoje, por constrangimento lastimável.

Meritíssimo, há de se fazer análise


percuciente ante aos fatos de que a relação estabelecida entre as partes é de
consumo, de modo que não se pode ignorar a aplicação do Código de
Defesa do Consumidor sobre as atividades prestadas pelos comerciantes de
produtos, devendo, portanto, ser invertido o ônus da prova, quando à parte
hipossuficiente não detém todos os elementos em seu poder, “ex vi” do inciso
VIII, do artigo 6º do Código de Defesa do Consumidor, incumbindo ao
REQUERIDO demonstrar os fatos desconstitutivos do direito do
REQUERENTE, como há de se mencionar em tópico próprio.

O entendimento chancelado na Ordem


Jurídica nacional, é de que o elemento gerador do Dano Moral, “in casu”,
alicerça-se, de fato, no descaso do REQUERIDO para com o consumidor, ora
REQUERENTE; além de ser presumido o Dano Moral no caso de Negativação
Indevida (In Re Ipsa); e estar patente a Perda de Uma Chance e os Lucros
Cessantes. Frisa-se que tal premissa se encontra em consonância com a
Teoria da Substanciação Pura.

Ora, Concessa Maxima Venia, dizer que os


fatos ocorridos denotam “meros aborrecimentos”, ou “transtorno comum da
vida em sociedade”, que “não merecem ser indenizados”, depois da saga
iniciada pelo REQUERENTE, e os extremes prejuízos por ele experimentados,
enseja, in veritas, no desprestígio do Judiciário, além de “jogar por terra e em
letra morta” o Código de Defesa do Consumidor; bem como subestimar, a mais
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não poder, a inteligência deste Nobre Juízo, o qual, sempre primou pela Busca
da Verdade Real, e pela devida Reparação dos Danos, bem como pela
responsabilização Civil decorrente dos atos de Ilegalidade ou Abuso de Direito
perpetrados pelas empresas contra os consumidores.

Com estas considerações, tratando-se o


presente caso de ocorrência de induvidoso ilícito praticado pelo REQUERIDO,
impõe-se a indenização como medida pedagógico-punitiva, frente ao dano
moral havido, reconhecer a necessidade da indenização respectiva.

A respeito, o doutrinador Yussef Said Cahali


aduz que “o dano moral é presumido e, desde que verificado o
pressuposto da culpabilidade, impõe-se na reparação em favor do
ofendido” (In. Yussef Said Cahali, Dano e sua indenização, p; 90).

Ainda, acerca da responsabilidade


objetiva, quando não evidenciada qualquer excludente de causalidade,
mostra-se irrelevante a averiguação de culpa daquele que assumiu os
riscos da atividade empresarial, devendo tão-somente o consumidor
comprovar a ocorrência do dano, bem como o nexo causal com a conduta
adotada pelo fornecedor do serviço.

Não se pode deixar de favorecer


compensações psicológicas ao ofendido moral que, obtendo legítima reparação
satisfatória, poderá, porventura, ter os meios ao seu alcance de encontrar
substitutivos, ou alívios, ainda que incompletos, para o sofrimento. Já que,
dentro da natureza das coisas, não pode o que sofreu lesão moral recompor o
“status quo ante”.

Indubitavelmente, a conduta do REQUERIDO


feriu a honra do REQUERENTE, que viu seu nome negativado indevidamente
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por uma dívida que jamais contraiu, atribuindo-lhe, injustamente, a pecha de


inadimplente.

A ilustre professora Maria Helena Diniz, ao


tratar do dano moral, ressalva que a reparação tem sua dupla função, a penal
“constituindo uma sanção imposta ao ofensor, visando à diminuição de
seu patrimônio, pela indenização paga ao ofendido, visto que o bem
jurídico da pessoa (integridade física, moral e intelectual) não poderá ser
violado impunemente, e a função satisfatória ou compensatória como o
dano moral constitui um menoscabo a interesses jurídicos
extrapatrimoniais, provocando sentimentos que não têm preço, a
reparação pecuniária visa a proporcionar ao prejudicado uma satisfação
que atenue a ofensa causada.” (Curso de Direito Civil Brasileiro, 7º vol., 9ª
ed., Saraiva). Daí, a necessidade de observar-se as condições de ambas as
partes.

Neste sentido:

RESPONSABILIDADE CIVIL. Dano moral. SPC. CPF. Documento


falso. Estelionato. A empresa vendedora (Ponto Frio) que levou ao
SPC o número de CPF do autor, usado pelo estelionatário no
documento falso com que obteve o financiamento concedido pela
vendedora, deve indenizar o dano moral que decorreu do registro
indevido do nome do autor no cadastro de inadimplentes, pois o
descuido da vendedora foi a causa do fato lesivo que atingiu o
autor, terceiro alheio ao negócio. Recurso conhecido e provido.
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
QUARTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade
dos votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade,
conhecer do recurso e dar-lhe provimento, nos termos do voto do Sr.
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Ministro-Relator. Os Srs. Ministros Barros Monteiro e Cesar Asfor


Rocha. Votaram com o Sr. Ministro-Relator. Ausente, ocasionalmente,
o Sr.Ministro Sálvio de Figueiredo Teixeira. Ausente, justificadamente,
o Sr. Ministro Aldir Passarinho Junior.
(RESP 404778 / MG ; RECURSO ESPECIAL 2001/0079360-6. Ministro
RUY ROSADO DE AGUIAR(1102). T4 - QUARTA TURMA .
18/06/2002. SUPERIOR TRIBUNALDE JUSTIÇA.)

RECURSO INOMINADO. RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO DE


INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS JULGADA PROCEDENTE EM
PARTE. Terceiro que promove abertura de conta corrente com
documentação expedida em nove do verdadeiro portador.
Negligência da empresa-ré. Ausência do dever de cautela.
Ocorrência do dano moral. Inscrição indevida do nome do autor
em cadastro de restrição creditícia. Dever de reparar. SENTENÇA
QUE SE REFORMA. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.
(ACORDÃO073/04. PROCESSO Nº 1638/03. RELATORA: JUÍZA
CÉLIA PINHEIRO SILVA MENEZES. TURMA RECURSAL DO
JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DO SERGIPE.)

Nítido, portanto, o dano moral indenizável


pela postura do REQUERIDO, e pela ausência do dever geral de cautela
que a mesma deveriam ter mantido.

Inobstante, uma pessoa que tem seu nome


inserido nos cadastros de inadimplentes, terá restrições financeiras, causando,
assim, dano moral de natureza presumida (in re ipsa).
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Neste liame, já sedimentou o Superior


Tribunal de Justiça, como se vê:

Responsabilidade civil. Banco. SPC. Dano Moral. Prova. O banco


que promove a indevida inscrição de devedor no SPC e em outros
bancos de dados responde pela reparação do dano moral que
decorre dessa inscrição. “A exigência de prova de dano moral
(extrapatrimonial) se satisfaz com a demonstração da existência
da inscrição irregular. Já a indenização pelo dano material depende
de prova de sua existência, a ser produzida ainda no processo de
conhecimento.”
(REsp. 51.158-5/ES, Rel. Min. Rui Rosado de Aguiar; DJU de
29.05.95, P. 15 520, “in” Boletim Informativo de Jurisprudência dos
Tribunais Superiores, nº 20, editado pelo Centro de Estudos Jurídicos
Juiz Ronaldo Cunha Campos, do Tribunal de Alçada do Estado de
Minas Gerais).

E M E N T A - APELAÇÃO CÍVEL -AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR


DANOS MORAIS -INSCRIÇÃO INDEVIDA EM CADASTRO DE
INADIMPLENTE -SERASA/SPC -PRELIMINAR DE DESERÇÃO -
REJEIÇÃO -PROVA DO DANO MORAL -DANO PRESUMÍVEL -
QUANTUM -REDUZIDO -RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.
[…] A jurisprudência encontra-se consolidada no sentido de ser
presumível o dano moral sofrido pelo consumidor que teve seu
nome indevidamente inscrito em cadastro de proteção ao crédito.
[…].
(Apelação Cível: AC 14644 MS 2008.014644-1)
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Não bastasse o sistema normativo civil, já


seria cabível uma justa indenização por danos morais se constatada a relação
de consumo, através do comando legal disposto no Art. 6, inciso VI do Código
de Defesa do Consumidor, o que reforça e sustenta, de forma concreta, a
convencionalidade dos direitos reclamados.

Tais prejuízos psíquicos, materiais, e


profissionais amargados pelo REQUERENTE devem ser reparado,
independentemente de comprovação, segundo reiterada jurisprudência. Desta
forma, a hipótese reclama o reconhecimento de ocorrência de Dano Moral
Puro, o qual deve ser presumido.

O Dano Moral em tela existe in re ipsa. Afirma


Ruggiero (STJ. REsp Nº. 608.918. 1ª Turma. Rel. Min. José Delgado. DJU
21/06/2004, p. 176) que “Para o dano ser indenizável, basta a perturbação
feita pelo ato ilícito nas relações psíquicas, na tranqüilidade, nos
sentimentos, nos afetos de uma pessoa, para produzir uma diminuição no
gozo do respectivo direito” (sic.).

O célebre doutrinador, o Ínclito Jurista


Ruggiero, leciona, em sua obra, menção a decisão do Superior Tribunal de
Justiça da lavra do Eminente Ministro José Delgado:

Para o dano ser indenizável, basta a perturbação feita pelo ato ilícito
nas relações psíquicas, na tranquilidade, nos sentimentos, nos afetos
de uma pessoa, para produzir uma diminuição no gozo do respectivo
direito.
(STJ - RESP 608918/RS - 1ª T. - Rel. Min. José Delgado. - DJU
21.06.2004 p. 176)
Página 20 de 46

No mesmo sentido anota Antônio Herman de


Vasconcelos e Benjamim (Código de Defesa do Consumidor: comentado pelos
autores do anteprojeto. Ada Pellegrini Grinover (et alli), 8ª ed. Rio de Janeiro,
Forense, 2004).

A ilustre professora Maria Helena Diniz, ao


tratar do dano moral, ressalva que a reparação tem sua dupla função, a penal
“constituindo uma sanção imposta ao ofensor, visando à diminuição de
seu patrimônio, pela indenização paga ao ofendido, visto que o bem
jurídico da pessoa (integridade física, moral e intelectual) não poderá ser
violado impunemente, e a função satisfatória ou compensatória como o
dano moral constitui um menoscabo a interesses jurídicos
extrapatrimoniais, provocando sentimentos que não têm preço, a
reparação pecuniária visa a proporcionar ao prejudicado uma satisfação
que atenue a ofensa causada.” (Curso de Direito Civil Brasileiro, 7º vol., 9ª
ed., Saraiva). Daí, a necessidade de observar-se as condições de ambas as
partes.

Neste sentido:

APELAÇÃO CÍVEL. TELEFONIA. CANCELAMENTO. DÉBITOS.


QUITAÇÃO. COBRANÇA POSTERIOR. NEGATIVAÇÃO. DANO
MORAL. A responsabilidade do fornecedor de serviço é objetiva. O
consumidor que tem seu nome inscrito no cadastro de
inadimplentes por dívida oriunda de contrato cancelado, deve ser
indenizado pelos danos morais sofridos. Presume-se a lesão a
direito de personalidade e, portanto, existência de danos morais, nos
casos de inclusão indevida do nome do consumidor no cadastro de
Página 21 de 46

inadimplentes. A fixação da indenização por danos morais deve ser


realizada com razoabilidade e proporcionalidade.
(TJ-MG - AC: 10713140012327001 MG, Relator: Estevão Lucchesi,
Data de Julgamento: 28/05/2015, Câmaras Cíveis / 14ª CÂMARA
CÍVEL, Data de Publicação: 03/06/2015)

APELAÇÃO CÍVEL. TELEFONIA. SERVIÇO OFERECIDO. TESTE.


CANCELAMENTO. NEGATIVAÇÃO. DANO MORAL. A
responsabilidade do fornecedor de serviço é objetiva. O consumidor
que tem seu nome inscrito no cadastro de inadimplentes por
dívida oriunda de contrato cancelado antes do final do período de
teste, deve ser indenizado pelos danos morais sofridos. Presume-
se a lesão a direito de personalidade e, portanto, existência de danos
morais, nos casos de inclusão indevida do nome do consumidor no
cadastro de inadimplentes. A fixação da indenização por danos morais
deve ser realizada com razoabilidade e proporcionalidade. Os juros
moratórios de 1% ao mês fluem a partir da citação em caso de
responsabilidade contratual, e a correção monetária incide a partir da
data em que for fixado o quantum indenizatório definitivo.
(TJ-MG - AC: 10439130092414001 MG, Relator: Estevão Lucchesi,
Data de Julgamento: 03/07/2014, Câmaras Cíveis / 14ª CÂMARA
CÍVEL, Data de Publicação: 11/07/2014)

RESPONSABILIDADE CIVIL. CONTRATO DE TELEFONIA.


CANCELAMENTO DE LINHA TELEFÔNICA. NEGATIVAÇÃO
INDEVIDA. DANO MORAL. TERMO INICIAL. CITAÇÃO. I A inclusão
do nome do consumidor em cadastro de restrição ao crédito
resulta em ofensa à imagem e reputação, causando desconforto
moral apto a ensejar compensação pecuniária, sendo dispensável
Página 22 de 46

a prova do prejuízo. II O valor da compensação por danos morais


deve ser informado por critérios de proporcionalidade e razoabilidade,
observando-se as condições econômicas das partes envolvidas, a
natureza, a extensão do dano, o caráter punitivo da medida e o não
enriquecimento sem causa da parte ofendida. III - O termo inicial dos
juros de mora incidentes sobre os danos morais decorrentes da relação
contratual é a data da citação. IV Negou-se provimento ao recurso do
autor. Deu-se parcial provimento ao recurso da ré.
(TJ-DF - APC: 20130110862516, Relator: JOSÉ DIVINO DE
OLIVEIRA, Data de Julgamento: 07/10/2015, 6ª Turma Cível, Data de
Publicação: Publicado no DJE : 13/10/2015 . Pág.: 268)

Prestação de serviços. Telefonia. Cancelamento do serviço.


Cobranças reiteradas. Negativação. Danos morais. Ação
declaratória de inexigibilidade de débito c.c. indenizatória. 1. A
indenização deve ter conteúdo didático, de modo a coibir a
reincidência do causador do dano, sem, entretanto, proporcionar
enriquecimento sem causa à vítima do dano moral. 2. Indenização que
merece pequena majoração para alcançar patamar condizente com os
fatos. 3. A majoração da indenização resultará, por sua vez, alteração
da honorária, o que é suficiente para a remuneração correspondente.
4. Deram parcial provimento ao recurso, para os fins constantes do
acórdão.
(TJ-SP - APL: 10008184820148260032 SP 1000818-
48.2014.8.26.0032, Relator: Vanderci Álvares, Data de Julgamento:
11/06/2015, 25ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação:
12/06/2015)
Página 23 de 46

APELAÇÃO CÍVEL. CONSUMIDOR. CANCELAMENTO DO SERVIÇO


DE TELEFONIA MÓVEL. COBRANÇA INDEVIDA. NEGATIVAÇÃO
INDEVIDA. DANO MORAL CONFIGURADO -A matéria versada nos
autos retrata a existência de relação de consumo, tornando
aplicáveis, pois, todos os postulados e axiomas previstos no Estatuto
Consumerista. O código consumerista impõe aos prestadores de
serviços uma responsabilidade de natureza objetiva - cuja aferição
independe da existência de culpa - fundada na teoria do risco do
empreendimento. A presente demanda foi ajuizada, em razão da
"negativação" indevida do nome do autor nos cadastros de
restrição ao crédito, posto que estavam lhe cobrando valores
indevidos, pois já havia realizado o cancelamento do serviço
prestado, o que demonstra a lesão moral. -Falha na prestação de
serviço. -Negativação indevida. -Danos morais fixados em
R$4.000,00, que devem ser mantidos. -Juros de mora a contar da
citação, consoante determina o art. 405, CC/02. -Honorários
advocatícios corretamente fixados, consoante disposto no art. 20,§ 4º,
CPC. -Reforma da sentença. DOU PARCIAL PROVIMENTO AO
RECURSO, NA FORMA DO ARTIGO 557, § 1º-A, DO CPC.
(TJ-RJ - APL: 02666168220118190001 RJ 0266616-
82.2011.8.19.0001, Relator: DES. TEREZA CRISTINA SOBRAL
BITTENCOURT SAMPAIO, Data de Julgamento: 04/12/2013,
VIGÉSIMA SÉTIMA CAMARA CIVEL/ CONSUMIDOR, Data de
Publicação: 24/03/2014 14:21)

Nítido, portanto, o dano moral indenizável


pela postura da REQUERIDA, e pela ausência do dever geral de cautela que a
mesma deveria ter mantido.
Página 24 de 46

Inobstante, uma pessoa que tem seu nome


inserido nos cadastros de inadimplentes, terá restrições financeiras, causando,
assim, dano moral de natureza presumida (in re ipsa). Neste liame, já
sedimentou o Superior Tribunal de Justiça, como se vê:

Responsabilidade civil. Banco. SPC. Dano Moral. Prova. O banco que


promove a indevida inscrição de devedor no SPC e em outros
bancos de dados responde pela reparação do dano moral que
decorre dessa inscrição. “A exigência de prova de dano moral
(extrapatrimonial) se satisfaz com a demonstração da existência
da inscrição irregular. Já a indenização pelo dano material depende
de prova de sua existência, a ser produzida ainda no processo de
conhecimento.”
(REsp. 51.158-5/ES, Rel. Min. Rui Rosado de Aguiar; DJU de
29.05.95, P. 15 520, "in" Boletim Informativo de Jurisprudência dos
Tribunais Superiores, nº 20, editado pelo Centro de Estudos Jurídicos
Juiz Ronaldo Cunha Campos, do Tribunal de Alçada do Estado de
Minas Gerais).

E M E N T A - APELAÇÃO CÍVEL -AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR


DANOS MORAIS -INSCRIÇÃO INDEVIDA EM CADASTRO DE
INADIMPLENTE -SERASA/SPC -PRELIMINAR DE DESERÇÃO -
REJEIÇÃO -PROVA DO DANO MORAL -DANO PRESUMÍVEL -
QUANTUM -REDUZIDO -RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.
[…] A jurisprudência encontra-se consolidada no sentido de ser
presumível o dano moral sofrido pelo consumidor que teve seu
nome indevidamente inscrito em cadastro de proteção ao crédito.
[…].
Página 25 de 46

(Apelação Cível: AC 14644 MS 2008.014644-1)

Todavia, Excelência, não se arrima o pleito


em tela apenas e tão somente no maciço posicionamento jurisprudencial dos
Tribunais Superiores, do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Minas
Gerais, e das Cortes Jurisprudenciais nacionais, mas também se vale do
posicionamento remansoso deste Insigne Juízo, como se pode verificar com
clareza meridiana de decisões proferidas em casos análogos:

PROJETO DE SENTENÇA elaborado pela Juíza Leiga, sujeito à


homologação pelo MM. Juiz de Direito desta Unidade Jurisdicional, nos
termos do art. 40 da Lei 9.099/95. Vistos, etc. Trata-se de AÇÃO
DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE NEGÓCIO
JURÍDICO/DÉBITO C/C REPARAÇÃO DE DANOS MORAIS E
PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA proposta pela Autora em
face dos Réus, em razão de anotação restritiva do seu nome junto ao
cadastro de inadimplentes. […] Alega a Autora que teve seu nome
indevidamente negativado em cadastro de inadimplentes em razão
de compra via cartão de crédito administrado pelos Réus; compra,
essa, não reconhecida pela demandante. Que, inclusive, recebeu o
produto supostamente adquirido através do sítio eletrônico da 2ª Ré,
demandando a coleta do mesmo, porém, a empresa assim não
procedeu. Informa que, não obstante as tentativas de solução
extrajudiciais junto aos Réus, seu nome fora indevidamente
negativado. Afirma que nada deve aos Réus, e que a referida
anotação causou-lhe grande vexame. Esclarece que nunca solicitou,
recebeu ou desbloqueou cartão de crédito administrado pelos Réus.
Pede por isso a condenação dos Réus no pagamento de
indenização por danos morais, bem como seja declarada a
Página 26 de 46

inexistência do negócio jurídico e, por consequência, do débito


que ensejou a negativação indevida. […] Ao mérito. Conforme se
verifica do documento de fl. 91, juntado pela Autora com sua
inicial, o 1º Réu efetivou a restrição do nome da demandante em
órgão de proteção ao crédito. Tal fato é incontroverso. Caberia,
portanto, ao 1º Réu provar que referida negativação foi legítima,
nos termos do art. 373, do NCPC. Todavia, o 1º Réu não trouxe aos
autos qualquer elemento capaz de comprovar suas alegações.
Não acostou aos autos contrato firmado com a Autora,
documento, esse, capaz de comprovar a relação jurídica entre as
partes, bem como não comprovou que a Autora realizou compra
que deu origem ao débito. Aliás, é de se ressaltar que o demandado
acostou aos autos defesa genérica, refutando, inclusive, fatos não
levantados na inicial, se limitando a informar que agiu no exercício
regular de seu direito, sob o argumento de que a Autora contratou
cartão de crédito e não pagou tarifa de anuidade relativa ao mesmo.
Destaca-se que a apuração de responsabilidade civil da empresa
contestante (1º Réu), na espécie, é objetiva, não comportando
qualquer perquirição acerca de ter atuado com ou sem culpa,
bastando verificar a presença do dano, do defeito do serviço e do
nexo causal. Ademais, o dever de comprovar a legitimidade das
cobranças cabe somente a ela, principalmente quando tais
cobranças são refutadas pela demandante. Ausente, portanto, a
prova da contratação do cartão de crédito que deu início a
celeuma, fica afastada, inclusive, a hipótese de atuação de terceiro
estelionatário. Por conseguinte, é forçoso concluir que realmente
não existe vínculo contratual entre as partes e que a Autora nada
deve ao 1º Réu, sendo ilegítimo o débito objeto da inscrição, logo,
inexigível. Outrossim, melhor sorte não assiste ao 1º Réu ao
afirmar a inexistência de danos morais indenizáveis, isso porque
cabe à empresa responsável pela inclusão do nome do suposto
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devedor nos cadastros de proteção ao crédito a produção de


provas inequívocas de que tal dívida existe; restando, ao
contrário, comprovado pela Autora que sequer existe relação
jurídica entre as partes que gerara o débito objeto da referida
inscrição, conclui-se que o 1º demandado agiu com imprudência
ao determinar o registro, sendo cabível a condenação ao
pagamento de indenização por danos morais, haja vista que, neste
caso, eles se presumem. A negativação do nome da Autora por
cobrança indevida evidencia a atitude imprudente do 1º Réu,
capaz de causar na parte constrangimento suficiente à
configuração do abalo moral, o que enseja reparação, nos termos
dos arts. 186 e 927 do CC/2002. […] Trata-se do chamado dano
moral puro, consagrado pelo artigo 5º, inciso V, da Constituição
Federal. Não há necessidade da prova objetiva do dano. Este se
concretiza com a inscrição indevida, independentemente de
qualquer outra prova. Nossos tribunais já pacificaram
entendimento nesse sentido, inclusive o Tribunal de Justiça do
Estado de Minas Gerais e o Superior Tribunal de Justiça. […]
Patente, pois, que a Autora sofreu danos morais, os quais só
ocorreram em razão da indevida inscrição do seu nome em
cadastro de inadimplentes, o que caracteriza o nexo de
causalidade. […] Diante do exposto, julgo procedentes os pedidos
formulados pela Autora, em relação ao 1º Réu, com base no artigo
487, I, do NCPC, resolvendo o mérito, para: declarar inexistente o
negócio jurídico, bem como o débito que deu origem à
negativação do nome da Autora (fl. 91); condenar o 1º Réu a
indenizar a Autora, a título de danos morais, pelo valor de R$
10.200,00 (dez mil e duzentos reais), corrigido monetariamente
pelos índices da Corregedoria-Geral de Justiça do Estado de
Minas Gerais, a partir da data de prolação desta sentença (súmula
362, STJ), e com juros de mora de 1% (um por cento) ao mês, a
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contar da data do evento danoso (súmula 54, STJ), ou seja, data


do registro indevido indevida, 06/04/2017. Formiga, 6 de Março de
2018. Priscila dos Santos Nascimento Greco Juíza Leiga. SENTENÇA.
HOMOLOGO para os devidos fins, com fulcro no art. 40 da Lei
9.099/95, o PROJETO DE SENTENÇA apresentado, julgando
procedentes os pedidos da Autora, em relação ao 1º Réu, e
resolvendo o mérito nos termos do art. 487, I do NCPC. […]
Formiga, 6 de Março de 2018. RODRIGO MÁRCIO DE SOUSA
REZENDE. Juiz de Direito.
(0135378-88.2017.8.13.0261 - AUTOR (A): ANA ELENA DA SILVA
GONÇALVES - 1ª RÉU: BANCO CETELEM S/A - 2º RÉU: B2W
COMPANHIA DIGITAL - JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA
DE FORMIGA-MG - JUÍZA LEIGA: Priscila dos Santos Nascimento
Greco - Juiz de Direito: RODRIGO MÁRCIO DE SOUSA REZENDE)

PROJETO DE SENTENÇA elaborado pela Juíza Leiga, sujeito  à


homologação pelo MM. Juiz de Direito desta Unidade Jurisdicional, nos
termos do art. 40 da Lei 9.099/95. Vistos, etc. Trata-se de AÇÃO
DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITOS C/C RESCISÃO
CONTRATUAL C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS e PEDIDO
DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA proposta pelo Autor em face das
Rés, em razão de múltipla negativação indevida. Dispensado o
relatório, de conformidade com o disposto no artigo 38 da Lei n.
9.099/95 […] Sustenta que seu nome fora incluído no cadastro de
proteção ao crédito em virtude de débito que desconhece, frente
ao distrato firmado junto às Rés. Diante disso, requer a condenação
da Ré ao pagamento de indenização por danos morais, bem como
seja declarado inexistente o débito que ensejou a negativação de
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seu nome e rescindido o contrato entabulado entre as partes. […]


o Autor, à fl. 38 dos autos, demonstrou que seu nome fora
inserido nos órgãos de proteção ao crédito por determinação das
Rés. […] Dessa forma, entendo que o Autor não possui nenhum
débito perante as Rés, logo, a negativação do nome do
demandante por débito inexigível configura-se em conduta
irregular, passível de reparação. Não é demais lembrar que a
apuração de responsabilidade civil das empresas contestantes, na
espécie, é objetiva, não comportando qualquer perquirição acerca
de ter atuado com ou sem culpa, bastando verificar a presença do
dano, do defeito do serviço e do nexo causal. […] sendo cabível a
condenação ao pagamento de indenização por danos morais, haja
vista que, neste caso, eles se presumem. […] Levando em
consideração os aspectos acima mencionados, bem como as
peculiaridades do caso concreto, tendo em vista, ainda, a múltipla
inscrição indevida, é forçoso concluir que uma indenização de R$
12.400,00 (doze mil e quatrocentos reais) é suficiente para atender
aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade, bem como o
caráter didático-pedagógico da medida. Isto exposto, julgo
procedentes os pedidos formulados na inicial, com base no artigo 487,
I, do NCPC, resolvendo o mérito, para: a) declarar inexistente o
débito objeto da inscrição indevida (fl. 38), confirmando a decisão
liminar proferida à fl. 60 dos autos, declarando, ainda, rescindido o
contrato firmado entre as partes […]; e b) condenar as Rés a
pagarem ao Autor, a título de indenização por danos morais, o
valor de R$ 12.400,00 (doze mil e quatrocentos reais), corrigido
monetariamente pelos índices da Corregedoria-Geral de Justiça
do Estado de Minas Gerais, a partir da data de prolação desta
sentença (súmula 362, STJ), e com juros de mora de 1% (um por
cento) ao mês, a contar da data do evento danoso, dia da primeira
inclusão indevida (súmula 54, STJ). […] Formiga, 11 de janeiro de
Página 30 de 46

2019. Priscila dos Santos Nascimento Greco. Juíza Leiga. SENTENÇA.


HOMOLOGO para os devidos fins, com fulcro no art. 40 da Lei
9.099/95, o PROJETO DE SENTENÇA apresentado, para julgar
procedentes os pedidos do Autor, com resolução do mérito, nos
termos do art. 487, I, do NCPC. […] Formiga, 11 de janeiro de 2019.
LORENA TEIXEIRA VAZ. Juíza de Direito.
(0120436-17.2018.8.13.0261 - JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA
COMARCA DE FORMIGA-MG - JUÍZA LEIGA: Priscila dos Santos
Nascimento Greco - JuÍzA de Direito: LORENA TEIXEIRA VAZ)

Inobstante, a Egrégia Turma Recursal de


Formiga-MG, segue no mesmo diapasão, elencando:

Trata-se de recurso inominado manejado contra a r. sentença de f. 112,


que homologou o projeto de sentença apresentado às fls. 108/111 e
julgou procedentes os pedidos iniciais, com fundamento no art. 487, I
do CPC, declarando inexistente o débito objeto da inscrição indevida e
condenando a recorrente ao pagamento de indenização por danos
morais no valor de R$12.400,00 (doze mil e quatrocentos reais).
Conheço do recurso por próprio, tempestivo e devidamente preparado.
[…] Pois bem, trata-se de três negativações indevidas do nome do
recorrido nos cadastros de inadimplentes (SPC/Serasa). Assim, o
recorrido comprovou que teve seu nome negativado pelas
recorrentes, afirmando que não possuía nenhum débito a ensejar
a inscrição. […] Assim, tenho que as recorrentes não se
desincumbiram do ônus imposto pelo artigo 373, do Código de
Processo Civil. Portanto, entendo que a inscrição ocorreu de forma
ilegal, ao passo que o débito é inexistente. Dessa forma, a
hipótese reclama o reconhecimento de ocorrência de dano moral
puro, o qual deve ser presumido. O dano moral existe in re ipsa.
Página 31 de 46

[…] Esse entendimento deriva do fato de ser notório o transtorno


causado por este tipo de registro, uma vez que atinge a imagem
da pessoa no comércio em geral, abalando, consideravelmente,
suas relações negociais e de créditos cotidianos, em decorrência
da divulgação de uma falsa condição de devedor. […] […]
Sopesando tais situações, entendo adequado o valor de R$
12.400,00 (doze mil e quatrocentos reais), quantia suficiente para
compensar o dano sofrido e atender o caráter pedagógico da
medida, visto que as recorrentes negativaram indevidamente o nome
do recorrido por três vezes. Ante o exposto, NEGO PROVIMENTO ao
recurso interposto, mantendo a sentença tal como prolatada.
Condeno as recorrentes ao pagamento das despesas processuais
e honorários advocatícios que fixo em 10% (dez por cento) do
valor da condenação. RAFAEL GUIMARÃES CARNEIRO Juiz
Relator.
(0012359-74.2019.8.13.0261 - TURMA RECURSAL CÍVEL DA
COMARCA DE FORMIGA-MG - RELATOR: RAFAEL GUIMARÃES
CARNEIRO)

IV - DA QUANTIFICAÇÃO DO DANO MORAL

Em que pese o grau de subjetivismo que


envolve o tema da fixação da reparação, vez que não existem critérios
determinados e fixos para a quantificação do dano moral; além do que revela-
se como sendo impossível recompor a dor em seu sentido literal, eis que esta
não tem preço e não pode ser quantificada ou mensurada de qualquer forma;
sendo, a indenização por danos estéticos, morais, ou à imagem, uma mera
compensação à vítima pela dor que lhe foi injustamente causada, visando
atenuar a dor, a humilhação e o vexame sofrido; e tendo uma faceta ainda mais
nobre, dado seu caráter pedagógico-punitivo, onde visa não apenas minimizar
Página 32 de 46

o sofrimento da vítima, mas também almeja estabelecer certa punição ao


agente causador do dano, e, em simultâneo, reprimir a prática de condutas
lesivas por parte deste, de forma que tais atos não venham mais a se repetir.

É neste diapasão que Carlos Alberto Bittar


nos instrui:

Danos morais são lesões sofridas pelas pessoas, físicas ou jurídicas,


em certos aspectos de sua personalidade, em razão de investidas
injustas de outrem. São aqueles que atingem a moralidade e a
afetividade da pessoa, causando-lhe constrangimentos, vexames,
dores, enfim, sentimentos e sensações negativas. Contrapõem-se aos
danos denominados materiais, que são prejuízos suportados no âmbito
patrimonial do lesado. Mas podem ambos conviver, em determinadas
situações, sempre que os atos agressivos alcancem a esfera geral da
vítima, como, dentre outros, nos casos de morte de parente próximo
em acidente, ataque à honra alheia pela imprensa, violação à imagem
em publicidade, reprodução indevida de obra intelectual alheia em
atividade de fim econômico, e assim por diante. Os danos morais
atingem, pois, as esferas íntima e valorativa do lesado, enquanto os
materiais constituem reflexos negativos no patrimônio alheio. Mas
ambos são suscetíveis de gerar reparação, na órbita civil, dentro da
teoria da responsabilidade civil.

E na aferição do quantum indenizatório,


Clayton Reis (Avaliação do Dano Moral, 1998, Forense), em suas conclusões,
assevera que deve ser levado em conta o grau de compreensão das pessoas
sobre os seus direitos e obrigações, pois “quanto maior, maior será a sua
responsabilidade no cometimento de atos ilícitos e, por dedução lógica,
Página 33 de 46

maior será o grau de apenamento quando ele romper com o equilíbrio


necessário na condução de sua vida social”. Continua, dizendo que “dentro
do preceito do 'in dubio pro creditori' consubstanciada na norma do art.
948 do Código Civil Brasileiro, o importante é que o lesado, a principal
parte do processo indenizatório seja integralmente satisfeito, de forma
que a compensação corresponda ao seu direito maculado pela ação
lesiva.”

É de conhecimento de toda a ordem jurídica


que o julgador, a par da realidade fática e das implicações do decisum precisa
atentar para o fato que se a indenização for de valor irrisório, se reverterá em
humilhação e implicará um sofrimento moral às vezes semelhante ao que se
pretende indenizar, posto permitir subentender que a dor do REQUERENTE é
de pouca valia, que de pouco vale seu sofrimento e os transtornos por ele
experimentados. Por outro lado, se for exorbitante o quantum indenizatório
fixado, será o consagrar da imoralidade e há de representar corolário do
locupletamento ilícito externado pelo enriquecimento imoderado.

Nesta esteira, a reparação, ao mesmo tempo


que não deve permitir o enriquecimento injustificado do lesado, não pode ser
fixada em valor insignificante, pois deve servir de reprimenda para evitar a
repetição da conduta abusiva.

Outro fator a ser levado em consideração é o


caráter pedagógico da medida, a fim de que seja evitada a prática da
REQUERIDA de outros ilícitos da mesma natureza.

A dúplice natureza da indenização por Danos


Morais vem ressaltada na lição de Caio Mário da Silva Pereira citado por
Sérgio Cavalieri Filho in Programa de Responsabilidade Civil (5ª ed. São Paulo:
Malheiros, 2004, p. 108 - 109):
Página 34 de 46

Como tenho sustentado em minhas Instituições de Direito Civil (v. II, n.


176), na reparação por dano moral estão conjugados dois motivos, ou
duas causas: I - punição ao infrator por haver ofendido um bem jurídico
da vítima, posto que imaterial; II - pôr nas mãos do ofendido uma soma
que não é o pretium doloris, porém o meio de lhe oferecer oportunidade
de conseguir uma satisfação de qualquer espécie, seja de ordem
intelectual ou moral, seja mesmo de cunho material, o que pode ser
obtido ‘no fato’ de saber que esta soma em dinheiro pode amenizar a
amargura da ofensa e de qualquer maneira o desejo da vingança.

No mesmo liame, o nobre doutrinador Caio


Mário prossegue em seus ensinamentos em (Responsabilidade Civil, 3ª. ed.
São Paulo: Forense, p. 53), ao disciplinar que:

Sempre entendi que toda lesão a qualquer direito tem como


consequência a obrigação de indenizar […]. O fundamento da
reparabilidade pelo dano moral está em que pese, a par do patrimônio
em sentido técnico, o indivíduo é titular de direitos integrantes de sua
responsabilidade, não podendo conformar-se a ordem jurídica em que
sejam impunemente atingidos […]

Cita, ainda, Caio Mário, o grande mestre


René Savatier, em seu Traité de La Responsabilité Civille, Vol. II, p. 525; que
assim leciona com pena de ouro:
Página 35 de 46

[…] que a definição de dano moral abrange qualquer sofrimento


humano que não é causado por uma perda pecuniária, bem assim todo
atentado a reputação da vítima, sem amor próprio, estético… e suas
afeições.

Nunca é demais trazer, ainda, os nobilíssimos


ensinamentos de Yussef Said Cahali, o qual sublima com o acerto que
notabiliza sua irretocável doutrina jurídica:

Dizer-se que repugna à morar reparar-se a dor alheia com o dinheiro, é


deslocar a questão, pois, não se está pretendendo vender um bem
moral, mas simplesmente se está sustentando que este bem, como
todos os outros, deve ser respeitado quando a vítima ou seus
familiares reclamam a reparação pecuniária do dano moral, não pedem
um preço por sua dor, mas apenas que se lhes outorgue um meio de
atenuar em parte as consequências da lesão jurídica. Por outro lado,
mais imoral seria ainda proclamar-se a total indenidade do causador do
dano.

Assim, a fim de se proceder ao arbitramento


do valor indenizatório, mais uma vez socorre-se das sábias palavras de Carlos
Alberto Bittar, (Reparação Civil por danos morais, Revista de Jurisprudência
dos Tribunais de Alçada Cível de São Paulo, set./out. 1994, vol. 147, p. 11), o
qual leciona que, na fixação do “quantum devido”, a título de dano moral, deve
o julgador atentar para:
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a. As condições das partes;

b. A gravidade da lesão e sua repercussão;

c. As circunstâncias fáticas.

Afirma ainda que lhe parece de bom alvitre


analisar primeiro:

a. A repercussão na esfera do lesado;


b. O potencial econômico-social do lesante;
c. As circunstâncias do caso.

A fim de poder, in fine, definir o valor da


indenização, alcançando-se, assim, os resultados próprios: compensação a um
e sancionamento ao outro.

Nesta feita, atentando ao determinado no Art.


292, V, da Lei Nº. 13.105/2015, pleiteia-se a título de indenização por danos
morais e à imagem, o valor de R$10.200,00 (dez mil e duzentos reais),
valor este que atende ao caráter pedagógico-punitivo da medida, e coaduna
com a jurisprudência assentada por este douto juízo em casos análogos, bem
como alinha-se com o assentado pela Egrégia Turma Recursal de Formiga-
MG; bem como ante o fato de que todas as eventuais inscrições do
REQUERENTE estão sendo objeto de Ação Judicial visando a Declaração de
Inexistência de Negócio Jurídico c/c Indenização por Danos Morais decorrentes
do referido ilícito.
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V - DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

No tangente ao onus probandi, verifica-se


que, por expressa previsão legal e pelas próprias situações fáticas, os
princípios do actori incumbit onus probandi e do onus probandi incumbit ei qui
asserit, se vêem mitigados, posto incorrer na já famigerada “prova diabólica”,
recair ao REQUERENTE, o dever de constituir prova de fato negativo, in
casu, de provar (1) não ter efetuado contrato junto ao REQUERIDO ou
instituições bancárias que possam a este ter cedido eventual crédito que
ensejou a negativação, (2) provar não ter pago as faturas (se é que estas
houveram), (3) provar não ter recebido notificação de que seria incluído nos
cadastros de proteção ao crédito, (4) provar que não houve contrato ou se
houve que a assinatura da mesma não lhe pertencem, etc.

Logo, mister se faz a aplicação do insculpido


na Lei Nº. 8.078/90:

Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo


o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua
dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses
econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a
transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os
seguintes princípios:
I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado
de consumo;
[…]
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Art. 6º São direitos básicos do consumidor:


[…]
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a
inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando,
a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele
hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;
[…]

Art. 7° Os direitos previstos neste código não excluem outros


decorrentes de tratados ou convenções internacionais de que o Brasil
seja signatário, da legislação interna ordinária, de regulamentos
expedidos pelas autoridades administrativas competentes, bem
como dos que derivem dos princípios gerais do direito, analogia,
costumes e eqüidade. (sic.)

No mesmo espeque, recentemente, foi


ratificado no novo Codex Processualis Civilis entronizado na Lei Nº.
13.105/2015, onde, com pena de ouro se prevê a distribuição dinâmica do ônus
da prova:

Art. 369. As partes têm o direito de empregar todos os meios


legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não
especificados neste Código, para provar a verdade dos fatos em que
se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicção do
juiz.
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Art. 373. O ônus da prova incumbe:


I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou
extintivo do direito do autor.
§1º. Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da
causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade
de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade
de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o
ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão
fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se
desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.

Art. 375. O juiz aplicará as regras de experiência comum


subministradas pela observação do que ordinariamente acontece
e, ainda, as regras de experiência técnica, ressalvado, quanto a estas,
o exame pericial.

Art. 378. Ninguém se exime do dever de colaborar com o Poder


Judiciário para o descobrimento da verdade.

Assim, premente a necessidade de se


proceder à inversão do ônus da prova, eis se tratar de relação de consumo,
sendo, por previsão legal, a consumidor, ora REQUERENTE, hipossuficiente
na produção probatória, além de ser impossível a formulação e
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apresentação de prova negativa, devendo, tal encargo recair sobre as


REQUERIDA, mormente quanto:

a) À notificação de que o nome e CPF do REQUERENTE seriam


inclusos nos cadastros de proteção creditícia;

b) De que houve a celebração de contrato VÁLIDO pelo REQUERENTE


para com o REQUERIDO ou instituição bancária que lhes cedessem o
crédito objeto da negativação;

c) O inadimplemento de eventuais débitos e/ou faturas pelo


REQUERENTE;

d) De que o contrato firmado (caso houver), foi, in facto, efetuado pelo


REQUERENTE;

e) De que o endereço apontado no contrato corresponde ao do


REQUERENTE;

f) O valor da dívida, sua cobrança, e demais imposições legais;

g) A comprovação do comunicado ao REQUERENTE da cessão de


crédito;

h) O comprovante de aquiescência do REQUERENTE com a cessão de


crédito.
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VI - DA LIMINAR INAUDITA ALTERA PARS E DA FIXAÇÃO DE


ASTREINTES

Excelência, prolixo seria estender-se no


detalhamento de quão graves e desnecessários são os transtornos que o
REQUERENTE tem passado em virtude de tal negativação que indevidamente
lhe foi imposta nos cadastros de proteção ao crédito.

Uma vez que não apenas o débito, mas a


própria existência da relação jurídico-contratual estão sendo discutidas em
juízo, é medida da mais lídima Justiça, e elemento do mais escorreito Direito,
que seja suspensa a restrição creditícia, devendo ser retirado, de imediato, o
nome do REQUERENTE dos cadastros dos órgão de proteção ao crédito, até
final decisão da presente demanda, eis que a mesma se vê impossibilitada de
efetuar compras a crédito, e a manutenção indevida de seu nome em tais
registros apenas aviltam ainda mais sua honra, imagem, e moral; sendo que a
manutenção do nome do REQUERENTE no rol dos inadimplentes do SERASA
EXPERIAN e do SCPC Boa Vista durante o trâmite da presente ação produzirá
danos de difícil ou quiçá impossível reparação, tanto a níveis econômicos
quanto morais. In casu, presentes estão os requisitos autorizadores da
concessão da medida liminar consubstanciada na Tutela Provisória de
Urgência de natureza Antecipatória, quais sejam, periculum in mora e fumus
boni juris; além da verossimilhança das alegações e do risco de dano de difícil
ou impossível reparação.

Nesta feita, REQUER a V.Exª., que desde já


se digne , in limine litis, a determinar, inaudita altera pars, a imediata
exclusão do nome e CPF do REQUERENTE dos cadastros de proteção ao
crédito, sob pena de fixação de multa diária Astreintes pelo descumprimento
da ordem, além da incorrência em Ato Atentatório à Dignidade da Justiça,
hipótese na qual, desde já se REQUER a aplicação do Art. 77, §2º e §5º,
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CPC/2015, gerando a incidência de multa por Ato Atentatório à Dignidade da


Justiça, no importe de 20% (vinte por cento) sobre o valor da causa (Art. 77,
§2º, CPC/2015), quantia esta que se mostra irrisória e ineficaz face à
REQUERIDA – as quais são empresas de grande porte do ramo financeiro – e
seu patrimônio, de onde se evoca a aplicação do Art. 77, §5º, CPC/2015, com
a majoração da multa para até (10 dez) vezes o valor do maior salário
mínimo vigente no país, sendo que, por ser ato contra a dignidade deste
douto juízo e do Poder Judiciário, deixa-se o quantum de tal sanção sob o crivo
de V.Exª; assim como o valor das Astreintes.

Art. 77. Além de outros previstos neste Código, são deveres das
partes, de seus procuradores e de todos aqueles que de qualquer
forma participem do processo:
[…]
IV - cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza
provisória ou final, e não criar embaraços à sua efetivação;
[…]
§1º. Nas hipóteses dos incisos IV e VI, o juiz advertirá qualquer
das pessoas mencionadas no caput de que sua conduta poderá
ser punida como ato atentatório à dignidade da justiça.
[…]
§2º. A violação ao disposto nos incisos IV e VI constitui ato
atentatório à dignidade da justiça, devendo o juiz, sem prejuízo
das sanções criminais, civis e processuais cabíveis, aplicar ao
responsável multa de até vinte por cento do valor da causa, de
acordo com a gravidade da conduta.
[…]
§5º. Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa
prevista no §2º poderá ser fixada em até 10 (dez) vezes o valor do
salário-mínimo.
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Além da ocorrência de litigância de má-fé,


como disciplinado de forma clara, precisa e expressa no inciso IV do Art. 80, do
Código de Processo Civil Brasileiro em vigor (Lei Nº. 13.105/2015), onde se
verifica sem depreender maior exegese:

Art. 80. Considera-se litigante de má-fé aquele que:


[…]
IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
[…]

Art. 81. De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de


má-fé a pagar multa, que deverá ser superior a um por cento e
inferior a dez por cento do valor corrigido da causa, a indenizar a
parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os
honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou.
[…]
§2º. Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa
poderá ser fixada em até 10 (dez) vezes o valor do salário-mínimo.
§3º. O valor da indenização será fixado pelo juiz ou, caso não seja
possível mensurá-lo, liquidado por arbitramento ou pelo procedimento
comum, nos próprios autos.

VII – DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS

Face ao exposto, mais o que dos autos


consta, PEDE-SE e REQUER-SE:
a)
b) Seja julgada integralmente procedente a presente ação;
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c) A inversão do ônus da prova, nos termos do Art. 6º, VIII, do CDC, c/c Art.
369, Art. 373, §1º; Art. 375, e Art. 378, CPC/2015; determinado-se à
REQUERIDA que comprove a existência de válido e regular negócio jurídico
entre as partes que ensejasse a negativação, carreando aos autos as
provas de tal negócio e a licitude de tal conduta; além da notificação prévia
do REQUERENTE da cessão de crédito e de que o mesmo seria incluído
nos cadastros de proteção creditícia;

d) Seja deferida a citação por meio eletrônico (Art. 246, V e §1º, CPC/2015),
ou, em atenção ao Princípio da Eventualidade, a citação por meio de Carta
Registrada, nos termos do Art. 248, ‘caput’, §1º e §2º, CPC/2015; para, que
a REQUERIDA, querendo, apresente Resposta no prazo legal, sob pena de
ser-lhe aplicados os efeitos da revelia, presumindo-se verdadeiros os fatos
narrados na presente Exordial; o que desde já se REQUER;

e) Seja a REQUERIDA citada, para, querendo, apresentar Resposta no prazo


legal, sob pena de ser-lhe aplicada os efeitos da revelia, presumindo-se
verdadeiros os fatos narrados na presente Exordial;

f) Tendo em vista a discussão em juízo do débito ensejador da negativação,


bem como do próprio negócio jurídico, REQUER a V.Exª. que se digne a
determinar, in limine litis inaudita altera pars, a imediata exclusão do
nome e CPF do REQUERENTE dos serviços de proteção ao crédito,
fixando multa diária em caso de descumprimento, além da incorrência da
REQUERIDA em Ato Atentatório à Dignidade da Justiça e em Litigância
de Má-fé, nos termos do Art. 77, IV, §1º, §2º; Art. 80, IV; e Art. 81, §2º, da
Lei Nº. 13.105/2015; ocasião na qual, pugna-se pela condenação em multa
de 2% (dois por cento) sobre o valor da causa; e, sendo do entendimento de
V.Exª., pelo cometimento de Ato Atentatório à Dignidade da Justiça, sendo
ato de vilipêndio a este douto juízo e do Poder Judiciário, deixa-se o
quantum de tal sanção sob o crivo de V.Exª.; sendo que, REQUER desde já
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a possibilidade de aditamento da presente caso V.Exª., entenda pela


necessidade de se especificar um valor neste quesito;

g) Seja facultada a execução antecipada das Astreintes em caso de


descumprimento da medida liminar, se deferida;

h) Seja declarado inexistente o negócio jurídico entre as partes que culminou


com a inclusão do nome e CPF do REQUERENTE nos órgãos de proteção
ao crédito;

i) Seja, o REQUERENTE, indenizado pelos Danos de ordem Moral e à


Imagem, experimentados, no importe de R$10.200,00 (dez mil e
duzentos reais), valor este condizente com o caráter pedagógico-
punitivo da medida, e detentor de similaridade com o entendimento
exarado por este Douto Juízo, pela Colenda Turma Recursal de Formiga-
MG, pelo Egrégio Tribunal de Justiça de Minas Gerais, e pela jurisprudência
pátria; com juros moratórios e correção monetária a contar do evento
danoso; nos exatos termos dos Enunciados das Súmulas Nº’s. 43 e 54,
ambas do Colendo Superior Tribunal de Justiça;

j) A concessão da Assistência Judiciária Gratuita ao REQUERENTE, nos


termos do Art. 54 da Lei Nº. 9.099/95, c/c Art. 98 usque 100, da Lei Nº.:
13.105/15; e Lei 1.060/50 c/c Lei Nº.: 7.115/83;

k) Que todo e qualquer alvará a ser expedido em favor do REQUERENTE seja


expedido em nome de seu advogado e bastante procurador que esta
subscreve, XXXXXXXXXXXXX;

l) Que todas as intimações e publicações referentes aos presentes autos


deem-se em nome do advogado XXXXXXXXXXX, com endereço sito na
Rua XXXXXXXXXXX, sob pena de nulidade absoluta;
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Dá-se à presente causa o valor de R$10.200,00 (dez mil e duzentos reais).

Termos em que,
Pede e espera deferimento.

XXXXXXXXXXX

XXXXXXXXXXX

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