EXMO.(O) SR (A) DR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA _____ VARA CIVIL DA COMARCA DE ().
(Nome da autora e qualificação), por meio de seu advogado (nome do advogado e
qualificação) vem respeitosamente à presença de V. Exa. Com fundamento nos artigos 282 e seguintes do CPC, propor a presente; AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS C/C TUTELA ANTECIPADA Em face do BANCO (nome do Banco e qualificação), pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos. DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA Inicialmente requer, os benefícios da Assistência Judiciá ria Gratuita nos termos da Lei nº 1060/50, devido nã o poder arcar com à s custas processuais, em detrimento de seu pró prio sustento e de sua família. DOS FATOS A Requerente é possuidora de um cartã o de crédito do Requerido sob o nº (), anexo có pia do cartã o e, quando do uso para realizar compras com o referido Cartã o é obrigatória à apresentação da Carteira de Identidade e assinatura da Requerente, tendo em vista que o mesmo nã o é de senha. Pois bem, no dia () por volta das 15h45m11s se dirigiu ao Supermercado (), na (), efetuou uma compra no valor de R$ 85,14 (oitenta e cinco reais e quatorze centavos), anexo comprovante fiscal. Em () por volta das 20h00m a Requerente recebeu uma ligaçã o da central de cartõ es do Requerido dizendo que seu cartã o foi CLONADO em () e informando que o mesmo tinha sido cancelado, a Requerente achando que era trote nã o deu importâ ncia. Em () através do protocolo nº () a Requerente ligou para confirmar se realmente seu cartã o havia sido CLONADO e teve a informaçã o que realmente seu cartão tinha sido clonado, e automaticamente fora cancelado. A Requerente desesperada e nã o concordando com as compras, em 06/06/2015 através dos protocolos nº (), () sendo atendida pelas atendentes () e () a Requerente obteve o nome das lojas, os valores gastos, horá rio e a data das compras e solicitou o ESTORNO DAS COMPRAS, todavia foi informada que nã o poderiam fornecer endereço e telefone das lojas, abaixo discriminados. · () (Data) – SP: 10x199, 90 – ás 17h15min; · () (Data) – () SP: R$1.000,00 – ás 17h33min; · () (Data) – () SP: 10x 170,53 – às 17h34min; · () (Data) – () SP – R$1.699,00: às 18h11min, anexo cópia da fatura. E quanto ao pedido de ESTORNO DAS COMPRAS, este seria repassado para o setor de segurança do Requerido, devido o mesmo ter as informaçõ es dos perfis das compras e teria que aguardar (05) cinco dias ú teis. Apó s esses contatos a Requerente para resguardar seus direitosse dirigiu ao posto policial de seu bairro e registrou um Boletim de Ocorrência, anexo có pia. Novamente a Requerente, em () através do protocolo de nº () com a atendente () solicitou novamente os endereços das lojas onde foram efetuadas as compras e tendo a negativa de que nã o poderiam fornecer os endereços, e através do protocolo de nº () com a atendente () contestou novamente as compras e foi informada que iria repassar para o setor interno do Requerido para aná lise e iria abrir uma solicitaçã o de ESTORNO DAS COMPRAS e, que a Requerente aguardasse pelo retorno do Requerido. Vale lembrar Exa., que para realizar compras com o CARTÃO é necessá ria apresentaçã o de Carteira de Identidade e exige a assinatura da Requerente, sendo que o mesmo não é de senha. Além disso, considerando a vulnerabilidade do cartã o da Requerente e com a finalidade de evitar novamente esse tipo de fraude o Requerido enviou um novo cartão que é necessário o uso de senha sob o nº () para a Requerida, documento anexo. Importante ressaltar, mesmo que a Requerente fosse de Avião a São Paulo, nã o daria para fazer as compras no horá rio em que CLONARAM o seu cartã o. Ocorre Exa., até a presente data nã o houve o retorno do Requerido no que diz respeito ao ESTORNO DAS COMPRAS, e para surpresa da Requerida, o Requerido enviou a fatura de cobrança com as compras realizadas, anexo fatura. Pois bem, em () a Requerente recebeu uma nova fatura no valor R$.1.041,48 (hum mil e quarenta e um reais e quarenta e oito centavos) com os devidos estornos das compras, no entanto, a Requerente reconhece como dívida o valor de R$.664,30 (seiscentos e sessenta e quatro reais e trinta centavos), já incluso as anuidades, anexo detalhamento do débito. Por fim, confirma a concordância tácita do Requerido que realmente seu sistema financeiro foi invadido por terceiros e demonstra claramente a má prestação de seus serviços, e age de má fé em nã o acertar corretamente o débito da Requerente. Nã o obstante isso, além de nã o ter estornado os valores corretos, o Requerido está cobrando juros rotativos, multa e juros de mora e ainda ameaça a Requerente dizendo que se nã o providenciar o pagamento irá enviar o seu nome para o registro de restrições nos órgãos de proteção de crédito. Dessa forma como ficou demonstrado acima, nã o restou alternativa a Requerente senã o a de procurar o JUDICIÁRIO para fazer valer seus direitos. DO DIREITO E DO DANO MORAL O art. 927 do Có digo Civil estabelece que aquele que causar dano a outrem em razã o de um ato ilícito deve ressarcir o prejuízo causado. Esse mesmo diploma legal define o que é ato ilícito em seu art. 186. A conduta do Requerido, sem qualquer sombra de dú vidas, enquadra-se perfeitamente nos moldes dos dispositivos acima mencionados, vez que gerou danos à Requerente em saber QUE SEU CARTÃO FOI CLONADO E NÃO TEVE OS VALORES ESTORNADOS. Ainda que a Requerente nã o tivesse sido negligente em sua conduta, o que se admite somente por amor ao debate, mas sem qualquer transigência, a relaçã o estabelecida entre a Requerente e o Requerido apresenta-se como uma relaçã o de consumo, uma vez que ambos, respectivamente, se encaixam nas descriçõ es contidas nos artigos 2º e 3º e 14º do Código Consumerista. Dessa forma, a legislaçã o a ser aplicada no caso em questã o deve ser aquela constante do Có digo de Defesa do Consumidor. O diploma legal apontado acima, em seu artigo 6º, incisos VI e VII garante o direito do consumidor de ser reparado por qualquer dano moral e/ou material que vier a sofrer. O mesmo diploma legal, em seu artigo 6º, VIII, estabelece a inversão do ônus da prova em caso de relaçã o de consumo, quando as alegaçõ es sã o verossímeis ou a parte seja hipossuficiente, que é o caso em questã o. E, com o intuito de garantir de forma plena e eficaz a reparaçã o do dano sofrido pelo consumidor, que na relaçã o apresenta-se como parte hipossuficiente além das alegaçõ es serem verossímeis, o Có digo de Defesa do Consumidor dispõ e que nas relaçõ es de consumo a responsabilidade é objetiva, pouco importando se agiu ou nã o com culpa o fornecedor, devendo ao certo reparar o dano. Vale frisar, por relevante, que o fato da Requerente sofrer o constrangimento de ter seu CARTÃO CLONADO por FRAUDE DE TERCEIROS, por si só , já configura o dano moral. A propó sito, tal entendimento se consolidou no Enunciado da Súmula nº 479, do Superior Tribunal de Justiça: "As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias." Nesse sentido vejamos o entendimento do Superior Tribunal de Justiça; AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. COMPRA DE MERCADORIA. DESCONTO EM FOLHA DE PAGAMENTO. FRAUDE PRATICADA POR TERCEIROS. RESPONSABILIDADE. INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. 1. "As instituiçõ es bancá rias respondem objetivamente pelos danos causados por fraudes ou delitos praticados por terceiros" (REsp 1.199.782/PR, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃ O, 2ª SEÇÃ O, DJe 12/09/2011, submetido ao rito dos repetitivos). 2. Agravo regimental a que se nega provimento. (AgRg no AREsp 585.727/PR, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em 18/12/2014, DJe 06/02/2015) AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL. OBJETIVA. INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. FALHA NA PRESTAÇÃ O DE SERVIÇOS. GRAVAME INDEVIDO. DANO MATERIAL. NEXO DE CAUSALIDADE ENTRE A CONDUTA DA PARTE RÉ E OS DANOS SOFRIDOS PELA AUTORA. REVOLVIMENTO FÁ TICO-PROBATÓ RIO. VEDAÇÃ O. SÚ MULA 7/STJ. FUNDAMENTOS DO NOVO RECURSO INSUFICIENTES PARA REFORMAR A DECISÃ O AGRAVADA. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. (AgRg no AREsp 574.109/SP, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 20/08/2015, DJe 27/08/2015) Vejamos também o entendimento do Egrégio Tribunal de Justiça de Minas Gerais; Apelaçã o Cível 1.0116.13.001404-0/001 0014040-39.2013.8.13.0116 (1) Ó rgã o Julgador / Câ mara Câ maras Cíveis / 18ª CÂ MARA CÍVEL Sú mula DERAM PROVIMENTO AO PRIMEIRO RECURSO E NEGARAM PROVIMENTO AO SEGUNDO RECURSO Data de Julgamento 03/02/2015 Data da publicaçã o da sumula 09/02/2015 Ementa EMENTA: APELAÇÃ O CÍVEL - RESPONSABILIDADE CIVIL - REPARAÇÃ O DE DANOS - INSTITUIÇÃ O FINANCEIRA - LANÇAMENTOS IRREGULARES DE DÉ BITOS EM CONTA BANCÁ RIA - CARTÃ O DE CRÉ DITO - DESPESAS NÃ O EFETUADAS - AGRAVO MORAL CONFIGURADO - VALOR DA INDENIZAÇÃ O - CRITÉ RIOS DE ARBITRAMENTO. - As instituiçõ es bancá rias respondem objetivamente pelos danos causados aos seus clientes, mesmo quando relacionados a fraudes ou delitos atribuídos a terceiros, por se tratar de responsabilidade oriunda do risco do empreendimento. - Os descontos indevidos realizados pela Instituiçã o Financeira em conta de titularidade do cliente, sem que tenha realizado as despesas apontadas em faturas de cartão de crédito, caracterizam atos ilícitos deflagradores de dano moral. - No arbitramento do valor da indenizaçã o por dano moral devem ser observados os critérios de moderaçã o, proporcionalidade e razoabilidade em sintonia com o ato ilícito e suas repercussõ es, como, também, com as condiçõ es pessoais das partes. - A indenizaçã o por dano moral nã o pode servir como fonte de enriquecimento do indenizado, nem consubstanciar incentivo à permanente reincidência do responsá vel pelo ilícito. -Primeiro Recurso provido e Segundo Recurso nã o provido. Portanto, trata-se, de dano moral puro, nã o precisando sequer provar o efetivo prejuízo ocasionado, sendo este em verdade presumido, conforme entendimento assente nos tribunais pá trios. Neste diapasã o leciona Calos Alberto Bittar: "Para que haja ato ilícito, necessá rio se faz a conjugaçã o dos seguintes fatores: a existência de uma açã o; a violaçã o da ordem jurídica; a imutabilidade; a penetraçã o na esfera de outrem. Desse modo deve haver um comportamento do agente positivo (açã o) ou negativo (omissã o), que desrespeitando a ordem jurídica, cause prejuízo a outrem, pela ofensa a bem ou a direito deste. Esse comportamento (comissivo ou omissivo) deve ser imputá vel à consciência do agente, por dolo (intençã o) ou por culpa (negligência, imprudência, imperícia), contrariando seja um dever geral do ordenamento jurídico (delito civil), seja uma obrigaçã o em concreto (Inexecuçã o da obrigaçã o ou de contrato)." No mesmo sentido preleciona Rui Stoco: "Desse modo, deve haver um comportamento do agente, positivo (açã o) ou negativo (omissã o), que desrespeitando a ordem jurídica, cause prejuízo a outrem, pela ofensa a bem ou a direito deste. Esse comportamento (comissivo ou omissivo) deve ser imputá vel à consciência do agente, por dolo (intençã o) ou por culpa (negligência, imprudência, ou imperícia), contrariando, seja um dever geral do ordenamento jurídico (delito civil), seja uma obrigaçã o em concreto (inexecuçã o da obrigaçã o ou de contrato). Desse comportamento gera, para o autor, a responsabilidade civil, que traz, como conseqü ência, a imputaçã o do resultado à sua consciência, traduzindo-se, na prá tica, pela reparaçã o do dano ocasionado, conseguida, normalmente, pela sujeiçã o do patrimô nio do agente, salvo quando possível a execuçã o específica. Por outras palavras, é o ilícito figurando como fonte geradora de responsabilidade." ("Responsabilidade Civil e sua Interpretaçã o Jurisprudencial", 4ª ed., 1999, p.63). No caso em tela, cuida-se de direito creditício da Requerente, abalada face ao descaso do Requerido, em nã o fiscalizar a infiltração de terceiros em seu sistema FINANCEIRO. DO DEVER DE INDENIZAR A clonagem de cartã o de crédito causa danos morais ao verdadeiro portador do cartã o indevidamente debitado, passível de indenizaçã o por parte do agente causador do ato ilícito, no caso o Requerido. O direito a reparaçã o por dano moral é personalíssimo, fundamental, esculpido na Carta Magna em seu Art. 5º, inciso V e X: Art. 5º Todos sã o iguais perante a lei, sem distinçã o de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenizaçã o por dano material, moral ou à imagem; X - sã o inviolá veis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenizaçã o pelo dano material ou moral decorrente de sua violaçã o. A Carta Magna preconiza, portanto, como direito fundamental a indenizaçã o pelo abalo da moral, da honra, da imagem, ou seja, do dano imaterial, além do dano material. Todavia, a Requerente encontra-se com sua imagem abalada por conta da atitude ilícita do Requerido. Ilícita porque debitou indevidamente uma dívida que a Requerente nã o contraiu, e ainda ameaça inserir o nome da Requerente nos órgãos de proteção ao crédito. No caso em tela, o ato ilícito do Requerido consubstanciou-se nas cobranças indevida de uma dívida que a Requerente nã o contraiu e na ameaça em inserir seu nome junto aos ó rgã os de proteçã o ao crédito por inadimplemento de uma obrigaçã o inexistente, refletindo em agressã o à honra, à moral e à imagem da Requerente. DO QUANTUM INDENIZATÓRIO Frise-se, por oportuno, que a condenaçã o da indenizaçã o moral deve ter duplo cará ter, qual seja compensató rio e punitivo, respeitando os critérios de proporcionalidade e razoabilidade, sem implicar em enriquecimento sem causa. Compensató rio pelas perdas e abalos imensurá veis sofridos pela Requerente; e de cará ter pedagó gico, por ser exemplar, como forma de desestimular o Requerido da prá tica de atos semelhantes. Importante ressaltar, a necessidade de medidas e imposiçõ es de penalidades pelo JUDICIÁRIO, com a finalidade de coibir a reiteraçã o costumeira desses atos. Portanto, a indenizaçã o correspondente deve proporcionar à Requerente satisfaçã o na justa medida do abalo sofrido, produzindo, em contrapartida no causador, impacto bastante para dissuadi-lo de igual e novo atentado. Segundo Carlos Alberto Bittar: (...) a indenizaçã o por danos morais deve traduzir-se em montante que represente advertência ao lesante e à sociedade de que se nã o se aceita o comportamento assumido, ou o evento lesivo advindo. Consubstancia-se, portanto, em importâ ncia compatível com o vulto dos interesses em conflito, refletindo-se, de modo expresso, no patrimô nio do lesante, a fim de que sinta, efetivamente, a resposta da ordem jurídica aos efeitos do resultado lesivo produzido. Deve, pois, ser quantia economicamente significativa, em razã o das potencialidades do patrimô nio do lesante. (pá g. 220). (grifo nosso). DA TUTELA ANTECIPADA Pretende a parte autora, de conformidade com o § 3º do artigo 461 do CPC, que lhe seja deferida a tutela antecipada, pelos relevantes fundamentos que apresenta, devendo o demandado ser proibido de inscrever o nome da autora nos ó rgã os que divulgam a inadimplência (SPC, SERASA e similares), e ainda, pelo justo receio de que seja executado pela empresa prestadora de Serviços, requer a antecipaçã o dos efeitos da tutela, sob pena de dano irrepará vel, conforme recomenda a jurisprudência de nosso Egrégio Tribunal. Senã o, vejamos: “CENTRAL DE RESTRIÇÕ ES - NEGATIVAÇÃ O JUNTO AS INSTITUIÇÕ ES FINANCEIRAS - COAÇÃ O INDEVIDA - LIMINAR MANTIDA. Estando em discussã o a legitimidade do credito, correta a decisã o que manda sustar a negativaçã o do devedor junto a Central de Restriçõ es e que o impede, na pratica, a qualquer operaçã o bancá ria. Precedentes da Câ mara a respeito do CADlN. Aplicaçã o do art. 42 do Có digo de Defesa do Consumidor."(Agravo de instrumento n. 195155551, 4ª Câ mara Cível, em 14.12.95). “TUTELA JURISDICIONAL ANTECIPADA - ART. 273 DO CPC COM A NOVA REDAÇÃ O DA LEI N. 8952/94 - NEGATIVAÇÃ O DO NOME DO DEVEDOR CADIN – SUSPENSÃ O LIMINAR - CABIMENTO - ART. 42 DO CÓ DIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. E abusivo o registro do nome do devedor rio Cadastro de inadimplentes e em outros registros negativos, submetendo-o a constrangimentos, estando em discussã o a legitimidade do crédito. Cabe a tutela jurisdicional antecipada (art. 273 do CPC, com a redaçã o da Lei ri. 8952/94) dentro do poder cautelar geral do juiz. Aplicaçã o do art. 42 do Có digo de Defesa do Consumidor. Agravo improvido.” Em Có digo de Processo Civil e Legislaçã o Processual Civil em vigor de Nelson Nery Junior e Rosa Maria Andrade Nery, 2g ediçã o, as p 830 e 832, assim diz: “ADIANTAMENTO DE TUTELA. A tutela especifica pode ser adiantada, por força do CPC, art. 461, § 3º, desde que seja relevante o fundamento da demanda (fumus boni juris) e haja justificado receio de ineficá cia do provimento final (periculum in mora). E interessante notar que para o adiantamento da tutela de mérito, na açã o condenató ria em obrigaçã o de fazer, a Lei exige menos do que para a mesma providencia na açã o de conhecimento tout court (CPC 273), E suficiente à mera probabilidade, isto e, a relevâ ncia do fundamento da demanda, para a concessã o da tutela antecipató ria da obrigaçã o de fazer ou nã o fazer, ao passo que o CPC 273 exige, para as demais antecipaçõ es de mérito: a) a prova inequívoca; b) o convencimento do juiz acerca da verossimilhança da alegaçã o; c) ou o periculum in mora (CPC 273 I) ou o abuso do direito de defesa do réu (CPC 273 1 1). FORMAS DE ADIANTAMENTO DA TUTELA. A antecipaçã o pode ser dada inaudita altera pars ou depois de justificaçã o prévia, caso o juiz a entenda necessá ria. A liminar dada sem a ouvida da parte contraria deve ser concedida quando a citaçã o do réu puder tomar ineficaz a medida ou quando a urgência for de tal ordem que nã o pode esperar a citaçã o e resposta do réu. A concessã o da medida, sem a ouvida do réu, nã o constitui ofensa, mas limitaçã o inerente ao contrario, que fica postergado para momento futuro”. TUTELA ANTECIPADA E MEDIDA CAUTELAR. Na condenaçã o em execuçã o especifica, a antecipaçã o da tutela de mérito se assemelha a tutela cautelar. A tutela antecipató ria de mérito continua, porém, a ser ontologicamente diferente da tutela cautelar, pois enquanto o objetivo da tutela antecipató ria é adiantar o bem da vida pretendido pelo autor (pretensã o de mérito), a finalidade precípua e primordial da medida cautelar e assegurar o resultado ú til do processo de conhecimento ou de execuçã o. Ha coincidência’ apenas concessã o de uma e de outra medida rr. Recentemente, conforme publicaçã o n. 81 da Revista de Processo, em conferência prolatada por José Carlos Barbosa Moreira, no texto A ANTECIPAÇÃ O DA TUTELA JURISDICIONAL NA REFORMA DO CPC assim: “(...) A tutela antecipada nã o pode ser mais ampla que a tutela suscetível de ser concedida a final. O que se pode fazer, a titulo de tutela antecipada ou de antecipaçã o da tutela, e, no má ximo, conceder ao autor, provisoriamente, aquilo que, por hipó tese, se lhe poderia conceder a final: ou uma providência de igual conteú do ou de menor conteú do. A lei diz: Antecipar total ou parcialmente. Portanto, o juiz pode a titulo de antecipaçã o da tutela, decretar, em favor do autor, uma providencia menos ampla, menos abrangente, ou de eficá cia menor do aquela que foi objeto do pedido. Por exemplo: se alguém pleiteia na inicial a anulaçã o de determinado ato, pode o juiz, desde logo, a titulo de antecipaçã o da tutela, em vez de anular o ato, suspender-lhe a eficá cia, decretar que nã o produzira efeitos enquanto dure o processo. Estará antecipando, parcialmente, a tutela pretendida, já que a suspensã o é uma providencia menos intensa, menos grave, menos completa que a anulaçã o, embora conduza a efeitos semelhantes, enquanto vigore.” Em caso de ser incluído o nome da autora no cadastro negativo, conforme entendimento de nosso Tribunal, sob pena de caracterizar a desobediência, requer, por consequência, a incidência de multa diá ria a ser fixada pelo bel arbítrio de V. Exa. “EMBARGOS DO DEVEDOR”. 44447 - Takeo de Souza Carvalho x Banco Itaú S/A O Tribunal de Alçada do Rio Grande do Sul decidiu, reiteradas vezes, no sentido de determinar-se as instituiçõ es financeiras que retirem o nome dos devedores destas enquanto houver discussã o judicial a respeito da existência ou montante do debito. A Terceira Câ mara Cível, ao julgar a AC, 197252202, acordou que: “Agravo de Instrumento. Arquivos de Consumo. Bancos de Dados. Cancelamentos dos efeitos da negativaçã o perante os cadastros de inadimplentes ante a interposiçã o de Embargos do Devedor. Abuso de Direito. Nã o se mostra oportuno e representa verdadeiro abuso de direito o registro do nome do consumidor como devedor junto aos cadastros de inadimplentes, tendo esta a se discutir o débito em juízo, inclusive com a penhora de bens e posterior interposiçã o de Embargos, onde visa o devedor discutir o seu quantum e extensã o. Face ao exposto, defiro o pedido formulado para determinar ao Banco Itaú que retire o Home de Takeo da Souza Carvalho e Lucio de Souza Carvalho de qualquer cadastro de devedores em que os tenha inserido. Pena de pagar multa diá ria de 1 salá rio mínimo/dia, a contar da intimaçã o desta. Intimem-se. O banco devera ser intimado pessoalmente. O embargante deve depositar o valor da conduçã o do meirinho Em 29.07.98." (Dr. Jose Antô nio Coitinho, MM. Juiz de Direito Substituto da 1ª Vara Cível da Comarca de Bagé, RS.) E de direito, por tal justo, que seja proibida, mediante tutela antecipató ria, a inscriçã o da autora no SPC, Cadin e no Serasa, sob pena de produzir-lhe, injustamente, dano de natureza irrepará vel. DOS PEDIDOS Diante do exposto, Requer: a) a citaçã o do Requerido no endereço constante na inicial, para que compareça na audiência de conciliaçã o a ser designada por Vossa Excelência, e, querendo, apresente sua defesa sob pena de confissã o e revelia; b) a aplicaçã o do Có digo de Defesa do Consumidor - CDC com a consequente inversão do ônus da prova, nos termos do Art. 6º inciso VIII do mesmo diploma legal, determinando- se a apresentaçã o por parte do Requerido de todos os documentos inerentes ao caso que estejam em seu poder, inclusive os recibos das compras realizadas em SÃO PAULO; c) REQUER o deferimento do pedido constante no titulo Tutela Antecipatória, proibindo a inscrição do nome do requerente em Cadastro de Devedores (SPC, Cadin e Serasa), sob pena de dano irreparável, ex vi do art. 273 do CPC e conforme recomenda a jurisprudência pátria, e, em caso de descumprimento, seja determinada multa diária pela desobediência; d) seja julgada procedente a presente demanda, reconhecendo e declarando a inexistência do débito, declarando-se a ilicitude do ato do Requerido; e) seja condenado o Requerido ao pagamento no valor de R$64.033,00(sessenta e quatro mil e trinta e três reais) a título de indenização por danos morais em favor da Requerente; f) a condenaçã o do Requerido em honorá rios advocatícios de acordo com o disposto no artigo 20, § 3º e § 4º do Código de Processo Civil. g) a concessã o à Requerente, do benefício da assistência judiciá ria gratuita, nos termos da Lei nº 1.060/50; h) requer ainda, a produçã o de todos os meios de prova em direito admitidas, notadamente a documental e testemunhal; Dá -se à presente causa, o valor de R$64.033,00(sessenta e quatro mil e trinta e três reais). Termos em que pede e espera deferimento. Local. Data. ______________________________________ Nome do Advogado OAB – Estado e Nú mero