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APELAÇÃO
Em face da sentença proferida por esse juízo, de Fls..., no processo nº..., contra O Município
Beta, pessoa jurídica de direito pú blico interno …, com sede no endereço..., endereço
eletrô nico... Razã o pela qual, requer:
1) Seja recebido, desde já , com efeito suspensivo, conforme previsto no Art 1.012 do CPC, e
enviado o recurso de apelaçã o ao Tribunal de Justiça do Estado..., independentemente de
juízo de admissibilidade;
2) Seja o apelado intimado para apresentar contrarrazõ es no prazo legal;
3) Seja juntada a comprovaçã o do preparo;
Nestes termos, pede deferimento.
Local/data
ADVOGADO/OAB
RAZÕES DE APELAÇÃO
1. DO CABIMENTO E DOS REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE
Garante o Art 994, inciso I, do CPC, que da decisã o de 1º grau onde fora proferida sentença,
caberá a interposiçã o de recurso de apelaçã o. Diante disso, considerando-se que da decisã o
dos embargos de declaraçã o nã o existe omissã o, obscuridade ou contradiçã o, compreende-
se possível a interposiçã o do presente recurso para fazer reformar a decisã o proferida pelo
juízo de 1º grau.
Ainda, resta salientar que estã o presentes todos os requisitos de admissibilidade, seja
aqueles extrínsecos ou intrínsecos para a interposiçã o do recurso, especialmente os de
legitimidade, conforme o art 996 do CPC. Além disso, nã o existe causa impeditiva ou
extintiva de direito constantes nos arts 998 até 1000, todos do CPC, cumprindo-se também
todos os requisitos contidos no art 1.010 do CPC.
2. DA TEMPESTIVIDADE E DO PREPARO
Estabelece o art 1.003, § 5º, do CPC que o presente recurso de apelaçã o deverá ser
interposto no prazo de 15 dias. Diante da ocorrência da publicaçã o na ú ltima sexta-feira,
compreende-se totalmente possível a interposiçã o do recurso, uma vez que tempestiva a
sua realizaçã o.
O art. 1.007 do CPC estabelece que a parte apelante deverá realizar o preparo para que seja
interposto o recurso de apelaçã o, requisito também preenchido, conforme se verifica no
documento comprobató rio anexo.
3. DOS FATOS
O apelado fez editar decreto expropriató rio por utilidade pú blica do imó vel pertencente a
Regina, com vistas a construir um está dio poliesportivo para sediar importante evento que
irá ocorrer na localidade e deixar de legado para o lazer dos munícipes e prá tica desportiva
para presentes e futuras geraçõ es, certo que as partes alcançaram um acordo e a
desapropriaçã o foi ultimada na fase administrativa.
Nã o obstante, para a construçã o da mencionada obra, o apelado invadiu o imó vel de
Abelardo, um terreno nã o edificado vizinho ao imó vel desapropriado, no qual alocou
má quinas, equipamentos de serviço, barracas de operá rios e outros itens necessá rios para
a empreitada, no período entre setembro de 2013 e setembro de 2014. Apó s o mencionado
interregno, o apelado abandonou o local. O apelante, para que o bem voltasse à s condiçõ es
anteriores à sua utilizaçã o, teve gastos da ordem de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) com a
limpeza e o preparo do terreno.
Em janeiro de 2018, o apelante ajuizou açã o com vistas a obter ressarcimento pelos danos
emergentes e lucros cessantes decorrentes da utilizaçã o de seu imó vel, mediante a
apresentaçã o de todos os argumentos que lhe trariam maior benefício econô mico, que foi
extinta com resoluçã o de mérito pelo Juízo a quo, cuja sentença pronunciou a prescriçã o
trienal prevista no Art. 206, § 3º, inciso V, do CC, mantida apó s a apresentaçã o de Embargos
de Declaraçã o.
4. DO DIREITO
Preliminarmente, há de se destacar que, no presente caso nã o se aplica a prescriçã o trienal,
prevista no Art. 206, § 3º, inciso V, do CC, uma vez que, para as causas envolvendo açõ es
restritivas da propriedade, previstas no DL nº 3.365/41, o prazo prescricional é
quinquenal, consoante se depreende do seu art. 10, § ú nico.
Veja-se que é inconteste que, no presente caso, ocorreu a ocupaçã o temporá ria, instituto de
restriçã o da propriedade, previsto no Art. 36, do DL nº 3.365/41, a qual deve ser
indenizada pelo poder pú blico, o que nã o ocorreu.
Verifica-se que ao ocupar o imó vel e nã o indenizar pela correspondente utilizaçã o, o poder
pú blico acabou enriquecendo sem causa legítima, devendo indenizar nos termos do art.
884 do Có digo Civil.
Na indenizaçã o devida, deve estar o valor necessá rio para a limpeza do terreno, constante
em 20 mil reais, mais o valor justo a ser arbitrado por esse juízo, correspondente à efetiva
utilizaçã o do poder pú blico pelo período mensal de setembro de 2013 a setembro de 2014.
Nã o se pode desconsiderar que sobre este valor deve incidir a correçã o monetá ria,
conforme previsto no art. 884, do Có digo Civil, somados da incidência de juros morató rios à
margem de 6% ao ano, a contar de 1º de janeiro do ano subsequente ao trâ nsito em julgado
da referida sentença até o efetivo pagamento da indenizaçã o por parte do poder pú blico,
nos termos do art. 15-B do DL 3.365/41.
6. DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer:
1) Seja conhecido o presente recurso de apelaçã o, uma vez preenchidos todos os requisitos
de admissibilidade, atribuindo-lhe, desde já , o efeito suspensivo, nos termos do art. 1012,
caput, do CPC, a fim de que sejam suspensos os efeitos da decisã o proferida pelo juízo a
quo.
2) Seja provido o presente recurso de apelaçã o, reformando a decisã o proferida pelo juízo a
quo, para que o Município Beta seja condenado pelos danos causados ao apelante na ordem
de R$ 20 mil reais, e à indenizaçã o pela utilizaçã o do imó vel correspondente aos meses de
setembro de 2013 a setembro de 2014, valor que deverá sofrer correçã o monetá ria e
incidência de juros morató rios à ordem de 6% nos termos da fundamentaçã o;
3) A condenaçã o do apelado ao pagamento dos honorá rios advocatícios, nos termos do Art.
85, § 3º, do CPC e custas processuais;
Nestes termos, pede deferimento.
Local/data
ADVOGADO/OAB