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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE

DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DO FORO REGIONAL DE


PIRAQUARA DA COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA DE
CURITIBA – ESTADO DO PARANÁ.

XX, brasileiro, casado, advogado, portador da CI/RG nº


XX/PR, inscrito no CPF/MF sob o nº XXX, residente e domiciliado na Rua XX
nº XX, XX, CEP 80.XXXX, em Curitiba, Paraná, com endereço eletrônico
XXX@gmail.com, vem, mui respeitosamente, perante Vossa Excelência, em
causa própria, com fulcro nos artigos 778 e seguintes do Código de Processo
Civil, e consoante o disposto na Lei nº 9099/95, em seu artigo 3°, §1°, II, propor
a presente

AÇÃO DE EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL

em face de XXX, na qualidade de devedora principal,


brasileira, inscrita no CPF/MF sob o nº XXX, demais qualificações ignoradas,
podendo ser localizada no seu endereço, sito na Rua XXX, n° XX, XX, em
Curitiba/PR, CEP 81.XXX, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

1. DAS PRELIMINARES

1.1. DO FORO DE COMPETÊNCIA DA AÇÃO

A presente demanda possui como objeto títulos executivos


extrajudiciais, os quais cumprem integralmente os requisitos estabelecidos nos
artigos 783 e 784, ambos do CPC.
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Assim, faz-se necessário expor que o foro de competência
para julgamento desta demanda é, preferencialmente, o de domicílio da parte
devedora, exatamente como disciplina o artigo 781, inciso I, do CPC, veja:

Art. 781. A execução fundada em título extrajudicial será processada


perante o juízo competente, observando-se o seguinte:
I - A EXECUÇÃO PODERÁ SER PROPOSTA NO FORO DE
DOMICÍLIO DO EXECUTADO, de eleição constante do título ou,
ainda, de situação dos bens a ela sujeitos

Ainda, assim estabelece o artigo 4º, inciso I e parágrafo


único da Lei 9.999/95:

ART. 4º É COMPETENTE, PARA AS CAUSAS PREVISTAS


NESTA LEI, O JUIZADO DO FORO:
I - DO DOMICÍLIO DO RÉU ou, a critério do autor, do local onde
aquele exerça atividades profissionais ou econômicas ou mantenha
estabelecimento, filial, agência, sucursal ou escritório;
(...)
PARÁGRAFO ÚNICO. EM QUALQUER HIPÓTESE, PODERÁ
A AÇÃO SER PROPOSTA NO FORO PREVISTO NO INCISO I
DESTE ARTIGO.

Ou seja, em ambas as legislações, é estabelecido que o foro


competente para processar e julgar a demanda é o Foro competente do domicílio
do Réu, sendo importante frisar que a Lei 9.99/95 é clara ao dispor que,
independentemente de qualquer hipótese, o inciso I é plenamente aplicável.

Nesse contexto, eis o entendimento atualizado do TJ/PR:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. EMBARGOS À EXECUÇÃO DE


TÍTULO EXTRAJUDICIAL. NOTA PROMISSÓRIA.
ALEGAÇÃO DE INCOMPETÊNCIA TERRITORIAL.
INOCORRÊNCIA. APLICAÇÃO DO ART. 781, I, CPC. A
EXECUÇÃO PODERÁ SER PROPOSTA NO FORO DO
DOMICÍLIO DO EXECUTADO. (TJPR - 15ª C.Cível -
0046893-33.2020.8.16.0000 - Castro - Rel.: DESEMBARGADOR
FABIO ANDRE SANTOS MUNIZ - J. 26.10.2020)
______________________________________________________________________________________________
Deste modo, ante a possível ausência de recursos do
devedor para comparecer ao foro de eleição de pagamento ou de residência do
Autor, faz-se imprescindível que o foro de competência para processar e julgar a
presente demanda seja a de domicílio do devedor, conforme estabelecido pelo
artigo 781, inciso I, do CPC cumulado com o artigo 4º inciso I e parágrafo único
da Lei 9.999/95, bem como, é este o entendimento massificado do TJ/PR.

Diante do exposto, requer que a presente ação seja


processada e julgada neste foro, com fulcro na legislação retrocitada.

1.2. DA PRIORIDADE PROCESSUAL

Requer o Exequente, nos termos do artigo 1.048, inciso I


do Código de Processo Civil c/c o artigo 3º, § 2º do “Estatuto do Idoso” (lei
10.741/03), a concessão do benefício da “prioridade especial processual” à
pessoa maior de 80 (oitenta anos). Inclusa a esta peça, segue cópia de documento
atestando sua idade, cuja juntada nos autos se pleiteia, atendendo ao disposto nas
referidas normas.

2. DOS FATOS

Na data de 11/11/2022, o Exequente se tornou credor da


Executada na importância de R$ 1.000,00 (um mil reais), representada por 04
(quatro) Notas Promissórias, no valor de R$ 250,00 (duzentos e cinquenta reais)
cada, a última vencida em 26/01/2023.

De plano, insta destacar que a Executada não realizou o


pagamento das referidas Notas Promissórias, sendo o valor total do débito,
devidamente atualizado, no montante de R$ 1.225,25 (um mil, duzentos e vinte
e cinco reais e vinte e cinco centavos), conforme demonstrativo atualizado do
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cálculo e cujos dados são a seguir reproduzidos, cumprindo desta forma, com o
que foi estabelecido no artigo 798, inciso I, alínea ‘b’ do CPC/2015.

Referido cálculo foi realizado com base nos seguintes


parâmetros: índice de correção monetária pelo IGPM; juros simples de 1% ao
mês, a fim de cumprir com o requisito do art. 798, § único do CPC.

Deste modo, considerando que restaram infrutíferas todas as


tentativas de recebimento amigável do valor devido ao Exequente, que se refere à
obrigação da Executada, o credor permaneceu sem alternativa, senão recorrer a
esse R. Juízo, no sentido de obter o reconhecimento do seu direito, de modo que
a Devedora cumpra com sua obrigação, realizando o pagamento da quantia
devida.

3. DO DIREITO

A Lei nº 9099/95 dispõe em seu artigo 3°, §1°, II, que


compete ao Juizado Especial promover a execução dos títulos executivos
extrajudiciais, no valor de até quarenta vezes o salário mínimo, observado o
disposto no § 1º do art. 8º da referida Lei.

Portanto, informa-se que as notas promissórias são uma


promessa de pagamento a prazo, portanto os presentes títulos de crédito
preenchem os requisitos essenciais de sua emissão e configuram sua total
validade, em conformidade com o previsto nos art. 783 e 784, III, vejamos:

Art. 783 A execução para cobrança de crédito fundar-se-á sempre em


título de obrigação certa, líquida e exigível.

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Art. 784 São títulos executivos extrajudiciais:
I- A letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o
cheque;
II - O devedor, reconhecido como tal no título executivo.
III - Pode promover a execução forçada o credor a quem a lei
confere título executivo.

Ainda nesse sentido, os artigos 786 e 789 do Código de


Processo Civil, determinam:

Art. 786. A execução pode ser instaurada caso o devedor não satisfaça
a obrigação certa, líquida e exigível consubstanciada em título
executivo.

Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens presentes e


futuros para o cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições
estabelecidas em lei.

O prazo prescricional aplicável nas execuções relativas às


notas promissórias é de 3 (três) anos, conforme artigo 70, primeira alínea, da Lei
Uniforme de Genebra (Decreto nº. 57.663/66).

Artigo 70. Todas as ações contra o aceitante relativas a letras


prescrevem em 3 (três) anos a contar do seu vencimento.

Tendo em vista que referida Lei é especial e, por isso,


prevalece sobre as regras gerais previstas no Código Civil, deve ser aplicado o
prazo prescricional de 3 (três) anos.

Por fim, em cumprimento ao artigo 798 do CPC, instrui-se a


presente demanda com as cópias dos títulos executivos extrajudiciais (notas
promissórias):

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Artigo 798. Ao propor a execução, incumbe ao exequente:
I- instruir a petição inicial com:
A) O título executivo extrajudicial;
B) O demonstrativo do débito atualizado até a data de propositura da
ação, quando se tratar de execução por quantia certa;

Deste modo, preenchidos todos os pressupostos da presente


execução, mostra-se imperiosa a sua procedência, determinando o seu normal
prosseguimento, conforme amplamente tratado neste pedido.

4. DOS PEDIDOS

EM FACE DO EXPOSTO, considerando-se a


liquidez, certeza e exigibilidade dos títulos ora executados e a inadimplência da
Devedora, e mais o que certamente será suprido pelo alto e notório saber de
Vossa Excelência, suplica-se pela apreciação positiva do pedido formulado por
NIVALDO MORAN, requerendo se digne em:

a) Processar e julgar a presente ação neste foro, com


fulcro no artigo 781, inciso I, do CPC e artigo 4º, inciso
I e parágrafo único da Lei 9.999/95;

a) Conceder o benefício da “prioridade processual” à


pessoa maior de 80 (oitenta anos), nos termos do artigo
1.048, inciso I do Código de Processo Civil c/c o artigo
3º, § 2º do “Estatuto do Idoso” (Lei nº 10.741/03);

b) Mandar citar a Executada, no endereço inserto no


preâmbulo da presente peça, inclusive nos dias e
horários permitidos pelo artigo 212, §2º do CPC, para
que no prazo de 03 (três) dias pague a importância de
R$ 1.225,25 (um mil, duzentos e vinte e cinco reais e
vinte e cinco centavos), acrescida de correção
monetária e juros de mora de 1% (um por cento) ao
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mês, calculado sobre o capital devidamente corrigido
monetariamente, sob pena de serem penhorados tantos
bens quantos bastem para integral segurança do juízo,
conforme dispõe os artigos 798 e 829 do CPC, através
de mandado executivo (art. 242 e 249 do CPC);

c) Determinar a penhora online via SISBAJUD de valores


depositados em conta bancária/poupança de titularidade
da Executada até que bastem para o pagamento do
principal, despesas acrescidas, caso ela não efetue o
pagamento acima especificado conforme art. 854 do
CPC;

d) Não sendo efetuada a medida, roga-se pela pesquisa via


RENAJUD, bloqueando-se judicialmente qualquer
veículo de propriedade da Executada;

e) Ordenar a imediata penhora e avaliação dos bens


necessários à garantia da execução, lavrando-se o
respectivo Auto de Penhora conforme os requisitos do
art. 838 do CPC, caso não haja efetuado o pagamento;

f) Seguro o Juízo, intimar a Executada, para querendo,


oferecer embargos/resposta no prazo legal, sob pena de
se presumirem corretos os cálculos objeto da memória
discriminada na presente, prosseguindo-se a execução
na forma da lei; e

g) Permitir provar o alegado por todos os meios de provas


admitidas pelo Direito.

Por fim, se requer a TOTAL PROCEDÊNCIA do presente


pleito, considerando-se a liquidez, certeza e exigibilidade dos títulos em anexo e
a inadimplência da Executada, com base nas circunstâncias fáticas e nos

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fundamentos jurídicos antes formulados, e ao final, condenando-a ao pagamento
na forma da lei, por ser medida conforme o direito e a mais lídima Justiça!

Dá-se à causa, para seus devidos efeitos, o valor de R$


1.225,25 (um mil, duzentos e vinte e cinco reais e vinte e cinco centavos).

Nestes Termos, P. Deferimento.


Curitiba, 26 de julho de 2023.
XX
OAB/PR 7.808

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