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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA DE EXECUÇÕES

FISCAIS DA COMARCA DE ______________.


AUTOS: ______________________

EXECUÇÃ O FISCAL
__________________, brasileiro, estado civil, trabalho, inscrito no CPF/MF sob o nº ________, e no
RG nº _______________, residente e domiciliado na ___________________, na cidade de _____________,
vem respeitosamente diante de vossa Excelência, por meio de seu (s) advogado (s) infra-
assinado (s), propor a presente
EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE
Em razã o dos fatos e fundamentos jurídicos que serã o expostos a seguir.
DA JUSTIÇA GRATUÍTA
Conforme os comprovantes juntados nestes autos, sendo estes, imposto de renda do
executado, comprovante de desemprego emitido pelo Ministério do Trabalho, e
comprovante de renda, carteira de trabalho, etc... Vem requerer o benefício da justiça
gratuita nos termos da lei 1.060/50 uma vez que o executado é pessoa de poucos recursos,
sendo considerado pobre na acepçã o legal, e nã o tem condiçõ es de arcar com as custas
processuais sem prejuízo de seu pró prio sustento.
I. PRELIMINARMENTE
1.1. DO CABIMENTO DA EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE
Na presente situaçã o em que está em discussã o matéria de ordem pú blica, seja qual a
regularidade da execuçã o embasada na dívida do IPTU em face do Município de ____________,
é cabível a Exceçã o de Pré-Executividade, principalmente porque será comprovada a
situaçã o extintiva, impeditiva ou modificativa de direito, nos termos do art. 350 do atual
Có digo de Processo Civil.
Ainda, conforme o posicionamento do STJ, in verbis:
“Execuçã o. Exceçã o de pré-executividade. A defesa que nega a executividade do título
apresentado pode ser formulada nos pró prios autos do processo de execuçã o e independe
do prazo fixado para os embargos de devedor. Precedentes. Recurso conhecido em parte e
parcialmente provido.” (Ac un da 4ª T do STJ – Resp. 220.100-RJ - Rel. Min. Ruy Rosado de
Aguiar - j. 02.09.99 - DJU-e 1 25.10.99, p 93 - ementa oficial).
Nesse sentido decidiu o Tribunal Regional Federal da 4ª Regiã o:
Execuçã o Fiscal - Exceçã o de Pré-executividade do Título - Conceito e Admissibilidade.
Processo Civil. Execuçã o Fiscal. A chamada exceção de pré-executividade do título
consiste na faculdade atribuída ao executado de submeter ao conhecimento do juiz
da execução, independentemente da penhora ou embargos, determinadas matérias
próprias da ação de Embargos do devedor. Admite-se tal exceçã o limitada, porém, sua
abrangência temá tica, que somente poderá dizer matéria suscetível de conhecimento de
ofício ou à nulidade do título, que seja evidente e flagrante, isto é, nulidade cujo
reconhecimento independa de contraditó rio ou dilaçã o probató ria. (AC 2ª Turma do TRF
da 4ª Regiã o - AgRg no Agr. 96.0447992-0, DJU, Cad. 2, de 27-11-96 p. 91.446-Ementa
oficial, e Rep. Jurispr. IOB 1078/1, 1ª Quinzena de fevereiro de 1.997). Grifei
Por fim, nos termos da Sú mula 393 do STJ:
Sú mula 393: A exceçã o de pré-executividade é admissível na execuçã o fiscal relativamente
à s matérias conhecíveis de ofício que nã o demandem dilaçã o probató ria.
Dessa maneira, a presente exceçã o de pré-executividade deve ser acolhida tendo como
escopo a sua funçã o de comprovar ao ilustre juízo que há um vício no processo que macula
irremediavelmente a continuidade da execuçã o.
O vício se caracteriza pela incerteza do título executivo em razã o da ilegitimidade passiva
do autor, facilmente observada nas Certidõ es de Registro do Imó vel apresentada pelo
executado e que comprovam que o executado já nã o figurava como proprietá rio do bem na
época em que ocorreram as dívidas do IPTU, (anos de 2004/2006), e que geraram o
presente feito.
Ainda, nos termos do CPC, artigos 784, IX e 803: "é nula a execução se: I - o título executivo
extrajudicial não corresponder a obrigação certa, líquida e exigível"sendo que"a nulidade
de que cuida este artigo será pronunciada pelo juiz, de ofício ou a requerimento da parte,
independentemente de embargos à execução".
Logo, estas matérias, que também poderã o ser reconhecidas de ofício pelo Magistrado,
levam à nulidade do presente título e consequente extinçã o do feito.
II. DA INEXISTÊNCIA DE TÍTULO EXECUTIVO HÁBIL E ILEGITIMIDADE PASSIVA
Na data de ________________, conforme certidã o do registro de imó veis anexa, o executado
realizou a venda do bem ora em litígio para o senhor _____________, ficando, desde entã o,
desvinculado de qualquer ô nus relacionado ao imó vel, principalmente no que se relaciona
à obrigaçã o de arcar com o seu IPTU anual.
Portanto, quando foi proposta a presente execuçã o, o imó vel já nã o se encontrava há muito
em nome do executado, o que gera a irregularidade do feito.
Logo, é totalmente ilegal e indevida a cobrança por uma dívida de IPTU de um imóvel que
não pertence mais ao executado desde _________, como indubitavelmente comprova a
Certidã o de Registro de Imó veis, incorrendo este fato em situaçã o extintiva do direito da
parte autora em relaçã o a presente açã o.
III. DO CABIMENTO DA CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS
Por fim, cabe ao Executado manifestar sua indignaçã o no que se refere à convicçã o do
Exequente de que nenhum ô nus lhe será imposto, ainda que verificada a impertinência de
sua provocaçã o, o que se torna questã o crucial que estimula a propositura de reiteradas
açõ es executivas sem as cautelas de praxe, como por exemplo, a verificaçã o da liquidez,
certeza e exigibilidade da suposta dívida.
Por esta razã o, e ainda aliada ao fato de que a presente provocaçã o (exceçã o de pré-
executividade) possui a natureza jurídica de uma defesa substancial, nos mesmos moldes
dos embargos à execuçã o, com um cará ter constitutivo negativo que induz a configuraçã o
da sucumbência, é que se torna imperiosa a condenaçã o do Exequente em honorá rios
advocatícios.
É neste sentido que se posiciona a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, ao
verificar que a açã o de execuçã o foi extinta apó s a intervençã o do advogado contratado
pelo executado indevidamente cobrado, o que se constata nas ementas abaixo transcritas:
Decretada a extinção da execução, em virtude de acolhimento de exceção de pré-
executividade, são devidos honorários advocatícios.
2 - Recurso conhecido e provido para que o tribunal de origem fixe o quantum que entender
condizente com a causa.”
(STJ – 6ª Turma - REsp. N.º 411.321/PR - DJ de 10/06/2002, pág. 285 - Relator Min. Fernando
Gonçalves - data da decisão: 16/05/2002 – decisão unânime).
“Processual civil. Execução. Exceção de pré-executividade. Honorários devidos. CPC, art. 20.
Doutrina e precedentes do Tribunal. Recurso provido.
I - O sistema processual civil vigente, em sede de honorários advocatícios, funda-se em critério
objetivo, resultante da sucumbência.
II - Extinguindo-se a execução por iniciativa dos devedores, ainda que em decorrência de
exceção de pré-executividade, devida é a verba honorária (negritamos). (STJ – 4ª Turma -
REsp. N.º 195.351/MS - DJ de 12/04/1999, pág. 163 - Relator Min. Salvio de
Figueiredo Teixeira - data da decisão: 18/02/1999 – decisão unânime).
IV. DO REQUERIMENTO
Por todo o exposto, e apó s a manifestaçã o do Exequente, o Executado requer à Vossa
Excelência que:
4.1. Se digne acolher a presente EXCEÇÃ O DE PRÉ -EXECUTIVIDADE, e que venha a se
decidir pela extinçã o do feito, face a incerteza e inexigibilidade do título em que o mesmo se
fundamenta, culminando na extinçã o da presente execuçã o sem julgamento do mérito, em
relaçã o ao Executado, na forma do artigo 485, IV e § 3o, do Có digo de Processo Civil,
condenando, por conseguinte, o Exequente no pagamento das custas processuais e
honorá rios advocatícios, na base usual de 20% sobre o valor da suposta dívida;
4.2. A concessã o da Justiça Gratuita nos termos da Lei 1.060/50.
Nestes termos pede e aguarda deferimento.
Data
Advogado
OAB/...

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