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DOS FATOS
DO DIREITO
Inicialmente, é importante elucidar que a hipótese dos autos não possibilita a oposição de
Objeção de Executividade, em razão de o assunto discutido, nulidade da CDA, ter
necessidade de dilação probatória, bem como não ser cabível a sua discussão nesta
sede estreita, além de não ter o Excipiente se desincumbido de seu ônus de
demonstrar a veracidade de suas alegações, devendo, pois, ser rejeitada, haja vista que
não consta dos autos a prova pré-constituída.
*00000723420058060045*
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Além disso, o Excipiente não trouxe aos autos documentos necessários para afastar a
presunção de certeza e liquidez que detém a CDA, nos termos do art. 3º da LEF e art. 204
do CTN, notadamente o processo administrativo originário do débito.
Por conseguinte, a presente exceção não merece conhecimento, haja vista que o
excipiente não colacionou aos autos provas robustas que demonstrem a alegação de
nulidade.
A presunção de liquidez e certeza do crédito inscrito em dívida ativa decorre de lei e só pode
ser ilidida por prova inequívoca em contrário, conforme estabelece o art. 3º e seu parágrafo
único, da Lei nº 6.830/80, in verbis:
Observe, Ex.a, que o ônus de provar a iliquidez é toda do devedor, conforme visto no tópico
precedente, não bastando, somente, argumentar, pois tal conduta decorre da regra
estabelecida no art. 373, I, do CPC/2015:
Em caso semelhante analisado pelo Superior Tribunal de Justiça, aquele tribunal decidiu que
a consequência pelo não atendimento ao art. 333, do CPC/73 (lei vigente à época dos fatos
analisados no precedente) é o julgamento da improcedência do pedido:
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TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. TAXA DE
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EXPEDIENTE DA CACEX. COMPENSAÇÃO PRETENSÃO
CONDENATÓRIA. ÔNUS DA PROVA.
Para que seja extinta a execução fiscal, o juízo precisa se deparar com a existência de prova
inequívoca que infirme a presunção de certeza e liquidez do crédito executado, o que não é
o caso presente.
O art. 202 do CTN e o art. 6º da Lei 6.830/80 determinam os requisitos obrigatórios para
constituição do título executivo (CDA) e petição inicial nos feitos executivos de natureza
fiscal, devidamente observados no presente caso.
Compulsando a Certidão de Dívida Ativa que embasa a execução, é fácil verificar a clara
indicação: a) do nome do devedor; b) da origem, natureza e fundamento legal ou contratual
da dívida; c) dos valores originários; d) data e número de inscrição no Registro da Dívida
Ativa; e) do número do processo administrativo; f) da maneira de calcular os juros, correção
monetária, multa e demais encargos legais, mediante indicação de sua base legal, o que,
através de mera operação aritmética, em trabalho de subsunção dos valores originários
indicados aos preceitos descritos na norma, possibilitará a conferência do valor devido.
A certidão que aparelha a execução fiscal em nada inviabiliza o amplo exercício do direito de
defesa e o estabelecimento do contraditório, plenamente configurados na hipótese presente.
REDIRECIONAMENTO E A CITAÇÃO
Conforme se infere do art. 1º, da Lei nº 6.830/1980, a execução judicial para cobrança da
Dívida Ativa da União será regida pelo microssistema especial da execução fiscal e,
subsidiariamente, pelo Código de Processo Civil. Trata-se de previsão normativa que buscou
conferir à receita pública os melhores meios de execução judicial, mantendo-se a tradição
jurídica de se conferir condições especiais para a defesa do interesse público (item 22 da
Exposição de Motivos 223, da Lei nº 6.830/1980).
Com efeito, a lei processual geral somente terá aplicação quando ocorrer omissão
indesejável pelo microssistema de recuperação do crédito fiscal, bem como não ser
incompatível com a ratio que fundamentou a criação do procedimento específico de
execução por quantia certa de título extrajudicial pertencente à Fazenda Pública, que possui
regras e princípios próprios (REsp n. 1.431.155/PB).
Com efeito, merecem destaque os diversos precedentes do Superior Tribunal de Justiça que
encampam a tese da incompatibilidade entre incidente previsto no arts. 134 e 137 do
CPC/2015 e a responsabilidade de terceiros previsto no art. 135 do CTN:
***
***
Pelo exposto, não há nenhuma nulidade a ser sanada, de modo que fora plenamente regular
o redirecionamento do feito, sem o condicionamento de abertura de IDPJ, quando se
embasa no art. 135 do CTN.
Lado outro, melhor sorte não socorre à alegação do Excipiente de que o corresponsável, Sr.
JOAQUIM DINIZ ROCHA, teria falecido antes do redirecionamento.
Após isso, já houve a determinação judicial para regularização do polo passivo, com a
inclusão do espólio de JOAQUIM DINIZ ROCHA, representado pelo seu inventariante, Sr.
FRANCISO PABLO DE SOUSA ROCHA, não havendo qualquer nulidade.
SÚMULA 83/STJ.
DA INEXISTÊNCIA DE DECADÊNCIA
Porém, em que pese tal alegação, o Embargante não colacionou aos autos qualquer prova
de suas alegações, notadamente os processos administrativos originários dos débitos, de
modo que pudesse demonstrar a data dos fatos geradores e as datas das constituições dos
créditos, razão pela qual o seu pedido deve ser julgado improcedente, principalmente diante
da presunção de certeza e liquidez dos créditos inscritos em DAU.
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Para os créditos tributários sujeitos ao lançamento por homologação (art. 150 do CTN), em
que houve adiantamento de pagamento, utiliza-se o art. 150, § 4º do CTN, e para os casos
em que não houver pagamento, aplica-se a regra disposta no art. 173, I do CTN no que se
refere à decadência. Vejamos suas transcrições:
defesa.
(...)
CDA 30.7.05.001297-19:
No caso em análise, verifica-se que o período de apuração / exercício (PA / EX) mais remoto
foi em 11/1997, e o lançamento poderia ter sido efetuado em 1997. Assim, de acordo com o
inciso I do art. 173, o termo ad quem do prazo decadencial seria 01/01/1998, e o termo final
em 31/12/2002, pois em 01/01/2003 o prazo já teria decaído. Como a notificação de
lançamento ocorreu em 27/12/2002, não há que se falar em decadência.
CDA 30.2.05.002441-39:
No caso em análise, verifica-se que o período de apuração / exercício (PA / EX) mais remoto
foi em 12/1997, e o lançamento poderia ter sido efetuado em 1998. Assim, de acordo com o
inciso I do art. 173, o termo ad quem do prazo decadencial seria 01/01/1999, e o termo final
em 31/12/2003, pois em 01/01/2004 o prazo já teria decaído. Como a notificação de
lançamento ocorreu em 27/12/2002, não há que se falar em decadência.
CDA 30.6.05.005175-12:
No caso em análise, verifica-se que o período de apuração / exercício (PA / EX) mais remoto
foi em 12/1997, e o lançamento poderia ter sido efetuado em 1998. Assim, de acordo com o
inciso I do art. 173, o termo ad quem do prazo decadencial seria 01/01/1999, e o termo final
em 31/12/2003, pois em 01/01/2004 o prazo já teria decaído. Como a notificação de
lançamento ocorreu em 27/12/2002, não há que se falar em decadência.
DO DIREITO DE MEAÇÃO
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O art. 30 da LEF estabelece que todos os bens do devedor devem responder pela dívida:
Por conseguinte, a Exequente deixa claro que não há qualquer oposição ao direito de
meação, mas este só pode ser exercido sobre o produto da alienação do bem.
PEDIDO
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Assim sendo, pugna a União pelo não conhecimento do incidente ou, caso assim não
entenda Vossa Excelência, pelo indeferimento dos pedidos.
No que toca ao direito de meação, a Exequente deixa claro que não há qualquer oposição,
mas ele só pode ser exercido sobre o produto da alienação do bem.
Por fim, a Exequente informa que não há nada a opor em relação à avaliação dos bens
penhorados.