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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUÍZ (A) DE FEDERAL DA ª

VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARÁ – TRF.

EXEQUENTE/EXCIPIENTE: AGÊNCIA NACIONAL DE MINERAÇÃO


EXECUTADO/EXCEPTO: CYPRIANO SABINO DE OLIVEIRA
PROCESSO: 1016506-08.2020.4.01.3900

FULANO, brasileiro, casado, empresário, portador da cédula de identidade nº xxxx PC/XX,


inscrito no CPF/MF nº XXXXX, residente e domiciliado à Avenida XX, nº XXX,
apartamento XXX, Batista Campos, XXXXXX, vem através de seu advogado, in fine
assinado, com escritório profissional situado à XXXXXpropor, com fulcro no art. 5º, XXXIV,
“a” da Constituição Federal, art. 319 do CPC, súmula 393 do STJ, a presente

EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE

em face da AGÊNCIA NACIONAL DE MINERAÇÃO, autarquia federal representada pela


Procuradoria Geral Federal, já devidamente qualificada nos autos do processo em epígrafe,
mediante os fatos e fundamentos a seguir delineados:

I – DO CABIMENTO DA EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE:

Há muito já não se discute a possibilidade do manejo da Exceção de Pré-


Executividade como meio defesa nas ações executivas, notadamente as fiscais, nos quais é
facultado ao Executado suscitar matérias de ordem pública e que não demandem dilação
probatória.
A Exceção decorre do próprio direito de petição, previsto na alínea “a”, do
inciso XXXIV, do art. 5º da Constituição Federal, em apresentar a defesa de seus direitos,
notadamente matérias de ordem pública, que podem ser arguidas a qualquer tempo. Por isso,
inexiste prazo para o ajuizamento do referido incidente, tampouco formalidades na prática do
ato.

O Superior Tribunal de Justiça - STJ já firmou entendimento acerca do


cabimento e possibilidade do ajuizamento da Exceção de Pré-Executividade nos processos
executivos fiscais, ao prescrever o verbete sumular nº 393, veja:

A exceção de pré-executividade é admissível na execução fiscal


relativamente às matérias conhecíveis de ofício que não demandem
dilação probatória.

Nesse sentido, tanto o magistrado pode e deve conhecer de ofício vícios


processuais de ordem pública, quanto a parte contra a qual é direcionada uma execução
poderá fazê-lo por meio da Exceção, tudo visando impedir a executividade de cobranças de
créditos que podem ser indevidos.

Alguns julgados do Colendo STJ esclarecem quais as matérias podem ser


objeto de Exceção, veja, por exemplo, o Agravo Regimental, no Agravo de Instrumento nº N.
1.060.318-SC, no qual aborda a possibilidade de matérias cognoscíveis de oficio pelo
magistrado, podem ser veiculadas através de Exceção:

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 1.073.524 - SP


(2008/0144613-7) RELATOR : MINISTRO LUIZ FUX
AGRAVANTE : FAZENDA NACIONAL ADVOGADO :
PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL
AGRAVADO : DISTRIBUIDORA DE AUTOMÓVEIS
FIRENZE LTDA ADVOGADO : ABELARDO DE LIMA
FERREIRA E OUTRO (S) DECISÃO PROCESSUAL CIVIL.
TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. EXCEÇÃO DE
PRÉ-EXECUTIVIDADE. DECADÊNCIA. REQUISITOS DO
TÍTULO. POSSIBILIDADE. 1. A exceção de pré-
executividade é servil à suscitação de questões que devam ser
conhecidas de ofício pelo juiz, como as atinentes à liquidez
do título executivo, os pressupostos processuais e as
condições da ação executiva. 2. O espectro das matérias
suscitáveis através da exceção tem sido ampliado por força
da exegese jurisprudencial mais recente, admitindo-se a
argüição de prescrição e de ilegitimidade passiva do
executado, desde que não demande dilação probatória . 3.
(exceção secundum eventus probationis) A decadência, por ser
causa extintiva do direito exeqüente, pode ser suscitada em
exceção de pré-executividade. Precedentes: REsp 577.613/RS,
DJ de 08/11/2004; REsp 537.617/PR, DJ de 08/03/2004 e REsp
388.000/RS, DJ de 18/03/2002. 4. Agravo de instrumento
desprovido. Trata-se de agravo de instrumento interposto pela
FAZENDA NACIONAL contra decisão que inadmitiu recurso
especial, este com fulcro na alínea a do permissivo
constitucional. Versam os autos de agravo de instrumento o qual
restou provido para declarar a decadência dos débitos
tributários. Nas razões do especial, alega violação aos artigos
204, do CTN, bem como violação aos arts. 3º e 16, da lei
6.830/80. No mérito diz não ser descabida a exceção de pré-
executividade ao presente caso, em razão da necessidade de
instrução probatória. Não foram apresentadas contra-razões e
contraminuta, conforme certidão às fls. 98 e 106v,
respectivamente. Relatados, DECIDO. Presentes as peças
indispensáveis à formação do instrumento e, preenchidos os
demais requisitos de admissibilidade, porquanto infirmados os
fundamentos da decisão agravada, merece ser conhecido o
presente agravo, pelo que passo à análise do recurso especial.
Prima facie, tenho que não merece seguimento o recurso
especial manejado pela recorrente. No que pertine à irresignação
da recorrente quanto à adequação da via da exceção de pré-
executividade para fins de argüição de decadência, tenho que
não merece reparos o acórdão ora hostilizado. O art. 162, do
Código Civil de 1916, dispõe:"A prescrição pode ser alegada,
em qualquer instância, pela parte a quem aproveita" A Lei n.º
6.830/80, que regula as execuções fiscais, em seu art. 16, § 3.º,
preceitua: Art. 16 - O executado oferecerá embargos, no prazo
de 30 dias, contados:§ 3.º - Não será admitida reconvenção, nem
compensação, e as exceções, salvo as de suspeição,
incompetênci (trinta) a e impedimentos, serão argüidas como
matéria preliminar e serão processadas e julgadas com os
embargos. Deveras, no que concerne à servibilidade da exceção
de pré-executividade, tem a doutrina entendido que sua
utilização opera-se quanto às matérias de ord (grifo nosso) em
pública, cognoscíveis de ofício pelo juiz que versem sobre
questão de viabilidade da execução - liquidez e exigibilidade do
título, condições da ação e pressupostos processuais -
dispensando-se, nestes casos, de garantia prévia do juízo para
que essas alegações sejam suscitadas. Contudo, o espectro das
matérias suscitáveis através da exceção tem sido ampliado por
força da exegese jurisprudencial mais recente, admitindo-se a
argüição de prescrição e de ilegitimidade passiva do executado,
desde que não demande dilação probatória . Infere-se, desse
contexto, que a exceção de pré-executividade constitui
instrumento de que dispõe o executado sempre que pretenda
infirmar a certeza, a liquidez ou a exigibilidade do título através
de inequívoca prova (exceção secundum eventus probationis)
documental, e cuja propositura independe de prévia segurança
do juízo. Afigura-se, dessarte, perfeitamente viável a utilização
da exceção na hipótese que ora se examina. Deveras, em se
tratando de decadência, por ser causa extintiva do direito
exeqüente, é possível sua veiculação em exceção de pré-
executividade. A esse respeito, vale transcrever os seguintes
precedentes:"PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO.
EXECUÇÃO FISCAL. (LEI Nº 6.830/80. ART. 16, § 3º).
EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. ARGÜIÇÃO DE
PRESCRIÇÃO. REDIRECIONAMENTO. POSSIBILIDADE.
1. A exceção de pré-executividade é servil à suscitação de
questões que devam ser conhecidas de ofício pelo juiz, como as
atinentes à liquidez do título executivo, os pressupostos
processuais e as condições da ação executiva. 2. O espectro das
matérias suscitáveis através da exceção tem sido ampliado por
força da exegese jurisprudencial mais recente, admitindo-se a
argüição de prescrição e de ilegitimidade passiva do executado,
desde que não demande dilação probatória 3.(exceção secundum
eventus probationis) A questão da ilegitimidade passiva,
condição da ação, ostenta a natureza de questão de ordem
pública, conducente, quando acolhida, à extinção terminativa do
processo. 4. Consectariamente, sua veiculação em exceção de
pré-executividadeé admissível. Precedentes (RESP 388000 / RS;
DJ DATA:18/03/2002; Relator Min. JOSÉ DELGADO; RESP
537617 / PR; DJ DATA:08/03/2004; Relator Min. TEORI
ALBINO ZAVASCKI). 5. Recurso Especial provido." (REsp n.º
577.613/RS, Primeira Turma, desta relatoria, DJ de 08/11/2004)
"TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO
FISCAL. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE.
ARGÜIÇÃO DE PRESCRIÇÃO. POSSIBILIDADE. 1. A
possibilidade de verificação de plano, sem necessidade de
dilação probatória, delimita as matérias passíveis de serem
deduzidas na exceção de pré-executividade, independentemente
da garantia do juízo. 2 É possível a argüição de prescrição por
meio de exceção de pré-executividade, sempre que demonstrada
por prova documental pré-constituída. 3. Recurso especial
improvido." (REsp n.º 537.617/PR, Primeira Turma, Rel. Min.
Teori Albino Zavascki, DJ de 08/03/2004) "TRIBUTÁRIO E
PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. EXCEÇÃO DE
PRÉ-EXECUTIVIDADE. POSSIBILIDADE. PESSOA
JURÍDICA. REDIRECIONAMENTO DA AÇÃO. SÓCIO.
CITAÇÃO. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. ART. 8º, IV E
§ 2º, DA LEI Nº 6.830/80. ART. 219, § 4º, DO CPC. ARTS.
125, III, E 174, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CTN. SUAS
INTERPRETAÇÕES. PRECEDENTES. 1. A doutrina e a
jurisprudência aceitam que" os embargos de devedor
pressupõem penhora regular, que só se dispensa em sede de
exceção de pré-executividade, limitada a questões relativas aos
pressupostos processuais e às condições da ação ", incluindo-se
a alegação de que a dívida foi paga . 2.(REsp nº 325893/SP) A
jurisprudência do STJ tem acatado a exceção de pré-
executividade, impondo, contudo, alguns limites. Coerência da
corrente que defende não ser absoluta a proibição da exceção de
pré-executividade no âmbito da execução fiscal. 3. No caso em
exame, a invocação da prescrição é matéria que pode ser
examinada em exceção de pré-executividade, visto que a mesma
é causa extintiva do direito do exeqüente. 4. Os casos de
interrupção do prazo prescricional estão previstos no art. 174, do
CTN, nele não incluídos os do artigo 40, da Lei nº 6.830/80. Há
de ser sempre lembrado que o art. 174, do CTN, tem natureza de
Lei Complementar.5. O art. 40, da Lei nº 6.830/80, nos termos
em que admitido em nosso ordenamento jurídico, não tem
prevalência. Sua aplicação há de sofrer os limites impostos pelo
art. 174, do CTN. 6. Repugna aos princípios informadores do
nosso sistema tributário a prescrição indefinida. Após o decurso
de determinado tempo sem promoção da parte interessada, deve-
se estabilizar o conflito, pela via da prescrição, impondo
segurança jurídica aos litigantes. 7. A mera prolação do
despacho que ordena a citação do executado não produz, por si
só, o efeito de interromper a prescrição, impondo-se a
interpretação sistemática do art. 8º, § 2º, da Lei nº 6.830/80, em
combinação com o art. 219, § 4º, do CPC, e com o art. 174 e seu
parágrafo único, do CTN. 8. De acordo com o art. 125, III, do
CTN, em combinação com o art. 8º, § 2º, da Lei nº 6830/80, a
ordem de citação da pessoa jurídica interrompe a prescrição em
relação ao sócio, responsável tributário pelo débito fiscal. 9.
Fenômeno integrativo de responsabilidade tributária que não
pode deixar de ser reconhecido pelo instituto da prescrição, sob
pena de se considerar não prescrito o débito para a pessoa
jurídica e prescrito para o sócio responsável. Ilogicidade não
homenageada pela ciência jurídica. 10. In casu, porém, verifica-
se que entre as datas de citação da pessoa jurídica e de c
(agosto/1976) itação das sucessoras do sócio fluiu o pra
(junho/1999) zo qüinqüenal , totalizand (art. 174/CTN) o,
simplesmente, 23 anos. Repugna aos princípios informadores do
nosso sistema tributário a prescrição indefinida, a qual se
reconhece. 11. Precedentes desta Corte de Justiça e do colendo
STF. 12. Recurso especial provido." E rela (REsp n.º
388.000/RS, Primeira Turma, Rel. Min. José Delgado, DJ de
18/03/2002) tivamente aos requisitos do título executivo, veja-se
jurisprudência desta Corte: "PROCESSUAL CIVIL E
TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. EXCEÇÃO DE PRÉ-
EXECUTIVIDADE. DISCUSSÃO SOBRE A LIQÜIDEZ DO
TÍTULO EXECUTIVO. POSSIBILIDADE. 1."A exceção de
pré-executividade é servil à suscitação de questões que devam
ser conhecidas de ofício pelo juiz, como as atinentes à liquidez
do título executivo, os pressupostos processuais e as condições
da ação executiva.". 2.(REsp 680.356/RJ, 1ª Turma, Relator
Ministro Luiz Fux, DJ de 12.09.2005) Recurso Especial
provido." Assim,(REsp 803351 / SP, Rel. Min. Herman
Benjamin, DJ de 12.02.2008) resta perfeitamente cabível a
veiculação, em sede de exceção de pré-executividade, de
alegação de decadência e dos requisitos de liquidez e certeza do
título executivo, posto tratar-se de fato extintivo do direito do
exeqüente. Ex positis, NEGO PROVIMENTO ao agravo de
instrumento. Publique-se. Intimações necessárias. Brasília , 23
de novembro de 2009. MINISTRO LUIZ FUX Relato (DF) r

(STJ - Ag: 1073524, Relator: Ministro LUIZ FUX, Data de


Publicação: DJe 16/12/2009)

Como se pode ver, os vícios objetivos, a ausência de condições da ação e


pressupostos processuais maculam a relação jurídico-processual e, por isso, impedem o
andamento e desenvolvimento válido do processo, matérias de ordem pública cognoscíveis de
oficio, e que podem ser apreciadas a qualquer tempo, por simples petição, consoante previsão
jurisprudencial e firmada no verbete sumular do Ínclito Superior Tribunal de Justiça.

Cabe acrescentar que em sede de Exceção, não há como requisito de


procedibilidade e julgamento a garantida do juízo, tal como nos Embargos a Execução. Isso
porque inexiste formalismo para o meio defesa, tendo em vista a ausência de previsão legal.

A doutrina jurídica é uníssona acerca da Exceção de Pré-Executividade,


senão, veja o que menciona Humberto Theodoro Junior:

[...] não apenas por meio dos embargos o devedor pode atacar a
execução forçada. Quando se trata de acusar a falta de condições
da ação de execução, ou a ausência de algum pressuposto
processual, a argüição pode ser dada por meio de simples
petição nos próprios autos de processo executivo

Araken de Assis, segue o mesmo entendimento, veja:

[...] embora não haja previsão legal, e tendo o juiz tolerado, por
lapso, a falta de algum dos pressupostos, e possível o devedor
requerer o seu exame desobrigado do aforamento dos embargos,
ou antes mesmo de sofrer a penhora.1

Portanto, segundo intelecção dos nossos tribunais superiores e da doutrina


majoritária, a Exceção pode ser manejada como meio de defesa dentro dos processos
executivos, notadamente os fiscais, e são cabíveis quando o executado suscita questões de
ordem públicas, que podem ser conhecíveis de oficio, tais como nulidades formas e materiais
do título executivo, ausência de condições da ação e de pressupostos processuais, decadência
ou prescrição, dentre outros, desde que todos não demandem dilação probatória.
1
ASSIS, Manual do Processo de Execução, p. 344
O presente caso versa sobre...

Logo, diante do entendimento sumulado do STJ nº 393, e por versar a


presente Exceção sobre ..., o manejo do presente incidente é perfeitamente cabível, devendo
ser recebido e em seu mérito provido, nos termos da fundamentação abaixo discorrido.

II – DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL DEFERIDA – O CONTROLE DOS ATOS DE


CONSTRIÇÃO SÃO DE COMPETÊNCIA DO JUIZO UNIVERSAL –
INTELIGÊNCIA DO §7º-B, ART. 6º DA ALTERAÇÃO REALZIADA PELA
14.112/2020 NA LEI 11.101/2005.

Inicialmente, cumpre mencionar que em favor do Executado foi deferida


RECUPERAÇÃO JUDICIAL perante o, também, Ínclito Juízo da XXX º Vara Cível e
Empresarial da Comarca de XXXXX, cuja decisão segue acostada ao presente pleito, e dentre
os diversos pontos do conteúdo decisório recuperacional, determinou-se que:

Determino também suspensão de todas as ações ou execuções contra a


requerente (art. 6º da Lei 11.101/2005), permanecendo os respectivos
autos no juízo onde se processam, ressalvadas as ações previstas nos §§ 1º,
2º e 7º do art. 6º, e as ações relativas a créditos excetuados na forma dos
§§ 3º e 4º do art. 49, todos dispositivos da LFR. A ordem de suspensão
será comunicada pela requerente aos juízos por onde tramitarem as
respectivas ações.”(Grifamos)

Oportuno destacar que consta no polo ativo do processo de recuperação


judicial a empresa XXXXX, bem como o seu sócio XXXX, parte executada do presente feito:

Desta feita, nos termos da decisão do juízo da recuperação, o Executado é


destinatário dos efeitos da Recuperação deferida, acertadamente, haja vista que o art. 1º da lei
11.101/2005 é expresso ao mencionar que, tanto o empresário, quanto a sociedade
empresária, terá legitimidade para requerer a recuperação.
Com efeito, uma das consequências para os processos executivos do âmbito
fiscal é que os atos de constrição sofrerão controle do juízo universal, de acordo com o que
está disposto no §7º-B, do art. 6º, da lei 11.101/2005 (LFR).
Veja a redação da norma jurídica:
O disposto nos incisos I, II e III do caput deste artigo não se aplica às
execuções fiscais, admitida, todavia, a competência do juízo da
recuperação judicial para determinar a substituição dos atos de
constrição que recaiam sobre bens de capital essenciais à
manutenção da atividade empresarial até o encerramento da
recuperação judicial, a qual será implementada mediante a
cooperação jurisdicional, na forma do art. 69 da Lei nº 13.105, de 16
de março de 2015 (Código de Processo Civil), observado o disposto
no art. 805 do referido Código.

Nesse sentido, embora as execuções fiscais não sejam suspensas, o


desenvolvimentos dos atos constritivos serão apreciados pelo juízo universal da recuperação
judicial, que detém competência para manter as restrições, removê-las ou até mesmo
substituí-las, tudo visando a efetivação do principio maior da preservação da empresa.
Essa é interpretação dada pela Suprema Corte acerca da relação entres os
juízos, conforme se depreende das ementas dos julgados abaixo:

AGRAVO INTERNO EM CONFLITO DE COMPETÊNCIA.


EMPRESA EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL. DEFERIMENTO.
EXECUÇÃO FISCAL. PENHORA ANTERIOR. ATOS
EXPROPRIATÓRIOS. COMPETÊNCIA DO JUÍZO UNIVERSAL.
1. Embora o prosseguimento da execução fiscal, ou de execução
trabalhista na qual a União Federal tenha créditos, e eventuais
embargos, na forma do art. 6º, § 7º, da Lei 11.101/2005, deva se dar
perante o juízo federal ou do trabalho competente, orienta-se a
jurisprudência da Segunda Seção no sentido de que cabe ao juízo
universal apreciar os atos constritivos sobre o patrimônio da
empresa, mesmo que oriundos de execução fiscal.
2. Conflito de competência que se verifica mesmo quando a
penhora, por meio do Bacen-Jud, é anterior ao deferimento do
pedido de recuperação. Precedentes.
3. Agravo interno a que se nega provimento.
(AgInt no CC 178.665/SC, Rel. Ministra MARIA ISABEL
GALLOTTI, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 19/10/2021, DJe
22/10/2021)
No caso em espeque, o controle do Juízo Universal permanece, ainda que os
atos constritivos dentro da Execução Fiscal tenham sido praticados antes do deferimento da
Recuperação Judicial. Isso é, se ocorreu a penhora em bens do devedor de que tenha o juízo
universal deferido o pedido de recuperação, ainda assim, este poderá desfazer, manter ou
substituir, caso assim entenda necessário para que a empresa recuperanda se soerga.
O case a seguir reitera o posicionamento acima, no sentido de que os atos
constritivos per passam pelo controle do Juízo da Recuperação Judicial, veja:

AGRAVO INTERNO NO CONFLITO DE COMPETÊNCIA -


EXECUÇÃO FISCAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL -
COMPETÊNCIA DO JUÍZO UNIVERSAL - DELIBERAÇÃO
MONOCRÁTICA QUE DECLAROU A COMPETÊNCIA DO
JUÍZO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL - ORIENTAÇÃO
PACÍFICA DA EG. SEGUNDA SEÇÃO. IRRESIGNAÇÃO DA
FAZENDA PÚBLICA.
1. Compete à Segunda Seção processar e julgar conflito de
competência entre o juízo da recuperação e o da execução fiscal, seja
pelo critério da especialidade, seja pela necessidade de evitar
julgamentos díspares e a consequente insegurança jurídica. Nesse
sentido: CC n. 120.432/SP, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, Corte
Especial, DJe de 19/12/2016; CC 153.998/DF, Rel. Min. Laurita Vaz,
Rel. p/ acórdão, Min. Nancy Andrighi, Corte Especial, DJe de
22/09/2020.
2. O deferimento da recuperação judicial não suspende a execução
fiscal, mas os atos de constrição e de alienação de bens sujeitos à
recuperação submetem-se ao juízo universal. Precedentes da
Segunda Seção.
2.1. Precedentes da Segunda Seção: AgInt no CC 162450/GO, Rel.
Min.
RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, Dje de 26/08/2020; AgInt no
CC 145.089/MT, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, SEGUNDA
SEÇÃO, julgado em 08/02/2017, DJe 10/02/2017; AgInt no CC
140.021/MT, Rel. Min. JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, SEGUNDA
SEÇÃO, julgado em 10/08/2016, DJe 22/08/2016; EDcl no AgRg no
CC 132.094/AM, Rel. Min. MOURA RIBEIRO, SEGUNDA SEÇÃO,
julgado em 10/12/2014, DJe 16/12/2014; CC nº 150360, Rel. Min.
PAULO DE TARSO SANSEVERINO, DJe 03/08/2017; CC nº
153.627/PE, Rel. Min. MARIA ISABEL GALLOTTI, DJe de
17/08/2017; CC 17649/SP, REL. MIN. RAUL ARAÚJO, DJe de
04/12/2020; AgRg no CC 87.263/RJ, Rel. Min. MARCO BUZZI, DJe
19/08/2014; AgInt no CC 163.700/PR, Rel. Min. MARCO AURÉLIO
BELLIZZE, DJe de 1º/7/2019.
3. Agravo interno desprovido.
(AgInt no CC 154.556/MG, Rel. Ministro MARCO BUZZI,
SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 13/10/2021, DJe 26/10/2021)

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO CONFLITO DE


COMPETÊNCIA. EXECUÇÃO FISCAL. PENHORA. LEILÃO.
BENS INSERIDOS NO PLANO DE RECUPERAÇÃO. SÚMULA
N. 480/STJ. DESCABIMENTO. JUÍZO DA RECUPERAÇÃO.
ANÁLISE. DECISÃO MANTIDA.
1. "'Apesar de a execução fiscal não se suspender em face do
deferimento do pedido de recuperação judicial (art. 6º, §7º, da LF
n. 11.101/05, art. 187 do CTN e art. 29 da LF n. 6.830/80),
submetem-se ao crivo do juízo universal os atos de alienação
voltados contra o patrimônio social das sociedades empresárias
em recuperação, em homenagem ao princípio da preservação da
empresa.' (CC 114987/SP, Rel. Ministro PAULO DE TARSO
SANSEVERINO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 14/03/2011, DJe
23/03/2011)" (AgRg no CC n.
123.228/SP, Relator Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, SEGUNDA
SEÇÃO, julgado em 26/6/2013, DJe 1/7/2013).
2. Agravo interno a que se nega provimento, com correção de erro
material sobre o juízo competente.
(AgInt no CC 173.179/PE, Rel. Ministro ANTONIO CARLOS
FERREIRA, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 14/09/2021, DJe
21/09/2021)

Note que as decisões ementadas foram prolatadas após a alteração conferida


pela nº 14.112/2020, que reformou a lei 11.101/2005, instrumento disciplinador do processo
de Falência e da Recuperação Judicial. Portanto, são decisões que se coadunam com as
mudanças que o sistema jurídico sofreu após a reforma e encontra-se atualizado para ser
aplicado ao caso em tela.
Cabe acrescentar ainda que a doutrina vai além e menciona que o Juízo da
Execução Fiscal e o Juízo Universal devem cooperar entre si, nos termos do art. 69 do CPC,
para que seja efetivado o principio maior da preservação da empresa, um dos expoentes
acerca do tema Daniel Carnio Costa e Alexandre Correa Nasser de Melo, veja:

Tanto no §7º - A quanto no §7º-B existe a disposição sobre o


principio da cooperação jurisdicional previsto no CPC/2015, art.
69, que disciplina que os órgãos do Poder Judiciário devem,
sempre que solicitados, cooperar em relação a diversos atos do
processo.

Assim sendo, pelo princípio da preservação da empresa, como bem


restou mencionado na Jurisprudência do STJ, deve-se os atos constritivos se
concentrarem no Juízo Universal, devendo-se oficiar este acerca das constrições
realizadas nos processos executivos fiscais, para então exercer a competência conferida
pela lei 14.112/2020, de controle dos atos constritivos.
Isto posto, com o fito de garantir que a execução de se processe de modo
a efetivar o principio da preservação da empresa, requer-se que os atos constritivos
sejam concentrados no juízo universal da Recuperação Judicial ou seja o Juízo
Universal seja informado a cada constrição realizada no processo executivo fiscal.

III – DA NULIDADE DO TÍTULO EXTRAJUDICIAL.

Qualquer dos títulos executivos que se possam imaginar – judiciais ou extra, de


origem na vontade ou no imperium – todos eles devem referir-se a uma obrigação líquida,
como é de expressa e inafastável disposição legal (CPC, arts. 583 e 586).

Consiste esta, como é sabido e ressabido, na capacidade que o título tem de autorizar
por si próprio o conhecimento dos elementos da obrigação (certeza) e do quantum debeatur
(liquidez). Quando for necessário perquirir fora do título, não se pode falar de executividade.

No caso em epigrafe, o título apresentado pelo Estado é a CDA-Certidão de Dívida


Ativa, que se encontra em total desconformidade com o previsto no artigo 202 do CTN-
Código Tributário Nacional, bem como o preconizado pela Lei. 6.830/80, senão vejamos:

Da ausência dos requisitos necessários a CDA


A Certidão de Dívida Ativa deve preencher todos os requisitos constantes do art. 202
do Código Tributário Nacional-CTN de modo a permitir ao executado a ampla defesa. Ao
agregar em um único valor os débitos originários de ICMS relativos a exercícios distintos
impossibilita-se o exercício de tal direito, atraindo a aplicação do artigo 203 do Código
Tributário Nacional, qual seja a nulidade do mesmo, o que requer que seja devidamente
aplicado ao caso em comento.

Da Prescrição do credito tributário

O Exeqüente ao demonstrar na petição inicial que a data da inscrição ocorreu em 2003,


o faz para tentar escapar a prescrição dos créditos, pois como bem informa a CDA os mesmos
são referentes aos exercício de 1999 a 2001, sem no entanto, repita-se ter discriminado por
exercício cada suposto valor devido.

Mas a simples leitura do CDA percebe-se claramente que operou o instituto da


prescrição, que é de cinco anos, motivo pelo qual deve ser declarado por este juízo, através da
presente ação.

Da ausência da ampla defesa e do contraditório no procedimento administrativo

Com efeito, dispõe o inciso LV do artigo 5º da Constituição Federal, verbis:

“CF/88
LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e
aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla
defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”

Na dicção de SEBASTIÃO JOSÉ LESSA, em obra já citada, pág.30, “o contraditório


e a ampla defesa, assegurados no artigo 5º, inciso LV, da CF, decorreu do princípio do devido
processo legal DUE PROCESS OF LAW”. E por garantia de defesa, na lição de HELY
LOPES MEIRELLES (obra citada, pág.585), “deve-se entender não só a observância do rito
adequado, como a cientificação do processo ao interessado, a oportunidade para contestar
acusação, produzir prova de seu direito, acompanhar os atos da instrução e utilizar-se dos
recursos cabíveis”.
O princípio da ampla defesa na Constituição de 1988 sofreu profundas inovações, fez
com que o referido princípio alcançasse os processos civil e administrativo, porquanto na
carta revogada, havia previsão expressa somente para o processo penal, nada obstante
houvesse com acertada orientação doutrinária de que aquele princípio de aplicava, também ao
processo administrativo e civil.

Não há dispositivo específico sobre cerceamento de defesa. É um instituto jurídico


sem texto. O que existe são dispositivos de nulidade. A lei especifica o que a parte tem direito
no processo. Tudo o que contraria a esse direito resulta em cerceamento do direito de defesa.

Na lição do mestre paulista JOSÉ SALEN NETO, “o cerceamento de defesa ocorre


quando a parte é impedida de demonstrar sua versão dos fatos, através de provas, sejam
elas documentais ou testemunhais”.

Assevera SÉRGIO FERRAZ, em sua obra “Processo Administrativo e a Constituição


de 1988”, Revista Trimestral de Direito Público nº 1/87, que “o ato e o processo
administrativo hão de ser motivados (e, pois, proporcionais seus fins a seus
fundamentos), não só por simetria (e aplicação analógica) ao que dispõe para o ato
judicial (CF, art.93, IX), mas sobretudo e diretamente em razão da garantia da ampla
defesa insculpida no artigo 5º, LV, somente realizável, na sua inteireza, se declarada e
conhecida a motivação do agir administrativo, (através do desvendamento da motivação,
fazendo-se ao mesmo tempo, cristalina e pública a proporcionalidade a atuação da
Administração Pública)”

Assim, está bem assente em nosso ordenamento jurídico: ao argumento de se


resguardar o interesse público e a probidade administrativa, NÃO SE PODE NUNCA LESAR
GARANTIA CONSTITUCIONAL DO CIDADÃO. É que uma e outra – probidade e
amplitude de defesa – são garantias agasalhadas na Constituição (arts. 5º, LV e 85, V, CR).
Nem mesmo o reforço ao princípio da probidade albergado na Emenda Revisional nº 4, de
07.06.94, enfraquece a aplicação, efetiva e real, da amplitude de defesa e do contraditório, na
espécie.

Tanto o contraditório, a amplitude de defesa, quanto a motivação do ato


administrativo, consubstanciado na cobrança de débito inexistente, são exigências
constitucionais irrenunciáveis, cuja ausência gera, a uma, cerceamento de defesa e, as duas,
manifesta nulidade da CDA.

Aduz JOSÉ NILO DE CASTRO (na citada obra, pág.40), “já se disse alhures e não
dispiciendo repetir: se o processo administrativo retira conhecimento das razões de decidir,
incontornavelmente está retirando a possibilidade de acesso ao contencioso do judiciário, e,
por via oblíqua, ter-se-á hipótese de o próprio Estado impedir o exercício de direito que ele
garante.”

Assim, Excelência, depreende-se que a emissão da CDA por parte do exeqüente sem
que oportunizasse a ampla defesa e o contraditório, representa verdadeiro atentado, desde sua
fase mais primária, aos ditames constitucionais da AMPLA DEFESA, do CONTRADITÓRIO
e do DEVIDO PROCESSO LEGAL, tornando nulo todos os seus atos, desde a origem,
contaminando todo o processo de forma insanável, via se conseqüência tornando nulo o
resultado dele, qual seja a Certidão de Divida Ativa-CDA.

Tudo converge para a mais absoluta imperiosidade de verificar a existência ou


inexistência do título executivo, bem como seus requisitos como a certeza, exigibilidade e
liquidez, antes de mandar penhorar, sob pena de grave violação a todos os dispositivos
referidos logo acima (CPC, arts. 583; 586; 614, inciso I; 616; 618, inciso I, todos c/c art. 267,
§ 4º).

Como é sabido, a ausência das condições da ação provoca a extinção do processo


(CPC, art. 267). Além disso, por serem de ordem pública, questões como essa podem e
devem ser conhecidas a qualquer tempo e grau de jurisdição, independentemente de
provocação das partes (art. 267, § 3º).

Pois bem. É nula a execução, segundo o art. 618 do CPC, quando:

Art. 618. É nula a execução:

I - se o título executivo não for líquido, certo e exigível (artigo


586);

II - se o devedor não for regularmente citado;

III - se instaurada antes de se verificar a condição ou de ocorrido


o termo, nos casos do artigo 572.

Neste sentido a jurisprudência:


Processo
REsp 844610 / RS ; RECURSO ESPECIAL 2006/0094507-4
Relator(a)
MIN. CASTRO MEIRA (1125)
Órgão Julgador
T2 - SEGUNDA TURMA
Data do Julgamento
05/09/2006
Data da Publicação/Fonte
DJ 15.09.2006 p. 301
Ementa
PROCESSO CIVIL. TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. NULIDADE DA CDA. PRESCRIÇÃO.
RECONHECIMENTO DE OFÍCIO. IMPOSSIBILIDADE. ARTIGO 219, § 5º, DO CPC.
1. Fundamentação deficiente quanto à eventual violação aos arts. 156, 173 e 174 do Código Tributário
Nacional, ao recorrente incumbia-lhe demonstrar de modo claro e fundamentado de que forma as normas
federais teriam sido violadas. Óbice da Súmula 284/STF.
2. A Certidão de Dívida Ativa deve preencher todos os requisitos constantes do art. 202 do Código Tributário
Nacional-CTN de modo a permitir ao executado a ampla defesa. Ao agregar em um único valor os débitos
originários de IPTU relativos a exercícios distintos impossibilita-se o exercício de tal direito.
3. Segundo o art. 219, § 5º, do Código de Processo Civil, “não se tratando de direitos patrimoniais, o juiz
poderá, de ofício, conhecer da prescrição e decretá-la de imediato”. A contrário senso, não pode o órgão
julgador, pelo simples transcurso de tempo e sem
requerimento da parte interessada, conhecer ex officio da prescrição, quando se tratar de direito
exclusivamente patrimonial.
4. Tratando-se de execução fiscal, a partir da Lei n.º 11.051, de 29.12.04, que acrescentou o § 4º ao art. 40 da
Lei n.º 6.830/80, pode o juiz decretar de ofício a prescrição, após a ouvida da Fazenda Pública exeqüente.
5. A Lei n.º 11.280, de 16.02.06, deu nova redação ao art. 219, § 5º, do Código de Processo Civil, para
determinar que “o juiz pronunciará, de ofício, a prescrição”.
6. A nova redação do art. 219, § 5º, do CPC, conferida pela Lei n.º 11.280/2006, que entrou em vigor em 16
de maio de 2006, somente poderá ser aplicada, em recurso especial, se esse dispositivo estiver prequestionado
na origem. A partir do julgamento do REsp n.º 720.966/ES (12.12.05), a Seção de Direito Público concluiu
não ser aplicável, na instância especial, o direito superveniente, em razão do óbice constitucional do
prequestionamento.
7. Recurso especial conhecido em parte e provido também em parte.
Acórdão
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da
Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça "A Turma, por unanimidade, conheceu parcialmente do
recurso e, nessa parte, deu-lhe parcial provimento, nos termos do
voto do Sr. Ministro-Relator." Os Srs. Ministros Humberto Martins,
Eliana Calmon e João Otávio de Noronha votaram com o Sr. Ministro
Relator.

Processo
REsp 853767 / RS ; RECURSO ESPECIAL 2006/0129961-9
Relator(a)
MIN. TEORI ALBINO ZAVASCKI (1124)
Órgão Julgador
T1 - PRIMEIRA TURMA
Data do Julgamento
22/08/2006
Data da Publicação/Fonte
DJ 11.09.2006 p. 240
Ementa
TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. CDA QUE ENGLOBA NUM ÚNICO
VALOR A COBRANÇA DE MAIS DE UM EXERCÍCIO. NULIDADE. PRESCRIÇÃO. DECRETAÇÃO
DE OFÍCIO. DIREITO PATRIMONIAL. POSSIBILIDADE, A PARTIR DA LEI 11.051/2004.
1. É nula a CDA que engloba num único valor a cobrança de mais de um exercício: Precedentes: REsp
733.432/RS, 1ª Turma, Min. José Delgado, DJ de 08.08.2005; REsp 819678/RS, 2ª Turma, Min. João Otávio
Noronha, DJ de 08.05.2006.
2. A jurisprudência do STJ sempre foi no sentido de que "o reconhecimento da prescrição nos processos
executivos fiscais, por envolver direito patrimonial, não pode ser feita de ofício pelo juiz, ante a vedação
prevista no art. 219, § 5º, do Código de Processo Civil" (RESP 655.174/PE, 2ª Turma, Rel. Min. Castro
Meira, DJ de 09.05.2005).
3. Ocorre que o atual parágrafo 4º do art. 40 da LEF (Lei 6.830/80), acrescentado pela Lei 11.051, de
30.12.2004 (art. 6º), viabiliza a decretação da prescrição intercorrente por iniciativa judicial, com a única
condição de ser previamente ouvida a Fazenda Pública, permitindo-lhe argüir eventuais causas suspensivas ou
interruptivas do prazo prescricional. Tratando-se de norma de natureza processual, tem aplicação imediata,
alcançando inclusive os processos em curso, cabendo ao juiz da execução decidir a respeito da sua incidência,
por analogia, à hipótese dos autos.
4. Recurso especial a que se dá parcial provimento.
Acórdão
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a Egrégia Primeira Turma do
Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, dar parcial provimento ao recurso especial, nos termos do voto
do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Denise Arruda, José Delgado, Francisco Falcão e Luiz Fux votaram
com o Sr. Ministro Relator.

Processo
REsp 849091 / RS ; RECURSO ESPECIAL 2006/0129293-8
Relator(a)
MIN. ELIANA CALMON (1114)
Órgão Julgador
T2 - SEGUNDA TURMA
Data do Julgamento
22/08/2006
Data da Publicação/Fonte
DJ 01.09.2006 p. 257
Ementa
TRIBUTÁRIO – EXECUÇÃO FISCAL – IPTU – PRESCRIÇÃO – DECRETAÇÃO DE OFÍCIO –
IMPOSSIBILIDADE – NULIDADE DA CDA – AUSÊNCIA DE DISCRIMINAÇÃO DOS VALORES
POR EXERCÍCIO – FUNDAMENTO SUFICIENTE PARA MANTER O JULGADO.
1. Está pacificado no âmbito da Primeira Seção o entendimento de que, em sede de execução fiscal, a
prescrição não pode ser decretada de ofício até o advento da Lei 11280/2006.
2. A CDA é título formal, cujos elementos devem estar bem delineados para não impedir a defesa do
executado.
3. Hipótese em que a CDA deixou de discriminar os valores do IPTU cobrado por exercício, o que
prejudica a defesa do executado, que se vê tolhido de questionar as importâncias e a forma de cálculo.
4. Embora a prescrição não possa ser decretada de ofício, permanece intacto o fundamento adotado pelo
Tribunal de origem quanto à nulidade da CDA, suficiente por si só para manter o julgado.
5. Recurso especial improvido.
Acórdão
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da
Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça "A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso,
nos termos do voto da Sra. Ministra-Relatora." Os Srs. Ministros João Otávio de Noronha, Castro Meira e
Humberto Martins votaram com a Sra. Ministra Relatora.

Os Tribunais brasileiros estão integralmente alinhados ao entendimento de que a


defesa do executado não se faz somente mediante embargos, mas também no próprio processo
de execução. Nesse sentido, são ilustrativos os precedentes que a seguir se exibe:

“EXECUÇÃO – FALTA DE LIQUIDEZ – NULIDADE –


PRÉ-EXECUTIVIDADE – 1. Admite-se a exceção, de
maneira que é lícito argüir de nula a execução, por simples
petição. A saber, pode a parte alegar a nulidade,
independentemente de embargos, por exemplo. “Admissível,
como condição de pré-executividade, o exame da liquidez,
certeza e exigibilidade do Título a viabilizar o processo de
execução” (REsp 124.364, DJ de 26.10.1998). 2. Mas não afeta
a liquidez do título questões atinentes à capitalização,
cumulação de comissão de permanência e correção monetária,
utilização de determinado modelo de correção. Trata-se de
matérias próprias dos arts. 741 e 745 do CPC. 3. Podendo
validamente opor-se à execução por meio de embargos, não é
lícito se utilize da exceção. 4. Caso em que na origem se
impunha, “para melhor discussão da dívida ou do título, a
oposição de embargos, uma vez seguro o juízo da execução”.
Inocorrência de afronta do art. 618, I do CPC. Dissídio não
configurado. 5. Recurso especial não conhecido. (STJ – REsp
187.195 – RJ – 3ª T. – Rel. Min. Nilson Naves – DJU
17.05.1999 – p. 202)

"PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. EMBARGOS


DO DEVEDOR.

Tratando-se de execução aparelhada com base em título nulo,


por falta dos requisitos de certeza, liquidez e exigibilidade,
admitem-se embargos do devedor, antes de seguro o juízo, por
penhora - Código de Processo Civil - artigos 737, 618, I e LEF,
artigo 16, § 1º."

"O tradicional princípio de direito processual, de que não se


admitem embargos do devedor antes de seguro o juízo pela
penhora - (Código de Processo Civil - art. 737, LEF, art. 16, §
1º) - admite temperamentos em caso de nulidade da execução
ajuizada com apoio em título executivo inexigível, ilíquido e não
certo."(RTFR 122/133).
EXECUÇÃO POR TÍTULO EXTRAJUDICIAL –
EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE – FALTA DE
LIQUIDEZ, CERTEZA E EXIGIBILIDADE DO TÍTULO
– 1. Não ofende a nenhuma regra do Código de Processo Civil o
oferecimento da exceção de pré-executividade para postular a
nulidade da execução (art. 618 do Código de Processo Civil),
independentemente do embargos de devedor. 2. Considerando o
Tribunal de origem que o título não é líquido, certo e exigível,
malgrado ter o exeqüente apresentado os documentos que
considerou aptos, não tem cabimento a invocação do art. 616 do
Código de Processo Civil. 3. Recurso especial não conhecido.
(STJ – REsp 160.107 – ES – 3ª T. – Rel. Min. Carlos Alberto
Menezes Direito – DJU 03.05.1999 – p. 145)

EXECUÇÃO – EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE –


A defesa que nega a executividade do título apresentado pode
ser formulada nos próprios autos do processo da execução e
independe do prazo fixado para os embargos de devedor.
Precedentes. Recurso conhecido em parte e parcialmente
provido. (STJ – REsp 220100 – RJ – 4ª T. – Rel. Min. Ruy
Rosado de Aguiar – DJU 25.10.1999 – p. 93)

AGRAVO DE INSTRUMENTO – EXECUÇÃO –


EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE ACOLHIDA – A
MATÉRIA ARGÜIDA IMPLICA EM EXAME DAS
CONDIÇÕES DA AÇÃO, SENDO NULIDADE DAQUELAS
QUE PODEM E DEVEM SER RECONHECIDAS DE OFÍCIO
– CONTRATO DE ABERTURA DE CRÉDITO EM CONTA
CORRENTE CHEQUE NOBRE – EXECUÇÃO –
CONTRATO DE ABERTURA DE CRÉDITO –
INADMISSIBILIDADE – NÃO SE ADMITE A EXECUÇÃO
DE CONTRATO DE ABERTURA DE CRÉDITO, MESMO
QUE ACOMPANHADO DOS EXTRATOS DE SUA
UTILIZAÇÃO, POR AUSÊNCIA DE LIQUIDEZ – RECURSO
IMPROVIDO – (AC 197114713) – AGRAVO PROVIDO –
(TJRS – AI 198098717 – RS – 15ª C.Cív. – Rel. Des. Vicente
Barroco de Vasconcelos – J. 19.08.1998)

EXECUÇÃO – EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE –


NULIDADE DA EXECUÇÃO – CASSAÇÃO DA
SENTENÇA – Processual civil. Exceção de pré-executividade.
A argüição de nulidade da execução, através da denominada
“exceção de pré-executividade”, não requer a propositura da
ação de embargos à execução, sendo resolvida incidentalmente.
Provimento do recurso . (MCG) (TJRJ – AC 2.596/98 – Reg.
090998 – Cód. 98.001.02596 – RJ – 16ª C.Cív. – Rel. Desig.
Juiz Nagib Slaibi Filho – J. 30.06.1998)”

O Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do Resp. n.º 187.195, publicado em 17


de maio de 1999, tendo como relator o Ministro Carlos Arberto Meneses Direito, esposou o
seguinte entendimento:

“Execução. Falta de liquidez. Nulidade (pré-executividade).


1. Admite-se a exceção, de maneira que é lícito, por simples
petição. A saber, pode a parte alegar a nulidade,
independentemente de embargos, por exemplo” Admissível,
como condição de pré-executividade, o exame da liquidez,
certeza e exibilidade do título a viabilizar o processo de
execução” (Resp – 124.364, DJ de 26/10/98).”

No mesmo passo vem decidindo o 2.º Tribunal de Alçada Cível do Estado de São
Paulo, vazado nos seguintes termos:

"’Ora, a execução, em qualquer de suas modalidades, além de


submeter-se às normas gerais que regem o processo de
conhecimento, invocáveis subsidiariamente (art. 586), fica
subordinada, igualmente, a regras próprias que podem ser
especiais, se somente se referem em particular a uma delas.’
Daí afirmar Alcides de Mendonça Lima, em seus
"Comentários ao Código de Processo Civil", Forense, n.º 1.481,
que ‘os n.ºs I e III (do art. 618 do CPC) configuram caso de
‘condições de execução’ em paridade com as ‘condições da
ação’. A infringência de qualquer deles torna o credor parte
ilegítima para mover a ação porque ele não será titular da
pretensão executiva.’

E prossegue a acertada decisão:

"Pode pois a parte alegar a nulidade da execução,


independentemente de embargos do devedor, como pode, e na
verdade deve, o juízo, conhecer da inexistência dessas
condições a gerar nulidade, de ofício. Primoroso, nesse sentido,
a lição de José Alberto dos Reis, ao examinar o Código Civil
português, em tudo e por tudo semelhante ao nosso. À p. 190, de
seu Processo de Execução (vol. 1º, 2º. Ed. Coimbra, 1959)
entende que entre os casos nos quais ‘o juiz pode e deve
indeferir in limine a petição inicial do exeqüente’ (p.191),
figura-a de inexeqüibilidade do título, adiantando o ‘caso nítido
de inexeqüibilidade do título é o de se promover a execução com
base num documento que não tenha eficácia executiva, isto é,
não reúna os requisitos formais e substanciais exigidos pela lei
para ser considerado título executivo.’’’

Digno de ênfase, não só pela sua primazia como pela profundidade como enfrentaram
o cerebrino ponto, o v. aresto seguinte:

"O título executório é o pressuposto ou condição geral de


qualquer execução e, pois, da execução forçada: nulla executio
sine titulo. Como anota CHIOVENDA, "se um título executório
não se afigura existente, o ato executivo tem de ser por ele
(órgão executivo) recusado, como se recusa a sentença
favorável, se a ação falta" (op. Cit., pág. 310). Assim, sendo
próprio título executivo exibido resultar, de forma clara, a um
exame superficial do juiz, de que lhe falta um requisito exigido
por lei como pressuposto de sua validade ou existência, ou de
sua executoriedade, o juiz, na lição de PONTES DE MIRANDA
(in Comentários do CPC, 1076, Tomo IX, p. 220), ao despachar
a inicial, deve indeferí-la, liminarmente, pois lhe cabe o dever
de exame. Qual anota CHIOVENDA, acerca da ação de
execução, existirá sempre alguma "dose de cognição". Ora, na
espécie, a recorrida, desde logo, invocou o vencimento
antecipado dos títulos como que instruiu a ação, certo não
estavam eles ainda vencidos. Não possuíam os títulos, sequer
um deles, requisito essencial à sua executoriedade, eis que a
obrigação do devedor não vencera, qual fluía da data do
vencimento nas cártulas. A credora, entretanto, buscou afirmar-
se na alegação de um "vencimento antecipado" do débito,
invocando inadimplemento das devedoras, quando a obrigação
constante de "protocolo" com confissão de dívida, dado que se
recusaram a entregar, na expressão da inicial, sua produção da
safra de 1980/1981, à Cooperativa, para efeito de
comercialização em comum. Essa causa de vencimento
antecipado, entretanto, estava pendente de controvérsia em
juízo próprio. Daí não caber admitir, como revestidos de
executividade, os títulos extrajudiciais, objeto de execução."( In
JSTF-Lex 90/69-96, prolatado pela C. 1.ª Turma do Pretório
Excelso ao apreciar o RE 100.397.9-SP, dando-lhe provimento
para julgar extinta a execução, sem a realização da penhora,
reformando o v. aresto recorrido, que houvera ordenado o
seguimento da execução por valor reduzido, tendo ficado
vencido o eminente Min. Soares Muñoz e com votos vencedores
dos ínsignes Mins. Oscar Corrêa (relator para o acórdão), Néri
da Silveira e Rafael Mayer.

Recentemente vem decidindo o Superior Tribunal de Justiça:

Processo
REsp 838399 / SP ; RECURSO ESPECIAL 2006/0076191-0
Relator(a)
MIN. ELIANA CALMON (1114)
Órgão Julgador
T2 - SEGUNDA TURMA
Data do Julgamento
17/08/2006
Data da Publicação/Fonte
DJ 04.09.2006 p. 254
Ementa
PROCESSO CIVIL – EXECUÇÃO FISCAL – MATÉRIA DE DEFESA: PRÉ-EXECUTIVIDADE –
CABIMENTO – IMPOSSIBILIDADE DE DILAÇÃO PROBATÓRIA.
1. Doutrinariamente, entende-se que só por embargos é possível defender-se o executado, admitindo-se,
entretanto, a exceção de pré-executividade.
2. Consiste a pré-executividade na possibilidade de, sem embargos ou penhora, argüir-se na execução,
por mera petição, as matérias de ordem pública, as nulidades absolutas e a prescrição.
3. A tolerância doutrinária, em se tratando de execução fiscal, esbarra na necessidade de se fazer prova de
direito líquido e certo.
4. Recurso especial improvido.
Acórdão
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da
Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça "A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso,
nos termos do voto da Sra. Ministra-Relatora." Os Srs. Ministros João Otávio de Noronha, Castro Meira e
Humberto Martins
votaram com a Sra. Ministra Relatora.

Sendo absolutamente inviável a via executiva pretendida, o processo não escapará de


ser liminarmente extinto por decisão terminativa: a inadequação da tutela jurisdicional
pretendida é tamanha que não comporta qualquer espécie de conversão.

Como sustentado, o Exeqüente sem título, ou com título ilíquido, inexigível ou incerto
protagoniza preterição de formalidade essencial, já que a certidão de dívida ativa tributária é
nula porque formalizada por procedimento eivado de vício insanável desde a sua origem,
contaminando o título em sua integralidade, devendo ser considerada como inexistente. Desta
forma, a via jurisdicional utilizada, a via executiva, é inadequada para os fins pretendidos pela
exeqüente, devendo-se desta forma extinguir-se o processo por ausência de suas condições de
ação.

Assim, conforme se demonstrou, diante da forte base jurisprudencial e doutrinária


trazida à colação, inclusive os posicionamentos dominantes do Superior Tribunal de Justiça,
dos Tribunais de Justiça dos Estados do Rio Grande do Sul, do Rio de Janeiro e dos Tribunais
de Alçada de Minas gerais, Paraná e Rio Grande do Sul, é de ser a presente exceção de pré-
executividade conhecida para, no mérito, ser provida.

EX POSITIS, respeitosa e recatadamente requer:

a) O recebimento desta simples petição de exceção de pré-


executividade, para os fins requeridos.
b) Seja suspensa a execução, até decisão do incidente ora suscitado,
vez que, por se tratar de matérias de ordem pública, pressupostos
processuais e condições da ação, de modo que o processo não
pode coexistir com a ausência de liquidez e exigibilidade
inerentes ao título, sob pena de nulidade, na forma do art. 618, I
do CPC.

c) Seja declarada nula a certidão de dívida ativa apresentada pelo


exeqüente, por lhe faltar os requisitos essenciais para sua
validade.

d) Seja declarada nula a presente execução, por se basear em título


nulo, na forma do art. 618, I e III e 572 do CPC.

e) Seja condenado o Exeqüente, nas custas e honorários de


sucumbência à base 20% (vinte por cento) sobre o valor
atribuído à causa.

São os Termos em que,


Pede e Espera Deferimento.
Mãe do Rio-Pa, 25 de setembro de 2006.

Advogado

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