AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO CAUTELAR. EMENDA. DETERMINAÇÃO DE
CONVERSÃO DA AÇÃO CAUTELAR DE SUSTAÇÃO DE PROTESTO EM AÇÃO ORDINÁRIA DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA. VIOLAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INICIATIVA DA PARTE. REGULARIDADE DO PROCEDIMENTO ELEITO. REFORMA DA DECISÃO. No caso em testilha, consoante narrado pelo Recorrente, para obter a sustação de protesto antes de ingressar com eventual ação declaratória de inexistência de dívida, ingressou com ação cautelar. A princípio, sem prejuízo do julgamento que será proferido ao final, o procedimento cautelar eleito pelo ora Agravante está adequado e não se visualiza a ausência dos requisitos da petição inicial que justificasse a emenda ou impedisse o processamento do feito. Deve ser respeitada a iniciativa da parte e determinar-se o impulso processual com a eventual prestação da tutela jurisdicional pleiteada. Não se figura admissível, por emenda à petição inicial, a determinação de conversão de rito. Agravo parcialmente provido. (TJ-SP - AI: 00830048120138260000 SP 0083004- 81.2013.8.26.0000, Relator: Sandra Galhardo Esteves, Data de Julgamento: 25/07/2013, 12ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 25/07/2013)
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CIVIL. PROCESSO CIVIL. PRINCÍPIO DA INICIATIVA DAS
PARTES. PRINCÍPIO DA DEMANDA. DECISÃO ULTRA PETITA IMPOSSIBILIDADE. PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO AO ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA. 1. O pressuposto de qualquer atividade jurisdicional é a de que o CPC resguarda o princípio da iniciativa das partes e impõe que a atividade jurisdicional deve ser exercida com apreço ao princípio da demanda pelo qual a lide deve ser julgada nos limites em que é proposta. Logo, o disposto no art. 884 do Código Civil, não autoriza eventual decisão ultra petita, uma vez que nenhum Juiz pode prestar tutela jurisdicional senão quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e forma legais, não podendo abranger coisa diversa do que foi pedido (arts. 2º, 128, 459 e 460, do Código de Processo Civil). 2. Não se encontrou qualquer dos vícios a que alude o artigo 535 do Código de Processo Civil. Os pontos questionados foram devidamente esclarecidos e a prestação jurisdicional foi entregue de forma completa. 3. Embargos de declaração rejeitados. (TJ-DF - EMD1: 201001100249081 Apelação Cível, Relator: FLAVIO ROSTIROLA, Data de Julgamento: 25/11/2015, 3ª Turma Cível, Data de Publicação: Publicado no DJE : 04/12/2015 . Pág.: 184)
ESCLARECIMENTO DOS PONTOS CONTROVERTIDOS - AUSÊNCIA DE PROVA INDISPENSÁVEL - DECLARAÇÃO DE NULIDADE - CASSAÇÃO DA SENTENÇA - INICIATIVA DO TRIBUNAL - PERÍCIA DETERMINADA DE OFÍCIO - BUSCA DA VERDADE REAL - MITIGAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INICIATIVA DAS PARTES - POSSIBILIDADE - INTERESSE PÚBLICO - EFETIVIDADE DO PROCESSO E DA JUSTIÇA - 1) O tribunal de segundo grau de jurisdição, forte na busca da verdade real permitida pelo art. 130, do Código de Processo Civil, e mitigando o princípio da iniciativa das partes, em sede de apelação cível, pode, de ofício, declarar a nulidade do processo e cassar a sentença, determinando a baixa dos autos para realização de perícia, quando verificar que a prova pericial capaz de elucidar os fatos controvertidos foi dispensada pelo juízo da causa, máxime quando requerida essa providência por uma das partes em momento próprio - 2) A iniciativa probatória do tribunal na vigência do atual estatuto processual, em busca da verdade real, é deveras ampla, posto que posta em prática no interesse público de efetividade do processo e da Justiça - 3) Em ação de indenização fundada em erro médico, a realização de prova médico-pericial constitui providência indispensável ao esclarecimento dos pontos controvertidos, mormente porque, segundo interpretação a contrário senso dos arts. 420, § único e 427, ambos da lei processual, nessa espécie de causa, o princípio do livre convencimento do juiz não tem aplicabilidade absoluta. (TJ-AP - AC: 374608 AP, Relator: Desembargador MÁRIO GURTYEV, Data de Julgamento: 12/08/2008, Câmara Única, Data de Publicação: DOE 4320, página (s) 19 de 25/08/2008)
PRINCÍPIO DO IMPULSO OFICIAL
HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO ORDINÁRIO. CRIMES CONTRA A ORDEM
TRIBUTÁRIA E ECONÔMICA. OITIVA DE TESTEMUNHA INDICADA DE OFÍCIO PELO JUÍZO. CONSONÂNCIA COM OS PRINCÍPIOS DO IMPULSO OFICIAL E DA BUSCA DA VERDADE REAL. CONSTRANGIMENTO ILEGAL INEXISTENTE. HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO. 1. O habeas corpus não pode ser utilizado como substitutivo de recurso próprio, a fim de que não se desvirtue a finalidade dessa garantia constitucional, com a exceção de quando a ilegalidade apontada é flagrante, hipótese em que se concede a ordem de ofício. 2. Nos termos do art. 209 do CPP, o juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir outras testemunhas, além das indicadas pelas partes, em consonância com os princípios do Impulso Oficial e da Busca da Verdade Real. 3. No caso, o Juiz decidiu ouvir duas testemunhas, além das indicadas pelas partes, porque foram nomeadas na representação fiscal como preposto da empresa e sócio, tendo, então, grande importância para a busca da verdade real. Precedentes. 4. Habeas corpus não conhecido. (STJ - HC: 339836 PE 2015/0272377-7, Relator: Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, Data de Julgamento: 06/02/2018, T5 - QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe 14/02/2018)
EXTINÇÃO DA EXECUÇÃO. ABANDONO PROCESSUAL PELO CREDOR.
INCOMPATIBILIDADE COM O PRINCÍPIO DO IMPULSO OFICIAL. O artigo 878 da CLT, antes da alteração prevista pela Lei nº 13.467/2017, prescrevia que qualquer interessado poderia promover a execução, inclusive o próprio juiz, de ofício, do que se conclui que a inexistência de bens penhoráveis, a não localização do executado, ou mesmo a morosidade judicial não poderiam ensejar a pronúncia da prescrição intercorrente no processo de execução do trabalho. E, mesmo após a nova lei, o prazo de 2 anos fixado no art. 11-A da CLT não pode ser aplicado retroativamente, sobretudo em prejuízo do crédito trabalhista, na forma do art. 916 da CLT. Agravo de petição do exequente a que se dá provimento. (TRT-2 02124006320075020090 SP, Relator: PAULO EDUARDO VIEIRA DE OLIVEIRA, 3ª Turma - Cadeira 2, Data de Publicação: 19/02/2020)
EXTINÇÃO DO PROCESSO. FALTA DE INTERESSE PROCESSUAL. PRINCÍPIO DO IMPULSO
OFICIAL. INCOMPATIBILIDADE. O processo se desenvolve por impulso oficial. Em relação execução trabalhista, o art. 878 da CLT materializa o princípio do impulso oficial, dispondo que A execução poderá ser promovida por qualquer interessado, ou exofficio pelo próprio Juiz ou Presidente ou Tribunal competente, nos termos do artigo anterior. (TRT-5 - AP: 00632004420035050023 BA, Relator: VÂNIA J. T. CHAVES, 3ª. TURMA, Data de Publicação: DJ 20/06/2017.)
APELAÇÃO. EXTINÇÃO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO. ABANDONO DE CAUSA.
PRINCÍPIO DO IMPULSO OFICIAL. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. 1. Ainda que o processo seja regido pelo Princípio do Impulso Oficial do juiz, cumprindo ao juízo zela pela rápida duração do processo com determinação de medida necessárias para assegura a sua efetividade, o Código de Processo Civil é expresso ao dispor que incumbe ao autor da demanda adotar as providências necessárias para viabilizar a citação do réu ou executado; 2. O Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento de que o julgador não está obrigado a responder todas as questões suscitadas; 3. À parte recorrente foi oportunizado se manifestar em duas ocasiões, quedando-se inerte e configurando, portanto, abandono da causa; 4. Recurso conhecido e negado provimento. (TJ-AM 06265527420148040001 AM 0626552-74.2014.8.04.0001, Relator: Airton Luís Corrêa Gentil, Data de Julgamento: 30/07/2018, Terceira Câmara Cível)
PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO
PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. TENTATIVA DE ESTELIONATO.
SENTENÇA CONDENATÓRIA. NULIDADES. PROVA EMPRESTADA. INDEFERIMENTO DE PERÍCIA GRAFOTÉCNICA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL. NÃO OCORRÊNCIA. RESGUARDO AOS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA. 1. Pelo entendimento desta Corte, é admissível a utilização de prova emprestada, desde que tenha havido a correlata observância ao contraditório e à ampla defesa. In casu, consta do acórdão vergastado que a prova supostamente acoimada de ilegítima (a que alude a defesa) foi juntada aos autos principais antes mesmo da apresentação de defesa prévia. Note-se que a indigitada prova foi oportunizada à defesa desde a deflagração da persecução penal, razão pela qual não se vislumbra qualquer ilegalidade apta à concessão da ordem. 2. A caracterização de cerceamento do direito de defesa pelo indeferimento de alguma prova requerida pela parte possui como condicionante possível arbitrariedade praticada pelo órgão julgador, e não simplesmente a consideração ou entendimento da parte pela indispensabilidade de sua realização. 3. Ordem denegada. (STJ - HC: 419745 SP 2017/0260929-1, Relator: Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, Data de Julgamento: 19/03/2019, T6 - SEXTA TURMA, Data de Publicação: DJe 26/03/2019)
PROCESSUAL PENAL. AÇÃO PENAL. INSTRUÇÃO CRIMINAL. REALIZAÇÃO DO
INTERROGATÓRIO DO RÉU AO FINAL. PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA. JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. PROVIMENTO DO AGRAVO. 1. O art. 7º da Lei n. 8.038/1990 determina que "recebida a denúncia ou a queixa, o relator designará dia e hora para o interrogatório, mandando citar o acusado ou querelado e intimar o órgão do Ministério Público, bem como o querelante ou o assistente, se for o caso". A interpretação literal do comando normativo é no sentido de que o interrogatório do réu, nos processos de competência originária do Supremo Tribunal Federal, deve ser o ato inaugural da instrução processual penal. 2. No entanto, o dispositivo não se coaduna com os princípios do contraditório e da ampla defesa, que impõem a realização do ato apenas ao término da instrução. 3. Nesse sentido é o entendimento do Pleno e dessa 1 ª Turma (AP 528 AgR, Rei. Min. RICARDO LEW ANDOWSKI, Tribunal Pleno, DJe de 8/6/2011). (AP 988 AgR, Relator (a): Min. MARCO AURELIO, Relator (a) p/ Acórdão: Min. ALEXANDRE DE MORAES, Primeira Turma, julgado em 04/04/2017, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-101 DIVULG 15-05-2017 PUBLIC 16-05-2017). 4. Provimento do Agravo para reformar a decisão agravada, determinando que a instrução processual penal se inicie com a oitiva das testemunhas arroladas pela acusação, realizando-se o interrogatório ao final. (STF - AgR AP: 1027 DF - DISTRITO FEDERAL 0016395-51.2018.1.00.0000, Relator: Min. MARCO AURÉLIO, Data de Julgamento: 02/10/2018, Primeira Turma)
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO DE TÍTULO
EXTRAJUDICIAL. RECONHECIMENTO DA PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. INTIMAÇÃO DA PARTE. PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO. AGRAVO INTERNO PROVIDO. RECURSO ESPECIAL PARCIALMENTE PROVIDO. 1. Consoante o entendimento consolidado pela Segunda Seção desta Corte, "incide a prescrição intercorrente, nas causas regidas pelo CPC/73, quando o exequente permanece inerte por prazo superior ao de prescrição do direito material vindicado, conforme interpretação extraída do art. 202, parágrafo único, do Código Civil de 2002" (Incidente de Assunção de Competência no REsp 1.604.412/SC, Rel. Ministro Marco Aurélio Bellizze, julgado em 27/06/2018, DJe de 22/08/2018). 2. A prescrição intercorrente independe de intimação pessoal para dar andamento ao processo. 3. Mesmo sendo possível o reconhecimento de ofício da prescrição intercorrente, é necessário o prévio contraditório, não para que a parte promova, extemporaneamente, o andamento do processo, mas para assegurar a oportunidade de apresentar defesa quanto à eventual ocorrência de fatos impeditivos, interruptivos ou suspensivos da prescrição. 4. Agravo interno provido para conhecer do agravo a fim de dar parcial provimento ao recurso especial e determinar o retorno dos autos à origem, apenas para dar oportunidade à parte de se pronunciar quanto à eventual circunstância obstativa do transcurso do prazo prescricional. (STJ - AgInt no AREsp: 1356274 PR 2018/0225196-1, Relator: Ministro RAUL ARAÚJO, Data de Julgamento: 12/11/2019, T4 - QUARTA TURMA, Data de Publicação: DJe 09/12/2019)
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO MONITÓRIA - PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO
SUBSTANCIAL - NÃO OBSERVÂNCIA - CERCEAMENTO DE DEFESA. A não observância do princípio do contraditório substancial gera cerceamento de defesa. (TJ-MG - AC: 10528070026422001 MG, Relator: Maurílio Gabriel, Data de Julgamento: 21/03/2019, Data de Publicação: 29/03/2019)
APELAÇÃO CÍVEL EM AÇÃO CIVIL PÚBLICA – PRELIMINAR – NULIDADE POR AUSÊNCIA
DE FUNDAMENTAÇÃO – ARTIGO 93, CF – SUPRESSÃO INTEGRAL DO CAPÍTULO DESTINADO À FUNDAMENTAÇÃO – ARTIGOS 11 e 489, § 1.º, IV, DO CPC/15 – LEI 9.099/95 – VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO SUBSTANCIAL – DEVER DE MOTIVAÇÃO – NULIDADE ABSOLUTA – RECURSO PROVIDO. 1. A necessidade de fundamentação das decisões decorre da possibilidade do juiz, ante a discricionariedade peculiar de sua função, incorrer em arbitrariedades. A fundamentação acaba por ser o meio que permite à sociedade fiscalizar a atuação do magistrado, uma vez que tem a sua disposição os fundamentos lógicos que explicam a escolha tomada no ato de decidir, dando-se enchanças para possíveis impugnações. 2. Dessome-se dos dispositivos constitucionais e processuais que a fundamentação é requisito essencial da atuação dos órgãos que integram o Poder Judiciário, sob pena de nulidade absoluta, em que o magistrado deve sempre explicitar, no caso concreto, os motivos do seu convencimento. 3. Analisando os autos, constata-se que o capítulo relativo à fundamentação do decisum foi integralmente suprimido pelo juízo de piso, contando a sentença vergastada apenas com os capítulos do relatório e do dispositivo. Ademais, o magistrado sentenciante sequer se debruçou, ainda que genericamente, sobre os argumentos despendidos em contestação, deixando de enfrentar alegações que poderiam, em tese, modificar a sua conclusão, tampouco mencionou os elementos de sua convicção. 4. Trata-se, portanto, de flagrante violação ao pleno exercício do direito ao contraditório substancial das partes e ao dever de motivação do magistrado, ao passo em que a omissão em comento inviabiliza a rediscussão da demanda em instâncias superiores, tendo em vista que as partes sequer tem conhecimento das razões que fundamentaram a conclusão do sentenciante. 5. Apelação criminal conhecida e provida. (TJ-AM 06105786020158040001 AM 0610578- 60.2015.8.04.0001, Relator: João Mauro Bessa, Data de Julgamento: 03/07/2017, Conselho da Magistratura)
PRINCÍPIO DO INQUISITÓRIO
AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE.
MATÉRIA DE FATO. DILAÇÃO PROBATÓRIA. DESCABIMENTO. Nos casos em que a inconformidade com a execução está fundada em matéria de ordem pública ou em erro material reconhecível de plano - tal como suspeição, incompetência absoluta, prescrição, decadência e condições da ação, submetidas ao princípio do inquisitório -, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e desta Corte têm entendido pela admissibilidade de sua retificação a qualquer tempo, independentemente da apresentação de impugnação/embargos e sem implicar violação alguma à coisa julgada. Hipótese em que os argumentos deduzidos pela parte Agravante revolvem matéria de fato, tais como demonstração e avaliação dos motivos que a levaram ao descumprimento da ordem judicial que ensejou a cominação da multa e rediscussão dos critérios adotados pelo Juízo para o seu arbitramento. Questões essas que revolvem necessariamente dilação probatória, o que se mostra incompatível com a via estreita da exceção de pré-executividade. (TRF-4 - AG: 50659996420174040000 5065999-64.2017.4.04.0000, Relator: ROGERIO FAVRETO, Data de Julgamento: 20/08/2019, TERCEIRA TURMA)
TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃO. RECONHECIMENTO DE OFÍCIO.
SUSPENSÃO POR 180 DIAS. INAPLICABILIDADE DO § 3.º DO ARTIGO 2.º DA LEF. 1. A prescrição constitui matéria de ordem pública, submetida ao princípio do inquisitório e que pode ser conhecida de ofício. 2. Nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, considera-se constituído o crédito tributário no momento da declaração realizada pelo contribuinte. 3. Aplica-se o prazo quinquenal estipulado no artigo 174 do CTN, segundo o qual a ação para cobrança do crédito tributário prescreve em 5 (cinco) anos contados da data da sua constituição definitiva. 4. A prescrição, nas execuções fiscais ajuizadas antes da vigência da LC 118/05, é interrompida pela citação pessoal feita ao devedor, nos termos da redação anterior do artigo 174, parágrafo único, inciso I do CTN. Precedentes deste Tribunal. 5. As hipóteses contidas nos artigos 2.º, § 3.º e 8º, § 2.º, da Lei n.º 6.830/80 não são passíveis de suspender ou interromper o prazo prescricional, estando a sua aplicação sujeita aos limites impostos pelo artigo 174 do Código Tributário Nacional, norma hierarquicamente superior. 6. O prazo suspensivo de 180 dias previsto no art. 2.º, § 3.º, da Lei n.º 6.830/80, de acordo com a jurisprudência hegemônica desta Turma, bem como do STJ, só é aplicável à execução fiscal da dívida não-tributária, o que não é o caso. 7. Na espécie, a prescrição já estava consumada quando da propositura da demanda executiva. (TRF-4 - AC: 221438720124049999 RS 0022143-87.2012.404.9999, Relator: JOEL ILAN PACIORNIK, Data de Julgamento: 21/05/2014, PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: D.E. 28/05/2014)
I - AGRAVO DE INSTRUMENTO DA RECLAMANTE. RECURSO DE REVISTA. BANCÁRIA.
EMPREGADA DO BANCO BRADESCO. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS DECORRENTES DA DISPENSA POR JUSTA CAUSA DESCONSTITUÍDA EM JUÍZO . TRABALHADORA INDEVIDAMENTE ACUSADA DE PARTICIPAÇÃO EM QUADRILHA. OPERAÇÃO NÊMESIS. FRAUDE EM LICITAÇÕES NA ÁREA DE SEGURANÇA PÚBLICA NO ESTADO DA BAHIA. ABSOLVIÇÃO NA ESFERA PENAL. ACUSAÇÕES SEM PROVAS CABAIS. PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA. Agravo de instrumento a que se dá provimento para determinar o processamento do recurso de revista, ante uma possível violação do art. 5º, X, da Constituição Federal. II - RECURSO DE REVISTA DA RECLAMANTE. NULIDADE DO ACÓRDÃO DO REGIONAL POR NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. O dever legal de fundamentar as decisões judiciais, previsto no artigo 93, IX, da Constituição Federal, foi atendido pela Corte regional, contendo o acórdão recorrido, de forma explícita, os fundamentos pelos quais foi dado solução à controvérsia. Recurso de revista de que não se conhece. BANCÁRIA. EMPREGADA DO BANCO BRADESCO. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS DECORRENTES DA DISPENSA POR JUSTA CAUSA DESCONSTITUÍDA EM JUÍZO . TRABALHADORA INDEVIDAMENTE ACUSADA DE PARTICIPAÇÃO EM QUADRILHA. OPERAÇÃO NÊMESIS. FRAUDE EM LICITAÇÕES NA ÁREA DE SEGURANÇA PÚBLICA NO ESTADO DA BAHIA. ABSOLVIÇÃO NA ESFERA PENAL. ACUSAÇÕES SEM PROVAS CABAIS. PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA. 1 - De acordo com a jurisprudência pacífica, o que se exige é a prova dos fatos que ensejam o pedido de indenização por danos morais (art. 818 da CLT e 333, I, do CPC), e não a prova dos danos imateriais, esta, de resto, impossível. Portanto, o dano moral verifica-se in reipsa (a coisa fala por si). 2 - No caso dos autos, o banco reclamado dispensou a reclamante por justa causa, sob a alegação de que teria incorrido em mau procedimento, ato de concorrência, desídia, indisciplina e insubordinação. 3 - No entanto, as premissas fáticas registradas no acórdão recorrido foram as seguintes: a perícia feita nos autos do próprio inquérito policial demonstrou que a assinatura da reclamante foi falsificada em cheques; a nomeação da empregada como procuradora da empresa MEDLINKS foi feita sem sua assinatura e à sua revelia; os contatos telefônicos da trabalhadora com pessoas envolvidas em crime, por si mesmos, não demonstram sua participação em quadrilha; na realidade, "a acionante foi, inocentemente, enredada nas ações realizadas pela quadrilha"; a empregada foi absolvida na esfera criminal; foi regular, e feito apenas uma vez, o empréstimo pessoal da demandante a terceiro; a dispensa por justa causa também ocorreu quando a reclamante estava em gozo de benefício previdenciário. 4 - Como se vê, as acusações que pesaram contra a reclamante, gravíssimas, capazes de destruir sua vida profissional e sua imagem perante a sociedade, e com repercussão inequívoca na sua esfera íntima, estavam fundadas em elementos de prova duvidosos desde o nascedouro . Nesse contexto, a zona cinzenta em que transcorriam os fatos, os quais foram divulgados amplamente na mídia, até poderiam levar o empregador a dispensar a trabalhadora sem justa causa, mas não por justa causa, ainda mais quando estava ela em gozo de benefício previdenciário, ressaltando-se que não configurava crime os aspectos de a demandante ter sido indiciada em inquérito policial ou até mesmo vir a se tornar ré em ação penal. 5 - A presunção da inocência, imperativo constitucional, ínsito à dignidade da pessoa humana, recomendava que o banco fosse cauteloso, especialmente porque não consta no acórdão recorrido que tenham sido produzidas provas contra a reclamante no âmbito administrativo do empregador e porque o próprio inquérito policial já demonstrava que as assinaturas da trabalhadora foram falsificadas e a persecução penal estava em zona gris. A prudência do empregador se impunha , sobretudo, porque no inquérito policial prevalece o princípio do inquisitório, quer dizer, predomina a investigação sem o prévio exercício do direito de defesa; assim, no inquérito policial, a cidadã ficou à mercê dos acontecimentos, no meio de um escândalo de grandes proporções, sem ter como defender suas honras subjetiva e objetiva. 6 - No caso concreto, os danos morais não decorrem da simples dispensa por justa causa desconstituída em juízo. Os danos morais resultam da conduta abusiva do empregador, que, ao dispensar por justa causa a reclamante, sinalizou para a empregada, para seus colegas de trabalho e para a sociedade em geral, uma "condenação administrativa" sem elementos cabais de sua conduta irregular, inadmissível até porque ninguém é obrigado a provar a sua inocência, a qual é constitucionalmente presumida. Nesse caso, pelo contrário, caberia a quem acusa (seja a autoridade na esfera pública, seja o empregador na esfera privada) provar a suposta conduta desonesta da cidadã. 8 - Para a calúnia contra a reclamante, em tese, há a ação penal, mas para o dano moral efetivo decorrente da relação de emprego, há a reclamação, que deve dar a resposta que o caso merece, para fazer prevalecer a dignidade da pessoa humana e coibir o comportamento danoso do empregador. 9 - Assim, a dispensa por justa causa, sem que houvesse prova inequívoca dos fatos, resulta no reconhecimento da violação direta da honra da reclamante, estando evidenciado o dano moral in reipsa (a coisa fala por si). 9 - Recurso de revista a que se dá provimento. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS DECORRENTES DO ACIDENTE DE TRABALHO. PENSÃO VITALÍCIA. Conforme consignado no acórdão do Regional, foram analisados os elementos constantes dos autos e verificado que não há como imputar ao reclamado o pagamento das indenizações pretendidas pela reclamante, por não estar comprovada a existência de nexo de causalidade entre as patologias apresentadas pela empregada e o labor desempenhado na empresa. Ficou registrado, ainda, no acórdão do Regional que não ficou provada, no presente feito, a existência de qualquer prejuízo de cunho material em desfavor da reclamante, mormente para concessão de pensão mensal vitalícia. Por conseguinte, não se constata violação dos dispositivos invocados. E para se concluir de modo contrário, seria necessário analisar o conjunto probatório delineado nos autos, o que é vedado, conforme Súmula nº 126 desta Corte, cuja aplicação afasta a fundamentação jurídica invocada pela recorrente. Recurso de revista de que não se conhece. (TST - RR: 502005520095050026, Relator: Kátia Magalhães Arruda, Data de Julgamento: 04/03/2015, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT 06/03/2015)
PRINCÍPIO DO DISPOSITIVO
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. PROCESSO DE EXECUÇÃO. PRINCÍPIO DO DISPOSITIVO.
APLICAÇÃO. Pelo princípio do dispositivo embora os processos comecem por iniciativa das partes e se desenvolvam por impulso oficial, não podem prescindir na iniciativa da parte interessada, sob pena de violação da imparcialidade e da inércia da jurisdição. Recurso conhecido e desprovido. (TJ-AM - APL: 00052538820178040000 AM 0005253- 88.2017.8.04.0000, Relator: Flávio Humberto Pascarelli Lopes, Data de Julgamento: 08/10/2018, Terceira Câmara Cível, Data de Publicação: 08/10/2018)
AGRAVO DE INSTRUMENTO. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA CONTRA A FAZENDA
PÚBLICA. IMPUGNAÇÃO. PRINCÍPIO DO DISPOSITIVO. Ainda que o cálculo elaborado pela Contadoria Judicial se afigure o mais correto sob o aspecto técnico, o reconhecimento de excesso de execução fica limitado ao montante apontado pelo devedor em sua impugnação ao cumprimento de sentença, sob pena de afronta ao disposto nos artigos 141 e 492 do Código de Processo Civil de 2015. (TRF-4 - AG: 50188642220184040000 5018864-22.2018.4.04.0000, Relator: ROGER RAUPP RIOS, Data de Julgamento: 10/10/2018, PRIMEIRA TURMA) PROCESSUAL CIVIL. SENTENÇA EM DESACORDO COM O PRINCÍPIO DO DISPOSITIVO. ANULAÇÃO DE OFÍCIO. Os decisórios proferidos em desacordo com o princípio do dispositivo - vale dizer, citra, extra ou ultra petita - traduzem error in procedendo, constituindo questão de ordem pública, sanável em qualquer instância processual, passível, portanto, de anulação exofficio da sentença. (TRF-4 - AC: 24460720174049999 RS 0002446-07.2017.404.9999, Relator: JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA, Data de Julgamento: 07/06/2017, SEXTA TURMA)
PRINCÍPIO DA LEALDADE PROCESSUAL
HABEAS CORPUS. PROCESSO PENAL. PLEITO DEFENSIVO DE ANULAÇÃO DO PROCESSO
DESDE A NOMEAÇÃO DE DEFENSOR DATIVO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO PREJUÍZO. PRINCÍPIO DA LEALDADE PROCESSUAL. ORDEM DENEGADA. 1. A recusa justificada de atendimento pela Defensoria Pública, suprida por defensor dativo, não obstou o direito à defesa técnica do Impetrante, portanto, ausente o prejuízo. 2. O art. 563 do Código de Processo Penal dispõe que "nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou para a defesa", consagra o princípio do prejuízo, também conhecido pela expressão pas de nullitésansgrief. 3. Nenhuma das partes poderá arguir nulidade a que haja dado causa. Isso porque ninguém pode se beneficiar da própria torpeza, diante do princípio da lealdade processual. 4. Ordem de habeas corpus denegada. (STJ - HC: 468831 SC 2018/0236103-1, Relator: Ministra LAURITA VAZ, Data de Julgamento: 05/02/2019, T6 - SEXTA TURMA, Data de Publicação: DJe 22/02/2019)
AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. PRETENSÃO DE IMPOSIÇÃO DE
MULTA PELA SIMPLES INTERPOSIÇÃO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO CONTRA DECISÃO OBSTATIVA DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AUSÊNCIA DE DESRESPEITO AO PRINCÍPIO DA LEALDADE PROCESSUAL. 1. A interposição de agravo de instrumento contra decisão obstativa de recurso extraordinário, por si só, não revela desrespeito ao princípio da lealdade processual. 2. Agravo regimental desprovido. (STF - AI: 684774 RJ, Relator: Min. AYRES BRITTO, Data de Julgamento: 19/04/2011, Segunda Turma, Data de Publicação: DJe-159 DIVULG 18-08-2011 PUBLIC 19-08-2011 EMENT VOL-02569-03 PP-00495)
AGRAVO DE PETIÇÃO. NOTIFICAÇÃO INICIAL INVÁLIDA. CONFIGURAÇÃO. PEDIDO
AUTORAL DE CITAÇÃO EDITALÍCIA. CIÊNCIA DO CORRETO ENDEREÇO DA PARTE RÉ NO CURSO DA DEMANDA. OFENSA AO PRINCÍPIO DA LEALDADE PROCESSUAL. MANUTENÇÃO. No caso em análise, restou configurada a ofensa ao princípio da lealdade processual que deve ser observado pelas partes, restando comprovado nos autos que o autor sonegou informação de suma importância à composição da relação processual, qual seja, o correto endereço da reclamada a possibilitar sua citação pessoal, inviabilizando à parte ré o exercício do contraditório e da ampla defesa (art. 5º, LV, da CF), com o intuito de obter em seu favor os reflexos advindos da pena de revelia aplicada à empresa. Portanto, correta a sentença que declarou nula a notificação inicial e todos os atos que se sucederam a ela. Agravo Improvido. (Processo: AP - 0000521-12.2017.5.06.0145, Redator: Eduardo Pugliesi, Data de julgamento: 25/10/2018, Primeira Turma, Data da assinatura: 25/10/2018) (TRT-6 - AP: 00005211220175060145, Data de Julgamento: 25/10/2018, Primeira Turma)
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE COBRANÇA DE DIFERENÇA DE INDENIZAÇÃO DO
SEGURO OBRIGATÓRIO DPVAT - NÃO COMPARECIMENTO DA PARTE NA PERÍCIA MÉDICA - PEDIDO JULGADO IMPROCEDENTE - ARGUIÇÃO DE NULIDADE DE INTIMAÇÃO - VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA LEALDADE PROCESSUAL - SENTENÇA CONFIRMADA. - Incumbe à parte promover todos os atos e diligências necessárias para que o feito chegue ao termo que motivou o acionamento da máquina judiciária, sabidamente dispendiosa - Se o juiz determina a realização de prova técnica e a parte pessoalmente intimada não comparece, tal omissão voluntária e intencional compromete o andamento do feito, devendo a parte ser responsabilizada pelas consequências geradas por sua conduta - A lealdade processual é obrigação precípua das partes litigantes em um processo judicial, pois a ninguém é dado beneficiar-se da própria torpeza. (TJ-MG - AC: 10000170830525002 MG, Relator: Sérgio André da Fonseca Xavier, Data de Julgamento: 18/02/2020, Data de Publicação: 19/02/2020) PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO INTERNO EM RECURSO
EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. REPRESENTAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI MUNICIPAL. SUBSÍDIO DO PREFEITO. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE. 1. O Supremo Tribunal Federal firmou entendimento no sentido de ser garantido o direito de acesso à informação de interesse coletivo, salvo àquelas que forem protegidas por sigilo imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. 2. Inaplicável o art. 85, § 11, do CPC/2015, uma vez que não é cabível condenação em honorários advocatícios. 3. Agravo interno a que se nega provimento.(STF - AgR ARE: 939551 RJ - RIO DE JANEIRO, Relator: Min. ROBERTO BARROSO, Data de Julgamento: 27/10/2017, Primeira Turma, Data de Publicação: DJe-258 14-11-2017)
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. INTEMPESTIVIDADE DO
APELO NOBRE. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE. OFENSA. INOCORRÊNCIA. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO. 1. Consoante as informações da certidão de intimação do acórdão recorrido, publicada pelo Tribunal estadual, ficou claro que a decisão colegiada foi publicada em 1/12/2014 (segunda-feira), sendo o recurso especial interposto somente em 17/12/2014 (terça-feira), um dia após o termino do prazo recursal, portanto, intempestivo. 2. Agravo regimental improvido.(STJ - AgRg no AREsp: 686514 SP 2015/0079623-0, Relator: Ministro NEFI CORDEIRO, Data de Julgamento: 06/06/2017, T6 - SEXTA TURMA, Data de Publicação: DJe 13/06/2017)
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.
RECURSO INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DO CPC/1973. SENTENÇA PROFERIDA EM AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO. AUSÊNCIA DA PARTE NA AUDIÊNCIA. NECESSIDADE DE NOVA INTIMAÇÃO. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE DOS ATOS PROCESSUAIS. 1. O prazo para interposição de recurso de decisão ou sentença publicada na audiência conta-se a partir desse ato processual, de acordo com o disposto no art. 242, § 1º, do CPC/1973. 2. Não obstante, como a presença da parte na audiência de conciliação não é obrigatória, proferida sentença, deve o litigante ausente ser dela intimado, por força do princípio da publicidade dos atos processuais. Precedentes. 3. Agravo regimental a que se nega provimento.(STJ - AgRg no AREsp: 547272 SP 2014/0160113-8, Relator: Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, Data de Julgamento: 14/02/2017, T4 - QUARTA TURMA, Data de Publicação: DJe 21/02/2017)
AGRAVO REGIMENTAL. ENVIO DE CÓPIA DE TERMOS DE DEPOIMENTO PRESTADOS EM
ACORDO DE COLABORAÇÃO PREMIADA PARA A AUTORIDADE JUDICIÁRIA COMPETENTE. LEVANTAMENTO INTEGRAL DO SIGILO DOS AUTOS. POSSIBILIDADE. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE DOS ATOS PROCESSUAIS. RECURSO DESPROVIDO. 1. A publicidade dos atos processuais, garantida no artigo 5º, LX, da Constituição Federal, constitui verdadeiro instrumento democrático de controle da função jurisdicional, razão pela qual a sua mitigação, embora autorizada de forma expressa pelo Poder Constituinte Originário, deve receber o tratamento peculiar às restrições a qualquer direito fundamental, como a efetiva demonstração da sua necessidade e a maior brevidade possível da intervenção. 2. O aspecto temporal da norma contida no artigo 7º, § 3º, da Lei n. 12.850/13 tem que ser interpretado essencialmente com relação ao direito à ampla defesa, não tendo o condão de limitar a publicidade dos termos de declaração do colaborador, ainda mais de forma irrestrita e até o recebimento da denúncia, caso a medida não encontre suporte no binômio necessidade e adequação da restrição da garantia fundamental. 3. Ainda que o artigo 5º, inciso II, da Lei n. 12.850/13 estabeleça como direito do colaborador ter seu nome, qualificação, imagem e demais informações pessoais preservados, é imperioso que razões de ordem prática justifiquem o afastamento da publicidade dos atos processuais, caso esta seja a medida necessária à salvaguarda de tais bens jurídicos. 4. No caso, o agravante, que concordou com os termos do acordo de colaboração premiada e não impugnou a coleta dos depoimentos somente em áudio e vídeo, não logra êxito no seu dever de apontar qualquer prejuízo concreto com o levantamento do sigilo nos moldes em que determinado, cingindo-se a argumentar, de forma abstrata, que a medida teria impacto direto na sua segurança e de sua família, sem a necessária individualização de qualquer dano ou perigo de sua ocorrência, circunstância que inviabiliza o acolhimento do pleito recursal. 5. Agravo regimental desprovido.(STF - AgR Pet: 6631 DF - DISTRITO FEDERAL 0002466-82.2017.1.00.0000, Relator: Min. EDSON FACHIN, Data de Julgamento: 13/06/2017, Segunda Turma) PRINCÍPIO DA PRECLUSÃO.
AGRAVO INTERNO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PRINCÍPIO DA PRECLUSÃO. A
ausência de impugnação do acórdão da Turma no momento processual adequado ocasiona a preclusão da oportunidade de recorrer, impossibilitando que a parte, após denegado o recurso extraordinário de outra integrante do polo passivo, interponha agravo interno em face da referida decisão. Neste contexto, o não conhecimento do presente agravo é medida que se impõe, e sendo constatado o caráter inadmissível do apelo, aplica-se a multa prevista no § 4º do artigo 1.021 do CPC. Agravo interno não conhecido, com aplicação de multa.(TST - Ag-AIRR: 2129002320095020038, Relator: Renato de Lacerda Paiva, Data de Julgamento: 01/04/2019, Órgão Especial, Data de Publicação: DEJT 09/04/2019)
AGRAVO DE INSTRUMENTO. PREVIDÊNCIA PRIVADA. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA.
ADITAMENTO DO PEDIDO. IMPOSSIBILIDADE. OFENSA AOS PRINCÍPIOS DA PRECLUSÃO E DA ESTABILIZAÇÃO DA DEMANDA. Inviável neste momento processual o aditamento do pedido de cumprimento de sentença, eis que a parte devedora já foi intimada e ofertou impugnação, já processada. Ofensa aos princípios da preclusão e da estabilização da demanda. RECURSO DESPROVIDO. (Agravo de Instrumento Nº 70077115806, Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Isabel Dias Almeida, Julgado em 26/06/2018).(TJ-RS - AI: 70077115806 RS, Relator: Isabel Dias Almeida, Data de Julgamento: 26/06/2018, Quinta Câmara Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 06/07/2018)
NULIDADE PROCESSUAL EM EXECUÇÃO. PRINCÍPIO DA PRECLUSÃO. No que tange às
nulidades processuais, o "caput" do artigo 795 da CLT, da mesma forma que o art. 278 do CPC/2015, proclamam o princípio da preclusão, cumprindo à parte arguir as nulidades relativas na primeira vez em que tiver de falar nos autos e, no seu silêncio, ocorre a preclusão.(TRT-12 - AP: 00700200400812867 SC 00700-2004-008-12-86-7, Relator: ROBERTO BASILONE LEITE, SECRETARIA DA 2A TURMA, Data de Publicação: 31/08/2016) PRINCÍPIO DA EVENTUALIDADE
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO CARACTERIZADA – EXIGIBILIDADE DAS
FATURAS DE ENERGIA ELÉTRICA – PRINCÍPIO DA EVENTUALIDADE – DESOBEDIÊNCIA. - Ao analisar os embargos à execução, observa-se que o Embargante não suscitou naqueles qualquer inconformismo acerca da exegibilidade das faturas de energia elétrica, motivo pelo qual deve-se aplicar o princípio da eventualidade que imputa ao Contestante alegar toda a matéria que entende controvertida em sede de Contestação, sob pena de preclusão; - Certo é que a ausência de arguição em contestação torna precluso o direito da faculdade de perquirir a matéria pretendida mais a frente, por força do que prescreve o artigo 336 do Código de Processo Civil. - ACLARATÓRIOS ACOLHIDOS.(TJ-AM - ED: 00002481720198040000 AM 0000248- 17.2019.8.04.0000, Relator: Aristóteles Lima Thury, Data de Julgamento: 18/03/2019, Terceira Câmara Cível, Data de Publicação: 19/03/2019)
AGRAVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. DESERÇÃO
AFASTADA. AUSÊNCIA DE RENOVAÇÃO DAS RAZÕES ESGRIMIDAS NO RECURSO DE REVISTA. PRINCÍPIO DA EVENTUALIDADE. INOBSERVÂNCIA. Impõe-se confirmar a decisão agravada, uma vez que as razões expendidas pela agravante não se mostram suficientes a demonstrar o apontado equívoco em relação à negativa de seguimento do agravo de instrumento. Agravo conhecido e não provido.(TST - Ag-AIRR: 13772920155090026, Relator: Hugo Carlos Scheuermann, Data de Julgamento: 15/08/2018, 1ª Turma, Data de Publicação: DEJT 17/08/2018)
PROCESSO TRABALHISTA. PRINCÍPIOS DA EVENTUALIDADE E DA CONCENTRAÇÃO.
INCIDÊNCIA. Com é cediço, incidem no processo trabalhista os princípios da eventualidade e da concentração da defesa, haja vista que as partes litigantes devem produzir todas as suas razões de uma só vez, simultânea e cumulativamente, sob pena de preclusão.(TRT-5 - RecOrd: 00002059820135050037 BA, Relator: PIRES RIBEIRO, 5ª. TURMA, Data de Publicação: DJ 20/03/2018.) DIREITO DO TRABALHO. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO. HORAS EXTRAS. PRINCÍPIO DA EVENTUALIDADE. ONUS DA PROVA. Em relação à postulação de horas extras, cabe ao demandante, por se tratar de fato constitutivo do seu direito (arts. 818, I, da CLT, e 373, I, do CPC) e tendo em vista, inclusive, o princípio processual da eventualidade, demonstrar, de forma numérica, ainda que por amostragem, eventual falta de pagamento por parte da Acionada ou pagamento a menor de horas extras e respectivo adicional, o que não ocorreu no feito sub judice, sucumbindo perante o ônus da prova. Apelo provido em parte. Sentença reformada. (Processo: RO - 0001534- 10.2014.5.06.0191, Redator: Ibrahim Alves da Silva Filho, Data de julgamento: 14/03/2019, Primeira Turma, Data da assinatura: 19/03/2019)(TRT-6 - RO: 00015341020145060191, Data de Julgamento: 14/03/2019, Primeira Turma)
PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO
AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AÇÃO RESCISÓRIA. ALTERAÇÃO DE
JURISPRUDÊNCIA. DESCABIMENTO. SÚMULA 343/STF. TEMA 136/STF. VIOLAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. 1. No julgamento do RE 590.809, sob a sistemática da repercussão geral, o STF reiterou entendimento de que a alteração de jurisprudência não autoriza o manejo de ação rescisória (Tema 136/STF). 2. "Não há repercussão geral quando a controvérsia refere- se à alegação de ofensa ao princípio da inafastabilidade de jurisdição, nas hipóteses em que se verificaram óbices intransponíveis à entrega da prestação jurisdicional de mérito" (RE-RG 956.302, Rel. Min. EDSON FACHIN, julgado em 19/5/2016, publicado em 16/6/2016 (Tema 895/STF). Agravo interno improvido.(STJ - AgInt no RE nos EDcl na AR: 4564 DF 2010/0165497-9, Relator: Ministro HUMBERTO MARTINS, Data de Julgamento: 29/06/2018, CE - CORTE ESPECIAL, Data de Publicação: DJe 03/08/2018)
TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. EXIGÊNCIA DE
DEPÓSITO PRÉVIO. EXIGIBILIDADE DE CRÉDITO TRIBUTÁRIO. PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO. SÚMULA VINCULANTE 28/STF. MATÉRIA DE NATUREZA EMINENTEMENTE CONSTITUCIONAL. USURPAÇÃO DA COMPETÊNCIA DA SUPREMA CORTE. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL DO MUNICÍPIO DE NOVA IGUAÇU/RJ A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. O Tribunal de origem consignou que, em relação à exigência de depósito como requisito de admissibilidade de ação em que se busca discutir exigibilidade de crédito tributário não se coaduna com o nosso ordenamento jurídico, pois ofende diretamente o princípio da inafastabilidade da jurisdição, consubstanciado no art. 5o., XXXV da CRFB. Além disso, inexiste qualquer celeuma a respeito, tendo em vista o raciocínio contido no verbete da súmula vinculante 28 do STF. 2. A tese recursal tem prisma constitucional, o que impede o deslinde da controvérsia no âmbito do Recurso Especial, sob pena de usurpação da competência, por esta Corte Superior, do Supremo Tribunal Federal, consoante pacífica jurisprudência do STJ. Precedentes: AgRg no REsp. 1.381.657/MG, Rel. Min. CASTRO MEIRA, DJe 18.6.2013; AgRg no AREsp. 825.427/PR, Rel. Min. SÉRGIO KUKINA, DJe 19.4.2016. 3. Agravo Interno do MUNICÍPIO DE NOVA IGUAÇU/RJ a que se nega provimento.(STJ - AgInt no AREsp: 689136 RJ 2015/0090799-2, Relator: Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, Data de Julgamento: 29/04/2019, T1 - PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 08/05/2019)
AGRAVO INTERNO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DA
AMPLA DEFESA E DO CONTRADITÓRIO. INEXISTÊNCIA. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO. ÓBICES PROCESSUAIS INTRANSPONÍVEIS. QUESTÃO INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. Trata-se de agravo interno interposto em face de decisão da Vice-Presidência do TST pela qual fora denegado seguimento ao recurso extraordinário com base em precedente de repercussão geral. A Suprema Corte rejeitou a repercussão geral da suposta violação aos princípios do contraditório, da ampla defesa, dos limites da coisa julgada e do devido processo legal quando o julgamento da causa depende de prévia análise da adequada aplicação das normas infraconstitucionais (Tema 660). Por outro lado, a Suprema Corte rejeitou a repercussão geral da ofensa ao princípio dainafastabilidade de jurisdiçãona hipótese em que há óbice processual intransponível ao julgamento de mérito (RE 956302/GO, Relator Ministro Edson Fachin, DJe-124 divulgado 15-06-2016, publicado 16-06-2016) (Tema895). Nesse contexto, ficam mantidos os fundamentos adotados pela decisão agravada. Agravo interno não provido.(TST - Ag-AIRR: 207142320155040000, Relator: Renato de Lacerda Paiva, Data de Julgamento: 10/02/2020, Órgão Especial, Data de Publicação: DEJT 19/02/2020)
APELAÇÃO CÍVEL. ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. DEMOLITÓRIA. INTERESSE DE
AGIR MANIFESTO. PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO. Conquanto permitido ao Município, nos termos da legislação local de regência, executar a demolição de obra irregular, reconhece-se o seu interesse de agir ao buscar a tutela jurisdicional para a execução da medida, ex vi do princípio da inafastabilidade da jurisdição (artigo 5º, XXXV, da Constituição Federal).(TJ-SC - AC: 03008365720178240163 Capivari de Baixo 0300836-57.2017.8.24.0163, Relator: Sônia Maria Schmitz, Data de Julgamento: 12/03/2020, Quarta Câmara de Direito Público)
EMENTA: APELAÇÃO. EXECUÇÃO EXTRAJUDICIAL. INTERESSE DE AGIR. EXISTENCIA.
ESGOTAMENTO DA VIA EXTRAJUDICIAL. DESNECESSIDADE. PRINCIPIO DA INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO. SENTENÇA CASSADA. Possui interesse de agir a parte que interpõe ação de execução de titulo extrajudicial, independentemente de se comprovar o esgotamento da via extrajudicial.(TJ-MG - AC: 10878180010257001 MG, Relator: Amauri Pinto Ferreira, Data de Julgamento: 17/10/2019, Data de Publicação: 30/10/2019)
PRINCÍPIO DA DURAÇÃO RAZÓAVEL DO PROCESSO
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. AUSÊNCIA DE PROTESTO. PRECLUSÃO. ATIVAÇÃO DO
PRINCÍPIO DA DURAÇÃO RAZÓAVEL DO PROCESSO. A invalidade da decisão interlocutória somente se materializa quando a parte lança, tempestivamente, o seu protesto em audiência, sob pena de preclusão na forma do "caput" do art. 795, da CLT, o que não se verificou nestes autos, conforme termo de audiência acostado. Preclusa, pois, a oportunidade de insurgência quanto a alteração do valor da causa, fixada de ofício, pelo julgador. Ativação do princípio da duração razoável do processo.(TRT-3 - RO: 00101966220195030096 0010196-62.2019.5.03.0096, Relator: Taisa Maria M. de Lima, Decima Turma) AGRAVO DE PETIÇÃO. EMBARGOS À EXECUÇÃO. INCORREÇÃO DA PENHORA. CABIMENTO. PRINCÍPIO DA DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO. I - O Magistrado detém a incumbência de velar pela duração razoável do processo, sendo o responsável por coibir a prática de atos ilegais, cuja consequência enseja a procrastinação indevida do feito. II - Sendo assim, uma vez questionada a legalidade do ato de constrição, cabe ao Estado-Juiz decidir acerca da pertinência subjetiva da penhora, a fim de evitar que a atividade jurisdicional viole direito legítimo de terceiro alheio à execução, causando desnecessário tumulto processual. II - Agravo desprovido. (Processo: AP - 0062000- 48.1999.5.06.0141 (00620-1999-141-06-00-3), Redator: Solange Moura de Andrade, Data de julgamento: 14/05/2019, Segunda Turma, Data de publicação: 22/05/2019) (TRT-6 - AP: 00620004819995060141, Data de Julgamento: 14/05/2019, Segunda Turma, Data de Publicação: 22/05/2019)
AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRANSPORTE. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. PESQUISA
DE BENS. SISTEMA INFOJUD. PRINCÌPIO DA DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO. CASO CONCRETO. Nos termos da jurisprudência da Corte Superior e deste Órgão fracionário, é possível o deferimento do pedido de consulta de bens em nome da parte devedora via sistema Infojud, a fim de dar efetividade ao cumprimento de sentença. No caso em testilha, os exequentes buscam a satisfação do seu crédito desde o ano de 2011, motivo pelo qual, em atenção ao Princípio da Duração Razoável do Processo e aos demais princípios que orientam a execução, revela-se razoável o pedido de juntada das declarações de imposto de renda dos executados desde o ano de sua citação válida na fase de conhecimento.Agravo de instrumento provido.(Agravo de Instrumento, Nº 70081683039, Décima Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Umberto GuaspariSudbrack, Julgado em: 18-07-2019)
AGRAVO INTERNO. PRINCÍPIO DA DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO.
LITISCONSÓRCIO FACULTATIVO. LIMITAÇÃO. O juiz, em caso de litisconsórcio facultativo, segundo o parágrafo único do artigo 46, do Código de Processo Civil, está autorizado a limitar o número de litisconsortes, em benefício do bom andamento do processo e do exercício do direito de defesa.(TRF-4 - AG: 50409958820184040000 5040995-88.2018.4.04.0000, Relator: LUÍS ALBERTO D'AZEVEDO AURVALLE, Data de Julgamento: 22/05/2019, QUARTA TURMA)
PRINCÍPIO DA BOA-FÉ OBJETIVA (PROCESSUAL)
APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PRIVADO NÃO ESPECIFICADO. CANCELAMENTO DE
REGISTRO. ABUSO NO DIREITO DE DEMANDAR. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA BOA-FÉ OBJETIVA PROCESSUAL. MANTIDA A EXTINÇÃO POR AUSÊNCIA DE INTERESSE DE AGIR. PRINCÍPIO DA CAUSALIDADE. Não preenche as condições de ação a demanda que é ajuizada de forma despropositada e com o fracionamento de seus pedidos em processos distintos ajuizados ao mesmo tempo, mostrando-se abusiva. Manutenção da sentença de extinção, por falta de interesse de agir. APELO DESPROVIDO. UNÂNIME. (Apelação Cível Nº 70078094810, Décima Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Gelson Rolim Stocker, Julgado em 13/09/2018).
AGRAVO DE INSTRUMENTO – LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ – INCLUSÃO INDEVIDA NO POLO
PASSIVO DE PARTE EXECUTADA, CUJA ILEGITIMIDADE FOI RECONHECIDA POR SENTENÇA – BLOQUEIO DE BEM MÓVEL – EXEQUENTE INTIMADO POR DUAS VEZES PARA SE MANIFESTAR E QUE SE QUEDOU INERTE AGINDO COM DESÍDIA, IMPRUDÊNCIA E DE MANEIRA DESLEAL EM DETRIMENTO DO PRINCÍPIO DA BOA-FÉ OBJETIVA PROCESSUAL – CORRETA, PORTANTO, SUA CONDENAÇÃO POR LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ – DECISÃO MANTIDA. - Recurso desprovido.(TJ-SP - AI: 20530440720178260000 SP 2053044-07.2017.8.26.0000, Relator: Edgard Rosa, Data de Julgamento: 08/06/2017, 25ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 09/06/2017)
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO ANULATÓRIA DE ATO JURÍDICO. PERDA DO INTERESSE DE
AGIR. EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO. CONDENAÇÃO DA REQUERENTE AO PAGAMENTO DOS ÔNUS SUCUMBENCIAIS. RECURSO DA ACIONANTE. PRETENSÃO DE INVERSÃO DOS ÔNUS SUCUMBENCIAIS BASEADO NO PRINCÍPIO DA CAUSALIDADE. INSUBSISTÊNCIA. PERDA DO INTERESSE DE AGIR ENTRE O AJUIZAMENTO DA AÇÃO E A EMISSÃO DO MANDADO DE CITAÇÃO DOS RÉUS, EM RAZÃO DO PAGAMENTO DO QUINHÃO HEREDITÁRIO BUSCADO. INTERPRETAÇÃO SISTEMÁTICA DO PRINCÍPIO DA CAUSALIDADE E DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL. PRINCÍPIOS DA BOA-FÉ OBJETIVA PROCESSUAL E DA COOPERAÇÃO (ARTS. 5º E 6º, DO CPC). DEVERES DE INFORMAÇÃO E PREVENÇÃO VIOLADOS PELA REQUERENTE. CONDUTA OMISSIVA QUE ACARRETOU DESNECESSÁRIA MOVIMENTAÇÃO DE TODA A MÁQUINA JUDICIÁRIA. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. FIXAÇÃO DE HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS RECURSAIS. No momento em que houve a perda do interesse de agir a estrutura do processo ainda era linear - integrado por apenas dois sujeitos, autor e juiz - e que, se a requerente tivesse observado o dever de informação, pouparia a triangularização da relação processual, com a citação dos requeridos, bem como a prática de todos os atos processuais ulteriores, que perduraram mais de 4 (quatro) anos sem necessidade/utilidade. O comportamento omissivo da requerente, deixando de informar ao magistrado singular acerca da resolução extrajudicial do conflito com o pagamento espontâneo da quantia devida pelos requeridos - e que, por isso, não mais se justificava o tempo, a energia e o dinheiro gastos pelo Poder Judiciário na resolução da demanda - desrespeitou nitidamente o modelo objetivo de conduta que se espera daqueles que participam do processo.(TJ-SC - AC: 03014734420148240282 Jaguaruna 0301473-44.2014.8.24.0282, Relator: Rubens Schulz, Data de Julgamento: 30/05/2019, Segunda Câmara de Direito Civil)
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO ORDINÁRIA. AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO. ACORDO
FRUSTRADO. MULTA POR LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. INAPLICABILIDADE. PRINCÍPIO DA BOA-FÉ OBJETIVA PROCESSUAL - É dever do juiz tentar conciliar as partes a todo tempo, daí que a manifestação de interesse na conciliação, ainda que ela não se concretize, não frustra legítimas expectativas, inaplicável, portanto, a sanção de multa. Inteligência do princípio da boa-fé objetiva processual.(TJ-MG 100240948274170011 MG 1.0024.09.482741-7/001(1), Relator: JOSÉ FLÁVIO DE ALMEIDA, Data de Julgamento: 24/03/2010, Data de Publicação: 19/04/2010)
PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO (PROCESSUAL)
AGRAVO DE PETIÇÃO. PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO PROCESSUAL. ART. 6º DO CPC SUPLETIVO. Não há que se falar em nulidade de decisão judicial que, sem violar o princípio constitucional do contraditório nem qualquer outra garantia normativamente positivada, pacifica a controvérsia em harmonia com o princípio da cooperação processual, previsto no art. 6º do Código de Processo Civil, segundo o qual "todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva". Agravo de petição a que se nega provimento. (Processo: AP - 0000102-33.2015.5.06.0251, Redator: Milton Gouveia, Data de julgamento: 06/02/2020, Terceira Turma, Data da assinatura: 06/02/2020) (TRT-6 - AP: 00001023320155060251, Data de Julgamento: 06/02/2020, Terceira Turma)
EXTINÇÃO DO PROCESSO. INTIMAÇÃO PRÉVIA. PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO.
OBSERVÂNCIA. APELAÇÃO DESPROVIDA. Ao contrário do que defende o banco apelante, o magistrado de primeiro grau, antes de determinar a extinção do processo, determinou - sim - a intimação da parte para que requeresse as medidas que entendesse cabíveis, razão por que não prospera a alegação de que houve desobediência ao princípio da cooperação, previsto no art. 6º do CPC.Veja-se, inclusive, que o magistrado atentou para o decorrente dever de esclarecimento ao intimar a parte ora apelante, com a expressa ressalva de que adotasse as medidas necessárias para o prosseguimento do feito, sob pena de extinção.O fato de o banco recorrente ser empresa de grande porte, tal circunstância não afasta o seu dever de observar os prazos e as determinações judiciais.Recurso de apelação não provido.(TJ- PE - APL: 5142965 PE, Relator: Alberto Nogueira Virgínio, Data de Julgamento: 28/11/2018, 2ª Câmara Cível, Data de Publicação: 07/01/2019)
PROCESSO CIVIL. INÉPCIA DA PETIÇÃO INICIAL. OMISSÃO DIANTE DA DETERMINAÇÃO
PARA EMENDA DA INICIAL. PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO. - Na vigência do CPC73, o critério eleito pelo juízo de primeiro grau para definição do valor da causa não pode ser rediscutido em sede de apelação, por força da preclusão, se não impugnado por meio de agravo de instrumento - O princípio da cooperação se dirige a todos que participam do processo, mas é ônus da parte autora indicar o valor da causa quando o juízo não dispuser de elementos para tanto - Negado provimento à apelação.(TRF-3 - ApCiv: 00000724820134036131 SP, Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL FAUSTO DE SANCTIS, Data de Julgamento: 13/02/2020, DÉCIMA PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: e-DJF3 Judicial 1 DATA:04/03/2020)
PRINCÍPIO DA PARIDADE DE TRATAMENTO
DANO MATERIAL. No processo do trabalho atua o princípio da verdade real, na qual o
Juiz, para formar sua convicção, pode atuar de ofício, não havendo que se falar em violação ao princípio do contraditório ou da ampla defesa, uma vez que por mais que o juiz determine novas provas para auxiliar em seu convencimento, a sua imparcialidade está presente, bem como está presente, em todo o decurso processual, o princípio da paridade de tratamento. Portanto, ocorrendo a lesão a um direito subjetivo, provado em juízo, nasce para o titular deste uma pretensão de restauração. Recurso obreiro conhecido e provido em parte. I -(TRT-10 - AP: 355200810110004 DF 00836-2012-009- 10-00-9 RO, Relator: Juiz Paulo Henrique Blair , Data de Julgamento: 06/02/2013, 3ª Turma, Data de Publicação: 22/02/2013 no DEJT)
DISSOCIADAS DOS FUNDAMENTOS CONTIDOS NA SENTENÇA - CONHECIMENTO PARCIAL DO RECURSO - TERMO INICIAL DOS JUROS DE MORA - RELAÇÃO CONTRATUAL - DATA DA CITAÇÃO - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS - CRITÉRIOS DISTINTOS - IMPOSSIBILIDADE. - É inadmissível a parte da Apelação cujas razões são dissociadas da fundamentação da Sentença, por não atender ao disposto no art. 1.010, II e III, do CPC/2015 - Em se tratando de responsabilidade contratual, sobre o valor do reembolso dos montantes descontados indevidamente, devem incidir juros de mora de 1% (um por cento) ao mês, a partir da citação, sendo inaplicável a Súmula nº 54, do c. STJ, que disciplina ilícitos extracontratuais - A adoção de valores proporcionalmente distintos no estabelecimento da remuneração dos Advogados dos litigantes contraria o Princípio da paridade no tratamento dado às partes, previsto nos arts. 7º e 139, I, do CPC/2015. (TJ-MG - AC: 10236170016646001 MG, Relator: Roberto Vasconcellos, Data de Julgamento: 06/02/2020, Data de Publicação: 18/02/2020) AGRAVO DE INSTRUMENTO. Ação de prestação de contas em fase de cumprimento de sentença. Penhora sobre locativos de imóveis de propriedade da executada. Alegada impenhorabilidade. Não comprovação. Comprovada destinação dos locativos para promover reformas nos imóveis locados. Somente possui natureza alimentar a verba estritamente necessária à subsistência do devedor e da família. Dever do devedor de mostrar o modo menos gravoso e mais efetivo, para satisfazer o crédito do exequente. Princípio da menor onerosidade contido no art. 805 do CPC que representa uma via de mão dupla, devendo ser interpretado à luz do princípio da paridade no tratamento das partes. Aplicabilidade do art. 7º, do CPC. Credor que não pode ser obrigado a aceitar penhora menos eficaz e sem liquidez, sem que se verifique cabalmente que a penhora original não é capaz de reduzir o devedor à situação de ruína, fome e desabrigo seu e de sua família. Executada que não comprovou a destinação alimentar do valor, ônus que lhe incumbia. Inexistência de malferição do princípio da dignidade da pessoa humana e do mínimo existencial. Penhora mantida. RECURSO DESPROVIDO.(TJ-SP - AI: 20797591820198260000 SP 2079759-18.2019.8.26.0000, Relator: Rodolfo Pellizari, Data de Julgamento: 22/04/2019, 6ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 22/04/2019)
Apelação. Ação reivindicatória. Ausência de demonstração de posse injusta do
demandado. Violação do princípio da igualdade entre as partes. Valorização da prova. Sentença de procedência. Confirmada. 1. No caso, diferentemente do alegado pelo autor, inexiste violação do princípio da paridade de tratamento entre as partes (CPC, art. 139). Garantido, no tramitar do processo, a igualdade de oportunidades e dos mesmos meios de participação (provas) às partes. 2. Constitui poder-dever do juiz, determinar prova de ofício, independente de requerimento da parte ou de quem quer que seja que participe do processo, quando os fatos não se encontrarem suficientemente esclarecidos ou ainda quando estes outros sujeitos já não têm mais a oportunidade processual para formular esse requerimento. 3. Inexistência de equivocada valoração do conjunto probatório acostado ao feito. 4. Não há se falar em posse injusta exercida pelos demandados, à medida em que não restou comprovado pela parte autora o uso indevido do imóvel. Contrariamente, o demandado desincumbiu-se de seu ônus probatório, sendo, inclusive, reintegrado na posse do bem. Ademais, comprovadamente exerce a posse com fulcro em causa apta a esse fim. Doutrina e jurisprudência a respeito. Sentença confirmada. Apelação desprovida.... (Apelação Cível Nº 70076107036, Vigésima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Glênio José WassersteinHekman, Julgado em 15/05/2019).(TJ-RS - AC: 70076107036 RS, Relator: Glênio José WassersteinHekman, Data de Julgamento: 15/05/2019, Vigésima Câmara Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 24/05/2019)
PRINCÍPIO DOS FINS SOCIAIS E ÀS EXIGÊNCIAS DO BEM COMUM
ADMINISTRATIVO - SERVIDOR PÚBLICO APOSENTADO - LICENÇA-PRÊMIO NÃO
USUFRUÍDA - CONVERSÃO EM PECÚNIA - POSSIBILIDADE - RECURSOS DESPROVIDOS, SEM DIVERGÊNCIA. A LICENÇA-PRÊMIO NÃO USUFRUÍDA "OPORTUNO TEMPORE" HÁ DE SER CONVERTIDA EM PECÚNIA POR OCASIÃO DA INATIVIDADE DO SERVIDOR. O DIREITO SE EXALTA E SE PROCLAMA QUANDO NÃO USUFRUÍDO COM O BENEPLÁCITO DA ADMINISTRAÇÃO. O JUIZ, NA FUNÇÃO DE APLICADOR DA LEI, NÃO HÁ DE SE APARTAR, EM PRINCÍPIO, DOS FINS SOCIAIS A QUE ELA SE DIRIGE E ÀS EXIGÊNCIAS DO BEM COMUM (ART. (...) (TJ-DF - AC: 20020110344835 DF, Relator: EDUARDO DE MORAES OLIVEIRA, Data de Julgamento: 24/11/2003, 1ª Turma Cível, Data de Publicação: DJU 17/08/2004 Pág. : 83)
ADMINISTRATIVO - SERVIDOR PÚBLICO APOSENTADO - LICENÇA-PRÊMIO NÃO
USUFRUÍDA - CONVERSÃO EM PECÚNIA - POSSIBILIDADE - RECURSOS DESPROVIDOS, SEM DIVERGÊNCIA. A LICENÇA-PRÊMIO NÃO USUFRUÍDA "OPORTUNO TEMPORE" HÁ DE SER CONVERTIDA EM PECÚNIA POR OCASIÃO DA INATIVIDADE DO SERVIDOR. O DIREITO SE EXALTA E SE PROCLAMA QUANDO NÃO USUFRUÍDO COM O BENEPLÁCITO DA ADMINISTRAÇÃO. O JUIZ, NA FUNÇÃO DE APLICADOR DA LEI, NÃO HÁ DE SE APARTAR, EM PRINCÍPIO, DOS FINS SOCIAIS A QUE ELA SE DIRIGE E ÀS EXIGÊNCIAS DO BEM COMUM (ART. 5º DA LEI DE INTRODUÇÃO AO CÓDIGO CIVIL), DEVENDO, NA REALIDADE DO CASO CONCRETO, FAZER UMA INTERPRETAÇÃO CONSTRUTIVA E VALORATIVA DO TEXTO LEGAL.(TJ-DF - AC: 344831920028070001 DF 0034483- 19.2002.807.0001, Relator: EDUARDO DE MORAES OLIVEIRA, Data de Julgamento: 24/11/2003, 1ª Turma Cível, Data de Publicação: 17/08/2004, DJU Pág. 83 Seção: 3)
PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DE DECISÃO SURPRESA
INDEFERIMENTO DA INICIAL – AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO DO AUTOR PARA EMENDAR A
INICIAL – VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DA PROIBIÇÃO DE DECISÃO SURPRESA E DA PRIMAZIA DA DECISÃO DE MÉRITO – SENTENÇA NULA – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. O indeferimento liminar e imediato da petição inicial – fora das exceções legais e sem dar ao autor a oportunidade de se manifestar sobre a suposta irregularidade e/ou defeito, nos termos do art. 321 do CPC – implica manifesta violação aos princípios da proibição de decisão surpresa (portanto, do contraditório) e da primazia da decisão de mérito. Recurso conhecido e provido para tornar insubsistente a sentença recorrida e determinar a remessa dos autos à origem para o normal e regular prosseguimento do feito.(TJ-MS - APL: 08000734220188120019 MS 0800073-42.2018.8.12.0019, Relator: Des. Alexandre Bastos, Data de Julgamento: 27/05/2019, 4ª Câmara Cível, Data de Publicação: 29/05/2019)
APELAÇÃO CÍVEL - NULIDADE DA SENTENÇA POR AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO E
OFENSA AO PRINCÍPIO DA "PROIBIÇÃO DA DECISÃO SURPRESA" - INOCORRÊNCIA - INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL - INSCRIÇÃO NEGATIVA - AUSÊNCIA DE PROVA DA RELAÇÃO JURÍDICA - DÉBITO DECORRENTE DE CESSAO DA LINHA TELEFÔNICA COM CONSEQUENTE PORTABILIDADE EM FAVOR DE TERCEIRO - DANO MORAL CONFIGURADO - INDENIZAÇÃO DEVIDA - 'QUANTUM' INDENIZATÓRIO - PEDIDO PROCEDENTE. - Não é necessário que o magistrado ao proferir sua decisão tente convencer as partes do seu entendimento, sustentando teses jurídicas, bastando que apresente, fundamentadamente, ainda que de forma sucinta e objetiva, os motivos que o levaram a decidir. - Com o advento do Novo Código de Processo Civil, especialmente da previsão contida nos artigos 9º e 10º, há imposição ao magistrado para ouvir as partes antes de decidir a respeito de questões sobre as quais não lhes foi dado o direito de manifestar, evitando-se, assim, decisões surpresa. Todavia, proferida decisão coerente com as questões postas pelas partes, revelando-se oportunizar a necessária preservação do contraditório e da ampla defesa, deve ser rechaçada a preliminar de ofensa ao princípio da "proibição da decisão surpresa". - Tendo o fato positivo da relação sido peremptoriamente negado pela parte autora, e não havendo qualquer prova em sentido contrário, sendo que não demonstrada à existência de relação jurídica entre os demandantes e débitos de responsabilidade da parte autora a ensejar a negativação do seu nome, indevida a inscrição nos órgãos restritivos ao crédito. - A inclusão indevida do nome nos cadastros negativadores acarreta a responsabilidade do suposto credor de indenizar pelo dano moral causado injustamente à vítima, porquanto, presumíveis os prejuízos sofridos em decorrência de tal ato. - O 'quantum' indenizatório por dano moral não deve ser causa de enriquecimento ilícito nem ser tão diminuto em seu valor que perc a o sentido de punição.(TJ-MG - AC: 10701150047267001 MG, Relator: Valdez Leite Machado, Data de Julgamento: 26/01/2017, Câmaras Cíveis / 14ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 03/02/2017)
CIVIL. PROCESSO CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL. AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO DA PARTE
AUTORA. DECISÃO SURPRESA. IMPOSSIBILIDADE. SENTENÇA ANULADA. 1. A ausência de intimação da parte autora acerca de fato utilizado como razão de decidir, gera nulidade da sentença, vez que constatada evidente violação ao princípio da proibição de decisão-surpresa. 2. Apelo provido. Sentença anulada. 3. Decisão unânime.(TJ-PE - APL: 5241603 PE, Relator: José Viana Ulisses Filho, Data de Julgamento: 19/06/2019, 1ª Câmara Regional de Caruaru - 1ª Turma, Data de Publicação: 01/07/2019)
EXECUÇÃO – Nota promissória – Ajuizamento tempestivo – Extinção do processo (arts.
269, IV e 219, § 4º, do CPC/1973)– Descabimento – Inaplicabilidade do art. 219, § 4º, do CPC/1973 – Inimputabilidade da demora da citação à exequente – Ausência de inércia – Não configuração da prescrição da pretensão executória – Aplicabilidade do princípio da proibição de decisão surpresa – Prosseguimento do feito – Extinção afastada – RECURSO PROVIDO.(TJ-SP 01208789620108260100 SP 0120878- 96.2010.8.26.0100, Relator: Renato Rangel Desinano, Data de Julgamento: 26/10/2017, 11ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 26/10/2017) EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AUSÊNCIA DE OMISSÃO, CONTRADIÇÃO, OBSCURIDADE OU ERRO MATERIAL. MATÉRIA DEVIDAMENTE APRECIADA PELO ACÓRDÃO RECORRIDO. INOVAÇÃO RECURSAL. RECURSO DESPROVIDO. 1. O artigo 1.022, do Novo Código de Processo Civil, quanto às hipóteses de cabimento dos embargos de declaração, passou a prever, ao lado da omissão, da obscuridade e da contradição, o erro material, o que já vinha sendo admitido em sede doutrinária e jurisprudencial. 2. No caso em questão, inexiste omissão, contradição ou obscuridade, uma vez que, pela leitura do inteiro teor do acórdão embargado, depreende-se que este apreciou devidamente a matéria em debate, analisando de forma exaustiva, clara e objetiva as questões relativas ao interesse processual e da dotação orçamentária. 3. As questões concernentes à ilegitimidade passiva e da existência de litisconsórcio passivo necessário não foram ventiladas em recurso de apelação, sequer ainda em contestação, o que caracteriza, a toda evidência, a inovação recursal. 4. O Egrégio Superior Tribunal de Justiça já se manifestou no sentido de que "É vedada a inovação de teses em embargos de declaração e, por isso, inexiste omissão em acórdão que julgou a apelação sem se pronunciar sobre matérias não arguidas nas razões de apelação" (REsp nº 1.401.028/SP. Relatora: Ministra Eliana Calmon. Segunda Turma, DJe 01/10/2013). 5. Ressalte-se, por oportuno, que esse entendimento da Corte Superior vai ao encontro, inclusive, com as inovações trazidas pelo Novo Código de Processo Civil de 2015, nomeadamente o disposto no artigo 10, que consagrou o princípio da proibição das decisões surpresa. 6. Depreende-se, pois, que a parte embargante pretende, na verdade, modificar o julgado, com a rediscussão da matéria, e não sanar qualquer dos mencionados vícios. Note-se que somente em hipóteses excepcionais pode-se emprestar efeitos infringentes aos embargos de declaração, não sendo este o caso dos presentes embargos de declaração. 7. Embargos de declaração desprovidos.(TRF-2 - APELREEX: 00867440420154025101 RJ 0086744- 04.2015.4.02.5101, Relator: ALUISIO GONÇALVES DE CASTRO MENDES, Data de Julgamento: 27/02/2017, 5ª TURMA ESPECIALIZADA)
PRINCÍPIO DA FUNDAMENTAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS
APELAÇÃO CRIMINAL MINISTERIAL. PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO. PRELIMINAR DE NULIDADE TÓPICA DA SENTENÇA. FIXAÇÃO DA PENA E SUBSTITUIÇÃO POR RESTRITIVAS DE DIREITOS. PRINCÍPIOS DA FUNDAMENTAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS E LEGALIDADE. 1 - Se devidamente realizada pelo sentenciante a individualização da pena, com observância dos requisitos legais previstos no Código Penal, avaliando cada circunstância judicial com base no caso concreto, não há que se falar em qualquer nulidade a ser reparada, por ofensa ao princípio da fundamentação das decisões judiciais (art. 93, IX, da CF). Preliminar afastada. 2 - Inexiste ofensa ao princípio da legalidade, quando não comprovado qualquer prejuízo para as partes, diante do estabelecimento pelo magistrado de substituição de pena privativa de liberdade por restritivas de direitos sem determinar a modalidade de pena substitutiva. Preliminar rechaçada. DO MÉRITO. MAJORAÇÃO DA PENA. REANÁLISE DAS CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS. SUBSTITUIÇÃO DE PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR RESTRITIVAS DE DIREITOS. 3 - Se as circunstâncias judiciais do art. 59 do CP estão devidamente analisadas de acordo com os fatos dos autos, não há que falar em majoração da pena base, sobretudo, se estabelecida dentro dos parâmetros da razoabilidade e em consonância com os critérios legais de imposição de sanção pelo Estado. 4 - Substituída em primeiro grau de jurisdição a pena corpórea por restritivas de direitos, não incorre em supressão de instância, a fixação das modalidades da referida reprimenda neste grau de jurisdição, já que não demonstrado qualquer prejuízo para as partes. 5 - Recurso conhecido e parcialmente provido.(TJ-GO - APR: 126724220158090146, Relator: DES. J. PAGANUCCI JR., Data de Julgamento: 18/10/2018, 1A CAMARA CRIMINAL, Data de Publicação: DJ 2629 de 19/11/2018)
IMPERATIVIDADE - FRAÇÃO INTERMEDIÁRIA APLICADA SEM FUNDAMENTAÇÃO - OFENSA AOPRINCÍPIO DA FUNDAMENTAÇÃO DAS DECISÕES - NULIDADE SANÁVEL PELA APLICAÇÃO DA REDUÇÃO MÁXIMA - PENA REFORMULADA - PUNIBILIDADE EXTINTA - PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA - RECONHECIMENTO - DEMAIS PLEITOS MERITÓRIOS PREJUDICADOS. - Não tendo sido a redução aplicada em seu grau máximo, e não havendo fundamentação para tal, configurada está a hipótese de nulidade, a qual somente pode ser afastada pela aplicação da redução da pena no grau máximo para que não haja qualquer prejuízo ao réu - Se verificado que, após operada a redução da pena, transcorreu o lapso prescricional entre dois marcos interruptivos, extinta está a punibilidade do agente.(TJ-MG - APR: 10699160010756001 MG, Relator: Júlio Cezar Guttierrez, Data de Julgamento: 10/07/2019, Data de Publicação: 17/07/2019)
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. VIOLAÇÃO AO
PRINCÍPIO DA FUNDAMENTAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS. ART. 91, IX DA CF/88. ART. 489, § 1º, III DO CPC/15. SENTENÇA ANULADA. IMPOSSIBILIDADE DE JULGAMENTO DA CAUSA. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. DECISÃO ANULADA. Trata-se de recurso de Agravo de Instrumento interposto pela parte autora/agravante, em decorrência de decisão interlocutória que condicionou o deferimento de tutela cautelar antecedente a prestação de caução real, trazendo o argumento da ausência de argumentação da dita decisão no tocante a exigência da caução. Merece prosperar a tese autoral eis que de fato a decisão apresentou fundamentos que serviriam para justificar qualquer outra decisão judicial, tanto para o deferimento da tutela cautelar em si como para a determinação de prestação de caução real. O princípio da fundamentação das decisões judiciais se presta assegurar as garantias fundamentais que permeiam o devido processo legal, de modo que sua violação gera a nulidade da sentença viciada. Art. 91, IX da CF/88. Art. 489, § 1º, III do CPC/15. Precedentes TJCE. A matéria não poderá, contudo, ser analisado neste momento por este juízo eis que o não conhecimento da matéria pelo juízo de piso ocasionaria a supressão de instância. Precedentes STJ e TJCE. Recurso conhecido e provido. Decisão Anulada. ACÓRDÃO: Vistos, relatados e discutidos estes autos, acorda a 2ª Câmara Direito Privado do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, por unanimidade, em conhecer do presente recurso para no mérito julgar-lhe provido, anulando a decisão agravada. Fortaleza, 09 de agosto de 2017 CARLOS ALBERTO MENDES FORTE Presidente do Órgão Julgador DESEMBARGADOR TEODORO SILVA SANTOS Relator PROCURADOR (A) DE JUSTIÇA(TJ-CE - AI: 06214622920178060000 CE 0621462-29.2017.8.06.0000, Relator: TEODORO SILVA SANTOS, 2ª Câmara Direito Privado, Data de Publicação: 09/08/2017) PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. MULTA POR INFRAÇÃO DE TRÂNSITO. ANULAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. VALIDADE DA NOTIFICAÇÃO. REDISCUSSÃO DA MATÉRIA. PRETENSÃO DE REFORMA DO JULGADO. REJULGAMENTO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIOS PREVISTOS NO ART. 535 DO ANTIGO CPC, OU NO ART. 1.022 DO NOVO CODEX. SEDE PROCESSUAL INADEQUADA. EXCEPCIONALIDADE DOS EFEITOS INFRINGENTES. RESOLUÇÃO INTEGRAL, CONSISTENTE E MOTIVADA DA QUESTÃO POSTA EM JUÍZO. CONFORMIDADE COM O PRINCÍPIO DA FUNDAMENTAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS. - Se as razões de embargos de declaração consistem em nítida rediscussão da matéria apreciada e exaurida no acórdão embargado, tal pretensão, sendo de reforma do julgado, mediante inapropriado rejulgamento, não encontra sede processual adequada na via declaratória, restrita ao saneamento dos vícios previstos no art. 535 do antigo CPC, ou no art. 1.022 do novo Codex, ou de erro material nos termos do art. 463, I, do antigo CPC, ou do art. 494, I, do novo Codex, quando os efeitos infringentes são extremamente excepcionais. - O órgão julgador não está obrigado a rebater especificamente todos os argumentos da parte, quando, por outros motivos, devidamente expostos e suficientemente compreensíveis, tiver firmado seu convencimento e resolvido, integral e consistentemente, a questão posta em juízo, a partir das alegações apresentadas e provas produzidas, conforme o princípio da fundamentação das decisões judiciais. Da mesma forma, não está obrigado a analisar expressamente todas as provas documentais adunadas e valorá-las conforme a vontade das partes, se formou seu convencimento tomando por base os documentos a que fez referência na decisão, os quais não foram infirmados pelos frágeis documentos que a Embargante alega terem sido ignorados no julgado. - Recurso não provido.(TRF-2 - AC: 01467672020144025110 RJ 0146767-20.2014.4.02.5110, Relator: SERGIO SCHWAITZER, Data de Julgamento: 06/06/2017, 7ª TURMA ESPECIALIZADA)