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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 00ª VARA CÍVEL DA

CIDADE

Ação Revisional de Contrato


Processo nº. 00.333.3.2016.00.0001
Autora: Empresa Xista Ltda
Ré: Banco Delta Ltda

EMPRESA XISTA LTDA, já qualificada nestes autos, vem, por


intermédio de seu patrono, com o devido respeito à presença de Vossa Excelência, para, com
supedâneo no art. 489, § 1º, inc. IV c/c 1.022, inc. II e parágrafo único, inc. II, ambos do
Estatuto de Ritos assim como, ainda, com suporte no art. 93, inciso IX, da Carta Política, no
quinquídio legal (CPC, art. 1.023), opor os presentes

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
(por omissão)

para, assim, aclarar pontos omissos na r. decisão interlocutória que demora às fls. 27, tudo
consoante as linhas abaixo explicitadas.

1 – OMISSÃO
AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO NO DECISÓRIO GUERREADO
A Autora solicitara com a exordial fosse deferida a prova pericial. A
mesma fundamentara o pedido asseverando que necessitava comprovar a cobrança de
encargos ilegais, dentre eles a cobrança de juros capitalizados diariamente.

Por ocasião do despacho saneador o pedido em liça fora


rechaçado. Porém, concessa venia, sem a devida e necessária motivação, pois assim decidiu-
se:

A matéria em enfoque tem caráter meramente jurídico. Além disso, o magistrado,


por ser o destinatário da prova, tem a possibilidade maior de averiguar a
conveniência e necessidade da prova para o deslinde do feito.
Em razão disso, anuncio o julgamento antecipado do mérito, o que faço com suporte
no art. 355, inc. I, do CPC.

Dentre as matérias ventiladas na peça vestibular, argumentou-se a


cobrança de juros capitalizados diários, sem a devida previsão legal e contratual, o que
resvalaria na ausência de mora do Embargante. Formulou-se, por esse norte, pedido de
produção de prova pericial para comprovar os fatos alegados, na medida de seu ônus
processual (CPC, art. 373, inc. I).

Dessarte, o Embargante, com a peça inaugural, requereu,


expressamente e fundamentadamente, a produção de prova pericial, pleiteando, inclusive,
fosse saneado o processo e destacada tal prova. Na hipótese, necessitava-se provar fatos,
quais sejam: a cobrança (ocorrência de fato) de encargos ilegais no período de normalidade, os
quais, via reflexa, acarretaria na ausência de mora do Embargante.
Percebe-se, portanto, in casu, que não será oportunizada ao
Embargante a produção da prova técnica. Essa certamente iria corroborar sua tese sustentada
da cobrança de encargos abusivos pela Embargada.

No caso em vertente, a produção da prova pericial se mostra


essencial para dirimir a controvérsia fática, maiormente quanto à existência ou não da
cobrança de encargos abusivos, ou seja, contrários à lei.

De outro norte, a parte em uma relação processual, sobretudo o


autor da querela, tem o direito e ônus (CPC, art. 373, inc. I) de produzir as provas que julgar
necessárias e imprescindíveis à demonstração cabal da veracidade de seus argumentos.

Embora este magistrado tenha entendido, concessa venia,


equivocadamente que a questão dos autos seria de direito, conclui-se, ao revés disso, que a
questão da cobrança de encargos ilegais (e não de sua licitude ou ilicitude) requer a verificação
por um expert.

Nesse sentido:

AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO C/C REPETIÇÃO DE INDÉBITO. APELAÇÃO 1.


REQUERIMENTO DE PRODUÇÃO DE PROVA FORMULADO PELO RÉU. AUSÊNCIA DE
APRECIAÇÃO DO PEDIDO PELO MAGISTRADO A QUO. AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO
DAS PARTES ACERCA DO JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE. VIOLAÇÃO AO
DEVIDO PROCESSO LEGAL E CERCEAMENTO DE DEFESA (ART. 5º, INCISOS LIV E LV,
CF). CONFIGURADOS. SENTENÇA CASSADA. RETORNO DOS AUTOS À ORIGEM
PARA APRECIAÇÃO DO PEDIDO DE PRODUÇÃO DE PROVAS. APELAÇÃO 2.
PREJUDICADA. - A PROLAÇÃO ANTECIPADA DE SENTENÇA SEM APRECIAÇÃO DO
REQUERIMENTO DE PRODUÇÃO DE PROVAS FORMULADO PELA PARTE, ALIADA À
AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO DAS PARTES ACERCA DO JULGAMENTO ANTECIPADO
DO FEITO VIOLAM O DEVIDO PROCESSO LEGAL E GERAM CERCEAMENTO DE
DEFESA, NOS TERMOS DO ART. 5º, INCISOS LIV E LV DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
DESSA FORMA, A R. SENTENÇA DEVE SER CASSADA DE OFÍCIO, COM A REMESSA
DOS AUTOS À VARA DE ORIGEM PARA QUE A MM. Juíza aprecie o pedido de
produção de provas formulado pelo réu, prosseguindo-se o feito em seus ulteriores
termos. Apelação Cível 1 provida. Apelação Cível 2 prejudicada. (TJPR; ApCiv
1424575-3; Apucarana; Décima Sexta Câmara Cível; Rel. Des. Paulo Cezar Bellio; Julg.
03/02/2016; DJPR 25/02/2016; Pág. 378)

APELAÇÃO. PROCESSO CIVIL. AÇÃO REVISIONAL DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS C/C


CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO. JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE SEM
OPORTUNIZAR A PRODUÇÃO DE PROVAS REQUERIDA EXPRESSAMENTE NA
EXORDIAL E AINDA SEM INTIMAÇÃO DA PARTE ADVERSA ACERCA DE NOVOS
DOCUMENTOS JUNTADOS (ART. 398, DO CPC) [CPC/2015, art. 437, § 1º]. RECURSO
CONHECIDO PARA, ACOLHER A PRELIMINAR DE NULIDADE DA SENTENÇA.
1. Havendo requerimento explícito acerca da produção de prova pericial, conforme
se vê na inicial da presente ação, cabia ao magistrado, mesmo não deferindo a
inversão do ônus da prova, o que sequer foi apreciado, buscar a verdade dos fatos
determinando, a instrução probatória. 2. O julgamento antecipado da lide, sem a
produção de prova essencial e expressamente requerida pela apelante configurou
inequívoco cerceamento do direito constitucional à ampla defesa e ao contraditório,
delineado no artigo 5º, inciso LV, da Constituição Federal de 1988. 3. De acordo com
o art. 398 do CPC [CPC/2015, art. 437, § 1º], sempre que uma das partes requerer a
juntada de documento aos autos, o juiz ouvirá, a seu respeito, a outra, no prazo de 5
(cinco) dias. 4. Recurso conhecido para acolher a preliminar e decretar a nulidade da
sentença, devendo os autos regressarem ao juízo de origem para que sejam sanadas
as referidas irregularidades. (TJPI; AC 2014.0001.008112-6; Quarta Câmara
Especializada Cível; Rel. Des. Fernando Lopes e Silva Neto; DJPI 27/11/2015; Pág. 23)

AGRAVO DE INSTRUMENTO.
Revisional de contrato bancário c/c repetição de indébito (esquema nhoc).
Julgamento antecipado da lide. Cerceamento de defesa. Ocorrência. Produção de
prova pericial. Necessidade. Decisão cassada. Necessário oportunizar as partes a
produção de provas a fim de que possam comprovar seu direito. Tratando-se de
revisional de contrato bancário importante é a prova pericial para que se possa
averiguar a incidência ou não do sistema nhoc, juros capitalizados e demais tarifas
contratadas (consideradas provas complexas), no intuito de que o juízo possa com
tranquilidade julgar a lide, sob pena de cercear o direito de defesa das partes. Agravo
de instrumento provido. (TJPR; Ag Instr 1384134-8; Santa Fé; Décima Sexta Câmara
Cível; Rel. Des. Paulo Cezar Bellio; Julg. 28/10/2015; DJPR 24/11/2015; Pág. 462)

Não se descura que o Juiz é o destinatário da prova, cabendo-lhe


indeferir aquelas que entender inúteis ou desnecessárias ao deslinde da questão posta sob sua
apreciação, a teor do disposto no art. 370 do CPC.

Entrementes, no estudo do caso em vertente, ao ser prolatado o


"decisum" combatido, certamente incorreu em erro. É dizer, não há fundamentação suficiente a
demonstrar com precisão a irrelevância da prova em espécie.

Quanto ao julgamento antecipado da lide, como anunciado na


hipótese, somente poderá ocorrer quando:
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com


resolução de mérito, quando:

I - não houver necessidade de produção de outras provas;

II - o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver requerimento
de prova, na forma do art. 349.
( os destaques são nossos )

Nem mesmo a produção de prova técnica simplificada fora


oportunizada (CPC, art. 464, § 2º).

Nesse compasso, mister que este magistrado tivesse registrado,


motivadamente, as razões que o levaram a não se utilizar da prova contábil (CPC, art. 370,
parágrafo único).

Com esse enfoque, urge transcrever as lições de José Miguel


Garcia Medina:

“III. Julgamento imediato do mérito e cerceamento de defesa. Havendo


necessidade de produção de provas, não se admite o julgamento imediato do mérito.
Ocorre, nesse caso, cerceamento de defesa, devendo ser decretada a nulidade da
sentença (cf. STJ, AgRg no AREsp 371.238/GO, Rel. Ministro Humberto Martins, 2ª T.,
j. 03/01/2013), salvo se, por ocasião do julgamento do recurso, for possível julgar o
mérito em favor daquele a quem aproveitaria o reconhecimento da nulidade ...
É tranquila no STJ a orientação de que ´resta configurado o cerceamento de defesa
quando o juiz, indeferindo a produção de provas requerida, julga antecipadamente a
lide, considerando improcedente a pretensão veiculada justamente porque a parte
não comprovou suas alegações’ (STJ, REsp 783.185/RJ, 1ª T., j. 24.04.2007, rel. Min.
Luiz Fux).” (MEDINA, José Miguel Garcia. Novo Código de Processo Civil comentado:
com ... – São Paulo: RT, 2015, p. 595)
(sublinhamos)

Apropriadas igualmente as lições de Humberto Theodoro Júnior:

“ Na ordem lógica das questões, só haverá despacho saneador quando não


couber a extinção do processo, nos termos do art. 354, nem for possível o
julgamento antecipado do mérito (art. 355).
Pressupõe, destarte, a inexistência de vícios na relação processual ou a
eliminação daqueles que acaso tivessem existido, bem como a necessidade de outras
provas além dos elementos de convicção produzidos na fase postulacional.
( ...)
Se for o caso de exame pericial, o momento de deferi-lo, com a nomeação
do perito e abertura de prazo para indicação de assistente pelas partes, é, também, a
decisão de saneamento (vide, infra, nº 629 e segs. ) ( In, Curso de Direito Processual
Civil. 56ª Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2015, vol. I., pp. 829-830)
Entrementes, a despeito de tamanha fundamentação, o pleito fora
obstado por meio da decisão antes mencionada.

Seguramente essa deliberação merece reparo.

Com esse enfoque dispõe o Código de Processo Civil que:

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

Art. 489. São elementos essenciais da sentença:


§ 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela
interlocutória, sentença ou acórdão, que:
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar
sua relação com a causa ou a questão decidida;
(...)
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese,
infirmar a conclusão adotada pelo julgador;

Sem sombra de dúvidas a regra supra-aludida se encaixa à


decisão hostilizada. A mesma passa longe de invocar argumentos capazes de motivar a
rejeição ao pedido buscado.

A ratificar o exposto acima, é de todo oportuno gizar o magistério


de José Miguel Garcia Medina:
“O conceito de omissão judicial que justifica a oposição de embargos de declaração,
à luz do CPC/2015, é amplíssimo. Há omissão sobre o ponto ou questão, isso é, ainda
que não tenha controvertido as partes (questão), mas apenas uma delas tenha
suscitado o fundamento (ponto; sobre a distinção entre ponto e questão, cf.
comentário ao art. 203 do CPC/2015). Pode, também, tratar-se de tema a respeito
do qual deva o órgão jurisdicional pronunciar-se de ofício (p. ex., art. 485, § 3º do
CPC/2015), ou em razão de requerimento da parte. Deve ser decretada a nulidade da
decisão, caso a omissão não seja sanada. “( MEDINA, José Miguel Garcia. Novo
Código de Processo Civil comentado: ... – São Paulo: RT, 2015, p. 1.415)
(itálicos do texto original)

Nesse mesmo passo são as lições de Teresa Arruda Alvim


Wambier:

“ Em boa hora, consagra o dispositivo do NCPC projetado ora comentado, outra


regra salutar no sentido de que a adequação da fundamentação da decisão judicial
não se afere única e exclusivamente pelo exame interno da decisão. Não basta,
assim, que se tenha como material para se verificar se a decisão é adequadamente
fundamentada (= é fundamentada) exclusivamente a própria decisão. Esta nova
regra prevê a necessidade de que conste, da fundamentação da decisão, o
enfrentamento dos argumentos capazes, em tese, de afastar a conclusão adotada
pelo julgador. A expressão não é a mais feliz: argumentos. Todavia, é larga e
abrangente para acolher tese jurídica diversa da adotada, qualificação e valoração
jurídica de um texto etc.
Vê-se, portanto, que, segundo este dispositivo, o juiz deve proferir decisão
afastando, repelindo, enfrentando elementos que poderiam fundamentar a
conclusão diversa. Portanto, só se pode aferir se a decisão é fundamentada
adequadamente no contexto do processo em que foi proferida. A coerência interna
corporis é necessária, mas não basta. “ (WAMBIER, Teresa Arruda Alvim ... [et al.]. –
São Paulo: RT, 2015, p. 1.473)
(itálicos do texto original)

Não fosse isso o bastante, urge transcrever igualmente as lições de


Luiz Guilherme Marinoni:

“Assim, o parâmetro a partir do qual se deve aferir a completude da motivação das


decisões judiciais passa longe da simples constância na decisão do esquema lógico-
jurídico mediante o qual o juiz chegou à sua conclusão. Partindo-se da compreensão
do direito ao contraditório como direito de influência e o dever de fundamentação
como dever de debate, a completude da motivação só pode ser aferida em função
dos fundamentos arguidos pelas partes. Assim, é omissa a decisão que deixa de se
pronunciar sobre argumento formulado pela parte capaz de alterar o conteúdo da
decisão judicial. Incorre em omissão relevante toda e qualquer decisão que esteja
fundamentada de forma insuficiente (art. 1.022, parágrafo único, II), o que
obviamente inclui ausência de enfrentamento de precedentes das Cortes Supremas
arguidos pelas partes e de jurisprudência formada a partir do incidente de resolução
de demandas repetitivas e de assunção de competência perante as Cortes de Justiça
(art. 1.022, parágrafo único, I). “ (MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio
Cruz; MITIDIERO, Daniel. Novo curso de processo civil: tutela ... vol. 2. – São Paulo:
RT, 2015, p. 540)
É necessário não perder de vista a posição da jurisprudência:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA.


INDENIZATÓRIA. CEEE. CÁLCULO. CORREÇÃO. DEVER DE FUNDAMENTAR (ART. 93
DA CF/88). DECISÃO DESCONSTITUÍDA.
Decisão judicial que se limitou a reconhecer a correção do cálculo apresentado pela
contadoria e não apreciou, de forma detida, os argumentos deduzidos pelos
litigantes, não deve ser mantida pela ausência de fundamentação. Nula toda e
qualquer decisão que não contenha fundamentação, conforme o artigo 165, do
código de processo civil e artigo 93, ix, da constituição federal. Deram provimento ao
agravo de instrumento. (TJRS; AI 0410398-09.2015.8.21.7000; Porto Alegre; Décima
Nona Câmara Cível; Rel. Des. Eduardo João Lima Costa; Julg. 17/12/2015; DJERS
28/01/2016)

PROCESSO CIVIL. APELAÇÃO. EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. MORTE DO


EXEQUENTE. SENTENÇA DE EXTINÇÃO COM BASE NOS ARTS. 267, IV, E 295, III,
AMBOS DO CPC. AUSÊNCIA DE REQUISITO ESSENCIAL. RELATÓRIO. ART. 458 DO
CPC. NULIDADE. FALECIMENTO DO AUTOR DA DEMANDA. NECESSÁRIA
SUSPENSÃO DO PROCESSO. PREVISÃO LEGAL EXPRESSA. ARTS. 43, 265, I, 791, II, E
1.055, TODOS DO CPC. SENTENÇA ANULADA EX OFICIO.
1. São requisitos essenciais da sentença o relatório, a fundamentação e o dispositivo.
Inexistente qualquer dos requisitos expressos no art. 458, impõe-se a anulação da
sentença ex oficio. 2. Ademais, havendo notícia de falecimento do exequente da
ação, não há que se falar em extinção do feito com base nos arts. 267, IV, e 295, III,
ambos do CPC. Devendo a ação ser suspensa, conforme previsão expressa constante
nos arts. 265, I, 791, II e 1.055, todos do mesmo diploma legal, até que seja
regularizado o polo ativo da demanda, pela habilitação-incidente do espólio ou
herdeiros do de cujus. 3. Ante o exposto, impende declarar a nulidade da sentença
de fl. 49, determinando-se a remessa dos autos à primeira instância para suspensão
da ação de execução, nos termos do art. 791, II, do CPC. 4. Apelo parcialmente
provido. (TJPE; Rec. 0093282-86.1996.8.17.0001; Primeira Câmara Cível; Rel. Des.
Roberto da Silva Maia; DJEPE 22/01/2016)

Diante disso, ou seja, face ao pleito de efeito modificativo ao


julgado, mostra-se necessário, em homenagem ao princípio do contraditório, que a Embargada
seja instada a manifestar-se sobre o presente recurso. (CPC, art. 1.023, § 2º)

2 - CONCLUSÃO
Destarte, a decisão, permissa venia, é vazia de fundamentação.

Desse modo, serve o presente instrumento processual para


aperfeiçoar a prestação jurisdicional, sob pena de haver nulidade do julgamento em mira. À
parte, sim, cabe receber uma decisão nos limites do que fora posto em debate, sem qualquer
omissão.

Igualmente é consabido que os demandantes têm direito à entrega


da prestação jurisdicional de forma clara e precisa (CF., art. 93, inc. IX). Houve, em verdade,
omissão no julgado de fatores relevantes, devidamente debatidos nos autos e que
necessariamente teriam a repercussão necessária no julgamento.

Há de haver exame dos fundamentados estipulados pelo


Embargante, justificando, empós disso, por qual(is) motivo(s) fora(m) desacolhido(s).
Posto isso, pleiteia o Embargante o recebimento
e procedência destes Embargos de Declaração, que tem por
finalidade aclarar a decisão guerreada, suprindo os vícios apontados.
Com isso, evita-se sua nulidade por negativa de vigência aos art. 489,
inc. III c/c art. 1.022, inc. II do Código de Processo Civil.

Pede, ademais, seja alterado o julgado de sorte a


acolher o pedido fomentado pela parte Embargante e, por isso, seja
revogada a decisão atacada e instar-se a produção da prova pericial
fomentada.

Respeitosamente, pede deferimento.

Cidade, 00 de fevereiro do ano de 0000.

Beltrano de Tal
Advogado – OAB/RS 0000

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