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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO

Referente
Ação de execução de título extrajudicial
Proc. nº. 44556.11.8.2222.99.0001
Agravante: Beltrano de Tal
Agravado: Banco Xista S/A

BELTRANO DE TAL (“Agravante”), divorciado, comerciário,

residente e domiciliado na Rua Xista nº. 0000, nesta Capital, inscrita no CPF (MF)
sob o nº. 111.222.333-44, com endereço eletrônico betrano@ficticio.com.br, ora
intermediado por seu mandatário ao final firmado – instrumento procuratório
acostado –, esse com endereço eletrônico e profissional inserto na referida
procuração, a qual, em obediência à diretriz fixada no art. 77, inc. V, do CPC,
indica-o para as intimações que se fizerem necessárias, comparece, com o devido
respeito a Vossa Excelência, não se conformando com a decisão interlocutória de
fls. 27, que indeferiu o pedido de reconhecimento de prescrição intercorrente,
proferida junto à ação de execução de título extrajudicial supracitada, e, por essa
razão, vem interpor o presente recurso de

AGRAVO DE INSTRUMENTO
C/C

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PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO,

com guarida no art. 995, parágrafo único c/c art. 1019, inc. I, um e outro do Código
de Processo Civil, em razão das justificativas abaixo evidenciadas.

NOMES E ENDEREÇOS DOS ADVOGADOS

O Agravante informa o(s) nome(s) e endereço(s) dos


advogados habilitados nos autos, aptos a serem intimados dos atos processuais
(CPC, art. 1.016, inc. IV):

DA AGRAVANTE: Dr. Fulano de tal, inscrito na Ordem dos Advogados do

Brasil, Seção do Estado, sob o nº. 11222333, com escritório profissional sito
na Rua dos Tabajaras, nº. 3344, nesta Cidade, endereço eletrônico
beltrano@beltrano.com.br;

DO AGRAVADA: Dr. Francisco das Quantas, inscrito na Ordem dos

Advogados do Brasil, Seção do Estado, sob o nº. 11222333, com escritório


profissional sito na Rua dos Advogados, nº. 3344, nesta Cidade, endereço
eletrônico fulano@fulano.com.br

DA TEMPESTIVIDADE DESTE RECURSO

O recurso deve ser considerado como tempestivo. O patrono


da parte Agravante fora intimado da decisão atacada na data de 00 de março de
0000, consoante se vê da certidão ora acostada. (CPC, art. 1.017, inc. I).

Dessarte, fora intimado em 00 de março de 0000, por meio


do Diário da Justiça nº. 0000 (CPC, art. 231, inc. VII c/c 1.003, § 2º).

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Igualmente, visto que o lapso de tempo do recurso em
espécie é quinzenal (CPC, art. 1.003, § 5º) e, por isso, atesta-se que o prazo
processual fora devidamente obedecido.

FORMAÇÃO DO INSTRUMENTO

a) Preparo (CPC, art. 1.007, caput c/c art. 1.017, § 1º)

A Recorrente deixa de acostar o comprovante de


recolhimento do preparo, dado que lhes foram concedidos os benefícios da
gratuidade da Justiça.

Com efeito, utiliza-se do preceito contido no art. 1017, § 1º,


do CPC.

b) Peças obrigatórias e facultativas (CPC, art. 1.017, inc. I e III)

Os autos do processo em espécie são eletrônicos.

Por isso, observa-se o preceito expresso no § 5º, do art.


1017, da Legislação Adjetiva Civil.

Diante disso, pleiteia-se o processamento do presente recurso,


sendo o mesmo distribuído a uma das Câmaras Cíveis deste Egrégio Tribunal de
Justiça (CPC, art. 1.016, caput), para que seja, inicialmente, e com urgência,
submetido para análise do pedido de efeito suspensivo (CPC, art. 1.019, inc. I).

Respeitosamente, pede deferimento.

Cidade, 00 de março de 0000.

Beltrano de tal

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Advogado – OAB 112233

RAZÕES DE AGRAVO DE INSTRUMENTO

Agravante: Beltrano de Tal


Agravado: Banco Xista S/A

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO

PRECLARO DESEMBARGADOR

DOS FATOS E DO DIREITO (CPC, art. 1.016, inc. II)

( 1 ) – CONSIDERAÇÕES DO PROCESSADO

A instituição financeira agravada ajuizou ação de execução


de título extrajudicial em desfavor da parte agravante. O fito fora o de se obter
tutela jurisdicional, de sorte a receber quantia inadimplida da cédula de crédito
bancário nº. 0000/1111

O ato citatório, para fins de pagamento ou nomeação de


bens suficientes a garantirem a execução, aconteceu em 00/11/2222.

Nada obstante, a parte executada não apontou bens, como


assim atesta a certidão do aguazil.

Cientificado acerca disso, o Exequente solicitou, e foi


atendido, diligências com o propósito de localizar bens penhoráveis, mormente
junto ao sistema Bacen-Jud e Rejajud. Os resultados foram negativos.

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Por conta desse episódio, aquele pediu a suspensão do
processo, pelo prazo de um (1) ano, como lhe confere a lei processual.

O correspondente despacho, de suspensão do feito, fora


realizado em 11/22/3333.

Dessarte, sem hesitação transcorreu mais de sete (7) anos,


a contar do ato que determinou a suspensão da tramitação do feito.

Em vista dessa circunstância fática, o Agravante atravessou


petição, na qual pleiteou o reconhecimento da prescrição intercorrente, máxime em
decorrência da desídia em impulsionar o feito executivo.

Empós disso, o magistrado de piso instou o banco-agravado


a manifestar-se acerca daquele arrazoado.

Ato seguinte, por meio da peça processual que demora às


fls. 77/79, esse discorreu linhas defensivas. Nessas, fundamentou-a pela
inexistência de desídia, muito menos a ocorrência de prescrição intercorrente.

Em que pese as justificadas articuladas pelo Recorrente, o


juízo monocrático indeferiu o pedido de reconhecimento da prescrição
intercorrente, avivando, inclusive, o andamento do processo com novas pesquisas
de bens.

Por isso, interpõe-se este recurso de Agravo de Instrumento,


buscando, no âmago, a revogação da decisão hostilizada, e, de pronto, conceder-
se efeito suspensivo.

( 2 ) – A DECISÃO RECORRIDA

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De boa conduta processual que evidenciemos, de pronto, a
decisão interlocutória atacada, para que esta Relatoria possa melhor conduzir-se
ao exame.

Decidiu o senhor magistrado, processante do feito, em seu


último ato processual, ora hostilizado, in verbis:

(...)
A parte executada pugna pelo reconhecimento de prescrição
intercorrente.

Sustenta, para isso, que o processo ficou paralisado por prazo superior ao
previsto em Lei.

Contudo, inexiste a prescrição intercorrente, eis que o processo ficou


paralisado por 3 (três) anos e 9 (nove) meses.

Nessas pegadas, em conta do que dispõe o art. 206, § 5º, do Código Civil,
não se alcançou o prazo quinquenal para a cobrança do crédito
exequendo. (CC, art. 190)

Nessas pegadas, INDEFIRO O PEDIDO DE RECONHECIMENTO DA


PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE.

Intimem-se.

Eis, pois, a decisão interlocutória guerreada, a qual, sem


sombra de dúvidas, permissa venia, merece ser reformada.

( 3 ) – ERROR IN JUDICANDO

3.1. Da existência da prescrição intercorrente

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O d. magistrado, como se percebe, equivocadamente,
concessa venia, fomentou a repulsa do pedido de prescrição intercorrente
embasado na legislação geral, na hipótese, o Código Civil.

Porém, como bem salientado na petição do executado-


recorrente, a espécie cuida de título de crédito.

É consabido que, tocante ao prazo prescricional, necessário


observar a regência contida na:

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

Súmula 150 – Prescreve a execução no mesmo prazo da prescrição da


ação.

Na hipótese, trata-se de cédula de crédito bancário. Por isso,


deve-se observar o que dispõe a Lei Uniforme de Genebra, sobremodo por ser a
normal especial.

Não se descure, doutro giro, que o ato fora gerado sob à


égide da LUG. Assim, a pretensão jurisdicional enfocada no seguinte artigo:

Art. 70 - Todas as ações contra o aceitante relativas a letras prescrevem


em 3 (três) anos a contar do seu vencimento.

As ações do portador contra os endossantes e contra o sacador


prescrevem num ano, a contar da data do protesto feito em tempo útil,
ou da data do vencimento, se trata de letra que contenha cláusula "sem
despesas".

As ações dos endossantes uns contra os outros e contra o sacador


prescrevem em 6 (seis) meses a contar do dia em que o endossante
pagou a letra ou em que ele próprio foi acionado.

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Lei 10.931/2004

Art. 44 - Aplica-se às Cédulas de Crédito Bancário, no que não contrariar


o disposto nesta Lei, a legislação cambial, dispensado o protesto para
garantir o direito de cobrança contra endossantes, seus avalistas e
terceiros garantidores.

Dessarte, aqui, sem dúvida diz respeito à cobrança dívida


lde título de crédito, mais especificamente a CCB (cédula de crédito bancário).
Portanto, o prazo, de direito material, é de três (3) anos.

Noutras premissas, os autos demonstram que se cuidam de


Ação de Execução de Título Extrajudicial.

Nesse âmbito de discussão, é preciso lembrar que já se


decidira:

AÇÃO DE EXECUÇÃO.

Prescrição intercorrente. Sentença que reconheceu a ocorrência de


prescrição intercorrente e julgou extinto o processo. Insurgência do
exequente. Descabimento. O prazo prescricional da ação de execução de
cédula de crédito bancário é de três anos, nos termos do art. 44 da Lei nº
10.931/2004 e do art. 70 da Lei Uniforme de Genebra. Hipótese em que,
findo o prazo de suspensão do processo, o exequente permaneceu inerte
por mais de três anos. Prescrição corretamente reconhecida. RECURSO
NÃO PROVIDO. (TJSP; AC 0003071-55.2008.8.26.0252; Ac. 13405822;
Ipaussu; Décima Primeira Câmara de Direito Privado; Rel. Des. Renato
Rangel Desinano; Julg. 13/03/2020; DJESP 04/08/2020; Pág. 1816)

AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE.


CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. BLOQUEIO EM CONTA-CORRENTE. VERBA
INFERIOR A 40 (QUARENTA) SALÁRIOS-MÍNIMOS. IMPENHORABILIDADE

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ABSOLUTA RECONHECIDA. DESBLOQUEIO INTEGRAL DA QUANTIA QUE SE
MOSTRA DEVIDO.

[...] É absolutamente impenhorável o salário recebido em conta corrente


pelo devedor (art. 649, IV, do CPC/1973), mesmo que ele perca sua
natureza salarial ou que o numerário seja de até 40 salários mínimos
(TJSC, Agravo de Instrumento n. 0010557-47.2016.8.24.0000, Rel. Des.
Monteiro Rocha, j. 16-05-2017). ALEGADA PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE.
ARQUIVAMENTO ADMINISTRATIVO DO PROCESSO. ESTAGNAÇÃO DA
LIDE POR MAIS DE 3 (TRÊS) ANOS. CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO.
INTERREGNO SUPERIOR AO PRAZO PRESCRICIONAL DO TÍTULO
EXECUTIVO (TRÊS ANOS), A TEOR DO ART. 52 DO Decreto. Lei nº 413 E
DO ART. 70 DA Lei Uniforme DE GENEBRA. TESE FIRMADA PELO Superior
Tribunal de Justiça NO JULGAMENTO DO RESP. 1.604.412/SC,
SUBMETIDO AO RITO PREVISTO NO ART. 947, § 4º, DO CPC/2015.
PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE CARACTERIZADA. EXTINÇÃO DA EXECUÇÃO
COM FULCRO NO ART. 924, V, DO CPC. RECURSO CONHECIDO E
PROVIDO. (TJSC; AI 4029042-22.2019.8.24.0000; Rio do Oeste; Terceira
Câmara de Direito Comercial; Rel. Des. Jaime Machado Junior; DJSC
30/06/2020; Pag. 312)

Relembre-se o que consta da cátedra de Marlon Tomazette:

1. Ação cambial

Caso o título nã o seja pago no vencimento, poderá ser realizado o


protesto, o qual, contudo, é apenas um meio de prova. Para receber a
obrigaçã o nã o paga, o caminho indicado é o Poder Judiciá rio. Dentre
os caminhos oferecidos para a busca da satisfaçã o do crédito, o meio
normal de buscar a satisfaçã o desse crédito é a chamada açã o cambial,

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pela qual se exerce o direito literal e autô nomo incorporado no título
de crédito.

Ela nã o é o ú nico meio para o exercício do direito incorporado no


título, mas é o meio normal colocado à disposiçã o do credor, por se
tratar de um meio mais á gil. No direito brasileiro, a açã o cambial é
uma açã o executiva regida pelo Livro II do Có digo de Processo Civil.

Os títulos de crédito típicos possuem uma presunçã o de certeza tã o


grande, que a lei nã o exige que o crédito seja primeiramente
reconhecido pelo judiciá rio. Em razã o dessa condiçã o, a lei permite ao
credor pleitear, desde logo, medidas satisfativas do seu crédito, vale
dizer, eles sã o títulos executivos. Há uma opçã o do legislador para
uma soluçã o mais pronta e rá pida de certos direitos, prova disso é que
a citaçã o nesse processo é para que o devedor efetue o pagamento em
três dias (novo CPC – art. 829).

( ... )

1.7. Prescrição

Quem tem um direito de crédito incorporado em um título de crédito


pode lançar mã o da açã o cambial para o exercício desse direito.
Todavia, essa faculdade é limitada no tempo. Por questõ es de
segurança jurídica e de economia, o Direito limita temporalmente o
exercício da pretensã o de receber determinada obrigaçã o, evitando
que ela se eternize. As situaçõ es consolidadas pelo tempo devem
gozar de certa estabilidade. Em síntese, a açã o cambial só poderá ser
ajuizada dentro dos prazos previstos em lei.

1.7.1. Os prazos

A açã o cambial terá prazos diversificados de acordo com o título


exequendo e com a pessoa executada. Impende ressaltar que os

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prazos aqui narrados se referem apenas à execuçã o, nã o abrangendo
outras açõ es que podem ser usadas pelo credor dos títulos de crédito.
No que diz respeito à letra de câ mbio e à nota promissó ria, os prazos
de prescriçã o da açã o cambial sã o os seguintes:

- três anos contados do vencimento, contra o devedor principal


(aceitante e seus avalistas);

- um ano contado do protesto ou do vencimento se houver a clá usula


sem despesas, contra os devedores indiretos (sacador, endossantes e
respectivos avalistas);

- seis meses contados do pagamento ou do ajuizamento da açã o, para


o exercício do direito de regresso por aquele que pagou contra os
demais codevedores. (TOMAZETTE, Marlon. Curso de direito
empresarial: Títulos de crédito, v. 2. [livro eletrô nico] 8ª. Ed. Sã o
Paulo : Atlas, 2017. Epub. ISBN 978-85-970-1123-4)

Não se perca de vista, ademais, que, na espécie, a Cédula


de Crédito Bancário representa um título de crédito, como, a propósito, bem
leciona Ricardo Negrão:

6.2. Definição legal, espécies e conceitos

O direito positivo brasileiro disciplina as cédulas de crédito em cinco


diplomas legislativos: (a) Decreto-lei n. 167, de 14 de fevereiro de
1967; (b) Decreto-lei n. 413, de 9 de janeiro de 1969; (c) Lei n. 6.313,
de 16 de dezembro de 1975; (d) Lei n. 6.840, de 3 de novembro de
1980; e (e) Lei n. 10.931, de 2 de agosto de 2004.

Decorrem dessa legislaçã o doze distintos títulos de crédito,


genericamente denominados cédulas de crédito, subdivididos em

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duas subcategorias: cédulas de crédito stricto sensu e notas de
crédito. Nos primeiros quatro diplomas legais o legislador distingue
as primeiras das segundas em razã o da garantia real que aquelas
ostentam, enquanto as notas de crédito, nã o dispondo de garantia
real, detêm privilégio geral sobre os bens do devedor. A Lei n.
10.931/2004 abandonou a distinçã o e manteve um ú nico nome
jurídico — cédula de crédito — nã o mais utilizando a expressã o nota
de crédito para a emissã o sem garantia.

Cédula de crédito é, portanto, título executivo que contém promessa


de pagamento de soma de dinheiro e cuja liquidez somente se apura
no vencimento, mediante operaçã o de subtraçã o de eventuais
amortizaçõ es perió dicas e de adiçã o de encargos contratados.
(NEGRÃ O, Ricardo. Curso de direito comercial e de empresa, v. 2 :
títulos de crédito e contratos empresariais [livro eletrô nico] 7ª. ed. Sã o
Paulo : Saraiva Educaçã o, 2018. Epub. ISBN 9788547230845)

Na mesma tocada, confira-se o se definiu no Fórum


Permanente de Processualistas Civis:

Enunciado 196. (art. 921, § 4º; enunciado 150 da súmula do STF). O prazo
da prescrição intercorrente é o mesmo da ação. (Grupo: Execução)

Exsurgem, às escâncaras, irrefutáveis provas e argumentos


a demonstrarem, de fato, a ocorrência de prescrição intercorrente.

( 4 ) – DO NECESSÁRIO EFEITO SUSPENSIVO

– PREENCHIMENTO DOS PRESSUPOSTOS

art. 995, parágrafo único C/C art. 1.019, inc. I , do CPC.

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As questões destacadas no presente Agravo de Instrumento
comprovam a imperiosa necessidade da intervenção Estatal. Desse modo,
reclama, sem sombra de dúvidas, a concessão da tutela antecipada recursal (CPC,
art. 1.019, inc. I).

Concernente aos pressupostos à concessão da tutela


antecipada recursal ou de efeito suspensivo pondera Luiz Guilherme Marinoni,
verbo ad verbum:

“Os requisitos para concessã o de efeito suspensivo sã o aqueles


mencionados no art. 1.012, § 4º, CPC -- analogicamente aplicá vel. ”
(MARINONI, Luiz Guilherme. Novo Código de Processo Civil
comentado. – Sã o Paulo: RT, 2015, p. 950)

Nesse mesmo rumo, é de todo oportuno igualmente gizar o


magistério de Flávio Cheim Jorge:

“Concessão de efeito suspensivo pelo relator. Nos casos em que o


recurso nã o tenha efeito suspensivo automá tico (ope legis), é possível
que o relator profira decisã o no sentido de sustar a eficá cia da decisã o
(ope judicis). Para tanto, deve o recorrente demonstrar, nas razõ es
recursais, que a imediata produçã o dos efeitos pode causar dano
grave, de difícil ou impossível reparaçã o (periculum in mora), e a
probabilidade de que o recurso venha a ser provido (fumus boni iuris).
“ (Teresa Arruda Alvim Wambier ... [et al.], coordenadores. Breves
comentários ao Novo Código de Processo Civil. – Sã o Paulo: RT, 2015, p.
2.219)

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Quanto ao pressuposto da “probabilidade de provimento do
recurso” (CPC, art. 995, parágrafo único c/c art. 1.012, § 4º) é de se reconhecer
que a peça recursal traz à tona inúmeros documentos comprobatórios, doutrina,
normas e vasta quantidade de arestos de jurisprudência.

De outro bordo, o pleito semelhantemente obedece ao


requisito do “risco de dano de difícil reparação”. O prosseguimento da demanda,
expostamente prescrita, mormente na qual se busca a penhora de ativos
financeiros do Agravante, por si só, representa um evidente risco e, óbvio, de
custosa reparação. E isso já foi anunciado na decisão guerreada, vale ressaltar.

Desse modo, à guisa de sumariedade de cognição, os


elementos indicativos de ilegalidades, contidos na prova ora imersa, trazem à tona
circunstâncias de que o direito muito provavelmente existe.

Como consequência, pede-se que seja concedido efeito


suspensivo, vigente até o pronunciamento definitivo de mérito, ordenando-
se, via reflexa, que o juízo monocrático suspenda a marcha processual.

RAZÕES DO PEDIDO DA REFORMA (CPC, art. 1.016, inc.


III)

Por tais fundamentos, entende-se que a decisão deva ser


reformada, posto que:

a) os elementos probatórios, evidenciados pelo Recorrente, são suficientes


para deduzir-se a efetiva prescrição intercorrente;
b) a decisão, no mais, trouxe como fundamento legislação diversa da
pertinente à cobrança de títulos de crédito (LUG).

PEDIDOS e REQUERIMENTOS

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Em suma, tem-se que a decisão guerreada, na parte citada
em linhas anteriores, com o devido respeito, merece ser agravada.

Por todas as considerações destacadas,

pede-se (01), como questão de fundo, a


reforma do decisório atacado, o qual atrelado ao Proc.
nº. 3333-11.2222.4.55.0001/0 (Ação de execução de título
extrajudicial), por este combatido, objetivando, em
consequência, confirmar o efeito suspensivo requerido e,
mais, provendo este recurso para:

1) por decisão meritória (CPC, art. 485, inc. II c/c art.


925), julgue extinta a ação de execução, ante à inércia do
Exequente-Recorrido (CPC, art. 924, inc. V), imputando-
lhe o ônus de sucumbência.

Pleiteia-se (02), outrossim, a intimação da


Agravada, para, querendo, responder em 15 dias (CPC, art.
1.019, inc. II).

Respeitosamente, pede deferimento.

Cidade, 00 de março de 0000.

Beltrano de tal
Advogado – OAB 1122333

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