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1 A CRA e a LG impõem restrição do exercício do direito à greve por parte de determinados profissionais,
nomeadamente, forças militares e militarizadas, forças policiais, titulares de cargos de soberania e magistrados
Judiciais e do Ministério Público, agentes e trabalhadores da administração prisional, trabalhadores civis de
estabelecimentos militares e bombeiros (art.º 6.º da LG, conjugado com o n.º 7 do art.º 179.º e art.º 205.º
todos da CRA).
greve deverá conter, nomeadamente: os fundamentos e objectivos da greve, a
indicação dos estabelecimentos, serviços e categorias profissionais abrangidos pela
greve, a indicação dos delegados da Greve, designados e a data e hora do início da
greve (art.º 12.º da LG);
Sempre que a greve prossiga objectivos diferentes dos estipulados pela LG e nos casos em
seja acompanhada de ocupação dos locais de trabalho ou não obedeça aos princípios e
regras estabelecidos na referida lei, será considerada ilícita, não conferindo qualquer
protecção aos trabalhadores grevistas e delegados da greve (art.º 7.º conjugado com o art.º
24.º da LG).
VIII. CONCLUSÃO
O crescente número de greve em Angola reflecte um aumento da cultura jurídica por parte
dos cidadãos, com especial realce para a classe dos trabalhadores. No entanto, ela também
apresenta-se como um reflexo da pouca eficácia das negociações entre as partes. Diante
deste cenário, é importante que percebamos que a verdadeira solução para os problemas
emergentes das greves não decorrerá da mera aplicação da lei e dos seus procedimentos,
antes, dependerá de uma combinação de factores, com realce na aplicação da arte da
diplomacia e do alcance de reais pontos de equilíbrio entre as partes e de cedências mútuas,
com um claro afastamento de elementos de superioridade e uma gestão voltada para as
pessoas, o maior capital de qualquer instituição.