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DIREITO COLETIVO DO TRABALHO

CONVENÇÃO E ACORDO COLETIVO DE TRABALHO


Conceito:
Acordo Coletivo: é o negócio jurídico extrajudicial efetuado entre
sindicato dos empregados e uma ou mais empresas, estabelecendo condições
de trabalho, obrigando nas partes acordantes dentro do período de vigência
predeterminado e na base territorial da categoria. (Art. 611,§1º,CLT)
Canelute: “este instrumento normativo tem corpo de contrato e alma
de lei”.

Convenção Coletiva: negocio jurídico extrajudicial pactuado entre o


sindicato dos empregados e o sindicato dos empregadores, estabelecendo
condições de trabalho para toda a categoria. Vigência temporária e aplicada
apenas na base territorial dos respectivos sindicatos. (art. 611, caput, CLT).

Prazo: art. 614, §3º, CLT. Até dois anos. Na prática o ajuste é de um
ano.

Pressupostos e Validade: (art. 613 e 614, CLT): ser escrito; conter o prazo
de vigência; negociação seja autorizado através de assembleia sindical
respeitado o quórum mínimo; seja depositado uma via do instrumento
coletivo na DNT (Departamento Nacional do Trabalho) ou no Ministério do
Trabalho; e fixação na empresa de cópia do ajuste normativo em local
visível.
Obs.: caso as normas favoreçam ao trabalhador a inexistência de algum
dos requisitos não invalida a norma, que passará a vigorar a parti da
assinatura do documento pelas partes. No entanto, caso favoreça ao
empregador há necessidade de que todos os pressupostos sejam
preenchidos para sua validação.

Prorrogação: é o processo onde o prazo de vigência é estendido, mantendo-


se as mesmas condições da norma.

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OJ 322, SDI-1, TST. A prorrogação so pode ocorrer dentro do prazo
máximo de dois anos, sob pena de se perpetuar a norma coletiva, o que fere
o princípio da adaptação.

Revisão: é o processo no qual os interessados pactual a alteração total ou


parcial da norma coletiva ainda durante a sua vigência. Pode ser para
conceder condições mais favoráveis ou não.

Denuncia: ocorre quando uma das parte notifica a outra de que não mais vai
cumprir a norma coletiva. Neste caso so extinguirá a obrigação de
cumprimento da norma se a outra parte assim concorda com a denúncia. Se a
outra parte não concorda suspende-se os efeitos da norma até que se
renegocie, sob pena de o conflito ser decidido por um terceiro (mediação,
conciliação, arbitragem ou jurisdição).
Revogação: ocorre quando as partes de comum acordo decidem desfazer
total ou parcialmente o ajustado na norma.

Efeitos das Cláusulas Coletivas Sobre o Contrato de Trabalho: Art.


611, CLT. As clausulas se aplica, para todos os membros da categoria,
associados ou não associados.

A reforma trabalhista acaba com a Ultratividade da norma:

Art. 614. .............................................................

§ 3o Não será permitido estipular duração de convenção coletiva ou acordo


coletivo de trabalho superior a dois anos, sendo vedada a ultratividade.

Sem efeito - TST – Sumula 277

Conflito entre Acordo Coletivo e Convenção Coletiva : havendo conflito


entre acordo e convenção coletiva prevalece o acordo coletivo (art. 620,
CLT)

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Poder Normativo da Justiça do Trabalho: Art. 114, §2º e §3º, CF. (ação
coletiva passou a ser bilateral).

GREVE
Histórico e origem da palavra: Origem francesa, o termo greve significa
originalmente “terreno plano composto de cascalho ou areia a margem do
mar ou do rio”. Acontece que a margem do rio sena em Paris existia uma
praça, chamada place de greve, onde ocorriam diariamente desembarque de
navios, nos quais trabalhadores se encontravam, debatiam e deliberavam
sobre as medidas a serem tomadas para interesse do grupo. Neste período,
Revolução Francesa, teve o nascimento das greves em decorrência das
condições desumanas em que eram executados os trabalhos.
No Brasil:
CF 1934 proibia a greve;
CF 1937 considerava a greve o o lockout movimentos antissociais,
nocivos ao trabalho e ao capital;
CF 1967 outorga o direito de greve aos trabalhadores, salvo nos
serviços públicos e nas atividades essenciais;
CF 1988 legalizou a greve em seu art.9º.
1989 – Nascimento da lei n. 7.783/89, considerando a greve
como direito. Art. 1º.
Finalidade: é de pressionar o empregador a ceder em algum ponto de
reinvindicação. Alguns consideram instrumento de autotutela (sabotagem,
boicote, picketin, lockout).

Contrato de Trabalho e a Greve: art,7º, lei 7.783/89. Os contratos de


trabalho permanecem suspensos. (proibição do empregador despedir, não
remuneração ao empregado).

Tipos de Greve:

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De Ocupação: invasão da empresa para impedir o trabalho de outros
trabalhadores;
De Braços Caídos: redução do trabalho ou da produção;
Branca: os empregado assumem os postos de trabalho, mas não
trabalham;
De Rodízio: Atinge primeiro um certo onde a produção é feita em
cadeia, afetando o sincronismo no trabalho. Depois vão alternado os setores
(faz com que a suspensão do contrato seja apenas pelos dias de greve
determinado);
De Solidariedade: No Brasil é considerada abusiva. Manifestação
buscando o direito de outra categoria ou grupo;
De Fome:
De Geral: paralisação de uma ou mais classes de trabalhadores de
âmbito nacional. Geralmente é convocado para apenas um dia.
Política: Considerada abusiva. Dirigida ao poder público, buscando
reivindicar direitos não suscetíveis a negociação coletiva.

Requisitos: OJ 11 da SDC do TST. Art. 3º e Art. 13 da CLT


Insatisfação – provocação do sindicato – convocação de assembleia –
deliberação (quórum) – pauta de reinvindicação – tentativa de negociação
diretamente com o patrão – negociação frustrada – nova assembleia –
deliberação pela greve – comunicação no prazo legal para entidade patronal
e a comunidade (conforme o caso) – greve.

Legitimidade: Sindicatos (art. 8º, VI, CF).

Limitação do Direito:
- Serviços Essenciais: art. 9º, §1º, CF e art. 11 da lei 7.783/89.
- Servidores Públicos: art. 37,VI e VII, CF. (mandado de Injunção
670/ES e 712/PA - após 2007, pacificou entendimento), é possível a greve
com as devidas adaptações pois devem ser observadas as peculiaridades do
serviço público.

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Greve Abusiva / Ilícita: art. 14, lei 7.783/89. OJs 1, 10, 11 e 38 da SDC do
TST
Ocupação ameaçadora de estabelecimento; sabotagem ou boicote; picketing;
agressão física ou moral aos colegas de trabalho e superiores ou
empregadores; depredação do patrimônio do empregador ou inutilização de
suas mercadorias; desrespeitar as condições determinada pela lei 7.783/89;
permanecer em greve depois de aceito o acordo coletivo.

Prof. Me Uérlei Magalhaes de Morais

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