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08/02
PROCESSO DO TRABALHO
- Em relação a datas, o DPT é novo, recente. Em relação ao DPC ele é mais
informal, de modo que nem todas as formalidades do primeiro existem aqui.
HISTÓRIA (BRASIL)
a) Primeira fase
- Institucionalização - 1907 (1° período), 1922 (2° período) e 1932 (3° período)
b) Segunda fase
- Constitucionalização (CF/1934, CF/1937 e CLT/1943)
c) Terceira fase
- Reconhecimento (Poder Judiciário) - CF/1946, CF/1967, com a EC 1/1969 e
CF/1988
REFORMA TRABALHISTA
- Alterou 117 artigos
- Direito Material: 83 artigos, sendo 77 da CLT
- Desses 77 artigos, 70 são pró empregador e 7 pró empregado
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15/02
CONCEITO
- Processo do trabalho é o ramo da ciência jurídica, constituído por um sistema
de valores, princípios, regras e instituições próprias, que tem por objeto
promover a concretização dos direitos sociais fundamentais individuais,
coletivos e difusos dos trabalhadores e a pacificação justa dos conflitos
decorrentes direta ou indiretamente das relações de emprego e de trabalho,
bem como regular o funcionamento e a competência dos órgãos que
compõem a Justiça do Trabalho" (LEITE, Carlos Henrique Bezerra)
- O processo do trabalho é o conjunto de princípios, normas e instituições
destinado a regular as atividades dos órgãos jurisdicionais na solução de
dissídios individuais ou coletivos decorrentes da relação de trabalho em
sentido amplo
NATUREZA JURÍDICA
- De direito público, por ter a finalidade de regular a atividade desenvolvida
pelo Estado de pacificar os conflitos decorrentes das relações de trabalho
QUESTÕES
01/03
FONTES DO DPT
MATERIAIS
- Consistem no momento pré-jurídico
- São os acontecimentos, os fatos reais, de ordem social, econômica ou
psicológica, os quais inspiram o Legislador a editar a norm
- Exemplo: greves dos trabalhadores resultaram na limitação de jornada,
desastres como Brumadinho e o próprio direito material, crise econômica,
pandemia, etc.
- O direito ainda têm formação, sob influência dos componentes sociais:
Economia, religião, moral, costumes, ética, pressão popular
- Muitas leis já foram alteradas por costumes e também por pressão popular
FORMAIS
- São aquelas que estão dentro do nosso ordenamento jurídico e que
impactam na resolução das lides
- Exemplos:
a) Constituição Federal = grande fonte formal que, a partir dela, irradiam
outras fontes formais
PRINCÍPIOS
FUNÇÕES
1. Informativa
- É destinada ao legislador, inspirando-o na atividade legislativa na criação de
leis
2. Interpretativa
- É destinada ao aplicador do direito para compreensão de determinadas
normas e seu alcance
3. Normativa
- É a eficácia normativa dos princípios equiparando-os à Lei
- São os princípios positivados no sistema jurídico, com força obrigatória
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO
- Durante a resolução de uma lide, a partir do momento em que se provoca a
jurisdição, deve-se respeitar todo o devido processo legal
- A jurisdição é um princípio que incide nas relações a partir do momento em
que as partes não optam por solucionar a lide por meios extrajudiciais
IGUALDADE
- O princípio da igualdade é um direito material
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IMPARCIALIDADE DO JUIZ
- A imparcialidade é extremamente necessária para que o juiz tenha
competência para analisar a lide
- Caso o juiz seja parcial, deve ser afastado da causa, sob pena de quebrar
toda lógica do sistema
- A decisão deve ser totalmente imparcial, levando em conta que nunca será
100% imparcial, pois cada juiz pode ter seu próprio entendimento, desde que
de acordo com a lei e fundamentando suas decisões
DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO
- É considerado um princípio implícito, pois a partir do momento em que a
CF coloca a existência dos tribunais em seu texto, surge o direito das partes
de acessarem esses tribunais
,
- A lei deve dizer explicitamente quando não cabe recurso, pois, em regra, a
decisão proferida pelo juiz de 1° grau é passível de recurso
BOA-FÉ - Art. 5°
- Não se deve agir com má-fé: criando provas inverídicas, fazendo recursos
meramente protelatórios, trazendo falso testemunho
- É agir dentro da regra do jogo (jogo limpo)
COOPERAÇÃO PARA ATINGIR DECISÃO DE MÉRITO JUSTA E EFETIVA
- Art. 6°
- É fundamental a busca pela decisão de mérito, pois de nada adianta o juiz
resolver o processo sem a resolução do mesmo
- Busca evitar decisões que apenas protelam a solução do processo, sem
julgamento do mérito, não resolvem a lide
08/03
ORDEM CRONOLÓGICA - Art 12°
- As decisões deverão ser proferidas conforme a ordem cronológica de
conclusão
- Artigo 2º: dispositivo ou inércia da jurisdição
- Artigo 3°: direito de ação (artigo 5°, inciso XXXV, da CF), permitida a
conciliação, a mediação e a arbitragem para a solução consensual dos
conflitos (modelo multiportas de solução de litígios)
“A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a
direito”
- Artigo 4: celeridade e adequada resolução dos conflitos (artigo 5°, inciso
LXXVIII, da CF)
“A todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável
duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua
tramitação.”
- Artigo 5°: princípio da boa-fé
- Artigo 6°: princípio da cooperação para atingir decisão de mérito justa e
efetiva
- Artigo 7° e 9°: contraditório efetivo e substancial
- Artigo 8°: caráter sociológico e teleológico da decisão judicial, com
promoção da dignidade humana proporcionalidade, razoabilidade, legalidade,
publicidade e eficiência
- Artigo 10: desdobramento do contraditório efetivo, vedado ao juiz decidir
com base em fundamento não cogitado no processo
- Artigo 11: publicidade
Art. 93, IX da CF - “todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário
serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade,
podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e
a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação
do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse
público à informação”
- Artigo 12: decisões deverão ser proferidas conforme a ordem cronológica de
conclusão
OUTROS PRINCÍPIOS
PRINCÍPIO DO IMPULSO OFICIAL
- Uma vez provocada a jurisdição (proposta a lide), ela caminha de maneira
natural, sozinha, ou seja, até sua resolução
PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE
- O processo não tem o fim em si mesmo, ou seja, ele é um veículo,
instrumento, caminho para a resolução da lide
- Por isso não deve se apegar apenas às formalidades do processo, pois seu
fim é a resolução da lide, logo, deve-se fazer um aproveitamento dos atos
processuais
- Exemplo: empregado entrou com ação na vara trabalhista contra a empresa
mas, quando o juiz sentou para dar a sentença, percebeu que teria um
problema, a parte autora não tinha juntado a procuração no processo. Como
o processo é só um instrumento, o juiz não vai extinguir o processo sem
julgamento do mérito, apenas intima a parte autora para que resolva essa
questão
PRINCÍPIO DA EVENTUALIDADE
- Resguarda a necessidade de que todos os meios de defesa sejam utilizados
na prática, ainda que, teoricamente, se pareçam contraditórias
- É tentar esgotar todas as formas de defesa possíveis, para conseguir chegar
em uma solução menos ruim para o cliente
- Exemplo: em uma ação que exige danos morais, o advogado da parte
acusada argumenta com o juiz que não houve danos morais mas que, se
ainda assim o juiz entender que houve, pelo menos diminua pela metade o
valor da indenização a ser paga
JUS POSTULANDI
- Na justiça trabalhista empregado e empregador podem atuar sem
necessidade de advogado (artigo 791 da CLT), no dissídio individual e no
coletivo, perante a Vara do Trabalho e TRT
“Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente
perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o
final.”
- Exceções - súmula 425 do TST:
a) Ações Cautelares = não se aplicam mais (caiu em desuso)
b) Mandados de segurança =
c) Ação rescisória = objetiva afastar a coisa julgada - súmula diz que essa
ação rescisória só pode ser manejada por advogado
d) Recursos de competência do TST = redundância, pois se é recurso para
TST só advogado pode fazer
- Ou seja, a súmula determina que as partes podem atuar sozinhas em 1º e 2º
instância. Porém, caso queiram subir para o TST (Tribunal Superior do
Trabalho), devem buscar um advogado
- O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às
Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a
ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de
competência do Tribunal Superior do Trabalho
- Observação = com o PJE fica cada vez mais raro, mas é assegurado
procurar o diretor da VT para redigir
- Súmula 425 do TST: JUS POSTULANDI NA JUSTIÇA DO TRABALHO.
ALCANCE. Res. 165/2010, DEJT divulgado em 30.04.2010 e 03 e
04.05.2010
ORALIDADE
- Audiência, reclamação verbal, defesa oral em 20 minutos (artigo 847 da
CLT), razões finais orais em 10 minutos (artigo 850 da CLT)
- Audiência: é uma concentração dos principais atos processuais, onde as
coisas mais importantes e relevantes acontecem, estando presente a figura
da oralidade
- Reclamação trabalhista: a Lei concede a oportunidade de que a parte
compareça na justiça e realize uma reclamação trabalhista de forma verbal
(não escrita)
- Defesa oral na audiência: o juiz concede à parte o direito de fazer sua
própria defesa oral na audiência, em 20 minutos
- Razões finais orais: é uma peça feita no final, após terminada toda fase
introdutória do processo, onde o juiz determina 10 minutos para os
advogados pontuar suas alegações finais, de forma oral, que servem para
finalizar o processo (espécie de resumo final para conclusão)
- Depois das alegações finais, o juiz já pode proferir a sentença
PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO
- Visa colocar as partes em patamar de igualdade, ao dar tratamento mais
protetivo ao empregado, devido a disparidade entre as partes
- Exemplo = Inversão do ônus da prova, isenção de custas e do depósito
recursal, AJG, execução de ofício (até a reforma trabalhista, hoje há
controvérsias)
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CONCILIAÇÃO
- Artigos 846 e 850 da CLT (vide artigo 334 do NCPC)
- A conciliação é bem vinda a qualquer momento, ou seja, não exige-se um
momento específico para que possa acontecer, podendo ser utilizada até
mesmo após o trânsito em julgado
- A tentativa de conciliação no processo do trabalho é obrigatória em 02
momentos:
a) Na abertura da audiência (art. 846 CLT) = acontece porque as provas
ainda não foram produzidas, ou seja, há uma incerteza quanto ao decorrer
do processo (não está maduro ainda) - negociação maior
b) Após término da instrução e razões finais pelas partes (art. 850 CLT) =
todas as provas já foram produzidas e tem-se uma prévia visão da decisão
final do processo, então a parte (geralmente a prejudicada) vai tentar uma
negociação, para não sair com tanta desvantagem
- A ausência da primeira tentativa (na abertura), não gera nulidade se suprida
pela segunda (no término da instrução)
15/03
IRRECORRIBILIDADE DAS DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS
- Artigo 893, parágrafo 1°, da CLT, artigo 203, par. 2°, do NCPC, e Súmula 214
do TST
- O princípio trata de uma suposta irrecorribilidade
- Porém, essa irrecorribilidade não é definitiva, mas sim provisória: o que há é
uma postergação
- Conceito: decisão interlocutória é o ato pelo qual o juiz decide questões
incidentais sem colocar fim ao processo, ou seja, ele não decide a questão
de mérito, mas sim um incidente processual
- Apesar de não resolverem a questão de mérito, impactam na resolução da
lide (no processo)
- Observação: essa regra não se aplica ao processo civil, apenas ao DT
Exemplo 1: A parte pede uma tutela de urgência, então o juiz dá uma
decisão interlocutória para decidir se concede a tutela de urgência ou
indefere o pedido (2 caminhos). Nesse caso, o juiz não julga o mérito, mas
apenas um incidente do processo, pois a parte não foi citada. Nesse caso, a
parte entraria com um mandado de segurança (questão de urgência)
Exemplo 2: O autor pede uma perícia para adicional de insalubridade ou a
juntada de documentos. O juiz terá que dar uma decisão se defere ou
indefere o pedido da perícia, sendo essa uma decisão interlocutória escrita, e
só julga um incidente.
Exemplo 3: Em uma audiência, o juiz indefere a oitiva de uma testemunha.
Isso tem impacto no processo e é uma decisão interlocutória, pois não decide
mérito, apenas incidente. O mesmo se aplicaria no caso em que o juiz
indefere a realização de uma pergunta a uma testemunha do processo.
- Uma vez não protestado (não usado com o protesto antipreclusivo), ocorre a
preclusão, que considera como um aceite tácito da decisão
- Erro quanto à decisão interlocutória: se houver um erro quanto à decisão
interlocutória, o Tribunal anula a sentença, acolhendo o agravo de
instrumento, e devolve o processo para a 1º instância, para que o juiz corrija
o erro
- Agravo de instrumento = recurso que se entra no tribunal e suspende o
andamento do processo até que se resolva sobre seu conteúdo
- Decisão urgente: quando for uma decisão interlocutória que tenha como
natureza o aspecto de urgência, como não há recurso específico na lei, há o
entendimento jurisprudencial de que se aplica o mandado de segurança (Lei
1216). Esse mandado será julgado pelo Tribunal, que está hierarquicamente
acima do juiz
- Súmula nº 214 do TST : “Salvo quando terminativas do feito na Justiça do
Trabalho, as decisões interlocutórias não são recorríveis de imediato,
podendo ser impugnadas quando da interposição de recurso contra a decisão
definitiva.”
- DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. IRRECORRIBILIDADE (nova redação) -
Res. 127/2005, DJ 14, 15 e 16.03.2005
- Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões
interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de
decisão:
a) De Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação
Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho
b) Suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal
c) Que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos
para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo
excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT