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1) Carlos Henrique Bezerra Leite

2) Sérgio Pinto Martins


3) Professora Vólia

08/02

PROCESSO DO TRABALHO
- Em relação a datas, o DPT é novo, recente. Em relação ao DPC ele é mais
informal, de modo que nem todas as formalidades do primeiro existem aqui.

HISTÓRIA (NO MUNDO)


- 1806 - França
- 1808 - Alemanha
- 1908 - Espanha

HISTÓRIA (BRASIL)
a) Primeira fase
- Institucionalização - 1907 (1° período), 1922 (2° período) e 1932 (3° período)
b) Segunda fase
- Constitucionalização (CF/1934, CF/1937 e CLT/1943)
c) Terceira fase
- Reconhecimento (Poder Judiciário) - CF/1946, CF/1967, com a EC 1/1969 e
CF/1988

REFORMA TRABALHISTA
- Alterou 117 artigos
- Direito Material: 83 artigos, sendo 77 da CLT
- Desses 77 artigos, 70 são pró empregador e 7 pró empregado
<

- Direito Processual: 34 artigos da CLT


- O TST afirma que houve decréscimo de cerca de 46% de ações trabalhistas
do ano de 2016 para o ano de 2021, isso pode ser justificado por:
a) O grande número de ações chamadas de “aventuras jurídicas”, visto que
essas não tinham direito de fato acerca do seu pedido
b) Temor das pessoas perante a justiça trabalhista, pois a partir da reforma o
trabalhador passa a ter maior possibilidade de ser punido, além das
sucombências impostas pela Justiça Trabalhista, que inclui as custas
processuais (despesas) e os honorários ao “vencedor”
<

- Desse modo as pessoas começaram a pensar melhor antes de entrarem


com as ações, visto que foi uma espécie de “sanção”, pois antes
poderiam ajuizar qualquer ação sem nenhuma penalidade
- Mas também trouxe consequências negativas, pois amedrontou até
mesmo as pessoas que teriam realmente o direito sobre a ação, mas que
temem sobre as sucumbências (ou por medo de perder a ação ou por
não terem condições de arcar com a mesmas)
- Os temas mais recorrentes nas ações trabalhistas são: aviso prévio, multa
de 40% do FGTS, multa art. 477 CLT, adicional de horas extras e férias
proporcionais

15/02
CONCEITO
- Processo do trabalho é o ramo da ciência jurídica, constituído por um sistema
de valores, princípios, regras e instituições próprias, que tem por objeto
promover a concretização dos direitos sociais fundamentais individuais,
coletivos e difusos dos trabalhadores e a pacificação justa dos conflitos
decorrentes direta ou indiretamente das relações de emprego e de trabalho,
bem como regular o funcionamento e a competência dos órgãos que
compõem a Justiça do Trabalho" (LEITE, Carlos Henrique Bezerra)
- O processo do trabalho é o conjunto de princípios, normas e instituições
destinado a regular as atividades dos órgãos jurisdicionais na solução de
dissídios individuais ou coletivos decorrentes da relação de trabalho em
sentido amplo

NATUREZA JURÍDICA
- De direito público, por ter a finalidade de regular a atividade desenvolvida
pelo Estado de pacificar os conflitos decorrentes das relações de trabalho

FORMAS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS


- Autodefesa = as próprias partes procedem à defesa de seus interesses,
buscando impor a sua vontade à outra
- ”Justiça com as próprias mãos”
- Direito de greve: é um exemplo de autodefesa, quando há uma injusta
agressão por parte da empregadora, caso contrário, o judiciário pode impor
medidas para tutelar/restringir esse direito (se for abusiva)
- Não é permitido o uso da autodefesa em toda e qualquer situação, pois pode
ser considerada como crime, sendo necessário, na maioria das vezes, utilizar
do sistema judiciário ou meios alternativos de resolução de conflitos
- Autocomposição (mediação) = aceitação da solução de um conflito pelas
próprias partes, de forma pacífica e negociada, sem a imposição de uma
solução por um terceiro
- Exemplos: acordo coletivo, convenção coletiva de trabalho e as Comissões
de Conciliação Prévia - CCP
Art. 625-E, da CLT - “Aceita a conciliação, será lavrado termo assinado pelo
empregado, pelo empregador ou seu proposto e pelos membros da
Comissão, fornecendo-se cópia às partes.”

- A reforma trabalhista criou um procedimento próprio para a homologação de


acordos extrajudiciais, conforme os artigos:
Art. 855-B - “O processo de homologação de acordo extrajudicial terá início
por petição conjunta, sendo obrigatória a representação das partes por
advogado.
§ 1° As partes não poderão ser representadas por advogado comum.
§ 2° Faculta-se ao trabalhador ser assistido pelo advogado do sindicato de
sua categoria.”
Art. 855-C - “O disposto neste Capítulo não prejudica o prazo estabelecido
no § 60 do art. 477 desta Consolidação e não afasta a aplicação da multa
prevista no § 8° art. 477 desta Consolidação.”
Art. 855-D - “No prazo de quinze dias a contar da distribuição da petição, o
juiz analisará o acordo, designará audiência se entender necessário e
proferirá sentença.”
Art. 855-E - “A petição de homologação de acordo extrajudicial suspende o
prazo prescricional da ação quanto aos direitos nela especificados.
Parágrafo único. O prazo prescricional voltará a fluir no dia útil seguinte ao
do trânsito em julgado da decisão que negar a homologação do acordo.”

- Petição conjunta = é uma petição escrita e realizada pelas duas partes,


sendo obrigatória a participação dos advogados
- Verbas rescisórias = prazo de, no máximo, 10 dias para pagamento, ainda
que haja acordo homologado
- Trabalhador = considerado como hipossuficiente
- Advogado = representará os interesses da parte
- Juiz = atua fiscalizando o acordo
- Juiz não é obrigado a aceitar o acordo, por isso o Legislador usou a palavra
“analisará”, podendo homologar ou não, pois atua como fiscal das partes, não
estando vinculado ao acordo
- MP do trabalho não intervém pois é apenas uma ação entre as partes, assim
como acontece no DC
- No DPT existem dois tipos de prescrição:
a) Total = se a lesão se dá a direito previsto em lei, fere-se direito de
indisponibilidade absoluta
b) Parcial = se a lesão se dá a direito não previsto em lei, fere-se direito de
indisponibilidade relativa e, por isso, a prescrição é parcial
- Alguns doutrinadores entendem que a decisão de não homologação do
acordo não cabe recurso
- Heterocomposição (arbitragem e jurisdição) = a solução do conflito fica
por conta de um terceiro, independentemente de aceitação das partes
inseridas na controvérsia. A decisão é obrigatória e vinculante para as partes
a) Arbitragem = algo que está fora do judiciário. Os árbitros, de forma
imparcial resolverá a lide
b) Jurisdição =

- Reforma trabalhista trouxe a permissão da arbitragem para um caso


específico
- A Lei n° 13.467/2017 (Reforma Trabalhista) acrescentou à CLT o artigo
507-A, com a seguinte redação:
“Nos contratos individuais de trabalho cuja remuneração seja superior a duas
vezes o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de
Previdência Social, poderá ser pactuada cláusula compromissória de
arbitragem, desde que por iniciativa do empregado ou mediante a sua
concordância expressa, nos termos previstos na Lei n° 9.307, de 23 de
setembro de 1996.”
- Observação 1 = Nos dissídios coletivos, a arbitragem se mostra possível em
virtude do parágrafo 2° do artigo 114 da CF
- Observação 2 = Portanto, no atual cenário se mostra possível a arbitragem
em dissídios individuais trabalhistas

ESPÉCIES DE DISSÍDIOS TRABALHISTAS


a) Dissídios individuais de trabalho: referem-se aos conflitos decorrentes das
relações individuais de trabalho, envolvendo partes determinadas, tratando
de interesses individualizados (concretos)
b) Dissídios coletivos de trabalho: referem-se aos conflitos decorrentes das
relações coletivas, os de natureza sindical e os relativos a direitos
metaindividuais (MP é um dos personagens mais importantes)
- O dissídio coletivo é possível em virtude do poder normativo conferido à
Justiça do Trabalho, busca-se obtenção de decisão a respeito de novas
normas e condições de trabalho para determinadas categorias ou sobre a
interpretação de certa norma jurídica aplicável à categoria coletivo em sentido
tradicional, são os decorrentes das relações coletivas, envolvendo um grupo
de trabalhadores, normalmente representados pelo ente sindical, e um
empregador ou grupo de empregadores representado pelo respectivo ente
sindical
- O processo coletivo trabalhista (Lei n° 7.347/85 - 'Lei da Ação Civil
Pública) tem como objetivo a resolução de questões metaindividuais,
pertinentes aos direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos (artigos
81 e seguintes do Código de Defesa do Consumidor), através da atuação dos
entes legitimados coletivos (em especial o Ministério Público do Trabalho)
- Desastre de Mariana, de Brumadinho, dos jogadores do Flamengo, entre
outros

DISSÍDIO INDIVIDUAL DISSÍDIO COLETIVO

Art. 855-B CLT.


Acordo coletivo e
MEDIAÇÃO Homologação de acordo
convenção coletiva
extrajudicial

Para trabalhadores com


remuneração de no
ARBITRAGEM mínimo 2x o teto da Possível, 114 §2° CF
previdência - Art. 507-A
CLT

- Apesar da CLT prever regras processuais próprias, elas são repletas de


vazios normativos, incompletas e muitas defasadas
- Ou seja, só buscará apoio no CPC se a CLT for omissa e se a norma do
CPC for compatível com a da CLT, ou seja, deve-se interpretá-lo para ver se
o seu conteúdo se aplica à CLT
Art. 769 CLT - “Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte
subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for
incompatível com as normas deste Título.”
Art. 15 CPC - “Na ausência de normas que regulem processos eleitorais,
trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão
aplicadas supletiva e subsidiariamente.”

QUESTÕES
01/03
FONTES DO DPT
MATERIAIS
- Consistem no momento pré-jurídico
- São os acontecimentos, os fatos reais, de ordem social, econômica ou
psicológica, os quais inspiram o Legislador a editar a norm
- Exemplo: greves dos trabalhadores resultaram na limitação de jornada,
desastres como Brumadinho e o próprio direito material, crise econômica,
pandemia, etc.
- O direito ainda têm formação, sob influência dos componentes sociais:
Economia, religião, moral, costumes, ética, pressão popular
- Muitas leis já foram alteradas por costumes e também por pressão popular

FORMAIS
- São aquelas que estão dentro do nosso ordenamento jurídico e que
impactam na resolução das lides
- Exemplos:
a) Constituição Federal = grande fonte formal que, a partir dela, irradiam
outras fontes formais

b) Leis = em sentido amplo, todo tipo de lei é fonte formal


<

- CLT = principal fonte do Direito do Trabalho, que mescla regras de


direito material com regras de direito processual
- Artigos 643 a 910 da CLT: tratam das normas de direito processual do
trabalho
- Leis que regulam determinados assuntos e microsistemas: Lei n°
5.584/70 (procedimento sumário etc.); Lei n° 7.347/85 -(Ação Civil
Pública)
- Lei n° 8.078/90 (CDC) = também serve de base para alguns assuntos
de direito processual do trabalho, por tratar da proteção de uma parte
hipossuficiente
- Lei n° 6.830/80 - execução fiscal, aplicação subsidiária em primeiro
lugar na execução trabalhista nos termos do artigo 889 da CLT. No
tocante a ordem de bens à penhora, o artigo 882 da CLT determina a
aplicação do 655 do CPC
- CPC - aplicado subsidiariamente ao processo do trabalho, nos termos
do artigo 769 da CLT
- Multas: são impostas com base na Lei de Execução Fiscal (LEF)

c) Regimes internos dos Tribunais

d) Instruções normativas (IN 39 e 41, TST) = é uma instrução de como o


TST entende a aplicação do CPC para o DPT

e) Tratados Internacionais = recomendações da OIT; regulamentações


internacionais; etc

f) Jurisprudência = interpreta a lei; adequa à realidade sócio-temporal,


orientando sua aplicação às necessidades sociais existentes em dado
momento
- Ganhou destaque com o NCPC com a valorização do precedente,
especialmente súmulas e orientação jurisprudencial. Há quem diga que
o sistema da Civil law se aproxima do common law (pós-positivismo)

g) Costumes = ao mesmo tempo que é fonte material pode se tornar uma


fonte formal, haja vista que a habitualidade desse costume possa ser
aplicado na prática
- Exemplos: apresentação de defesa escrita em audiência, protestos
anti-preclusivos, cisão da audiência (ainda vamos estudar)

h) Princípios = deixa de servir apenas para complementar lacunas, tendo


força normativa e diretiva, ocupando papel principal na solução do caso
concreto

PRINCÍPIOS
FUNÇÕES
1. Informativa
- É destinada ao legislador, inspirando-o na atividade legislativa na criação de
leis
2. Interpretativa
- É destinada ao aplicador do direito para compreensão de determinadas
normas e seu alcance
3. Normativa
- É a eficácia normativa dos princípios equiparando-os à Lei
- São os princípios positivados no sistema jurídico, com força obrigatória

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS

INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO
- Durante a resolução de uma lide, a partir do momento em que se provoca a
jurisdição, deve-se respeitar todo o devido processo legal
- A jurisdição é um princípio que incide nas relações a partir do momento em
que as partes não optam por solucionar a lide por meios extrajudiciais

CONTRADITÓRIO, AMPLA DEFESA E DEVIDO PROCESSO LEGAL


- Decorre do princípio da jurisdição
- A palavra processo, em sua terminologia, designa a uma sucessão de atos,
entretanto, no âmbito jurídico é relativa a uma sucessão de atos com a
finalidade de dar solução à uma lide, um conflito existente que será
solucionado pelo judiciário
- Devido processo legal: é o ato de respeitar todos os atos processuais, o
ritual, para garantir o acesso à justiça

MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS


- O juiz deve tomar uma decisão, sendo livre para isso (livre convicção do
magistrado), desde que motive suas decisões
- Deve explicitar o motivo pelo qual deu aquela decisão (fundamentação), para
que assim as partes possam recorrer
- A fundamentação das decisões é mais importante do que a “procedência” ou
“improcedência”

IGUALDADE
- O princípio da igualdade é um direito material
<

- É preciso dar condições (subsídios) para que se possa se equiparar os iguais


com os desiguais, sem favorecimento, apenas os equiparando
- De nada adianta falar em igualdade e não prezar por equidade: tratar os
iguais igualmente, os desiguais desigualmente, na medida de suas
desigualdades
- DPT: tutela a parte hipossuficiente (trabalhador), por isso a lei cria
ferramentas para equiparar as partes dentro de um processo, buscando a
igualdade material
- Totalmente relacionado ao ideal de justiça

CELERIDADE E EFETIVIDADE PROCESSUAL


- Celeridade = é o ato de julgar o processo de forma mais dinâmica, rápida,
uma forma de economia processual (razoabilidade na duração)
- Efetividade processual = apesar de existir a necessidade da celeridade, o
processo precisa ser julgado de forma efetiva, respeitando os ritos e a
duração mínima de cada um

RAZOÁVEL DURAÇÃO DO PROCESSO


- De todo modo existe um processo, um trâmite que deve ser seguido, não
bastando apenas tornar o processo rápido e não seguir os rigores exigidos
pela lei
- O processo tem como lógica o duplo grau de jurisdição, onde há o direito
recursal, onde os Tribunais têm a responsabilidade de dar uma “segunda
opinião”, e se necessário passar para outras instâncias, a fim de esgotar
todos os recursos, direcionando ao trânsito em julgado

IMPARCIALIDADE DO JUIZ
- A imparcialidade é extremamente necessária para que o juiz tenha
competência para analisar a lide
- Caso o juiz seja parcial, deve ser afastado da causa, sob pena de quebrar
toda lógica do sistema
- A decisão deve ser totalmente imparcial, levando em conta que nunca será
100% imparcial, pois cada juiz pode ter seu próprio entendimento, desde que
de acordo com a lei e fundamentando suas decisões
DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO
- É considerado um princípio implícito, pois a partir do momento em que a
CF coloca a existência dos tribunais em seu texto, surge o direito das partes
de acessarem esses tribunais
,

- A lei deve dizer explicitamente quando não cabe recurso, pois, em regra, a
decisão proferida pelo juiz de 1° grau é passível de recurso

PRINCÍPIOS NCPC - NORMAS FUNDAMENTAIS


- Artigos 19 a 12:

INÉRCIA DA JURISDIÇÃO - Art. 2º


- Garante a lisura do processo
- Proíbe o juiz de iniciar de ofício um processo, condicionando ele à
provocação das partes
- Juiz como figura imparcial + Jurisdição como figura inerte

DIREITO DE AÇÃO - Art. 3º


- Decorre do princípio da inércia da jurisdição
- É o direito de ação que inicia todo o processo
- Artigo 5°, inciso XXXV, da CF: permitida a conciliação, a mediação e a
arbitragem para a solução consensual dos conflitos (modelo multiportas de
solução de litígios)
“A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a
direito”

CELERIDADE E ADEQUADA RESOLUÇÃO DE CONFLITOS - Art. 4°


- Artigo 5°, inciso LXXVIII, da CF
“A todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável
duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua
tramitação.“
- Deve-se ter celeridade no processo, se possível, porém sempre respeitando
a adequada resolução dos conflitos
- O juiz que atropela o procedimento comete erro processual e gera a nulidade
do processo, sendo obrigado a refazê-lo

BOA-FÉ - Art. 5°
- Não se deve agir com má-fé: criando provas inverídicas, fazendo recursos
meramente protelatórios, trazendo falso testemunho
- É agir dentro da regra do jogo (jogo limpo)
COOPERAÇÃO PARA ATINGIR DECISÃO DE MÉRITO JUSTA E EFETIVA
- Art. 6°
- É fundamental a busca pela decisão de mérito, pois de nada adianta o juiz
resolver o processo sem a resolução do mesmo
- Busca evitar decisões que apenas protelam a solução do processo, sem
julgamento do mérito, não resolvem a lide

CONTRADITÓRIO EFETIVO E SUBSTANCIAL - Art. 7° e 9°


- Um dos princípios mais importantes, pois o contraditório deve dar
oportunidade à parte de se defender, de modo efetivo
- Exemplo: justiça gratuita, Defensoria Pública
- Não basta apenas que o Estado dê o direito de defesa, mas também
proporcionar uma forma para que isso ocorra, como fornecer a justiça gratuita
nos casos em que a lei permite

CARÁTER SOCIOLÓGICO E TELEOLÓGICO DAS DECISÕES - Art. 8°


- Alerta o juiz para que ele, no momento de tomar sua decisão, atenda aos
requisitos de proporcionalidade, razoabilidade, legalidade, publicidade e
eficiência
- As decisões devem ter como base um caráter sociológico e teleológico, com
promoção da dignidade humana
,

- Tudo visando à solução efetiva da lide

CONTRADITÓRIO EFETIVO - Art. 10°


- Desdobramento do contraditório efetivo, vedado ao juiz decidir com base em
fundamento não cogitado no processo

PUBLICIDADE - Art. 11°


- Artigo 93, inciso IX, da CF
“Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei
limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus
advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito
à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à
informação“

08/03
ORDEM CRONOLÓGICA - Art 12°
- As decisões deverão ser proferidas conforme a ordem cronológica de
conclusão
- Artigo 2º: dispositivo ou inércia da jurisdição
- Artigo 3°: direito de ação (artigo 5°, inciso XXXV, da CF), permitida a
conciliação, a mediação e a arbitragem para a solução consensual dos
conflitos (modelo multiportas de solução de litígios)
“A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a
direito”
- Artigo 4: celeridade e adequada resolução dos conflitos (artigo 5°, inciso
LXXVIII, da CF)
“A todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável
duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua
tramitação.”
- Artigo 5°: princípio da boa-fé
- Artigo 6°: princípio da cooperação para atingir decisão de mérito justa e
efetiva
- Artigo 7° e 9°: contraditório efetivo e substancial
- Artigo 8°: caráter sociológico e teleológico da decisão judicial, com
promoção da dignidade humana proporcionalidade, razoabilidade, legalidade,
publicidade e eficiência
- Artigo 10: desdobramento do contraditório efetivo, vedado ao juiz decidir
com base em fundamento não cogitado no processo
- Artigo 11: publicidade
Art. 93, IX da CF - “todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário
serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade,
podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e
a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação
do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse
público à informação”
- Artigo 12: decisões deverão ser proferidas conforme a ordem cronológica de
conclusão

OUTROS PRINCÍPIOS
PRINCÍPIO DO IMPULSO OFICIAL
- Uma vez provocada a jurisdição (proposta a lide), ela caminha de maneira
natural, sozinha, ou seja, até sua resolução

PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE
- O processo não tem o fim em si mesmo, ou seja, ele é um veículo,
instrumento, caminho para a resolução da lide
- Por isso não deve se apegar apenas às formalidades do processo, pois seu
fim é a resolução da lide, logo, deve-se fazer um aproveitamento dos atos
processuais
- Exemplo: empregado entrou com ação na vara trabalhista contra a empresa
mas, quando o juiz sentou para dar a sentença, percebeu que teria um
problema, a parte autora não tinha juntado a procuração no processo. Como
o processo é só um instrumento, o juiz não vai extinguir o processo sem
julgamento do mérito, apenas intima a parte autora para que resolva essa
questão

PRINCÍPIO DA IMPUGNAÇÃO ESPECIFICADA


- Processo é formado por: Tese + Antítese + Conclusão
- Tese = petição inicial
- Antítese = contestação
- A defesa deve ser feita de forma especificada, rebatendo ponto por ponto
- Fato controverso não se prova
- Nosso sistema não permite defesa por negativa geral
- Exceção: hipótese em que o réu foi citado por edital em local incerto e não
sabido, o qual terá sua defesa feita por um advogado nomeado, que nem
sequer entrevistou o cliente, fazendo então sua defesa por negativa geral

PRINCÍPIO DA EVENTUALIDADE
- Resguarda a necessidade de que todos os meios de defesa sejam utilizados
na prática, ainda que, teoricamente, se pareçam contraditórias
- É tentar esgotar todas as formas de defesa possíveis, para conseguir chegar
em uma solução menos ruim para o cliente
- Exemplo: em uma ação que exige danos morais, o advogado da parte
acusada argumenta com o juiz que não houve danos morais mas que, se
ainda assim o juiz entender que houve, pelo menos diminua pela metade o
valor da indenização a ser paga

PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA DECISÃO DE MÉRITO


- Muito próximo à instrumentalidade
- Não se apegar a questões meramente formais e burocráticos
- O processo requer formalidade, é um ato solene, mas eventuais desvios
podem acontecer, portanto o dever do juiz é “desviar” desses problemas e
buscar a solução de mérito, a solução da lide, que é o grande objetivo do
processo

PRINCÍPIOS PROCESSUAIS TRABALHISTAS


- Princípios exclusivos do DT, básicos do DPT

JUS POSTULANDI
- Na justiça trabalhista empregado e empregador podem atuar sem
necessidade de advogado (artigo 791 da CLT), no dissídio individual e no
coletivo, perante a Vara do Trabalho e TRT
“Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente
perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o
final.”
- Exceções - súmula 425 do TST:
a) Ações Cautelares = não se aplicam mais (caiu em desuso)
b) Mandados de segurança =
c) Ação rescisória = objetiva afastar a coisa julgada - súmula diz que essa
ação rescisória só pode ser manejada por advogado
d) Recursos de competência do TST = redundância, pois se é recurso para
TST só advogado pode fazer
- Ou seja, a súmula determina que as partes podem atuar sozinhas em 1º e 2º
instância. Porém, caso queiram subir para o TST (Tribunal Superior do
Trabalho), devem buscar um advogado
- O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às
Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a
ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de
competência do Tribunal Superior do Trabalho
- Observação = com o PJE fica cada vez mais raro, mas é assegurado
procurar o diretor da VT para redigir
- Súmula 425 do TST: JUS POSTULANDI NA JUSTIÇA DO TRABALHO.
ALCANCE. Res. 165/2010, DEJT divulgado em 30.04.2010 e 03 e
04.05.2010

ORALIDADE
- Audiência, reclamação verbal, defesa oral em 20 minutos (artigo 847 da
CLT), razões finais orais em 10 minutos (artigo 850 da CLT)
- Audiência: é uma concentração dos principais atos processuais, onde as
coisas mais importantes e relevantes acontecem, estando presente a figura
da oralidade
- Reclamação trabalhista: a Lei concede a oportunidade de que a parte
compareça na justiça e realize uma reclamação trabalhista de forma verbal
(não escrita)
- Defesa oral na audiência: o juiz concede à parte o direito de fazer sua
própria defesa oral na audiência, em 20 minutos
- Razões finais orais: é uma peça feita no final, após terminada toda fase
introdutória do processo, onde o juiz determina 10 minutos para os
advogados pontuar suas alegações finais, de forma oral, que servem para
finalizar o processo (espécie de resumo final para conclusão)
- Depois das alegações finais, o juiz já pode proferir a sentença

PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO
- Visa colocar as partes em patamar de igualdade, ao dar tratamento mais
protetivo ao empregado, devido a disparidade entre as partes
- Exemplo = Inversão do ônus da prova, isenção de custas e do depósito
recursal, AJG, execução de ofício (até a reforma trabalhista, hoje há
controvérsias)
<

- Inversão do ônus da prova: em regra, quem acusa é que tem a obrigação


(ônus) de provar. Porém, o caso da justiça trabalhista, por lidar com a parte
hipossuficiente que é o trabalhador, faz a inversão dessa regra, onde o
empregador deve provar que são inverídicas as acusações feitas pelo
empregado
- Isenção de custas: em regra, para facilitar o acesso a justiça, o empregado
consegue se isentar das custas processuais quando busca o auxílio da
justiça trabalhista. Para isso, deve-se fazer uma declaração de pobreza e se
encaixar nos requisitos objetivos da lei (40% do teto da previdência)
- Assistência judiciária gratuita: é não pagar nem mesmo o advogado.
Representada pelo órgão nomeado Defensoria Pública. Comum de acontecer
com os sindicatos, onde o valor do advogado é pago pela parte contrária
- Execução de ofício: atualmente, uma corrente majoritária da doutrina
entende que isso não existe mais. Antes da reforma de 2017, o cumprimento
de sentença começava de forma imediata, mas com a reforma o
cumprimento de sentença deve começar por iniciativa da parte, existindo
inclusive a figura da prescrição intercorrente (perda do direito de ação pela
inércia)

PRINCÍPIOS PROCESSUAIS MAIS ABALADOS PELA


REFORMA
INFORMALIDADE
- Observação da Profa. Vólia: processo do Trabalho era o carioca de chinelo
(flexível) e o Processo Civil vivia de smoking (formal). Agora ambos estão de
terno, mas o Processo do Trabalho de terno sem marca e o Processo Civil de
Armani
- Crítica: enquanto o direito processual civil foi mais caracterizado pela parte
principiológica, o processo do trabalho foi se afastando disso, já que a
reforma trabalhista foi mais empresarial, cuidando de aspectos mais formais
- Mesmo havendo essa informalidade, ainda existe todo um caminho a ser
percorrido
- Audiência: é um processo mais informal
- O Direito Processual do Trabalho tem a necessidade de ser mais informal
porque, muitas vezes, a prova documental em si não é a mais verídica,
podendo ser contestada inclusive por uma prova testemunhal
- Ser informal não implica em não ser técnica

CONCILIAÇÃO
- Artigos 846 e 850 da CLT (vide artigo 334 do NCPC)
- A conciliação é bem vinda a qualquer momento, ou seja, não exige-se um
momento específico para que possa acontecer, podendo ser utilizada até
mesmo após o trânsito em julgado
- A tentativa de conciliação no processo do trabalho é obrigatória em 02
momentos:
a) Na abertura da audiência (art. 846 CLT) = acontece porque as provas
ainda não foram produzidas, ou seja, há uma incerteza quanto ao decorrer
do processo (não está maduro ainda) - negociação maior
b) Após término da instrução e razões finais pelas partes (art. 850 CLT) =
todas as provas já foram produzidas e tem-se uma prévia visão da decisão
final do processo, então a parte (geralmente a prejudicada) vai tentar uma
negociação, para não sair com tanta desvantagem
- A ausência da primeira tentativa (na abertura), não gera nulidade se suprida
pela segunda (no término da instrução)

15/03
IRRECORRIBILIDADE DAS DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS
- Artigo 893, parágrafo 1°, da CLT, artigo 203, par. 2°, do NCPC, e Súmula 214
do TST
- O princípio trata de uma suposta irrecorribilidade
- Porém, essa irrecorribilidade não é definitiva, mas sim provisória: o que há é
uma postergação
- Conceito: decisão interlocutória é o ato pelo qual o juiz decide questões
incidentais sem colocar fim ao processo, ou seja, ele não decide a questão
de mérito, mas sim um incidente processual
- Apesar de não resolverem a questão de mérito, impactam na resolução da
lide (no processo)
- Observação: essa regra não se aplica ao processo civil, apenas ao DT
Exemplo 1: A parte pede uma tutela de urgência, então o juiz dá uma
decisão interlocutória para decidir se concede a tutela de urgência ou
indefere o pedido (2 caminhos). Nesse caso, o juiz não julga o mérito, mas
apenas um incidente do processo, pois a parte não foi citada. Nesse caso, a
parte entraria com um mandado de segurança (questão de urgência)
Exemplo 2: O autor pede uma perícia para adicional de insalubridade ou a
juntada de documentos. O juiz terá que dar uma decisão se defere ou
indefere o pedido da perícia, sendo essa uma decisão interlocutória escrita, e
só julga um incidente.
Exemplo 3: Em uma audiência, o juiz indefere a oitiva de uma testemunha.
Isso tem impacto no processo e é uma decisão interlocutória, pois não decide
mérito, apenas incidente. O mesmo se aplicaria no caso em que o juiz
indefere a realização de uma pergunta a uma testemunha do processo.

- Ou seja, assim que o juiz dá a decisão interlocutória, a parte não pode


recorrer imediatamente caso não concorde com a mesma
- Decisões interlocutórias não são recorríveis de imediato: só é permitida
sua apreciação no recurso da decisão definitiva, ou seja, só podem ser
impugnadas após a sentença
- Desse princípio decorreu o uso do “protesto antipreclusivo” em audiência,
que é um costume na Justiça do Trabalho, uma vez que não é possível
recorrer imediatamente
- Protesto antipreclusivo = acontece todas as vezes que forem decisões
orais e é quando o advogado da parte reclamante não concorda com a
decisão interlocutória do juiz, contestando-a. Isso será redigido na ata de
audiência
<,

- Uma vez não protestado (não usado com o protesto antipreclusivo), ocorre a
preclusão, que considera como um aceite tácito da decisão
- Erro quanto à decisão interlocutória: se houver um erro quanto à decisão
interlocutória, o Tribunal anula a sentença, acolhendo o agravo de
instrumento, e devolve o processo para a 1º instância, para que o juiz corrija
o erro
- Agravo de instrumento = recurso que se entra no tribunal e suspende o
andamento do processo até que se resolva sobre seu conteúdo
- Decisão urgente: quando for uma decisão interlocutória que tenha como
natureza o aspecto de urgência, como não há recurso específico na lei, há o
entendimento jurisprudencial de que se aplica o mandado de segurança (Lei
1216). Esse mandado será julgado pelo Tribunal, que está hierarquicamente
acima do juiz
- Súmula nº 214 do TST : “Salvo quando terminativas do feito na Justiça do
Trabalho, as decisões interlocutórias não são recorríveis de imediato,
podendo ser impugnadas quando da interposição de recurso contra a decisão
definitiva.”
- DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. IRRECORRIBILIDADE (nova redação) -
Res. 127/2005, DJ 14, 15 e 16.03.2005
- Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões
interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de
decisão:
a) De Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação
Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho
b) Suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal
c) Que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos
para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo
excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT

- Exceções = O TST, através da Súmula n° 214, excepciona tal princípio ao


autorizar recurso imediato contra decisão interlocutória nas seguintes
hipóteses:
a) De decisão interlocutória do TRT contra súmula ou OJ do TST (decisão
monocrática – Rec) - COLEGIADO
b) De decisão interlocutória suscetível de impugnação mediante recurso para
o mesmo Tribunal (1021, CPC – Ag Interno e; TRT)
<,

c) De decisão interlocutória que acolhe a exceção de incompetência territorial


com a remessa dos autos para TRT diverso ao qual o juiz excepcionado
está vinculado
- Em decorrência de tal princípio não cabe agravo de instrumento como
ocorre na Justiça Comum. ESQUEÇAM O ART. 1015 DO CPC!! - não
existe esse artigo na prática processual do DT

BUSCA DA VERDADE REAL


Artigo 765 da CLT - “Dispõe que o Juiz tem ampla liberdade na direção do
processo para andamento célere da ação, podendo determinar qualquer
diligência necessária para o esclarecimento da lide, independentemente de
requerimento das partes.”
- O processo é o momento em que se deve buscar o maior número de provas
possíveis para se achar a verdade
- Quem pode produzir provas:
a) Vara do trabalho (1º instância)
b) Tribunais regionais (2º instância)
- Tribunais superiores: TST e STF não são 3º instância e não produzem
prova
- Independentemente de requerimento das partes, o juiz pode buscar a prova
que quiser, desde que justifique o motivo da solicitação da prova que as
partes não pediram
EFICÁCIA DA LEI PROCESSUAL NO TEMPO E NO
ESPAÇO
- “Tempus regit actum” = tempo rege o ato, eficácia imediata
- A lógica do direito processual difere da lógica do direito material: no direito
material aplica-se a regra do que acontece no momento, não podendo
retroagir a lei. Já na lei processual, se ela muda hoje, tem a capacidade de
afetar um processo de anos antes
- A lei processual tem eficácia imediata, aplicando-se aos atos processuais
ainda não praticados ou não consumados sob a vigência da lei antiga
- Prevalece também a irretroatividade da lei
- Tem previsão legal nos artigos 912 e 915 da CLT e artigo 1.046 do NCPC
- Princípio da territorialidade: aplica-se a lei processual brasileira em todo
território nacional, independentemente de ser a pessoa nacional ou
estrangeira
- Exemplo = João trabalha em uma empresa nacional, com filial no Uruguai. Se
for entrar com uma ação trabalhista, ainda que esteja na sede de Uruguai,
será aplicada a norma trabalhista do Brasil, pois João está vinculado à
empresa nacional, consequentemente é subordinado às normas trabalhistas
do nosso país.
22/03

Organização da Justiça do Trabalho


Os órgãos da JT se espalham por todo o território nacional, com a existência de 24
Tribunais Regionais do Trabalho e diversas Varas do Trabalho
No 1° grau de jurisdição (primeira instância) da JT não existem órgãos ou Varas
especializadas, como ocorre na Justiça Comum (Família, Sucessões, Criminal,
Cível, Fazenda Pública etc.). Todas as Varas do Trabalho julgam as mesmas
matérias. Isso porque a JT já é uma Justiça Especializada
Os Tribunais têm sido criados por regiões e não por Estados, como ocorre na
Justiça Comum Estadual. São 24 Regiões, na maioria coincidentes com o espaço
geográfico atinente à unidade federada em questão, uma para cada Estado, salvo
exceções de alguns
Existem hoje 24 TRTs

TRTs que não se limitam à divisão territorial de Estado:


8ª Região (Pará e Amapá),
10ª Região (Distrito Federal e Tocantins),
11ª Região (Amazonas e Roraima),
14ª Região (Rondônia e Acre).
O Estado de São Paulo é dividido em duas regiões, o TRT da 2ª Região (São Paulo,
Grande São Paulo e grande parte do litoral da Baixada Santista) e o TRT da 15ª
Região, com sede em Campinas, com competência para atuação no restante do
Estado
Os Tribunais Regionais do Trabalho, criados por Regiões, nos termos do artigo 115
da CF, compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na
respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros, com
mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos. A ampliação varia de acordo com
a necessidade
O art. 115, I, do respectivo artigo prevê que 1/5 (um quinto) dos componentes do
TRT devem ser advogados e membros do Ministério Público do Trabalho. Assim,
todo TRT será composto por 20% de advogados e membros do MP.
Os Tribunais Regionais do Trabalho, criados por Regiões, nos termos do artigo 115
da CF, compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na
respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros, com
mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos. A ampliação varia de acordo com
a necessidade
O art. 115, I, do respectivo artigo prevê que 1/5 (um quinto) dos componentes do
TRT devem ser advogados e membros do Ministério Público do Trabalho. Assim,
todo TRT será composto por 20% de advogados e membros do MP.
Apesar de na Constituição Federal constar que os TRTs serão compostos por
juízes, os TRTs através de normatização interna, têm adotado a denominação de
Desembargador Federal do Trabalho para o cargo de juiz de segundo grau, ou seja,
dos Tribunais Regionais do Trabalho

Em relação à fixação do número de juízes no TRT, a EC 45/04 fixou no inciso XIII do


art. 93 CF que o número de juízes na Unidade Jurisdicional será proporcional à
efetiva demanda judicial e a respectiva população
Tribunal Superior do Trabalho (TST)
Sede na Capital Federal e jurisdição em todo território nacional, composto por 27
Ministros (Artigo 111-A da CF). A nomeação dos ministros é feita pelo Presidente da
República após aprovação pelo Senado Federal. O inciso I deste artigo impõe que
1/5 (um quinto) dos Ministros do TST deverão ser advogados e membros do
Ministério Público do Trabalho. Os demais membros serão Juízes (ou
Desembargadores) dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da Magistratura
da carreira, indicados pelo próprio TST. Assim, em suma, possui 27 membros,
compostos por: 03 advogados, 03 membros do ministério público do trabalho e 21
desembargadores dos TRTs
O TST tem a seguinte formação:

PLENO – composto por 27 Ministros


ÓRGÃO ESPECIAL – composta por 14 Ministros
SDC – composta por 09 Ministros
SBDI-I – composta por 14 Ministros
SBDI-II – composta por 10 Ministros
08 (oito) TURMAS compostas por 03 Ministros cada uma
E se não existir VT na localidade?

As reclamações serão propostas perante a Justiça Estadual. Em sede de 2° grau de


jurisdição a apreciação competirá ao TRT da região abrangida
Art. 654, CLT: Ingresso de juízes
As Varas possuem uma Secretaria e não cartório. Outrossim, o responsável pela
Secretaria é o Diretor de Secretaria e não escrivão

Juízes de Direito investidos na competência trabalhista


Na ausência de Vara do Trabalho, a competência será exercida pelo Juiz de Direito
local (Juiz Estadual)
O STJ na Súmula 10 entende que instalada a Vara do Trabalho, cessa a
competência do Juiz de Direito em matéria trabalhista, inclusive para a execução
das sentenças por estes proferidas. A CLT dispõe sobre o tema nos artigos 668 e
669
A competência do Juiz de Direito é a mesma da vara, sendo que se houver mais de
um Juiz de Direito, a competência será determinada por distribuição ou pela divisão
judiciária local, conforme a lei da organização respectiva

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