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1.1. PROTECIONISTA
Princípio Protecionista tem por finalidade igualar juridicamente empregado e empregador, em
decorrência da hipossuficiência ostentada pelo trabalhador. Princípio protecionista ou princípio da
proteção é um princípio de direito que visa a proteção da parte considerada hipossuficiente.
Profundamente relacionado com o fim a que se propõe o Direito do Trabalho, para os
doutrinadores, como por exemplo, Eduardo Couture, é considerado como o princípio primeiro e
fundamental.
“Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições
por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente,
prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia.”
1.2. GRATUIDADE
“Art. 790. Nas Varas do Trabalho, nos Juízos de Direito, nos Tribunais e no Tribunal Superior do
Trabalho, a forma de pagamento das custas e emolumentos obedecerá às instruções que serão
expedidas pelo Tribunal Superior do Trabalho.
§ 4o O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar insuficiência de
recursos para o pagamento das custas do processo.”
É bem de ver que o princípio da celeridade encontra abrigo expresso no art. 765 da CLT, segundo
o qual os Juízes e os Tribunais do Trabalho terão ampla liberdade na direção do processo e
velarão pelo andamento rápido das causas
1.5. ORALIDADE
“Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal.
§ 2o Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias datadas e assinadas pelo
escrivão ou secretário, observado, no que couber, o disposto no § 1o deste artigo.”
“Art. 847 - Não havendo acordo, o reclamado terá vinte minutos para aduzir sua defesa, após a
leitura da reclamação, quando esta não for dispensada por ambas as partes.”
No processo civil, estava previsto nos arts. 331 e 450 do CPC/73 e reaparece nos arts. 334, 357 e
358 do CPC. No que concerne ao processo do trabalho, o princípio da concentração está explícito
nos arts. 849 e 852-C da CLT, in verbis:
“Art. 849. A audiência de julgamento será contínua; mas se não for possível, por motivo de força
maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz ou presidente marcará a sua continuação para a primeira
desimpedida, independentemente de nova notificação”.
“Art. 852-C. As demandas sujeitas a rito sumaríssimo serão instruídas e julgadas em audiência
única, sob a direção de juiz presidente ou substituto, que poderá ser convocado para atuar
simultaneamente com o titular”.
O art. 899 da CLT consagra expressamente que os recursos serão interpostos por simples
petição, isto é, sem os formalismos extremos exigidos nos recursos de natureza extraordinária.
Embora haja divergência sobre a singularidade deste princípio no sítio do direito processual do
trabalho, parece-nos inegável que ele é aplicado com maior ênfase neste setor da
processualística do que no processo civil.
Corrobora tal assertiva o disposto no art. 765 da CLT, que confere aos Juízos e Tribunais do
Trabalho ampla liberdade na direção do processo. Para tanto, os magistrados do trabalho “velarão
pelo andamento rápido das causas, podendo determinar qualquer diligência necessária ao
esclarecimento delas”.
É claro que as normas de direito processual de qualquer ramo são, em regra, de natureza
absoluta e de ordem pública, mas nos sítios do processo do trabalho a indisponibilidade do direito
processual assume importância mais enfática, tendo em vista a inferioridade econômica do
trabalhador destinatário, em regra, de créditos de natureza alimentícia como um dos sujeitos da
relação jurídica processual.
1.10. DA CONCILIAÇÃO
“Art. 764. Os dissídios individuais ou coletivos submetidos à apreciação da Justiça do Trabalho
serão sempre sujeitos à conciliação.
§ 1- Para os efeitos deste artigo, os juízes e Tribunais do Trabalho empregarão sempre os seus
bons ofícios e persuasão no sentido de uma solução conciliatória dos conflitos.
§ 2- Não havendo acordo, o juízo conciliatório converter-se-á obrigatoriamente em arbitral,
proferindo decisão na forma prescrita neste Título.
§ 3- É lícito às partes celebrar acordo que ponha termo ao processo, ainda mesmo depois de
encerrado o juízo conciliatório.”
No mesmo sentido, o art. 831 da CLT estabelece uma condição intrínseca para a validade da
sentença trabalhista, ao determinar que ela somente “será proferida depois de rejeitada pelas
partes a proposta de conciliação”
Essa função especial (competência) conferida aos tribunais trabalhistas é autorizada pelo art. 114,
§ 2-, da CF, segundo o qual:
O princípio da normatização coletiva não é absoluto, pois encontra limites na própria Constituição,
nas leis de ordem pública de proteção ao trabalhador (CF, art. 7°; CLT, arts. 8- e 444) e nas
cláusulas (normas) anteriores previstas em convenções e acordos coletivos que disponham sobre
condições mínimas de determinada categoria profissional (CF, art. 7-, XXVI).
“Art. 769 - Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito
processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste Título.” CLT
- > CPC
“Art. 889 - Aos trâmites e incidentes do processo da execução são aplicáveis, naquilo em que não
contravierem ao presente Título, os preceitos que regem o processo dos executivos fiscais para a
cobrança judicial da dívida ativa da Fazenda Pública Federal.” CLT -> Lei do Executivo Fiscal
6.860/80
“Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos,
as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente.” CPC
Pode-se dizer, portanto, que o jus postulandi, no processo do trabalho, é a capacidade conferida
por lei às partes, como sujeitos da relação de emprego, para postularem diretamente em juízo,
sem necessidade de serem representadas por advogado.
O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos
Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado
de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho.
4. ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA
Com o advento da Emenda Constitucional n. 24, de 9 de dezembro de 1999, que extinguiu a
representação classista, a organização e a composição dos órgãos da Justiça do Trabalho
passaram por uma considerável transformação. Assim, a Justiça do Trabalho passou a ser
integrada pelos seguintes órgãos:
Emenda Constitucional nº 45/2004 instituiu o princípio que veio permitir aos tribunais de Justiça
dos Estados disporem em resolução, pela maioria absoluta de seus membros, sobre a divisão e a
organização judiciárias, cuja alteração, entretanto, só pode ser feita de cinco em cinco anos
(ampliou a competência material da Justiça do Trabalho).
CLT “Art. 650 - A jurisdição de cada Junta de Conciliação e Julgamento abrange todo o território
da Comarca em que tem sede, só podendo ser estendida ou restringida por lei federal.
Parágrafo único. As leis locais de Organização Judiciária não influirão sobre a competência de
Juntas de Conciliação e Julgamento já criadas até que lei federal assim determine.
Art. 651 - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada pela localidade
onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha
sido contratado noutro local ou no estrangeiro.
§ 1º - Quando for parte de dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da Junta da
localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e,
na falta, será competente a Junta da localização em que o empregado tenha domicílio ou a
localidade mais próxima.
Não cabe declaração de ofício de incompetência territorial no caso do uso, pelo trabalhador, da
faculdade prevista no art. 651, § 3º, da CLT. Nessa hipótese, resolve-se o conflito pelo
reconhecimento da competência do juízo do local onde a ação foi proposta
Foro de Eleição: CC “Art. 78. Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar
domicílio onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes.”
KOMPETENZKOMPETENZ
Competência mínima, residual ou atômica. É o instituto pelo qual todo juiz tem competência para
analisar sua própria competência, de forma que nenhum juiz é totalmente incompetente, pois ao
verificar sua incompetência - absoluta - tem competência para reconhecê-la.
7. ELEMENTOS DA AÇÃO
Para que a ação possa existir validamente é preciso que reúna alguns elementos sem os quais
não haverá uma adequada relação jurídica processual entre o Estado-juiz e aquele que invoca a
prestação jurisdicional.
7.1. PARTES
As partes são as pessoas ou entes que se dizem titulares (ou “representantes” dos titulares) dos
direitos ou interesses materiais deduzidos em juízo, geralmente, coincidindo a titularidade material
com a processual.
As partes são os elementos subjetivos da ação, isto é, dizem respeito àqueles que figuram nos
pólos ativo e passivo da relação jurídica processual. Alguns autores preferem chamar as partes de
sujeitos. Daí a expressão “sujeitos da ação”.
Art. 2º A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo,
desde a concepção, os direitos do nascituro.” - Código Civil
"Art. 402. Considera-se menor para os efeitos desta Consolidação o trabalhador de quatorze até
dezoito anos." - CLT
"Art. 403. É proibido qualquer trabalho a menores de dezesseis anos de idade, salvo na condição
de aprendiz, a partir dos quatorze anos." - CLT
“Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade.” - CPC/15
8. CAPACIDADE POSTULATÓRIA
“Art. 791 - Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça
do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final.
§ 3o A constituição de procurador com poderes para o foro em geral poderá ser efetivada,
mediante simples registro em ata de audiência, a requerimento verbal do advogado interessado,
com anuência da parte representada.” - CLT
9. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA
Nos termos do art. 14 da Lei n. 5.584, de 26 de junho de 1970, na Justiça do Trabalho, a
Assistência Judiciária a que se refere a Lei n. 1.060, de 5 de fevereiro de 1950, será prestada pelo
Sindicato da categoria profissional a que pertencer o trabalhador.
Com a Reforma Trabalhista, agora é devido honorários de sucumbência, o que intimida alguns
trabalhadores a entrarem com ações trabalhistas.
“Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de
sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por
cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não
sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.”
A sucessão processual da parte, quando esta é pessoa física, ocorre com a morte. Assim,
falecendo empregado ou empregador durante o processo, serão substituídos pelo espólio, que é,
segundo já vimos, representado pelo inventariante. Nestes casos, opera-se o incidente processual
da habilitação, devendo o juiz determinar a suspensão do feito e proferir decisão.
É de se destacar, porém, que a morte do empregador pessoa física (ou constituído em empresa
individual) não implica, necessariamente, a extinção do contrato de trabalho (CLT, art. 483, § 2°),
mas, se a morte ocorrer no curso do processo, deverá o juiz intimar o espólio, como sucessor da
parte, que passará a ser representado pelo inventariante.
“Art. 10 - Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos adquiridos
por seus empregados.” - CLT
“Art.195 § 2º - Argüida em juízo insalubridade ou periculosidade, seja por empregado, seja por
Sindicato em favor de grupo de associado, o juiz designará perito habilitado na forma deste
artigo, e, onde não houver, requisitará perícia ao órgão competente do Ministério do Trabalho.” -
CLT
Ocorre a distribuição quando dois ou mais juízes da mesma categoria e localidade são igualmente
competentes para processar e julgar a demanda. Trata-se da competência cumulativa que, pela
distribuição, a lei visa evitar. Todos os processos estão sujeitos a registro, devendo ser
distribuídos onde houver mais de um juiz competente, de maneira alternada, obedecendo à
rigorosa igualdade em consonância com o princípio do juiz natural.
13. CITAÇÃO
Citação é o chamamento do réu a juízo, para defender-se no processo.
Parágrafo único. A citação será efetivada em até 45 (quarenta e cinco) dias a partir da propositura
da ação.” - CPP
FORMAS DE CITAÇÃO:
“Art. 246. A citação será feita preferencialmente por meio eletrônico, no prazo de até 2 (dois) dias
úteis, contado da decisão que a determinar, por meio dos endereços eletrônicos indicados pelo
citando no banco de dados do Poder Judiciário, conforme regulamento do Conselho Nacional de
Justiça.” - CPP
A antiga lei falava em: Postal (AR), meio eletrônico, oficial de justiça, edital, hora certa, carta
precatória/rogatória.
§ 1o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo, a qualificação das partes,
a breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado
e com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante.
[...]
§ 3o Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1o deste artigo serão julgados extintos sem
resolução do mérito.” - CLT
MODALIDADES DO PEDIDO:
a) CERTO: “Art. 322. O pedido deve ser certo. § 1º Compreendem-se no principal os juros
legais, a correção monetária e as verbas de sucumbência, inclusive os honorários
advocatícios.” - CPP
b) DETERMINADO: “Art. 324. O pedido deve ser determinado. § 1º É lícito, porém, formular
pedido genérico.” - CPP
RITOS/PROCEDIMENTOS
a) SUMÁRIO: até 2 salários mínimo
b) SUMARÍSSIMO: até 40 salários mínimos
c) ORDINÁRIO: acima de 40 salários mínimos
15. AUDIÊNCIA
A audiência consiste no ato praticado sob a presidência do juiz a fim de ouvir ou de atender às
alegações das partes.
“Art. 813 - As audiências dos órgãos da Justiça do Trabalho serão públicas e realizar-se-ão na
sede do Juízo ou Tribunal em dias úteis previamente fixados, entre 8 (oito) e 18 (dezoito) horas,
não podendo ultrapassar 5 (cinco) horas seguidas, salvo quando houver matéria urgente.” - CLT
“Art. 816 - O juiz ou presidente manterá a ordem nas audiências, podendo mandar retirar do
recinto os assistentes que a perturbarem.” - CLT
PRESENÇAS:
“Art. 843 - Na audiência de julgamento deverão estar presentes o reclamante e o reclamado,
independentemente do comparecimento de seus representantes, salvo, nos casos de
Reclamatórias Plúrimas ou Ações de Cumprimento, quando os empregados poderão fazer-se
representar pelo Sindicato de sua categoria “ - CLT
AUSÊNCIAS:
“Art. 844 - O não-comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da
reclamação, e o não-comparecimento do reclamado importa revelia, além de confissão quanto à
matéria de fato.” - CLT
Súmula 122/TST - “A reclamada, ausente à audiência em que deveria apresentar defesa, é revel,
ainda que presente seu advogado munido de procuração, podendo ser ilidida a revelia mediante a
apresentação de atestado médico, que deverá declarar, expressamente, a impossibilidade de
locomoção do empregador ou do seu preposto no dia da audiência”.
Art. 829 - A testemunha que for parente até o terceiro grau civil, amigo íntimo ou inimigo de
qualquer das partes, não prestará compromisso, e seu depoimento valerá como simples
informação.
Art. 847 - Não havendo acordo, o reclamado terá vinte minutos para aduzir sua defesa, após a
leitura da reclamação, quando esta não for dispensada por ambas as partes.
Art. 850 - Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais, em prazo não excedente
de 10 (dez) minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou presidente renovará a proposta de
conciliação, e não se realizando esta, será proferida a decisão.
Parágrafo único - O Presidente da Junta, após propor a solução do dissídio, tomará os votos dos
vogais e, havendo divergência entre estes, poderá desempatar ou proferir decisão que melhor
atenda ao cumprimento da lei e ao justo equilíbrio entre os votos divergentes e ao interesse
social.” - CLT
16.1. EXCEÇÃO
Exceção é uma defesa contra defeitos, irregularidades, ou vícios do processo, que impedem seu
desenvolvimento normal, não se discutindo o mérito da questão.
São três as modalidades de exceção: a) suspeição; b) incompetência; e) impedimento.
Por exemplo, é considerado suspeito o juiz que tem relação de proximidade com participante da
ação judicial sob sua jurisdição, seja por amizade ou inimizade, por tê-las aconselhado, ser credor
ou devedor das mesmas, for sócio de empresa interessada no processo, dentre outras.
A exceção de incompetência apresenta três modalidades: a) por matéria; b) por território; c) por
pessoa.
“Art. 799 - Nas causas da jurisdição da Justiça do Trabalho, somente podem ser opostas, com
suspensão do feito, as exceções de suspeição ou incompetência.
§ 1º - As demais exceções serão alegadas como matéria de defesa.
§ 2º - Das decisões sobre exceções de suspeição e incompetência, salvo, quanto a estas, se
terminativas do feito, não caberá recurso, podendo, no entanto, as partes alegá-las novamente no
recurso que couber da decisão final.” - CLT
“Art. 800. Apresentada exceção de incompetência territorial no prazo de cinco dias a contar
da notificação, antes da audiência e em peça que sinalize a existência desta exceção,
seguir-se-á o procedimento estabelecido neste artigo.
● AUTOR: Excipiente
● RÉU: Excepto/Exceto
17. CONTESTAÇÃO
Contestação é a impugnação da pretensão do autor, a defesa do réu. A contestação é a forma
mais usual e contundente de resposta do réu. É uma espécie de reação do réu à ação do autor.
Na linguagem comum, contestação significa negação, resistência, discussão, debate.
Diferentemente do processo civil, que confere ao réu o prazo de quinze dias para a contestação
do réu (CPC, art. 335)125, no processo do trabalho, aberta a audiência (UNA ou inicial), o juiz
proporá a conciliação e, não havendo acordo, o reclamado terá 20 (vinte) minutos para aduzir sua
defesa, após a leitura da reclamação, quando esta não for dispensada por ambas as partes (CLT,
arts. 846 e 847). De lege lata, portanto, o reclamado tem vinte minutos para apresentar a sua
contestação em audiência, sob pena de revelia.
“Art. 847 - Não havendo acordo, o reclamado terá vinte minutos para aduzir sua defesa, após a
leitura da reclamação, quando esta não for dispensada por ambas as partes. (Redação
dada pela Lei nº 9.022, de 5.4.1995)
Parágrafo único. A parte poderá apresentar defesa escrita pelo sistema de processo judicial
eletrônico até a audiência.” - CLT
17.2. PRELIMINARES
São matérias prejudiciais de conhecimento de mérito da ação. Representam matérias de ordem
processual, que impedem o exame do mérito da questão.
“Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: I - inexistência ou nulidade da
citação; II - incompetência absoluta e relativa; III - incorreção do valor da causa; IV - inépcia da
petição inicial; V - perempção; VI - litispendência; VII - coisa julgada; VIII - conexão; IX -
incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização; X - convenção de
arbitragem; XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual; XII - falta de caução ou de
outra prestação que a lei exige como preliminar; XIII - indevida concessão do benefício de
gratuidade de justiça.” - CPC
“ Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de
sua condição social:
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de
cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do
contrato de trabalho;” - CF
“Art. 11. A pretensão quanto a créditos resultantes das relações de trabalho prescreve em cinco
anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato
de trabalho.” - CLT
Súmula 156/TST - “PRESCRIÇÃO. PRAZO. Da extinção do último contrato começa a fluir o prazo
prescricional do direito de ação em que se objetiva a soma de períodos descontínuos de trabalho”.
Fatos impeditivos são os que provocam a ineficácia dos fatos constitutivos alegados pelo
autor. Aqui o réu não ataca o direito alegado pelo autor, apenas opõe um fato que impede o
exercício daquele direito. Exemplos: o reclamante pede pagamento de aviso prévio, alegando ter
sido despedido sem justa causa, e o reclamado reconhece a despedida, mas alega que ela se deu
em virtude de ato de improbidade do reclamante (CLT, art. 482, u); o reclamante pede equiparação
salarial, apontando o paradigma (CLT, art. 461, caput), e o reclamado se defende alegando e
provando que a empresa possui quadro de carreira homologado pelo Ministério do Trabalho e
Emprego que assegura promoção alternada por antiguidade e merecimento (CLT, art. 461, § 2°), o
que impedirá a apreciação do fato constitutivo do direito à equiparação salarial.
Fatos modificativos são os que implicam alteração dos fatos constitutivos alegados pelo
autor. Aqui o réu chega a reconhecer parcialmente o direito alegado pelo autor, mas opõe um fato
que altera a relação jurídica material alegada pelo reclamante. Exemplos: ao alegar que o
reclamante era trabalhador autônomo e não empregado, o reclamado atrai para si o ônus de
provar o fato modificativo do direito do autor, qual seja, a existência de uma relação jurídica de
natureza autônoma diversa da relação empregatícia; o reclamante pede o pagamento de horas
extras por ter trabalhado como bancário em jornada superior a seis horas diárias e o reclamado
reconhece a jornada superior a seis horas, mas alega um fato modificativo no sentido de que o
reclamante passou a ocupar cargo de gerente-geral da agência durante o período vindicado na
petição inicial.
Fatos extintivos são os que eliminam, extinguem ou tornam sem valor a obrigação
assumida pelo réu, por não ser ela mais exigível. Exemplo: o reclamante pede o pagamento de
saldo de salários, e o reclamado alega que efetuou o respectivo pagamento, tendo o ônus de
provar o fato extintivo do direito do autor (colacionar aos autos o correspondente comprovante de
quitação). A renúncia, a transação, a prescrição e a decadência são também fatos extintivos do
direito do autor.
18. RECONVENÇÃO
A reconvenção é uma das modalidades de resposta do réu. Não se trata de defesa, pois esta
concerne apenas às exceções e à contestação. Cuida-se, isto sim, de um contra-ataque do réu
em face do autor dentro do mesmo processo. Dito de outro modo, a reconvenção é uma ação que
o réu propõe, em face do autor, dentro do mesmo processo em que o primeiro é demandado.
“Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão própria,
conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa.
§ 1º Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu advogado, para apresentar
resposta no prazo de 15 (quinze) dias.
§ 2º A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu mérito
não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção.
§ 5º Se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser titular de direito em face
do substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em face do autor, também na qualidade de
substituto processual.
● RECONVINTE (RECLAMADO)
● RECONVINDO (RECLAMANTE)
Na compensação, que é forma indireta de extinção das obrigações, duas pessoas reúnem
reciprocamente as qualidades de credor e devedor. Assim, sempre que o reclamado entender que
é credor do reclamante poderá requerer ao juiz que a dívida do empregado possa ser
compensada com os eventuais créditos deste.
A retenção, como o próprio nome está a dizer, consiste no direito que o reclamado tem de reter
alguma coisa do reclamante até que este quite sua dívida em relação àquele. A retenção, tal como
a compensação, deve ser requerida pelo reclamado na contestação (CLT, art. 767), sob pena de
preclusão
“Art. 767 - A compensação, ou retenção, só poderá ser argüida como matéria de defesa.” - CLT
III - homologar: