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PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO

MÓDULO TEMAS ATUAIS E POLÊMICOS DO PROCESSO DO TRABALHO

Professor: Fábio Leandro Guariero

1. Material pré-aula

a. Tema

Dissídio Coletivo. Sentença Normativa. Ação de Cumprimento.

b. Noções Gerais

Dissídio Coletivo

Dissídio coletivo é o processo que vai dirimir os conflitos coletivos de


trabalho, por meio de pronunciamento do Poder Judiciário, criando ou
modificando condições de trabalho para certa categoria ou
interpretando determinada norma jurídica . 1

A doutrina2 apresenta três forma de solução de conflitos coletivos de


trabalho:

A autotutela é a forma de solução de conflitos de interesses


caracterizada pela imposição da força por uma das partes e a
submissão da parte contrária. No âmbito do direito coletivo podemos
citar a greve e o locaute.

A autocomposição é a forma de solução de conflitos de interesses


caracterizada quando as próprias partes põem termo à lide, sem
emprego de força. A mediação é uma forma de autocomposição.

A heterocomposição é a forma de solução de conflitos de interesses


caracterizada pela presença de um terceiro que tem poder de decisão
sobre as partes. As formas heterocompositivas podem ser
extrajudiciais como a arbitragem, ou judiciais.

1
MARTINS, Sergio Pinto. Direito Processual do Trabalho. 38ª ed. São Paulo: Saraiva, 2016, p. 916.
2
PEREIRA, Leone. Manual de Processo do Trabalho. 5ª ed. São Paulo: Saraiva, 2018, p. 884.
Carlos Henrique Bezerra Leite3 leciona que, o dissídio coletivo é uma
espécie de ação coletiva de matriz constitucional conferida a
determinados entes coletivos, geralmente os sindicatos, para a
defesa de interesses cujos titulares não são pessoas individualmente
consideradas, mas sim grupos ou categorias econômicas,
profissionais ou diferenciadas, visando à criação ou interpretação de
normas que irão incidir no âmbito dessas mesmas categorias.

O dissídio coletivo encontra amparo legal no artigo 114 da


Constituição Federal de 1988 e nos artigos 856 a 875, da
Consolidação das Leis do Trabalho:

Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:


(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão
eleger árbitros.
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva
ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo,
ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a
Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as
disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem
como as convencionadas anteriormente. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com
possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério
Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo,
competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 856 - A instância será instaurada mediante


representação escrita ao Presidente do Tribunal. Poderá ser
também instaurada por iniciativa do presidente, ou, ainda, a
requerimento da Procuradoria da Justiça do Trabalho, sempre
que ocorrer suspensão do trabalho.

3
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho. 15ª ed. São Paulo: Saraiva,
2017, p. 1.593.
Art. 857 - A representação para instaurar a instância em
dissídio coletivo constitui prerrogativa das associações
sindicais, excluídas as hipóteses aludidas no art. 856, quando
ocorrer suspensão do trabalho. (Redação dada pelo Decreto-
lei nº 7.321, de 14.2.1945)
Parágrafo único. Quando não houver sindicato representativo
da categoria econômica ou profissional, poderá a
representação ser instaurada pelas federações
correspondentes e, na falta destas, pelas confederações
respectivas, no âmbito de sua representação. (Redação dada
pela Lei nº 2.693, de 23.12.1955)

Art. 858 - A representação será apresentada em tantas vias


quantos forem os reclamados e deverá conter:
a) designação e qualificação dos reclamantes e dos
reclamados e a natureza do estabelecimento ou do serviço;
b) os motivos do dissídio e as bases da conciliação.

Art. 859 - A representação dos sindicatos para instauração


da instância fica subordinada à aprovação de assembléia, da
qual participem os associados interessados na solução do
dissídio coletivo, em primeira convocação, por maioria de 2/3
(dois terços) dos mesmos, ou, em segunda convocação, por
2/3 (dois terços) dos presentes. (Redação dada pelo
Decreto-lei nº 7.321, de 14.2.1945)

Art. 860 - Recebida e protocolada a representação, e estando


na devida forma, o Presidente do Tribunal designará a
audiência de conciliação, dentro do prazo de 10 (dez) dias,
determinando a notificação dos dissidentes, com observância
do disposto no art. 841.
Parágrafo único - Quando a instância for instaurada ex
officio, a audiência deverá ser realizada dentro do prazo mais
breve possível, após o reconhecimento do dissídio.

Art. 861 - É facultado ao empregador fazer-se representar na


audiência pelo gerente, ou por qualquer outro preposto que
tenha conhecimento do dissídio, e por cujas declarações será
sempre responsável.

Art. 862 - Na audiência designada, comparecendo ambas as


partes ou seus representantes, o Presidente do Tribunal as
convidará para se pronunciarem sobre as bases da
conciliação. Caso não sejam aceitas as bases propostas, o
Presidente submeterá aos interessados a solução que lhe
pareça capaz de resolver o dissídio.

Art. 863 - Havendo acordo, o Presidente o submeterá à


homologação do Tribunal na primeira sessão.

Art. 864 - Não havendo acordo, ou não comparecendo ambas


as partes ou uma delas, o presidente submeterá o processo a
julgamento, depois de realizadas as diligências que entender
necessárias e ouvida a Procuradoria. (Redação dada pelo
Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946)

Art. 865 - Sempre que, no decorrer do dissídio, houver


ameaça de perturbação da ordem, o presidente requisitará à
autoridade competente as providências que se tornarem
necessárias.

Art. 866 - Quando o dissídio ocorrer fora da sede do Tribunal,


poderá o presidente, se julgar conveniente, delegar à
autoridade local as atribuições de que tratam os arts. 860 e
862. Nesse caso, não havendo conciliação, a autoridade
delegada encaminhará o processo ao Tribunal, fazendo
exposição circunstanciada dos fatos e indicando a solução
que lhe parecer conveniente.

Art. 867 - Da decisão do Tribunal serão notificadas as partes,


ou seus representantes, em registrado postal, com franquia,
fazendo-se, outrossim, a sua publicação no jornal oficial,
para ciência dos demais interessados.
Parágrafo único - A sentença normativa vigorará: (Incluído
pelo Decreto-lei nº 424, de 21.1.1969)
a) a partir da data de sua publicação, quando ajuizado o
dissídio após o prazo do art. 616, § 3º, ou, quando não
existir acordo, convenção ou sentença normativa em vigor,
da data do ajuizamento; (Incluída pelo
Decreto-lei nº 424, de 21.1.1969)
b) a partir do dia imediato ao termo final de vigência do
acordo, convenção ou sentença normativa, quando ajuizado
o dissídio no prazo do art. 616, §
3º. (Incluída pelo Decreto-lei nº 424, de
21.1.1969)

Art. 868 - Em caso de dissídio coletivo que tenha por motivo


novas condições de trabalho e no qual figure como parte
apenas uma fração de empregados de uma empresa, poderá
o Tribunal competente, na própria decisão, estender tais
condições de trabalho, se julgar justo e conveniente, aos
demais empregados da empresa que forem da mesma
profissão dos dissidentes.
Parágrafo único - O Tribunal fixará a data em que a decisão
deve entrar em execução, bem como o prazo de sua
vigência, o qual não poderá ser superior a 4 (quatro) anos.

Art. 869 - A decisão sobre novas condições de trabalho


poderá também ser estendida a todos os empregados da
mesma categoria profissional compreendida na jurisdição do
Tribunal:
a) por solicitação de 1 (um) ou mais empregadores, ou de
qualquer sindicato destes;
b) por solicitação de 1 (um) ou mais sindicatos de
empregados;
c) ex officio, pelo Tribunal que houver proferido a decisão;
d) por solicitação da Procuradoria da Justiça do Trabalho.

Art. 870 - Para que a decisão possa ser estendida, na forma


do artigo anterior, torna-se preciso que 3/4 (três quartos)
dos empregadores e 3/4 (três quartos) dos empregados, ou
os respectivos sindicatos, concordem com a extensão da
decisão.
§ 1º - O Tribunal competente marcará prazo, não inferior a
30 (trinta) nem superior a 60 (sessenta) dias, a fim de que
se manifestem os interessados.
§ 2º - Ouvidos os interessados e a Procuradoria da Justiça do
Trabalho, será o processo submetido ao julgamento do
Tribunal.

Art. 871 - Sempre que o Tribunal estender a decisão,


marcará a data em que a extensão deva entrar em vigor.

Art. 872 - Celebrado o acordo, ou transitada em julgado a


decisão, seguir-se-á o seu cumprimento, sob as penas
estabelecidas neste Título.
Parágrafo único - Quando os empregadores deixarem de
satisfazer o pagamento de salários, na conformidade da
decisão proferida, poderão os empregados ou seus
sindicatos, independentes de outorga de poderes de seus
associados, juntando certidão de tal decisão, apresentar
reclamação à Junta ou Juízo competente, observado o
processo previsto no Capítulo II deste Título, sendo vedado,
porém, questionar sobre a matéria de fato e de direito já
apreciada na decisão. (Redação dada pela Lei nº 2.275, de
30.7.1954)

Art. 873 - Decorrido mais de 1 (um) ano de sua vigência,


caberá revisão das decisões que fixarem condições de
trabalho, quando se tiverem modificado as circunstâncias
que as ditaram, de modo que tais condições se hajam
tornado injustas ou inaplicáveis.

Art. 874 - A revisão poderá ser promovida por iniciativa do


Tribunal prolator, da Procuradoria da Justiça do Trabalho, das
associações sindicais ou de empregador ou empregadores
interessados no cumprimento da decisão.
Parágrafo único - Quando a revisão for promovida por
iniciativa do Tribunal prolator ou da Procuradoria, as
associações sindicais e o empregador ou empregadores
interessados serão ouvidos no prazo de 30 (trinta) dias.
Quando promovida por uma das partes interessadas, serão
as outras ouvidas também por igual prazo.
Art. 875 - A revisão será julgada pelo Tribunal que tiver
proferido a decisão, depois de ouvida a Procuradoria da
Justiça do Trabalho.

Os conflitos coletivos podem ser classificados em conflito coletivo de


natureza econômica ou de interesse, conflito coletivo de natureza
jurídica ou de direito e conflito coletivo de greve4.

O dissídio coletivo de natureza econômica é aquele que tem como


objeto a fixação de condições de trabalho, por meio do poder
normativo da Justiça do Trabalho. Também é chamado de dissídio
coletivo de interesse ou de natureza constitutiva, sendo previsto no
art. 114, §2º da Constituição da República.

O dissídio de natureza jurídica (ou declaratória), por sua vez, visa a


interpretar norma específica que se aplique à categoria.

De acordo com a Orientação Jurisprudencial 7 da Seção de Dissídios


Coletivos do Tribunal Superior do Trabalho:

07. DISSÍDIO COLETIVO. NATUREZA JURÍDICA.


INTERPRETAÇÃO DE NORMA DE CARÁTER GENÉRICO.
INVIABILIDADE. (inserida em 27.03.1998). Não se presta o
dissídio coletivo de natureza jurídica à interpretação de
normas de caráter genérico, a teor do disposto no art. 313,
II, do RITST.

O dissídio de greve é um processo coletivo com peculiaridades, no


qual a decisão, em parte, tem natureza declaratória, no que se refere
ao exercício regular ou abusivo desse direito, mas também
constitutiva, pois a mesma sentença normativa decide sobre o
estabelecimento de condições de trabalho.

O dissídio coletivo somente pode ser ajuizado se não for obtida a


solução do conflito pela negociação coletiva e houver recusa de
qualquer das partes à arbitragem.

4
GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa. Curso de Direito Processual do Trabalho. 6ª ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2017, p. 515.
A tentativa de autocomposição para a solução do conflito, por meio
da negociação coletiva, é condição específica no dissídio coletivo,
ligada ao interesse processual, no que se refere à necessidade do
provimento e da tutela jurisdicional postulada.

No entanto, somente se exige a recusa da negociação coletiva ou da


arbitragem para o dissídio coletivo de natureza econômica. No
dissídio de natureza jurídica, a tentativa de negociação coletiva não é
prevista como condição ou pressuposto processual.

Outro requisito trazido pela Emenda Constitucional 45/2004, quanto


ao dissídio coletivo de natureza econômica, refere-se ao ajuizamento
pelas partes, desde que “de comum acordo”. Exige-se consenso entre
as partes envolvidas no conflito coletivo de trabalho para a
instauração do referido dissídio.

Poder Normativo da Justiça do Trabalho

O §2º, do art. 114, da CF, na redação determinada pela Emenda


45/2004, assim prevê:

§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva


ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo,
ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a
Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as
disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem
como as convencionadas anteriormente. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

O dispositivo acima prevê o chamado Poder Normativo da Justiça do


Trabalho, ao possibilitar o estabelecimento de normas e condições de
trabalho. Ao mesmo tempo que ocorre a solução do conflito social,
principal escopo da jurisdição, ocorre a fixação de norma jurídica,
materializada na sentença normativa.

Leone Pereira 5
assevera que o poder normativo da Justiça do
Trabalho pode ser conceituado como a competência
constitucionalmente assegurada aos Tribunais Trabalhistas de

5
PEREIRA, Leone. Manual de Processo do Trabalho. 5ª ed. São Paulo: Saraiva, 2018, p. 892.
solucionar os conflitos coletivos de trabalho por meio das sentenças
normativas, que criam normas gerais e abstratas de conduta para as
categorias profissionais e econômicas envolvidas, ou interpretam
normas jurídicas já existentes, produzindo efeitos nos respectivos
contratos individuais de trabalho.

Quanto aos limites do poder normativo, prevalece o entendimento de


que apenas podem incidir no vazio da lei6.

Sobre o tema, cabe registrar a Súmula 190 do TST:

Súmula nº 190 do TST


PODER NORMATIVO DO TST. CONDIÇÕES DE
TRABALHO. INCONSTITUCIONALIDADE. DECISÕES
CONTRÁRIAS AO STF (mantida) - Res. 121/2003, DJ
19, 20 e 21.11.2003
Ao julgar ou homologar ação coletiva ou acordo nela havido,
o Tribunal Superior do Trabalho exerce o poder normativo
constitucional, não podendo criar ou homologar condições de
trabalho que o Supremo Tribunal Federal julgue
iterativamente inconstitucionais.

Sendo assim, temos dois importantes limites a serem observados: as


disposições mínimas legais de proteção ao trabalho e as disposições
convencionadas anteriormente pelas partes.

Sentença Normativa

A sentença normativa é o julgamento dos dissídios coletivos pelos


tribunais trabalhistas, criando normas gerais e abstratas de conduta
de observância obrigatória para as categorias profissionais e
econômicas envolvidas, produzindo efeitos nos respectivos contratos
individuais de trabalho7.

Importante observar o art. 867, parágrafo único da CLT, que dispõe


sobre a vigência da sentença normativa que produzirá seus efeitos:

6
GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa. Curso de Direito Processual do Trabalho. 6ª ed. Rio de Janeiro:
GEN Forense, 2017. p. 517.
7
PEREIRA, Leone. Manual de Processo do Trabalho. 5ª ed. São Paulo: Saraiva, 2018, p. 904.
Art. 867 - Da decisão do Tribunal serão notificadas as partes,
ou seus representantes, em registrado postal, com franquia,
fazendo-se, outrossim, a sua publicação no jornal oficial,
para ciência dos demais interessados.
Parágrafo único - A sentença normativa vigorará: (Incluído
pelo Decreto-lei nº 424, de 21.1.1969)
a) a partir da data de sua publicação, quando ajuizado o
dissídio após o prazo do art. 616, § 3º, ou, quando não
existir acordo, convenção ou sentença normativa em vigor,
da data do ajuizamento; (Incluída pelo Decreto-lei nº 424,
de 21.1.1969)
b) a partir do dia imediato ao termo final de vigência do
acordo, convenção ou sentença normativa, quando ajuizado
o dissídio no prazo do art. 616, § 3º. (Incluída pelo Decreto-
lei nº 424, de 21.1.1969)

Segundo o art. 868, parágrafo único da CLT, o prazo máximo de


vigência de uma sentença normativa será de 4 anos, in verbis:

Art. 868 – (...).


Parágrafo único - O Tribunal fixará a data em que a decisão
deve entrar em execução, bem como o prazo de sua
vigência, o qual não poderá ser superior a 4 (quatro) anos.

A extensão da sentença normativa é disciplinada pelos arts. 868 a


871 da CLT:

Art. 868 - Em caso de dissídio coletivo que tenha por motivo


novas condições de trabalho e no qual figure como parte
apenas uma fração de empregados de uma empresa, poderá
o Tribunal competente, na própria decisão, estender tais
condições de trabalho, se julgar justo e conveniente, aos
demais empregados da empresa que forem da mesma
profissão dos dissidentes.
Parágrafo único - O Tribunal fixará a data em que a decisão
deve entrar em execução, bem como o prazo de sua
vigência, o qual não poderá ser superior a 4 (quatro) anos.
Art. 869 - A decisão sobre novas condições de trabalho
poderá também ser estendida a todos os empregados da
mesma categoria profissional compreendida na jurisdição do
Tribunal:
a) por solicitação de 1 (um) ou mais empregadores, ou de
qualquer sindicato destes;
b) por solicitação de 1 (um) ou mais sindicatos de
empregados;
c) ex officio, pelo Tribunal que houver proferido a decisão;
d) por solicitação da Procuradoria da Justiça do Trabalho.

Art. 870 - Para que a decisão possa ser estendida, na forma


do artigo anterior, torna-se preciso que 3/4 (três quartos)
dos empregadores e 3/4 (três quartos) dos empregados, ou
os respectivos sindicatos, concordem com a extensão da
decisão.
§ 1º - O Tribunal competente marcará prazo, não inferior a
30 (trinta) nem superior a 60 (sessenta) dias, a fim de que
se manifestem os interessados.
§ 2º - Ouvidos os interessados e a Procuradoria da Justiça do
Trabalho, será o processo submetido ao julgamento do
Tribunal.

Art. 871 - Sempre que o Tribunal estender a decisão,


marcará a data em que a extensão deva entrar em vigor.

A revisão da sentença normativa é disciplinada pelos arts. 873 a 875,


da CLT:

Art. 873 - Decorrido mais de 1 (um) ano de sua vigência,


caberá revisão das decisões que fixarem condições de
trabalho, quando se tiverem modificado as circunstâncias
que as ditaram, de modo que tais condições se hajam
tornado injustas ou inaplicáveis.

Art. 874 - A revisão poderá ser promovida por iniciativa do


Tribunal prolator, da Procuradoria da Justiça do Trabalho, das
associações sindicais ou de empregador ou empregadores
interessados no cumprimento da decisão.
Parágrafo único - Quando a revisão for promovida por
iniciativa do Tribunal prolator ou da Procuradoria, as
associações sindicais e o empregador ou empregadores
interessados serão ouvidos no prazo de 30 (trinta) dias.
Quando promovida por uma das partes interessadas, serão
as outras ouvidas também por igual prazo.

Art. 875 - A revisão será julgada pelo Tribunal que tiver


proferido a decisão, depois de ouvida a Procuradoria da
Justiça do Trabalho.

Quanto à coisa julgada, há controvérsia doutrinária e jurisprudencial


se a sentença normativa produz coisa julgada formal ou coisa julgada
formal e material.

Nesse sentido, nos ensina Leone Pereira que há duas linhas de


pensamento sobre o tema8:

1ª Corrente – defende apenas a coisa julgada formal, o TST adota


esse entendimento em sua Súmula 397:

Súmula nº 397 do TST


AÇÃO RESCISÓRIA. ART. 966, IV, DO CPC DE 2015 .
ART. 485, IV, DO CPC DE 1973. AÇÃO DE
CUMPRIMENTO. OFENSA À COISA JULGADA EMANADA
DE SENTENÇA NORMATIVA MODIFICADA EM GRAU DE
RECURSO. INVIABILIDADE. CABIMENTO DE MANDADO
DE SEGURANÇA. (atualizada em decorrência do CPC
de 2015) – Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e
26.04.2016
Não procede ação rescisória calcada em ofensa à coisa
julgada perpetrada por decisão proferida em ação de
cumprimento, em face de a sentença normativa, na qual se
louvava, ter sido modificada em grau de recurso, porque em
dissídio coletivo somente se consubstancia coisa julgada
formal. Assim, os meios processuais aptos a atacarem a
execução da cláusula reformada são a exceção de pré-
executividade e o mandado de segurança, no caso de

8
PEREIRA, Leone. Manual de Processo do Trabalho. 5ª ed. São Paulo: Saraiva, 2018, p. 908
descumprimento do art. 514 do CPC de 2015 (art. 572 do
CPC de 1973). (ex-OJ nº 116 da SBDI-2 - DJ 11.08.2003)

2ª Corrente – defendem a coisa julgada formal e material, sendo


fundamentos dessa corrente que a sentença normativa pode ser
objeto de ação rescisória, e na ação de cumprimento é vedado
questionar sobre a matéria de fato e de direito já apreciada na
sentença normativa.

Gustavo Felipe Barbosa 9 leciona que a decisão do Tribunal Regional


do Trabalho em dissídio coletivo pode ser objeto de recurso ordinário,
no prazo de oito dias, a ser julgado pela Seção de Dissídios Coletivos
do Tribunal Superior do Trabalho, com fulcro no art. 895, II, da CLT e
do art. 2º, II, a, da Lei n. 7.701/88, in verbis:

Art. 895 - Cabe recurso ordinário para a instância superior:


(Vide Lei 5.584, de 1970)
(...)
II - das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais
Regionais, em processos de sua competência originária, no
prazo de 8 (oito) dias, quer nos dissídios individuais, quer
nos dissídios coletivos.(Incluído pela Lei nº 11.925, de
2009).

Art. 2º - Lei 7.701/88 - Compete à seção especializada em


dissídios coletivos, ou seção normativa:
I - originariamente:
a) conciliar e julgar os dissídios coletivos que excedam a
jurisdição dos Tribunais Regionais do Trabalho e estender ou
rever suas próprias sentenças normativas, nos casos
previstos em lei;
b) homologar as conciliações celebradas nos dissídios
coletivos de que trata a alínea anterior;
c) julgar as ações rescisórias propostas contra suas
sentenças normativas;
d) julgar os mandados de segurança contra os atos
praticados pelo Presidente do Tribunal ou por qualquer dos

9
GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa. Curso de Direito Processual do Trabalho. 6ª ed. Rio de Janeiro:
GEN Forense, 2017. p. 529.
Ministros integrantes da seção especializada em processo de
dissídio coletivo; e
e) julgar os conflitos de competência entre Tribunais
Regionais do Trabalho em processos de dissídio coletivo.
II - em última instância julgar:
a) os recursos ordinários interpostos contra as decisões
proferidas pelos Tribunais Regionais do Trabalho em dissídios
coletivos de natureza econômica ou jurídica;
b) os recursos ordinários interpostos contra as decisões
proferidas pelos Tribunais Regionais do Trabalho em ações
rescisórias e mandados de segurança pertinentes a dissídios
coletivos;
c) os embargos infringentes interpostos contra decisão não
unânime proferida em processo de dissídio coletivo de sua
competência originária, salvo se a decisão atacada estiver
em consonância com procedente jurisprudencial do Tribunal
Superior do Trabalho ou da Súmula de sua jurisprudência
predominante;
d) os embargos de declaração opostos aos seus acórdãos e
os agravos regimentais pertinentes aos dissídios coletivos;
e) as suspeições argüidas contra o Presidente e demais
Ministros que integram a seção, nos feitos pendentes de sua
decisão; e
f) os agravos de instrumento interpostos contra despacho
denegatório de recurso ordinário nos processos de sua
competência.

As causas decididas em última instância, inclusive em dissídios


coletivos podem ser objetos de recurso extraordinário ao STF, nas
hipóteses previstas no art. 102, III, da CF, desde que demonstrada a
repercussão geral.

Bezerra Leite aduz que a decisão proferida em DC (sentença


normativa), por não ter carga condenatória, não comporta execução.
Vale dizer, o não cumprimento espontâneo da sentença normativa
rende ensejo não à execução do julgado, e sim à propositura da ação
de cumprimento10.

10
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho. 14ª ed. São Paulo: Saraiva,
2016, p. 1.559.
Ação de Cumprimento

A ação de cumprimento constitui ação individual de conhecimento, de


rito especial trabalhista destinada ao cumprimento das cláusulas
constantes da sentença normativa e dos acordos e convenções
coletivas de trabalho11.

Schiavi assevera ainda que trata-se de ação de natureza


condenatória proposta pelos empregados ou pelo Sindicato, com a
finalidade de fazer cumprir as cláusulas constantes dos instrumentos
normativos coletivos (acordos coletivos, convenções coletivas e
sentenças normativas).

Como o próprio nome indica, a ação de cumprimento pode ser


conceituada como a ação individual de conhecimento, de natureza
condenatória, de procedimento especial, que objetiva cumprir
cláusulas de sentenças normativas, de acordos coletivos ou
convenções coletivas de trabalho12.

A previsão legal da ação de cumprimento está no art. 872 da CLT:

Art. 872 - Celebrado o acordo, ou transitada em julgado a


decisão, seguir-se-á o seu cumprimento, sob as penas
estabelecidas neste Título.
Parágrafo único - Quando os empregadores deixarem de
satisfazer o pagamento de salários, na conformidade da
decisão proferida, poderão os empregados ou seus
sindicatos, independentes de outorga de poderes de seus
associados, juntando certidão de tal decisão, apresentar
reclamação à Junta ou Juízo competente, observado o
processo previsto no Capítulo II deste Título, sendo vedado,
porém, questionar sobre a matéria de fato e de direito já
apreciada na decisão. (Redação dada pela Lei nº 2.275, de
30.7.1954)

A ação de cumprimento dá origem a processo de conhecimento,


tendo natureza de ação condenatória.

11
SCHIAVI, Mauro. Manual de Direito Processual do Trabalho. 11ª ed. São Paulo: LTr, 2016, p. 1.373.
12
PEREIRA, Leone. Manual de Processo do Trabalho. 5ª ed. São Paulo: Saraiva, 2018, p. 823.
Não se exige o trânsito em julgado para a produção de efeitos da
sentença normativa, nem para o ajuizamento da ação de
cumprimento. Nesse sentido é a Súmula 246 do TST:

Súmula nº 246 do TST


AÇÃO DE CUMPRIMENTO. TRÂNSITO EM JULGADO DA
SENTENÇA NORMATIVA (mantida) - Res. 121/2003, DJ
19, 20 e 21.11.2003
É dispensável o trânsito em julgado da sentença normativa
para a propositura da ação de cumprimento.

É possível extrair da leitura do art. 872, da CLT, que os empregados


e também os sindicatos das categorias profissionais, abrangidos pela
sentença normativa, têm legitimidade para propor a ação de
cumprimento.

O sindicato, tendo em vista o estabelecido no art. 8º, III, da CF/88,


pode ajuizar a ação de cumprimento como substituto processual, em
defesa de todos os integrantes da categoria:

Súmula nº 286 do TST


SINDICATO. SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL.
CONVENÇÃO E ACORDO COLETIVOS (mantida) - Res.
121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
A legitimidade do sindicato para propor ação de cumprimento
estende-se também à observância de acordo ou de
convenção coletivos.

A respeito da prescrição quanto à ação de cumprimento da sentença


normativa, a Súmula 350 do TST estabelece que:

Súmula nº 350 do TST


PRESCRIÇÃO. TERMO INICIAL. AÇÃO DE
CUMPRIMENTO. SENTENÇA NORMATIVA (mantida) -
Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
O prazo de prescrição com relação à ação de cumprimento
de decisão normativa flui apenas da data de seu trânsito em
julgado.
Se o pedido a ação de cumprimento for acolhido, a sentença
condenatória, como título judicial, poderá ser executada.

c. Legislação

Constituição Federal;
Consolidação das Leis do Trabalho – arts. 856 a 875, 895;
Súmulas do TST – 190, 246, 286, 350, 397;
Seção de Dissídio Coletivo;
Lei 7.701 de 1988.

d. Julgados/Informativos

TST - DISSIDIO COLETIVO DC 10001207420185000000 (TST)


Data de publicação: 20/09/2018
Ementa: DISSÍDIO COLETIVO DE NATUREZA ECONÔMICA.
ACORDO ENTABULADO PELAS PARTES NO CURSO DO PROCESSO.
CHANCELA JUDICIAL. CABIMENTO. O acordo extrajudicial firmado
entre as partes prescinde da homologação por Tribunal Trabalhista,
sendo bastante, para surtir efeito, a formalização perante o Ministério
do Trabalho e Emprego, nos termos da Orientação Jurisprudencial nº
34 da SDC/TST. Entretanto, se postulado pelas partes, não há
impedimento para que a Justiça do Trabalho aprecie os termos do
instrumento normativo coletivo ajustado no curso do dissídio
coletivo, homologando-o, no que couber, porquanto resguardada a
faculdade de a Corte Trabalhista não chancelar as regras constantes
do acordo, que eventualmente contrariem as normas imperativas
estatais trabalhistas. No caso, infere-se que o acordo firmado pelas
partes encontra amparo na legislação vigente no país e, por isso, é
passível de receber a chancela judicial. Dessa forma, homologa-se o
acordo apresentado pelas partes, que cuida apenas do índice de
correção salarial e do pagamento do valor retroativo correspondente,
e, por consequência, decreta-se a extinção do feito, com resolução do
mérito, nos termos do art. 487, III, "b", do CPC/2015. Custas
recolhidas em partes iguais pelos litigantes (art. 789, I, IV, § 3º, da
CLT). (TST – DC: 100001207420185000000, Relator: Kátia
Magalhães Arruda, Data de Julgamento: 10/09/2018, Seção
Especializada em Dissídios Coletivos, Data de Publicação: DEJT
20/09/2018)
TST - RECURSO ORDINARIO TRABALHISTA RO
10022473320155020000 (TST)
Data de publicação: 17/11/2017
Ementa: DISSÍDIO COLETIVO DE NATUREZA JURÍDICA,
ANALISADO PELO REGIONAL COMO DISSÍDIO COLETIVO DE
GREVE. DISPENSA DE EMPREGADOS. INDISPONIBILIDADE DE BENS
DA EMPRESA. ACORDO HOMOLOGADO. 1. PRELIMINAR. REFORMA DA
DECISÃO. RECUPERAÇÃO JUDICIAL DA SUSCITADA . Não merecem
prosperar as alegações da empresa CASE Indústria Metalúrgica, ao
pretender, de forma genérica, a reforma da decisão homologatória do
acordo entabulado na audiência e em reuniões realizadas no Tribunal
Regional do Trabalho da 2ª Região, por estar em processo de
Recuperação Judicial. É incontroverso que, quando aceitou, naquelas
ocasiões, as propostas feitas pelo Núcleo de Conciliação daquele
Regional, já se encontrava em processo de recuperação, e já havia
apresentado o seu Plano de Recuperação, no prazo e nos termos
exigidos pela Lei nº 11.101 /2005, o que não a impediu de concordar
com os termos ofertados. Desse modo, e considerando a insurgência
feita de forma genérica em relação à decisão homologatória, rejeita-
se a preliminar. 2. REUNIÃO DESTE PROCESSO, POR CONEXÃO, AO
DC- 1001958-66.2016.5.02.0000. Na inteligência do art. 55 , caput e
§§ 1º e 3º , do CPC de 2015 , se duas ações são idênticas em relação
ao pedido nelas versado e à causa de pedir, deve ser determinada a
reunião dos processos, para julgamento em conjunto, a fim de evitar
a prolação de decisões conflitantes. Ocorre que este dissídio
coletivo foi ajuizado em 1º de dezembro de 2015, e se referiu à
dispensa coletiva de empregados efetuada nos dias 16, 17 e 18 de
novembro de 2015. Já os pedidos feitos no Dissídio Coletivo nº
1001958-66.2016.5.00.0000 cingiram-se em torno da gravidade da
situação dos empregados dispensados em massa - mais
precisamente de 31 trabalhadores -, a partir de 1º/6/2016. Ademais,
em ambos os processos, houve a homologação de acordo entabulado
pelas partes, de forma a atender os interesses da parcela de
trabalhadores representados em cada uma das ações, e não de toda
a categoria profissional representada pelo sindicato. Nesse contexto,
não há como considerar que uma ação esteja ligada a outra, a ponta
de suas decisões poderem ser contraditórias, se o julgamento ocorrer
separadamente. Indefere-se o pedido. ESTABILIDADE. O
entendimento desta Seção Especializada é o de que, nos dissídios
coletivos de greve, nos quais se declara a não abusividade da
paralização, deve ser concedida a estabilidade provisória aos
trabalhadores envolvidos, a teor das disposições contidas na
Orientação Jurisprudencial nº 10 e no Precedente Normativo nº 82,
ambos da SDC. Ocorre que, no caso em tela, além de o Regional ter
afirmado expressamente que não houve greve, a empresa alegou não
possuir empregados no seu quadro de pessoal, o que não foi
contestado pelo Sindicato Profissional em suas contrarrazões. Assim
dá-se provimento ao recurso, no tópico, para excluir da decisão a
estabilidade concedida. Recurso Ordinário parcialmente provido. (TST
– RO: 10022473320155020000, Relator: Dora Maria da Costa, Data
de Julgamento: 13/11/2017, Seção Especializada em Dissídios
Coletivos, Data de Publicação: DEJT 17/11/2017)

TST - RECURSO ORDINARIO TRABALHISTA RO


107823820155030000 (TST)
Data de publicação: 16/04/2018
Ementa: RECURSO ORDINÁRIO - DISSÍDIO COLETIVO DE
NATUREZA JURÍDICA - INADEQUAÇÃO DA VIA PROCESSUAL
ELEITA - DISPENSA EM MASSA O Dissídio Coletivo não é a via
adequada para tratar da dispensa coletiva de trabalhadores, já que
não há pedido de interpretação de normas autônomas ou
heterônomas específicas da categoria. Hipótese de Dissídio
Individual para tutelar interesse concreto do trabalhador. Inteligência
do art. 220, II, do RITST e da Orientação Jurisprudencial nº 7 da C.
SDC. Recurso Ordinário conhecido e desprovido . (TST – RO:
107823820155030000, Data de Julgamento: 18/12/2017, Data de
Publicação: DEJT 16/04/2018)

TST - AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA


Ag-AIRR 55106522220105050000 (TST)
Data de publicação: 01/10/2018
Ementa: DISSÍDIO COLETIVO DE NATUREZA JURÍDICA.
ALCANCE DO ART. 522 DA CLT . EXECUÇÃO DA DECISÃO .
PRESCRIÇÃO. A despeito das razões expostas pela parte agravante,
merece ser mantida a decisão monocrática agravada, pois, de fato,
as razões recursais não se mostram suficientes para infirmar o
posicionamento decisório adotado, quanto aos temas em epígrafe.
Agravo conhecido e não provido. (TST – Ag – AIRR:
55106522220105050000, Data de Julgamento: 26/09/2018, Data de
Publicação: DEJT 01/10/2018).

TST - AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA


AIRR 108872720155120012 (TST)
Data de publicação: 16/11/2018
Ementa: RECURSO DE REVISTA REGIDO PELO CPC/2015 E PELA
INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 40/2016 DO
TST E INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015 /2014. AÇÃO DE
CUMPRIMENTO. TRÂNSITO EM JULGADO DA SENTENÇA
NORMATIVA. DESNECESSIDADE. SÚMULA Nº 246 DO TST. A Corte
regional, ao entender ser "dispensável o trânsito em julgado da
sentença normativa para a propositura da ação de cumprimento" ,
julgou a matéria em perfeita consonância com o entendimento desta
Corte, firmado por meio da Súmula nº 246 do TST, com a seguinte
redação: "SUM-246 AÇÃO DE CUMPRIMENTO. TRÂNSITO EM
JULGADO DA SENTENÇA NORMATIVA (mantida) - Res. 121 /2003,
DJ 19, 20 e 21.11.2003. É dispensável o trânsito em julgado da
sentença normativa para a propositura da ação de cumprimento".
Assim, por estar a decisão do Regional em consonância com a
notória, reiterada e atual jurisprudência do Tribunal Superior do
Trabalho, esgotada se encontra a função uniformizadora desta Corte,
o que afasta a possibilidade de eventual configuração de divergência
jurisprudencial e de violação dos artigos 7º , § 6º , da Lei 7701 /88 e
8º da CLT , ante a aplicação do teor da Súmula nº 333 do TST e do §
7º do artigo 896 da CLT , com a redação que lhe foi dada pela Lei nº
13.015 /2014. Agravo de instrumento desprovido. AGRAVO DE
INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELO
RECLAMANTE. RECURSO DE REVISTA REGIDO PELO CPC/2015 E
PELA INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 40/2016 DO TST E INTERPOSTO
NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015 /2014. TRABALHO NOTURNO.
PRORROGAÇÃO. APELO DESFUNDAMENTADO. PRINCÍPIO DA
DIALETICIDADE. Verifica-se que o agravo de instrumento está
desfundamentado à luz da Súmula nº 422 desta Corte, porquanto a
parte não impugna, objetivamente, os óbices impostos no despacho
denegatório do recurso, referentes à aplicação das Súmulas n os 126
e 296 do Tribunal Superior do Trabalho, limitando-se a apenas
reproduzir as razões já expendidas em seu recurso de regista. Nos
termos das disposições contidas nos artigos 897, alínea b, da CLT e
1.016, inciso III, do CPC, a finalidade do agravo de instrumento é
desconstituir os fundamentos do despacho pelo qual se denegou
seguimento ao recurso, sendo preciso, portanto, que o agravante
exponha, de maneira específica, os argumentos jurídicos necessários
à demonstração de que o fundamento da decisão foi equivocado.
Segundo o princípio da dialeticidade, a fundamentação é pressuposto
extrínseco de admissibilidade de qualquer recurso, sem a qual o
apelo não logra desafiar a barreira do conhecimento. Este é o
entendimento pacificado nesta Corte Superior, consubstanciado na
Súmula 422, item I, do TST. Agravo de Instrumento desprovido (TST
– AIRR: 108872720155120012, Relator: José Roberto Freire Pimenta,
Data de Julgamento: 13/11/2018, 2ª Turma, Data de Publicação:
DEJT 16/11/2018).

e. Leitura Sugerida

LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual do


Trabalho. 15ª ed. São Paulo: Saraiva, 2017 – Capítulo XXIV

PEREIRA, Leone. Manual de Processo do Trabalho. 5ª ed. São Paulo:


Saraiva, 2017 – Capítulo XXII

SCHIAVI, Mauro. A reforma trabalhista e o processo do trabalho:


aspectos processuais da Lei n. 13.467/17. 1ª ed. São Paulo: LTr,
2017.

_______________. Manual de Direito Processual do Trabalho.


12ª ed. São Paulo: LTr, 2017.

________________. Aspectos polêmicos do poder Normativo da


Justiça do Trabalho e do dissídio Coletivo “de comum acordo”. São
Paulo/Campinas: Lacier. Disponível em:
http://www.calvo.pro.br/media/file/colaboradores/mauro_schiavi/ma
uro_schiavi_aspectos_polemicos_poder_normativo.pdf

_______________. Aspectos relevantes do poder normativo da


Justiça do Trabalho. Disponível em: http://mauroschiavi.com.br/wp-
content/uploads/2015/08/Aspectos-relevantes-do-poder-normativo-
da-justca-do-trabalho.pdf
f. Leitura Complementar

CASTELO, Jorge Pinheiro. Tratado de Direito Processual do Trabalho


na Teoria Geral do Processo. 3ª Ed. São Paulo: LTr, 2012.

FREIRE E SILVA, Bruno. O novo CPC e o Processo do Trabalho. 2ª ed.


São Paulo: LTr, 2016.

MARINONI, Luiz Guilherme. Novo Código de Processo Civil


Comentado. São Paulo: Editora RT, 2015.

MARTINS, Sergio Pinto. Direito Processual do Trabalho: Doutrina


e Prática Forense. 39ª ed. São Paulo: Saraiva, 2017.

NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de Direito Processual do


Trabalho. 29ª ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de Direito Processual do
Trabalho. 29ª ed. São Paulo: Saraiva, 2014.

_______________. A Sentença Normativa e o Direito do Trabalho.


Revistas USP. Disponível em:
http://www.revistas.usp.br/rfdusp/article/download/66892/69502

NEVES, José Tôrres das. O Poder Normativo da Justiça do Trabalho.


TST. Disponível em:
http://www.tst.jus.br/documents/1295387/2071945/O+poder+norm
ativo+da+Justiça+do+Trabalho

SOARES, Evanna. Habeas corpus na Justiça do Trabalho: ascensão e


queda. Revista Jus Navigandi, Teresina, ano 16, n. 2800, 2 mar.
2011. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/18597

TST. Sentença normativa vale por até quatro anos, diz TST. Conjur.
Disponível em: http://www.conjur.com.br/2011-mai-29/condicoes-
sentenca-normativa-valem-quatro-anos-tst

WAMBIER, Teresa Arruda Alvim. Breves Comentários ao Código de


Processo Civil. São Paulo: Editora RT, 2015.

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