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Processo do Trabalho
Processo do Trabalho
Direito Processual do Trabalho e seus Princípios
O Direito Processual do Trabalho é conceituado como um conjunto de princí-
pios, normas, regras e institutos jurídicos próprios destinadas a regular a ativi-
dade dos órgãos jurisdicionais do Estado na solução dos dissídios, individuais
e coletivos, decorrentes das relações de trabalho.
Este princípio tem suma relevância no Direito do Trabalho, na medida em que visa
atenuar as diferenças processuais existentes entre as partes em razão da hipossu-
ficiência do empregado, equiparando-o ao seu empregador.
Súmula n 212 do TST – O ônus de provar o término do contrato de trabalho,
quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador,
pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui presunção fa-
vorável ao empregado.
Súmula nº 338 do TST –
I - É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados o re-
gistro da jornada de trabalho na forma do art. 74, § 2º, da CLT. A não-apresen-
tação injustificada dos controles de frequência gera presunção relativa de ve-
racidade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por prova em contrá-
rio.
II - A presunção de veracidade da jornada de trabalho, ainda que prevista em
instrumento normativo, pode ser elidida por prova em contrário.
III - Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída unifor-
mes são inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus da prova, rela-
tivo às horas extras, que passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada
da inicial se dele não se desincumbir.
2) Princípio da Oralidade
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A apresentação de defesa oral em 20 minutos – Art. 847, CLT
Tentativas de conciliação – Art. 846 e 850, CLT
Razões finais em 10 minutos – Art. 850, CLT
Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlo-
cutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) de
Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurispruden-
cial do Tribunal Superior do Trabalho; b) suscetível de impugnação mediante
recurso para o mesmo Tribunal; c) que acolhe exceção de incompetência ter-
ritorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a
que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da
CLT.
5) Princípio da Conciliação
No processo do trabalho, segundo previsão do art. 764, § 1º, da CLT, os juízes deverão
usar dos seus bons ofícios e persuasão no sentido de solucionar os conflitos de
forma conciliatória.
Neste sentido, impende salientar que, obrigatoriamente, em dois momentos pro-
cessuais específicos, o juiz deverá propor a conciliação, sob pena de nulidade.
O primeiro momento é logo após a abertura da audiência, (art. 846, CLT) e o se-
gundo momento é após as razões finais (art. 850, CLT).
Ademais, o juiz poderá propor ainda outras tentativas de conciliação no curso do
processo, até mesmo quando já tiver transitado em julgado, na fase de execução.
(art. 764, § 3º, CLT).
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6. Princípio do Jus Postulandi
Este princípio tem previsão no art. 791, da CLT e versa que as partes poderão acom-
panhar seu processo até o final sem o auxílio de um advogado. Ocorre que o TST
editou, em 2010, a Súmula 425, limitando o exercício do jus postulandi até o Tribu-
nal Regional do Trabalho, não alcançando as os recursos de competência do TST.
Referida Súmula também vedou o jus postulandi para a ação rescisória, ação cau-
telar e mandado de segurança.
8) Princípio da Extrapetição
Previsto na Constituição Federal, art. 5º, LIV, dispõe que ninguém será privado de
sua liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal.
Referido princípio assume relevância fundamental nos ramos processuais, base-
ando, inclusive outros princípios, como duplo grau de jurisdição, motivação das de-
cisões, etc.
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Isto porque traz em seu bojo a garantia constitucional do acesso não apenas à or-
dem jurídica, mas à ordem jurídica justa.
O princípio em tela diz que, uma vez iniciada a demanda, cabe ao juiz impulsioná-
lo até o final na busca da solução do litígio. No processo do trabalho encontra pre-
visão no art. 765, da CLT, que diz que os juízes terão amplos poderes de direção
processual, velando pelo seu andamento célere, podendo determinar qualquer di-
ligência necessária para o andamento do feito.
O autor poderá aditar (acrescentar algo) ou emendar (consertar algo) a petição ini-
cial até o recebimento da defesa em audiência. Após isso, somente poderá modifi-
car a petição com a anuência da parte contrária.
Assim, o processo adquire estabilidade, de modo que a petição inicial não mais po-
derá ser modificada.
Sempre que o autor modificar a petição, será concedido prazo para o réu se mani-
festar, podendo esta manifestação ser feita na forma oral, ou marcando-se nova
audiência para apresentação de defesa.
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TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) – ART. 111-A DA CF.
É o órgão de cúpula, composto por 27 ministros com os seguintes requisitos:
Acima de 35 anos e menos de 65.
Nomeados pelo Presidente da República
Após aprovação pela maioria absoluta do Senado
Composição do TST:
1/5 de advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional e de
membros do MPT com mais de 10 de efetivo exercício
4/5 dentre juízes dos TRTs indicados pelo TST.
Para a formação do quinto constitucional o órgão respectivo forma a lista sêx-
tupla, com membros com notório saber jurídico e reputação ilibada e o tribu-
nal forma lista tríplice para indicação do chefe do executivo. (Art. 94 CF/88)
Órgãos do TST:
Órgão Especial
Tribunal Pleno
Seção Administrativa
Seção Especializada em Dissídios Coletivos (SDC)
Seção Especializada em Dissídios Individuais (I e II)
Turmas (oito)
TRIBUNAIS REGIONAIS DO TRABALHO (TRT) - (ART. 115, CF/88).
Os Tribunais Regionais do Trabalho são compostos de, no mínimo, sete juízes,
com os seguintes requisitos:
mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos
nomeados pelo Presidente da República
Composição do TRT:
1/5 de advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional e de
membros do MPT com mais de 10 de efetivo exercício.
4/5 dentre juízes promovidos, antiguidade ou merecimento, alternadamente.
A lista sêxtupla se forma da mesma maneira que o TST.
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Jurisdição e Competência
Jurisdição
Dever do Estado de aplicar as normas jurídicas para prestar a tutela jurisdicional
a quem tem uma pretensão resistida.
Competência
Determinação da esfera da jurisdição, das atribuições dos cargos investidos na
função jurisdicional.
É definida de acordo com o objeto da lide, de acordo com a natureza da ação pro-
posta.
A competência em razão da matéria e da pessoa está prevista no art. 114, da CF/88.
Antigamente, a redação continha a expressão “conciliar e julgar”. Ocorre que em
alguns casos não cabe conciliação. (incisos VII e VIII).
Com a emenda 45/04, a Justiça do Trabalho passou a ter competência para pro-
cessar e julgar:
as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público
externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios;
Competência para processar e julgar apenas os de vínculo celetista > tem que
haver aprovação em concurso público.
as ações que envolvam exercício do direito de greve;
Súmula 189, TST – Competência para declarar abuso no exercício do direito.
as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e traba-
lhadores, e entre sindicatos e empregadores;
os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questi-
onado envolver matéria sujeita à sua jurisdição;
Atualmente, ações em primeiro grau. Antes não cabia. Exemplo: fiscalização
da DRT que fecha estabelecimento. Ato do delegado.
Habeas corpus – esvaziado em face do Pacto de San José – depositário infiel
– Ver Súmula vinculante n.º 25, STF.
os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado
o disposto no art. 102, I, o;
as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação
de trabalho;
Basta apenas o requisito do fundamento da relação de trabalho > pré ou pós
contratuais.
as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores
pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho;
Não se permite conciliação em autuação. Ações que dizem respeito a legali-
dade e validade da penalidade é da competência da JT.
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a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e
seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir;
Apenas aquelas decorrentes da sentença referente aos pedidos. Súmula 368,
do TST.
outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.
Em aberto, podem ser incluídas novas relações de trabalho.
§ 1. Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.
§ 2. Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbi-
tragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio cole-
tivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o con-
flito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho,
bem como as convencionadas anteriormente.
§ 3. Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão
do interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissí-
dio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito.
Conflitos de Competência
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Poder Normativo da Justiça do Trabalho
Foro de Eleição
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Em função de as normas de Direito do Trabalho serem de ordem pública, a eleição
de foro, embora não esteja prevista expressamente, é incompatível com o processo
do trabalho, tendo em vista, inclusive, que o objetivo do art. 651 da CLT é facilitar o
acesso e a produção de provas pelo hipossuficiente.
Modificação de Competência
Conexão
Continência
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Processo e Ação
1) Ação
2) Condições da Ação
Observações:
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3) Elementos da Ação
Partes: As partes são os elementos subjetivos da ação. Dizem respeito aos sujeitos
que irão figurar na lide. Por isso, alguns doutrinadores chamam de sujeitos da ação.
No processo do trabalho, historicamente conhecidos como reclamante e recla-
mado.
Pedido: É o elemento objetivo da ação. Através do pedido, o autor delimita o objeto
da ação, sendo defeso ao juiz deferir em favor do autor pedido diverso do pleiteado,
bem como condenar ao réu em quantidade superior ou objeto diverso do que lhe
foi demandado.
Causa de pedir: São os fundamentos fáticos e jurídicos que justificam o pedido. O
CPC determina, em seu art. 319, III, que ao elaborar a petição inicial, o autor deve
aduzir os fatos e fundamentos jurídicos do pedido.
Observação: A CLT em seu art. 840, § 1º, exige apenas que o autor formule o
pedido, sem fazer referência à causa de pedir, exigindo apenas uma breve ex-
posição dos fatos. Essa peculiaridade decorre do jus postulandi, (art. 791, CLT)
das partes que não possuem conhecimento técnico para aduzir os fundamen-
tos jurídicos do pedido.
4) Processo e Procedimento
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O pedido da petição e inicial deverá ser líquido certo, ou seja, indicando o valor
correspondente;
Não se fará citação por edital, devendo o reclamante indicar corretamente o
nome e o endereço da reclamada.
Caso não liquide os pedidos e/ou não indique corretamente o nome e o ende-
reço da reclamada, o processo deverá ser extinto sem resolução do mérito e o
reclamante condenado ao pagamento das custas processuais.
A apreciação deverá ocorrer em no máximo 15 dias, podendo constar de pauta
especial, se necessário.
O processo deverá ser instruído e julgado em audiência única (em regra).
Não haverá juízo de conciliação obrigatório. O juiz deverá apenas esclarecer so-
bre as vantagens da conciliação;
Serão decididos, de plano, todos os incidentes e exceções que possam interferir
no prosseguimento da audiência e do processo. As demais questões serão deci-
didas na sentença.
Sobre os documentos apresentados por uma das partes manifestar-se-á imedi-
atamente a parte contrária, sem interrupção da audiência, salvo absoluta im-
possibilidade, a critério do juiz.
Somente serão possíveis 2 testemunhas para cada parte, que se não compare-
cer o juiz pode determinar a sua condução coercitiva;
Só será deferida intimação de testemunha que, comprovadamente convidada,
deixar de comparecer. Não comparecendo a testemunha intimada, o juiz po-
derá determinar sua imediata condução coercitiva.
Caso seja realizada perícia, o juiz, desde logo, irá fixar o prazo, o objeto da perícia
e nomear perito. As partes irão se manifestar no prazo comum de 5 dias.
Interrompida a audiência, o seu prosseguimento e a solução do processo dar-
se-ão no prazo máximo de trinta dias, salvo motivo relevante justificado nos au-
tos pelo juiz da causa.
Somente caberá recurso de revista por contrariedade à Súmula do TST e viola-
ção direta à Constituição Federal. Não cabe recurso de revista por contrariedade
à OJ do TST.
PROCEDIMENTO ORDINÁRIO: É o procedimento mais utilizado na Justiça do Tra-
balho. Deve ser adotado para as causas com valor acima de 40 salários mínimos.
Previsão legal: art. 837 a 852 da CLT.
Petição Inicial
É a peça que inicia o processo, rompendo a inércia do estado, provocando o
seu poder-dever de prestar a tutela jurisdicional, definindo os limites subjeti-
vos e objetivos da lide. Em face dos princípios da simplicidade e da informali-
dade, a petição inicial trabalhista não obedece aos mesmos requisitos da
previsão do art. 319, do CPC.
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O artigo 840, da CLT diz que a petição inicial poderá ser:
Verbal: Deverá ser reduzida a termo pelo servidor em 2 duas vias.
O reclamante deverá dirigir-se à Justiça do Trabalho a fim de prestar a sua
reclamação verbal, e retornar no prazo de 5 dias para reduzir a termo a sua
reclamação.
Se o reclamante não retornar à Justiça do Trabalho no prazo de 5 dias para
reduzir a termo a sua reclamação verbal, aplicar-se-á a perempção, ficando
impossibilitado por 6 meses de ajuizar a mesma reclamação trabalhista con-
tra o mesmo empregador, conforme entendimento do art. 731 da CLT.
Escrita: Sendo escrita deverá conter os seguintes elementos:
a designação do Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida
(o juízo competente);
a qualificação das partes (art. 319, CPC, mais CTPS, RG, CPF / CNPJ, nome ou
razão social);
uma breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio; (em face do jus pos-
tulandi, não é necessária a indicação dos fundamentos jurídicos do pedido,
parte da doutrina argumenta que fere o princípio do contraditório e o exame
de litispendência, coisa julgada, conexão, etc);
o pedido (certo e determinado, com indicação do valor correspondente,
sendo defeso ao juiz deferir em favor do autor pedido diverso do pleiteado,
bem como condenar ao réu em quantidade superior ou objeto diverso do
que lhe foi demandado;
a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante (apócrifa im-
porta em inexistência do processo);
O art. 329, I, do CPC faculta ao autor o aditamento da petição inicial até a citação
do réu. A CLT é omissa neste particular, cabendo a aplicação subsidiária do CPC,
uma vez que no processo do trabalho não existe a citação, apenas notificação do
réu para comparecer à audiência.
Assim, ao autor, cabe o aditamento da petição inicial até o recebimento da resposta
do réu.
Após a petição inicial somente poderá ser aditada com o consentimento do réu.
Caso o réu discorde, poderá o autor desistir ação e ajuizá-la novamente.
Oferecida a contestação, ainda que eletronicamente, o reclamante não poderá,
sem o consentimento do reclamado, desistir da ação.
Com o aditamento, o juiz abrirá vista à ao réu, podendo se manifestar em mesa,
com base no princípio da oralidade, ou designar-se-á nova audiência para apresen-
tação de resposta do réu.
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2) Da Emenda à Petição Inicial
O art. 321, do CPC, prevê a possibilidade de o juiz determinar que o autor emende
ou complete a petição inicial, no prazo de 15(quinze) dias, caso verifique que não
estejam presentes os requisitos exigidos nos art. 319, do CPC, apresentando defei-
tos ou irregularidades de modo a dificultar o julgamento da ação, sob pena de in-
deferimento da inicial.
Caso a petição inicial esteja desacompanhada dos documentos indispensáveis à
propositura da ação ou não preencher outro requisito legal, o autor será intimado
para suprir a irregularidade no prazo de 15 dias (quinze dias), devendo a intimação
indicar corretamente o que precisa ser corrigido ou completado.
Caso não atenda as exigências, haverá o indeferimento da petição inicial, conforme
entendimento da Súmula 263 do TST.
Caso já tenha sido apresentada a defesa, a inicial não poderá ser indeferida, de-
vendo o processo ser extinto sem julgamento do mérito, art. 485, IV, CPC.
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O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar,
desde logo, a ocorrência de decadência.
Resposta do Réu
De acordo com os princípios do contraditório e da ampla defesa, uma vez que o
autor rompe a inércia do Estado na busca pela tutela do seu direito o Estado, deve
possibilitar ao réu o exercício do seu direito de defesa.
O CPC, em seu artigo 335, prevê que, após a citação, o réu poderá oferecer exceção,
contestação e reconvenção.
A CLT, todavia, prevê expressamente apenas a defesa, no sentido de contestação
e a exceção de foro (incompetência) e de suspeição, não havendo previsão especí-
fica para a reconvenção e para a exceção de impedimento, aplicando subsidiaria-
mente e supletivamente o CPC (art. 769, CLT e 15 do CPC). Ver art. 847, CLT.
1) Características
A apresentação de defesa é uma faculdade do réu que, não sendo exercida, impor-
tará em revelia e confissão quanto à matéria fática.
O reclamado pode, concomitantemente, apresentar uma, duas ou nenhuma
forma de defesa, vez que não é obrigado a se defender.
A defesa poderá ser escrita, e deverá ser apresentada após o juízo de conciliação.
Poderá ser verbal, devendo ser apresentada no prazo de 20 minutos, após a leitura
da petição inicial, podendo esta ser dispensada pelas partes.
Caso haja mais de um reclamado, o prazo será de 20 minutos para cada um.
O prazo do interstício legal mínimo para realização da audiência deve ser obser-
vado sob pena de nulidade absoluta, 05 dias.
Sendo parte no processo pessoa jurídica de Direito Público, da União, Estados, Dis-
trito Federal, Municípios, suas autarquias e fundações que não explorem atividade
econômica, o prazo é quádruplo, ou seja, 20 dias.
IMPORTANTE
Embora no processo civil seja considerado revel o réu que não apresentar de-
fesa, após o transcurso do prazo da citação, no processo do trabalho, virtude
da notificação ser automática, será considerado revel, o reclamado que,
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devidamente notificado, não comparece à audiência ou comparece, mas não
apresenta defesa.
Características:
Exceção
A exceção está prevista no art. 799, da CLT e constitui espécie de defesa do re-
clamado, que objetiva resolver questão incidental, sem a extinção do processo,
atacando a parcialidade do magistrado ou a incompetência do juízo para pro-
cessar e julgar a demanda.
As exceções são consideradas defesas processuais, pois não atacam o mérito do
processo, apenas irregularidades quanto a incompetência, impedimento ou
suspeição.
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IMPORTANTE
Embora o art. 337, II, do CPC, preceitue que a exceção deva ser alegada como
matéria de preliminar da contestação, no processo do trabalho a exceção é
processada nos próprios autos da reclamação trabalhista, em peça apartada.
Espécies de suspeição
Suspeição
Impedimento
Incompetência relativa
Nada impede que seja oposta mais uma exceção, sendo que as exceções de im-
pedimento e suspeição deverão ser apreciadas antes da exceção de incompe-
tência, julgando-se primeiro, a exceção de impedimento, depois a suspeição e,
por último, julga-se a incompetência do juízo, uma vez que um juiz impedido ou
suspeito sequer pode se pronunciar acerca da competência do juízo.
A oposição de exceção gera a suspensão do processo até que a questão seja
decidida, não levando à extinção do processo.
No processo do trabalho, dado o jus postulandi e a simplicidade que impera, as
exceções são processadas nos próprios autos da reclamação trabalhista.
A decisão que julga a exceção é considerada interlocutória, não admitindo re-
curso de imediato, salvo quando terminativa do feito (§2º do art. 799 da CLT e
Súmula 214, do TST).
Exceção de suspeição e impedimento
São defesas apresentadas pelo réu, que visam afastar a imparcialidade do juiz
para processar e julgar a demanda para preservar o princípio do juiz natural.
As hipóteses de impedimento estão previstas no art. 144, do CPC.
Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo:
em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou
como membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemu-
nha;
de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão;
quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou mem-
bro do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente,
consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclu-
sive;
quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou
parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau,
inclusive;
quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurí-
dica parte no processo;
quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das
partes;
em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de
emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços;
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em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge,
companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral,
até o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro
escritório;
quando promover ação contra a parte ou seu advogado.
As hipóteses de cabimento de suspeição estão previstas no art. 145, do CPC: Há
suspeição do juiz:
I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados;
II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes
ou depois de iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca
do objeto da causa ou que subministrar meios para atender às despesas do
litígio;
III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge
ou companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, in-
clusive;
IV - interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes.
§ 1. Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessi-
dade de declarar suas razões.
§ 2. Será ilegítima a alegação de suspeição quando:
I - houver sido provocada por quem a alega;
II - a parte que a alega houver praticado ato que signifique manifesta aceita-
ção do arguido.
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valor da causa é irrelevante para fins de competência do juízo, uma vez que o
mesmo julgará o processo, variando apenas o rito o qual será processado.
Desta forma, a exceção de incompetência no processo do trabalho, ataca tão
somente a incompetência em razão do lugar ou território.
A exceção de incompetência relativa é apresentada quando o reclamado não
concorda com a fixação da competência territorial em razão da distribuição do
processo, pretendendo o deslocamento para outro juízo indicado como compe-
tente para a apreciação da lide, conforme as regras do art. 651 da CLT.
O prazo para apresentação da exceção de incompetência relativa é de cinco dias
a contar da notificação, antes da audiência e em peça que sinalize a existência
desta exceção.
Protocolada a petição, será suspenso o processo e não se realizará a audiência
de instrução e julgamento até que se decida a exceção.
Os autos serão imediatamente conclusos ao juiz, que intimará o reclamante e,
se existentes, os litisconsortes, para manifestação no prazo comum de cinco
dias.
Se entender necessária a produção de prova oral, o juízo designará audiência,
garantindo o direito de o excipiente e de suas testemunhas serem ouvidos, por
carta precatória, no juízo que este houver indicado como competente.
Decidida a exceção de incompetência territorial, o processo retomará seu curso,
com a designação de audiência, a apresentação de defesa e a instrução proces-
sual perante o juízo competente.
Vale ressaltar que, em face da proteção ao hipossuficiente, cabe recurso ordiná-
rio da decisão que acolher a exceção de incompetência, remetendo os autos
para juízo vinculado a outro TRT, não violando o princípio da irrecorribilidade
imediata das decisões interlocutórias, por ter a decisão natureza terminativa, na
forma da letra “c”, da Súmula 214, TST.
4) Contestação
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Tal princípio veda a apresentação de contestação por negativa geral, compor-
tando as exceções previstas na lei, que são as mesmas do processo civil.
Pelo princípio da eventualidade ou da concentração, cabe ao reclamado alegar
toda a matéria de defesa na peça contestatória, sendo vedado alegar posterior-
mente matéria de defesa não manifestada na contestação, pela preclusão consu-
mativa, salvo as exceções legais, ou seja, quando versar sobre direito superveniente
(matéria surgida após a apresentação da defesa); se se tratar de questões de ordem
pública, as quais o juiz pode conhecer de ofício em qualquer grau de jurisdição e a
qualquer tempo.
Assim, o reclamado não poderá alegar a contestação por etapas.
O reclamado deverá organizar o texto da sua contestação, alegando: primeira-
mente a defesa processual na forma de preliminares de contestação, que são aque-
las previstas no art. 337 do CPC; depois, deve dirigir a sua defesa ao mérito, ale-
gando as prejudiciais de mérito (prescrição, decadência) e, por fim, o mérito pro-
priamente dito.
IMPORTANTE
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Fase Instrutória
Como já visto anteriormente, a fase de instrução inicia-se em audiência, sem a
necessidade de protesto por produção de provas, tendo em vista que as provas são
produzidas, via de regra, em audiência.
Audiência trabalhista é o ato solene, formal, caracterizado pelo comparecimento
das partes, dos advogados, e dos auxiliares do juízo, onde são realizados a maioria
dos atos processuais, como as tentativas obrigatórias de conciliação, o interrogató-
rio e o depoimento pessoal das partes, a oitiva de testemunhas e de peritos, em
que o magistrado formará o seu convencimento e, ao final, prolatará a sentença.
Características:
As audiências serão públicas e ocorrerão no Tribunal, em dias úteis previamente
fixados, entre 8 (oito) e 18 (dezoito) horas, não podendo ultrapassar 5 (cinco) ho-
ras seguidas, salvo quando houver matéria urgente, podendo ser designado ou-
tro local, desde seja afixado edital na sede do Juízo com antecedência mínima
de 24h.
Deverão estar presentes às audiências, as partes, juiz e servidores. O juiz tem
uma tolerância de 15 minutos para comparecer a audiência. Se, todavia, passa-
dos 15 minutos do horário da audiência, o juiz não tiver comparecido, as partes
poderão se retirar, devendo constar o ocorrido no livro de registros de audiência.
O Estatuto da Advocacia, Lei n. 8.906/94, no inciso XX do art. 7º, dispõe que o
advogado pode retirar-se do recinto onde se encontre aguardando o pregão
para ato judicial, após 30 minutos do horário designado e ao qual ainda não te-
nha comparecido a autoridade que deva presidi-lo, mediante comunicação pro-
tocolada em juízo.
IMPORTANTE
Vale frisar que apenas o juiz tem esse limite de tolerância. As partes e seus repre-
sentantes, não tem qualquer tolerância para o atraso. Vide OJ nº 245 da SDI –I do
TST:
OJ Nº 245 REVELIA. ATRASO. AUDIÊNCIA. Inserida em 20.06.01. Inexiste previsão
legal tolerando atraso no horário de comparecimento da parte na audiência.
O juiz é o responsável, na forma dos artigos, 816 da CLT, por manter a ordem na
audiência, podendo mandar se retirar quem estiver perturbando os trabalhos > é
o chamado poder de polícia processual.
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1) Audiência de Conciliação, Instrução e Julgamento
IMPORTANTE
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Ausência das Partes e suas Consequências
Como visto acima, é imprescindível a presença das partes em audiência, sendo fa-
cultada a sua substituição apenas em casos previstos em lei.
Com a reforma trabalhista, ocorrendo motivo relevante, poderá o juiz suspender o
julgamento, designando nova audiência
Da ausência do reclamante:
Da ausência do reclamado:
IMPORTANTE
Também importante ressaltar mais uma vez que se o reclamado não compa-
recer, mesmo estando presente o seu advogado munido de procuração, o juiz
não receberá a defesa e haverá a revelia, salvo se apresentar atestado médico
comprovando a impossibilidade de locomoção.
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Caso o reclamado esteja ausente à audiência de instrução na qual fora intimado
para prestar depoimento, incorrerá em confissão ficta, aplicando-se a Súmula 74, I,
TST, como no caso do reclamante.
Situação interessante tratada neste tópico ocorre quando ambas as partes faltam
à audiência.
Caso seja una audiência uma ou inaugural, deverá o juiz determinar o arquiva-
mento do processo, extinguindo sem resolução do mérito.
Caso seja uma audiência em prosseguimento, deverá o juiz aplicar a pena de con-
fissão para ambas as partes, julgando o processo na forma da distribuição do ônus
da prova, prevista no artigo 818, da CLT e artigo 373 do CPC.
Provas
Como é sabido, as alegações feitas em juízo precisam ser comprovadas
para facilitar a formação do convencimento do magistrado, que é o destina-
tário das provas.
1) Objeto de Prova
2) Ônus da Prova
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prevalecendo a jornada da inicial se dele não se desincumbir (inciso III da Sú-
mula 338 do TST).
ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a presta-
ção de serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continui-
dade da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado (Sú-
mula 212 do TST).
Antigamente, a simples negativa de da parte excluía da parte o ônus de
prova-lo. Todavia, o entendimento atual é que, quando a negativa resulta de
uma afirmação que se pretende obter por via de uma declaração negativa,
impõe-se a parte que nega o ônus de prova-lo.
CLT
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3) Meios de Prova
O interrogatório das partes é determinado de ofício pelo juiz, enquanto que o de-
poimento pessoal é requerido pelas partes.
O juiz pode, a qualquer tempo interrogar as partes, enquanto que o depoimento
pessoal é único e deverá sempre ocorrer na audiência de instrução.
O interrogatório tem a finalidade de obter esclarecimentos sobre os fatos, en-
quanto a principal finalidade do depoimento pessoal é a obtenção da confissão
real, embora não despreze os esclarecimentos.
Caso a parte seja intimada para comparecer em audiência com o fim de prestar
depoimento, e não compareça, será aplicada a pena de confissão, nos termos da
Súmula 74, do TST. Sendo-lhe aplicada a mesma pena, caso compareça e não
queira responder alguma questão que lhe seja submetida.
Prova testemunhal
Consiste no meio de prova pelo qual busca-se a elucidação dos fatos através do
depoimento de pessoa física a chamada a depor em juízo sobre um fato relevante
para o processo do qual tenha conhecimento.
Em face do princípio da primazia da realidade sobre a forma, que rege o processo
do trabalho, a testemunha assume elevada importância na busca da verdade real,
constituindo, muitas vezes, o único meio de prova da parte.
Todavia, a testemunha somente não é obrigada a depor sobre os fatos que lhe acar-
retem danos graves ou a seus parentes até terceiro grau, ou sobre fatos que deva
legalmente guardar segredo.
Não podem depor como testemunhas as pessoas elencadas nos artigos 829, da
CLT e 447, §§§1º, 2º e 3º do CPC.
IMPORTANTE
Limite de testemunhas:
No procedimento ordinário: 3
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No procedimento sumaríssimo: 2
No inquérito judicial para apuração de falta grave: 6
Em casos de não comparecimento espontâneo da testemunha em audiência, é
que o juiz poderá, de ofício, ou a requerimento da parte, intimá-la, e inclusive, con-
duzi-la coercitivamente para depor em juízo, sob pena do pagamento da multa
prevista no art. 730 da CLT.
Da contradita:
É facultado à parte contraditar a testemunha, alegando incapacidade, suspei-
ção ou impedimento.
O momento processual oportuno para apresentar a contradita é após a qualifi-
cação da testemunha, antes de prestar o compromisso de dizer a verdade do
que souber acerca do que lhe for perguntado.
A qualificação da testemunha pode ser conceituada como o ato formal em que
ela informa os dados concernentes à sua identificação: nome, nacionalidade,
profissão, idade, residência, estado civil, se trabalhou ou trabalha para o empre-
gador e há quanto tempo.
Caso a testemunha negue os fatos que lhes são imputados, a parte poderá pro-
var a contradita com documentos ou testemunhas, até o número de três, apre-
sentadas no ato e inquiridas em separado.
Sendo provados ou confessados os fatos, o juiz dispensará a testemunha, ou lhe
tomará o depoimento sem o compromisso, na qualidade de informante, atribu-
indo o valor que possa merecer.
Da prova documental
IMPORTANTE
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Importante destaque para o art. 830, da CLT, que traz ao advogado a faculdade de
declaração de autenticidade das cópias dos documentos juntados com a petição
inicial e com a defesa.
Impugnada a autenticidade da cópia, a parte que a produziu será intimada para
apresentar cópias devidamente autenticadas ou o original, cabendo ao serventuá-
rio competente proceder à conferência e certificar a conformidade entre esses do-
cumentos.
Os documentos juntados pela parte adversa deverão ser impugnados especifica-
mente. Caso não sejam impugnados, ou sejam impugnados de forma genérica,
serão considerados como hábeis como meio de prova a que pretendem.
Importantes espécies de prova documental: Contrato de trabalho, recibos de pa-
gamento, registros de jornada, anotação na CTPS.
Quanto à anotação na CTPS, constitui presunção juris tantum em relação ao em-
pregado e júri et de júri em relação ao empregador, salvo se este comprovar erro
material.
Da prova pericial
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Somente no caso em que o beneficiário da justiça gratuita não tenha obtido em
juízo créditos capazes de suportar a despesa referida, ainda que em outro processo,
a União responderá pelo encargo.
Inspeção Judicial
Art. 772 - Os atos e termos processuais, que devam ser assinados pelas partes
interessadas, quando estas, por motivo justificado, não possam fazê-lo, serão
firmados a rogo, na presença de 2 (duas) testemunhas, sempre que não hou-
ver procurador legalmente constituído.
1) Prazos Processuais
Os prazos estabelecidos neste Título serão contados em dias úteis, com exclusão
do dia do começo e inclusão do dia do vencimento.
Os prazos podem ser prorrogados, pelo tempo estritamente necessário, nas se-
guintes hipóteses:
I - quando o juízo entender necessário;
II - em virtude de força maior, devidamente comprovada.
Ao juízo incumbe dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos
meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir
maior efetividade à tutela do direito.
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Caso a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação com efeito de intimação
for feita nesse dia, o prazo judicial será contado da segunda-feira imediata, inclu-
sive, salvo se não houver expediente, caso em que fluirá no dia útil que se seguir.
Art. 778 - Os autos dos processos da Justiça do Trabalho, não poderão sair dos
cartórios ou secretarias, salvo se solicitados por advogados regularmente
constituído por qualquer das partes, ou quando tiverem de ser remetidos aos
órgãos competentes, em caso de recurso ou requisição.
Art. 779 - As partes, ou seus procuradores, poderão consultar, com ampla li-
berdade, os processos nos cartórios ou secretarias.
Art. 780 - Os documentos juntos aos autos poderão ser desentranhados so-
mente depois de findo o processo, ficando traslado.
Art. 793-A. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como
reclamante, reclamado ou interveniente.
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Art. 793-C. De ofício ou a requerimento, o juízo condenará o litigante de má-
fé a pagar multa, que deverá ser superior a 1% (um por cento) e inferior a 10%
(dez por cento) do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos
prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários advocatícios e com todas
as despesas que efetuou.
Art. 793-D. Aplica-se a multa prevista no art. 793-C desta Consolidação à tes-
temunha que intencionalmente alterar a verdade dos fatos ou omitir fatos es-
senciais ao julgamento da causa.
Parágrafo único. A execução da multa prevista neste artigo dar-se-á nos mes-
mos autos.
Fase Decisória
Os juízes podem, no exercício da atividade jurisdicional, praticar os seguintes atos
decisórios (despachos, decisões interlocutórias, sentenças e acórdãos).
Despacho: aqueles que apenas impulsionam o processo sem cunho decisório,
como determinação de remessa dos autos ao calculista da vara.
Decisões interlocutórias: São as que no curso do processo, resolvem questão inci-
dente, por exemplo, concessão de liminares.
Sentença: é o ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos arts. 485
e 487, do CPC.
1) Classificação da Sentença
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Sentenças Condenatórias - o juiz profere um comando condenatório ao réu, tradu-
zindo uma obrigação de fazer, de não fazer, de entregar a coisa ou de pagar quantia
(mais comuns na Justiça do Trabalho);
Terminativa - não aprecia o mérito, e permite interposição de nova ação, nos ter-
mos do art. 485 do CPC. Geralmente se dá quando falta uma das condições da ação
ou um dos pressupostos processuais. Esta sentença soluciona o processo de co-
nhecimento no primeiro grau de jurisdição, mas não soluciona o litígio.
Definitiva - aprecia o mérito, e não permite interposição de outra ação, sob pena
da parte incorrer em litispendência ou coisa julgada, nos termos do art. 487 do CPC.
I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma
do pedido e da contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no an-
damento do processo;
II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito;
III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe
submeterem.
O art. 832 da CLT, por sua vez, também traz os requisitos essenciais da sen-
tença, ao dispor que da decisão deverão constar:
I. Relatório:
No relatório, será realizada pelo julgador a descrição resumida das principais ocor-
rências do processo, com indicação do pedido formulado pelo demandante, bem
como as defesas opostas pelo demandado.
II. Fundamentos:
III. Dispositivo:
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O terceiro elemento essencial da sentença é o dispositivo, que se constitui na parte
da sentença que tem conteúdo decisório. É na parte dispositiva que o magistrado
apresentará sua conclusão, extinguindo o processo com ou sem julgamento do
mérito.
O dispositivo é o elemento mais importante do decisum, pois é nele que encontra-
remos o “comando” contido na sentença, o qual será, posteriormente, coberto pelo
manto da coisa julgada.
A ausência da parte dispositiva importa na inexistência da sentença.
Os §§ 1º, 2º e 3º do art. 832 consolidado estabelecem alguns requisitos complemen-
tares da sentença, os quais serão inseridos na parte dispositiva da sentença.
Também importante ressaltar que a sentença judicial se encontra subordinada ao
princípio da congruência, que significa que a decisão é uma resposta ao pedido,
devendo haver correlação, correspondência ou simetria entre um e outro ato pro-
cessual.
Nesses termos, como é uma resposta aos pedidos formulados, a sentença decidirá
a lide nos limites em que foi proposta (art. 128 do CPC), não podendo o juiz proferir
sentença de natureza diversa da que foi pedida ou condenar o réu em quantidade
superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado (art. 460 do CPC).
Nesses termos, podemos afirmar que o recurso não é uma ação impugnativa
autônoma, pois não cria nova relação jurídica processual (ex.: ação rescisória).
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1) Princípios Aplicáveis
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Agravo de instrumento (art. 897 da CLT);
Recurso de revista (art. 896 da CLT);
Embargos para o TST (ART. 894 da CLT);
Agravo regimental (art. 709, §1º, da CLT);
Recurso extraordinário (art. 102, III, da CF).
Embargos à execução
Agravo de petição
Exceção de pré-executividade
O duplo grau de jurisdição obrigatório, também conhecido como reexame
necessário ou remessa de ofício, no DL 779/69, é aplicável ao processo do tra-
balho.
Princípio da Fungibilidade
Também conhecido como princípio da conversibilidade, permite que o juiz co-
nheça de um recurso que foi erroneamente interposto como se fosse o recurso
cabível, aproveitando-se, desde que existam 03 requisitos:
inexistência de erro grosseiro ou de má-fé;
existência de dúvida objetiva quanto ao recurso cabível no caso concreto;
o recurso interposto de forma errada deve estar dentro do prazo do recurso
cabível.
Assim, permite-se o aproveitamento do recurso interposto com o nome equivo-
cado, com base nos princípios da simplicidade e da finalidade, além de presti-
giar o princípio do jus postulandi.
Princípio da Vedação do Reformatio in Pejus –
Este princípio traz a idéia de que o tribunal competente para julgamento do re-
curso não pode piorar, agravar a situação do recorrente. Dizendo de outro modo,
o tribunal, ao julgar o recurso, não pode proferir decisão mais desfavorável ao
recorrente do que aquela recorrida.
Com efeito, as matérias que poderão ser objeto de apreciação pelo tribunal já
foram delimitadas. Nessa linha de raciocínio, o julgamento proferido pelo tribu-
nal substituirá a sentença ou a decisão recorrida no que tiver sido objeto de re-
curso. Ao contrário, aquilo que não foi objeto de recurso transitou em julgado,
não podendo ser atingido pelo julgamento prolatado pelo tribunal.
São exceções as matérias de ordem pública, que podem ser conhecidas de ofício
pelo juiz, em qualquer tempo e grau de jurisdição.
O art. 6º da Lei 5.584/1970 prevê que será de 08 dias o prazo para interpor e
contra-arrazoar qualquer recurso trabalhista. Recursos que observam o refe-
rido prazo:
Recurso ordinário;
Agravo de instrumento;
Recurso de revista;
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Embargos no TST;
Agravo de petição.
Embargos de declaração – 05 dias, segundo o art. 897-A da CLT, tanto para inter-
por como contra-arrazoar;
Recurso Extraordinário – 15 dias, na forma do art. 1003, §5º do CPC, tanto para in-
terpor como contra-arrazoar;
Recurso de Revisão ou Pedido de Revisão – 48h, nos termos dos §§1º e 2º do art.
2º da Lei 5.584/70.
Agravo Regimental – o prazo depende da previsão do respectivo regimento in-
terno dos tribunais trabalhistas, cabendo observar que o TST o fixou em 08 dias, e
os Tribunais Regionais, em regra, têm fixado o prazo em 05 dias.
Fazenda Pública e Ministério Público do Trabalho – prazo em dobro para recorrer,
nos termos do inciso III do art. 1º do DL 779/69 e art. 496 CPC. Importante ressaltar
que vem prevalecendo o entendimento de que o prazo para contra-arrazoar será
simples.
Quanto ao art. 229, §1º e §2º do CPC – que prevê prazo em dobro para contestar,
para recorrer e para falar nos autos de um modo geral, quando houver litisconsor-
tes com procuradores diferentes, não é aplicável ao processo do trabalho, como já
visto, tendo o TST se pronunciado sobre o assunto na OJ nº 310 da SDI-I do TST.
O conceito de decisão interlocutória está expresso no §2º do art. 203 do CPC, apli-
cado subsidiariamente ao processo do trabalho, por força do art. 769 da CLT, qual
seja, “é o pronunciamento judicial que não põe fim à fase cognitiva do procedi-
mento comum, bem como extingue a execução.”
Essa regra da irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias no processo
do trabalho está inserta no §1º do art. 893 da CLT, que diz o seguinte:
CLT. Art. 893. (...)
§1º. Os incidentes do processo são resolvidos pelo próprio Juízo ou Tribunal, ad-
mitindo-se a apreciação do merecimento das decisões interlocutórias somente
em recursos da decisão definitiva.
No processo do trabalho, a regra geral é que os recursos são dotados de efeito de-
volutivo apenas, não possuindo efeito suspensivo, o que permite ao credor a extra-
ção da carta de sentença para realização da execução provisória, que vai até a pe-
nhora.
Essa regra está disposta no caput do art. 899 da CLT.
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Contudo, o efeito suspensivo dos recursos trabalhistas pode ser conseguido excep-
cionalmente, mediante o ajuizamento de ação cautelar, é o que estabelece a Sú-
mula 414, inciso I, parte final, do TST.
Inexigibilidade de fundamentação
O art. 899 da CLT já lido acima estabelece que os recursos serão interpostos por
simples petição, ou seja, permite-se que sejam apresentados sem qualquer funda-
mentação ou razão do apelo, bastando a simples petição de interposição.
No entanto, com o advento da CF/88, que traz os princípios do contraditório e da
ampla defesa, a doutrina trabalhista vem entendendo pela necessidade de funda-
mentação nos recursos trabalhistas, de modo que o recorrido possa contra-arra-
zoar, e o tribunal analisar as razoes do inconformismo.
A necessidade de fundamentação nos recursos trabalhistas consubstancia o prin-
cípio da dialeticidade ou discursividade.
Nesse contexto, pode-se concluir que: a CLT não prevê a necessidade de funda-
mentação para interpor recursos trabalhistas, mas o TST sim, ou seja, a jurisprudên-
cia sim. (cuidado com as questões de concurso).
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IV. Efeito Substitutivo: Estabelece o CPC que “O julgamento proferido pelo tribu-
nal substituirá a sentença ou a decisão recorrida no que tiver sido objeto de re-
curso”.
O efeito substitutivo ocorre quando o tribunal aprecia e julga o mérito da causa,
operando-se a substituição da sentença a quo, pelo acórdão do tribunal, na
parte objeto do apelo.
Importante ressaltar que ainda que o acórdão confirme a sentença pelos pró-
prios fundamentos, haverá a substituição integral.
No entanto, caso o tribunal não julgue o mérito do recurso, não se operará o
chamado efeito substitutivo.
V. Efeito Regressivo: O efeito regressivo consubstancia a possibilidade de retrata-
ção ou reconsideração do próprio órgão que proferiu a decisão impugnada. Na ver-
dade, trata-se de exceção à regra prevista no CPC, na medida em que, de acordo
com esse dispositivo, o juiz, ao publicar a sentença de mérito, cumpre e acaba o
ofício jurisdicional.
Na seara recursal trabalhista, observa-se o efeito em análise nos recursos de
agravo de instrumento e agravo regimental.
VI. Efeito Extensivo:
Art. 1.005. O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo
se distintos ou opostos os seus interesses.
Parágrafo único. Havendo solidariedade passiva, o recurso interposto por um
devedor aproveitará aos outros quando as defesas opostas ao credor lhes forem
comuns.
Desse modo, o recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita,
salvo se distintos ou opostos seus interesses, ocorrendo a extensão dos efeitos
do recurso.
Contudo, impende salientar que somente se opera esse efeito na hipótese de
litisconsórcio unitário, situação na qual o juiz deve decidir a lide de modo uni-
forme para todos os litisconsortes.
5) Juízo de Admissibilidade
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Cumpre ressaltar que o despacho exarado pelo juízo a quo, não vincula o juízo ad
quem. Assim, um recurso pode ser conhecido por um juízo e não conhecido por
outro e vice-versa.
Quanto ao juízo ad quem, pode ser exercido isoladamente pelo relator, ou em co-
legiado pelo tribunal.
6) Pressupostos Recursais
Embargos de declaração;
Agravo de petição;
Agravo regimental;
Pedido de revisão.
Recurso ordinário;
Recurso de revista;
Embargos no TST;
Recurso extraordinário;
Recurso adesivo;
Agravo de instrumento.
7) Justiça Gratuita
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gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem sa-
lário igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios
do Regime Geral de Previdência Social.
O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar insuficiên-
cia de recursos para o pagamento das custas do processo.
Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo,
ainda que em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obriga-
ções decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibi-
lidade e somente poderão ser executadas se, nos dois anos subsequentes ao trân-
sito em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de
existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratui-
dade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário.
8) Honorários Advocatícios
Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de su-
cumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15%
(quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito
econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da
causa.
Os honorários são devidos também nas ações contra a Fazenda Pública e nas
ações em que a parte estiver assistida ou substituída pelo sindicato de sua catego-
ria.
Recursos Em Espécie
1) Embargos De Declaração
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Cabimento – Cabem embargos de declaração em face de sentença ou acórdão
que apresentem omissão, obscuridade, contradição ou manifesto equívoco na
análise dos pressupostos extrínsecos do recurso.
Prazo – Os embargos de declaração devem ser opostos no prazo de 5 dias a contar
da ciência ou publicação da decisão. As pessoas jurídicas de Direito Público gozam
de prazo em dobro para oposição de ED, conforme prevê a OJ 192 da SDI-I do TST.
A oposição de embargos de declaração interrompe o prazo recursal. Ou seja,
após o seu julgamento, zera o prazo para a interposição de um novo recurso,
salvo quando intempestivos, irregular a representação da parte ou ausente a
sua assinatura, conforme prevê o §3º do art. 897-A, da CLT.
Efeito Modificativo – Nas hipóteses de omissão, contradição e manifesto equívoco
na análise dos pressupostos extrínsecos do recurso, os embargos de declaração
podem modificar a decisão embargada.
A súmula 278 do TST prevê, expressamente, o efeito modificativo dos embargos
de declaração apenas na hipótese de omissão.
Contraditório – Em tese, não há manifestação da outra parte nos embargos de de-
claração. Contudo, caso haja requerimento da parte embargante e/ou se o juiz vis-
lumbrar efeito modificativo no julgado, deverá permitir a manifestação da outra
parte em 5 dias, sob pena de nulidade da decisão, nos termos do art. 897-A, § 2º, da
CLT.
Embargos Protelatórios – Quando manifestamente protelatórios os embargos de
declaração, o juiz ou o tribunal, em decisão fundamentada, condenará o embar-
gante a pagar ao embargado multa não excedente a dois por cento sobre o valor
atualizado da causa. (art. 1.026, §2º, CPC).
Prequestionamento – Outra hipótese de cabimento dos embargos de declaração
está prevista nas súmulas 184 e 297, II do TST: embargos de declaração para fins de
prequestionamento. O prequestionamento é um pressuposto exclusivo dos recur-
sos de natureza extraordinária (recurso de revista, embargos ao TST e recurso ex-
traordinário).
2) Recurso Ordinário
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Para tanto, ao interpor o recurso, precisamos dirigi-lo para o juízo que proferiu
a decisão (juízo a quo), com uma folha de rosto (ou peça de interposição), para
que o juízo a quo faça a verificação dos seus pressupostos de admissibilidade
(requisitos).
3) Recurso de Revista
O recurso de revista está previsto no art. 896 da CLT e é cabível nas seguintes hipó-
teses:
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vinculante do STF; f) quando, na interpretação de lei federal, a decisão recorrida
contrariar outro TRT (Pleno ou Turma) e g) quando o acórdão recorrido divergir, na
interpretação de lei federal, de decisão da Seção de Dissídios Individuais do TST.
4) Agravo de Instrumento
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Quando o agravo de instrumento tem a finalidade de destrancar recurso de revista
que se insurge contra decisão que contraria a jurisprudência uniforme do Tribunal
Superior do Trabalho, consubstanciada nas suas súmulas ou em orientação juris-
prudencial, não haverá obrigatoriedade de se efetuar o depósito.
Fase Executória
Atualmente, o CPC em seu art. 591 dispõe que o devedor somente responde
pelas dívidas com seu patrimônio, sendo, portanto, invioláveis a sua vida, li-
berdade e integridade física. No processo do trabalho, a execução está disci-
plinada em 4 diplomas normativos que devem ser seguidos na seguinte or-
dem:
CLT
Lei 5584/70
Lei 6830/80
CPC
2) Legitimidade Ativa
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geraria a incompetência material da justiça do trabalho. Todavia, a Lei 11.101/05, Lei
de falências, prevê a cessão de créditos a terceiros, apenas ressalvando que nestes
casos o crédito será enquadrado como crédito quirografário.
Em alguns casos, o MPT também detém a legitimidade para promover a execução.
3) Legitimidade Passiva
Lei 6.830/1980
O CPC, por sua vez, estabelece no art. 779 que a execução também poderá ser pro-
movida contra:
Títulos Executivos
Os títulos executivos no processo do trabalho se dividem em:
1) Judiciais
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2) Extrajudiciais
Espécies de Execução
1) Execução Provisória
A execução provisória é cabível toda vez que a decisão exarada ainda pender de
recurso desprovido de efeito suspensivo (art. 876, CLT).
Ou seja, a execução provisória será possível quando a decisão não tiver transitado
em julgado, sendo restrita, por isso, até a penhora, não transferindo o patrimônio
do devedor para o credor de forma definitiva, apenas impedindo que o credor se
desfaça do patrimônio, fraudando a execução. (art. 899, CLT).
Os títulos executivos extrajudiciais jamais darão ensejo à execução provisória, mas
tão somente execução definitiva.
Vale ressaltar que a execução provisória não pode ser requerido de ofício pelo ma-
gistrado, mas sempre a requerimento do interessado.
2) Execução Definitiva
O art. 876 da CLT prevê que a execução definitiva poderá ser feita nos seguin-
tes casos:
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3) Da Liquidação da Sentença
Vale ressaltar que a liquidação também pode ser mista, ou seja, mesclando
mais de uma modalidade de liquidação. Ressalte-se ainda que a sentença po-
derá vir parte líquida e parte ilíquida. A parte liquidada da sentença já poderá
ser executada através da extração da carta de sentença.
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determinado pela sentença ou ainda quando assim exigir a natureza do ob-
jeto da liquidação (Art. 509, CLT).
I.3. Liquidação por artigos – A liquidação por artigos será feita quando houver
necessidade de provar fatos novos que deviam servir de base para fixar o
quanto devido na condenação. A liquidação por artigos é feita quando sua li-
quidez depender de comprovação de fatos ainda não suficientemente escla-
recidos na fase conhecimento, como exemplo, o caso de sentença de defere
o pedido de horas extras, mas não as quantifica, objetivando prova-las por
meio de articulação das partes.
Esta modalidade não pode ser determinada de ofício pelo magistrado, depen-
dendo de iniciativa das partes, observando sempre o rito da ação.
Portanto, o interessado deve apresentar a petição inicial, alegando os fatos a serem
provados e os respectivos meios de prova, sendo a parte contrária notificada para,
em 15 dias, contestar o pedido, sob pena de serem considerados verdadeiros.
Percebe-se, então que a liquidação constituir verdadeiro processo de cognição,
complexo, podendo haver indeferimento da petição inicial, suspensão e extinção
da liquidação, revelia, produção de provas, julgamento antecipado, sendo desacon-
selhável tal modalidade de liquidação de sentença, por contrariar o princípio da
celeridade processual.
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Elaborada a conta e tornada líquida, o juízo deverá abrir às partes prazo comum de
oito dias para impugnação fundamentada com a indicação dos itens e valores ob-
jeto da discordância, sob pena de preclusão.
Desta forma, o juiz não poderá mais homologar de imediato os cálculos, devendo
conceder prazo comum de 8 dias para as partes impugnarem os cálculos elabora-
dos.
As impugnações devem ser específicas, não podendo ser genéricas.
Frise-se por fim, que o juiz deverá de forma obrigatória proceder intimação para a
União. (§3º, art. 879, da CLT).
Art. 890 - A execução para pagamento de prestações sucessivas far-se-á com ob-
servância das normas constantes desta Seção, sem prejuízo das demais estabele-
cidas neste Capítulo.
Art. 891 - Nas prestações sucessivas por tempo determinado, a execução pelo não-
pagamento de uma prestação compreenderá as que lhe sucederem.
Art. 892 - Tratando-se de prestações sucessivas por tempo indeterminado, a exe-
cução compreenderá inicialmente as prestações devidas até a data do ingresso na
execução.
6) Penhora
Se o executado não pagar a dívida, não efetuar o depósito judicial para apresenta-
ção de embargos à execução ou não nomear bens à penhora, no prazo de 48 horas
contados da citação, o oficial de justiça retornará ao local de execução e penhorará
tanto bens quantos bastem para a satisfação do julgado, inclusive custas, juros de
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mora, correção monetária e contribuição previdenciária, na forma do art. 883, da
CLT.
Não pagando o executado, nem garantindo a execução, seguir-se-á penhora dos
bens, tantos quantos bastem ao pagamento da importância da condenação, acres-
cida de custas e juros de mora, sendo estes, em qualquer caso, devidos a partir da
data em que for ajuizada a reclamação inicial.
Art. 883-A. A decisão judicial transitada em julgado somente poderá ser levada a
protesto, gerar inscrição do nome do executado em órgãos de proteção ao crédito
ou no Banco Nacional de Devedores Trabalhistas (BNDT), nos termos da lei, depois
de transcorrido o prazo de quarenta e cinco dias a contar da citação do executado,
se não houver garantia do juízo.
A penhora será realizada onde quer que se encontrem os bens, ainda que na posse
de terceiros.
O TST entende que o cargo de depositário depende de aceitação do nomeado, con-
forme OJ 89, da SDI – II.
No ato da penhora, o oficial já irá avaliar os bens, não se aplicando mais o art. 888,
da CLT.
O art. 847, do CPC dispõe que o executado pode, no prazo de 10 (dez) dias após
intimado da penhora, requerer a substituição do bem penhorado, desde que com-
prove cabalmente que a substituição não trará prejuízo algum ao exequente e será
menos onerosa para ele devedor.
Por fim, destaque-se que o art. 874, do CPC prevê que o juiz, após a avaliação dos
bens pode ampliar ou reduzir a penhora, quando a requerimento da parte e, ouvida
a parte contrária.
Caso haja resistência à penhora, deverá o oficial certificar o fato ao juiz, solicitando
reforço policial e, se for o caso, ordem de arrombamento.
Os bens impenhoráveis estão previstos no art. 833, do CPC.
7) Embargos à Execução
Prazo e procedimento:
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A apresentação de embargos à execução está condicionada à garantia do juízo,
seja por meio de pagamento, nomeação de bens à penhora ou mesmo penhora
coercitiva.
Ou seja, os embargos somente serão conhecidos se o juízo estiver totalmente ga-
rantido.
O prazo para apresentação dos embargos à execução será de 5 dias a contar da
garantia do juízo ou da penhora dos bens. A fazenda pública tem prazo de 30 dias.
Os embargos à execução no processo do trabalho são processados nos mesmos
autos da execução, sendo sempre recebidos no efeito suspensivo, ficando sus-
pensa a execução até o julgamento dos embargos.
Caso considere necessário, o juiz poderá designar audiência para produção de pro-
vas, com oitiva de testemunhas arroladas pelo embargante, a qual será realizada
dentro de 05 dias (art. 884, §2º, da CLT).
Não tendo sido arroladas testemunhas nos embargos, o juiz proferirá a decisão,
dentro de 05 dias, julgando subsistente ou insubsistente a penhora. Caso tenham
sido arroladas testemunhas, finda a sua inquirição em audiência, o processo será
concluso ao juiz no prazo de 48 horas, e este proferirá decisão em 05 dias.
8) Embargos à Penhora
9) Praça e leilão
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Portanto, o edital de hasta pública é requisito indispensável, formal, essencial à va-
lidade do ato de expropriação dos bens levados à hasta pública, ensejando nuli-
dade do ato o desatendimento da formalidade prevista no artigo supra.
No processo do trabalho, a hasta pública é única, sendo os bens, desde logo, ven-
didos pelo maior lance, conforme art. 888, §1º, da CLT.
Caso não haja licitantes, e não requerendo o credor a adjudicação dos bens penho-
rados, poderão os mesmos ser vendidos por leiloeiro nomeado pelo juiz, conforme
previsão.
Ação Rescisória
É a ação que visa desconstituir ou anular uma decisão (sentença ou acórdão)
transitada em julgado, por conter vícios insanáveis. A ação rescisória tem pre-
visão nos artigos 966 e seguintes do CPC.
Na CLT, a ação rescisória encontra amparo no art. 836 e condiciona a sua proposi-
ção ao depósito prévio de 20% (vinte por cento) do valor da causa, à título de multa,
salvo prova de miserabilidade jurídica do autor.
O valor da multa será revertido ao réu na ação.
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1) Requisitos
Sentença de mérito
Trânsito em julgado da decisão (Súmula 299 TST)
IMPORTANTE!
Para o ajuizamento da ação rescisória é necessário que seja uma sentença ou acór-
dão de mérito, pois somente as sentenças e acórdãos de mérito podem ser alvos
de ação rescisória, pois que o objeto desta ação é a coisa julgada material.
Caso fosse uma decisão terminativa (que extingue o processo sem resolução do
mérito), possibilitaria o ajuizamento de uma nova decisão, não sendo cabível a ação
rescisória.
Ademais, da decisão que se pretende rescindir, deve haver o trânsito em julgado
da decisão, conforme Súmula 299, do TST.
2) Competência
3) Legitimidade
A legitimidade para propor ação rescisória está prevista no art. 967 do CPC.
IMPORTANTE!
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Assim, o TST, firmou o entendimento de que o termo de acordo somente é impug-
nável via ação rescisória (Súmula 259, TST):
4) Cabimento
5) Prazo
6) Recurso
Quando a ação rescisória for julgada originalmente pelo Tribunal Regional do Tra-
balho, o recurso cabível é o recurso ordinário e será julgado pelo TST, conforme en-
tendimento da Súmula 158, do TST.
IMPORTANTE!
Cumpre frisar que havendo recurso ordinário em sede de ação rescisória, o depó-
sito recursal só é exigível quando for julgado procedente o pedido e imposta con-
denação em pecúnia, devendo este ser efetuado no prazo recursal, sob pena de
deserção, vide Súmula 99, do TST.
Impende destacar ainda que na ação rescisória não é possível a utilização do jus
postulandi, por força da Súmula 425 do TST.
Ressalte-se ainda que na ação rescisória não é cabível o instituto da revelia, uma
vez que o seu objeto é o vício insanável da decisão e não o contraditório da parte,
sendo a coisa julgada matéria de ordem pública, conforme Súmula 398 do TST.
Por fim, destaque-se que na ação rescisória é cabível a condenação em honorários
advocatícios de sucumbência, conforme Súmula 219 do TST.
Dissídio Coletivo
A Constituição Federal de 1988 prestigiou em vários dispositivos a negociação co-
letiva, o que acaba por estimular a solução dos conflitos pelas partes envolvidas.
Neste sentido, frise-se que as entidades sindicais possuem autonomia para repre-
sentar as respectivas categorias em questões administrativas e judiciais, tornando
obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho.
Todavia, a autocomposição (espécie de solução de conflitos onde as partes envol-
vidas chegam a um consenso sem a participação de terceiros), acaba por não ser
materializada através de um acordo coletivo de trabalho ou uma convenção cole-
tiva de trabalho, em função das discordâncias das partes.
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Neste sentido, impende salientar que o art. 114, §1º, da CF/88, define que, frustrada
a negociação coletiva, poderão as partes, eleger árbitros, ou, em comum acordo,
ajuizar dissídio coletivo, utilizando da espécie da heterocomposição para solucio-
nar o conflito.
Conceito – Ação que visa dirimir os conflitos coletivos de trabalho por meio do
pronunciamento do Poder Judiciário, seja fixando novas normas e condições
de trabalho, seja interpretando normas jurídicas preexistentes.
Poder Normativo
O poder normativo da Justiça do Trabalho consiste na competência constitucional
assegurada aos tribunais trabalhistas de solucionar os conflitos coletivos de traba-
lho, estabelecendo através da chamada sentença normativa, normas gerais e abs-
tratas de conduta, de observância obrigatória para as categorias profissionais e
econômicas abrangidas na lide, com repercussão nas relações individuais de tra-
balho.
Neste diapasão, cumpre frisar que a EC 45/04, limitou o Poder normativo da Justiça
do Trabalho, ao alterar o §2º do art. 114, da CF/88, visto que o dissídio coletivo de
natureza econômica somente poderá ser proposto se houver mútuo acordo entre
as entidades sindicais envolvidas no conflito.
Logo, a Justiça do Trabalho somente poderá agir se ambos os entes sindicais esti-
verem de acordo com o ajuizamento do acordo.
1) Classificação
2) Cabimento
O dissídio coletivo somente poderá ser suscitado uma vez esgotada ou frustrada,
total ou parcialmente, a negociação coletiva implementada diretamente pelos
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entes interessados, ou mesmo intermediada pelo MTE, nas chamadas “mesas de
conciliação”.
Neste sentido, caso seja suscitado um dissídio coletivo antes do esgotamento da
negociação coletiva prévia pelos entes interessados, será o processo extinto sem
resolução do mérito, com base no art. 267, IV, do CPC.
Saliente-se que os dissídios coletivos de natureza jurídica, que objetivam interpre-
tar norma jurídica, a CF/88 não impôs o requisito do mútuo acordo dos entes sin-
dicais.
Já o §3º do art. 114 da CF/88 prevê que em caso de greve de atividade essencial, com
possibilidade de lesão ao interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá
ajuizar dissídio coletivo perante à Justiça do Trabalho.
Estabelece ainda o art. 856 da CLT que a instância poderá ser instaurada de ofício
por iniciativa do TRT ou a requerimento da Procuradoria Regional do Trabalho,
sempre que houver paralisação dos trabalhos.
3) Partes
5) Sentença normativa
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6) Prazo e vigência da sentença normativa
O prazo máximo de vigência da sentença normativa, com base no art. 868, pará-
grafo único, da CLT, é de no máximo 4 (quatro) anos.
Vale frisar que o acordo coletivo e convenção coletiva possuem prazo máximo de
validade de 2(dois) anos. As condições de trabalho alcançadas por força de acordo
coletivo e convenção coletiva vigoram apenas no prazo assinalado integrando o
contrato de trabalho somente neste período.
Ocorre que enquanto não vier a formalização de nova norma coletiva, a norma co-
letiva continuará vigente, produzindo efeitos, mesmo após a vigência do instru-
mento, conforme entendimento da Súmula 277 do TST.
7) Recursos
8) Ação de cumprimento
Vimos que nos dissídios coletivos, a sentença normativa, poderá ter apenas natu-
reza jurídica declaratória ou constitutiva, e, por não conter natureza condenatória,
não comporta execução.
Assim, caso haja descumprimento da sentença normativa, a medida a ser adotada
será a propositura ação de cumprimento, e não de ação de execução.
Neste diapasão, frise-se que a ação de cumprimento é uma ação de cumprimento
de cunho condenatório proposta pelo sindicato profissional ou pelos próprios tra-
balhadores interessados perante a Vara do Trabalho, onde serão discutidos apenas
questões de direito, pois as questões de fato já foram discutidas no dissídio coletivo.
Não obstante o art. 872, da CLT disponha que é necessário o trânsito em julgado da
sentença normativa para o ajuizamento de ação de cumprimento, o TST, através
da Súmula 246, dispensou esse requisito.
Vale frisar que a ação de cumprimento pode ser ajuizada também em caso de des-
cumprimento de acordo ou convenção coletiva, segundo a esteira da Súmula 286,
do TST.
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Inquérito para Apuração de Falta Grave
O inquérito para apuração de falta grave é uma ação de natureza, constitutivo-ne-
gativa, promovida pelo empregador, para resolução de contrato de trabalho de
empregado estável, em razão de prática de falta grave pelo trabalhador.
No inquérito, o empregador recebe o nome de requerente, e o empregado de re-
querido.
O inquérito tem previsão nos artigos 494 e seguinte da CLT.
Antes da Constituição Federal de 1988 entrar em vigor, determinando que o regime
de FGTS era obrigatório, os trabalhadores que contassem com mais de 10 (dez)
anos de serviços na mesma empresa, não poderiam ser despedidos, senão por
força maior ou falta grave devidamente comprovada. É a estabilidade decenal.
Todavia, os empregados não optantes pelo regime do FGTS, que alcançaram a es-
tabilidade decenal, continuariam estáveis em função do direito adquirido.
Importante frisar que o art. 19 do ADCT prevê que, com a promulgação da CF/88,
os servidores admitidos pela Administração pública direta e indireta, estatutários
ou celetistas, há mais de 5 anos, adquiririam estabilidade.
De outro lado, a legislação estabeleceu alguns casos de estabilidade provisória em
que o empregado somente pode ser dispensado se cometer falta grave e regular-
mente apurada através da ação de inquérito para apuração de falta grave:
Dirigente sindical – art. 8º, VIII, da CF/88 e art. 543, §3º da CLT
Empregados membros da CNPS – Lei 8.213/91, art. 3º, §7º
Empregados eleitos diretores de sociedades cooperativas – art. 55, Lei 5.764/71
Estável decenal
1) Procedimento e Prazo
O procedimento do inquérito para apuração de falta grave está previsto nos artigos
853 a 855 da CLT.
Dispõe o art. 853 que o empregador apresentará reclamação por escrito à Vara do
Trabalho ou Juízo de Direito, quando investido na jurisdição trabalhista, dentro de
30 (trinta) dias, contados da data da suspensão do empregado.
Frise, neste sentido, que a reclamação deste procedimento deve obrigatoriamente
feita por escrito, sob pena de extinção do processo sem resolução do mérito.
Ademais, o prazo para o ajuizamento da ação é decadencial, ou seja, passados os
30 dias da suspensão do empregado sem que o empregador tenha procedido o
ajuizamento, não mais poderá fazê-lo, por ter consumado o seu direito.
É de decadência o prazo de trinta dias para instauração do inquérito judicial, a con-
tar da suspensão, por falta grave, de empregado estável.
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Entendimento idêntico tem o Tribunal Superior do Trabalho, conforme previsão da
Súmula 62.
O artigo 494, parágrafo único, da CLT prevê que o empregado poderá ficar sus-
penso de suas funções, mas a sua despedida somente pode ser efetivada após a
decisão final de procedência da ação.
Impende salientar que não é obrigatória a suspensão do empregado estável para
o ajuizamento do inquérito para apuração de falta grave, podendo o empregador
fazê-lo sem que as atividades do empregado sejam suspensas.
Assim, tem entendido a doutrina e a jurisprudência que o prazo para o ajuizamento
da ação é de 5(cinco) anos a contar da ciência pelo empregador da falta grave co-
metida pelo seu empregado.
Todavia, parte da doutrina entende que caso empregador não ajuíze a ação em
curto espaço de tempo teria havido um perdão tácito, renunciando o empregador
ao direito de aplicar a punição pela aplicação do princípio da imediaticidade.
No processo de inquérito para apuração de falta grave cometida por empregado
estável, as partes poderão, cada uma, utilizar-se de até 6 testemunhas.
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