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APRESENTAÇÃO
É com muita alegria que apresentamos o módulo de Processo do Trabalho do preparatório para 38º
exame da Ordem dos Advogados do Brasil. Sejam todos muito bem-vindos!
Preparei esse roteiro pensando no seu exame e sabendo da importância desses temas para sua prova,
então, valerá a pena o nosso esforço durante essas aulas!
Nosso módulo não dispensa suas anotações pessoais e, principalmente, a leitura e os grifos dos
dispositivos específicos de cada assunto que abordaremos. Utilize, portanto, o seu Vade Mecum (1ª Fase
da OAB e Concursos) e vamos juntos!
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Processo do Trabalho
3 Diego Oliveira
2. PRINCÍPIO DA ORALIDADE
Consubstancia-se na predominância da prática de atos processuais de forma verbal.
Como exemplo à aplicação deste princípio, temos:
I. A leitura da reclamação de forma verbal – art. 847, CLT;
II. Ajuizamento a reclamação trabalhista de forma verbal – art. 840, CLT;
III. Tentativas de conciliação – art. 846 e 850, CLT;
IV. A apresentação de defesa oral em 20 minutos – art. 847, CLT;
V. Produção de provas, oitivas de partes e testemunhas;
VI. Razões finais em 10 minutos – art. 850, CLT;
VII. Somente no procedimento ordinário, há uma 2ª tentativa de conciliação.
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4 Diego Oliveira
4. PRINCÍPIO DA CONCILIAÇÃO
Os juízes e Tribunais irão usar dos seus bons ofícios e do poder de persuasão, de modo a
solucionarem os conflitos de forma amigável, segundo previsão do art. 764, § 1º, da CLT.
o Os acordos são extremamente relevantes no processo do trabalho.
Caso o juiz homologue o acordo e seja possível, as partes poderão ajuizar ação rescisória.
o O art. 966, do CPC, prevê as hipóteses de cabimento da ação rescisória.
A decisão que homologa o acordo é irrecorrível para às partes, somente sendo possível recurso
pela previdência social no que tange as contribuições previdenciárias.
o A homologação do acordo é ato facultativo do juiz, podendo não fazê-lo, caso verifique
que há prejuízo de direitos, mediante sentença indeferindo a homologação. Dessa
sentença que nega a homologação de acordo, caberá recurso ordinário, no prazo de oito
dias (não é cabível o mandado de segurança, pois, não há direito líquido e certo).
O juiz deverá propor a conciliação, sob pena de nulidade, obrigatoriamente, em dois momentos
processuais específicos.
o O primeiro momento é logo após a abertura da audiência (art. 846, CLT), e o segundo
momento é após as razões finais (art. 850, CLT).
Ademais, o juiz poderá propor ainda outras tentativas de conciliação no curso do processo, até
mesmo quando já tiver transitado em julgado, na fase de execução (art. 764, § 3º, CLT).
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6 Diego Oliveira
8. PRINCÍPIO DA EXTRAPETIÇÃO
Pelo princípio em tela, permite-se que o magistrado possa, em casos específicos, previstos em
lei, condenar o réu em pedidos não contidos na petição inicial, como nos casos da multa do art.
467, da CLT e da Súmula 211, do TST.
o Súmula nº 211 do TST –
Os juros de mora e a correção monetária incluem-se na liquidação, ainda que omisso o
pedido inicial ou a condenação.
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ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DA
JUSTIÇA DO TRABALHO
Composição do TST:
• 1/5 de advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional e de membros
do MPT com mais de 10 de efetivo exercício
• 4/5 dentre juízes dos TRTs indicados pelo TST.
• Para a formação do quinto constitucional o órgão respectivo forma a lista sêxtupla,
com membros com notório saber jurídico e reputação ilibada e o tribunal forma lista
tríplice para indicação do chefe do executivo. (Art. 94 CF/88)
Órgãos do TST:
• Órgão Especial
• Tribunal Pleno
• Seção Administrativa
• Seção Especializada em Dissídios Coletivos (SDC)
• Seção Especializada em Dissídios Individuais (I e II)
• Turmas (oito)
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9 Diego Oliveira
Composição do TRT:
• 1/5 de advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional e de membros do
MPT com mais de 10 de efetivo exercício.
• 4/5 dentre juízes promovidos, antiguidade ou merecimento, alternadamente.
• A lista sêxtupla se forma da mesma maneira que o TST.
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10 Diego Oliveira
JURISDIÇÃO X COMPETÊNCIA
Dever do Estado de aplicar as normas jurídicas X Determinação da esfera da jurisdição, das
para prestar a tutela jurisdicional a quem atribuições dos cargos investidos na função
tem uma pretensão resistida. jurisdicional.
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11 Diego Oliveira
2) CONFLITOS DE COMPETÊNCIA:
▪ Os conflitos de competência podem ser:
I. Positivos: Quando dois ou mais juízes se julgam competentes para julgar.
II. Negativos: Quando dois ou mais juízes se julgam incompetentes.
III. Controvérsia de dois ou mais juízes sobre a reunião de processos.
▪ Os conflitos de competência são sempre dirimidos por um Tribunal de instância superior aos
conflitantes.
o Pelo TRT, quando os suscitados entre Juntas e entre Juízos de Direito, ou entre uma e
outras, nas respectivas regiões;
o Pelo TST quando suscitados entre TRTs, entre Varas do Trabalho e juízes de direito
investidos na jurisdição trabalhista sujeitos a TRTs distintos;
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12 Diego Oliveira
Regra geral:
A competência para julgamento será definida pela localidade da prestação de serviços.
Exceções:
I) Agente ou viajante comercial: Competência da localidade da filial da empresa que o
empregado esteja vinculado. Na falta, será onde o empregado tenha domicílio ou localidade mais
próxima.
II) Agência ou filial no estrangeiro: Competência será a do local da prestação de serviços, desde
que o empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em contrário.
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13 Diego Oliveira
6) FORO DE ELEIÇÃO:
▪ Previsto no CPC, em casos de competência territorial e em razão do valor da causa, a eleição
de foro visa o direito das de partes de escolherem o foro para dirimir eventuais conflitos.
▪ Em função de as normas de direito do trabalho serem de ordem pública, a eleição de foro, embora
não esteja prevista expressamente, é incompatível com o processo do trabalho, tendo em
vista, inclusive, que o objetivo do art. 651, da CLT, é facilitar o acesso e a produção de provas
pelo hipossuficiente.
7) MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA:
▪ A competência absoluta, aquela definida em razão da matéria e da hierarquia é imodificável. Já
a competência relativa é aquela definida em razão do valor da causa e do território poderá ser
modificada.
8) PRORROGAÇÃO DE COMPETÊNCIA:
▪ Sendo a competência territorial relativa, prorrogável, não sendo oposta exceção no prazo
legal, prorrogar-se-á a competência.
▪ Proposta a exceção, o juiz abrirá prazo de 24 horas para o exceto se manifestar.
▪ Sentença prolatada por juízo absolutamente incompetente é nula, podendo ser objeto de ação
rescisória.
9) CONEXÃO:
▪ Há conexão quando as causas têm em comum o objeto ou a causa de pedir.
▪ A reunião de processos conexos tem como objetivo evitar a prolação de decisões conflitantes,
somente podendo ser reunidas se for possível o julgamento simultâneo das ações.
▪ Havendo várias ações com identidade de matéria e propostas por empregado da mesma
empresa, poderão também ser cumuladas por conexão, conforme o art. 842, da CLT.
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10) CONTINÊNCIA:
▪ Haverá continência quando em duas ou mais ações houver identidade quanto às partes e à
causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser mais amplo, abrange o das outras.
▪ Neste caso, toda vez que há continência, há conexão.
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1) AÇÃO:
▪ A ação é o meio conferido ao indivíduo para obter a prestação jurisdicional, diante de um
direito violado ou ameaçado, em determinado conflito de interesses. O direito de exigir do
Estado que exerça sua função jurisdicional.
▪ A função jurisdicional do Estado, em regra, deve ser provocada, apresentando-se a jurisdição
inerte, aguardando a provocação da parte interessada.
▪ Para se obter uma sentença de mérito, o autor deve atender a alguns requisitos, denominados
de condições da ação, que são três:
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16 Diego Oliveira
Observações:
➢ As condições da ação representam os requisitos
obrigatórios para o exercício desse direito.
➢ A ausência das condições da ação ou dos pressupostos
processuais pode ser declarada de ofício pelo juiz e enseja a
prolação de sentença sem julgamento do mérito.
➢ Cumpre, ainda, registrar que uma ação é considerada idêntica a
outra quando coincidem os seus elementos, havendo a tríplice
identidade, quais sejam:
Observação: A CLT, em seu art. 840, § 1º, exige apenas que o autor formule o
pedido, sem fazer referência à causa de pedir, exigindo apenas uma breve
exposição dos fatos. Essa peculiaridade decorre do jus postulandi (art. 791, CLT),
das partes que não possuem conhecimento técnico para aduzir os fundamentos
jurídicos do pedido.
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17 Diego Oliveira
2) PROCEDIMENTOS PROCESSUAIS:
▪ Procedimento é o modo e a forma como os atos processuais se movimentam, ou seja,
caminham no tempo, de acordo com a natureza do processo, podendo ser mais complexa ou mais
singela.
Peculiaridades:
- Causas com valor até 40 salários mínimos.
- Estão excluídas do procedimento
sumaríssimo as demandas em que é parte a
administração pública direta, autárquica e
fundacional.
- O pedido da petição e inicial deverá ser líquido
e certo, indicando o valor correspondente.
- Não caberá citação por edital, devendo o
reclamante indicar corretamente o nome e o
endereço da reclamada.
- Caso não liquide os pedidos e/ou não indique
corretamente o nome e o endereço da
reclamada, o processo deverá ser extinto sem
resolução do mérito e o reclamante condenado
ao pagamento das custas processuais.
- A apreciação deverá ocorrer em no máximo
15 dias, podendo constar de pauta especial, se
necessário.
- O processo deverá ser instruído e julgado em
audiência única (em regra).
- Não haverá juízo de conciliação obrigatório. O
juiz deverá apenas esclarecer sobre as
vantagens da conciliação.
- Serão decididos, de plano, todos os incidentes
e exceções que possam interferir no
prosseguimento da audiência e do processo. As
demais questões serão decididas na sentença.
- Sobre os documentos apresentados por uma
das partes manifestar-se-á imediatamente a
parte contrária, sem interrupção da audiência,
salvo absoluta impossibilidade, a critério do
juiz.
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19 Diego Oliveira
- Somente
serão possíveis duas testemunhas para cada
parte, que se não comparecer o juiz pode
determinar a sua condução coercitiva.
- Só será deferida intimação de testemunha
que, comprovadamente convidada, deixar de
comparecer. Não comparecendo a testemunha
intimada, o juiz poderá determinar sua
imediata condução coercitiva.
- As partes deverão se manifestar sobre os
documentos de forma imediata (na mesma
audiência), salvo absoluta impossibilidade,
deixando a concessão de um prazo a critério do
juiz.
- Caso seja realizada perícia, o juiz, desde logo,
irá nomear o perito, fixar o objeto da perícia e
um prazo para entrega do laudo pericial. Após
a entrega do laudo, as partes deverão se
manifestar no prazo comum de cinco dias.
- As partes deverão informar ao juízo a
mudança de endereço, sob pena das
comunicações enviadas ao endereço anterior
serem consideradas válidas.
- Interrompida a audiência, o seu
prosseguimento e a solução do processo dar-
se-ão no prazo máximo de trinta dias, salvo
motivo relevante justificado nos autos pelo juiz
da causa.
- Não cabe recurso de revista se a decisão do
TRT contrariar uma OJ do TST. Somente caberá
recurso de revista se a decisão do TRT:
i. contrariar Súmula do TST;
ii. contrariar Súmula Vinculante, do STF;
iii. violar a Constituição Federal.
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PETIÇÃO INICIAL
É a peça que inicia o processo, rompendo a inércia do estado, provocando o seu poder-dever de
prestar a tutela jurisdicional, definindo os limites subjetivos e objetivos da lide.
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23 Diego Oliveira
4) PROCEDIMENTOS PROCESSUAIS:
▪ A improcedência liminar do pedido ocorre quando o juiz verifica que os pedidos da petição
inicial estão em desacordo com a jurisprudência uniforme dos tribunais. Nestes casos, o juiz irá,
sem a citação do réu, analisar o mérito dos pedidos do autor, julgando-os improcedentes.
▪ Desta forma, o processo será extinto com resolução do mérito, em relação a um ou mais
pedidos, em razão da sua improcedência.
▪ A improcedência liminar do pedido encontra previsão no artigo 332 do CPC, contudo a sua
aplicação no processo do trabalho estaria condicionada à uma adaptação às decisões uniformes
em matéria trabalhista.
▪ O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a
ocorrência de decadência.
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NOTIFICAÇÃO
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25 Diego Oliveira
RESPOSTA DO RÉU
➢ De acordo com os princípios do contraditório e da ampla defesa, uma vez que o autor rompe a
inércia do Estado na busca pela tutela do seu direito, o Estado deve possibilitar ao réu o exercício
do seu direito de defesa.
➢ O art. 335, do CPC, prevê que, após a citação, o réu poderá oferecer exceção, contestação e
reconvenção.
➢ A CLT, todavia, prevê expressamente apenas a defesa, no sentido de contestação e a exceção de
foro (incompetência) e de suspeição, não havendo previsão específica para a reconvenção e para a
exceção de impedimento, aplicando subsidiariamente e supletivamente o CPC (art. 769, CLT e 15 do
CPC).
o Ver art. 847, CLT.
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28 Diego Oliveira
CONTESTAÇÃO
➢ A contestação é a forma mais usual de defesa do reclamado, também conhecida como a peça de
defesa por excelência, resistência ou peça de bloqueio, sendo a única capaz de evitar a revelia
processual.
➢ A contestação poderá ser verbal ou escrita. Se for verbal, poderá ser apresentada em audiência, em
vinte minutos. Se for escrita, poderá ser apresentada até a audiência.
➢ A redação da contestação não exige requisitos específicos, como a petição inicial, contudo, o
demandado não é plenamente livre para redigir a sua contestação, pois, deve obedecer a dois
princípios:
I. Princípio do ônus da impugnação específica (art. 336 do CPC);
II. Princípio da eventualidade ou da concentração (art. 342 do CPC).
➢ De acordo com o princípio do ônus da impugnação específica, o acionado deve impugnar
especificamente cada fato afirmado pelo autor na petição inicial, isto porque, fato não impugnado é
incontroverso, havendo presunção relativa de veracidade, não sendo objeto de prova.
o Tal princípio veda a apresentação de contestação por negativa geral, comportando as
exceções previstas na lei, que são as mesmas do processo civil.
➢ Pelo princípio da eventualidade ou da concentração, cabe ao reclamado alegar toda a matéria de
defesa na peça contestatória, sendo vedado alegar posteriormente matéria de defesa não
manifestada na contestação, pela preclusão consumativa, salvo as exceções legais, ou seja, quando
versar sobre direito superveniente (matéria surgida após a apresentação da defesa), e caso se trate
de questões de ordem pública, as quais o juiz pode conhecer de ofício em qualquer grau de jurisdição
e a qualquer tempo.
o Assim, o reclamado não poderá alegar a contestação por etapas.
➢ O reclamado deverá organizar o texto da sua contestação, alegando, primeiramente, a defesa
processual, na forma de preliminares de contestação, que são aquelas previstas no art. 337, do CPC.
Posteriormente, deve dirigir a sua defesa ao mérito, de forma indireta (prescrição e decadência) e,
por fim, de forma direta, propriamente dita (pedidos que serão combatidos).
Observações:
• A compensação está restrita a dívidas de natureza
trabalhista. Vide Súmula n º 18 do TST.
• Súmula nº 18 do TST
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29 Diego Oliveira
• A compensação, na Justiça
do Trabalho, está restrita a dívidas de natureza
trabalhista.
• A compensação distingue-se da retenção. Na
compensação existem créditos contrapostos, sendo que
um deles será então extinto e o outro reduzido, ou se
forem iguais, extinguem-se mutuamente. A compensação
é matéria prevista no Código Civil, que em seu art. 368,
apregoa: "Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor
e devedor uma da outra, as duas obrigações extinguem-
se, até onde se compensarem.".
• Já na retenção, que é uma situação mais rara, não há dois
créditos para serem compensados. Na contestação, o
reclamado demonstra que, ao contrário do pleiteado,
quem é credor é ele, reclamado. Então, para assegurar-se
do recebimento a que faz jus, requer ao juiz autorização
para reter consigo o bem de propriedade do reclamante
(p.ex.: ferramentas, equipamentos eletrônicos,
cadastros). A Justiça do Trabalho só tem competência
para decidir sobre a legitimidade da retenção de coisa do
devedor entregue ao credor, se tal entrega tiver relação
com o contrato de trabalho.
➢ Com a reforma trabalhista, a parte poderá apresentar defesa escrita pelo sistema de processo
judicial eletrônico até a audiência.
➢ Oferecida a contestação, ainda que eletronicamente, o reclamante não poderá desistir da ação sem
o consentimento do reclamado.
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30 Diego Oliveira
➢ Deverá ser apresentada uma petição conjunta, cada parte com o seu próprio advogado, nos moldes
do art. 855-B, da CLT.
o As partes não poderão ser representadas por advogado comum.
o Faculta-se ao trabalhador ser assistido pelo advogado do sindicato de sua categoria.
➢ A Justiça do Trabalho entende que acordo extrajudicial deve ser homologado em respeito ao
princípio da autonomia da vontade.
➢ O juiz terá o prazo de quinze dias para analisar e homologar o acordo, podendo marcar
audiência, se entender necessário.
o Se recusar o acordo, o juiz dará uma sentença negando a homologação. Dessa sentença,
caberá o recurso ordinário.
o Da sentença que homologa o acordo não cabe recurso, salvo para previdência social e ação
rescisória, no caso das hipóteses do art. 966, do CPC.
➢ O processo deverá respeitar o prazo para pagamento das verbas rescisórias.
➢ O processo de homologação do acordo suspende o prazo prescricional.
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31 Diego Oliveira
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33 Diego Oliveira
Como é sabido, as alegações feitas em juízo precisam ser comprovadas para facilitar a formação do
convencimento do magistrado, que é o destinatário das provas.
Provas são os instrumentos processuais considerados pelo ordenamento jurídico como aptos para a
demonstração da veracidade dos fatos alegados em juízo.
1) OBJETO DE PROVA:
▪ No processo, em regra, é possível provar matéria de fato, salvo as matérias incontroversas e
notórias. A matéria de direito não precisa ser provada, vez que, há presunção legal e absoluta
de que já é conhecida pelo juiz.
o Os fatos que não dependem de prova estão elencados no art. 334, do CPC.
2) ÔNUS DA PROVA:
▪ O ônus da prova é a incumbência que a parte tem de provar os fatos alegados em juízo.
▪ No processo do trabalho, a distribuição do ônus da prova é acerca do que se alega sobre o fato,
com base nos artigos 818, da CLT, e 333, do CPC, cabendo:
▪ O ônus da prova possui duas teorias, quais sejam:
a) Teoria estática: Art. 818, do CLT.
Ao autor, cabe o ônus da prova do fato constitutivo do seu direito.
Ao réu, cabe o ônus da prova do impeditivo, modificativo ou extintivo do direito
do autor.
b) Teoria dinâmica: O juiz não está obrigado a aplicar essa teoria, mas, até mesmo
considerando a proteção do trabalhador, caso queira, poderá inverter o ônus da prova
(i) se perceber excessiva dificuldade para quem detém o ônus da prova, e (ii) se
houver maior facilidade para quem não detém o ônus da prova. O que importa é que
o fato seja provado. À exemplo dessa teoria, temos:
- Os cartões de ponto que demonstram horário de entrada e de saída
uniformes (cartões de ponto britânicos) são inválidos como meio de prova,
invertendo-se o ônus da prova, relativo às horas extras, que passa a ser do
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36 Diego Oliveira
3) MEIOS DE PROVA:
▪ No processo do trabalho não há uma enumeração taxativa dos meios de prova. Assim, são
meios de prova aqueles previstos em lei, como, o depoimento pessoal e interrogatório das partes
(prova oral), testemunhas, documentos (prova documental), perícias (prova pericial) e
inspeções judiciais.
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38 Diego Oliveira
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39 Diego Oliveira
Observação: Em relação à
juntada de documentos na fase recursal, deve ser aplicado o
entendimento consubstanciado na Súmula nº 8 do TST, in
verbis: SUM-8 JUNTADA DE DOCUMENTO (mantida) - Res.
121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. A juntada de documentos
na fase recursal só se justifica quando provado o justo
impedimento para sua oportuna apresentação ou se referir a
fato posterior à sentença.
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41 Diego Oliveira
JUSTIÇA GRATUITA
➢ É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer
instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive
quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem remuneração igual ou inferior a 40%
do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social (RGPS).
➢ O advogado poderá requerer a justiça gratuita em nome do seu cliente, desde que possua
procuração com esses poderes específicos.
➢ Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em outro
processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua sucumbência
ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos dois
anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que
deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade,
extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário.
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42 Diego Oliveira
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
➢ Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de sucumbência,
fixados entre o mínimo de 5% e o máximo de 15% sobre o valor da causa, da condenação ou do
proveito econômico obtido.
o Estipulado pelo juiz.
➢ Os honorários são devidos também nas ações contra a Fazenda Pública e nas ações em que a
parte estiver assistida ou substituída pelo sindicato de sua categoria.
➢ Serão devidos honorários nas causas de substituição ou representação processual, causas contra
a Fazenda Pública, e na reconvenção.
➢ São devidos honorários na hipótese de sucumbência parcial, que ocorre quando o pedido autoral
não é inteiramente atendido.
o Situação em que, por exemplo, você faz dez pedidos na sua reclamação, tem dois acolhidos e
oito negados. Você ganha honorários sobre dois, e paga sobre oito.
o Não é cabível compensação, pois, quem paga não é quem recebe. A parte paga ao advogado
do vencedor.
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43 Diego Oliveira
Art. 770, CLT. Os atos processuais serão públicos, nos dias úteis das 6h às 20h horas, salvo quando o
contrário determinar o interesse social.
Art. 772, CLT. Os atos e termos processuais, que devam ser assinados pelas partes interessadas, quando
estas, por motivo justificado, não possam fazê-lo, serão firmados a rogo, na presença de duas
testemunhas, sempre que não houver procurador legalmente constituído.
1) PRAZOS PROCESSUAIS:
▪ Os prazos processuais serão contados em dias úteis, com exclusão do dia do início e incluindo o
dia do vencimento.
o Sábado, domingo e feriado não inicia e nem termina prazo.
o A contagem começa no dia útil subsequente.
▪ Os prazos podem ser prorrogados, pelo tempo estritamente necessário, nas seguintes
hipóteses:
I. quando o juízo entender necessário;
II. em virtude de força maior, devidamente comprovada.
▪ Ao juízo incumbe dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de
prova, adequando-os às necessidades do conflito, de modo a conferir maior efetividade à
tutela do direito.
▪ Art. 775-A, CLT. Suspende-se o curso do prazo processual nos dias compreendidos entre 20 de
dezembro e 20 de janeiro.
o Durante a suspensão do prazo, não se realizarão audiências e nem sessões de julgamento.
▪ O vencimento dos prazos será certificado nos processos pelos escrivães ou secretários.
o O último dia do prazo entra na contagem.
▪ Caso a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação com efeito de intimação for feita nesse
dia, o prazo judicial será contado da segunda-feira imediata, salvo se não houver expediente,
caso em que fluirá no dia útil que se seguir.
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44 Diego Oliveira
3) DA FASE DECISÓRIA:
▪ Os juízes podem, no exercício da atividade jurisdicional, praticar atos decisórios, como
despachos, decisões interlocutórias, sentenças e acórdãos.
o Despacho: aqueles que apenas impulsionam o processo sem cunho decisório, como
determinação de remessa dos autos ao calculista da vara.
o Decisões interlocutórias: São as que no curso do processo, resolvem questão incidente,
por exemplo, concessão de liminares.
o Sentença: é o ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos arts. 485 e 487,
do CPC.
▪ Quanto ao seu conteúdo, as sentenças classificam-se em:
o Sentenças Declaratórias: O juiz se limita à declaração da existência ou inexistência da
relação jurídica, vínculo empregatício, ou da autenticidade ou falsidade do documento.
o Sentenças Constitutivas: O juiz cria, modifica ou extingue uma relação jurídica, com
eficácia ex nunc, ou seja, desde então.
o Sentenças Condenatórias: O juiz profere um comando condenatório ao réu, traduzindo
uma obrigação de fazer, de não fazer, de entregar a coisa ou de pagar quantia (mais
comuns na Justiça do Trabalho).
▪ Quanto ao resultado da lide, as sentenças classificam-se em:
o Terminativa: Não aprecia o mérito, e permite interposição de nova ação, nos termos do
art. 485 do CPC. Geralmente se dá quando falta uma das condições da ação ou um dos
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46 Diego Oliveira
▪ O art. 832. da CLT, por sua vez, também traz os requisitos essenciais da sentença, ao dispor que
da decisão deverão constar:
i. o nome das partes e o resumo do pedido e da defesa – equivalendo ao relatório;
ii. a apreciação das provas e os fundamentos da decisão – equivalendo à
fundamentação;
iii. a respectiva conclusão – equivalendo à parte dispositiva.
I. Relatório:
• No relatório, será realizada pelo julgador a descrição resumida das principais
ocorrências do processo, com indicação do pedido formulado pelo demandante,
bem como as defesas opostas pelo demandado.
II. Fundamentos:
• Na motivação o magistrado deverá expor os fundamentos fáticos e jurídicos que
motivaram a sua convicção na prolação da decisão, mediante análise
circunstanciada dos argumentos dos litigantes. Em outras palavras, deverá o juiz
indicar suas razões de decidir, ou seja, apresentando os fatores que contribuíram
para a formação do seu convencimento mediante a análise das questões
processuais, as alegações das partes e as provas produzidas.
III. Dispositivo:
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Observações:
→ A existência desses vícios na sentença não a torna nula, mesmo em
parte, pois, na interposição do recurso, o tribunal poderá corrigir esse
defeito, restituindo a congruência e correlação entre o pedido e a decisão.
→ Podemos concluir que a citra petita pode ter seu vício corrigido pela
interposição de embargos declaratórios para suprir omissão. Os
embargos, nessa situação, terão efeito modificativo ou infringente.
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A palavra recurso pode ser entendida com dois sentidos: amplo e restrito. Em sentido amplo, significa
um meio de proteger um direito, uma forma de agir. Em sentido restrito, significa a provocação de
um novo julgamento, em uma mesma relação processual, da decisão pela mesma instância ou
instâncias superiores. Assim, a parte que estiver inconformada com uma decisão poderá via
recurso reexaminar a decisão prolatada pelo mesmo juízo prolator ou pelo juízo imediatamente
superior, havendo um prolongamento do exercício do direito de ação.
Nesses termos, podemos afirmar que o recurso não é uma ação impugnativa autônoma, pois não
cria nova relação jurídica processual (ex.: ação rescisória).
1) PRINCÍPIOS APLICÁVEIS:
1.1. DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO OBRIGATÓRIO:
O art. 5º, da CRFB/88, dispõe sobre os princípios da inafastabilidade da jurisdição, do
devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa.
Também chamado de reexame necessário, que ocorre nas decisões desfavoráveis
contra a Fazenda Pública. Sendo assim, o Tribunal precisará reexaminar e confirmar
a decisão.
o As exceções estão na Súmula 303, do TST.
Frise-se, por fim, que das decisões oriundas de processos que tramitam sobre o rito
sumário, dissídio de alçada, não caberá recurso, salvo sobre matéria constitucional.
1.3. TAXATIVIDADE:
Esse princípio diz que somente podem ser interpostos os recursos previstos em lei,
não podendo a parte inovar, já que são taxativos, ou seja, numerus clausus, não
comportam ampliação.
Cabe salientar que compete privativamente à União legislar sobre direito processual,
conforme estabelece o inciso I, do art. 22, da CRFB/88.
Como o rol dos recursos trabalhistas é taxativo, o recurso que não esteja previsto em
lei não será admitido, não sendo possível interpretação analógica ou extensiva, mas
apenas restritiva.
São os seguintes os recursos previstos no sistema processual trabalhista brasileiro
que nos interessam:
I) Embargos de declaração (art. 897-A da CLT);
II) Recurso ordinário (art. 895 da CLT);
III) Agravo de instrumento (art. 897 da CLT);
IV) Recurso de revista (art. 896 da CLT);
V) Embargos para o TST (ART. 894 da CLT);
VI) Agravo regimental (art. 709, §1º, da CLT);
VII) Recurso extraordinário (art. 102, III, da CF).
VIII) Embargos à execução
IX) Agravo de petição
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X) Exceção de pré-executividade
O duplo grau de jurisdição obrigatório, também conhecido como reexame necessário
ou remessa de ofício, no DL 779/69, é aplicável ao processo do trabalho.
1.4. FUNGIBILIDADE:
Também conhecido como princípio da conversibilidade, permite que o juiz conheça
de um recurso que foi erroneamente interposto como se fosse o recurso cabível,
aproveitando-se, desde que existam três requisitos:
1) inexistência de erro grosseiro ou de má-fé;
2) existência de dúvida objetiva quanto ao recurso cabível no caso concreto;
3) o recurso interposto de forma errada deve estar dentro do prazo do
recurso cabível.
Assim, permite-se o aproveitamento do recurso interposto com o nome equivocado,
com base nos princípios da simplicidade e da finalidade, além de prestigiar o princípio
do jus postulandi.
→ Agravo de instrumento;
→ Recurso de revista;
→ Embargos no TST;
→ Agravo de petição.
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3) INEXIGIBILIDADE DE FUNTAMENTAÇÃO:
▪ O art. 899 da CLT já lido acima estabelece que os recursos serão interpostos por simples petição,
ou seja, permite-se que sejam apresentados sem qualquer fundamentação ou razão do apelo,
bastando a simples petição de interposição.
▪ No entanto, com o advento da CF/88, que traz os princípios do contraditório e da ampla defesa,
a doutrina trabalhista vem entendendo pela necessidade de fundamentação nos recursos
trabalhistas, de modo que o recorrido possa contra-arrazoar, e o tribunal analisar as razoes do
inconformismo.
▪ A necessidade de fundamentação nos recursos trabalhistas consubstancia o princípio da
dialeticidade ou discursividade.
▪ Nesse contexto, pode-se concluir que: a CLT não prevê a necessidade de fundamentação para
interpor recursos trabalhistas, mas o TST sim.
4) JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE:
▪ Via de regra, o recurso interposto é submetido à análise de dois juízos de admissibilidade,
quais sejam:
I) Juízo a quo – juízo prolator da decisão impugnada
II) Juízo ad quem – juízo competente para julgar o recurso
▪ O juízo de admissibilidade visa, principalmente, a verificação do atendimento aos
pressupostos de admissibilidade, também conhecidos como requisitos de admissibilidade
recursal.
▪ O recurso somente será conhecido se estiverem atendidos concomitantemente todos os
pressupostos recursais. Ou seja, a ausência de apenas um deles, induz o não conhecimento do
apelo.
▪ Cumpre ressaltar que o despacho exarado pelo juízo a quo, não vincula o juízo ad quem. Assim,
um recurso pode ser conhecido por um juízo e não conhecido por outro e vice-versa.
▪ Quanto ao juízo ad quem, pode ser exercido isoladamente pelo relator, ou em colegiado pelo
tribunal.
5) PRESSUPOSTOS RECURSAIS:
▪ Os pressupostos recursais trabalhistas são classificados em objetivos ou extrínsecos e
subjetivos ou intrínsecos.
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b) subjetivos ou intrínsecos:
• Legitimidade;
• Capacidade;
• Interesse.
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RECURSOS EM ESPÉCIE
➢ O recurso pode ser total (recorre de toda matéria) ou parcial (recorre de uma parte das matérias).
➢ O recurso pode ser principal (interposto dentro do prazo legal) e adesivo (interposto no prazo das
contrarrazões).
o No processo do trabalho, nos moldes da Súmula 283, do TST, só cabe recurso adesivo de
quatro recursos, quais sejam, (i) o recurso ordinário, (ii) recurso de revista, (iii) embargos
ao TST, e (iv) agravo de petição.
➢ O processo do trabalho tem diversos recursos típicos.
1. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO:
▪ Os embargos de declaração possuem previsão no artigo 897-A, da CLT, aplicando-se,
subsidiariamente, os artigos 1022 a 1026, do CPC.
A) CABIMENTO – Cabem embargos de declaração em face de sentença ou acórdão que
apresentem omissão, obscuridade, contradição ou manifesto equívoco na análise dos
pressupostos extrínsecos do recurso.
B) PRAZO – Os embargos de declaração devem ser opostos no prazo de cinco dias, a contar
da ciência ou publicação da decisão. As pessoas jurídicas de Direito Público gozam de
prazo em dobro para oposição de ED, conforme prevê a OJ 192 da SDI-I, do TST.
o A oposição de embargos de declaração interrompe o prazo recursal. Ou seja,
após o seu julgamento, zera o prazo para a interposição de um novo recurso,
salvo quando intempestivos, irregular a representação da parte ou ausente a
sua assinatura, conforme prevê o §3º do art. 897-A, da CLT.
C) EFEITO MODIFICATIVO – Via de regra, não há contraditório, mas, é possível na hipótese
de aplicação de efeito modificativo, com prazo de cinco dias, sob pena de nulidade da
decisão, conforme o art. 897-A, § 2º, da CLT. Nas hipóteses de omissão, contradição e
manifesto equívoco na análise dos pressupostos extrínsecos do recurso, os embargos de
declaração podem modificar a decisão embargada.
o A súmula 278 do TST prevê, expressamente, o efeito modificativo dos
embargos de declaração apenas na hipótese de omissão.
D) EMBARGOS PROTELATÓRIOS – Quando manifestamente protelatórios os embargos de
declaração, o juiz ou o tribunal, em decisão fundamentada, condenará o embargante a
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2. RECURSO ORDINÁRIO:
▪ O recurso ordinário o recurso próprio para atacar a sentença no processo do trabalho, sendo
cabível, também, contra acórdãos do TRT e TST, bem como, contra decisões terminativas ou
definitivas em ações especiais, como dissídio coletivo, inquérito para apuração de falta grave,
ação rescisória e mandando de segurança.
A) JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE – O juízo de admissibilidade é a verificação requisitos do
recurso, para saber se ele será ou não analisado (conhecido) e julgado (dado ou não
provimento). O primeiro juízo de admissibilidade é feito sempre pelo órgão que proferiu
a decisão (juízo o quo) para RECEBER o recurso, O segundo juízo de admissibilidade será
feito pelo órgão que irá julgar o recurso (juízo ad quem) para CONHECER o recurso.
o Para tanto, ao interpor o recurso, precisamos dirigi-lo para o juízo que proferiu
a decisão (juízo a quo), com uma folha de rosto (ou peça de interposição), para
que o juízo a quo faça a verificação dos seus pressupostos de admissibilidade
(requisitos).
o Junto a folha de rosto, iremos juntar as nossas razões recursais (preliminares,
prejudiciais de mérito e mérito) do nosso recurso, dirigindo-as para o órgão
que irá julgar o recurso.
o Em síntese, o recurso será sempre interposto com:
- Folha de rosto (ou de interposição)
- Razões recursais
B) HIPÓTESES DE CABIMENTO – O recurso ordinário tem previsão legal no art. 895, da CLT,
(fulcro de peça) e cabível em duas hipóteses, quais sejam, (i) das decisões definitivas ou
terminativas das Varas e Juízos, no prazo de oito dias, e (ii) das decisões definitivas ou
terminativas dos Tribunais Regionais, em processos de sua competência originária, no
prazo de oito dias, quer nos dissídios individuais, quer nos dissídios coletivos.
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56 Diego Oliveira
3. RECURSO DE REVISTA:
▪ O recurso de revista é um recurso de natureza extraordinária. Isso significa que somente pode
ser objeto de recurso de revista matéria de direito, não podendo ser objeto de recurso de
revista matérias relacionadas a fatos e provas, conforme súmula 126 do TST, pois visam a
uniformização da jurisprudência.
▪ O recurso de revista, dotado de efeito apenas devolutivo, será interposto perante o Presidente
do Tribunal Regional do Trabalho, que, por decisão fundamentada, poderá recebê-lo ou denegá-
lo.
▪ O recurso de revista está previsto no art. 896, da CLT, e é cabível nas seguintes hipóteses:
a) derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretação diversa da que lhe houver
dado outro Tribunal Regional do Trabalho, no seu Pleno ou Turma, ou a Seção de
Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, ou contrariarem súmula de
jurisprudência uniforme dessa Corte ou súmula vinculante do Supremo Tribunal
Federal;
b) derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, Convenção Coletiva de Trabalho, Acordo
Coletivo, sentença normativa ou regulamento empresarial de observância obrigatória
em área territorial que exceda a jurisdição do Tribunal Regional prolator da decisão
recorrida, interpretação divergente, na forma da alínea a;
c) proferidas com violação literal de disposição de lei federal ou afronta direta e literal à
Constituição Federal.
A) PREQUESTIONAMENTO – O prequestionamento é pressuposto do recurso de revista,
assim como dos demais recursos de natureza extraordinária. A matéria estará
prequestionada quando houver sido tratada no acórdão impugnado (Súmula nº 297, I,
TST), ou seja, o TST só conhecerá o recurso se houver manifestação explícita do TRT no
acórdão sobre a discussão abordada no recurso de revista, inclusive quanto à matéria de
ordem pública (OJ 62, SDI-I, TST).
B) TRANSCENDÊNCIA – Embora prevista no artigo 896-A, da CLT, atualmente a
transcendência não é um pressuposto de admissibilidade do recurso de revista, posto que
ainda não está regulamentada. O recurso de revista é dirigido ao Presidente do TRT (art.
896, § 1°, CLT), o qual poderá delegar o exame dos pressupostos de admissibilidade ao
vice-presidente, de acordo com a previsão do Regimento Interno.
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4. AGRAVO DE INSTRUMENTO:
▪ No processo civil, o agravo de instrumento serve para atacar as decisões interlocutórias.
o No processo do trabalho as decisões interlocutórias, em regra, não podem ser alvo
imediato de recurso. Sendo assim, na seara trabalhista, o agravo de instrumento possui
outra finalidade: destrancar um recurso que teve denegado o seu seguimento pelo
juízo a quo.
o Isso significa que, quando o juízo a quo estiver fazendo o juízo de admissibilidade e
verificar a inexistência de qualquer dos pressupostos de admissibilidade, irá denegar
seguimento ao recurso (trancar o recurso), sendo cabível o agravo de instrumento
visando destrancar o recurso principal para que este seja analisado pelo juízo ad quem.
o Todavia, caso seja o juízo ad quem que denegue seguimento ao recurso, será cabível o
agravo regimental, visando a análise do recurso principal.
▪ O agravo de instrumento tem previsão legal no art. 897, b, da CLT.
▪ Logo, interposto o agravo de instrumento, este será analisado pelo juízo ad quem, responsável
pela análise do recurso principal. O agravado será intimado para oferecer resposta ao agravo
e ao recurso principal, instruindo-a com as peças que considerar necessárias ao julgamento de
ambos os recursos.
▪ No ato de interposição do agravo de instrumento, o depósito recursal corresponderá a 50% do
valor do depósito do recurso ao qual se pretende destrancar.
o Quando o agravo de instrumento tem a finalidade de destrancar recurso de revista que
se insurge contra decisão que contraria a jurisprudência uniforme do Tribunal Superior
do Trabalho, consubstanciada nas suas súmulas ou em orientação jurisprudencial, não
haverá obrigatoriedade de se efetuar o depósito.
5. AGRAVO INTERNO:
▪ O Agravo Interno é um instrumento recursal cabível contra decisões monocráticas proferidas
nos Tribunais, nas hipóteses legalmente previstas.
▪ É também conhecido como Agravo Regimental, pois, possui previsão de cabimento e
procedimento nos regimentos internos de cada Tribunal.
6. AGRAVO DE PETIÇÃO:
▪ O agravo de petição é a medida processual, de natureza recursal, cabível contra as decisões
proferidas nas execuções trabalhistas. Assim, ele só pode ser interposto contra decisões
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7. RECURSO EXTRAORDINÁRIO:
▪ O recurso extraordinário será cabível para enfrentar decisão: (i) proferida em “única” ou
“última instância” na Justiça do Trabalho, e (ii) sobre matéria constitucional que apresentar
repercussão geral.
▪ O recurso extraordinário não obedecerá ao prazo de oito dias que indica o processo do
trabalho para os recursos da esfera trabalhista.
o O prazo do Recurso Extraordinário é de quinze dias, afastando-se do padrão trabalhista
de oito dias, por se tratar de norma especial.
o O recolhimento de depósito recursal foi dispensado a partir da década de 2020, por ser
considerado incompatível com a jurisdição constitucional.
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PRESCRIÇÃO
➢ Art. 11, CLT. A pretensão quanto a créditos resultantes das relações de trabalho prescreve em
cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do
contrato de trabalho.
o Tratando-se de pretensão que envolva pedido de prestações sucessivas decorrente de
alteração ou descumprimento do pactuado, a prescrição é total, exceto quando o direito à
parcela esteja também assegurado por preceito de lei.
o A interrupção da prescrição somente ocorrerá pelo ajuizamento de reclamação trabalhista,
mesmo que em juízo incompetente, ainda que venha a ser extinta sem resolução do mérito,
produzindo efeitos apenas em relação aos pedidos idênticos.
1) MODALIDADES DE PRESCRIÇÃO:
1.1. PRESCRIÇÃO BIENAL, TOTAL OU NUCLEAR:
A prescrição bienal trabalhista é o prazo que o trabalhador, no caso o exequente, tem para
acionar juridicamente a parte executada, a empresa. Ou seja, até dois anos após o término do
contrato de trabalho – seja qual for a razão – é o prazo delimitado por lei para que se abra
uma reclamação de trabalho judicial.
O prazo da prescrição bienal começa a contar a partir do término do contrato de trabalho,
incluindo a projeção do aviso prévio proporcional ao tempo de trabalho.
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60 Diego Oliveira
Observações:
→ O ajuizamento da ação, ainda que em foro incompetente,
interrompe o prazo prescricional em relação aos
pedidos idênticos.
→ Existem causas que implicam na não aplicação dos
prazos de prescrição, e uma delas é a menoridade, citada
no art. 440, da CLT. Outras questões, como Comissão de
Conciliação Prévia, acordo extrajudicial e, até mesmo, a
impossibilidade de acesso ao judiciário por motivos de
doenças graves, são causas de suspensão da prescrição
trabalhista.
→ A interrupção do prazo da prescrição prevista na CLT
indica que os prazos apenas serão interrompidos caso
haja ajuizamento de ação trabalhista, ou seja, caso seja
aberto um novo processo trabalhista, no qual só será
válido para os direitos pleiteados na primeira ação. Veja o
que diz o Artigo 11, parágrafo terceiro, da CLT na íntegra:
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EXECUÇÃO TRABALHISTA
➢ O processo de execução é autônomo, pois que há citação do devedor para pagamento, além de o
processo de execução guardar diferenças com o processo de conhecimento, como por exemplo, a
possibilidade de títulos executivos extrajudiciais, o que lhe dá autonomia.
➢ Atualmente, o CPC em seu art. 591, dispõe que o devedor somente responde pelas dívidas com
seu patrimônio, sendo, portanto, invioláveis a sua vida, liberdade e integridade física. No processo
do trabalho, a execução está disciplinada em 4 diplomas normativos que devem ser seguidos na
seguinte ordem:
1. CLT
2. Lei 5584/70
3. Lei 6830/80
4. CPC
- Uma vez liquidado o valor, o calculo chega às mãos do juiz. Esse cálculo precisa
ter o valor principal, as despesas processuais e as contribuições previdenciárias.
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63 Diego Oliveira
DA PENHORA
• Se o executado não pagar a dívida, não efetuar o depósito judicial para apresentação de embargos à
execução ou não nomear bens à penhora, no prazo de 48 horas contados da citação, o oficial de
justiça retornará ao local de execução e penhorará tanto bens quantos bastem para a satisfação do
julgado, inclusive custas, juros de mora, correção monetária e contribuição previdenciária, na forma
do art. 883, da CLT.
• Não pagando o executado, nem garantindo a execução, seguir-se-á penhora dos bens, tantos quantos
bastem ao pagamento da importância da condenação, acrescida de custas e juros de mora, sendo
estes, em qualquer caso, devidos a partir da data em que for ajuizada a reclamação inicial.
• A penhora será realizada onde quer que se encontrem os bens, ainda que na posse de terceiros.
• O TST entende que o cargo de depositário depende de aceitação do nomeado, conforme OJ 89, da
SDI – II.
• No ato da penhora, o oficial já irá avaliar os bens, não se aplicando mais o art. 888, da CLT.
• O art. 847, do CPC dispõe que o executado pode, no prazo de 10 (dez) dias após intimado da penhora,
requerer a substituição do bem penhorado, desde que comprove cabalmente que a substituição não
trará prejuízo algum ao exequente e será menos onerosa para ele devedor.
• Por fim, destaque-se que o art. 874, do CPC prevê que o juiz, após a avaliação dos bens pode ampliar
ou reduzir a penhora, quando a requerimento da parte e, ouvida a parte contrária.
• Caso haja resistência à penhora, deverá o oficial certificar o fato ao juiz, solicitando reforço policial
e, se for o caso, ordem de arrombamento.
• Os bens impenhoráveis estão previstos no art. 833, do CPC.
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64 Diego Oliveira
PRAÇA E LEILÃO
A efetivação do processo de execução depende da expropriação dos bens do devedor de modo a
satisfazer o direito do credor. Com efeito, os bens do executado serão alienados em hasta pública.
O CPC passou a denominar como “praça” a hasta pública de bem imóvel e “leilão”, a hasta pública de
bem móvel.
O art. 888 da CLT dispõe que, concluída a avaliação, dentro de dez dias, contados da data da
nomeação do avaliador, seguir-se-á a arrematação, que será anunciada por edital afixado na sede do
juízo ou tribunal e publicado no jornal local, se houver, com a antecedência de vinte (20) dias.
Portanto, o edital de hasta pública é requisito indispensável, formal, essencial à validade do ato de
expropriação dos bens levados à hasta pública, ensejando nulidade do ato o desatendimento da
formalidade prevista no artigo supra.
No processo do trabalho, a hasta pública é única, sendo os bens, desde logo, vendidos pelo maior
lance, conforme art. 888, §1º, da CLT.
Caso não haja licitantes, e não requerendo o credor a adjudicação dos bens penhorados, poderão os
mesmos ser vendidos por leiloeiro nomeado pelo juiz, conforme previsão.
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65 Diego Oliveira
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66 Diego Oliveira
➢ Verificada a existência de débitos garantidos por penhora suficiente ou com exigibilidade suspensa,
será expedida Certidão Positiva de Débitos Trabalhistas em nome do interessado com os mesmos
efeitos da CNDT.
➢ A CNDT certificará a empresa em relação a todos os seus estabelecimentos, agências e filiais.
➢ O prazo de validade da CNDT é de 180 dias, contado da data de sua emissão.
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67 Diego Oliveira
AÇÃO RESCISÓRIA
➢ Na CLT, a ação rescisória encontra amparo no art. 836, e condiciona a sua proposição ao depósito
prévio de 20% do valor da causa, à título de multa, salvo prova de miserabilidade jurídica do autor.
➢ O valor da multa será revertido ao réu na ação.
REQUISITOS:
a) Sentença de mérito
b) Trânsito em julgado da decisão (Súmula 299 TST)
IMPORTANTE!
Para o ajuizamento da ação rescisória é necessário que seja uma
sentença ou acórdão de mérito, pois somente as sentenças e acórdãos
de mérito podem ser alvos de ação rescisória, pois que o objeto desta
ação é a coisa julgada material.
Caso fosse uma decisão terminativa (que extingue o processo sem
resolução do mérito), possibilitaria o ajuizamento de uma nova decisão,
não sendo cabível a ação rescisória.
Ademais, da decisão que se pretende rescindir, deve haver o trânsito em
julgado da decisão, conforme Súmula 299, do TST.
COMPETÊNCIA:
• A competência para processamento e julgamento da ação rescisória será sempre dos Tribunais
Regionais do Trabalho respectivos ou do Tribunal Superior do Trabalho, dependendo da decisão
a ser rescindida. Cada tribunal terá competência para rescindir as suas próprias decisões.
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Processo do Trabalho
68 Diego Oliveira
LEGITIMIDADE: A legitimidade para propor ação rescisória está prevista no art. 967 do CPC.
IMPORTANTE!
O sindicato em ação que atuou como substituto processual e autor
da reclamação trabalhista, possui legitimidade para propor ação
rescisória (Súmula 406, II, TST).
As sentenças homologatórias de acordo, no processo civil, não
podem ser objeto de ação rescisória, podendo ser submetidas a
simples ação anulatória, em caso de verificação de vício de vontade.
Todavia, no âmbito laboral, o parágrafo único do art. 831, da CLT
prevê que o termo de acordo é irrecorrível para as partes, salvo para
a Previdência Social, no que tange às contribuições previdenciárias
que lhe forem devidas.
Assim, o TST, firmou o entendimento de que o termo de acordo
somente é impugnável via ação rescisória (Súmula 259, TST):
CABIMENTO: As hipóteses de cabimento da ação rescisória estão previstas no art. 966, do CPC.
PRAZO: O prazo para propositura de ação rescisória é de 2 (dois) anos a contar do trânsito em julgado
da decisão.
RECURSO: Quando a ação rescisória for julgada originalmente pelo Tribunal Regional do Trabalho, o
recurso cabível é o recurso ordinário e será julgado pelo TST, conforme entendimento da Súmula 158,
do TST.
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69 Diego Oliveira
IMPORTANTE!
Cumpre frisar que havendo recurso ordinário em sede de ação
rescisória, o depósito recursal só é exigível quando for julgado
procedente o pedido e imposta condenação em pecúnia, devendo
este ser efetuado no prazo recursal, sob pena de deserção, vide
Súmula 99, do TST.
Impende destacar ainda que na ação rescisória não é possível a
utilização do jus postulandi, por força da Súmula 425 do TST.
Ressalte-se ainda que na ação rescisória não é cabível o instituto
da revelia, uma vez que o seu objeto é o vício insanável da decisão
e não o contraditório da parte, sendo a coisa julgada matéria de
ordem pública, conforme Súmula 398 do TST.
Por fim, destaque-se que na ação rescisória é cabível a
condenação em honorários advocatícios de sucumbência,
conforme Súmula 219 do TST.
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70 Diego Oliveira
DISSÍDIO COLETIVO
➢ Neste sentido, frise-se que as entidades sindicais possuem autonomia para representar as
respectivas categorias em questões administrativas e judiciais, tornando obrigatória a participação
dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho.
➢ Neste sentido, impende salientar que o art. 114, § 1º, da CRFB/88, define que, frustrada a
negociação coletiva, poderão as partes, eleger árbitros, ou, em comum acordo, ajuizar dissídio
coletivo, utilizando da espécie da heterocomposição para solucionar o conflito.
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71 Diego Oliveira
PODER NORMATIVO
➢ Neste diapasão, cumpre frisar que a EC 45/04, limitou o Poder normativo da Justiça do Trabalho,
ao alterar o §2º do art. 114, da CF/88, visto que o dissídio coletivo de natureza econômica somente
poderá ser proposto se houver mútuo acordo entre as entidades sindicais envolvidas no conflito.
➢ Logo, a Justiça do Trabalho somente poderá agir se ambos os entes sindicais estiverem de acordo
com o ajuizamento do acordo.
CLASSIFICAÇÃO:
A) De natureza econômica ou de interesse – São aqueles em que são reivindicadas novas
condições econômicas ou sociais que serão aplicáveis no âmbito das relações individuais de
trabalho. Representam a maioria dos dissídios coletivos. A sentença prolatada nestes dissídios
coletivos tem natureza jurídica constitutiva, pois cria novas regras jurídicas de observância
obrigatória pelos entes sindicais envolvidos e que repercutem nas relações de trabalho.
CABIMENTO:
• O dissídio coletivo somente poderá ser suscitado uma vez esgotada ou frustrada, total ou
parcialmente, a negociação coletiva implementada diretamente pelos entes interessados, ou
mesmo intermediada pelo MTE, nas chamadas “mesas de conciliação”.
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PARTES:
• Independente da natureza do dissídio, quem suscita ou instaura-o é chamado de suscitante e a
parte adversa é chamado de suscitado.
SENTENÇA NORMATIVA:
• É a decisão proferida pelos tribunais ao julgarem um dissídio coletivo.
• Tratando-se de dissídio coletivo de natureza econômica, a sentença normativa terá natureza
jurídica constitutiva, pois cria novas regras jurídicas de observância obrigatória pelos entes
sindicais envolvidos e que repercutem nas relações de trabalho.
• De outro lado, quando a sentença normativa resultar de dissídio coletivo de natureza jurídica,
terá natureza jurídica declaratória, pois que visa esta interpretar normas de caráter genérico,
conforme entendimento da OJ 7, da SDC, do TST.
RECURSOS:
• O recurso cabível das sentenças normativas é o recurso ordinário, no prazo de 8 (oito) dias.
• Embora os recursos no processo do trabalho, em regra, sejam dotados apenas de efeito
devolutivo, nos dissídios coletivos, o presidente do Tribunal Superior do Trabalho, pode
conceder efeito suspensivo ao recurso interposto em face de sentença normativa prolatada pelo
TRT.
AÇÃO DE CUMPRIMENTO:
• Vimos que nos dissídios coletivos, a sentença normativa, poderá ter apenas natureza jurídica
declaratória ou constitutiva, e, por não conter natureza condenatória, não comporta execução.
• Assim, caso haja descumprimento da sentença normativa, a medida a ser adotada será a
propositura ação de cumprimento, e não de ação de execução.
• Neste diapasão, frise-se que a ação de cumprimento é uma ação de cumprimento de cunho
condenatório proposta pelo sindicato profissional ou pelos próprios trabalhadores interessados
perante a Vara do Trabalho, onde serão discutidos apenas questões de direito, pois as questões
de fato já foram discutidas no dissídio coletivo.
• Não obstante o art. 872, da CLT disponha que é necessário o trânsito em julgado da sentença
normativa para o ajuizamento de ação de cumprimento, o TST, através da Súmula 246, dispensou
esse requisito.
• Vale frisar que a ação de cumprimento pode ser ajuizada também em caso de descumprimento
de acordo ou convenção coletiva, segundo a esteira da Súmula 286, do TST.
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PROCEDIMENTO E PRAZO –
• O procedimento do inquérito para apuração de falta grave está previsto nos artigos 853 a 855
da CLT.
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NÓS ACREDITAMOS
EM VOCÊ!!
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