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Obstáculos à efetivação dos direitos fundamentais sociais

Dimensão subjetiva dos df sociais, sua justicibilidade, a possibilidade do titular desses


direitos subjetivos de demanda-los judicialmente. Dimensão objetiva como conjunto
de valores inerentes ao ordenamento jurídico.

Eficácia jurídica está relacionada à aplicabilidade da norma, enquanto a eficácia social


diz respeito a efetividade da norma na realidade social. Obstáculos a esses dois tipos
de efetividade jurídica. Aos da eficácia jurídica esta atrelada a falta da identidade
normativa suficiente dos preceitos que proclamam os direitos fundamentais sociais. O
que acaba por acarretar na difícil reconhecimento desses df sociais subjetivos, e
consequentemente na possibilidade de demanda-los judicialmente. Os relacionados a
eficácia social estão atrelados a insuficiência a recursos estatais para fazer frente a
todos as demandas sociais.

Limitação financeira-econômica do estado para realizar esses df sociais. Teoria da


reserva do possível, condiciona a realização dos df sociais na medida da
disponibilidade financeira do estado. Decisão sobre a destinação dos recursos públicos,
que pertenceria primariamente ao legislativo.

Necessidade da justa repartição de custos e benefícios. Relativização da regressão dos


direitos sociais, limitado pela reserva do possível.

O argumento da limitação financeira para a efetivação dos direitos sociais é


contornado pelo trabalho do professor, porque embora seja verdadeiro, ele muitas
vezes é utilizado em excesso no cenário brasileiro. Pelo menos o mínimo existencial
deve ser garantido, pra que este núcleo dos direitos sociais sejam realizados
independentemente das limitações financeiras do estado.

Conclui que é sim possível uma maior efetivação dos direitos sociais. Ela só não ocorre
pq uma maior realização dos direitos fundamentais sociais passa por uma maior
necessidade de distribuição de renda (dentre outros fatores). Quanto mais se realiza
os direitos sociais, mais é necessário se distribuir a renda.

Meios jurisdicionais e não jurisdicionais de efetivação maior que a total inércia.


Complicações em relação a realização dos direitos sociais através do judiciário.

DEBATE

Pela corrida das dimensões dos direitos fundamentais, proclamando diversos direitos,
leva ao esvaziamentos do conceito de direitos fundamentais, e se perde o fundamento
dessa fundamentalidade.

O papel do direito financeiro e do direito tributário na efetivação dos direitos


fundamentais.
Efetivação jurisdicional dos direitos sociais. Dois tipos de situações: normas que já
foram densificadas normativamente do legislador ordinário, possuindo toda a
regulamentação para que seja aplicada, nessas sim o judiciário pode ir além, inclusive
além da realização do mínimo existencial; a outra situação é quando vc não tem a
desificação normativa desses preceitos que proclamam os direitos fundamentais
sociais, reconhecimento de direitos subjetivos originários a prestações, a possibilidade
de vc a partir da interpretação judicial reconhecer um direito diretamente da
constituição sem a previa ação mediadora do legislador. Isto é muito complicado, aqui
no Brasil nos temos uma defesa maior, mas é uma pratica bastante perigosa.

Porque os preceitos que proclamam os direitos fundamentais são poucos densos, ou


seja, se limitam a proclamar o direito não dizem, como, quando, de que maneira esse
direito deve ser realizado. E essas respostas importam escolhas e essas escolhas não
deve ser feitas pelo juiz, mas por aquele que está legitimado para isso: o legislador.
Portanto, a este cabe desenhar as politicas publicas, isto é, as diferentes formas pelas
quais o direito vai se realizar, e posteriormente ao executivo realizar a politica publica
que foi desenhada pelo legislativo. Não pode o judiciário em principio ibiscuirse da
função legislativa.

Outra é a questão que está em jogo o próprio mínimo existencial, as condições para
uma vida digna, o próprio núcleo intangível dos direitos fundamentais sociais, sob a
pena de ocorrer o esvaziamento desses direitos; nesses casos sim, mesmo sem a
previa atuação do legislador o judiciário poderia atuar, realizar direitos sociais,
limitando-se a realização do mínimo existencial. Mas essa questão no cenário
brasileiro, perde um pouco a relevância, pois no brasil a maioria dos direitos sociais já
foram densificados, ou tem a aplicação imediata, nesses casos poderia o judiciário ir
além da realização do mínimo existencial. Mas devendo sempre tomar cuidado para
questões macroeconômicas, porque ele não tem conhecimento o contexto geral,
sendo assim poderia tomar uma decisão que não contribuísse para uma justa
distribuição dos recursos públicos.

Meios jurisdicionais e não jurisdicionais de efetivação. A efetivação jurisdicional de df é


complicada e restrita, sendo então insuficiente, não pode o Judiciário fazer toda a
efetivação sozinha. É preciso que a sociedade, através de partidos políticos ou de
grupos de pressão, se organize fazendo pressão para a realização dos df. É preciso uma
melhor gestão do orçamento publico, para termos uma disponibilidade maior de
orçamento para efetivação de direitos.

Aceitamos a efetivação do direito a saúde por meio do judiciário, pois se não for
efetivado por este meio, não estaremos garantindo nem o mínimo existencial. Mas
não há a mesma aceitação a efetivação de outros direitos f sociais, imagine-se se
entrasse na justiça pra pedir uma casa (direito a moradia), ou uma vaga de escola
(direito a educação), são df de difícil individualização. A partir disso, estaríamos
errados efetivando o direito a saúde através dos meios jurisdicionais? E porque não
poderiamos realizar os outros direitos sociais através dos meios jurisdicionais?

O que é mínimo existencial? Não há uma resposta fixa. Fundamento desse mínimo
existencial seria para evitar o esvaziamento do núcleo essencial do df, para garantir da
dignidade da pessoa humana.

Quem é legitimado para fazer as escolhas de tirar recursos de um lugar para por em
outro é o legislativo, e não o juiz.

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