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RESUMO
Com a Constituição Federal de 1988 o Brasil iniciou uma nova fase de proteção social,
confirmou o Estado Democrático de Direito contemplando de forma ampla uma política de
proteção social, sendo a saúde um direito social de cidadania e diretamente ligado a dignidade
da pessoa humana. Um conjunto de leis, portarias, decretos administrativos buscam garantir
desde sua promulgação, o modelo desenhado pelos constituintes originários. Atualmente, a
efetivação do direito à saúde não passa somente pela relação existente entre sociedade, que é a
demandante, e Estado o responsável pela política através do executivo ou resolução de conflitos
por meio do judiciário. As Instituições jurídicas, tem se preocupado cada vez mais sobre as
questões de saúde, entretanto, esta preocupação tem se mostrado como sendo “uma faca de dois
gumes” para o Sistema Único de Saúde – SUS. Enquanto de um lado instituições jurídicas
potencializam e qualificam as deliberações podendo contribuir para intensificar estratégias de
consolidação do direito à saúde, por outro lado, estas mesmas instituições podem suprimir os
mecanismos participativos ou podem abalar a gestão continuada do SUS. Neste contexto, à
medida que o judiciário se fortalece no Brasil assumindo a efetivação do direito à saúde, torna-
se necessário questionar: Será que o SUS realmente estaria sendo efetivado por este Poder? Tal
questionamento revela contradições e problemas não mensurados no âmbito legal do SUS. Com
essa visão a pesquisa realizada discute sobre poder judiciário e a consolidação do direito a saúde
como garantia constitucional.
1 INTRODUÇÃO
1
Mestrando em Direitos Difusos e Coletivos na Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP), e-mail:
josejanderdf@gmail.com;
2
Mestrando em Direitos Difusos e Coletivos na Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP), e-mail:
ledsoncatelan@gmail.com
Posteriormente, a partir da década de 70 a ideia de saúde é relacionada ao serviço
privado, quando começam os planos de saúde e se intensificam logo nas décadas posteriores,
sendo universalizada por meio da Constituição Federal de 1988, como direto de todos os
cidadãos e dever do Estado, garantindo assim o estado de “bem-estar social”. Logo, ela enseja
uma atitude positiva do Estado para efetivar os direitos dos cidadãos com serviços, exames,
tratamentos, construção de postos de saúde, dentre outros. (COSTA, 2019)
As intervenções judiciais para consolidar o direito à saúde têm-se intensificado nos
últimos anos, por conta principalmente da ineficiência do Estado ao cumprir sua obrigação
constitucional em garantir políticas públicas eficientes assegurando o direito à saúde da
população.
O presente artigo encontrou relativa dificuldade para produção, em função da pouca
bibliografia jurídica que toca sobre princípios constitucionais do Sistema de Saúde relacionando
ao acesso a saúde e as consequências no orçamento principalmente nos municípios que são os
mais próximos da população.
Portanto, a pesquisa bibliográfica buscou relacionar o fenômeno da judicialização da
saúde sob a interpretação dos princípios constitucionais do equilíbrio orçamentário com os
princípios informadores do SUS.
4 CONCLUSÕES
Movido pelas necessidades do ser humano as quais são infindas, o Poder Judiciário
iniciou a jornada como assegurador dos direitos constitucionais, considerando-se que os
Poderes Executivo e Legislativo não obtiveram êxito na efetivação plena do direito à saúde,
seja pela letargia em implementar políticas públicas de saúde preventiva ou decidir sobre a
problemática, seja pela prestação deficitária dos serviços, culminando na judicialização da
saúde.
Todavia, o Poder Judiciário não pode atuar como o ordenador de despesas, atraindo
para si a responsabilidade de distribuir os recursos destinados à saúde, por meio de suas decisões
judiciais, tornando assim impossível o planejamento do orçamento público para gestão do
Estado.
É evidente a função importantíssima que o Judiciário tem para garantir a efetivação
das normas constitucionais suprindo assim as omissões do Estado, porém, importa que essa
atuação seja harmoniosa entre os três poderes, de acordo com a constituição, visando garantir
o direito à saúde a todas as pessoas de forma igual, desta forma os recursos públicos podem ser
destinados com equidade e eficiência, de acordo com as necessidades da população nas diversas
classes sociais e das demandas individuais por meio de ações judicial em busca do
medicamento, cirurgia, leite ou fralda, obtendo o igualdade social e conseguinte efetivação do
direito à saúde.
4 REFERÊNCIAS
ABBOUD, Georges; CARNIO, Henrique Garbellini; OLIVEIRA, Rafael Tomaz de.
Introdução ao Direito: teoria, filosofia e sociologia do direito. 5. ed. São Paulo: Thomson
Reuters Brasil, 2020.
ALEXY, Robert. Teoria dos direitos fundamentais. 5. ed. São Paulo: Malheiros, 2015.
Tradução Virgílio Afonso da Silva.o