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TEORIA DA CONSTITUIÇÃO: UMA ANÁLISE DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DA

REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988

ALANA PINHEIRO
ADRIANA PONTES
ALINE GANBOA
SIGLIA ALBARADO

RESUMO
A análise da Constituição de 1988 à luz da teoria constitucional envolve uma série de aspectos. Em
primeiro lugar, é importante compreender os princípios e valores que a norteiam. A Constituição
brasileira possui como fundamentos a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os
valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, além da pluralidade política. Pode ser realizada de
diversas perspectivas, como a jurídica, política, social e histórica. Cada uma dessas abordagens
pode fornecer uma visão mais completa e aprofundada da carta magna brasileira. Em resumo, a
teoria da Constituição busca analisar os princípios, normas e instituições presentes na Constituição
que regem o país. No caso do Brasil, a Constituição Federal de 1988 estabelece os direitos e
garantias fundamentais dos cidadãos brasileiros, além de organizar o Estado e regular as relações
entre os poderes. A análise da Constituição pode ser realizada de diversas perspectivas, com o
objetivo de compreender sua estrutura e seu conteúdo.
Palavras-chave: Constituição. Direitos. Perspectivas.

ABSTRACT

The analysis of the 1988 Constitution in light of constitutional theory involves a series of aspects.
First, it is important to understand the principles and values that underpin it. The Brazilian
Constitution has as its foundations sovereignty, citizenship, the dignity of the human person, social
values of work and free enterprise, as well as political plurality. It can be carried out from
various perspectives, such as legal, political, social, and historical. Each of these approaches can
provide a more complete and in-depth view of the Brazilian magna carta. In summary, the theory
of the Constitution seeks to analyze the principles, norms, and institutions present in the
Constitution that govern the country. In the case of Brazil, the 1988 Federal Constitution
establishes the fundamental rights and guarantees

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of Brazilian citizens, as well as organizing the State and regulating the relations between the
powers. The analysis of the Constitution can be carried out from various perspectives, with the
objective of understanding its structure and content.

Keywords: Constitution. Rights. Prospects.

INTRODUÇÃO

A teoria da Constituição é uma área do direito constitucional que busca entender e analisar os
princípios, normas e instituições que compõem uma Constituição. É uma disciplina que se ocupa
em estudar os fundamentos, a estrutura e o conteúdo da Constituição de um determinado país.
No caso do Brasil, a Constituição Federal da República Federativa do Brasil de 1988 é considerada
a carta magna do país. Ela foi promulgada após um longo período de ditadura militar e busca
estabelecer os direitos e garantias fundamentais dos cidadãos brasileiros, além de definir a estrutura
e as atribuições dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
Além disso, é fundamental analisar as normas e instituições presentes na constituição, que
estabelecem os direitos e deveres dos cidadãos, organizam o Estado e regulam as relações entre os
poderes. Na Constituição de 1988, podemos destacar a previsão de direitos fundamentais, como a
igualdade, a liberdade de expressão, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade e à propriedade,
além do princípio da legalidade.

A Constituição de 1988 também prevê a separação dos poderes, com a atribuição de funções
distintas para o Executivo, Legislativo e Judiciário. Além disso, ela estabelece o sistema de
federação, que reconhece a autonomia dos estados e municípios. Também conhecida como
“Constituição Cidadã”, é a lei máxima do Brasil e possui uma importância fundamental na
perspectiva jurídica. Ela estabelece os direitos e deveres dos cidadãos, a organização dos poderes e
os princípios fundamentais do Estado brasileiro. A Constituição Federal do Brasil de 1988 é uma
das mais democráticas e avançadas do mundo. Ela representa um grande marco na história do país,
pois foi elaborada após o período da ditadura militar (1964-1985) e estabeleceu bases sólidas para a
democracia e os direitos fundamentais dos cidadãos.

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1. Concepção, Classificação e Características

A análise sobre a Constituição federal do Brasil de 1988 pode ser realizada de diversas
perspectivas, como a jurídica, política, social e histórica. Cada uma dessas abordagens pode
fornecer uma visão mais completa e aprofundada da carta magna brasileira, como podemos
destacar a seguir.
Uma análise jurídica da Constituição de 1988 começa pelo reconhecimento de sua natureza
normativa e hierarquicamente superior às demais leis do país. Ela estabelece os princípios e regras
fundamentais que regem a vida em sociedade, sendo a base para a legislação infraconstitucional e
para a atuação dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
Um aspecto importante a ser destacado na análise da Constituição é a proteção aos direitos
fundamentais. Ela garante uma série de direitos, como a igualdade, a liberdade, a dignidade da
pessoa humana, a propriedade e a segurança jurídica. Além disso, a Constituição também
estabelece garantias processuais, como o devido processo legal e o direito à ampla defesa.
Outro ponto relevante é a organização dos poderes. A Constituição define a separação e a harmonia
entre o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, estabelecendo suas atribuições e competências. Ela
também prevê a existência dos órgãos de controle, como o Ministério Público, que desempenham
um papel fundamental na defesa da ordem jurídica e na fiscalização dos poderes.
Além disso, a Constituição de 1988 prevê a existência de um sistema de justiça que garanta a
igualdade de todos perante a lei. Ela estabelece o princípio da isonomia e a garantia do acesso à
justiça, assegurando um sistema jurídico que promova a resolução dos conflitos de forma justa e
imparcial.
Por fim, a Constituição de 1988 também estabelece direitos sociais, como a educação, a saúde, a
previdência e o trabalho, buscando garantir a igualdade de condições para todos os cidadãos.
Esses direitos são fundamentais para a promoção de uma sociedade mais justa e inclusiva.
Em suma, a Constituição Federal de 1988 é de extrema importância na perspectiva jurídica, pois
estabelece os direitos fundamentais, a organização dos poderes e os princípios que regem a vida em
sociedade no Brasil. Sua análise permite compreender os fundamentos e as bases do ordenamento
jurídico brasileiro.

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Sob a perspectiva política, a Constituição de 1988 criou um Estado democrático de direito,
com a separação dos poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e a garantia dos direitos e
liberdades individuais. Ela também estabeleceu o sistema de governo presidencialista, em que o
presidente é eleito pelo voto direto dos cidadãos. De acordo com o livro "Constituinte: a alma do
processo", de Pedro Simon, a Constituição de 88 "vem proclamar aos quatro ventos a identidade
nacional, a democracia, a liberdade e a justiça social". Além disso, a nova Constituição estabeleceu
importantes direitos para o povo brasileiro, como o direito à saúde, à educação, à moradia, ao
trabalho e à segurança.
Um dos principais avanços políticos da Constituição foi a consolidação do sistema democrático,
com a garantia do sufrágio universal e direto, o direito de votar e ser votado, e a realização
de eleições periódicas para os cargos públicos. Além disso, a Constituição prevê a participação
popular por meio de plebiscitos, referendos e iniciativa popular.
Outro aspecto relevante é o estabelecimento de uma série de direitos e garantias fundamentais,
como a liberdade de expressão, a liberdade de associação, a liberdade de religião e o direito à
propriedade. A Constituição proíbe a censura prévia à imprensa e garante o princípio da liberdade
de informação.
Em relação ao sistema de governo, a Constituição estabeleceu um sistema presidencialista, no
qual o presidente da República é o chefe de Estado e chefe de governo, eleito pelo voto direto para
um mandato de quatro anos. O presidente possui atribuições executivas, como a indicação de
ministros, a chefia das Forças Armadas e a condução da política externa.
A Constituição também trata da organização do Estado brasileiro, estabelecendo a federação como
forma de governo. Ela divide o poder entre a União, os estados, o Distrito Federal e os
municípios, estabelecendo competências específicas para cada ente federativo.
No que diz respeito ao papel do Estado na economia, a Constituição estabelece o Estado como
agente regulador e promotor do desenvolvimento econômico. Ela prevê a intervenção estatal na
economia para garantir a proteção aos direitos sociais, a promoção do bem-estar social e a defesa
do meio ambiente. Em síntese, a Constituição Federal de 1988 é uma norma que consolidou a
democracia no Brasil, estabelecendo

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um sistema político baseado na separação de poderes, no sufrágio universal e na garantia dos
direitos fundamentais. Ela representa um importante marco para a consolidação da democracia no
país e tem sido fundamental para a proteção dos direitos dos cidadãos brasileiros. A Constituição
Federal do Brasil de 1988 é considerada uma das mais avançadas do mundo no que diz respeito
aos direitos sociais. Ela estabelece a garantia de uma série de direitos fundamentais para o cidadão
brasileiro, visando promover a igualdade e a justiça social.
Um dos principais pontos da constituição nesse aspecto é o Capítulo II, que trata dos Direitos
Sociais. Nesse capítulo, são estabelecidos direitos como o direito ao trabalho, à saúde, à educação,
à moradia, ao lazer, à cultura, entre outros. Esses direitos são considerados fundamentais para
assegurar uma vida digna aos cidadãos e promover a inclusão social.
Além dos direitos sociais, a Constituição de 1988 também estabelece políticas públicas para a
promoção da igualdade e o combate às desigualdades sociais. Ela prevê a adoção de políticas de
redistribuição de renda, a garantia de acesso aos serviços públicos, a proteção dos direitos dos
trabalhadores, entre outras medidas.
Um exemplo disso é a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), que busca garantir o acesso
universal e igualitário à saúde, independente da condição social ou econômica. Além disso, a
Constituição também estabelece a obrigatoriedade de um sistema educacional gratuito e de
qualidade para todos, visando a inclusão social e o desenvolvimento do país.
No entanto, apesar dos avanços trazidos pela Constituição de 1988, é importante ressaltar que
ainda existem desafios a serem enfrentados para a plena efetivação dos direitos sociais. Problemas
como a desigualdade de renda, a falta de acesso a serviços básicos e o baixo investimento em
áreas como saúde e educação ainda persistem no Brasil.
Portanto, é fundamental que a Constituição seja utilizada como base para a implementação de
políticas públicas que garantam a igualdade e a inclusão social. Além disso, é necessário o
fortalecimento das instituições responsáveis por assegurar o cumprimento desses direitos, como o
Ministério Público e o Poder Judiciário.
A Constituição Federal de 1988 representa um avanço significativo na garantia dos direitos sociais
no Brasil. No entanto, é necessário um esforço contínuo para assegurar a

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plena efetivação desses direitos, visando o desenvolvimento social e o bem-estar de todos os
cidadãos brasileiros.
Promulgada após um longo período de regime militar, foi um marco histórico para o país. Ela
representou um momento de transição política, abrindo caminho para a democracia e a
consolidação dos direitos e garantias fundamentais.

2. Contexto Histórico

Sob a perspectiva histórica, a Constituição de 1988 é fruto de um processo de redemocratização do


Brasil, após mais de duas décadas de regime militar. Durante esse período, os direitos individuais
foram restringidos e a participação política da sociedade civil foi suprimida.
A Constituição de 1988 buscou, então, romper com esse contexto autoritário e estabelecer uma
nova ordem jurídica e política para o país. Ela foi elaborada por uma Assembleia Nacional
Constituinte composta por representantes de diversos setores da sociedade, incluindo trabalhadores,
empresários, intelectuais, militares e religiosos.
Ao classificar as constituições, Alexandre de Moraes (2016) anota que a

Constituição Federal de 1988 “se apresenta como produto escrito e

sistematizado por um órgão constituinte, a partir de princípios e ideias

fundamentais da teoria política e do direito dominante”

Durante o processo de elaboração da Constituição, foram debatidos temas sensíveis, como a


democratização do Estado, a garantia dos direitos humanos, o respeito à diversidade cultural e a
proteção do meio ambiente. Houve embates intensos entre diferentes grupos e interesses,
resultando em uma Constituição complexa e extensa, com mais de 250 artigos.
A Constituição de 1988 é conhecida como "Constituição Cidadã" por conferir amplos direitos e
garantias aos cidadãos brasileiros. Ela estabelece os princípios fundamentais da República
Federativa do Brasil, como a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores
sociais do trabalho e da livre iniciativa, e o pluralismo político.

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Alexandre de Moraes assim define certo princípio da Administração Pública

previsto na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988: “impõe à

administração pública direta e indireta e a seus agentes a persecução do bem

comum, por meio do exercício de suas competências [...] sem burocracia e

sempre em busca da qualidade, primando pela adoção dos critérios legais e

morais necessários para melhor utilização possível dos recursos públicos, de

maneira a evitarem-se desperdícios e garantir-se maior rentabilidade social”

Além disso, a Constituição de 1988 trouxe avanços expressivos no campo dos direitos sociais,
como a garantia da educação, saúde, moradia, trabalho e segurança. Ela também estabeleceu uma
série de mecanismos de participação popular, como os plebiscitos, referendos e as iniciativas
populares de leis. Outro aspecto importante da Constituição de 1988 é a descentralização do poder
político, por meio do federalismo e da autonomia dos estados e municípios. Essa descentralização
visava promover uma maior participação da sociedade na gestão pública e garantir a diversidade e
pluralidade regional. No entanto, é importante destacar que a Constituição de 1988 não foi capaz
de resolver todos os problemas históricos do país. Ela convive até hoje com desafios como a
corrupção, a desigualdade social, a exclusão de certos grupos sociais e a falta de efetividade de
alguns direitos fundamentais.

3. Elementos

Vale ressaltar sobre o que tange aos elementos da Constituição de 1988 é composta por diversos,
sendo um deles a definição de uma série de direitos e garantias fundamentais. Segundo o autor
José Afonso da Silva, esses direitos são "cláusulas pétreas" que não podem ser suprimidos ou
abolidos, representando um avanço significativo em relação aos direitos individuais e coletivos no
Brasil. Outro elemento importante é a descentralização do poder, com a divisão de competências
entre os entes federativos e a criação de novos mecanismos de participação popular. Para o jurista
Alexandre de Moraes, a Constituição de 88 é "um marco histórico na previsão de novos
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de exercício direto de soberania popular". Além disso, a Constituição também estabelece a defesa
do meio ambiente e da cultura como valores fundamentais da sociedade brasileira. Em
suma, a Constituição de 1988 é um documento amplo e complexo que estabeleceu importantes
avanços em relação aos direitos e garantias fundamentais, à descentralização do poder e à
promoção do meio ambiente e da cultura.

4. Poder Constituinte

O poder constituinte é definido como a “potência de criar uma nova ordem constitucional, ou
reformar uma já existente, sem se submeter a nenhum processo constitucional preestabelecido”
(SILVA, 2009, p. 146). Desse modo, a Constituição de 1988 representou um momento singular
na história do Brasil, pois foi elaborada a partir de um processo participativo e democrático que
valorizou a contribuição de diversas esferas da sociedade brasileira. Segundo o jurista Michel
Temer, a Constituição de 1988 revela “a força maior do constituinte, a pureza de suas intenções e
a correção de seus valores” (TEMER, 1998, p. 47). Em suma, a manifestação do poder
constituinte na elaboração da Constituição de 1988 representou um avanço significativo na
construção de uma sociedade mais justa e democrática.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Constituição Federal de 1988 representa um marco histórico na consolidação da democracia no


Brasil e na garantia dos direitos e garantias fundamentais. Ela é um documento em constante
evolução, reflexo das transformações sociais, políticas e econômicas do país.
Após 35 anos da promulgação da Constituição Federal de 1988, o Brasil tem presenciado o
surgimento, repentino, de manifestações populares que retomaram as ruas, e foram se fortalecendo,
em cada pequena ou grande cidade, nas periferias e favelas até o asfalto da região central das
metrópoles, aglutinando, cada vez mais, diversas reivindicações que, se por um lado demonstravam
uma ausência de liderança, por outro, traduziam uma forte vontade por mudanças nos rumos do
país. O passe livre, mais investimento em saúde e educação, o fim da corrupção, a crítica à
realização da copa do mundo, que demandou pesados investimentos, foram alguns dos problemas
que se encontravam nos cartazes dos movimentos.

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Essa erupção de protestos incentiva o estudo sobre o poder constituinte. Não em seu conceito
tradicional, mas como uma potência da multidão, como uma força produtiva na massa, composta
por uma multiplicidade de singularidades que se relacionam e se influenciam mutuamente e que
tecem críticas às atuais instituições e buscam romper com o que se encontra constituído. O poder
constituinte da multidão sempre busca a inovação.
Nesse caminho de reflexão sobre a multidão, que quer sempre se fazer ouvida lutar por aquilo que
lhe é melhor, o presente trabalho pretendeu analisar alguns mecanismos de democracia semidireta,
que foram alvos de debates no processo constituinte da atual Constituição. De mesma maneira,
objetivou analisar algumas propostas cujo teor prestigiava uma maior participação popular e qual
foi o resultado elaborado pela Assembleia Nacional, através da redação final do texto
constitucional promulgado em 05 de outubro de 1988. Metodologicamente, o estudo realizado
voltou-se ao exame qualitativo da bibliografia selecionada, através de um processo de inferência,
não- dedutivo, que considera, além dos textos analisados, circunstâncias externas a eles,
como o seu contexto.

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REFERÊNCIAS

SIMON, Pedro. Constituinte: a alma do processo. São Paulo: Editora Senac, 2013.

SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. São Paulo: Malheiros, 2004.
MORAES, Alexandre de. Direito constitucional. São Paulo: Atlas, 2007

TEMER, Michel. Elementos de direito constitucional. São Paulo: Malheiros, 1998.

Ministério da Justiça e Segurança Pública - Brasil. (n.d.). Constituição da República


Federativa do Brasil. Recuperado de
http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/legislacao/Constituicoes_Brasileiras/
constituicao1988.html. Acesso em: 04 de agosto de 2023.

Supremo Tribunal Federal - Brasil. (n.d.). Constituição Federal. Recuperado de


http://www.stf.jus.br/portal/cms/verTexto.asp?servico=constituicaoFederal.
Acesso em: 04 de agosto de 2023.

Senado Federal - Brasil. (n.d.). Constituição Federal de 1988. Recuperado de


http://www.senado.leg.br/atividade/const/. Acesso em: 04 de agosto de 2023.

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