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IMPLANTAÇÃO DO ENSINO DO DIREITO CONSTITUICIONAL NA GRADE

CURRICULAR DAS ESCOLAS DO RIO GRANDE DO NORTE1

Breno Gustavo Rocha Nobre de Almeida2


Claudia Vechi Torres3

RESUMO

Esta pesquisa se propõe a rever alguns parâmetros acerca da


indispensabilidade de se implementar, no âmbito das escolas públicas e privadas -
ensino de 7ª a 9ª séries - o esmiuçar do texto Constitucional. Apresenta um breve
relato do ‘nascimento’ Constitucional, conceituando-a como a lei fundamental e
suprema que rege o Estado e a condição de vida dos cidadãos brasileiros –
garantias, direitos individuais e deveres. Aborda sobre a importância da educação,
destacando-a enquanto meio de propulsão para a formação do caráter do cidadão,
em suas variadas esferas. Aborda sobre democratização do direito constitucional no
âmbito escolar, mais precisamente entre o alunado do 7º ao 9º ano do ensino
fundamental das escolas públicas e privadas do Estado do Rio Grande do Norte.
Tudo, por meio de uma pesquisa dedutiva, qualitativa e bibliográfica.

Palavras-chave: Direito Constitucional. Educação. Ensino de Base. Garantias


constitucionais. Cidadania.

1 Artigo apresentado à Universidade Potiguar – UnP, como parte dos requisitos para obtenção do
título de bacharelem Direito.
2 Graduando do curso de Direito da Universidade Potiguar, campus de Natal/RN
3 Professora orientadora. Mestra em Direito pela UFRN
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1 INTRODUÇÃO

Este artigo intitulado “Implantação do ensino do Direito Constitucional na


grade curricular das escolas do Rio Grande do Norte”, tem por objetivo discutir a
necessidade de se levar aos estudantes, a oportunidade de um aprofundamento
acerca do texto Carta Maior brasileira - Lei Suprema do País – afim de se tornarem
aptos a exercerem a sua cidadania, cientes de seus direitos e deveres – por meio de
uma formação cidadã – embasados nos princípios básicos constitucionais.
Sendo assim, se tornarão capazes de transformar a Sociedade, uma vez
que lançariam mão dos mecanismos necessários para o real exercício da cidadania
e assim sendo, toda a sociedade brasileira também seria beneficiada, ao se
depararem com cidadãos cientes dos princípios étnicos, culturais, políticos e/ou
religiosos de todos os que compõem seu grupo social - sua comunidade.
Acredita-se que a partir do ensino de noções de direito constitucional seria
possível expandir a noção cívica dos nossos estudantes, ensinando-lhes sobre seus
direitos de cidadão e futuro eleitor, e, em contrapartida, aprenderem sobre seus
deveres. Ao completar 16 (dezesseis) anos o jovem brasileiro tem a faculdade de
tirar seu título de eleitor e exercer seu direito de cidadão, que é escolher seu
representante político através do voto, iniciando sua participação ativa nos assuntos
da sociedade. Esses jovens estudantes já teriam uma base educacional sólida ao
cursar o ensino médio para compreender a importância de ser um cidadão
consciente das consequências geradas por uma gestão pública ineficiente, fruto de
uma escolha errônea, decorrente do voto para um candidato despreparado ou ficha
suja.
Destaca-se a necessidade da população passar a ter um contato desde
muito cedo com a democracia, direitos políticos, nacionalidade, que possam exercer
de forma plena a cidadania e tenham consciência da grande importância que a
educação tem para todos. Dessa forma, a educação tornar-se-á efetivamente um
direito, de modo que caberá ao Estado garantir, de forma obrigatória, o conteúdo da
disciplina de Direito Constitucional, para as crianças de sete a quatorze anos.
A constituição brasileira de 1988 determina no art. 6º que a educação é um
direito social fundamental do cidadão, além de fixar no art. 22 a competência da
União em legislar sobre as diretrizes e bases da educação nacional (inciso XXIV), já
no art. 23 determina a competência comum de todos os entes federativos para
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proporcionar os meio de acesso à educação. O art. 205 da CF/1988 fixa que a


educação é direito de todos e dever do estado, sendo tal responsabilidade
compartilhada, de forma que o estado do Rio Grande do Norte é responsável pelo
ensino médio, enquanto cabe aos municípios propiciar creches, pré-escolas e ensino
fundamental.
Mas como se encontra a educação de ensino fundamental no Rio Grande do
Norte? Quais as vantagens da implantação do Direito Constitucional no ensino
fundamental?
O trabalho em tela foi desenvolvido em três capítulos, sendo eles: O
contexto histórico da constituição Federal de 1988, os direitos e garantias da Criança
e do Adolescente; a importância da educação para formação do cidadão e a
democratização do Direito Constitucional na formação cidadã do aluno do 7º ao 9º
ano do Ensino Fundamental do Rio Grande do Norte.
Este estudo será desenvolvido por meio dos métodos dedutivo, por ser, este
um método de investigação cientifica que foca no caráter subjetivo do objeto
analisado, avaliando suas particularidades, de mesmo modo, far-se-á uso de fontes
bibliográficas (livros, artigos, periódicos), documentais (leis e jurisprudência), sítios
da internet e outros meios, caso seja necessário para a elaboração da
argumentação
Por fim, apresenta uma breve conclusão sobre o assunto, manifestando
acerca do tema, embora de forma suscita, uma vez que, o tema do objeto do estudo
é novo, instigante, e de suma importância para classe acadêmica, bem como para a
sociedade em geral.

2 CONTEXTO HISTÓRICO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

Previamente, conceitua-se a Constituição como sendo a lei fundamental e


suprema que rege o Estado, em cujo contexto estão determinados os direitos e
deveres dos cidadãos brasileiros. O objeto das Constituições versa sobre a
organização do Estado e as garantias e direitos individuais do cidadão, prevendo
mecanismos de exercício e controle do poder, direitos e garantias fundamentais.
Nesse sentido Silva (2005, p. 37-38) define Constituição como
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Um sistema de normas jurídicas, escritas ou costumeiras, que regula a


forma do Estado, a forma de seu governo, o modo de aquisição e o
exercício do poder, o estabelecimento de seus órgãos, os limites de sua
ação, os direitos fundamentais do homem e as respectivas garantias. Em
síntese, a constituição é o conjunto de normas que organiza os elementos
constitutivos do Estado.

Na visão de Hans Kelsen (2000 apud TOMAZ NETO; LIRA, 2012, p. 1), a
Constituição, lei fundamental e suprema do Estado, é vista como a norma que irá
organizar e estruturar todo o Estado. Todas as demais normas que existem no
ordenamento jurídico devem obediência à Constituição Federal, que assume papel
de destaque.
Já Pedro Lenza (2009 apud TOMAZ NETO; LIRA, 2012, p. 1) focando no
sentido material define Constituição como
Aquela norma que defina e trate das regras estruturais da sociedade, de
seus alicerces fundamentais (formas de Estado, governo, seus órgãos etc.).
Ao eleger o critério material torna-se possível encontrarmos normas
constitucionais fora do texto constitucional, na medida em que o que
interessa no aludido conceito é o conteúdo da norma, e não a maneira pela
qual ela foi introduzida no ordenamento interno. O que importa é a matéria
da norma e não os seus aspectos formais.

Historicamente, a primeira Constituição do Brasil surgiu no período do


império, mais precisamente no dia 25 de março de 1824, com forte influência da
Constituição Francesa de 1814. Foi outorgada por Dom Pedro I, quando cumpriu o
prometido ao dissolver a Assembleia Geral Constituinte e Legislativa, fato ocorrido
em 12 de novembro de 1823. (PONTUAL, 2018, p. 1).
A referida constituição era composta de 179 artigos, nos quais pode ser
divisada a organização estrutural dos poderes imperiais, que estabelece, como
forma de Estado, o regime unitário, o que culminou com o chamado Poder
Moderador. O império era formado por quatro poderes, o executivo, o judiciário, o
legislativo, e o moderador, sendo esse último, o de maior poder, controlado pelo
imperador (LENZA, 2015, p. 123)
A Constituição de 1824 preceituava as normas fundamentais da organização
das Províncias e do Governo municipal, além de tratar acerca das Garantias
inerentes aos Direitos Civis e Políticos, fundamentadas estas, pelos princípios do
liberalismo, da proteção à liberdade, à segurança individual e à propriedade.
Inicialmente denominado Brasil Império, posteriormente foi definido como
monarquia hereditária e constitucional de um Estado centralizado, por meio da
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outorga e imposição de sua Carta. Há época a igreja atuava junto ao Estado e a


religião oficial era o catolicismo. As eleições eram indiretas e censitárias, e assim
sendo definiam quem e de que forma poderia votar.

O direito ao voto era concedido somente aos homens livres e proprietários,


de acordo com seu nível de renda, fixado na quantia líquida anual de cem
mil réis por bens de raiz, indústria, comércio ou empregos. Para ser eleito, o
cidadão também tinha que comprovar renda mínima proporcional ao cargo
pretendido. Essa foi a Constituição com duração mais longa na história do
país, num total de 65 anos (PONTUAL, 2018, p. 1).

A posteriori, uma insatisfação generalizada, resultante da arbitrariedade do


Estado monárquico de governo, provocou mudanças significativas no âmbito da
política e economia, culminando assim, com o fim do Império do Brasil e
Proclamação da República, em 1889. Para o comando do governo provisório foi
indicado Marechal Deodoro da Fonseca (Proclamador da República), tendo por vice
Rui Barbosa. Na ocasião foi nomeada uma comissão de cinco membros para
apresentar um projeto que servisse de exame à futura Assembleia Constituinte – e
conforme aduz Pontual (2018, p. 1), o referido projeto “vigorou como Constituição
Provisória da República até as conclusões da Constituinte”
Como resultante desse ato, mudanças significativas foram implementadas
junto aos sistemas político e econômico do país, determinando assim, a instituição
da forma federativa de Estado e da forma republicana de governo; a independência
dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário; instituindo os direitos e garantias
(art. 69 e seguintes); a instituição, em meio a esse conjunto, do habeas corpus, com
vistas a reprimir a violência ou a coação por ilegalidade ou abuso de poder, e a
garantia contra prisão arbitrária, além disso, o Brasil passa, no contexto religioso, a
assumir a figura de um Estado laico, ou seja, a partir desse momento nenhuma
religião teria relação de poder com o Estado.
A crise econômica de 1929, que se instaurou no cenário mundial bem como
os diversos movimentos sociais por melhores condições de trabalho, impulsionaram
a Revolução de 30. Os fatos arrastados nesse período influenciaram a criação da
terceira Constituição, no ano de 1934, abalando assim, os ideais do liberalismo
econômico e da democracia liberal da antiga constituição de 1891 (FABER, 2018, p.
1)
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Conforme esclarece Vainer (2010, p. 3), o impacto causado pela Revolução


Constitucionalista de 1932 forçou o governo provisório de Getúlio Vargas a tomar
medidas que dessem normalidade ao Regime Republicano. Nesse modo, Getúlio
Vargas, ainda em 1932, marca as eleições que elegeriam a Assembleia Constituinte,
eleições estas que desencadearam na elaboração da Constituição de 1934, a qual
aludia, em seu contexto, características diversas, além de algumas vantagens aos
cidadãos brasileiros, dantes inexistentes nas já fadadas constituições.

A Constituição, de 16 de julho de 1934, traz a marca getulista das diretrizes


sociais e adota as seguintes medidas: maior poder ao governo federal; voto
obrigatório e secreto a partir dos 18 anos, com direito de voto às mulheres,
mas mantendo proibição do voto aos mendigos e analfabetos; criação da
Justiça Eleitoral e da Justiça do Trabalho; criação de leis trabalhistas,
instituindo jornada de trabalho de oito horas diárias, repouso semanal e
férias remuneradas; mandado de segurança e ação popular (PONTUAL,
2018, p. 1).
Com vistas a garantir a segurança Estatal, bem como assegurar as
deliberações inerentes ao Poder Executivo, em 1935 essa Constituição teve seu
texto alterado a partir da instauração de três emendas, cujo fim era “coibir, segundo
o texto, o movimento subversivo das instituições políticas e sociais" (PONTUAL,
2018, p. 1).
Segundo discorre Pontual (2018, p. 1), com pouco mais de dois anos da
implantação da Segunda República, mais precisamente em novembro de 1937,
Getúlio Vargas deu um golpe de Estado e assumiu poderes ditatoriais, revogando,
sob nenhum pretexto ou consulta, a Constituição de 1934, outorgando a Carta
Constitucional do Estado Novo, cujo teor continha ideias de “inspiração fascista, com
a supressão dos partidos políticos e concentração de poder nas mãos do chefe
supremo do Executivo.
A dita Constituição contempla, desta feita, algumas medidas contrárias as
decisões anteriores, quais sejam: o Estado centralizado; criação dos interventores
estaduais (inspiração fascista, regime ditatorial); perseguição a opositores, abolição
dos partidos políticos e da liberdade da empresa.
Após pressão popular e o apoio das forças armadas empreendeu-se a
derrocada de Getúlio Vargas, outubro de 1945. O poder passa, então, às mãos do
então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), José Linhares, o qual
“constituiu outro ministério e revogou o artigo 167 da Constituição, que adotava o
estado de emergência, acabando também com o Tribunal de Segurança
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Constitucional” (PONTUAL, 2018, p. 1). Ainda segundo o autor, “ao fim de 1945, as
eleições realizadas para a Presidência da República deram vitória ao general Eurico
Gaspar Dutra, empossado em 1946, que governou o país por decretos-lei, enquanto
preparava-se uma nova Constituição”.
Essa Constituição, datada de 18 de setembro de 1946, foi promulgada de
forma legal e retomou a linha democrática de 1934. Entre as medidas adotadas,
estão o restabelecimento dos direitos individuais, o fim da censura e da pena de
morte. A Carta também devolveu a independência ao Executivo, Legislativo e
Judiciário e restabeleceu o equilíbrio entre esses poderes, além de dar autonomia a
estados e municípios. Outra medida foi a instituição de eleição direta para presidente
da República, com mandato de cinco anos. Após as deliberações do Congresso
recém-eleito, este assumiu a configuração de Assembleia Nacional Constituinte, é o
que esclarece Pontual (2018, p. 1).
Além das referidas medidas adotadas em seu contexto, destacam-se
também, conforme observa Pontual (2018, p. 1), a incorporação da Justiça do
Trabalho e do Tribunal Federal de Recursos ao Poder Judiciário, a pluralidade
partidária, o direito de greve e livre associação sindical e o condicionamento do uso
da propriedade ao bem-estar social, possibilitando a desapropriação por interesse
social. Tais direitos pró-trabalhadores, geraram descontentamento por parte do
Governo, provocando, no ano de 1964, um golpe de Estado que acaba por instaurar
a Ditadura Militar no Brasil.
Três anos após a instauração do regime militar, implanta-se a nova
Constituição brasileira, outorgada em 1967 pelo Congresso Nacional, originando um
Estado Ditatorial. Essa constituição surgiu na passagem do governo Castelo Branco
para o Costa e Silva, período no qual predominavam o autoritarismo e o arbítrio
político.
A constituição de 1967, implementou a eleição indireta para Presidente da
República, o que se dava através de um Colégio Eleitoral, formado por Delegados,
escolhidos estes, pela Assembleia Legislativa e membros do Congresso Nacional.
No período compreendido entre 1964 e 1969 foram decretados 17 (dezessete) Atos
Institucionais (AI) – os quais foram “reconhecidos” pela constituição de 1967
(HISTÓRIA, 2016, p. 1).
Conforme assevera Vainer (2010, p. 22) “os Atos Institucionais e os Decretos-
Leis tornaram o Poder Executivo o titular efetivo do poder legiferante, sob o
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argumento da urgência e do interesse público que, obviamente, nem sempre eram


presentes”.
O mais conhecido dos referidos Atos foi o AI-5, cujo texto dava poder e
privilégios aos Militares. Podem-se destacar ainda, o AI-1, que cassou todos os
políticos e cidadãos da oposição; o AI-2 – que extinguiu os partidos existentes e
criou, na pratica, o bipartidarismo; o AI-3, era estender para os cargos de
governadores dos estados e prefeitos das capitais estaduais a forma indireta de
eleição e o AI-4, que compeliu o Congresso da nova Constituição (CORRÊA, 2017,
p. 1).

Menos conhecidos e explorados, os atos institucionais do nº 6 ao nº 17


versaram sobre mudanças na Constituição de 1967 a respeito de matéria
administrativa e eleitoral. Também foram usados para ampliar
progressivamente os poderes do Executivo para praticar desapropriações,
confiscos, banimento do território nacional e envio para a reserva de
militares acusados de atentar contra às Forças Armadas. (CORRÊA, 2017,
p. 1)

Em novembro de 1985 ocorreu a convocação da Assembleia Nacional


Constituinte com a finalidade de elaborar o novo texto constitucional, com vistas a
expressar a realidade social pela qual passava o país, que, até então, vivia um
processo de redemocratização pós regime militar.
Nossa ultima Constituição, a que esta em vigor na data atual, foi promulgada
em 05 de outubro de 1988.

A Carta de 1988 foi uma constituição promulgada, ou seja, contou com a


participação popular em sua elaboração. Ela é um documento formal e
escrito (com um sistema ordenado de regras), dogmático (elaborado por um
órgão constituinte), analítico e rígido, ou seja, seu texto é extremamente
minucioso (prolixo) e só pode ser alterado com dificuldade (emendas
constitucionais) (CYSNE, 2016, p. 1).

Também conhecida como a Constituição Cidadã, foi a sétima instituída no


Brasil desde a Independência. Sua elaboração ficou a cargo de 559 parlamentares e
transcorreu por um período de 20 meses. Esta Constituição é considerada a mais
completa, principalmente, no que diz respeito a garantia dos direitos inerentes ao
cidadão brasileiro, embora levante algumas críticas em virtude da prolixidade do seu
texto.
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Elaborada por [...] parlamentares com diversas crenças políticas, ela não só
restabeleceu a inviolabilidade de direitos e liberdades básicas como instituiu
uma vastidão de preceitos progressistas, como a igualdade de gêneros, a
criminalização do racismo, a proibição total da tortura e direitos sociais
como educação, trabalho e saúde para todos. (CYSNE, 2016, p. 1).

Como se constata, a Constituição de 1988 representou um avanço para a


sociedade. Após um período de extremo sofrimento e privação de direitos, o povo
viu nascer um fio de esperança, uma provável conquista da sua liberdade, tolhida,
até aquele momento, em todos os seus seguimentos. De acordo com Vaiden (2010,
p. 29)

[...] o histórico de arbitrariedades cometidas pela ditadura e a abertura


política, aliada à redemocratização do país, acarretaram na necessidade de
tornar o controle abstrato e concentrado de constitucionalidade mais
acessível a outros setores, de modo que a discussão atingisse a um número
maior de pessoas.

Assim sendo superado o período ditatorial - que propagava a violação aos


direitos humanos - a Carta Maior de 1988 – constituída, em sua conjuntura, por
melhores condições para a sociedade, valorando seus direitos individuais - dedicou
uma atenção especial, “ao Princípio da Dignidade da Pessoa Humana [...] e aos
direitos conexos a este princípio, como a proibição da tortura e a prática de racismo
como crime inafiançável, entre outros” (VAIDEN, 2010, p. 28).

Conta com mais de setenta incisos sobre os direitos de todo cidadão à vida,
à liberdade, à igualdade, à propriedade e à segurança. Mais inovadores são
os doze direitos sociais [...], que incluem transporte, lazer, previdência
social, assistência aos desamparados e proteção à maternidade e à infância
(CYSNE, 2016, p. 1).

Também consagra a Carta Maior os direitos sociais em capítulo específico,


com atenção voltada diretamente aos direitos dos trabalhadores, estabelecendo
novos direitos trabalhistas, dentre estes, a redução da jornada semanal de 48 para
44 horas; o seguro-desemprego e as férias remuneradas acrescidas de um terço do
salário. Assegura também, a igualdade material em diversos momentos, além de
destinar título específico para a ordem social.
São vários os ditames existentes no texto constitucional, e aqui se reporta a
Constituição de 1988 – a Carta Maior brasileira – cujas mudanças ocorridas por
meio de seu teor, na íntegra, quanto aquelas propostas nas posteriores Emendas
Constitucionais estenderam em muito, “o controle concentrado de
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constitucionalidade no Brasil, levando consequentemente a um aumento no número


de ações típicas desta espécie de controle” (VAIDEN, 2010, p. 29).
Portanto, é inefável o avanço social e político promovido por essa “nova”
Carta Maior à sociedade brasileira. E assim sendo, ainda que já comemorando seus
30 anos de “existência”, é mister se levar em conta a sua propagação. Trazer à tona
todas as suas determinações – direitos e deveres inerentes à sociedade – de forma
que se possa, a cada dia, transformar a história de um povo; ensinando-o a lutar por
aquilo que lhe é próprio – sua cidadania - e nada melhor que levar esse
“conhecimento” para aqueles que estarão, num futuro breve, representando e
compondo esse “futuro” – as crianças e os adolescentes.

3 A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO PARA FORMAÇÃO DO CIDADÃO

Falar sobre cidadania sem enfatizar a forma como se consegue “construir” um


cidadão é deixar uma lacuna para o futuro – a saber, a educação. Falar sobre
educação sem enfatizar a sua importância para a formação cidadã é, deveras,
impossível. Mas o que dizer sobre cidadania, ou sobre seu verdadeiro significado.
De acordo com Melo (2013, p. 1), “o conceito de cidadania, assim como o
Direito, se renova constantemente diante das transformações sociais, do contexto
histórico vivenciado e principalmente diante da mudança de paradigmas
ideológicos”. Assim sendo, com base no exposto, Melo (2013, p. 1) acrescenta,
ainda, que é aceitável declarar que “cidadania não é uma ideia estática, mas
dinâmica”.

Cidadania implica em vivência na sociedade, na construção de relações, na


mudança de mentalidade, na consciência e reivindicação dos direitos, mas
também no cumprimento dos deveres. Isto não se aprende com teorias,
mas na luta diária, nos exemplos e principalmente com a educação de
qualidade, grande propulsora para que o indivíduo possa desenvolver suas
potencialidades e conscientizar-se de seu papel social que pode e deve
fazer a diferença na construção de uma sociedade mais justa, livre e
solidária (MELO, 2013, p. 1).

E é esta a “mola propulsora” para a formação cidadã - a educação. É por


meio desta, imbuída de seus valores – em suas mais variadas esferas – que se
consegue materializar a verdadeira cidadania.
Importante frisar que todo esse processo começa, já, na infância, momento
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em são construídos os valores sociais.

Através da correta educação a criança começa a se perceber no meio


social, ela tende a perceber os problemas e as diferenças sociais e a partir
dessa experiência passa a trabalhar esses temas de maneira enriquecedora
para si, como meio de desenvolvimento de ser humano e posteriormente de
cidadão (SANDES, 2012, p. 1).

Como se percebe, é nesse momento – a infância – que se forma o caráter do


cidadão e, portanto, é também nesse momento que se deve oferecer as condições
necessárias para que a criança se enxergue, se perceba como parte da sociedade,
se construindo, se fortalecendo, em seu desenvolvimento, até que se transforme, no
futuro, em pessoa esclarecida, consciente de seus direitos e deveres.
Conforme arregimenta Sandes (2012, p. 1)

A criança é o futuro cidadão e como tal, terá que proteger os interesses


sociais e exercer seus direitos e deveres, e para que isso se efetive, é
preciso que desde cedo ela aprenda a formar sua opinião e compreenda os
problemas sociais de forma a continuar lutando contra estes e respeitando o
seu próximo.

Além da ‘educação’ que vem do berço, aquela construída em meio à família,


onde são aprendidos os valores culturais e familiares, vale enfatizar a importância da
educação escolar, ambiente onde são assimilados, agora, os conhecimentos de
mundo.
Ao discorrer acerca da educação no Brasil, vale antes, destacar que apenas
“em meados do século XX o processo de expansão da escolarização básica no país
começou, e que o seu crescimento, em termos de rede pública de ensino, se deu no
fim dos anos 1970 e início dos anos 1980” (BRUINI, 2015, p. 1).
No Brasil a educação ainda está calcada em métodos tradicionalistas, onde a
informação é apenas ‘transmitida’, de maneira metódica e, algumas vezes,
formalizada. Apesar de ser um ambiente propício a interação entre os seres, ainda
existe um distanciamento entre eles, uma via de mão única, onde as informações
são apenas difundidas sem que haja uma troca, uma interação, uma participação
mais efetiva nas duas ‘vias’ – professor – aluno. Paulo Freire (1980 apud SALES,
2009, p. 1) defende que

Não devemos chamar o povo à escola para receber instrução, postulados,


receitas, ameaças, repreensões e punições, mas para participar
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coletivamente da construção de um saber, que vai além do saber de pura


experiência feito, que leve em conta as suas necessidades e o torne
instrumento de luta, possibilitando-lhe transformar-se em sujeito de sua
própria história [...]

De acordo com Freire (1980 apud SALES, 2009) o ambiente escolar é “um
espaço político para a organização popular”.
Moraes (2008, p. 1) alerta para o fato de que, apesar dos avanços – ainda
que a passos lentos – implementados no âmbito escolar, no tocante as áreas de
“infraestrutura”, bem como que se refere a “formação de professores, material
didático, inovações tecnológicas, entre outros aspectos que deveriam favorecer a
aprendizagem”, a educação brasileira continua, ainda, instável.
Segundo a autora, mesmo com todas essas ‘melhorias’, os resultados obtidos
no campo da aprendizagem, colhidos estes por meio de avaliações propostas pelos
“SAEB SPAECE, ENEM, entre outros, as respostas esperadas no segmento
educacional não condizem com os esforços governamentais e os investimentos
feitos na área (MORAES, 2008, p. 1).
Como forma de se obter esse resultado, Santos (2008, p. 1) atenta para o fato
que

A escola brasileira precisaria rever questões como: o resgate da qualidade


de formação do profissional da educação, a expansão da escolarização pelo
sistema supletivo, especialmente aqueles em horários noturnos, dentre
outros, tendo a obrigação de, simultaneamente, fazer uma constante
avaliação que certamente garantirá a qualidade do ensino.

Ainda que existam alguns institutos jurídicos cuja atenção está focada na
educação brasileira, os quais têm como missão garantir a educação a criança e ao
adolescente, sente-se a falta ainda, de uma “vontade”, por parte dos profissionais
que atuam no contexto escolar, de faze-los “funcionar” como de fato deveriam. É o
que aduz Santos (2008, p. 1) para quem a educação tem um papel de grande
importância para a formação do cidadão. Para ele

A educação, em termos de Brasil, deve ser tratada como uma política social,
que tem como compromisso fundamental à garantia dos direitos do cidadão,
ou, ainda a escola deve assumir um novo papel frente à sociedade, que é o
de propiciar ações para a efetivação dos direitos sociais.

As propostas contempladas pela legislação brasileira em institutos como a


Constituição Federal de 1988, a atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB
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de 1996 e o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA de 1990, garantem, entre


outras coisas, os direitos das crianças e adolescentes em todas as suas etapas, no
entanto, a escola brasileira precisaria rever questões inerentes a formação cidadã,
“[...] tendo a obrigação de, simultaneamente, fazer uma constante avaliação que
certamente garantirá a qualidade do ensino” (SANTOS, 2008, p. 1).

É notório e importante salientar que o Brasil evoluiu no sentido da proteção


do direito a educação, visto que tanto o Estatuto da Criança e do
Adolescente quanto a Constituição Federal afirmam esse direito
fundamental e o protegem em seus artigos 3º e 227, respectivamente.
Inclusive, em 2009 o capítulo da educação na Constituição foi alterado para
agora obrigar o Estado a efetivar a educação básica gratuitamente (artigo
208, inciso I, Constituição Federal) (SANDES, 2012, p. 1).

Hodiernamente, já se concebe que a criança, em tempos remotos, não era o


principal foco da atividade de proteção social. Isso ocorrendo antes, em meados dos
idos de 1927, antes de ser implantado o primeiro Código de Menor. Posteriormente,
a criança passou a ser ‘enxergada’ com outros olhos, ou seja, “passou a ser tratada
de maneira melhor, deixando de ser reprimida e punida para ser regenerada e
educada”. (SANTOS, 2008, p. 1). O autor complementa defendendo que

O Código de Menor de 1979, apesar de ter sido menos assistencialista,


amadureceu algumas ideias (poucas, diga-se de passagem), mas deu
continuidade à cadeia de evolução dos direitos da criança até se chegar ao
atual Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº. 8.069, de 13 de julho de
1990).

Independentemente de qualquer que seja o cenário, o papel da escola é


educar e preparar o aluno para o exercício da cidadania, para o reconhecimento dos
direitos associados as suas responsabilidades, procurando formar pessoas
analíticas, conscientes e críticas. A Educação é definida, em nosso ordenamento
jurídico, como dever: direito do cidadão – dever do Estado.
Ainda sobre a noção geral do que vem a ser educação, Elias de Oliveira
Motta (1997, p. 79-80) aponta que a educação é, em essência, um processo de
mudanças sistemáticas e conscientes, sendo realizado de forma planejada e
organizada, sendo, assim, o instrumento mais eficaz de determinado governo para a
efetivação do desenvolvimento de um povo.
A Constituição de 88 traz em seu capitulo III, do artigo 205 a 214, a temática
educação. O direito à educação está previsto na nossa Constituição Federal, sendo
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este, o primeiro direito social enumerado pela nossa Carta Maior. Em seu art. 205,
defende que “a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho”.
Nesse sentido, Maliska (2001, p. 106-107), analisa que a educação é um
direito de todos e de dever do Estado e da família, onde o Estado tem a obrigação
de possibilitar a todos o acesso à educação, que é um direito fundamental, que tem
relevância tanto no critério conteúdo, como no critério importância, visto que, é
através da educação que os indivíduos se transformam em cidadãos.
“A educação é o processo de desenvolvimento da capacidade física,
intelectual e moral da criança e do ser humano em geral, visando à sua melhor
integração individual e social” (DE PLÁCIDO E SILVA, 1999 apud EMÍLIO, 2013, p.
1).
Ainda, no artigo 211 da Constituição, com redação dada pela Emenda
Constitucional n. 14/1996, trata de competência para organização dos sistemas de
ensino, estabelecendo que

Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios


organizarão em regime de colaboração seus sistemas de ensino.

§ 1º A União organizará o sistema federal de ensino e o dos Territórios,


financiará as instituições de ensino públicas federais e exercerá, em matéria
educacional, função redistributiva e supletiva, de forma a garantir
equalização de oportunidades educacionais e padrão mínimo de qualidade
do ensino mediante assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios.

A Educação é todo o processo de aprendizagem ou entendimento de relação


que o indivíduo desenvolve sobre toda a vida.
Na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB, nº 9.394/96, foi
criado um caminho para o crescimento do indivíduo e para o desenvolvimento dos
modelos de educação e instituições de ensino, garantindo o exercício da plena
liberdade humana com dignidade.
Em seu art. 1º, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação conceitua, de
maneira inovadora, a educação básica defendendo que a mesma “abrange os
processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana,
no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e
15

organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.


Na Lei de Diretrizes e Bases da Educação, o TÍTULO V dispõe sobre os
“Níveis e das Modalidades de Educação e Ensino”. Já o CAPÍTULO I descreve a
composição dos Níveis Escolares, a formação da educação escolar e destaca, no
art. 21, em seus incisos I e II, que a mesma se compõe da seguinte forma: “I -
educação básica, formada pela educação infantil, ensino fundamental e ensino
médio; II - educação superior”.
O art. 22 da mesma Lei reforça essa informação, destacando, portanto, que
“a educação básica tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-lhe a
formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios
para progredir no trabalho e em estudos posteriores”.
De acordo com o site da REDESCOLA4:
A educação básica é o primeiro nível do ensino escolar no Brasil. Sendo
composto por três etapas: a educação infantil (para crianças com até cinco
anos), o ensino fundamental (para alunos de seis a 14 anos) e o ensino
médio (para alunos de 15 a 17 anos).
Ao longo deste percurso, crianças e adolescentes devem receber a
formação comum indispensável para o exercício da cidadania, como aponta
a Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Também é um objetivo da
educação básica fornecer os meios para que os estudantes progridam em
estudos posteriores, sejam eles no ensino superior ou em outras
modalidades educativas.
Apesar da correlação existente entre a idade dos alunos e o nível e as
modalidades de ensino, as leis e regulamentos educacionais garantem o
direito de todo cidadão frequentar a escola regular em qualquer idade. No
entanto, também é uma obrigação do Estado garantir os meios para que os
jovens e adultos que não tenham frequentado a escola na idade adequada
possam acelerar seus estudos e alcançar formação equivalente à educação
básica.

Dando ênfase no ensino fundamental, no art. 32 da LDB, são assentados os


objetivos para formação do aluno

Art. 32. O ensino fundamental obrigatório, com duração de 9 (nove) anos,


gratuito na escola pública, iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade, terá por
objetivo a formação básica do cidadão, mediante

I – O desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios


básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;
II – A compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da
tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;
III – O desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a
aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e
valores;
IV – O fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade
humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.

4 Disponível no http://www.sjpunidadepolo.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=41
16

Também assegurados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA –


Conjunto de normas do ordenamento jurídico brasileiro que tem como objetivo a
proteção integral da criança e do adolescente, vem trazendo no seu art. 53 os
objetivos da educação

Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno


desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e
qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes

I - Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II -


direito de ser respeitado por seus educadores;
II - Direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias
escolares superiores;
[...]
IV - Direito de organização e participação em entidades estudantis;
V - Acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência.
Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo
pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais

Não funciona, sabe-se bem, se todas essas benesses não saírem da teoria. É
importante que a escola, com o auxílio de todos os que a compõem, bem como com
a participação da família – a quem cabe tutelar esse processo - se esforcem para
fazer funcionar. Somente assim será possível garantir uma escola com ensino de
qualidade, formada esta, pela participação direta daqueles que são os ‘atores’ mais
importantes desse cenário – o alunado.
Como na nossa Carta Maior de 1988, na Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional e no Estatuto da Criança e do Adolescente, mostra também, que
a educação é dever do Poder Público5, devendo ser oferecido de forma gratuita e
universal. A obrigatoriedade do ensino fundamental também implica reconhecê-lo

5 Com destaque o art. 54 do ECA que dispõe ser “dever do Estado assegurar à criança e ao
adolescente: I - Ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram
acesso na idade própria; II - Progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;
III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede
regular de ensino; IV – Atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a cinco anos de
idade; (Redação dada pela Lei nº 13.306, de 2016) V - Acesso aos níveis mais elevados do ensino,
da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um; VI - Oferta de ensino noturno
regular, adequado às condições do adolescente trabalhador; VII - atendimento no ensino
fundamental, através de programas suplementares de material didático-escolar, transporte,
alimentação e assistência à saúde. § 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público
subjetivo. § 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público ou sua oferta irregular
importa responsabilidade da autoridade competente. § 3º Compete ao poder público recensear os
educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsável, pela
frequência à escola (BRASIL, 1990, p. 1).
17

como a formação mínima que deve ser garantida a todos os brasileiros, de qualquer
idade.

4 A DEMOCRATIZAÇÃO DO DIREITO CONSTITUCIONAL NA FORMAÇÃO


CIDADÃ DO ALUNO DO 7º AO 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DO RIO
GRANDE DO NORTE

A Carta Magna ou Lei Maior, é o livro sagrado de uma nação que possibilita
aos cidadãos o entendimento da organização do Estado. O estudo deste livro
possibilita que sejam levantados questionamentos que irão fomentar, no corpo
docente, o senso crítico sobre a existência do Estado Democrático de Direito.
Assim sendo, pensando na disseminação de seu contexto, o Senador
Romário Faria criou o Projeto de Lei nº 70, de 2015, cujo texto altera a redação dos
arts. 32 e 36 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional) com o propósito de inserir novas disciplinas, tornando-as
obrigatórias, nos currículos dos ensinos fundamental e médio. O Senador Romário
quer, por meio desse projeto, implementa-la nas escolas das redes pública e
particular do Brasil, expandindo a noção cívica dos nossos estudantes, ensinando-
lhes sobre seus direitos constitucionais, como cidadão e futuro eleitor e, em
contrapartida, sobre seus deveres.
Em 06/10/2015, o Projeto de Lei Suplementar - PLS foi aprovado pelo
Senado, pela maioria de votos dos senadores da Comissão de Educação, Cultura e
Esporte, visto que o projeto tramita em caráter terminativo.
A situação atual do projeto, segundo consta do site do Senado é

Decisão: Aprovada por Comissão em decisão terminativa


Destino: À Câmara dos Deputados
Último local: 21/10/2015 - Secretaria de Expediente
Último estado: 21/10/2015 - REMETIDA À CÂMARA DOS DEPUTADOS
Despacho: 06/11/2015 - Às Comissões de Trabalho, de Administração e
Serviço Público; Educação; Finanças e Tributação (Art. 54 RICD) e
Constituição e Justiça e de Cidadania (Art. 54 RICD). Apense-se a este
a(o)PL-2082/2003. Proposição Sujeita à Apreciação do Plenário. Regime de
Tramitação: Prioridade. Por oportuno, esclareço que em razão da
apreciação do PL 2082/03 pelas comissões de mérito e pela CFT (Art. 54,
RICD), este PL 3380/15, será encaminhado à CCJC.

A justificativa para Lei, dada pelo próprio Senador, traduz


18

A promulgação da Constituição Federal de 1988, que completou 25 anos


este ano, foi o grande marco da restauração da democracia no Brasil e a
renovação do orgulho cívico no país. Foi a maior movimentação política de
várias classes sociais, sindicais e das minorias já registrado na história da
nação brasileira, marcada pela conquista de direitos individuais e a
liberdade de expressão. O objetivo deste projeto de lei é expandir a noção
cívica dos nossos estudantes, ensinando-lhes sobre seus direitos
constitucionais, como cidadão e futuro eleitor, e, em contrapartida,
aprenderem sobre seus deveres. Ao completar 16 (dezesseis) anos o jovem
brasileiro tem a faculdade de tirar seu título de eleitor e exercer seu direito
de cidadão, que é escolher seu representante político através do voto,
iniciando sua participação ativa nos assuntos da sociedade. Esses jovens
estudantes já têm uma base educacional sólida ao cursar o ensino médio
para compreender a importância de ser um cidadão consciente e as
consequências geradas à gestão pública ao escolher um candidato
despreparado ou ficha suja. Especialmente após as manifestações de junho
deste ano, tornou-se necessária maior atenção aos nossos jovens, quase
adultos, que nos remetem à lembrança dos caras pintadas de outrora. Desta
forma, certo da compreensão dos nobres Pares sobre a relevância deste
Projeto, espero o apoio de Vossas Excelências em sua rápida aprovação.

Por conseguinte, esta lei significa um avanço imenso na educação das


crianças em seu processo de formação em verdadeiros cidadãos. Uma vez que,
estarão se familiarizando com os conceitos presentes na constituição que lhe
permitirão compreender seus direitos e deveres bem como, suas garantias
fundamentais.
Não somente mais também, seria oportunizado aos jovens a compreensão
legal desempenhada pelos parlamentares (políticos) que foram eleitos pela
sociedade, quais são os princípios fundamentais que regem todo o corpo social, em
particular os conceitos de: cidadania, dignidade da pessoa humana, a Tripartição
dos Poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário, e, prioritariamente, os seus
direitos/deveres, lembrando que todos são iguais perante a Lei, e igualmente
importante que todos possuem deveres e obrigações, entre eles: o de voto para
maiores de dezoito anos, o de educar os filhos menores de idade, e o de os filhos
maiores ampararem os pais na velhice.
Felipe Costa Rodrigues Neves (2017) constatou, em uma pesquisa realizada
em 2017, com mais de 2.000 (dois mil) alunos da rede pública, o seguinte cenário do
conhecimento dos alunos sobre a nossa Constituição Federal

 Apenas 4% dos alunos conhecem mais de 10 artigos da


Constituição Federal;
 83% dos alunos não sabem quantos artigos tem a Constituição
Federal;
 91% dos alunos não sabem o que são cláusulas pétreas;
19

 Mais de 70% dos alunos não sabem o que é uma PEC.

Analisando os dados, a cima citados, é preocupante perceber que os jovens


desconhecem a Carta Maior de sua Nação, ou seja, a lei sine qua nom, para a
existência do Estado, no qual os cidadãos exercem seus direitos e deveres. A ideia
de introduzir o estudo da Constituição na grade curricular das escolas, objetiva
instruir esses cidadãos para a vida política cotidiana na sociedade a qual fazem
parte. É introduzir conceitos, que embora reconhecidos pelo senso comum, não
possuem aprofundamento jurídico. Introduzir esta disciplina não será tarefa fácil,
pois requer quebrar barreiras metodológicas e pragmáticas no cotidiano educacional
das escolas.
Esses dados também nos revelam que esses jovens desconhecem a
constituição, fato preocupante quando pensamos que o avanço de uma sociedade
só ocorrerá com e o fortalecimento do Estado de Direito onde as instituições
democráticas são respeitadas, e este é um desafio para todos que desejam o
desenvolvimento Social do Brasil.
A ideia central é introduzir os conteúdos Constitucionais na grade curricular
da educação do Rio Grande do Norte, o que se mostra uma tarefa gradual mas
perfeitamente possível. Grade esta, que contemple o protagonismo juvenil numa
escola que forme sujeitos de direitos a exercerem plenamente sua cidadania, que
comtemple em sua pedagogia de projetos que valorizem sua gente, sua história e
que construa uma identidade cidadã, multiplicadora, capaz de transformar a
realidade social dos educandos.
Objetivando conhecer melhor a realidade educacional da rede estadual de
educação, foram feitas entrevistas com os responsáveis pela elaboração e
acompanhamento do Plano de Ensino das escolas estaduais do RN 6.
Nessas entrevistas foi informado que a inclusão de disciplinas na grade
curricular é realizada de acordo com a legislação, a partir de resolução do Conselho
Nacional de Educação Estadual ou do Conselho Estadual de Educação,
respeitando-se as deliberações do Fórum Estadual de Educação, que agrega
representantes de diferentes segmentos da sociedade civil.
Uma vez aprovada a inclusão de uma nova disciplina, a regulamentação para

6 Entrevista realizada na Secretaria de Estado de Educação e da Cultura - SEEC do Estado do Rio Grande do Norte, nos dias
4 e 5 de setembro de 2018. Na ocasião foram entrevistados Afonso Gomes Ferreira Filho – lotado no setor de Avaliação
Educacional e Maria Auxiliadora da Cunha Albano – lotada no setor: Organização e Inspeção Escolar – SOINSPE.
20

a rede de ensino é realizada através da SOINSPE – Subcoordenadora de Inspeção


Escolar, ou seja, algumas escolas oferecem componentes curriculares de partes
diversificadas, porém, sem deixar de assegurar a Base Nacional Comum.
Durante toda a pesquisa, foram elencados alguns aspectos negativos para a
implementação desta lei, a saber: a imaturidade dos alunos; o aumento da carga
horária; a necessidade de suprimir outras disciplinas; a ausência de discursão de
quem irá ministrar esta nova disciplina e a falta de professores habilitados para
ministra-la.
O então presidente do Conselho Estadual de Educação de São Paulo, Arthur
Fonseca Filho, acrescenta ainda ser “o ‘fim do mundo’ colocar direito constitucional
para esses meninos estudarem, fazer o aluno respeitar a constituição é um trabalho
da escola como um todo, desde a educação infantil, e deita por todos os
professores”7.
É possível rebater facilmente todos os pontos contrários apresentados por
aqueles que se encontram em desfavor ao projeto legislativo.
No quesito da imaturidade dos alunos argumentada, é notória a percepção
que estas crianças e os adolescentes estão no momento adequado para absolvição
de tal conteúdo, pois eles estão em faixas etárias que os docentes podem
desenvolver facilmente estes jovens, para que tenham um pensamento crítico do
mundo, para que virem cidadãos conscientes e participativos, que tenham o domínio
do conhecimento de seus direitos, e principalmente de seus deveres.
No tocante a complexidade da matéria constitucional, diz-se que está sendo
bem trabalhada, que é de fácil compreensão, que a linguagem da Carta Maior
vigente, é acessível para aqueles que tem o mínimo de intelecto para a leitura.
Pode-se exemplificar, para embasar tal pensamento, a transcrição de alguns
trechos, como

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel


dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado
Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de

7 Disponível em: <https://educacao.uol.com.br/ultnot/2008/09/08/ult105u6917.jhtm>. Acesso em 14 nov.


2018
21

representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do


Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades
sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor,
idade e quaisquer outras formas de discriminação.

A redação destes artigos supracitados é acessível, transparente, não


transmite muita complexidade para aquele que os lê.
No que diz respeito ao aumento da carga horária e a necessidade de suprimir
outras disciplinas, é algo facilmente a ser driblado. Poderia ser cogitado a hipótese
de oferecer está disciplina como extracurricular, ou então, trabalhar o conteúdo em
escolas de tempo integral; também poderia se cogitar a ideia de se suprimir a carga
horária de disciplinas que são menos utilizadas no dia-a-dia desses jovens, pois
muitas destas disciplinas que possuem uma carga horaria muito extensa possuem
conteúdos que não serão utilizadas nas escolhas profissionais dos alunos.
O mesmo não se aplica com o ensino da disciplina constitucional, visto que
essa matéria é vivenciada todos os dias na vida de todos os cidadãos.
Cotidianamente, todos os indivíduos lidam com as variadas normas trazidas pela
nossa carta maior, a saber, o que diz respeito a saúde, a educação, moradia, a
liberdade de ir e vir, entre outros exemplos que podem ser argumentados; o que
ocorre, no entanto, com base no “conhecimento de mundo”, uma vez que nas
escolas do Estado do Rio Grande do Norte ainda não se encontra implementada a
referida disciplina – a qual. Como foi falado, seria de grande êxito para a construção
da cidadania do indivíduo - ainda no período em que está em formação o seu
caráter.
Esta disciplina pode ser também cogitada para aqueles adolescentes que
apenas estiverem interessados em estuda-la, não impelindo que estes jovens
estudem tal matéria de forma obrigatória.
No tocante a preocupação de quem seriam as pessoas a ministrarem está
disciplina junto aos alunos, coadunam que poderia ser feito pelos próprios
professores efetivos da escola, uma vez que estes professores, muitas das vezes
não estão com sua carga horária toda preenchida, ou poderiam também ser feito por
aqueles professores que se auto voluntariassem. Esses docentes passariam por
22

uma qualificação/capacitação, assim estariam habilitados a repassar os conteúdos


aos alunos de uma forma segura.
O foco inicial seria levar este conteúdo para os alunos das séries 7º ano ao 9º
ano da rede pública do Rio Grande do Norte, pelo fato de os mesmos carecerem de
uma educação mais qualificada em todos os aspectos. Portanto, o objetivo seria
implementar o conteúdo nessas turmas, pois esses adolescentes estão no ápice de
sua formação crítica, já compreendendo o certo e o errado, e assim podendo se
posicionar de forma coesa, em seu entendimento.
Portanto, é imprescindível que todos se conscientizem que criar cidadãos
bem-informados e conscientes de seus deveres e direitos, está aquém de apenas se
criarem bons profissionais. Vale lembrar que uma sociedade não é construída
apenas com base em profissionais bem qualificados, mas por indivíduos que vivem
dignamente, cientes das leis que regem toda a sociedade e que compreendem que,
em qualquer que seja o contexto, o crescimento humano se edifica em comunidade;
estes sim, assumem um papel verdadeiramente relevante para a vida em
coletividade.

5 CONCLUSÃO

A sociedade deve ser regida por direitos e deveres, com base na legislação
vigente, em especial num país que sofre com a desigualdade e condições precárias
em determinadas regiões, muito em consequência do desconhecimento, entre uma
gama populacional, daquilo que vem ‘grafado’ na Carta Maior de uma nação.
Os deveres ali impressos, são sim, disseminados, uma vez que os indivíduos
são cobrados, a cada minuto, por suas obrigações enquanto cidadãos. O contrário
não se vislumbra acerca de seus direitos, uma vez que estes estão apregoados na
legislação, mas mantidos apenas na teoria, já que estão, na maioria das vezes,
‘trancados em livros’ buscados estes, por pessoas com algum conhecimento
adquirido por meio de informações de terceiros, quando passando por alguma
‘necessidade’.
O Estado do Rio Grande do Norte aparece na lista daqueles que se
destacam, regularmente, pelos resultados mais críticos registrados no Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB, do INEP/MEC. O Ideb sintetiza os
desempenhos das escolas referentes à taxa de aprovação e à proficiência obtida na
23

avaliação do Sistema da Educação básica. Sendo assim, vale destacar um fato


degradante, o de que a Educação no Rio Grande do Norte tem níveis de
8
aprendizagem entre os piores do Brasil
Diante desses fatos, observa-se que a ideia proposta – de levar a
conhecimento do texto constitucional às escolas - é de grande valia por promover,
entre os cidadãos, a conscientização - desde a base do aprendizado, esta se
desenvolvendo no contexto do ensino fundamental e médio - de seus direitos –
agora com base no que rege a Carta Maior – ou a Constituição brasileira – base
para todas as ações empreendidas para a melhoria da condição de vida do indivíduo
brasileiro.
Aí está o diferencial. Ao promover essa conscientização, o indivíduo poderá,
de forma crítica, criteriosa e responsável – vale lembrar – lutar por aquilo que vai
contribuir para sua melhoria de vida, enquanto cidadão e membro de uma sociedade
que merece crescer em igualdade de direitos.
As vantagens de os alunos passarem a estudar a Disciplina Constitucional no
ensino fundamental, é que, por meio do aprendizado que lhes seja dispensado
poderão desenvolver seu senso crítico, cientes de seus direitos e deveres e assim
sendo, tornar-se-ão grandes instrumentos para um futuro onde prevaleceria antes de
tudo – a dignidade, um dos patamares para a cidadania. Consequentemente, a partir
dos ensinamentos propostos, o processo educacional certamente sofrerá uma
brusca evolução.
A formação educacional, bem se sabe, começa em casa, com a assimilação
dos costumes e caráter familiar, mas a educação cidadã, está se desenvolve por
meio do que é difundido nas escolas – para os alunos ainda em formação – vale
salientar. Assim sendo, crianças e adolescentes, ainda na construção de sua
cidadania, precisam estar cientes que existem regras e normas a serem seguidas e
que essas regras e normas é que vão definir as condições essenciais para uma boa
qualidade de vida – a saber, aquelas definidas no artigo 5º da Constituição, que são
inerentes e obrigatórias a toda a sociedade. Vale lembrar que um cidadão
consciente do que rege a legislação se transforma em indivíduo preparado para
exercer sua cidadania.

8 Disponível em: <https://www.op9.com.br/rn/noticias/educacao-no-rn-tem-niveis-de-aprendizagem-entre-os-


piores-do-brasil>. Acesso em 14 nov. 2018
24

IMPLANTATION OF THE EDUCATION OF CONSTITUTIONAL LAW IN THE


CURRICULAR GRADE OF THE RIO GRANDE DO NORTE SCHOOLS

ABSTRACT

This research aims to review some parameters about the indispensability of


implementing, involving public and private schools - 7th to 9th grade - the extension
of the Constitutional text. It presents a brief description of the Constitutional 'birth',
conceptualizing it as the fundamental and supreme law that rules the State and life
condition of Brazilian citizens - guarantees, individual rights and duties. It approaches
the importance of education, highlighting it as a means of propulsion for the formation
of the character of the citizen in its various spheres. It deals with the democratization
of constitutional law in the school context, more specifically between the 7th to the
9th year of primary education in public and private schools in the State of Rio Grande
do Norte. Everything, through a deductive, qualitative and bibliographical research.

Keywords: Constitutional Law. Education. Basic Education. Constitutional


guarantees. Citizenship.

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