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Objetivos
Objetivo geral
Objetivos específicos
.Conceituar a Cidadania;
Metodologia
Enquanto procedimento, este trabalho realizou-se por meio de observação indireta e indutiva,
porque foi partindo de uma análise documental e do seu despectivo conteúdo que obtivemos
um parecer, um ponto de vista generalizado sobre o tema em causa.
Direito é um sistema de regras de conduta social, obrigatórias para todos os membros de uma
certa comunidade, a fim de garantir no seu seio a justiça, a segurança e os Direitos Humanos,
sob a ameaça das sanções estabelecidas para quem violar tais regras.
Isto para dizer que todos os assuntos sobre os direitos fundamentais não se esgotam apenas na
Constituição, existindo outros instrumentos legais ou leis que de forma específica nos
remetem à sua consulta e apreciação.
Direito fundamental
Toda a posição jurídica subjectiva das pessoas enquanto consagrada na lei fundamental, fica
claro que será direito fundamental em sentido formal aquele que está inscrito na Constituição
formal, e será material aquele direito fundamental que não está inscrito na Constituição
formal, mas que em si, pela matéria e valor, é um direito fundamental. Daí que Jorge Miranda
afirma “Participante, por via da Constituição formal, da própria Constituição material, tal
posição jurídica subjectiva fica, só por estar inscrita na Constituição formal, dotada de
protecção a esta ligada, nomeadamente quanto à garantia da constitucionalidade e à revisão.
Assim, todos os direitos fundamentais em sentido formal são também em sentido material.
Mas o contrário nem sempre é válido. Ou seja, pode haver direitos fundamentais em sentido
material que ainda não são formais.
Nunca se devem confundir os direitos dos povos e os direitos do homem. Quando falamos
dos direitos dos povos estamos a falar do direito a autodeterminação, direito a paz, etc. São
direitos da colectividade bem definidos e em situações variáveis. Direito do homem refere-se
ao direito à vida, à liberdade, às convicções religiosas, direito ao trabalho.
Segundo MENDES direitos fundamentais são direitos de defesa que se destinam a proteger
determinadas posições subjectivas contra a intervenção do poder público.
Ainda nesta mesma linha de pensamento, o autor diz que “os direitos fundamentais do
homem são situações jurídicas objetivas esubjetivas definidas no direito positivo em prol da
dignidade, igualdade e liberdade da pessoa humana”.
Deveres cívicos são um conjunto de deveres que se impõem ao cidadão para uma justa e
salutar convivência em sociedade. Os direitos cívicos correspondem aos valores
fundamentais dos seres humanos. Por exemplo, o direito à vida, a constituir família, a
escolher livremente o emprego e a religião, o direito à liberdade e defesa em tribunal e o
direito à liberdade de expressão.
Isto quer dizer que é esta vertente do Direito Constitucional que tem a finalidade de proteger
a pessoa humana, ao mais alto nível e com todas as garantias que são apanágio da força deste
domínio jurídico.
Em nenhum outro lugar do Direito Positivo estadual se pode dar, nestes termos de máxima
efetividade, tanta proteção à pessoa como pela consagração de direitos fundamentais.
II. Contudo, tal não significa que a pessoa humana seja apenas defendida pelo Direito
Constitucional dos Direitos Fundamentais, sendo legítimo salientar que este propósito é
levado a cabo por outros setores jurídicos:
– o Direito Penal, ao punir com as penas mais graves os crimes contra as pessoas e os seus
mais elevados valores, como é o caso da vida, intrauterina e extrauterina, da integridade
pessoal ou da honra;
III. Pela sua importância, de todos estes, os direitos humanos ganham uma especial acuidade,
porque diretamente comunicam com o Direito Constitucional, sendo até, de alguma sorte, o
seu natural prolongamento.
Os direitos fundamentais, no século XIX, começaram por ser uma criação específica do
Direito Constitucional, cujos textos passaram a positivar posições de garantia do indivíduo
em relação ao Estado.
IV. É assim que, com a Revolução Constitucionalista e Liberal, foram concebidos os direitos
fundamentais, representando a atribuição às pessoas de posições subjetivas de vantagem,
numa relação direta com o Estado-Poder,
dentro de uma perceção total inovadora para a época, com as seguintes marcas definidoras:
– direitos fundamentais de cunho individual, uma vez que cada indivíduo, segundo a doutrina
do liberalismo político então reinante, representaria uma necessidade de proteção perante o
poder público.
Foi assim que nasceu, na Teoria do Direito Constitucional, a problemática dos direitos
fundamentais, a qual depois se foi expandindo em múltiplas direções.
II. O elemento subjetivo prende-se com as pessoas jurídicas a quem os direitos fundamentais
respeitam, no contexto da titularidade dos mesmos, sendo certo que são posições subjetivas
insuscetíveis de titularidade por parte de todo e qualquer indiferenciado sujeito jurídico.
A fronteira que se deve estabelecer – e que também dá a necessária consistência aos direitos
fundamentais no Estado Constitucional – repousa no facto de os direitos fundamentais
ganharem sentido a benefício de quem pretende enfrentar o poder estadual, ou qualquer outro
poder público.
Os direitos fundamentais, na sua génese, evolução e função, não se explicam senão num
contexto dicotómico entre o Poder e a Sociedade, devendo por isso somente ser titulados por
pessoas que se integram na Sociedade e que em relação ao Poder se possam contrapor.
Deste modo, é de afastar os direitos fundamentais que estejam na titularidade das estruturas
dotadas de poder público, não fazendo sentido que entre estas se exerçam espaços de
autonomia, já que não se vê como seja logicamente possível que alguém no poder se defenda
do próprio poder.
– as classificações subjetivas;
– as classificações materiais;
– as classificações formais; e
– as classificações regimentais.
Em contrapartida, não parece que faça sentido apreciar os direitos fundamentais em função da
sua pertença ou não à Constituição – como sucederia com a contraposição entre direitos
fundamentais “materiais” e formais” – porque lhes é essencial a respetiva inserção
constitucional e, assim sendo, sempre ficando dotados de força constitucional.
– as garantias institucionais;
– os interesses difusos;
– as situações funcionais;
– os deveres fundamentais;
– os direitos dos povos.
Os interesses difusos são posições jurídicas que não adquirem um suficiente grau de
densificação subjetiva a ponto de por eles se permitir o aproveitamento específico do
respetivo bem e unicamente facultam intervenções procedimentais e processuais por parte do
respetivo titular, clamando pela tutela pública no sentido da prevenção e da reparação de
danos. Um dos domínios mais conhecidos dos interesses difusos é o da problemática
ambiental, ainda que tal perspetiva tenha vindo a alargar-se a outros aspetos, como a saúde
pública ou a defesa do património cultural.
Os direitos dos povos abrangem posições subjetivas ativas, mas em que a sua titularidade se
mostra pertinente à proteção de uma comunidade de pessoas, grupalmente considerada em
função de um nexo de pertença – étnico, religioso, linguístico ou qualquer outro – relevando
mais do domínio do Direito Internacional Público.
Essa é uma verificação que não deixa margem para hesitações quando analisamos a evolução
da positivação dos direitos fundamentais. É que por aí se percebe o eixo de ação das grandes
instituições do Direito Constitucional, assim como se pressente o seu valor para o próprio
desenvolvimento daquele setor do Direito.
Daí que as grandes linhas de viragem dos séculos XIX e XX, que se resumem a estes
fenómenos, impliquem a necessidade de se equacionar várias alterações, que cumpre
organizar na seguinte periodificação519, também ape-
lidadas de “gerações” de direitos fundamentais segundo Karel Vasak:
– o período liberal;
– o período social;
– o período cultural.
II. O período liberal analisa-se pela consagração de uma primeira geração de direitos
fundamentais como conjunto de direitos de natureza negativa, através dos quais se tinha em
mente, em primeiro lugar, a garantia de um espaço
Isso é bem visível nas principais liberdades públicas que foram então consagradas e que até
aos nossos dias, salvo algumas pontuais modificações, continuam a fazer parte de um
património irrevogável que o Constitucionalismo Liberal legou e que foi produzido pelos
pioneiros.
Por outro lado, embora revelando uma preocupação específica, essa primeira geração de
direitos fundamentais foi preenchida pelo estabelecimento de várias garantias dos âmbitos
penal e processual-penal, dessa forma se alcançando a chamada “humanização” do Direito
Penal.
III. O período social consagrou uma segunda geração de direitos fundamentais, em que se
tornou nítido o propósito de alargar os fins do Estado e de neles fazer refletir uma proteção de
natureza social.
É assim que, a partir da segunda metade do século XX, nasceram os direitos de natureza
social, assumindo-se o Estado como prestador de serviços. Criaram-se os direitos
fundamentais à educação, à proteção da saúde e à segurança social, de entre outros, sempre
exemplificações dos direitos fundamentais a prestações (Leistungsrechte).
Obviamente que esta visão social dos direitos fundamentais não pode ser desligada do sentido
do Estado Social, bem como dos conteúdos económicos das Constituições, que também
ganham neste período foros de cidade.
IV. O período cultural traduz a existência de uma terceira geração de direitos fundamentais,
em que se regista o aparecimento de novos direitos fundamentais, a partir do último quartel
do século XX.
De que foi grande expoente Cesare Beccaría, com o seu livro Dos Delitos e das Penas,
publicado em 1762, bastante tempo antes do Liberalismo, em que defendeu inúmeras
alterações radicais no sentido da humanização do Direito Penal e do Direito Processual
Penal, cumprindo recordar a questão da pena de morte (Cesare Beccaría, Dos Delitos e das
Penas, Rio de Janeiro, 2004, p. 76): “Não se pode julgar necessária a morte de um cidadão,
senão por dois motivos. O primeiro quando, mesmo privado de liberdade, tenha ele ainda tais
relações e tal poder, que preocupe a segurança da nação; quando sua existência possa
produzir uma resolução perigosa para a forma de governo estabelecida”.
Todavia, o que mais caracteriza esta fase não é tanto a sua unicidade, mas, pelo contrário, a
sua multidireccionalidade, tal a diferença e sobretudo a pouca proximidade que se regista
entre os novos tipos de direitos fundamentais consagrados.
Um primeiro grupo de propósitos aflora nas questões ambientais, área que, por força do
desenvolvimento tecnológico, se tornou inevitável como centro das políticas públicas. Vão
assim surgir diversas posições subjectivas em matéria de ambiente, daí derivando direitos
fundamentais, deveres fundamentais e interesses difusos, todos com o objectivo comum da
sua protecção.
V. Claro que o facto de ser possível frisar, em mais de duzentos anos de Constitucionalismo,
a pertinência de três períodos bem marcados na evolução dos direitos fundamentais não
pode significar que os direitos da geração anterior deixassem de obter reconhecimento.
Esta foi uma evolução acumulativa e não alternativa, por cuja ação se adicionaram novos
direitos àqueles que já pertenciam ao catálogo dos direitos fundamentais previamente
positivados nos textos constitucionais.
Igualmente não pode esconder-se que essa sobreposição de direitos exerceu uma influência
limitativa naqueles que já estavam consagrados, tal se notando mais na passagem do
período liberal ao período social.
Só que esse fenómeno deu-se aqui como em qualquer outro aspecto constitucional, a partir
do momento em que os textos constitucionais incorporaram uma cláusula social,
mostrando-se permeáveis – e já não neutrais, como no tempo liberal – à realidade
constitucional circundante.
A importância dos direitos humanos internacionalmente concebidos pôde também ter sido
substancial – e não apenas processual – na medida em que, a partir do plano internacional,
foi possível congeminar um conjunto de preocupações internacionais, principalmente
atinentes aos direitos fundamentais de terceira e quarta geração, quer em matéria de
ambiente, quer em matéria de direitos à protecção das minorias, quer no domínio da auto-
nomia cultural dos grupos e dos povos.
Do século XVIII aos nossos dias I. A importância dos direitos fundamentais, bem como o
nascimento da ideia de cidadania, não se posicionam somente numa óptica de viragem para
o Estado Constitucional Contemporâneo, já que do mesmo modo se afiguram relevantes da
perspectiva do enriquecimento que proporcionaram à evolução da sociedade e do Estado.
Essa é uma verificação que não deixa margem para hesitações quando analisamos a
evolução da positivação dos direitos fundamentais. Por aí não só se percebe o eixo de acção
das grandes instituições do Direito Constitucional, assim como se pressente o seu valor para
o próprio desenvolvimento do Direito Constitucional. II. Se muitas coisas aconteceram em
dois séculos de constitucionalismo, é de pensar primeiro na arrumação dessas mutações
que tão substancialmente vieram aperfeiçoar o catálogo constitucional dos direitos
fundamentais.
Contudo, pode concluir que direitos fundamentais são direitos de defesa que se destinam a
protegerdeterminadas posições subjetivas contra a intervenção do poder público. Os
direitos fundamentais dohomem são situações jurídicas objetivas e subjetivas definidas no
direito positivo em prol da dignidade,igualdade e liberdade da pessoa humana. Direitos
fundamentais e Deveres fundamentais são situações jurídicas ou adstrição de
comportamentosimpostas constitucionalmente às pessoas, aos membros da comunidade
política. São deveres que ohomem tem perante o Estado, ou perante outros homens
enquanto cidadão e que derivam do seu estatutobásico, a Constituição, em conformidade
com os princípios que a enformam.
REFERENCIA BIBLIOGRAFICA