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Porém, o artigo 33.º/1 da Lei do Contencioso Administrativo, diz que “só é admissível
recurso “contencioso” de actos administrativos definitivos e executórios”, que é uma
decisão com força obrigatória e dotada de exequibilidade sobre um determinado
assunto, tomada por um órgão de uma pessoa colectiva de direito público. Ou seja, aqui
prevalece o princípio da exaustão do acto administrativo nos meios administrativos
graciosos previstos no artigo 18.º da lei n.º14/2011 de 10 de Agosto, em que para o
administrado recorrer judicialmente sobre um acto administrativo arguido de vícios
determinante da sua nulidade, anulabilidade ou inexistência jurídica, este deve esgotar
toda reclamação graciosa.
De acordo com CERVO como sendo a selecção de um tópico ou parte a ser focalizada.
Entretanto, nas ideias deste escritor, o presente estudo será delimitado ao nível espacial,
temporal e disciplinar. Em outras palavras MARCONI & LAKATOS defendem que
delimitar “constitui sobretudo a sua limitação geográfica espacial com vista a realização
de uma boa pesquisa”.
Hipoteses
Pode dizer-se que os direitos humanos (e na sua raiz, os direitos fundamentais) são
aqueles direitos e liberdades que as pessoas detêm pelo simples facto de serem dotadas
de caráter humano, possuindo uma natureza essencial para garantir a existência do
indivíduo. Para além disso, considera-se que tanto os direitos fundamentais como os
direitos humanos estão intimamente ligados a uma visão de igualdade e de liberdade dos
indivíduos.
1
CANOTILHO, Gomes. Direito Constitucional e Teoria da Constituiçao pag. 378.
2
MIRANDA, Jorge. Direitos Fundamentais: Introdução geral.pág.90
Resumindo, o principal ponto entre os direitos fundamentais e os direitos humanos é a
sua fonte, onde os direitos fundamentais são encontrados positivados nos ordenamentos
jurídicos de cada Estado, enquanto os direitos humanos referem-se as garantias
fundamentais integrantes do direito internacional. Em termos gerais os direitos humanos
são os direitos da pessoa humana como tal, válidos para todos os povos e em todos os
tempos.
i. função de não-discriminação;
ii. função de defesa ou liberdade;
iii. função de prestação social; e
iv. função de proteção perante terceiros.
Os direitos fundamentais também possuem uma função de prestação social e esta pode
ser resumida como a capacidade dos indivíduos, por virtude da titularidade dos direitos
fundamentais, de obter algo através do Estado, como por exemplo, saúde, educação e
segurança social. Esta função é normalmente servida pelos direitos económicos, sociais
e culturais.
As garantias são normas que asseguram o exercício do interesse, normas que protegem
os direitos positivamente consagrados pelo Estado no texto constitucional. São remédios
constitucionais.
Na maior ameaça aos direitos e liberdades uma das primeiras medidas a serem tomadas
é a suspensão das garantias constitucionais. No entender do estudo, o conceito garantias
constitucionais tem uma finalidade geral, velar pelos direitos e liberdades do indivíduo.
Uma ferramenta jurídica essencial em todo e qualquer Estado de Direito. Do contrário,
os cidadãos ficariam desprotegidos pelas leis diante de qualquer possível abuso.
Sobre as garantias constitucionais, a CRM3 prevê no seu título XV, capitulo I o Estado
de Sitio e de Emergência - art.290º, no qual só podem ser declarados no todo ou em
parte do território, nos casos de agressão efectiva ou eminente, de grave ameaça ou
perturbação da ordem constitucional. Tal situação pode e deve ser equiparada ao actual
cenário vivenciado respectivamente no norte do país. Situação está que requer uma
actuação urgente dos órgãos do poder público, uma vez que a própria constituição já
prevê tais órgãos e os respectivos deveres especificamente individualizados no que
respeita as suas competências, e no caso em concreto, fundamenta o artigo 160, alínea
a) que claramente aflora a competência do Presidente da república para declarar o
referido estado de sítio, em função de garantia aos cidadãos sobre os seus direitos e
liberdades, uma vez que ele é o garante da Constituição conforme o n° 2 do art. 145.º.
3
Constituição da República de Moçambique
alinham numa preocupação pela sua protecção última, não obstante o aparente
paradoxo de que para defender a Constituição é preciso suspendê-la e modificá-
la substancialmente;
A fiscalização da constitucionalidade – a adopção de instrumentos
funcionalmente aptos à verificação das situações de violação da Constituição,
levadas a cabo no âmbito de competências específicas que apenas têm esse fito,
é o sinal mais forte da confirmação do objectivo de defesa da Ordem
Constitucional, o que vem a acontecer com a fiscalização da constitucionalidade.
Inconstitucionalidade
7
PIOVESAN, Flávia. Noção de Inconstitucionalidade. pag. 90.
fundamentos da República, qual seja o valor social do trabalho. Tal
inconstitucionalidade persistiria mesmo que a norma seguisse todas as etapas formais do
processo legislativo.
Já a inconstitucionalidade formal se configura quando algum dos requisitos
procedimentais da elaboração normativa é desrespeitado, seja a competência para
disciplinar a matéria, seja um quórum específico ou mesmo um pressuposto objetivo
para editar o ato normativo. Um exemplo é o pressuposto de relevância e urgência da
Medida Provisória, constantemente desrespeitado hodiernamente.
8
CANOTILHO, José Gomes, Direito Constitucional. pag.1159.
9
MIRANDA, Jorge. Direitos Fundamentais: Introdução Geral.Pag. 76 e 333.
por vezes da inércia do legislador e outras vezes da sua deficiente actividade. Desta
forma, compete ao órgão de fiscalização, pronunciar-se sobre a adequação da norma
legal a constituição.
A constituição portuguesa dispõe do artigo 277º que define a
inconstitucionalidade por acção. Salientar que ao contrário daquele, o artigo283º ainda
da constituição portuguesa, não refere expressamente o incumprimento de princípios
consagrados na lei maior como possível fundamento da inconstitucionalidade por
omissão. Pelo que, deve ser admitida a existência de inércia inconstitucional no caso de
inobservância de princípios escritos.
Deste modo, se a constituição não estiver a ser cumprida por de
desenvolvimento de princípios constitucionais efeitos, vê-se razão para que o Conselho
Constitucional apreciar este incumprimento.
11
MINAYO, Mário Celso. O Desafio do Conhecimento. Pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo:
HUCITEC, 2007.
2.2. Quanto a sua abordagem
Para GIL, este tipo de pesquisa tem como objectivo proporcionar maior familiaridade
com o problema, de forma a torna-lo mais explícito ou a construir hipóteses.
12
GIL, António Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5ºed. São Paulo: Atlas, 1999.
13
FONSECA, João José. Metodologia de Pesquisa Científica. Fortaleza: UEC, Apostila, 2002.
2.5. Universo e amostra da pesquisa
2.6. Amostra
2.8. Entrevista
Segundo GIL, esta técnica é aplicada por ser aquela que busca informações
referentes a pessoas de maneira indirecta através de documentos como livros,
14
MARCONE, Maria de Andrade. LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de Metodologia Científica. 7ºed.
Atlas: São Paulo, 2010.
papéis oficiais e registos estáticos. A consulta documental proporcional ao
pesquisador, dados com qualidades suficientes, verdadeiros e fidedignos.
É importante consignar que esta acção tão pouco se destinaria a protecção de situações
individuais ou relações subjectivadas, mas sim a defesa da ordem jurídica visando a
preservação da ordem constitucional. Seu objectivo principal seria permitir a eficácia
plena as normas constitucionais. Busca-se aqui a protecção de um interesse pública, o
que a torna um processo de natureza objectiva, não há discussão de qualquer interesse
de agir individualizado. Devido a estas características há uma limitação dos titulares do
direito a acção directa de inconstitucionalidade por omissão, e se restringe a aqueles que
seriam capazes de representar eventualmente interesse público.
3. É certo que existem na CRM, normas programáticas, que não gozam de eficácia
plena, tornando-se eficazes por meio da actuação dos órgãos competentes da
administração. No entanto, diante da inércia desses órgãos sobre os quais a lei
atribui ciência, como tornar exequíveis essas normas com vista a salvaguarda dos
direitos fundamentais?
MMP, as normas programáticas por depender sob condição económica, torna difícil
garantir as exigências constitucionais e legais dos direitos fundamentais em qualquer
ordem jurídica. Mas encontra o seu eco na prestação de contas no campo político. Por
exemplo: naspressões da sociedade civil, manifestações populares, perda de mandato
através de eleições.
MJ respondeu que, para alcançar tal desiderato podem ser accionados mecanismos para
intervenção dos órgãos criados para o efeito, como seja a denúncia ao provedor de
justiça para acautelar tal facto. art. 255 e segs. CRM.
J. para tornar exequíveis é necessário que se criem leis infraconstitucionais de modo a
aflorar as consequências da inércia dos órgãos sobre os quais a lei atribui uma certa
competência.
ADV respondeu que as normas programáticas, embora estejam na Constituição da
República, a sua ineficácia não implica necessariamente uma inconstitucionalidade e
muito menos a omissão, depende de políticas públicas.
4. Havendo, por parte de um órgão de soberania, um comportamento omisso, que
seja objecto de disciplina pela constituição, existe uma medida legislativa
necessária a reparação deste comportamento?
MMP respondeu que sim, existem medidas, através do referendo, revisão
constitucional e propostas legislativas.
MJ respondeu o seguinte: dado que os órgãos de soberania são designados por
pessoas físicas, em casos de omissão do titular, poderá ser intimado a repor a
conduta lesiva por via do contencioso administrativo e/ ou responsabilidade civil.
Art. 32 segs. Da lei 7/2014 de 28 de Fevereiro.
J respondeu que sim, embora a norma não clarifique como tal, mas no entanto existe
um suporte legal que dá azo aos cidadãos um leque de garantias para se socorrerem
da violação dos seus direitos por parte da Administração Publica.
ADV, no meu ponto de vista não se trata de inconstitucionalidade.
5. Defendemos um sistema de administração da justiça que assegure os direitos e
liberdades fundamentais. Em casos de violação, agressão efectiva ou eminente, aos
referidos direitos e liberdades ou perturbação da ordem constitucional, a CRM
assiste algumas garantias? Se sim, qual?
MMP. Sim, existe. Dependendo do tipo de agressão, se vem do acto normativo ou de
simples facto administrativo. Se vier do acto normativo, terá a fiscalização da (in)
constitucionalidade sucessiva abstracta, a fiscalização preventiva através do referendo e
a fiscalização concreta nos termos do artigo 245, 136 e 246, todos da CRM, cujos
procedimentos tem regime jurídico da lei citada no ponto 1 deste.
As garantias dos actos administrativos são as contenciosas cujo regime é a lei nr
07/2014 de 28 de Fevereiro, e as administrativas como as reclamações, recurso
hierárquico e tutelar com, o regime jurídico da lei nº 14/2011 de 10 de Agosto.
MJ respondeu que existem. São os limites consignados na declaração do estado de sítio
ou estado de emergência, no que dispõe os art. 290 esegs. CRM.
Para J, partindo deste pressuposto, importa referir que a República de Moçambique é
um Estado de Direito, baseado no pluralismo de expressão, na organização política
democrática e no respeito e garantia dos direitos e liberdades fundamentais do homem.
(art. 11 CRM).
ADV, várias garantias estão consagradas, nomeadamente: o recurso a instituição de
acesso a justiça, indemnização por parte do estado.
Sobre este ponto, assumindo que a violação do direito fundamental prove da omissão do
acto normativo, concordando com a posição do MMP, assiste a fiscalização da
constitucionalidade sucessiva. No entanto, assume-se que a violação prove da
abstinência de um dever imposto, nesse caso, da omissão duma norma administrativa,
incluindo direito público. As garantias dos actos administrativos são as contenciosas,
como refere o MMP.