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Diferença entre direitos fundamentais e direitos humanos: estes direitos

apresentam se como sinónimos. Assim, no âmbito interno é acolhida a


designação de Direitos Fundamentais, ao passo que no direito internacional é
acolhida a designação de Direitos Humanos. “O DIREITO É UMA ORDEM
NORMATIVA, MONISTA, INTEGRADA PELO DIREITO INTERNACIONAL E
PELO CONJUNTO DOS DIREITOS INTERNOS E NÃO UMA ORDEM
NORMATIVA DUALISTA”.
Deste modo, existem duas perspetivas a dualista e a monista. A perspetiva
dualista entende que a ordem jurídica interna e a ordem jurídica internacional
são realidades distintas., ou seja os dualistas recusam a interpretação das
normas internacionais na medida em que estas nunca vigoram na ordem
jurídica interna, enquanto tal. Segundo a perspetiva monista, esta defende um
sistema unitário e recusa a distinção entre normas internacionais e normas
internas, deste modo, para os monistas há inter-relação das normas
internacionais na ordem jurídica interna. Atualmente a perspetiva monista é a
dominante, sendo que na nossa ordem jurídica as normas internacionais
prevalecem sobre a nossa CRP, devido ao seu critério supra constitucional.
Neste sentido não há uma distinção válida para estes direitos.
Semelhanças entre direitos fundamentais e direitos humanos: os direitos
fundamentais e direitos humanos ostentam em comum a sua origem no direito
natural jusnaturalista, teoria esta que estes direitos prevalecem a todas as
pessoas humanas de tempo e de lugar. Ostentam a sua positivação, pois
ambos os drts são positivados, além de drts escritos supõe também, a
imperatividade e coercibilidade, quer na perspetiva da vinculação do poder
político quer na ótica da adstrição da remanescente comunidade de indivíduos.
Quanto à sua tipificação os drt humanos são os mesmos e apresentam se tão
vastos quanto os direitos fundamentais. No âmbito do seu fundamento ou
super princípio, ambos ancoram naquilo a que diz respeito à dignidade da
pessoa humana, sendo esta uma razão nuclear. Ostentam também em comum
a sua natureza, pois ambos traduzem se em posições jurídicas ativas, isto é
ambos traduzem verdadeiros direitos subjetivos e nunca simples normas
pragmáticas. Quanto aos seus sujeitos jurídicos quer ativos quer passivos das
relações jurídicas o individuo é reconhecido como um sujeito de drt
internacional com drts e obrigações inerentes à natureza humana. Daí a
legitimidade ativa e/ou passiva dos sujeitos singulares nos tribunais
internacionais. Os drts fundamentais bem como os drts humanos não se
aplicam às pessoas coletivas pq o fundamento destes drts é a dignidade
humana. Quanto ao objeto, o catálogo destes drts é próximo e, por isso, o
objeto é semelhante seja quanto à seleção, à definição, à delimitação e à
identificação dos drts insuscetíveis de condicionamentos totais. Face à
dicotomia entre drt de liberdade e drts sociais, no âmbito internacional existem
2 textos distintos, o Pacto internacional sobre drts civis e políticos e o Pacto
internacional sobre drts económicos e culturais, ao passo que na CRP tb existe
esta separação. Por fim, relativamente à justicialidade, diz respeito à
possibilidade de ser discutido em juízo. Os direitos fundamentais e direitos
humanos denotam, hoje, uma inequívoca e progressiva aproximação. E, no
âmbito regional europeu, tanto do concelho da Europa como da União
Europeia, os direitos examinados revelam justicialidade análoga – porventura,
superior – à interna.
Aquilo que os separa (distinção): Assinalam-se algumas linhas, secundárias,
de clivagem. Em primeiro lugar, quanto à vinculatividade os direitos
fundamentais são encontrados nos textos constitucionais, enquanto os direitos
humanos referem-se às garantias fundamentais integrantes do Direito
internacional. Em termos gerais, os direitos humanos são os direitos da pessoa
humana reconhecidos pelas normas de Direito internacional em vigor que
podem assumir forma de tratados, acordos, convenções, pactos, cartas,
protocolos, ou convénios, intrinsecamente obrigatórios. Em segundo lugar,
porque a justicialidade dos Direitos Humanos e dos Direitos Fundamentais,
num plano internacional geral, se afigura, ainda, bastante limitada. Reduzindo-
se à existência do Tribunal Penal Internacional e, neste contexto, a um
circunscrito número de direitos de natureza civil, mormente, vida, integridade e
liberdade. Assim, menor efetividade jurídica, face à observada em sede de
Direitos Fundamentais ou, inclusivamente, no duplo âmbito dos Direitos
Humanos Europeus. Em terceiro lugar, porque os Direitos Humanos
patenteiam, no seu confronto direto com os direitos Fundamentais, uma
significativamente menor evolução técnico-jurídica resultante de um tempo
histórico de evolução mais limitado.
Nos Estados de não direito e não democráticos ou do múltiplas democracias
aparente é defesa dos direitos humanos é ignorar que estes são tipicamente os
maiores inimigos dos seus cidadãos.
Direitos Fundamentais e Humanos são As posições jurídicas ativas, por
oposição às passivas, são poderes, faculdades, etc e pode-se mesmo dizer
que são direitos subjetivos, contudo é necessário dar-se atenção à designação
de direitos subjetivos, pois nem todos os direitos básicos têm um caráter pleno
de direito subjetivo pelo que dependendo do direito, ou direitos, a que fazemos
menção é que podemos usar da classificação de direitos Subjetivos, ou não,
porque haverá certos direitos que eu não posso exigir da outra parte. Estes
direitos são, assim, direitos efetivos e tutelados. posições jurídicas ativas São
direitos dos sujeitos singulares pela óbvia razão de que se a finalidade e a base
destes direitos é a dignidade da Pessoa Humana então será normal que sejam
estes mesmo sujeitos a terem na sua esfera jurídica estes mesmos direitos,
afastando assim as pessoas coletivas destes direitos pelo facto de serem uma
ficção jurídica dos sujeitos singulares, Estes direitos são, em primeiro lugar,
oponíveis ao poder, pelo que estes direitos fazem frente ao poder interno como
ao poder internacional. Assim como são também oponíveis face aos restantes
sujeitos singulares da comunidade. paradigmaticamente frente ao poder e
complementarmente frente aos restantes sujeitos, tendo como O que
distancia/diferencia estes direitos dos restantes é o seu fundamento e fim, ou
seja a dignidade da pessoa humana. finalidade a defesa da dignidade da
pessoa humana.
Autonomia: os drts fundamentais são uma porção do drt constitucional, ambos
possuem no interior no domínio de drt, no qual se insere a autonomia. Os drts
fundamentais tem autonomia pq os drts fundamenais estão consagrados na
CRP, ñ disciplinam a estrutura ou a dinâmica do poder publico e ancoram se na
dignidade humana. Já os drts humanos são uma parte essencial do drt
internacional, e têm autonomia pq não se regem pelo princípio de ñ ingerência
estadual ao contrario do que se verifica no drt internacional geral, sendo que
aqui o fim é proteger a dignidade humana.
Características dos drts fundamentais: estes drt definem se como posições
jurídicas ativas reconhecidas ou pela orswm interna, ou pela ordem
internacional, visando a defesa da dignidade humana. Assim temos como
características os drts subjetivos, revela uma posição jurídica ativa (ex: um
poder, uma faculdade, uma liberdade, etc.); os direitos fundamentais e
humanos são subjetivos e surgem enquanto manifestação da vontade e como
consequências das ideias de dignidade de autonomia e de liberdade
individuais. Drts públicos são direitos relativos ao poder e não apenas como
limites a esse poder por um lado e, por outro lado, como direitos a exigir de um
poder interno ou internacional um comportamento. Não dependem dos poderes
públicos internos ou internacionais consagrá-los ou recusá-los. Têm origem no
fundamento natural. Drts individuais, onde os direitos fundamentais e humanos
são titulados por sujeitos singulares. O fundamento é a pessoa humana. Drts
Paradigmaticamente frente ao poder que implicam a existência de um estado
de direito ou de uma comunidade internacional de direito por um lado e, por
outro lado, a autonomia de duas esferas jurídicas, o poder de um lado e de
outro lado o indivíduo. Tantos os direitos fundamentais como os humanos
foram e são direitos de liberdade e direitos pessoais. Direitos acessoriamente
frente à comunidade: Os Direitos fundamentais e humanos constituem
acessoriamente e mitigadamente posições jurídicas subjetivas ativas face aos
restantes indivíduos. Drts de origem natural: ambos se alicerçam no direito
natural, no entendimento filosófico, pré positivo. Encontram a correspondente
alicerçarão filosófica e pré positiva no direito natural e nos direitos do homem.
Direitos positivados: positivados na CRP ou positivados pelo direito
internacional ou até em ambos. Direitos tipificados: não resultam de uma
simples referência de natureza genérica, exigem uma específica identificação
de cada um dos tais direitos e preferencialmente adaptando a categoria
tipológica. Direitos negativos: ambos são direitos negativos; liberdade e
garantia face ao poder, dever de não agir e de não interferir, dever de
abstenção. Direitos determinados: pressupõem uma determinação ou pelos
menos uma determinabilidade da normas ou no plano de norma constitucional
ou no plano internacional. Isto porque não se configuram tanto uns com outros
como direitos determinados e não indeterminados dependendo ainda de uma
ato legislativo ordinário. Não devem depender de atos normativos. Direito
precetivos: Aplicáveis diretamente e imediatamente. Vinculativos: ambos têm
vinculatividade obrigando o poder, os sujeitos privados, a observarem os
direitos fundamentais e os direitos humanos. O poder a título principal e os
sujeitos privados a título acessório estão vinculados a observar os direitos
fundamentais e humanos. Direitos incondicionados: não dependem de
quaisquer mecanismos condicionadores da respetiva aplicabilidade. Drts
justiciaveis: não se concebem quaisquer direitos subjetivos relativamente aos
quais a garantia jurídica se encontra omissa. Ou seja, dependem de uma
garantia jurisdicional. Drts fundados na dignidade da pessoa humana, a
dignidade humana é condição sine qua non para a existência e subsistência
destes drts, exigindo se absolutamente respeito.
Características negativas: primeiramente os drts fundamentais e humanos
não são universais na esfera interna nem na esfera internacional, isto é No
plano interno, os cidadãos estrangeiros e apátridas apenas são titulares de
uma parte dos direitos e deveres dos cidadãos nacionais (exemplo: artigo 15º,
n.º 2 da CRP); Quanto a estes a respetiva capacidade jurídica conhece
regimes distintos sobretudo em razão de origem (exemplo: artigo 15º, n.º 3 a 5
da CRP); Na esfera europeia admite-se que quaisquer dos estados restingam
aos estrangeiros parte dos direitos civis e políticos com base na sua
nacionalidade, art 2º/3 PIDESC. Na esfera do direito internacional geral, os
estrangeiros e os apátridas são suscetíveis de privação da integralidade dos
direitos sociais (exemplo: artigos 2º e 3º do pacto internacional sobre os direitos
económicos e sociais); Hoje, na comunidade internacional, assiste-se à
afirmação de relativismos vários (exemplo: direito religioso muçulmano). Em
seguida, os drts fundamentais e humanos não são absolutos intangíveis ou
invioláveis, isto é todos são suscetíveis de limitação, restringidos (suscetíveis
de limitação, restrição ou ponderação). Por um lado, devido à sobrevivência de
outros direitos concorrentes e, por outro lado, devido as exigências inerentes à
prossecução do interesse público global. Destaca-se ainda que alguns não são
passiveis de regulação, suspensão. Os direitos fundamentais e humanos
podem ser violados pelo titular ou por terceiros, em algumas circunstâncias que
estão previstas no direito (ex: legítima defesa – se esta se comprovar que foi
lícita não existe sanção). Não obstante os direitos fundamentais e humanos
não são permanentes, vitalícios ou irrenunciáveis, isto é porque os valores
sofrem mutações, as comunidades humanas sofrem mutações; Não são
vitalícios porque, embora inatos ao homem, podem cessar por intervenção
sancionatória do poder; Não são irrenunciáveis uma vez que se ancorando na
liberdade individual e na autonomia da vontade nada obsta igualmente à sua
livre e voluntária integral renuncia. Por último, os direitos fundamentais e
humanos não são necessários nem ao estado de direito nem ao estado
democrático e, sobretudo, nem ao estado social porque pode existir um estado
de direito sem a consagração dos direitos fundamentais, como, por exemplo, o
Reino Unido – onde em algumas situação os direitos fundamentais não se
encontram positivados. No caso do estado social temos, como exemplo, a
Alemanha, porque na lei fundamental não encontramos os direitos sociais, eles
estão consagrados estritamente na fonte legal.
Figuras afins dos drts fundamentais e dos drts humanos; Direitos
fundamentais e direitos de personalidade: Direitos de personalidade são
posições jurídicas fundamentais do homem que ele tem pelo simples facto de
nascer e viver. Direitos de exigir de outrem o respeito pela própria
personalidade. Os direitos fundamentais pressupõe relações de poder, os de
personalidade pressupõe relações de igualdade. Os direitos fundamentais têm
uma incidência publicista e imediata e os direitos de personalidade têm um
incidência privatística. Os direitos fundamentais pertencem ao domínio do
direito constitucional e os direitos de personalidade ao direito civil.
- Direitos fundamentais e situações funcionais: as situações funcionais
distinguem-se do direitos fundamentais porque estes implicam diferenciação,
separação ou exterioridade perante o estado. As situações funcionais são
situações jurídicas de membros do estado de poder ou do estado aparelho. Os
direitos fundamentais, em posição, são situações jurídicas dos membros do
estado, comunidade dos membros que a constituem. As situações funcionais
são consequência da prossecução do interesse público e este prevalece
sempre sobre o interesse dos titulares, já os direito fundamentais apenas
existem onde haja um interesse das pessoas que valha por si só autónomo
diferenciado. Importa referir que existe um, em princípio, carácter obrigatório do
exercício ou invocação de algumas da situação funcionais enquanto existe um
carácter livre do exercício dos direitos fundamentais.
- Direitos fundamentais e direitos dos povos: quando falamos dos direitos dos
povos falamos do direito á autodeterminação, ao desenvolvimento, aos
recursos naturais, ao direito à identidade cultural desses povos, ou mesmo, à
participação no património comum da humanidade. O artigo 7º, n.º 1 da CRP
faz referência os direitos dos povos; o n.º 3 também afirma o direito dos povos
à autodeterminação. Importa ainda distinguir o direito dos povos dos humanos,
estes últimos estão relacionados com o direito à vida, à liberdade física, às
convenções religiosas. Estão interligados mas trata-se de coisas distintas.
Direitos dos povos são direitos das coletividades. Os direitos do homem, das
pessoas, tratam de pessoas individuais, concretas.
- Direitos fundamentais e interesses difusos: Interesses difusos é uma
manifestação da existência ou do alargamento de necessidades coletivas
individualmente sentidas. Traduz um dos entrosamentos específicos de estado
e de sociedade. Implica formas complexas de relacionamento entre as pessoas
e os grupos no âmbito da sociedade política que só podem se apreendidas
numa nova cultura cívica e jurídica, ou seja, trata-se de necessidades comuns
a conjuntos mais ou menos largos e indeterminados de indivíduos e que
somente podem ser satisfeitas numa perspetiva comunitária. Exemplos:
Valorização de património cultural – artigo 9º, al e) da CRP; defesa do
ambiente e a conservação da natureza- art. 9º, al e) da CRP; artigo 66º; a
preservação e o aproveitamento dos recursos naturais – art. 9º, al c); artigo
52º, n.º 3, al. a) – saúde pública; proteção do consumidor – artigo 52º, n.º 3 da
CRP.
- Direitos fundamentais e interesses legítimos: na CRP é feita a menção a
direitos de interesse constitucionais ou legalmente protegidos. Exemplo: artigo
18º, n.º 3 da CRP; interesses legítimos: artigo 20º, n.º 1 acerca do acesso à
justiça; art. 266º, n.º 1 sobre as funções da administração pública; art. 268º, n.º
4 sobre tutela jurisdicional sobre os direitos administrados – exemplos de
direitos legítimos; os artigo 202º, n.º 2 faz referência a interesses públicos e
privados e no entendimento do prof Jorge fala-se em figuras com dimensões
complementares, por um lado, a subjetiva nos direitos fundamentais e a
objetiva nos interesses legítimos.
- Direitos fundamentais e garantias institucionais: para saber se uma
determinada norma se reporta a um direito ou a uma garantia institucional há
que questionar se a lei estabelece uma faculdade de agir ou de exigir em favor
de pessoas ou de grupos. Neste caso estamos a falar de um direito
fundamental. Uma garantia institucional se confina a um sentido obrigatório
objetivo independente de uma atribuição ou de uma atividade pessoal, então
haverá uma garantia institucional. No caso das garantias institucionais estamos
a falar de realidades jurídicas, não subjetivadas onde se obtém perceção.
Exemplos de garantias institucionais: o casamento, a adoção, o serviço público
de rádio, de televisão, a separação das igrejas e do estado, o serviço nacional
de saúde.
- Direitos fundamentais e deveres fundamentais: dever trata-se de uma
situação em que a pessoa fica adstrita a um comportamento de agir ou de não
agir (parte primeira da CRP); quando falamos de deveres fundamentais são
deveres perante a sociedade, quando falamos de deveres fundamentais
falamos de deveres perante o estado e não dos deveres perante a sociedade.
A própria CRP faz menção dos art. 2º e 9º, al d) e h) - a conexão entre o estado
e a sociedade.
Tipologia e classificação dos drts fundamentais e dos drts humanos: os
drt fundamentais estão previstos entre os art 24 a 79 CRP, sendo que os drt,
liberdades e garantias entre o 24º a 57º CRP e os drts e deveres económicos,
sociais e culturais entre os art 58º a 79º CRP. Os drts de liberdade incluem os
drts pessoais e os drts civis. Estes são drts de personalidade, drts que resultam
do nascimento da pessoa, são tb designados como pessoalíssimos ou
personalíssimos e são nos independentemente de estarem positivados na
CRP. Os drt políticos são tb drts de personalidade, estes têm duas vertentes:
por um lado, o indivíduo não se limita à respetiva defesa frente ao poder, ele
contribui para a organização desse poder (exemplos: direito de sufrágio, direito
referendário). Também existem abrangidos nestes direitos políticos os direitos
de participação e de cidadania (direito de iniciativa popular, de petição, de
acesso a cargos públicos e o de intervenção na vida pública). Outros direitos
surge também, como, por exemplo, o direto à greve de reunião, de
manifestação, que são direitos de associação, já não é um exercício
individualizado (Expressão associativa – direitos de associação).
Importante – os direitos sociais não se afirmam como direitos fundamentais
intrinsecamente como direitos fundamentais ou humanos porque residem
sobretudo em expetativas sobre uma realização futura, ou seja, necessitam
depois da ação do legislador para se concretizarem e existirem. Os drts e as
liberdades são drts subjetivos de natureza pública. Dentro destes podem
distinguir se os drts- drts e os drts – liberdades. Os drts-drts correspondem às
faculdades do individuo, reconhecidas pela ordem jurídica sobre bens
determinados. Os drts- liberdades traduzem permissão de ação (espaços de
decisão e de ação individual livre). As garantias tem a ver com a tutela dos drts
e liberdades. O art 9º CRP está relacionado com as tarefas fundamentais do
Estado e faz distinção entre os drts, liberdades e os drts sociais B) e D). os drts
de liberdade são drts de agir e os sociais drts de exigir.
Fontes e hierarquia das fontes de df e de dh: a relação entre estes drt
materializa-se nos art. 7º º e 16º CRP. A crp recebe os dh, contudo quando os
recebe, estes n mudaram a respetiva natureza, mantendo se assim dh e n
como df. Daí que a eles seja aplicado o drt internacional devido à supremacia
ds drts humanos enquanto ius cogens., art 53º CV69. Os dh são integrados e
interpretados à luz da DUDH ART 16º/1 E 8. No caso da DUDH esta situa-se
nem plano superior à CRP, nem tds os drts são ius cogens, quando falamos
nos df n podemos falar em hierarquia na medida em q estes estão apenas
consagrados na CRP. Os drt liberdades tem supremacia sobre os drt sociais.
Os dh civis e políticos tem supremacia sobre os dh económicos, sociais e
culturais. Na hierarquia dos drts civis e drts políticos existem tb os drts de
natureza análoga aos drt, liberdades e garantias 17º crp. Os direitos de
natureza análoga são drts fundamentais que o legislador constitucional n
qualificou como drt, liberdade ou garantia.
Resposta modelo para a resolução de casos práticos:
1.º quando se deparam com um caso é importante que identificar o direito
fundamental que está em causa, identificar o regime material dos direitos
fundamentais (se é um direito de liberdade garnaia se é DESC; se estamos
perante uma restrição: Ou seja, detetar se se verifica alguma
inconstitucionalidade orgânica e material. Identificar primeiro a
inconstitucionalidade material dos DF em causa por forma a conseguir-se
identificar em que parte do catálogo é que estes se encontram, ou seja, nos
DLIG (direitos liberdades e garantias) ou nos DESC.
- depois identificar os princípios fundamentais, se existe violação dos mesmos;
- falou no artigo 18º, n.º 2 da CRP; preenchimento dos critérios deste artigo (a
restrição do DLBG deve ser geral e abstrata).
- havendo uma violação do P. igualdade, ou de outro princípio qualquer, fazer
menção aquando do artigo 18º da CRP, quanto às restrições, ou seja, se
preenchem os critérios do referido artigo.
- depois passar aos textos normativos (parte internacional), quais são os
artigos e princípios.
- por fim, identificar se existe alguma inconstitucionalidade orgânica ou não.
CASO PRÁTICO: (sobre a questão da restrição)
Suponha que em 26 de abril de 2004 em face da investigação sobre a
corrupção nas arbitragens de futebol, denominada operação apito
dourado, o governo faz publicar um decreto de lei a proibir a divulgação
pelos meios de comunicação social de informações sobre esse caso por
entender que tal divulgação prejudica seriamente a imagem do país e do
futebol português em vésperas do euro 2004. Além disso, invoca o
segredo justiça e o imperativo de a função informativa se ater(apoiar) a
factos absolutamente comprovados, não podendo assentar em meias-
verdades ou meros indícios no mesmo diploma prevêem-se ainda outras
medidas indispensáveis à salvaguarda dos interesses públicos
desportivo e turístico. Assim dispo o decreto de lei:
1. Fica proibida a divulgação de quaisquer informação sobre o caso
apito dourado;
Esta alínea representa uma violação ao direito de liberdade de imprensa,
injustificada por se tratar de factos falsos, previsto no artigo 38º da CRP,
restrição injustificada.
Existe ainda uma violação ao preceituado no artigo 18º, n.º 2 da CRP, no que
concerne à parte: “…Para salvaguardar outros interesses…” porque no caso
prático quer-se defender os direitos público, desportivos e turístico, etc. – artigo
18º, n.º 2, não se verificando os pressupostos do referido artigo.
Quanto ao limite máximo da restrição é o conteúdo essencial, porque como nos
diz o artigo 18º, n.º 3 da CRP, não pode diminuir a extensão e o alcance do
conteúdo essencial.
Esta proibição que estamos a colocar à liberdade imprensa é injustificada.
Os factos são provados ou não. Se estiverem provados, é injustificada a
restrição, porque, na verdade, a imprensa só está a divulgar os factos.
No caso de os factos não estarem provados, existe aqui uma proteção quanto
à divulgação de notícias falsas, o que não se pode verificar.
Na parte do artigo 18º, n.º 2 da CRP, “…para salvaguardar outros interesses…”
estamos a restringir o direito de liberdade de imprensa; e para salvaguardar
este tipo de direito (conforme se verifica no caso prático) não é constitucional.
Na verdade, os interesses público, desportivo e turístico não podem justificar a
restrição que está a qui a ser imposta à liberdade imprensa pois não devem ser
garantidos à custa do direito da liberdade e da informação. Haveria assim uma
inconstitucionalidade material (aplicando os pressupostos do artigo 18º, n.º 2
da CRP).
2. Decreta-se o encerramento imediato do jornal semanário
rapidíssimo, por ter revelado que há vários meses um dos
suspeitos de corrupção e tráfico de influências ao saber-se
investigado contratou membros do governo.
Na parte: “…encerramento imediato…”: Aqui podemos ver que esta medida
não é adequada à salvaguarda do DF porque a ofensa já foi decretada. Ou
seja, esta medida não é adequada à salvaguarda do DF porque a ofensa já foi
decretada, tratava-se de uma sanção e que até atribui funções jurisdicionais ao
governo. O estado está obrigado a salvaguardar a liberdade de imprensa –
artigo 34º, n.º 4 da CRP, perante o poder político e económico.
3. A partir do dia seguinte ao da publicação deste diploma, os meios
de comunicação social passarão a pagar uma taxa de 50.000,00€
por cada publicação de notícia sobre a corrupção nas arbitragens.
Quid iuris?
Esta medida parece adequada, necessária e proporcional, à salvaguarda do
DF ao bom nome e à reputação (artigo 26º da CRP) quando estejam em causa
factos ainda não provados. Não temos a informação se os factos são provados
ou não. Se os factos estão provados a medida é justificada porque a imprensa
só está a revelar os factos, se não estão provados a medida é injustificada.
Por fim, haveria uma inconstitucionalidade orgânica, nos termos do artigo 165º,
n.º 1, al. a) da CRP, porque o governo não tinha obtido uma autorização da AR.
Um dos pressupostos adjetivos é a de um ato ordinário…???
Quanto aos pressupostos – artigo 18º da CRP, falando da restrição. O n.º 2 já
está em acima explicado, já quanto ao n.º 3, ver se tem efeito retroativo ou não,
se tem ou não carácter geral e abstrato e verificar se tem conteúdo essencial
ou não.
Quanto aos pressupostos – artigo 18º da CRP, falando da restrição. O n.º 2 já
está em acima explicado, já quanto ao n.º 3, ver se tem efeito retroativo ou não,
se tem ou não carácter geral e abstrato e verificar se tem conteúdo essencial
ou não.
1. Quais as fontes de direito transnacional vigentes na ordem jurídica
interna?
Artigo 8º da CRP
Quando falamos do direito internacional geral ou comum estamos a falar numa
receção automática do direito interno. Não é necessário conhecimento.
Refere os tratados, nestes não é uma receção automática de todo, é uma
receção automática condicionada porque requer que haja aprovação e
retificação regular e publicação em DR.
São vinculativos: direito consuetudinário e propriedade gerias de direito
(fontes).
2. Quais as propriedades gerais aplicáveis aos direitos fundamentais
da CRP?
Artigo 12º e 55º da CRP, são aplicados aos direitos fundamentais por aplicar-se
tanto aos direitos de liberdade e garantia como aos económicos, sociais e
culturais.
3. Quais as dimensões concretizadoras do papel de Estado do
direito?
Papel de separação de poderes – artigo 111º da CRP
Papel da constituição – artigo 3º da CRP
Papel da legalidade da administração
Papel da independência dos tribunais – artigo 29º da CRP
Papel de expropriações mediante indemnizações – artigo 62º da CRP
Restrição de direitos de liberdade e garantia – artigo 18º da CRP
Suspensão – artigo 19º da CRP
4. Quais os intuitos materiais da revisão constitucional?
As revisões constitucionais têm de respeitar os direitos de liberdade e garantia
dos cidadãos – alínea d).
Ao abrigo de uma lei de autorização o Governo aprova um decreto-lei
através do qual pretende disciplinar alguns aspetos relativos aos direitos
liberdades e garantias das comunidades ciganas nómadas. O prazo de
autorização terminou no dia 15 de maio tendo o diploma sido aprovado
nesse mesmo dia e enviado ao Presidente da República para
promulgação nos termos do artigo 134º alínea b) da Constituição no dia
seguinte. Por disposição expressa nesse sentido, o decreto-lei só entrará
em vigor no dia 1 de julho do decorrente ano. Entre as medidas
constantes do diploma, salientam-se:
a) Proibição de permanência no mesmo local mais de um mês, sendo
obrigatório comunicar as autarquias os dias de chegada e de
partida.
Quando às inconstitucionalidades orgânicas, não existem porque o Governo
obteve autorização por parte da Assembleia da República 165º/1 B) crp.
Quando às inconstitucionalidades materiais ART 44 crp
b) Proibição de construir casas de habitação com efeitos retroativos a
1 de janeiro de 2006.
Artigo 65º, número 2, alínea c) e d) / Artigo 18º, número 2 e 3.
c) Presunção do carater violento de todas as concentrações de mais
de três ciganos fora do seu acampamento.
Artigo 45º.
d) Possibilidade detenção imediata de indivíduos de etnia cigana com
aparência duvidosa.
Artigo 27º, número 2 e 3.
O conselho de ministros de um Governo de forte inspiração nacionalista,
aprova um decreto com os seguintes conteúdos normativos:
a) Os cidadãos estrangeiros residentes em Portugal são
automaticamente expulsos do território nacional em caso de
condenação pela prática de qualquer crime.
inconstitucionalidade orgânica, artigo 165º71 b) e inconstitucionalidade material
165º/1 a). Artigo 15º, 12º, 18º número 2
b) É proibido o exercício do culto fora dos locais especificamente
destinados.
Artigo 41º
c) É interdito aos cidadãos estrangeiros o direito de reunião.
Artigo 45º 16º, 12º, 13º, 15º
d) Os cidadãos portugueses preferem sobre os estrangeiros na
obtenção de qualquer emprego público.
Artigo 15º número 2
e) Os estrangeiros residentes em Portugal prestam em condições de
igualdade com o nacional serviço militar.
Artigo 275º número 2 + 15/2
Decidido a definir com mais rigor a cidadania portuguesa, por parte de
nacionais brasileiros, o ministério da administração interna decidiu
aprovar um despacho interno destinado a produzir efeitos. No dia
seguinte, os cidadãos brasileiros puderam adquirir cidadania portuguesa
em caso de casamento com portugueses. O Primeiro-Ministro veio na
semana seguinte explicar, que devia ter sido o governo a legislar sobre a
matéria, possuindo aliás, a autorização legislativa. Concorda com a
afirmação do Primeiro-Ministro?
Resposta: Artigo 164º alínea f) – inconstitucionalidade orgânica
Artigo 26º, número 1 – capacidade civil – inconstitucionalidade material
Regime DLG
Após ganhar as eleições o Conselho de Ministros de um Governo de
extrema-esquerda decidiu regular através de decreto-lei autorizado o
acesso ao direito de antena dos partidos de direita, atribuindo-lhes
apenas metade ao tempo de antena atribuído aos partidos de esquerda
em igual situação ou critérios. Quid iuris?
Resposta: Artigo 165º alínea b) – não há inconstitucionalidade orgânica
Artigo 40º da CRP + 13+12 – inconstitucionalidade material

A Assembleia Municipal de Lisboa aprovou uma postura sobre a


autorização de aeronaves civis pilotadas remotamente (drones). No
preceito x da dita postura considera-se crime todos os voos acima dos
120 metros de altitude com uma pena aplicável aos infratores de
exposição pública durante 24 horas amarrados ao coleirinho de Lisboa.
Quis iuris?
A assembleia municipal não tem competência, a competência cabe ou à AR ou
ao governo se autorizado.
Quanto à inconstitucionalidade orgânica – a competência seria da AR ou ao
governo se tivesse autorização da AR - 165º nº 1 al. c) da CRP quanto á
definição dos crimes; e alínea b) quanto às liberdades e garantias.
Quanto à inconstitucionalidade material – não respeita a matéria preceituada
nos artigos 25º, nº2 e artigo 27º da CRP, como também, o artigo 18º, n.º 2 da
CRP, respeita a um exemplo do princípio da proporcionalidade, ou seja,
“devendo as restrições limitar-se ao necessário para salvaguardar outros
direitos ou interesses constitucionais…”.

Foi publicado um decreto-lei destinado a permitir que se proceda ao


internamento compulsivo do doente que sofre de tuberculose pulmonar e
recusa tratamento no preambulo do referido diploma legislativo pode ler
se que se justifica a aplicação de medidas desta natureza e gravidade por
se tratar de uma situação de perigosidade decorrente não de um facto
objetivamente criminoso, mas da natureza da doença. António foi
internado a 20 de dezembro suspeitando-se de que sofria de pneumonia,
no hospital detetaram-lhe tuberculose pulmonar e desde essa data não o
deixam sair mantendo-o detido e em isolamento contra a sua vontade.
Que apreciação faz da medida legislativa do governo do ponto de vista da
defesa dos Direitos Fundamentais.
Todos têm direito à liberdade e à segurança (art. 27º, n.º 1 da CRP). Esta
situação concreta poder-se-ia incluir na alínea h) do mesmo artigo, mas não é o
caso, por ser um caso de doença e não de anomalia psíquica. Ou seja,
António, não pode ser privado da sua liberdade por se suspeitar sofrer de
tuberculose. Diz ainda o artigo 27º, n.º 2 da CRP, que ninguém pode ser total
ou parcialmente privado da liberdade, a não ser em consequência de sentença
judicial.
Inconstitucionalidade orgânica – 165º, n.º 1 al. b)
Inconstitucionalidade material – artigo 18º, n.º 2 da CRP – relacionado com a
restrição das liberdades e garantias (princípio da proporcionalidade) e o n.º 3
quanto ao princípio da proteção da confiança, como também ainda o artigo 27º,
n.º 2 da CRP (principal). Falar ainda da exceção na alínea h) que poderia
incluir-se nesta caso em termos de saúde caso fosse uma anomalia psíquica e
a ser confirmada por uma autoridade de saúde.

A assembleia regional dos açores aprova com unanimidade o seguinte


decreto: os órgãos de comunicação social regional que difundam a
opinião de conteúdo separatista ou de inspiração fascista serão
encerrados sem lugar a intervenção judicial. Quid Iuris?
Inconstitucionalidade orgânica: A Assembleia geral dos Açores não tem
competência para legislar este tipo de matérias nos termos do disposto no
artigo 227º, n.º 1, al. b) da CRP que, por sua via, remete para o artigo 165º, n.º
1, al. b) da CRP.
Inconstitucionalidade material: artigo 38º, n.º 2, al. a) da CRP quanto à parte da
intervenção judicial, ou seja, …” todos têm acesso ao direito…”.

O ministério dos negócios estrangeiros procurando coordenar a eventual


chegada de cidadãos afegãos em razão da retomada do Afeganistão pelos
talibãs solicitou uma autorização legislativa à assembleia da república
nos termos do artigo 165º nº2 CRP. A AR citando a necessidade de ser o
governo a solicitar a autorização legislativa recusou o pedido tendo em
conta a recusa por parte da AR o MNE decidiu imitir vários despachos
visando regularizar o fenómeno supra para esse fim decretou:
a) Qualquer cidadão afegão que tenha auferido no ano transato o valor
superior a 100 mil euros tem prioridade sobre os demais na obtenção
do estatuto refugiado
Inconstitucionalidade orgânica – artigo 165º, n.º 1, al. b) da CRP, tinha de ser o
governo a pedir a autorização legislativa. O MNE não tem competência para
tal.
Artigo 13º, n.º 2 - artigo 15º, n.º 1 - artigo 33º, n.º 8 – todos da CRP.

b) Os cidadãos afegãos que tenham contraído vários matrimónios só


poderão fazer-se acompanhar por uma das suas mulheres.
Não existe inconstitucionalidade material. Como fundamento, por exemplo:
Portugal proíbe a poligamia; artigo 12º, n.º 1 da CRP (Princípio da univ); artigo
36º, n.º 1 e 2 da CRP; artigo 26º, n.º 4 da CRP (capacidade civil quanto à
capacidade de contrair casamento entre duas pessoas).
c) Em posição de acompanhamento ao despacho do MNE o ministério
da administração interna decretou que os órgãos de comunicação
social quês e pronunciem desfavoravelmente sobre os emigrantes
afegão serão punidos com penas de censura pública ficando
impedidos de fazer parte de outra publicação noticiosa. Quid Iuris?
Sim existe, artigo 38º nº2 alínea c) CRP+ 27º nº2 CRP
No dia 20 de dezembro de 2020 em razão de manifestações na Catalunha
que o Governo Espanhol não consegue controlar, e face à posição de
constante desafio do governo regional a assembleia nacional do reino de
Espanha, aprova uma lei que determina o seguinte: ‘’qualquer cidadão
nascido no território da junta autonómica da Catalunha desde 1 de janeiro
de 1970 perde a nacionalidade espanhola e todos os direitos de
participação política consagrados pela constituição do reino’’. Quid iuris
sobre a relevância dos factos acima non seio dos direitos humanos?
Os artigos da declaração universal dos direitos humanos são: o artigo 1º, artigo
2º, artigo 15º número 1 e 2, artigo 19º, artigo 21º número 3.
Visando melhorar as suas relações políticas com o seu vizinho a norte a
Coreia do Sul depois de uma serie de reuniões diplomáticas de alto nível
adotou publicamente a política de não aceitar mais refugiados da Coreia
do Norte. Começou igualmente a ter refugiados cujo as situações de asilo
político se encontravam regularizada. Condenando-os do crime de traição
à pátria amiga até ao momento inexistente no ordenamento jurídico, sem
qualquer direito a audiência. Quid iuris sobre a relevância dos factos
acima no seio dos direitos humanos?
Fundamentais: Art.º 1º da DUH; Art.º 2º (1º e 2º parágrafo) da DUH; Art.º 14º
da DUH; Art.º 11º, n.º 1 e 2, da DUH; Art.º 7º da DUH; Art.º 3º da DUH;
Acessório: Art.º 10º da DUH;

No ano de 2021 dá-se lugar a uma revisão constitucional que altera o


artigo 27º da Constituição, passando este a permitir ao legislador
ordinário a previsão para crimes excecionalmente graves da pena de
prisão por tempo indeterminado. Em 2022, X condenado a prisão perpétua
recorre da sentença, alegando a desconformidade da referida revisão
quer com a DUDH, quer com a própria Constituição. Quid iuris?
art.º 5º, art.º 8º (este último é complementar); todos da DUDH.
Artigos identificados na CRP: artigo 30º, n.º 1; artigo 288º, al. d); o artigo
correto mesmo é: artigo 16º, n.º 2 (cláusula aberta ou de não tipicidade dos
direitos fundamentais) – a CRP recebe a DUDH e neste artigo menciona
expressamente a declaração.
Alexandre Lukashento, Presidente da Bielorrússia, tendo sido alvo de
críticas por parte dos jornalistas do seu país, recentemente decretou que
qualquer opinião publicada num jornal que criticasse as suas decisões
políticas será passível de prisão imediata por tempo indeterminado.
Anatoli Shevshento, correspondente bielorusso do Le Monde
Diplomatique, publica, passado uma semana, uma descrição factual de
situação atual na Bielorrússia. Acorda com um comité de segurança do
Estado a bater-lhe à porta de madrugada, o seu apartamento é revistado e
o mesmo é levado sem possibilidade de julgamento para uma prisão
secreta nos arredores de Minsk. Quid iuris?
Resposta: Artigo 9º /1 2, artigo 14º, artigo 17º, artigo 19º/1 2, art. 2º/1, artigo
26º, art 4º
O Presidente da Junta de Freguesia da Quinta de Comichão, prevendo
uma perda astronómica nas próximas eleições presidenciais, complica
uma lista de apoiantes dos restantes candidatos e através de métodos
dúbios apaga os nomes das listas de eleitores efetivamente impedindo
esses eleitores de votar. Quid iuris sobre a relevância dos factos acima
no âmbito dos direitos fundamentais e dos direitos humanos?
artigo 2º, n, º 1 do PIDCP; artigo 25º, al. b) – direito de sufrágio.
Do PIDCP: Art. 25º b) relativo ao direito de sufrágio + art. 26º igualdade + 2º n1
– este diz mesmo respeito ao princípio da igualdade.
Da CRP: art. 13º Princípio da igualdade + art. 48º, n.º 1 – este em termos
gerais referente à participação na vida pública + art. 49º nº1 este em termos
mais específicos porque se refere ao direito de sufrágio + art. 18º nº1 – ele faz
referência à aplicabilidade direta dos direitos, liberdades e garantias mas
sobretudo que as entidades públicas estão vinculadas à sua observância.
Neste
caso estamos a falar do Presidente da junta de freguesia.

Atividade: Mianmar conhecido pelas suas políticas agressivas e


discriminatórias perante os Ro Hingya decretou que as pessoas
pertencentes á etnia e que se situam no território daquele Estado ficam
impossibilitadas de casar, de estudar e de possuir propriedade privada.
Decretou igualmente que os cidadãos da etnia Ro Hingya ficam obrigados
a inscrever-se para efeitos de controlo em associações municipais
destinadas a esses cidadãos. Quid iuris com base dos dois pactos
internacionais.
Relativamente ao PIDCP: art.º 2º nº1 – “ou de outra situação” ou “raça” -
discriminação + art.º 26º princípio da igualdade + art.º 23º nº2 (direito ao
casamento) + art.º 27º - etnias (não confundir com o artigo 28 que está
relacionado com o ensino religioso).
Relativamente ao PIDESC: art.º 13º nº1 – direito à educação.
Ambos os pactos não incluem o direito à propriedade, só encontramos este
direito na DUDH no art.º 17º.
Como complemento, podemos ainda identificar, no Estatuto do Tribunal Penal
Internacional - ETPI, o art.º - 5º, al. a) – ou seja, a existência de um crime
institucional – o crime de genocídio de acordo com o Estatuto. Outro artigo de
relevo – art.º 6º al. c), este especifica o crime de genocídio num grupo nacional
étnico.
Os crimes com maior gravidade no ETPI é o artigo 5º - quais os crimes da
competência do Tribunal.

Atividade: em resposta a violentas manifestações exigindo o respeito


pelos direitos humanos, um conjunto de manifestantes ligados ao
movimento hart. O governo Bahrain decretou uma serie de medidas
visando aumentar o seu controlo sobre a população.
a) Declarou ilegais todos os partidos políticos da oposição.
Artigo 2º número 1, artigo 18º número 1, artigo 26º
b) Deteve vários opositores políticos ligados as manifestações.
Artigo 2º número 1, artigo 9º, artigo 26º
c) Impediu de trabalhar os familiares dos opositores detidos.
Artigo 17 número 1
d) Dissolveu todos os sindicatos profissionais.
Artigo 22º número 1
e) Impôs um regime de delito de opinião perseguindo todos aqueles
que o governo sabe não concordarem com as suas políticas.
Artigo 19º número 1
f) Impediu o direito de reunião de mais de cinco pessoas.
Artigo 21º

Atividade: em setembro de 2020, um grupo de investigação das Nações


Unidas sobre ordens dos conselhos humanos da ONU, estudou as
condições atuais relativas ao respeito pelos direitos humanos na
Venezuela. No seu relatório os investigadores descobriram que os
serviços secretos daquele país estariam a:
a) Utilizar meios violentos, incluindo tortura para manter a população
aterrorizada.
ETPI: artigo 5º número 1 alínea b), artigo 7º número 1 alínea f)
Declaração Universal: artigo 5º
PIDCP: artigo 7º
b) Matar vários indivíduos associados à posição política do país.
PIDCP - art.º 2º, n.º 1 (fazer referência a “sem qualquer distinção de opinião
política”), art.º 6 (direito à vida), art.º 19º, n.º 1 e 2, art.º 26º (destacar a parte
das opiniões políticas); DUDH - art.º 2º (sem distinção quanto à opinião
política), art.º 3 (todo o individuo tem direito à vida), art.º 19 (direito à liberdade
de expressão); ETPI - art.º 7º, n.º 1, al. a) (crimes contra a humanidade -
homicídio). Fazer desaparecer outros indivíduos de civil e política.
Estatuto: artigo 7º número 1 alínea e)
c) Cometer atos de violação sexual sobre indivíduos do sexo
feminino.
Trata-se apenas de artigo no ETPI – art.º 7, n.º 1, al. i) e n.º 2, al. i)
d) Cometer atos de violência sexual sobre indivíduos do sexo
feminino.
PIDCP – art.º 7; DUDH – art.º 5; ETPI – art.º 7, n.º 1, al g)
e) Saquear o recheio das casas nas quais alguns dos crimes eram
cometidos.
PIDCP – art.º 17º; DUDH - art.º 12º (ninguém sofrerá intromissões arbitrárias
no seu domicílio); ETPI – não se verifica neste caso.
f) Detenção temporária de vários dissidentes mantendo-os sujeitos a
condições deploráveis.
PIDCP – artigos 7º, 9º e 10º; DUDH – artigos 3º, 5º e 9º; ETPI – art.º 7º, n.º 1,
al. e) – “…prisão ou outra forma de privação…”
Analisar com os PIDCP, DUDH e ETPI – indicar os artigos relevantes.
No ano de 2019 a amnistia internacional apresentou o seu relatório sobre
a repressão dos direitos humanos na Índia. No seu relatório foram
apresentadas as alterações legislativas infra:
a) A lei anti terrorismo foi alterada permitindo ao governo indiano
designar um indivíduo como terrorista sendo este imediatamente
culpado do crime de terrorismo sem possibilidade de defesa.
DUDH: art.º 3º (direito à liberdade), art.º 8º, art.º 9º, art.º 10º e art.º 11º, n.º 1;
PIDCP: art.º 9º, n.º 1; art.º 14º, n.º 1 e 2.
b) Foi aprovada uma lei de proteção ao cidadão transgénero a qual
dificulta o processo de reconhecimento jurídico dos cidadãos
transgénero através da implementação de burocracia vaga
destinada a desincentivar .
DUDH: art.º 1º (aplica-se a quase todos os caso, por ser muito amplo),
direcionar agora +ara os nucleares: art.º 2, parágrafo 1º (sem distinção quanto
ao sexo) e art.º 7º; PIDCP: art.º 2º (destacando “…sem qualquer distinção…em
razão do sexo…”); art.º 16º, art.º 26º (princípio da igualdade).
c) A lei da cidadania foi alterada a qual passe a permitir aos
imigrantes ilegais adquirirem a cidadania indiana, todavia restringe
o acesso á cidadania apenas aos imigrantes hindus sikhs, budistas,
jainistas, Parásios oriundos do Afeganistão, Bangladesh e
Paquistão.
DUDH: os mesmo artigos da alínea c) e ainda o artigo 2º, n.º 1 (sem qql
distinção …”em razão da religião…, de origem nacional…de língua…”); PIDCP:
os mesmo da alínea c)- art.º 2, nº 1(a mesma fundamentação anterior, religião,
origem nacional, religião, etc) ; art.º 26º.

Atividade: Maria Antonieta intentou uma ação contra a direção regional de


educação da sua área de residência, pedindo a retirada dos crucifixos que
estavam penduradas nas salas de aula das escolhas públicas
frequentadas pelos seus filhos. Alegando que a sua exposição violava a
liberdade religiosa e a liberdade de consciência. A direção regional de
educação alegava por seu turno, que os crucifixos constavam de uma
lista de objetos que deveriam vigorar nas suas salas, lista essa publicada
num regulamento de 1938, cujas normas até ao momento não foram
revogadas. Aprecie o caso do ponto de vista dos Direitos Fundamentais,
recorrendo à Constituição.
Artigo 9º, 11º, 14º, 41º número 1, 43º.

Atividade: António Richelieu professor universitário revoltado pela


obrigatoriedade da utilização de máscaras imposta pelo governo francês
durante os primeiros meses da pandemia de sars covid 2 decide recorrer
ao tribunal administrativo de paris com o objetivo de ver suspensa aquela
imposição. Porém a sua petição não obtém procedência em tribunal pelo
que Richelieu recorre para o TEDH. O estado francês contra alegou que
Richelieu não recorreu para o STA nem pra o conselho de estado. A
última instância com competência da matéria pelo que o TEDH não
deveria conhecer o pedido do autor. Quid iuris?
Artigo 25º do CEDH
Imagine agora que R decide em vez de peticionar diretamente o TREDH
aderir ao pedido de duas associações de proteção dos direitos humanos
com o fundamento de que concorda com os factos alegadas pelas
mesmas. Quid iuris?
Artigo 25º número 3 alínea b) do CEDH

Atividade: Antónia enferma de uma doença degenerativa grave sabendo


que irá morrer nos próximos 5 anos de uma forma lenta e agonizante
decide terminar a sua própria vida. Porém para atingir tal substrato
necessita da ajuda do seu marido, dado que a doença de Antónia, já
progredia para um ponto em que a mesma não consegue de forma
autónoma terminar o seu sofrimento. Sabendo que o seu marido poderá
ser sujeito a sanções criminais, caso a ajude a terminar com a sua vida,
Antónia solicita as autoridades do seu país um salvo conduto publico
assegurando-se que o seu marido não será sujeito a qualquer castigo
após a sua morte. As autoridades públicas do país de Antónia, recusam o
seu pedido, pelo que Antónia recorre ao TEDH, acusando o seu Estado de
violar o seu direito à vida nos termos do artigo 2º da CEDH, assim como o
seu direito à integridade previsto no artigo 3º do mesmo diploma.
Coloque-se na posição do TEDH, concorda com a argumentação de
Antónia?
Artigo 2º- direito à vida

Atividade: Imagine que o novo estatuto da carreira américa aprovado por


decreto-lei do Governo determina que podem aceder à carreira médica
todos os nacionais de estados-membros da OMS que permitam que
portugueses possam aceder às respetivas carreiras médicas. Quid iuris?
Liberdade de escolha de profissão – artigo 47.º CRP
Princípio da igualdade em razão do território de origem
Artigo 15.º, n.º 3, 4 e 5
Inconstitucionalidade material
Restrição
CRP impõe limites às normas constitucionais garantidoras de Direitos.
Quando os preceitos garantidores de DLG o admitem, a Lei impõe
restrições aos DLG. Só se deve falar de uma restrição de direitos quando
há uma efectiva limitação do âmbito de protecção desses direitos (18º/3,
2ª parte).
Pressupostos materiais:
- Limites ou restrições constitucionais imediatas: previsão constitucional
expressa; toda a restrição deve estar expressamente credenciada no
texto constitucional, sendo necessário que a admissibilidade da restrição
encontra nele expressão suficiente e adequada. Exemplo, 46º/1 CRP –
Liberdade de Associação.
- Limites ou restrições estabelecidas por lei: CRP prevê de forma
expressa certa restrição e comete à lei a sua concretização e delimitação
(reserva de lei restritiva). Exemplo, 47º/1 CRP - Liberdade de escolha de
profissão e de acesso à função pública.
- Limites imanentes ou restrições não expressamente autorizadas pela
CRP: lei pretende revelar limites que não se encontram previstos ou
mencionados na CRP, mas que hajam entender-se implicitamente
decorrentes do seu texto, designadamente por efeito de colisão de
direitos. Tais limites têm de resultar da necessidade de conjugar ou
compatibilizar os DF com outros direitos ou bens constitucionais.
Exemplo, 57º/3 CRP – Direito à greve.
Regime de DLG não proíbe a possibilidade de restrição, por via de lei, do
exercício de DLG, mas submete essas restrições a vários e severos
requisitos, com verificação cumulativa. Basta apenas um que não se
verifique para que a lei seja declarada imediatamente inconstitucional:
- Restrição deve estar expressamente admitida (ou imposta) pela CRP,
ela mesma (18º/2, 1.ª parte), obrigando o legislador a procurar sempre
nas normas constitucionais o fundamento concreto para o exercício
dessa sua competência.
- Só a lei o pode restringir os DLG (reserva de lei restritiva). Apenas DLG
podem ser restringidos por lei da Assembleia da República, incluindo-se
aqui todos os direitos cuja regulamentação é de reserva absoluta de
competência legislativa da AR (164º f), h), i), j), l), o) CRP). No entanto,
quando a restrição for efectivada por um “decreto-lei” do Governo, este
decreto-lei deve estar em conformidade com a lei de autorização (165/1
b) CRP).
- Princípio da proporcionalidade: com os seu três sub-principios, o
Princípio da adequação, Princípio da necessidade e o Princípio da
proporcionalidade, em sentido restrito. A restrição visa salvaguardar
outro direito ou interesse constitucionalmente protegido (18º/2, in fine). O
sacrifício de um DF não pode ser arbitrário, gratuito ou desmotivado; o
legislador tem de justificar a restrição de DLG por eventual colisão com
outros direitos ou bens tutelados apenas a nível infra-constitucional. Essa
salvaguarda deverá ser apta para o efeito e deve-se limitar à medida
necessária para alcançar esse objectivo (18º/2, 2.ª parte).
- Princípio da generalidade e abstracção das leis restritivas: A lei deve
revestir carácter geral e abstracto (18º/3. 1.ª parte), de forma a dirigir-se
a um número indeterminado ou indeterminável de pessoas ou regula um
número determinado ou indeterminado de casos.
- Não retroactividade da lei restritiva: A lei não pode ter efeito retroactivo
(18º/3, 2.ª parte). Se as consequências jurídicas atribuídas aos factos
regulados pela lei se produzirem no passado, ou seja, numa data anterior
à da sua entrada em vigor, violaria o Princípio da Segurança Jurídica e
da Protecção de Confiança.
- Princípio da salvaguarda do núcleo essencial: restrição não deve
aniquilar o direito em causa atingindo o conteúdo essencial do respectivo
preceito (18º/3.in fine). É um requisito que serve de válvula de
segurança.

Suspensão
Diferença entre restrição e suspensão: a suspensão é sempre parcial e
tem de preservar o núcleo de direitos. Tipicamente tem uma duração de
15 idas, mas a CRP pode permitir a renovação (19º/5). Quanto aos
limites, terá de se observar o princípio da proporcionalidade, reavaliando
e redefinindo os direitos em causa. Os direitos que podem ser suspensos
estão no 19º/6. Já a restrição é normalmente permanente, não sendo,
contudo, irrevogável.
O exercício dos direitos, liberdades e garantias não pode ser suspenso
pelos órgãos de soberania, excepto em caso de estado de sítio ou de
emergência, declarados pelo Presidente da República. Essa suspensão
deve ser feita por meio de lei em que constem a respectiva extensão,
duração e meios utilizados; deve ser estritamente necessária ao pronto
restabelecimento da normalidade constitucional; e jamais poderá afectar
os direitos à vida, à integridade e à identidade pessoais, à capacidade
civil e à cidadania, bem como a não retroactividade da lei criminal, o
direito de defesa dos arguidos e a liberdade de consciência e religião.
Os DF que podem ser restringidos em situações de emergência são os
de expressão, reunião, manifestação, associação e petição colectiva; a
capacidade eleitoral passiva (ou seja, o direito a candidatar-se e ser
eleito para cargos públicos) dos militares e agentes militarizados dos
quadros permanentes e em serviço efectivo, bem como dos agentes dos
serviços e forças de segurança.

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