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O estado de direitos humanos é mais exigente, por assentar a seleção daquilo que deve
ser direito fundamental num critério objetivo, a dignidade humana, do que o estado de
direitos fundamentais, que assenta o seu critério no princípio democrático e na
subsequente discricionariedade do legislador. Como é que se evidencia esta menor
exigência do EDF, e a opção por um EDH?
4. Através da clausula aberta, artigo 16º/1 da CRP, a lei tem direitos fundamentais, mas
existem outros fora da constituição. A lei pode criar direitos que vão ao encontro de
alguns que estão escritos na constituição.
Se tudo pode ser direito fundamental, a criação ilimitada de direitos fundamentais cria
concorrência e atrito entre os direitos já existentes.
❖ Todos os direitos fundamentais têm custos. (O professor Paulo Otero considera que
também os direitos negativos comportam custos relacionados com os mecanismos de
segurança e justiça que permitem a sua efetiva proteção. No entanto, a verdade é que,
ao contrário dos direitos positivos, os direitos negativos existem sem custos associados,
ninguém precisa de pagar para que tenha direito à sua vida ou liberdade. Desta forma,
pode se colocar a questão de se efetivamente todos os direitos fundamentais
comportam custos, quando os direitos negativos por natureza não os comportam
podendo existir, mesmo que de maneira mais frágil e precária, sem que hajam
mecanismos efetivos de sua proteção, ao mesmo tempo que a sua plasmação enquanto
direito fundamental impõe funções de sua proteção ao Estado pelo que terão custos
associados) O direito à segurança exige que exista um sistema de segurança, o mesmo
acontece com a justiça, com a educação e com a saúde. Os custos pela defesa judicial
desses direitos.
O respeito pelo ser humano não é uma dádiva do poder, é o ser humano que se impõe
ao poder como uma realidade superior e anterior. Todos temos a mesma dignidade, esta
não varia consoante as pessoas. A dignidade prolonga-se para além da morte. A
dignidade é irrenunciável e inaliável, ninguém a pode renunciar, mesmo que admita
uma decisão voluntária e consciente.
Não existe dignidade sem liberdade. Existência convicta: não basta existir para ter
dignidade. A dignidade exige um espaço próprio, imune a intervenção do estado. A
dignidade impõe segurança, o estado também o faz para manter justiça social. Não deve
nunca existir um estado totalitário. Um primado do ser sobre o ter. As pessoas têm mais
valor do que as coisas.