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Marcus Cardinelli
Dirigente do TEUSBASE
Sacerdote de Umbanda Sagrada
Mago Iniciador da Magia Divina
BIBLIOGRAFIA:
APRESENTAÇÃO
Comecei minha vivência prática na religião em 2001. Essa jornada que iremos percorrer
juntos é fruto das minhas formações na Umbanda Sagrada, na Magia Divina e da experiência
tanto na atuação em Templos de Umbanda Sagrada, quanto na coordenação de turmas de
desenvolvimento mediúnico de outros Templos de Umbanda Sagrada e da prática em terreiros
de Umbanda Tradicional.
Gostaria de começar indicando toda a literatura escrita por Pai Rubens Saraceni. Esse
Pai Espiritual será muito referido ao longo do nosso curso. As apostilas serão em muito
baseadas em suas discussões, com muitas resenhas e fichamentos de seus escritos. Ele foi o
fundador desse segmento de umbanda chamado “Umbanda Sagrada”, além de ter sido o
canalizador da Magia Divina no plano material. Seus livros foram publicados pela editora
Madras.
Em tempo, vale dizer que as apostilas aqui não pretendem substituir nem fazer as vezes
de livros. Até por isso, serão entregues após as aulas. O curso possui uma vasta literatura
indicada, sobretudo os livros de Rubens Saraceni. As apostilas pretendem ser uma memória de
conhecimentos acumulados e debatidos em aula e de discussões travadas por Pai Rubens em
sua obra. Além desse Pai Espiritual, indicamos livros de Alexandre Cumino, José Usher, Cris
Egidio, Lurdes de Campos Vieira etc.
No TEUSBASE todos são tratados de forma igual. Para mim todos são meus irmãos
amados e alunos, independente dos cargos que exercem em outros terreiros. Aqui o dirigente,
o babalaô, a yawô, a yalOrixá, o ogã, o cambono, enfim, todos serão tratados da mesma forma.
Eu mesmo não tenho preferência de como devem me chamar, então fiquem à vontade para
falarem comigo com as diversas denominações: Irmão, Pai, Mestre, Professor, Marcus.
Atenderei da mesma forma, sem qualquer tipo de preferência.
INTRODUÇÃO
A palavra Teologia vem do grego (Théos + Logos) em que Théos = Deus ou Divindade,
Logos = Palavra ou Estudo. Logo, literalmente, Teologia é o Estudo de Deus, das Divindades ou
simplesmente o Estudo do Sagrado.
Teologia é a ciência que trata de Deus seus atributos e perfeições, bem como suas
relações com os homens. A Teologia tem por tarefa explicar a religião. Se há religião, há
teologia.
fundamentos mais básicos de seu ritual – sua liturgia – até conceitos mais elaborados de sua
Gênese ou Cosmologia.
A Umbanda Sagrada é uma religião simples e sua teologia também é simples. Portanto
não se assuste com o nome “Teologia”, que é apenas o termo correto para identificar um
estudo sério e profundo da religião.
Este é o momento de estudar a Umbanda Sagrada, pois nossa religião está crescendo e
precisa se consolidar a partir de seus próprios fundamentos. Não podemos mais buscar
fundamentos nos irmãos do Candomblé ou qualquer outra religião. Não podemos mais
perguntar a eles o que são os Orixás, como cultuá-los, o que é certo ou o que é errado.
O padre não é o único que realiza ritual fúnebre. O sacerdote umbandista tem seu
método e realiza uma ótima purificação do corpo do “de cujos”. A Umbanda acredita que o
ritual fúnebre é muito importante para o encaminhamento do espírito.
Batizados não são realizados somente na Igreja Católica! O umbandista pode e deve
batizar seu filho no terreiro com a presença de toda a família. Quem não se sentir à vontade
indo num Templo de Umbanda, não vá! Simples Assim! Por que somente nós temos que ir aos
outros templos quando convidados?
O Umbandista não pode ter vergonha de dizer: Sou Umbandista! Quando perguntarem
a sua religião, não respondam: “Sou espírita ou sou espiritualista”, digam: “Sou Umbandista!”.
No momento que assumirmos nossa religião já damos um grande passo para a construção de
nossa identidade.
O outro passo é estudar a religião para poder falar sobre ela. Um dia alguém vai
perguntar: “Não conheço a Umbanda, no que ela acredita? O que vocês pregam?”. Você como
umbandista terá o dever de explicar.
Quando surgiram alguns Cursos de Umbanda, muitos foram e ainda são proibidos de
frequentar, e mais justificativas surgem, como “estão mercantilizando a Umbanda”, “Umbanda
não se aprende em curso”, “vai pegar demanda” e outros como, por exemplo, desmerecer
quem se dedica a ensinar sobre a sua religião.
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Nada mais tranquilizador que a compreensão teórica do que se pratica. Afinal, como
criar uma identidade umbandista e me reconhecer como tal, se não consigo ainda
compreender o que estou praticando e o que vem a ser Umbanda?
A Umbanda Sagrada é muito maior do que o seu terreiro, do que este terreiro ou de
qualquer terreiro, pois a Umbanda é a unidade. A Umbanda é o que temos em comum e os
terreiros são as Umbandas que expressam uma tradição religiosa. Muitas vezes esta tradição é
resultado de um sacerdote que quis fazer a “sua” Umbanda. Isto vem acarretando muitos
problemas, pois ninguém quer largar a mão do que acredita para canalizar algo para o benefício
comum. O que você pratica é uma visão, é uma verdade relativa, jamais será a absoluta! A única
verdade absoluta é Deus e qualquer religião ou templo são visões parciais de seus mistérios.
Existe a necessidade real do estudo, sem a pretensão de subestimar a prática, mas com
o objetivo de criar uma consciência “religiosa” que vá além dos limites de “terreiro”. Por falta
dessa consciência a Umbanda já perdeu muito espaço e vem sendo criticada, tornando-se alvo,
entre outros, de seitas que a discriminam e a acusam de práticas negativas diante de seus
médiuns muitas vezes sem condições teóricas de se defender ou argumentar sobre a ignorância
deste preconceito e discriminação.
Muitas pessoas, ainda despreparadas, mal instruídas e até incapazes para a direção de
um Templo, abriram suas tendas, criando a sua própria Umbanda e deram vazão a seus
emocionais desequilibrados e seus vícios religiosos, pois não aceitavam a condição de liderados
e almejavam serem líderes, bajulados ou temidos.
nos seus trabalhos. Não consideramos nenhuma das correntes melhor ou pior e nem mais ou
menos importante para a consolidação da Umbanda. Todas foram, são e sempre serão boas e
importantes, pois só assim não se estabelecerá um domínio e uma paralisia geral na assimilação
e incorporação de novas práticas ou conceitos renovadores.
Por exemplo, podemos ter como fundamento básico de sua unidade a definição de
Umbanda dada pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, por meio de seu médium Zélio de Moraes,
em 15 de Novembro de 1908:
Esta definição está em sua unidade, faz parte de seus fundamentos básicos, não cobrar
pelos trabalhos, logo ela pode ter variantes, mas nenhuma das tais deve apresentar-se
cobrando para realizar trabalhos espirituais.
Uma data é o marco inicial da Umbanda: a manifestação do Senhor Caboclo das Sete
Encruzilhadas no médium Zélio Fernandino de Morais, ocorrida em 15 de novembro de 1908,
diferenciando-a do espiritismo e dos cultos de nação/Candomblé de então. A Umbanda tem
suas raízes nas religiões indígenas, africanas e cristã, mas incorporou conhecimentos religiosos
universais pertencentes a muitas outras religiões. Umbanda é o sinônimo de prática religiosa e
magística caritativa e não tem a cobrança pecuniária como uma de suas práticas usuais.
A Umbanda não recorre aos sacrifícios de animais para assentamento de Orixás e não
tem nessa prática legítima e tradicional do Candomblé um dos seus recursos de oferenda às
divindades, pois recorre às flores, frutos, alimentos e velas quando as reverencia.
A Umbanda não é uma seita, e sim uma religião, ainda meio difusa devido à aceitação
maciça de médiuns cujas formações religiosas se processaram em outras religiões e cujo usos
e costumes vão sendo diluídos muito lentamente para não melindrar os conceitos e as posturas
religiosas dos seus novos adeptos, adquiridos fora da Umbanda, mas respeitados por ela.
A Umbanda não apressa o desenvolvimento doutrinário dos seus fiéis, pois tem no
tempo e na espiritualidade dois ótimos recursos para conquistar o coração e a mente dos seus
fiéis. A Umbanda tem na mediunidade de incorporação a sua maior fonte de adeptos, pois a
mediunidade independe da crença religiosa das pessoas e, como a maioria das religiões
condena os médiuns ou segrega-os, taxando-os de pessoas possessas ou desequilibradas, ela
sempre será procurada pelas pessoas possuidoras de faculdades mediúnicas, principalmente a
de incorporação.
A Umbanda tem de preparar muito bem os seus sacerdotes para que esses acolham em
seus templos todas as pessoas possuidoras de faculdades mediúnicas e as auxiliem no
desenvolvimento delas, preparando-as para que futuramente se tornem, também elas os seus
futuros sacerdotes.
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A Umbanda prega que os espíritos elevados (os seus espíritos guias) são dotados de
faculdades e poderes superiores ao senso comum dos encarnados e tem neles um dos seus
recursos religiosos e magísticos, recorrendo a eles em suas sessões de trabalho e tendo neles
um dos seus fundamentos religiosos. A Umbanda prega que as divindades de Deus (os Orixás)
são seres Divinos dotados de faculdades e poderes superiores aos dos espíritos e tem nelas um
dos seus fundamentos religiosos, recomendando o culto a elas e a prática de oferendas como
uma das formas de reverenciá-las, já que são indissociadas da natureza terrestre ou Divina de
tudo o que Deus criou.
A Umbanda prega a existência de um Deus único e tem nessa sua crença o seu maior
fundamento religioso, ao qual não dispensa em nenhum momento nos seus cultos religiosos e,
mesmo que reverencie as divindades, os espíritos da natureza e os espíritos ascencionados (os
guias-chefes), não os dissocia D'Ele, o nosso Pai Maior e nosso Divino Criador.
Como religião, a Umbanda oferece a seus fiéis tudo o que as outras oferecem e até um
pouco mais. Como “via evolutiva”, reconduz às hierarquias naturais regidas pelos Orixás os seus
filhos naturais que foram afastados de seus domínios, pois foram conduzidos para o estágio
humano da evolução.
O Templo de Umbanda costuma ter um altar que na maioria das vezes tem imagens
católicas ou no mínimo uma imagem de Cristo. Nesse espaço que chamamos de Templo, de
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Tenda, de Centro, de Terreiro, se separa uma parte onde se sentam os consulentes (aquelas
pessoas que vieram tomar um passe e receber uma orientação) e uma outra parte, onde estão
os médiuns (que na maioria dos Templos vestem branco). Entre esses médiuns, estão aqueles
que têm mediunidade de incorporação desenvolvida, que vão incorporar as Entidades para dar
consulta. Essa é a estrutura.
Umbanda Branca
O termo pode ter surgido da definição de Linha Branca de Umbanda usada por Leal de
Souza e adotada por tantos outros. A ideia era de que a Umbanda era uma “Linha” do
Espiritismo ou uma forma de praticar Espiritismo, na qual a Linha Branca se divide em outras
Sete Linhas. Ao afirmar a Umbanda como Branca subentende-se muitas coisas, entre elas que
possa haver outras umbandas, de outras cores e “sabores”. Mas a questão de ser branca está
muito mais ligada ao fato de associar ao que é “claro”, “limpo”, “leve” ou simplesmente ausente
do “preto”, “escuro” ou “negro”. Há um preconceito subentendido, afinal é uma Umbanda mais
“branca” que “negra”, mais europeia que afro e, porque não, mais Espírita.
Sou Umbandista, mas da Umbanda Branca – como quem afirma pertencer à “Umbanda
boa”. Não há uma “Umbanda Negra” ou uma “Umbanda Ruim”. Toda Umbanda é Boa.
Umbanda Pura
Esse grupo pretendia uma “codificação” da Umbanda em seu estado mais puro de ser.
A ideia de uma “Religião Pura” sempre será algo a ser questionado, independente de qual
tradição lhe tenha dado origem.
Umbanda Popular
Não se costuma fazer referências a outras filosofias ou justificar suas práticas de forma
“intelectualizada”. Eximindo-se de autoexplicar-se reforçam a característica mística da religião,
em que, independente de “racionalizações”, a prática se sustenta devido à quantidade de
resultados positivos alcançados. Podemos dizer que os adeptos muitas vezes não sabem ou
têm certeza de como as coisas funcionam, mas sabem que funcionam.
É aqui que muitas vezes nos deparamos com médiuns que afirmam, sobre a Umbanda,
que não sabem de nada o que estão fazendo, mas que seus guias espirituais (caboclo e outros)
sabem e isto lhes basta. Outrora, alguns afirmam que médium não pode saber de nada de
Umbanda para não mistificar.
Umbanda Tradicional
Esta qualificação serve tanto para identificar a “Umbanda Branca”, “Umbanda Pura” ou
“Umbanda Popular”, que são as formas mais antigas, mais conhecidas e mais populares de
praticar Umbanda, muito embora esse perfil esteja mudando. Cremos que hoje os terreiros
que se adaptaram para uma linguagem mais intelectualizada e racional estão em franco
crescimento.
A Primeira Escola Iniciática Umbandista, que se tem notícia, foi o Primado de Umbanda,
mais uma iniciativa do Caboclo Mirim. Já na segunda e terceira geração de autores Umbandistas
surgirão outros autores dentro deste seguimento. Costumam citar a origem da Umbanda na
Atlântida ou Lemúria, no mito do AUMBANDÃ, que seria a forma mais “pura” de Umbanda.
São nomes usados para identificar uma Umbanda praticada com influência maior dos
Cultos de Nação ou do Candomblé Brasileiro onde se combina os fundamentos e preceitos
oriundos das culturas africanas com as entidades de Umbanda.
Pode-se ter os tradicionais rituais de Camarinha, Bori, Ebós e oferenda de animais com
seus respectivos sacrifícios. Muitos chamam esta variação de Umbandomblé.
Umbanda de Caboclo
Umbanda de Jurema
Umbandaime
O Santo Daime é uma religião nativa do Amazonas, sendo uma variação da Ayuasca, que
é um chá preparado com duas ervas de poder, o cipó Mariri e a folha da Chacrona. De tanto
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ter visões de entidades de Umbanda e Orixás em rituais do Daime é que alguns grupos de
umbandistas passaram a praticar Umbandaime, ou seja, trabalhos de Umbanda ingerindo o
Daime ou rituais de Ayuasca, para se comunicar com as entidades de Umbanda. A Umbanda
em si não tem em seus fundamentos o uso de bebidas enteógenas, além dos tradicionais café,
cerveja, vinho, “pinga”, batida de coco e outros que servem apenas como “curiador” (elemento
usado para potencializar alguma ação espiritual ou magística). Cada linha de trabalho tem sua
“bebida-curiadora”, no entanto, nem a bebida nem o fumo são carregados de erva que induza
o estado de transe.
No caso do Daime, el está no centro do culto. O poder que se manifesta por meio do
chá é que conduz o adepto. Na Umbanda quem conduz o trabalho são os espíritos guias, com
daime ou sem daime.
Umbanda Eclética
Quando começou a psicografar e dar palestras, Rubens Saraceni sempre fazia questão
de se referir à Umbanda como Sagrada. Não havia intenção de criar uma nova Umbanda,
apenas ressaltar uma qualidade inerente a ela.
Para então afirmar que: Natural é a Umbanda regida pelos Orixás, que são senhores dos
mistérios naturais. No livro As Sete Linhas de Umbanda volta a citar as várias “umbandas” e
comenta que na verdade, e a bem da verdade, tudo são segmentações dentro da religião
Umbandista. Ainda assim, sem a intenção de criar uma segmentação dentro do todo, trouxe
muitos temas novos e novas abordagens para outros tantos, criando toda uma Teologia de
Umbanda. Seus conceitos se expandiram muito rapidamente assim como a popularidade de
títulos como O Guardião da Meia Noite e Cavaleiro da Estrela da Guia.
Umbanda Cristã
Ao dizer qual seria o nome do primeiro templo da religião, Tenda Espírita Nossa Senhora
da Piedade, porque “assim como Maria acolheu Jesus da mesma forma a Umbanda acolheria
seus filhos”, já dava uma diretriz cristã à nova religião. Há um conto sobre o Caboclo das Sete
Encruzilhadas que diz ter sido chamado por Maria, Mãe de Jesus, para semear a nova religião.
Todo trabalho e doutrina de Zélio de Moraes tem esse perfil cristão, subentendendo
Umbanda Cristã, antes de ser “Umbanda Branca” ou “Umbanda Pura”, outros adjetivos que já
foram associados à sua forma de praticá-la.
Outro elemento que endossa a qualidade cristã da Umbanda é o arquétipo dos Pretos
e Pretas-velhas: ex-escravos batizados com nomes católicos e que trazem muita fé em Cristo,
nos Santos e Orixás.
HISTÓRIA DA UMBANDA
Umbanda é uma palavra de origem Kimbundu idioma bantu (o kimbundu faz parte de
uma grande família de línguas africanas e é uma das línguas tradicionais da Angola). Nas terras
bantas africanas Umbanda significa a “arte de curar”, ou “o culto pelo qual o sacerdote curava”,
também pode servir como sacerdote, curador, o que cuida de um grupo espiritual, o líder
espiritual.
No final de 1908, Zélio Fernandino de Moraes, um jovem rapaz com 17 anos de idade,
que se preparava para ingressar na carreira militar na Marinha, começou a sofrer estranhos
“ataques”. Sua família, conhecida e tradicional na cidade de Neves, estado do Rio de Janeiro,
foi pega de surpresa pelos acontecimentos.
Esses “ataques” do rapaz eram caracterizados por posturas de um velho, falando coisas
sem sentido e desconexas, como se fosse outra pessoa que havia vivido em outra época. Muitas
vezes assumia uma forma que parecia um índio, que mostrava conhecer muitas coisas da
natureza.
Após examiná-lo durante vários dias, o médico da família recomendou que seria melhor
encaminhá-lo a um padre, pois o médico (que era tio do paciente), dizia que a loucura do rapaz
não se enquadrava em nada que ele havia conhecido. Acreditava mais, era que o menino estava
endemoniado.
Zélio neste momento já em franca piora física fica de cama e não consegue mais andar.
Padre, benzedeiros, nada fazia efeito. O menino continuava a sofrer os surtos psicóticos e a
não poder andar.
Sem ter explicação para o fato, alguém da família sugeriu que “isso era coisa de
espiritismo” e que era melhor levá-lo à Federação Espírita de Niterói, presidida na época por
José de Souza. Neste mesmo dia, 15 de novembro de 1908, o jovem Zélio foi convidado a
participar da sessão, tomando um lugar à mesa.
Tomado por uma força estranha e alheia a sua vontade, e contrariando as normas que
impediam o afastamento de qualquer dos componentes da mesa, Zélio levantou-se e disse:
“Aqui está faltando uma flor”. Saiu da sala indo ao jardim e voltando após com uma flor, que
colocou no centro da mesa. Essa atitude causou um enorme tumulto entre os presentes.
claramente atrasados? Por que fala desse modo, se estou vendo que me dirijo nesse momento
a um jesuíta e a sua veste branca reflete uma aura de luz? E qual o seu nome irmão?
“Se querem um nome, que seja este: Sou o Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque para
mim, não haverá caminhos fechados.”. “O que você vê em mim, são restos de uma existência
anterior. Fui padre e o meu nome era Gabriel Malagrida. Acusado de bruxaria fui sacrificado na
fogueira da Inquisição em Lisboa, no ano de 1761. Mas em minha última existência física, Deus
concedeu-me o privilégio de nascer como caboclo brasileiro.”
“Se julgam atrasados os espíritos de pretos e índios, devo dizer que amanhã (16 de
novembro) estarei na casa de meu aparelho, às 20 horas, para dar início a um culto em que
estes irmãos poderão dar suas mensagens e, assim, cumprir missão que o Plano Espiritual lhes
confiou.
Neste imóvel, localizado na Rua Floriano Peixoto, nº 30, em Neves, Niterói – RJ iniciou-
se a religião de Umbanda, anunciada no dia 16 de novembro de 1908, pelo Caboclo das Sete
Encruzilhadas. “Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve
existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados.”
O vidente retrucou: “Julga o irmão que alguém irá assistir a seu culto”? Perguntou com
ironia. E o espírito já identificado disse: “Cada colina de Niterói atuará como porta-voz,
anunciando o culto que amanhã iniciarei”.
A Casa de trabalhos espirituais que ora se fundava, recebeu o nome de Nossa Senhora
da Piedade, porque assim como Maria acolheu o filho nos braços, também seriam acolhidos
como filhos todos os que necessitassem de ajuda ou de conforto.
“Nego num senta não meu sinhô, nego fica aqui mesmo. Isso é coisa de sinhô branco e
nego deve arrespeitá”.
“Num carece preocupá não. Nêgo fica no toco que é lugá di nego”.
Assim, continuou dizendo outras palavras representando a sua humildade. Uma pessoa
na reunião pergunta se ele sentia falta de alguma coisa que tinha deixado na terra e ele
responde: “Minha cachimba. Nego qué o pito que deixou no toco. Manda muleque busca.”
Em 1918, o Caboclo das Sete Encruzilhadas recebeu ordens do Astral Superior para
fundar sete tendas para a propagação da Umbanda. As agremiações ganharam os seguintes
nomes:
A respeito do uso do termo espírita e de nomes de santos católicos nas tendas fundadas,
o mesmo teve como causa o fato de naquela época não se poder registrar o nome Umbanda.
Quanto aos nomes de santos, era uma maneira de estabelecer um ponto de referência para
fiéis da religião católica que procuravam os préstimos da Umbanda. O ritual estabelecido pelo
Caboclo das Sete Encruzilhadas era bem simples, com cânticos baixos e harmoniosos,
vestimenta branca, proibição de sacrifícios de animais. As guias usadas são apenas as que
determinam a entidade que se manifesta. Os banhos de ervas, os amacis, a concentração nos
ambientes vibratórios da natureza, a par do ensinamento doutrinário, na base do Evangelho,
constituiriam os principais elementos de preparação do médium.
Após 55 anos de atividades à frente da Tenda Nossa Senhora da Piedade (1º templo de
Umbanda), Zélio entregou a direção dos trabalhos às suas filhas Zélia e Zilméa, continuando,
ao lado de sua esposa Isabel, médium do Caboclo Roxo, a trabalhar na Cabana de Pai Antônio,
em Boca do Mato, distrito de Cachoeiras de Macacu – RJ, dedicando a maior parte das horas
de seu dia ao atendimento de portadores de enfermidades psíquicas e de todos os que o
procuravam.
Zélio Fernandino de Moraes dedicou 66 anos de sua vida à Umbanda, tendo retornado
ao plano espiritual em 03 de outubro de 1975, com a certeza de missão cumprida. Seu trabalho
e as diretrizes traçadas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas continuam em ação através de
suas filhas Zélia e Zilméa de Moraes, que têm em seus corações um grande amor pela
Umbanda, árvore frondosa que está sempre a dar frutos a quem souber e merecer colhê-los.
• UMBANDA NÃO É Falta de ética ou desrespeito aos que procuram amparo espiritual.
• “Umbanda é aprender com os mais evoluídos e ensinar aos menos evoluídos” (Caboclo
das Sete Encruzilhadas)
• “Umbanda é UM, a unidade do Todo, e BANDA, nós suas partes.” (Zélio de Moraes)
• “Umbanda é religião, como qualquer outra, mas com fundamentos próprios” (Rubens
Saraceni)
OUTRAS REFLEXÕES SOBRE O QUE NÃO É UMBANDA (VALE DESTACAR, MUITOS SEGUIMENTOS
DE UMBANDA ADEREM A TODOS ESSES FUNDAMENTOS)
• “Quem é filho de um determinado Orixá não pode incorporar outro que não seja o seu”:
Não é fundamento da Umbanda. É fundamento de algumas casas das religiões afro
• Orações como “Pai Nosso”, “Ave Maria”, “Credo” etc: Não é fundamento da Umbanda.
É fundamento do Catolicismo
• Uso de ervas somente dos seus Orixás na Cabeça: Não é fundamento da Umbanda. É
fundamento de candomblé
O fato é que vemos o bori, o jogo de búzios, a camarinha, a deitada para o “santo”, a
saída de “santo” na Umbanda.
Para solucionar esse problema, não raro sacerdotes e médiuns buscam conhecimento
em formações de outras religiões, incorporando todas essas práticas à umbanda.
• Cultua os Orixás?
• Tem prece inicial, defumação, pontos cantados e médiuns atendendo com seus guias
as pessoas?
A essência está nessas 5 perguntas, o resto é forma que se pratica. CUIDADO COM O
PRECONCEITO INTRARELIGIOSO!
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Uma das formas encontradas para a reaproximação do Homem com o Divino é a música,
onde se exprime o respeito e o amor ao Pai Maior. Dessa forma, os cânticos são um atributo
comum a todas as religiões onde, com suas características próprias, exteriorizam a sua devoção
e servidão aos desígnios do Plano Astral Superior.
• Oração Inicial
• Saudação à Porteira
• Prece de Encerramento
• Ponto de Encerramento
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• Hino de Umbanda
Todo esse ritual leva entorno de 2 horas. Não realizamos giras nem rituais de qualquer
espécie sem hora para começar e para terminar. Uma das coisas que chamam mais atenção na
Umbanda Sagrada é a organização. Imprevistos acontecem, mas devem ser exceção.
MEDIUNIDADE
Mediunidade é uma forma de acelerar a evolução espiritual, tanto dos médiuns quanto
dos espíritos. Mediunidade é uma faculdade que uma pessoa possui e que, se desenvolvida
ordenadamente, poderá servir de meio de comunicação entre os dois planos da vida: o
espiritual e o material.
A mediunidade sempre existiu como canal de comunicação entre os dois planos da vida
(profetas, oráculos etc.). A mediunidade e a magia caminham juntas com a religiosidade. Então,
ou é aceita pelas religiões estabelecidas ou é combatida acirradamente (inquisição, conversão
obrigatória), taxando qualquer tipo de mediunidade como manifestação demoníaca.
TIPOS DE MEDIUNIDADE
Para tipos de mediunidade, temos inúmeras variações. Classificamos aqui algumas das
capacidades “catalogadas” e presentes também em ambientes de Umbanda.
• Clarividência: Esse fenômeno ocorre quando o médium consegue ter a visão do mundo
astral. É a mediunidade mais difícil de se encontrar e, às vezes, há também uma
confusão entre a pessoa que possui clarividência e aquele que vê “vultos”
esporadicamente. O clarividente manifesta essa capacidade mediúnica a qualquer
momento, basta que esteja concentrado.
dito, o médium escuta claramente a voz do espírito, podendo até identificar e discernir
o timbre da voz de seu mentor. A inspiração é algo mais sutil.
• Psicometria: Pode ser entendida como a mediunidade que possibilita que o médium
obtenha informações sobre a história de algum objeto.
Simples: Ser médium, em algum grau, é supernormal. O fato aqui não é ser médium; é
responder a seguinte pergunta: “O que você fará com a sua mediunidade?”.
É preciso preparar o médium para que ele possa atrair uma boa vibração. Lapidá-lo para
que ele seja um bom canal para a espiritualidade. A mediunidade equilibrada é a melhor coisa
que pode acontecer com um ser humano encarnado, mas o estudo e a retidão moral vão
lapidar o uso do seu dom.
• Dores de cabeça;
• Nevralgia facial;
• Vômitos;
• Azias e soluços;
• Perda de Apetite;
• Hipertensão;
• Irritabilidade;
• Enxaquecas;
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• Calafrios;
• Zumbidos no ouvido;
O desenvolvimento mediúnico ajudará nisso tudo, mas o tratamento médico precisa ser
em paralelo. Aos poucos, o equilíbrio energético e mediúnico se tornará equilíbrio da condição
física e emocional.
• Reforma Íntima
• Boa alimentação
• Meditação
• Oferendas
• Firmezas
A frase que mais ouvimos desde que começamos a ministrar cursos de Umbanda é:
“Minha mãe é médium de berço” / “Eu sou médium de berço”/”Meu pai é médium de berço”
etc.
A grande verdade nisso tudo é a seguinte: Todos nós somos médiuns de berço. Alguns
manifestam a mediunidade em terna idade, outros na adolescência, outros na fase adulta e
muitos outros já na “terceira idade”.
suas mediunidades mais tarde, já na fase adulta. Sabem o motivo? Simples: Tempo para se
dedicar e condições de entendê-la de forma racional.
No processo de desenvolvimento, vocês verão que cada um vai no seu ritmo, que cada
um tem uma forma de agir, mas os mais dedicados e despertos terão um aproveitamento
melhor. Um médium que estuda, medita, firma suas forças, tem sua tronqueira caseira, que
realiza seus banhos, respeita os preceitos, certamente terá um desenvolvimento satisfatório.
Quem não faz nada disso, ao olhar para o lado, dirá: “Este é médium de berço” ou “Este tem
os guias firmes desde o começo” ou “Este é um médium forte”. Dedicação e comprometimento
dirão o quanto de interação você terá com a espiritualidade.
Os mistérios de Deus são divinos e têm o poder único emanado por ele para atuar por
intermédio das pessoas. Todo mistério é emanado por Deus e manifesta-se nas pessoas como
dons do espírito. Os médiuns, além de manifestarem seus próprios dons, possuem a faculdade
de manifestarem os dons dos espíritos que neles incorporam e por meio deles auxiliam muitas
pessoas.
Médium é a pessoa que possui a faculdade que possibilita a um espírito vibrando num
grau magnético ocupar o seu corpo físico, que vibra em outro grau magnético, pois só em graus
magnéticos diferentes dois corpos podem compartilhar de um mesmo espaço, sem se
desequilibrarem emocionalmente.
A mediunidade é um dom e deve ser lapidado até tornar-se pura e só refletir os dons
dos espíritos superiores ou dos espíritos ordenados pela Lei, que rege esta faculdade
paranormal. As religiões são uma forma de ordenação das faculdades e dos dons das pessoas.
Os profetas eram médiuns. Prediziam o futuro e davam alertas, porque eram intuídos
por espíritos superiores. Eles não são melhores do que os atuais médiuns, pois estes têm maior
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entendimento e não afirmam que falam com Deus, ou que Ele está falando através de suas
bocas.
O médium consciente de suas faculdades mediúnicas deve ter bom senso para não se
desvirtuar, julgando-se especial ou melhor do que o seu irmão. Os médiuns devem ser
lapidados e preparados para lidar com forças poderosíssimas e poderes emanados por Deus,
mas confiados às Divindades.
Antes para aprender a realizar uma oferenda para Exu levava-se meses. Você tinha que
fazer milhões de perguntas para o seu sacerdote, perguntar o fundamento de cada coisa e
torcer para ele estar de bom humor. Hoje alguém em um workshop sai com tanto
conhecimento que, algo semelhante levaria meses ou até anos, dependendo do terreiro.
Esse quadro em torno do transe, aqui chamado de possessão, faz com que se crie um
grande imaginário ao redor do que chamamos de incorporação na Umbanda. Muitas pessoas
chegam aos templos umbandistas acreditando que serão possuídas pelos guias de Umbanda,
creem que serão tomadas de si mesmas e que as entidades espirituais entram em seus corpos
independente de sua vontade. NADA DISSO É VERDADE.
Podemos definir que a palavra “incorporação” é a mais utilizada para definir esse transe
em que um médium está manifestado com um guia de Umbanda. Isso também cria outras
dificuldades com relação à expectativa e ao entendimento que o médium tem sobre o que irá
acontecer com ele quando seu guia espiritual se apresentar.
O médium em si é um templo vivo recebendo a visita das entidades, as quais ele tem em alta
conta dentro do que é sagrado e divino. O mesmo vemos no Candomblé, Catimbó, Pajelança,
Tambor de Mina e outras religiões dos seguimentos afro-indígenas-brasileiros.
Incorporação é parceria!
Os guias se aproximam com muito respeito e amor daqueles que serão seus parceiros
nessa empreitada mediúnica. Desenvolver a mediunidade é descobrir essa parceria e descobrir
como se relacionar de forma tranquila com algo tão complexo, ou quase surreal, como a
incorporação de outro ser em seu corpo, e ainda compartilhar seus sentimentos e
pensamentos com os sentimentos e pensamentos desse outro, que na verdade é um mestre
para a vida.
Muitos acham que estão mistificando no começo dos seus desenvolvimentos ou pelo
menos têm medo de mistificar. Isso é normal, mas devemos esclarecer que a mistificação se dá
quando alguém influencia propositalmente a incorporação com o intuito negativo. Na verdade,
o que há muito é o animismo.
O animismo é você mais ali do que seu guia, faz parte do processo. Com o tempo, você
verá que vale a pena confiar e se entregar totalmente. Assim, diminuirá sua parcela na
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incorporação e aumentará a parcela do seu guia. Os dois sempre estarão juntos, mas ele
comandará as ações. Enquanto você não esvaziar a mente e não se entregar haverá animismo.
Se entregar é o segredo!
Com o tempo, esse médium vai descobrindo em seus guias pessoas que o amam e
querem o seu bem. Ao longo desse período, vai descobrindo a personalidade de cada um de
seus mentores e identificando o quanto são diferentes dele, em suas opiniões e visão de
mundo.
O trabalho mediúnico passa a ser uma parceria desejada e saudável e o médium agora
conta com orientadores para toda a sua vida, que o amam e o respeitam acima do que estamos
acostumados neste mundo tão pequeno e material. O médium descobre um novo mundo, uma
nova realidade.
O fato é que uma simples resposta a esta pergunta não esclarece nada. Vejamos, por
exemplo, dentro do que se costuma chamar “médium inconsciente”. O que é um “médium
inconsciente”?
Na prática, é aquele que não se lembra do que aconteceu enquanto esteve incorporado.
Mas qual é a mecânica de incorporação? Como se processa o fenômeno mediúnico nele?
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Em verdade, muitos que não se lembram do trabalho que seus guias realizam e
costumam ser chamados de médiuns inconscientes podem ter tipos diferentes de
mediunidade.
A maioria dos médiuns é semiconsciente e, por esta razão, precisa passar pelo
desenvolvimento mediúnico. E, embora se digam conscientes, mal se lembram das consultas
ou de quem realmente tomou ou deixou de tomar passes com seus guias após um tempo.
Simplesmente foge da memória os acontecimentos.
Outra coisa importante: Não tente ser quem você não é! Você é o que é por um motivo.
Aceite isso e aprimore o seu dom.
Se você lembra de tudo e está muito presente na incorporação, aceite isso e aprenda a
lidar com essa mediunidade. Se você esquece de partes e não se sente tão presente na
incorporação, aprimore isso e faça um bom trabalho. Se você mal lembra do que aconteceu
quando estava incorporado, ótimo! Faça o possível para dotar os guias das ferramentas de
trabalho que ele precisa: Conhecimento e Fé!
A Umbanda Sagrada é uma linha de Umbanda. É uma forma de se fazer Umbanda! Essa
forma nasceu com Pai Rubens Saraceni (orientado pelo seu mestre espiritual Pai Benedito de
Aruanda) e tem dois pilares:
• Estudo
• Organização
• Pais e Mães Pequenos – Usam filá/pano de cabeça e estola perolados, sendo que no
filá/pano de cabeça existe uma estrela dourada, assim como na estola que possui uma
fita na ponta dourada
• Médiuns de Passe - Usam filá/pano de cabeça e estola brancos – Estola com fita
vermelha
• Médiuns de Consulta - Usam filá/pano de cabeça e estola brancos – Estola com fita azul
índigo
No TEUSBASE temos:
• Ogum
• Iansã
Importante saber que nenhum guia ou Orixá lidera ou sustenta uma casa espiritual à
toa. Devemos ter respeito e reverência! Orixá em terra, curve-se! Guia chefe de gira em terra,
curve-se! São Pais e Mães que te amam e doam suas evoluções para as evoluções alheias. Pedir
bênção a um guia ou a um Orixá é sinônimo de inteligência espiritual, amor e fé!
CAMBONOS
• Médiuns de Passe;
• Médiuns de Atendimento;
Para os médiuns novos, o período como cambono é único, pois o médium aprende
como manusear os elementos que os guias usam nas suas magias de umbanda, aprendem a
forma de falar dos guias, seus arquétipos e, também, são treinados pelos guias incorporados a
dar passagem aos seus irmãos espirituais.
Dentro do terreiro todos são importantes, mas cada um exerce uma função. O ideal é
que o dirigente e os médiuns mais antigos conheçam e façam bem todas as funções!
O que é uma bênção? Uma graça divina, algo que vem do divino para nós. Luz, amparo,
proteção, fluxo energético de uma divindade direcionada a uma ou mais pessoas.
Sou obrigado a pedir bênção? Nunca! Para se ativar o mistério das bênçãos divinas
quem as pede precisa reconhecer naquele que vai abençoar a figura do portador do axé dos
Orixás. Precisa pedir com fé, amor e respeito. Se assim o fizer, será agraciado com um
maravilhoso fluxo energético sétuplo de Oxalá ou do Orixá que o sacerdote pediu para
abençoar a pessoa.
“Que Oxalá lhe abençoe!” é diferente de “Que Pai Ogum lhe abençoe!”. O sacerdote
pode identificar o Orixá que precisa atuar na pessoa e solicitar sua benção ao filho de fé.
Como pedir bênção (caso sinta vontade)? Curvar ligeiramente a cabeça, pedir licença
para pegar na mão dos sacerdotes, com sua mão direita pegar a mão direita do sacerdote e
beijar. Aguardar a benção. Bençãos somente são emitidas com a mão direita, pois possui o axé
irradiador (mão esquerda é absorvedora).