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FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

FUNDAMENTOS
RITUALÍSTICOS DE UMBANDA

Caboclo Pedra Preta

Pai Maurício

Ritualística

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FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

1ª edição - VOL. 1

Sinópise

Saravá Zambi, Saravá nosso Pai Oxalá, Salve todos os Orixás e Guias, salve
todo povo de fé, Saravá todos os terreiros e formas de fé, Salve a nossa
amada Umbanda! Eu sou o Pai Maurício de Omulú e é com grande alegria e
realização, que compartilho com todos os meus irmãos de caminhada esse
momento de inspiração e concretização dessa obra. Já em minha infância, por
vir de uma família onde a religiosidade sempre esteve muito presente por parte
de minha amada mãe e também através de meus Avós, independente do
segmento religioso, encontrei grande campo para a prática religiosa e para
analisar todas as vertentes da fé. Presente ao lado de minha mãe, em seus
momentos de fé, nas práticas religiosas, comecei a despertar minha
consciência para oque hoje vivo com paixão. Hoje, aos 43 anos de idade, trago
um pouco do somatório das experiências vividas por mim durante todos esses
anos, com muito amor e carinho, com o ensejo de acrescentar algo de bom a
toda forma de evolução e propagação da fé, através dessa humilde obra, onde
procurei levantar ritualisticamente, os fundamentos nos pontos mais
questionados dentro de nossa prática religiosa. Respondendo as dúvidas e
estimulando também a pesquisa em todos os campos magísticos, venho com o
intuito de abrir o leque do conhecimento, retirando o véu da mistificação que
nos encobriu durante décadas, para que todo aquele que ler esse livro,
compreenda de forma simples que é através de nossa evolução como seres
humanos Divinos e eternos, através do entendimento e compreensão das
práticas ritualísticas e entendendo que sem fundamento não se cria, não se
muda e nem se transforma nada, que a proposta maior e ajudar ao progresso
de nosso mundo de uma forma geral, percebendo e despertanto também, o
compromisso de praticar e exemplificar toda prática ritualística de nossa
Umbanda de uma forma simples e respeitosa. Somos fruto de nossas
aspirações, senhores de nossos destinos e reflexos de nossos ensejos.
Sarava!

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FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

Pai Maurício de Omulú

Índice
1. Ritualística nos terreiros;
2. Cumprimentos e posturas ritualísticas;
2.1. Bater cabeça no conga;
2.2. Paó;
2.3. Porque não usar brincos, pulseiras entre outros dentro do terreiro
3. O toque no chão do terreiro;
4. O toque no chão do terreiro fazendo o sinal da cruz;
5. O ato de saudar o atabaque;
6. O girar o corpo antes de bater a cabeça no conga;
7. O bater das palmas em momentos específicos;
8. O se curvar sempre na presença do guia chefe do terreiro ou representação de
um Orixá;
9. Cumprimentos à Exu;
10. O beijar as mãos dos dirigentes do terreiro;
11. Beijar e se deixar beijar as mãos de outro irmão de terreiro;
12. O abraço tocando os ombros;
13. O porquê retirar o calçado antes de adentrar no terreiro;
14. Tipos de banhos de ervas, sacudimentos e seus fundamentos na Umbanda;
14.1. Banhos lustrais ou energéticos;
14.2. Banhos de descarga;
14.3. Sacudimentos;
15. Fundamentos do canto na ritualística da Umbanda;
16. Fundamentos do atabaque na ritualística da Umbanda;
17. Fundamentos do defumador na ritualística da Umbanda;
18. Fundamentos do Cruzeiro das Almas nas Casas de Umbanda;
19. Fundamentos de Exu na tronqueira das Casas de Umbanda;
20. Fundamento da bebida nos rituais das Casas de Umbanda;
20.1. Existem diversas formas ritualísticas de se manipular o álcool, dentre elas,
vemos os terreiros dos seguintes tipos;

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21. Fundamentos de ascender à vela na ritualística de Umbanda;


21.1. Deslocamento da chama da vela no Universo;
21.2. A cor das velas e algumas de suas funções;
21.3. Ritualística para a utilização das velas e o ritual para acendê-las;
21.4. Observações gerais;
22. Óleos;
23. Fundamentos do fumo na ritualística da Umbanda;
24. Fundamentos da pemba nos trabalhos de Umbanda;
24.1. Como é produzida a pemba utilizada na Umbanda;
24.2. Fundamentos da escrita sagrada;
25. Campos e fundamentos da simbologia na escrita sagrada da pemba e suas
formas de estímulo para a sintonia com as irradiações espirituais;
25.1. Estímulo mental;
25.2. Estímulo da sintonia;
25.3. Estímulo auditivo;
25.4. Análise fundamental de um ponto riscado;
a) Linha de trabalho;
b) Vibração ou irradiação;
c) Local e forma de descarrego;
26. Fundamento da pólvora nos trabalhos de magia e descarrego na Umbanda;
27. Fundamento do enxofre nos rituais de descarrego e magia da Umbanda;
28. Fundamento da amônia nos trabalhos de descarrego e magia da Umbanda;
29. Fundamento do elemento anil na magia de Umbanda;
30. Fundamento do carvão a magia de Umbanda;
30.1. Carvão mineral e carvão vegetal;
30.2. Carvão mineral;
30.3. Carvão vegetal;
30.4. Nos pontos riscados;
30.5. No banho de sal grosso, abaixo do pé;
30.6. Na defumação e firmezas;
31. Fundamentos do fio de contas nos rituais de Umbanda;
31.1. Elementos minerais;
31.2. Elementos vegetais;
31.3. Elementos animais;
31.4. Efeito talismânico;
32. Objetivo de uma gira de consulta;
33. A importância de um bom diagnóstico pelo guia durante a gira de consulta;
34. nLinhas de trabalho voltadas para a limpeza espiritual e o combate as
demandas;
35. Linhas cuja as entidades, se dedicam de forma mais específica ao trabalho de
aconselhamento nas giras de Umbanda;
36. Tipos de Mediunidade de Incorporação;
36.1. Incorporação Consciente;

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36.2. Incorporação Semi-inconsciente;


36.3. Incorporação Inconsciente;
37. Interferência do médium na incorporação;
38. Entendimento e compreensão sobre a ação dos Orixás e Guias espirituais
conosco e como acontece essa troca energética na ritualística das oferendas na
Umbanda:
39. Manual do culto aos Orixás e Guias espirituais;
39.1. Orixás Universais;
39.2. Orixás Cósmicos;
39.3. Linhas de Umbanda;
39.4. Linhas de trabalho na Umbanda;
39.5. Espíritos Falangeiros;
39.6. Tempero dos Orixás;
39.7. Oferendas aos Orixás e as Linhas de trabalho na Umbanda (Guias
espirituais);
40. A influência lunar nos rituais e oferendas;
41. A influência da Lua na colheita das ervas;
41.1. Lua Minguante;
41.2. Lua Nova;
41.3. Lua Crescente;
41.4. Lua Cheia;
42. Ervas Solares e Ervas Lunares;
43. Horário Planetário dos Orixás (Sete Linhas de Umbanda) seus astros e signos;
44. Restrições, quizilas ou proibições do filho de santo;
45. Quando, porque e para quê indicar a um consulente ou médium, uma Oferenda
ou Obrigação direcionada a uma Entidade ou Orixá;
46. Pontos vibracionais dentro de uma Casa de Umbanda;
46.1. Internos;
46.2. Externos;
47. Mentores de Cura;
47.1. Métodos de trabalho;
47.2. Terapias alternativas;
47.2. Como interagem com os médiuns;
47.3. Equipes espirituais;
47.4. O que curam e o que não curam;
48. Os cinco elementos;
48.1. O elemento água;
48.2. O elemento terra;
48.3. O elemento ar;
48.4. O elemento fogo;
48.5. O elemento éter;
49. Significado dos cumprimentos aos Orixás e Guias;

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50. Pequeno dicionário;


51. Agradecimentos.

Recado para os médiuns:


Precisamos controlar o nosso desejo de colocar a carroça na frente dos bois,
de almejarmos aquilo que ainda não podemos sustentar e de começarmos
aquilo que não podemos terminar, principalmente falando-se de magia. O
trabalho na caridade é fundamental, mas naturalmente é preciso também
compreendermos que não há como uma entidade de alta hierarquia se
manifestar por meio de um médium que não tenha em sua vida, um
comportamento condizente com a ascendência moral da mesma (semelhantes
se atraem), que tenha o mínimo de conhecimento e fundamentação daquilo
que prega e pratica. Que ninguém espere receber uma entidade de grande luz,
sem iniciar a sua reforma íntima, despojando-se de todo e qualquer vício, tanto
físico como mental, buscando adquirir conhecimento básico para a prática
magística e mediúnica, porque não vai mesmo, pois mesmo não tendo nenhum
desses males da matéria e da mente, nenhuma entidade espiritual de luz vai
conseguir passar o recado, atingir o seu objetivo real, se o médium não for
estudado, conhecedor de magia, fundamentado, doutrinado com bases sólidas,
uma pessoa de caráter e respeito para com a espiritualidade, ou ainda como
mais importante, uma pessoa que lute e se sacrifique para ser bem resolvida
na vida espiritual, social, familiar e profissional, ou seja, um exemplo como ser
humano. Vemos que somos o reflexo daquilo que almejamos e como reagimos
quando as coisas não acontecem como gostaríamos. Podemos até enganar
nossos irmãos encarnados, mas não podemos enganar o plano espiritual. E
desta forma nenhuma magia será mobilizada por aquele ou aquela que não se
encaixa no padrão esperado pela espiritualidade, pois sabemos que toda
magia inicia-se no campo mental, um grande exemplo disso seria o ponto
riscado e as mandálas nos trabalhos de magia, que são um instrumento de
concentração das entidades e médiuns, onde são plasmados campos de força,
portais e passagens para dimensões extras físicas, que condicionam o mental
do mago a atingir esferas elementais, ativando e animando a vontade e o
sentimento em prol de um objetivo pré-estabelecido. A espiritualidade
concederá a você todas as possibilidades para que você ponha em prática
suas virtudes. Para isso, será necessária uma reforma íntima poderosa.
Somente você poderá limpar-se e curar as feridas que você mesmo abriu. A
espiritualidade confiará em você, enaltecendo e dando crédito a você, até o
último momento, em que você mesmo rompa o laço que os une, e passe a
errar por várias encarnações se necessário para o aprendizado, e sua roda de
incertezas volte à estaca zero. Somente você poderá mudar sua vida. Caso
não mudem primeiro os erros e frustrações, medos e incertezas internas, todas

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as virtudes que recebeu, poderão fugir-lhe pelas mãos. Traições serão


esquecidas pelos que sofreram com seu desequilíbrio. Mas a grande dor será
sua, caso não aprenda a lidar com a confiança que lhe é concedida pelo astral
e pelos irmãos que te receberam. Ser médium é estar em prova de fogo o
tempo todo, e estar com a machadinha de Xangô a um centímetro de seu
pescoço, porque a justiça é virtude essencial, daquele que pretende doar e
receber a caridade... Tudo depende de você…

1 - Ritualística nos terreiros:

Sem codificação em uma forma geral, mantem a sua principal característica,


que é a de uma religião absorvente no sentido de conhecimento, ritualística e
práticas mediúnicas que auxilie a evolução do espírito humano. Por isso cada
terreiro segue um ritual próprio, ditado pelo dirigente espiritual do terreiro, a
partir de sua fundação, seguindo a formação espiritual de seus fundadores, o
que faz a diferenciação de ritual entre uma casa e outra. Seguindo o princípio
consciente da prática da caridade em sua mais plena forma de ação e desejo,
sem almejar nada em troca, tanto material como determinadas vantagens
sociais, temos que atentar sempre, que a evolução da Umbanda, depende
também, da boa prática que exercemos não só na forma de auxiliar, como
também, buscando sempre sermos dignos de poder estar intermediando o
caminho de grandes mensageiros, que como guias espirituais, auxiliam-nos
guiando-nos no caminho do bem. O mais importante, seria que todos
pudéssemos encontrar em nossas diferenças de culto, as semelhanças que
nos unem. A caridade seria uma delas, o desejo de crescer e evoluir em prol do
socorro alheio! Independente da ritualística de cada terreiro, devemos nos
importar em preparar um solo fértil e salutar, para aqueles que com tanta fé nos
procuram em um pedido de socorro e também nos ensinam muito com sua
forma de superar as dificuldades da vida. A ritualística só acontece, se a
essência de nossos Orixás e ancestrais for bem estruturada em corações puros
e com sentimentos verdadeiros, para que na prática exale o perfume puro da
magia do amor.

2 - Cumprimentos e posturas ritualísticas:

2.1 - Bater Cabeça no conga:

Podemos de frente para o conga, em concentração plena e absoluta,


mentalizar primeiro o nosso eu, nossa individualidade, ou seja, o nosso Ori,
que vem em primeiro lugar, para depois, saudarmos o nosso Orixá de frente e
em seguida os adjuntos, Ossi e Otun. Caso ainda não saibamos quem rege a
nossa coroa espiritual, Batemos a cabeça no conga em sinal de respeito e
obediência à Zambi e a todos os Orixás, pois simboliza que nossa cabeça, que
nos comanda e nos rege, está se subordinando ao Axé dos Orixás e com a
certeza que Zambi irá direcionar a nossa saudação, ao Orixá que comanda o

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nosso Axé. Em diversas culturas, de vários povos muito religiosos e crentes


em sua fé, o hábito de se baixar a cabeça perante alguém ou alguma coisa
significa respeito, consideração e que estamos submissos e obedientes a esta
pessoa ou Divindade.

2.2 - Paó (saudação aos Guias e Orixás com três palmas lentas, seguidas
de sete)

O Paó (paô) é uma expressão ritualística, que serve como sinal de que se
precisa comunicar algo sem se quebrar o silêncio do resguardo. Isso ocorre
muito no Candomblé, daí batem com as palmas das mãos comunicando-se. É
usado também como saudação para Orixá, e é diferente de Orixá para Orixá. É
uma palavra em yorubá que significa:
"Pa" = juntar uma coisa com outra; "o" = para cumprimentar.
Derivado de ìpatewó (aplauso), serve para a comunicação com os Orixás e
Guias.

2.3 - Porque não usar brincos, pulseiras entre outros dentro do terreiro:

É cientificamente comprovado que dentre as matérias tangíveis encontradas


em nosso planeta, os metais (ouro, prata, bronze etc.) constituem-se de grande
poder magnético atrativo (capacidade de atrair, conduzir e/ou condensar em
seu corpo, energias dos mais diferentes níveis e tipos). O importante é que,
com esta informação em mente, é bem fácil deduzir-se o que pode ocorrer a
um médium que se apresenta como um autêntico cabide de bijuterias
ambulante. É fato que nos trabalhos mediúnico-espirituais, estando
incorporados ou não, quase sempre enfrentamos forças de baixo teor vibratório
(kiúmbas, formas-pensamento negativas etc.) que acompanham e turbam a
vida de muitas pessoas. Estas, ao serem conduzidas ou procurarem o auxílio
de um Templo Umbandista, para verem dissipadas as causas e os efeitos de
tais assédios, apresentam seu campo áurico (Aura -Campo Energético) e
perispiritual (Corpo Astral) completa ou parcialmente contaminados pelos
fluidos hostis das forças supracitadas. Não obstante os obsessores ao serem
doutrinados e/ou detidos e encaminhados a prisões astrais, e as formas-
pensamento serem desintegradas, durante todo o trabalho de assepsia
espiritual, resíduos magnéticos destas individualidades tendem a agregar-se
aos metais mais próximos, inundando-os com fluidos nocivos, neste caso, os
metais que o intermediário utiliza. Muitos podem estar se perguntando qual o
papel das entidades espirituais nesta situação. Bem, elas fazem a parte que
lhes compete, cruzando e defumando as guias dos médiuns, solicitando
somente o uso de vestimenta branca (cor branca - função Refletora repulsora
de eletromagnetismo nocivo), banhos de mar e cachoeira, banhos com ervas,
defumações especiais no templo, e uma série de outras providências salutares
ao seu "aparelho". No entanto, será que há preocupação em se fazer a
assepsia de brincos, pulseiras, cordões e outras bijuterias, como colocá-las em

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um recipiente de barro com água e sal grosso? O que acontece então?


Paulatinamente tais adereços vão sendo encharcados por cargas densamente
negativas, que acabam por jorrar no próprio médium. Na Umbanda possuímos
recursos não só repressivos, mas também preventivos para lidarmos com
certas circunstâncias. Não custa nada ao médium, principalmente do sexo
feminino, antes de começar o labor caritativo, tirar e guardar os metais que ora
utiliza, evitando com isto eventuais efeitos danosos a sua constituição espírito-
física.

3 – O toque no chão do terreiro:


Sinal de respeito, saudação e comprimento, é pedir licença para entrar aos
donos da casa, aos Orixás da cumeeira (ponto de força do terreiro situado no
teto ligado ao centro do terreiro) e do solo. Para o povo Nagô, saudar com três
toques no chão, significa ação, movimento e expansão, significa o assim seja,
o cumpra-se. Ex.: Sarava Ogum – Que assim seja, que Ogum venha até nós.
Também tocar o chão três vezes, saúda-se à Caboclo, Preto Velho e Criança,
a trindade originária da Umbanda em sua fundação pelo Caboclo das Sete
Cruzes ilhadas.

4 – O toque no chão do terreiro fazendo o sinal da cruz:


Significa que estamos saudando o Alto, o Embaixo, a Direita e a Esquerda.

5 – O ato de saudar o atabaque:


Geralmente são três: Rum, Rumpi e Lê. Com cuidados especiais e muito
respeito, os atabaques são batizados, são alimentados e oferendados a três
orixás, regularmente são cuidados com dendê ou azeite doce. Cumprimentar
os atabaques no início das giras seria cumprimentar a esses orixás com
respeito e a função dos mesmos também, pois através dos cânticos, ritmos e
levadas, nossos ancestrais e seus Axés, chegam até nós.

6 – O girar o corpo antes de bater a cabeça no conga:


É a representação do seu micro cosmo se integrando com o macro cósmico e
conforme falamos anteriormente, isso se concretiza, quando acontece o ato de
tocar com a fronte e os cerebelos ao solo ou na borda do conga.

7 – O bater das palmas em momentos específicos:


Vemos muito dentro dos terreiros, já um hábito corriqueiro de se bater palmas
na chegada de algum Orixá ou Guia, esse ritual se assemelha a bater Paô,
simbolizando também, que eu chamo a atenção dos Orixás para mim e
verbalizo o que pretendo com a ajuda deles. Bate-se Paô nos assentamentos,
nos atabaques, firmezas, antes das giras e no final principalmente no conga,
bate-se na entrega de oferendas e na casa dos assentamentos de Exu e outros
Orixás, como já explicamos anteriormente.

8 – O se curvar sempre na presença do guia chefe do terreiro ou


representação de um Orixá:

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Em sinal de respeito e reverência, devemos sempre nos abaixar na presença


das entidades que dirigem os trabalhos do terreiro e principalmente na
presença da representação de um orixá no terreiro demonstrando submissão à
Lei Maior que nos rege através de seus mensageiros.

9 – Cumprimento a Exu:
Um hábito muito comum nos terreiros é cumprimenta-se Exu espalmando as
mãos para baixo com os dedos cruzados ou girando as mãos uma sobre a
outra ao lhe dar boa noite, isso significa que estamos de corpo e alma abertos,
como também os nossos caminhos para a vista de Exu, permitindo que ele, o
executor da lei, leia nossos passos e caminhos.

10 – O beijar as mãos dos dirigentes do terreiro:


Beijar as mãos dos dirigentes é sinal de respeito e fraternidade para com Ele e
com a parte espiritual que o acompanha, como serve também para nossos
irmãos de caminhada, como saudação aos orixás de seu ori.

11 – Beijar e se deixar beijar as mãos de outro irmão do terreiro:


Beijar e se deixar beijar as mãos de outro irmão, é sinal de respeito ao próximo
e irmandade dentro da fé.

12 - O abraço tocando os ombros:


A dualidade muitas vezes observada em práticas ritualísticas, em todos os
segmentos religiosos, polaridades, idas e voltas, encima e embaixo, nos faz
crer que o toque nos ombros (direito e esquerdo) decorra de uma estrutura
polar na cultura religiosa nagô. Masculino e feminino, positivo e negativo,
direita e esquerda. Em muitas histórias, os orixás e ancestrais masculinos
sempre aparecem relacionados ao lado direito e os femininos ao esquerdo,
como Yin e Yang na cultura Chinesa, simbolizam a escuridão e a claridade.
Fundamentando os nossos conceitos, vemos que o mundo é composto por
forças opostas e achar o equilíbrio entre elas é fundamental.

13 – O porquê retirar o calçado antes de adentrar no terreiro:


Existem alguns pontos que vou ressaltar agora que devemos compreender,
nos conscientizar e nos aprofundar no por que:

1º Nós Umbandistas, costumamos tirar o calçado em respeito ao solo do


terreiro, pois o contrário seria como se estivéssemos trazendo a sujeira da
rua para dentro de casa;

2º É também uma forma de representar a humildade e simplicidade do Rito


Umbandista;

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3º Além de sermos comparados a para-choques naturais, e ao recebermos


qualquer energia mais forte, automaticamente ela se dissipa no solo e caso
estejamos de calçados, principalmente emborrachados, essa energia não se
dissipará;

4º A força ancestral, segundo a cultura Africana, nos chega através do solo, o


espaço de passagem do além (Orun), para o nosso mundo (Aiyê), é
exatamente do interior da terra para a superfície;

5º Pela linha Africana, cabe ressaltar, que a origem desse costume nos cultos
de origem afro-brasileira, é outra; os pés descalços era um símbolo da
condição de escravo, e lembremos que o escravo não era considerado um
cidadão, ele estava na categoria do gado bovino por exemplo. Quando
liberto, a primeira medida do negro era comprar sapatos, símbolo de sua
liberdade, e de certa forma, inclusão na sociedade formal. O significado da
conquista do sapato era tão profunda, que muitas vezes eles eram expostos
em lugar de destaque nas casas, para que todos vissem. Ao chegar ao
terreiro, transformado em solo Africano, pelos elementos de sua terra ali
enterrados e ativados, os sapatos, símbolo para o negro de valores na
sociedade branca, eram deixados do lado de fora, pois a partir daquele
momento, eles estavam em África, não mais no Brasil, pois no solo Africano
eles retornavam as suas condições de guerreiros, príncipes, sacerdotes,
caçadores.

14 – Tipos de banhos de ervas, sacudimentos e seus fundamentos na


Umbanda:

14.1 - Banhos Lustrais ou Energéticos: Nesses banhos entram as ervas


correspondentes ao Eledá (Orixá de frente em nossa Coroa) ou ao Ossi e
Otum (Orixás adjuntos) raramente, da pessoa. Visam energizá-las fortificando o
seu corpo etéreo. Esses banhos podem ser feitos também com ervas do Orixá
Oxalá, cujo elemento ar interpenetra todos os outros elementos dando-lhes
vida.

14.2 - Banhos de Descarga: São banhos feitos com ervas, essencialmente do


elemento fogo (Orixá Ogum, Xangô, Exu, Iansã e Yori), que visam uma limpeza
do corpo etérico, saturado com energias malfazejas. Esses banhos devem ser
tomados do pescoço para baixo, a fim de que não atinjam o Chacra Coronário,
que é bastante delicado e espiritualizado.

14.3 - Sacudimentos: Ervas com função acentuadamente captativas, que


passadas ritualisticamente em ambientes (residências, escritórios, etc.), ou em

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pessoas, captam o excesso de energias pesadas que atrapalham o andamento


das coisas ou produzem doenças e mal estar nos indivíduos.

15 - Fundamentos do canto na ritualística da Umbanda:


O canto, que na Umbanda chamamos de pontos cantados, são meios de louvor ou
petição, uma forma de nos comunicar em prece cantada, que devidamente
mentalizados tornam-se “mantras”; ou seja, palavras com força energética de atração
dos fluidos positivos, aos quais estamos louvando ou pedindo. Tem valor e força de
prece, como também se mal usado, atrai o contrário.

16 - Fundamentos do Atabaque na ritualística da Umbanda: ILUSTRAÇÃO

Não é necessário usar atabaques em todos os trabalhos que envolvam


práticas mediúnicas, partindo do princípio de que a Umbanda é uma religião
de várias vertentes com influências religiosas variadas, desde as práticas
mais sutis as mais densas no que diz respeito aos trabalhos dos irmãos do
Oriente, a desmanches de magia negra pelos nossos Guardiões. A
explicação tem vários ângulos, a concentração é um dos pontos e o barulho
ensurdecedor neste aspecto, não é condizente com a calma, a busca de um
estado mental e emocional para isso, como vemos em giras do povo do
oriente e em trabalhos de passe magnético, podendo causar bloqueios no
aparelho. Num segundo momento, o atabaque induz com seu som, ao transe
mediúnico, em determinados trabalhos, onde o cérebro trabalha como um
captador frequencial. Existe um ritual correto no uso de atabaques que é
desbloquear áreas do inconsciente, porém é na fase inicial, chamado de
ritual de transe anímico, nestes rituais não existe incorporação de entidades.
Curimbeiros é o nome que damos para o grupo de irmãos responsável pelos
toques e cantos sagrados dentro de um terreiro de Umbanda e Curimba é
como chamamos também os cânticos. São eles que percutem os atabaques
(instrumentos sagrados de percussão), assim como conhecem cantos para
as muitas “partes” de todo o ritual umbandista. Esses pontos cantados, junto
dos toques de atabaque, são de suma importância no decorrer da gira e por
isso devem ser bem fundamentados, esclarecidos e entendidos por todos
nós. Muitas são as funções que os pontos cantados têm. Primeiramente uma
função ritualística, onde os pontos “marcam” todas as partes do ritual da
casa. Assim temos pontos para a defumação, abertura das giras, bater
cabeça, etc. Temos também a função de ajudar na concentração dos
médiuns. Os toques assim como os cantos envolvem a mente do médium,
não a deixando desviar-se do propósito do trabalho espiritual. Além disso, a
batida do atabaque induz o cérebro a emitir ondas cerebrais diferentes do
padrão comum, facilitando o transe mediúnico. Esse processo também é
muito utilizado nas culturas xamânicas do mundo afora. Entrando na parte
espiritual, os cantos, quando vibrados de coração, atuam diretamente nos

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chacras superiores, notavelmente o cardíaco, laríngeo e frontal, ativando-os


naturalmente e melhorando a sintonia com a espiritualidade superior, assim
como, os toques dos atabaques atuam nos chacras inferiores, criando
condições ideais para a prática da mediunidade de incorporação. As ondas
energéticas sonoras emitidas pela curimba vão tomando todo o centro de
Umbanda e vão dissolvendo formas pensamento negativas, energias
pesadas agregadas nas auras das pessoas, diluindo miasmas, larvas astrais,
limpando e criando toda uma atmosfera psíquica com condições ideais para
a realização das práticas espirituais. A curimba transforma-se em um
verdadeiro “polo” irradiador de energia dentro do terreiro, potencializando
ainda mais as vibrações dos Orixás e Guias.

17 – Fundamentos do defumador na ritualística da Umbanda:


ILUSTRAÇÃO

Uma das práticas ritualísticas mais antigas que se tem registro, é a queima de ervas,
folhas e raízes com o intuito de se transmutar algo, como limpeza e perfumação de
ambientes, curas e como repelentes de animais e forças maléficas. Dentre as funções
que exerce, tem como base mais sólida, a limpeza do próprio ambiente e das pessoas
presentes. Na brasa, está a presença do elemento fogo; na fumaça perfumada está o
sinal do elemento ar; no próprio carvão vegetal que produz a brasa está o elemento
terra; no copo com água que deve ser conduzido no ato da defumação está o mesmo
elemento água, agindo com suas energias sutis sobre os presentes e o próprio
ambiente. Nenhuma ação de limpeza ambiental é mais completa que uma
boa defumação, pois o ar concentrado de energias elementais entra e penetra
em todos os cantos e brechas da casa envolvendo as paredes, o teto, o chão,
os móveis, enfim, tudo. Além disso, a defumação também descarrega o corpo
mediúnico das pessoas e sutiliza suas vibrações tornando-as receptivas às
energias de ordem positiva, fazendo assim, com que a comunicação com o
Plano Astral Superior se torne mais fácil e em perfeita harmonia. Tudo isso
facilita a imantação positiva que as Entidades de Luz irradiam sobre o nosso
corpo físico, irradiação esta, capaz de eliminar as doenças de fundo espiritual e
material. E como sabemos, se assim agirmos, dentro dos preceitos ritualísticos
da defumação, iremos exigir menos de nossos guias, no que diz respeito à
necessidade que eles têm de baixarem a sua vibração para se aproximarem de
nós, devido à densidade etérea que carregamos em nossa egrégora.

18 – Fundamentos do Cruzeiro das Almas nas Casas de Umbanda:


ILUSTRAÇÃO
Geralmente encontrado dentro dos cemitérios, que na Umbanda conhecemos
como Campo Santo ou ainda Calunga Pequena, o Cruzeiro das Almas ficou
conhecido como ponto de referência para que velas sejam acesas em
lembrança e homenagem das pessoas que ali foram enterradas em um ritual
para que suas almas sejam levadas a Deus. Um Cruzeiro das Almas é uma
passagem, ou ainda, um portal onde o espírito passa de um plano vibratório
para outro e o Orixá que rege este campo de ação é Omolú, mas o cruzeiro
serve somente para isso? Podemos interpretar "plano vibratório" como campo

13
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

de energias, isso pode se aplicar a diversas situações que estejamos passando


em nossas vidas como, por exemplo: Uma doença física, emocional, uma
obsessão complexa ou mesmo simples, magoas, ódios, rancores e todo
sentimento de ordem negativa e quando falamos em transmutação nos
referimos também à modificação de vibração que nos problemas citados acima
seria o oposto, ou seja, o lado positivo. Se nos referimos a "planos" podemos
ainda simplificar por “passagens" para que de forma simples nos tornemos
mais compreendidos que dá o título muito conhecido de Pai Omolú, como
também "Senhor das Passagens". Direcionamo-nos agora para uma casa,
centro, tenda de Umbanda onde encontramos nos terreiro sempre um
"cantinho" das almas" ou o Cruzeiro das Almas. Muitas vezes um determinado
guia nos dá uma vela branca e nos pede para firma-la no mesmo, logo
interpretamos que estamos com egúns, kiúmbas ou algum sofredor, mas nos
esquecemos de que tal qual no campo santo, ali também é um ponto natural e
sagrado de Obaluayê, Nanã, Iansã e muitas vezes a vela não é para os outros,
mas sim para nós mesmos, para podermos com a ajuda do Pai,
Transmutarmos algo de ruim, que ainda não estamos conseguindo sozinhos
resolver dentro de nós. Lembramos ainda que o Cruzeiro de um centro tem a
função de proteger também a casa de ataques de seres infelizes vampiros
espirituais, etc., como no campo santo é feito. A grande maioria dos devotos
das almas vai na segunda-feira ao Cemitério ou ao Cruzeiro de uma Igreja ou
Terreiro, ascender velas, rezam terços, vão pagar ou fazem promessas, para si
próprio ou para os desencarnados. Lembrando que as almas são
poderosíssimas e tudo fazem para ajudar, porém convém lembrar que elas
costumam “cobrar” o cumprimento das promessas, Ex.: Cobram o nosso
sacrifício pessoal e intransferível para evoluirmos, devoção, dedicação,
abnegação, entusiasmo pela vida e pelo crescimento e progresso de nossos
sonhos e compromissos, e principalmente exigem que jamais atentemos contra
a nossa própria vida ou a de nosso próximo.

19 - Fundamentos de Exu na tronqueira das Casas de Umbanda:


ILUSTRAÇÃO

São Eles, grandes amigos, companheiros e irmãos nossos, que não


descansam, não recuam em suas missões de socorro e proteção que ali
sempre estão quando entramos num terreiro, geralmente a primeira coisa que
visualizamos e saudamos é a casa de Exu, com seus fundamentos e fechada
para o acesso do público, já que as mirongas lá dentro não podem ser vistas.
No Brasil, Exu é familiarmente chamado de Guardião, Povo da Rua, das
Calungas ou das Encruzilhadas, onde suas oferendas normalmente são
entregues. Num terreiro, o seu lugar consagrado fica ao ar livre ou dentro de
uma pequena choupana isolada denominada "a casa de Exu", onde são
colocados os assentamentos dos Exus de trabalho da Casa e também
oferendas para Eles ou para fortalecerem os trabalhos da Casa pelo Orixá Exu,
que é diferente do falangeiro Exu, também é oferendado atrás da porta de
entrada do barracão. Muitas vezes confundido com o conceito cristão de
demônio, Exu é, na verdade, uma força que possibilita a ligação entre este
mundo físico, Aiyê, e aquele habitado pelas divindades, Orum, mantendo o
equilíbrio entre ambos. Como falamos anteriormente, é a Divindade

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FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

responsável pela comunicação dos Orixás conosco, mantenedores do


equilíbrio em nosso planeta e executores da Lei do Carma.

20 - Fundamentos da bebida nos rituais das Casas de Umbanda:


Sabemos que o álcool é um elemento volátil e de grande força transmutadora,
tanto nos trabalhos de consulta, manipulados nos pontos riscados ou para
fazer limpezas no campo etéreo dos médiuns ou consulentes, ou seja, envolve
com grande poder magístico energias deletérias, e as devolve para o plano
mais sutil reestruturando-as em sua forma energética de forma que as
possamos utilizar a nosso favor ou que complementem o astral de forma mais
positiva e construtiva, podendo assim serem direcionadas em favor de nosso
próprio crescimento espiritual.

20.1 - Existem diversas formas ritualísticas de se manipular o álcool,

dentre elas, vemos os terreiros dos seguintes tipos:

- Os em que as entidades incorporadas não usam de forma alguma.

- Os em que elas bebem durante os trabalhos.

- Os que usam bebida em situações mais veladas.

- Os que utilizam a bebida somente em manipulações magísticas e


ritualísticas, sem a ingestão pela Entidade.

Não é obrigatória a ingestão de bebida alcóolica pela entidade incorporada,


por esse motivo, dependendo do terreiro, pode haver diferença na ritualística
para os trabalhos, podendo ou não ser ingerida a bebida pela entidade
incorporada, porém o seu uso externo se faz necessário, porque o álcool
volatiza-se rapidamente, servindo como condensador energético para
também desintegrar miasmas pesados que fiquem impregnados nas auras
dos consulentes, além de agir como elemento volátil de assepsia do
ambiente, podendo até ser baforado por cima dos ombros do consulente
acelerado assim a desagregação de energias estáticas ou estagnadas,
também para consagração, energização ou limpeza de um objeto ritualístico.
Muito utilizado também dentro dos pontos riscados pelas entidades em suas
magias, dentro de um recipiente junto a um toco de vela. Enfim,
indispensável para os trabalhos ritualísticos e magísticos de uma verdadeira
casa de Umbanda, como também outros fluídos mais ou menos densos de
efeito ritualístico são indispensáveis.

21 - Fundamentos de ascender à vela na ritualística de Umbanda;


ILUSTRAÇÃO

Peças fundamentais em nossa ritualística, em todos os momentos e


finalidades, as velas nos foram somadas pela influência do Catolicismo,

15
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

porém já eram utilizadas dentro das senzalas como forma de iluminar o


ambiente. As velas funcionam como um transmissor vibracional,
eletromagnético, rumo aos planos que se desejam atingir, ligando a energia
liberada através da vontade do médium ou mago, com a onda
eletromagnética afim, com a velocidade maior do que a da luz, furando
qualquer bloqueio energético devido a força ígnea da chama. A chama da
vela é a conexão direta com o mundo espiritual superior, a parafina,
elemento mineral, atua como a parte física da vela ou símbolo da vontade.
Nos terreiros, há sempre alguma vela acesa, são ponto de convergência para
que o umbandista fixe sua atenção e possa assim fazer sua rogação ou
agradecimento ao espírito ou Orixá a quem dedicou. Ao iluminá-las,
homenageia-se, reforçando uma energia que liga, de certa forma, o corpo ao
espírito. A função da vela, que já foi definida como o mais simples dos rituais,
e', no seu sentido básico, o de simplesmente repetir uma mensagem, um
pedido, passo fundamental no ritual de acender velas. O pensamento mal
direcionado, confuso ou disperso pode canalizar coisas não muito positivas
ou simplesmente não funcionar. Diz um provérbio chinês: "cuidado com o
que pede, pois poderá ser atendido". A pessoa se concentra no que deseja e
a função da chama é o de repetir, por reflexo, no astral, a vontade e o pedido
do interessado. Existem diversos fatores dentro da magia no tocante ao
número de velas a serem acesas e outros detalhes. O ato de acender uma
vela deve ser um ato de fé, de mentalização e concentração para a finalidade
que se quer. É o momento em que o médium faz uma "ponte mental", entre o
seu consciente e o pedido ou agradecimentos à entidade, Ser ou Orixá, em
que estiver afinizando. Muitos médiuns acendem velas para seus guias, de
forma automática e mecânica, sem nenhuma concentração. É preciso que se
tenha consciência do que se está fazendo, da grandeza e importância (para
o médium e Entidade), pois a energia emitida pela mente do médium, irá
englobar a energia ígnea (do fogo) e, juntas viajarão no espaço para atender
a razão da queima desta vela. Nenhuma magia é ativada sem que seja
animada pela força mental do médium ou mago, pela sua vontade e
sentimento canalizados em um conjunto de ações bem direcionadas.

21.1 - Deslocamento da chama da vela no universo:


Ao ascendermos uma vela, essas irradiam suas ondas ígneas de muitas
maneiras, todas análogas às ondas eletromagnéticas existentes nas
dimensões básicas ou elementares, assim como irradiam ondas fatoriais ou
coletoras de essências existentes para prana ou éter. Saibam que cada onda
obedece a uma das 7 Linhas irradiadas pelo Divino (7 Linhas de Umbanda) e
às irradiações de um dos 7 magnetismos. O fundamento das ondas ígneas
irradiadas pelas chamas das velas é tão magnífico que ver nele a repetição das
ondas eletromagnéticas que fluem pelo universo sem que saibamos quem as
emite, onde a emissão começa nem para onde se dirige, pois em qualquer
lugar podemos captá-las mentalmente. Essas ondas divinas são captadas aqui
na Terra e podem ser captadas em outras Galáxias, distantes da nossa “Via
Láctea”, e nós as entendemos como as irradiações de Deus/Olorum, que estão
em tudo e em todos os lugares, o tempo todo. Isso explica uma das principais
funções de se ascender velas e como o magnetismo ígneo transporta a

16
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

vontade e os sentimentos de quem os envia para algum local ou para alguém


distante.
21.2 - A cor das velas e algumas de suas funções:
Brancas: É a cor universal, acende-se para Oxalá e todos os Orixás e Guias.
Pode ser usada para quase todas as finalidades. Está ligado a Saturno e à Lua,
por isso, atrai intuição, harmoniza o lado espiritual e a reconquista do otimismo
e esperança. Usadas para limpeza e para realizar ritos que tenham a finalidade
de canalizar as energias mais superiores.
Preta: É usada geralmente em trabalhos de magia e não sendo acesa
normalmente para um determinado Guia ou Orixá, não é uma cor negativa
como muitos pensam. Está ligada a Saturno, à Lua e Plutão. O preto é uma cor
extremamente poderosa que deve ser usada sempre que quisermos respostas
concretas aos nossos objetivos. É a cor do conhecimento do bem e do mal, por
isso está ligado à bruxaria em todas as suas manifestações. O preto é a única
cor que não tem finalidade específica, pois é sempre usada para atrair aquilo
que queremos, sobre nós ou sobre outras pessoas, sejam coisas boas ou
ruins, seja a vida ou a morte, a saúde ou a doença, o sucesso ou o fracasso. A
vela preta é usada para neutralizações de energias, absorção de negatividade
e para solucionar bons pedidos materiais atravancados. É comum acender
velas pretas durante uma doença fatal para absorver sua negatividade.
Rosa: É normalmente acesa em alguns cultos de nação ou terreiros de
Umbanda para Ibeji ou Oxun, que também recebe na nação a cor amarela,
porém em sua maioria, no culto religioso de Umbanda, usamos a cor azul clara
para Oxun. Também é usada em rituais para atrair a felicidade amorosa ao
lado da pessoa amada. Harmoniza os laços matrimoniais e os casamentos que
estão abalados. Por ser uma cor ligada à Vênus, equilibra os relacionamentos
entre as pessoas; família; colegas de trabalho; intensifica a autoestima; a
beleza e o amor incondicional e a capacidade de se relacionar e acalma as
emoções.
Amarela: Nos cultos de Umbanda tradicional, é acesa para Inasã, já em cultos
de nação, é acesa para Oxun, como o rosa também. As velas amarelas devem
ser acesas quando queremos conquistar a alegria; alcançar sucesso
profissional e financeiro, riqueza; conquista da criatividade; inteligência;
sucesso na área de administração. Também para vender a própria imagem,
poder de persuasão. Também ajuda nos estudos.
Laranja: Na Umbanda tradicional é normalmente acesa em trabalhos de magia
e não para um determinado Guia ou Orixá e está ligada ao Sol. Atraem o
sucesso, as honrarias, a fama, a popularidade, a sorte, a prosperidade. A vela
laranja é usada para dar graças por tudo recebido pelo Pai. Usada também
para buscar e pedir alegria, a paz e a tranquilidade; para incentivar a
criatividade, as diversões e os prazeres e as atividades artísticas e desportivas;
para proteger em viagens longas, para resguardar o casamento e o noivado;
para reforçar a vitalidade e a energia criadora; para as novas empresas e

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FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

esotericamente para receber luz e alimentar o poder mental e o espírito. A vela


laranja afasta o azar, o comodismo e o conformismo, fazendo com que as
pessoas tomem consciência de seus direitos e possibilidades na vida e
ajudando as mesmas a concretizarem seus objetivos.
Marrom: Em nossa Umbanda tradicional, é acesa para o Orixá Xangô e no
esoterísmo está ligada a Mercúrio. Faz com que as pessoas coloquem “os pés
no chão” e se centrem na vida. Devem ser usadas em rituais preparados para
pessoas que ainda não conquistaram o sucesso material, pois, ajudam na
conquista de bens, propriedades, realização pessoal e seu objetivo de vida.
Usada em feitiços ligados à justiça, a verdade e os acordos. A vela marrom
também é acesa em homenagem aos gnomos protetores da casa, para que
estes não perturbem a paz dos moradores e para que possam nos presentear
com sorte e prosperidade.
Vermelha: Usada ritualisticamente em nossa Umbanda tradicional para ativar a
energia do Orixá Ogum e é a cor ligada à Marte. Tem função de afastar
energias negativas de todas as ordens. Quando um feitiço é mandado contra
nós, devemos nos proteger acendendo velas vermelhas para que ele seja
quebrado. O vermelho é a cor da guerra e da vitória. Por isso, quando estiver
lutando para conquistar algo realize feitiços com velas vermelhas. O sucesso
será certo! Também é usada em feitiços para dar coragem, sexualidade,
dinheiro, ações rápidas, força física; protege dos acidentes principalmente
daqueles que podem afetar ou deixar vestígios na cabeça; protege-nos,
também, dos cortes, das armas de fogo.
Roxo ou Púrpura: Em nossa Umbanda tradicional, é usada na
representatividade do Orixá Nanã ou Obaluaiê e está relacionada a Júpiter e
Netuno. Tem poder de transmutar o karma, trazer equilíbrio espiritual e
harmonizar os altos e baixos que a vida pode proporcionar a um indivíduo.
Ajuda nos estudos profissionais e superiores. A vela púrpura ou roxa é a
Chama da Iniciação, e não existe chama grande ou pequena que não tenha de
passar pelos seus domínios. A sua chama sempre nos impulsionará em nosso
progresso e desenvolvimento empresarial, comercial e espiritual.
Azul claro: Em nossa Umbanda tradicional é direcionada para o Orixá Oxum e
o azul-claro está ligado a Vênus e Uran, o azul-marinho está ligado a Júpiter e
em cultos de Nação ou algumas Umbandas, ao Orixá Ogum. O azul claro tem a
finalidade de inspirar carisma e harmonia familiar, atrai paz e equilíbrio e
devem sempre ser usadas para atrair tranquilidade, uma situação favorável ou
a concórdia entre as pessoas, pois, esta vela provoca mudança brusca na
mente das pessoas. Também é usada em feitiços de cura, para trazer paz,
paciência e alegria. Se acesa antes de dormir ajuda a conciliar o sono. O azul
escuro tem como função básica a virtude de trazer prosperidade, êxito
profissional e boas oportunidades, empréstimos bancários e para pedir ajuda
de pessoas influentes; atrair a expansão de todas as coisas, boas ou ruins, por
isso é uma cor que deve ser usada com muita cautela.

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FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

Verde: Em nossa Umbanda tradicional, é usada para o Orixá Oxóssi e está


relacionada à Mercúrio. Usada em feitiços para atrair abundância, fartura,
prosperidade, conquista de bens materiais, emprego, saúde, cura,
crescimento, sorte, metas pessoais, estabilidade, solidez, constância,
responsabilidade, profundidade dos pensamentos e das ações, a
longevidade, a sabedoria, o triunfo e o êxito na profissão. Essa vela é capaz
de nos proporcionar a verdadeira fortuna, sem termos por isso de renunciar
ao Espírito.

Cinza: Usada normalmente em trabalhos de anti-magia sem direcionamento


vibracional à algum Guia ou Orixá e está ligada a Saturno. É uma cor de vela
que deve ser evitada, pois seu maior atributo é trazer a tristeza, a depressão
e o luto. No entanto pode ser usada sobre o altar para representar aquilo que
nos restringe, reprime ou nos prejudica. Geralmente quando usamos uma
vela cinza para essa função, ela é quebrada ao final do ritual, simbolizando a
quebra do mal que nos limita.

Prateada: Usada em rituais de magia e direcionada ao Orixá Logunã,


simboliza também a energia da Lua.
Dourada: É a energia do Sol. Quando unimos as forças do Sol e da Lua,
trabalhamos com a plenitude de luz e vibrações positivas, atraindo paz,
prosperidade, riqueza, saúde.

21.3 - Ritualística para a utilização das velas e o ritual para acendê-las:

Acenda as vela sempre com fósforo, acenda sempre a vela mais alta,
primeiro. Caso sejam cores variadas acenda sempre a vela branca ou rosa
antes de todas as outras, pela pureza que passam.

21.4 - Observações gerais:

1- Toda vela deve ser limpa e energizada antes de ser usada.

2- A limpeza pode ser feita passando a vela na fumaça de um incenso ou


pelo charuto ou cachimbo da própria entidade, ou passando azeite de oliva
em toda a vela da base para o pavio.

3- Para energizá-las, unte-as com um óleo indicado para a finalidade para a


qual a vela vai ser acesa, do pavio para a base e sempre pensando no que
você quer. Procure sempre usar a vela de cor apropriada, caso não a tenha
sempre use a vela branca.

22 – Óleos:

Vaselina líquida ou Óleo Mineral: atuam em ritos magísticos que visam a


beleza, o magnetismo e a conquista de bens materiais;

Óleo de Amêndoa: muito usado em ritos magísticos para fortalecer o amor.


Sua vibração propicia harmonia, beleza, saúde e purificação;

19
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

Óleo de Amendoim: favorece a cura, a ação, a atração, a virilidade, o


dinheiro e tudo que se refere ao físico e à matéria;

Óleo de Coco: forte vibração para prosperar materialmente;

Óleo de Girassol: muito usado para proteção e atração de bons fluídos em


todos os campos;

Óleo de Semente de Uva: tem vibrações fortíssimas para beleza e


conquistas de bens materiais.

Óleo de Semente de Mamona: vibrações para beleza e potencializa os


pedidos em geral.

Azeite de Oliva: usado em purificações, benzimentos, curas, condução e


captação de vibrações. Nos sacramentos da Umbanda, como batismo,
confirmação e extrema-unção, o azeite de oliva é muito importante, pois além
dessa maravilhosa simbologia, ele tem a função de purificar o corpo astral,
equilibrar os chacras e alinhar o nosso eixo magnético, equilibrando o fluxo
energético e melhorando a percepção espiritual, o que facilita a comunicação
com o plano astral.

Azeite de Dendê: muito utilizado em rituais umbandistas, firmezas,


assentamentos, etc. É considerado o sangue vegetal mais utilizado na magia
Umbandista, e também é excelente condutor para realização de pedidos para
a prosperidade, dinheiro, fartura e uniões em geral. O dendê permite moderar
e suavizar situações sendo usado principalmente para divindades que se
caracterizam pela luta como Xangô, Ogum, Iansã e Exú.
Os óleos além de unção de velas podem ser usados para magia em geral,
padês, cruzamentos, oferendas, etc.

23 - Fundamentos do fumo na ritualística da Umbanda: ILUSTRAÇÃO

Charutos, cachimbos, cigarrilhas, cigarros e cigarros de palha, fazem parte


de uma prática ritualística milenar, a de se utilizar a erva em forma de fumo
para ser baforada, ou mais especificamente, defumada. A umbanda é muito
criticada, por usar o fumo nas sessões e principalmente em ambientes
fechados como nos terreiros. As folhas da planta chamada " fumo" absorvem
e comprimem em grande quantidade o prana vital enquanto estão em
crescimento, cujo poder magnético é liberado através das golfadas de
fumaça dadas pelo cachimbo ou charutos usados (defumação) pelas
entidades. As entidades não fumam, mas sim defumam o ambiente ou a
pessoa assistida e essa fumaça libera princípios ativos altamente
benfeitores, desagregando, as partículas densas do ambiente, as larvas
astrais e os miasmas espirituais do consulente. A defumação é usada em
várias religiões, justamente por ter a fumaça propriedades de dissipar cargas
pesadas no meio ambiente a nível etérico e astral com baixas vibrações.

24 - Fundamento da pemba nos trabalhos de Umbanda: ILUSTRAÇÃO

20
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

É utilizada para a escrita de pontos riscados, mandálas e cabalas, nos


trabalhos ritualísticos e magísticos da Umbanda. A pemba (giz de calcário,
elemento mineral em forma oval - forma cônica), que tem o poder de abrir e
fechar trabalhos de magia, portais que interligam dimensões espirituais, e
também a função de purificar o ambiente de uma forma geral, quando em
forma de pó é lançada ao ar no ambiente com fins religiosos ou até mesmo em
residências, comércios, como também por ser um elemento consagrado as
formas mágicas das entidades de luz e orixás, dependendo de sua cor, tem a
função nos trabalhos de ante magia, de chamar qualquer espírito à razão
quando se cruza o corpo do médium ou consulente, incorporado ou não com
um espírito desequilibrado. Também é usada nos rituais mágicos pelas
entidades para traçar sinais cabalísticos que movimentam energias e uma certa
classe de espíritos, os elementares. A pemba, de origem africana, é um
instrumento Ritualístico de alto significado, no seu preparo inclusive, são
cantados mantras direcionados as energias dos orixás, com o intuito de
irradiarem o seu axé na sua fabricação. A pemba praticamente é usada em
quase todos os rituais de Umbanda. A Umbanda tem no uso da pemba um dos
seus recursos mágicos, e ela pode ser usada de várias formas, tais como:

- Para riscar pontos cabalísticos;


- Para cruzar os filhos de fé;
- Para pós purificadores;
- Para limpar pessoas, em banhos de descarrego;
- Para cruzarem imagens ou outros objetos;
- Para assentamentos e firmezas;
- Para oferendas aos Orixás e Guias.

24.1 - Como é produzida a pemba utilizada na Umbanda (O ritual de


preparo):
Pemba é um elemento mágico mineral e sua confecção acontece da seguinte
forma: um mineral, tipo calcário (um gesso - Gipsita) branco é moído e coado, o
ideal é que tudo isso esteja em plena armonia física e espiritual, pois trata-se
do preparo de um dos mais eficientes elementos ritualístico de nossa
Umbanda, depois é moldado em formas ovais que lhe proporcionam fácil
manuseio e boa resistência, não sendo muito duro nem muito mole. O ideal, é
que durante o seu preparo, sejam entoados cânticos sagrados e sejam
mentalizadas as energias de nossos Orixás. A pemba ideal é aquela de fácil
manuseio e que risca facilmente sem esfarelar-se no chão. Os guias espirituais
gostam de riscar pontos cabalísticos, cruzar seus filhos e o terreiro quando vão
trabalhar. Cada um com seu próprio ponto, raramente repetido por outros
guias, ainda que alguns símbolos, signos e ondas sejam comuns. Porém,
sempre vemos diferenças entre os pontos de guias pertencentes a uma mesma
linha ou corrente de trabalho espiritual. As pembas podem ser consagradas ou

21
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

não, tudo depende da orientação dos guias espirituais, mas nunca é demais
potencializá-las, pois sua função nos trabalhos ritualísticos em 90% faz-se em
momentos de extrema concentração e magia no combate e prevenção de
energias deletérias.

24.2 - Fundamentos da escrita sagrada da pemba: ILUSTRAÇÃO

É a identidade de uma Entidade, o mantra dos Orixás, ela é potencialmente


cósmica assumindo vida própria após ser fundamentada. Tais sinais
identificam as vibrações predominantes e diretas das entidades espirituais
bem como a linha a que pertencem, o elemento que manipulam dentre outros
fundamentos. Essas escritas movimentam estruturas energéticas que usam o
campo cósmico e vibracional para se expandirem vibracionalmente,
movendo em si energias astrais, principalmente na abertura de portais entre
dimensões . Aliás, a simbologia possui esse poder, um simples símbolo ou
mantra é capaz de alterar o estado emocional e vibracional de uma pessoa
ou do ambiente, então já podemos imaginar o que um conjunto de símbolos
em uma mandála, cabala ou pontos riscados bem direcionados são capazes
de fazer.

25 - Campos e fundamentos da simbologia na escrita sagrada de


pemba e suas formas de estímulo para a sintonia com as
irradiações espirituais:

25.1 - Estímulo mental:

São os sinais que conectam e estimulam a nossa mente, ligando os símbolos


riscados as vibrações dos Orixás, dos elementares, entidades ou Guias
espirituais. Ex: Quando se riscam os símbolos dos Orixás, ligam-se as
vibrações desse Orixá à nossa mente, ao nosso ambiente e principalmente
as ondas eletromagnéticas das vibrações de desse Orixá solicitado para o
auxílio ao trabalho que esteja sendo manipulado.

25.2 - Estimulo da Sintonia:

Consiste em sinais que representam de uma forma geral, uma ideia, como o
arco e flecha que nos leva à caça, as matas de Oxóssi e a espada, que nos
leva a lutas, batalhas e à vitória, encorajada e estimulada em sua maior
pureza pelo Orixá Ogum,

25.3 - Estímulo auditivo:

Sinais que simbolizam determinados sons da vida e da própria natureza.


Exemplo: O mantra OM do hinduísmo (pronunciado Aum) que também é
representado simbolicamente pela escrita, que nos remete um mantra muito
poderoso na magia ativando “aquilo que protege”. Outro exemplo é a
simbologia do raio de Iansã, que nos submete a lembrança do estrondo
causado pelo raio, com sua queda na rocha.

22
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

25.4 - Análise fundamental de um ponto riscado:

A - Linha de trabalho - (Caboclo, Preto velho, Criança, Exú, etc.) – símbolos


no centro do ponto riscado;

B - Vibração ou Irradiação - (Orixás e locais da natureza habitados por


eles) – símbolos normalmente do lado direito e do lado esquerdo na parte
superior do ponto;

C – Local e forma de descarrego - (em que campo da natureza existe a


atuação da magia e onde as energias deletérias são descarregadas para que
o equilíbrio prevaleça, início, meio e o fim, para onde as energias escoam) –
símbolos normalmente do lado esquerdo, embaixo e na parte inferior do
ponto. Existem outros campos e objetivos a serem atingidos vibratoriamente
por um ponto riscado, mandálas ou cabálas, estou buscando orientar pelos
princípios básicos para um bom começo, seguro e com um direcionamento
energético bem definido.

26 - Fundamentos da pólvora nos trabalhos de magia e descarrego na


Umbanda: ILUSTRAÇÃO

As descargas ou descarrego, significam afastar determinadas perturbações


espirituais, obsessões, larvas e miasmas astrais, como também elos de ligação
entre obsessores e obsidiados, que estão atuando sobre uma pessoa, uma
residência, uma casa de comércio ou até mesmo contra os médiuns de um
templo de Umbanda, interligadas ao campo vibratório dos mesmos. A pólvora é
um dos elementos mais fortes usados em um trabalho de descarrego ou
dependendo do propósito, utilizado também, limpando o ambiente para que
determinadas energias atinjam seu objetivo no plano astral, quando é riscado
um ponto mágico com pólvora e em seguida é ateado fogo. Com a queima da
pólvora acontece uma explosão e um deslocamento de energia, uma
aceleração de partículas, gerando a eliminação de gases que movimentam as
moléculas de água que compõem nosso campo magnético (aura), local onde
se encontram as energias resultantes da queima de células de todo o nosso
corpo, dirigido pelo nosso cérebro, desagregando cascões astrais, queimando
acúmulos de energias e desconectando possíveis espíritos perturbadores,
também como falamos, pode abrir passagens para determinadas energias
lançadas por nós, se conectarem à ondas eletromagnéticas no plano astral, e
assim, atingir o seu alvo magístico. A quantidade de pólvora deve ser pouca e
temos que ser cuidadosos na hora de sua queima, senão pode acontecer de
alguém se queimar. Uns fazem buchas de pólvora e ateiam fogo numa das
pontas, e em outras formas magísticas, é feito um círculo. Já outros riscam
algum ponto cabalístico específico e cobrem com pólvora os riscos,
queimando-a em seguida, porém para que seja feito da forma correta em sua
ritualística, é fundamental que seja queimada partindo o fogo do pavíl de uma
vela branca, ou da cor escolhida pela entidade. Enfim, várias são as formas de
se usar os pontos de fogo, sempre para descarregar uma pessoa, uma
residência, etc. Recomendação: só usem os pontos de fogo caso saibam

23
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

como fazê-lo, e antes firmem vosso Orixá, vosso Mentor e vosso Exu guardião,
pois aí sim, estarão protegidos durante a descarga, e de possíveis reações ao
choque que o outro lado receberá. Mas há outros tipos de descargas ou
descarregos, e alguns são feitos com pipoca, outros com folhas de ervas
específicas quando são feitos os sacudimentos, banhos de mar e de cachoeira,
dentro de todo um ritual, também realizam descargas nas pessoas. Enfim, há
todo um universo a ser conhecido neste campo magístico, que recomendamos
que estudem, colocando em prática aqueles recursos que mais os atrair.

27 - Fundamentos do enxofre nos rituais de Umbanda: ILUSTRAÇÃO

Serve para proteção e isolamento contra energias negativas e maus espíritos e


também usado em diversos tipos de assentamentos e firmezas. Geralmente se
coloca a pedra de enxofre atrás da porta de entrada, da casa ou templo
religioso, ou na porteira do terreiro, dentro de um copo com água, ou com
pregos ou punhal dependendo do trabalho à ser realizado como medida
preventiva, afastando influências indesejadas do ambiente, varrendo toda
energia do local e isolando o mesmo. Torna-se necessário uma defumação
após a queima do enxofre no ambiente, para energizar o mesmo. Nunca usem
uma quantidade grande na queima, pois poderá causar irritação visual ou
respiratória nos médiuns que participarem do ritual.

27 - Fundamentos da amônia nos trabalhos de descarrego e magia da

Umbanda: ILUSTRAÇÃO

A amônia tem poder repelente, diferentemente do sal (neutraliza, absorve e


descarrega), do carvão (absorvente) e do olho de boi (absorvente) e pode ser
usada em complementação ao uso dos antes citados, mas sempre com muito
cuidado. Usada em parceria, enquanto a amônia repele, o sal grosso atrai pra
si, por exemplo, e é despachado à seguir. Um bom banho com amônia, teria
sua ação intensificada se a pessoa estivesse sobre o tapete de sal que deveria
ser despachado logo à seguir, na água corrente mesmo, isso para retirada de
energias e miasmas, porque para que funcione como "anti obsessivo" a prática
é outra. Também não é aconselhado o uso de grandes quantidades,
principalmente para banhos diluídos em água.

29 - Fundamento do elemento anil na magia da Umbanda: ILUSTRAÇÃO

Existem vários tipos de prevenção contra as más influências. Uma delas é o


anil. O Anil não é uma cor primária, nem aditiva, nem subtrativa que foi
batizada e definida por Isaac Newton. A classificação da cor Anil está entre a
cor azul e violeta, existindo 3 cores de anil. A aura nada mais é do que um
escudo, quando estamos desanimados, com o nosso emocional abalado,
nossa aura apresenta falhas que permitem ou facilitam a impregnação de
fluidos negativos em nosso corpo. E por ser uma cor que está entre o azul e o
violeta que são as cores da aura espiritual humana, o anil fortalece a aura ao
entrar em contato com o corpo de uma pessoa, pois ele se mistura com a

24
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

mesma. É justamente esse fortalecimento da aura causada pelo banho de anil


que causa o afastamento das más influências da vida da pessoa.

30- Fundamento dos carvões mineral e vegetal na magia de Umbanda:


ILUSTRAÇÃO

São dois os tipos de carvão, cada qual direcionado para um tipo de ritual na
Umbanda. Seguem os fundamentos de cada um:

30.1 - Carvão Mineral é um combustível natural extraído da terra. É um


mineral de cor preta ou marrom prontamente combustível. É composto
primeiramente por átomos de carbono e hidrocarbonetos sob a forma de
betumes.

30.2 - Carvão vegetal é uma substância de cor negra obtida pela carbonização
da madeira ou lenha. É muito utilizado como combustível para aquecedores,
lareiras, churrasqueiras, fogões a lenha e principalmente para nossas
defumações na Umbanda. Considerado um fitoterápico, o carvão vegetal para
uso medicinal (carvão ativado) provém de certas madeiras moles e não
resinosas extraído de partes lenhosas, cascas e serragens, obtidos por
combustão incompleta, o que lhes confere a capacidade absorvente. Desde a
antiguidade já se conhece o uso do carvão vegetal. No antigo Egito era
utilizado na purificação de óleos e para aplicações medicinais. Na segunda
guerra mundial foi utilizado para remoção de gases tóxicos devido a sua
capacidade adsorvente sendo um material extremamente poroso. E entre os
índios brasileiros também há registro de uso, misturado às gorduras animais no
tratamento de tumores e úlceras malignas. Estudos químicos utilizando carvão
ativado detectaram uma redução significativa na produção de gases intestinais
nos pacientes tratados, eliminando os desconfortos abdominais. É ainda um
notável condutor de oxigênio, sendo um extraordinário eliminador de
toxinas. Devido a sua rapidez de ação, o carvão vegetal é considerado ainda
um agente útil no tratamento de envenenamentos. O carvão ativado liga-se ao
tóxico residual no lúmen do trato gastrointestinal e reduz rapidamente a
absorção deste. O carvão vegetal tem a propriedade de adsorver substâncias
que, em contato com bactérias intestinais, contribuem para a produção de
flatulência. Diante dos resultados de estudos, o uso do carvão vegetal é
indicado em casos de dores no estômago, mau hálito, aftas, gases intestinais,
diarréias infecciosas, desinteria hepáticas e intoxicações.

30.3 - Nos pontos riscados:

Tem a função de demarcar, delinear espaços mágicos com a intenção de


captar, absorver energias deletérias ou até mesmo excesso de energias que
estejam desequilibrando o ser ou entidade. Quando em um copo com água,
aumenta seu campo de ação proporcionando maior sensibilidade na captação
dessas energias. Quando colocado sobre o ponto riscado, sobre algum

25
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

determinado símbolo, potencializa o poder de ação do mesmo com o intuito de


descarrego.

30.4 - No banho de sal grosso, abaixo dos pés

Normalmente no ato do banho de sal grosso, por ter a função de neutralizar e


repelir energias, o sal acaba neutralizando energias necessárias ao filho.
Quando colocamos uma pedra de carvão abaixo de cada pé, criamos um filtro
natural para essas energias, uma peneira que deixa somente serem neutralizas
as más energias.

30.5 - Na defumação e firmezas

Tem a mesma função absorvente como em outros rituais. Existem outras


formas de defumar um ambiente, como a defumação para energizar, que pode
ser feita com ou sem o carvão, ou a defumação para descarregar, mais comum
e é feita com carvão em brasa ou feita com um defumador que queima à base
de pólvora (Ex.: Divino). Nas firmezas, é necessário que seja trocado
periodicamente, pois como absorve muita energia, não deve ficar saturado,
para se evitar a inversão de sua função.

31 - Fundamentos do Fio de Contas nos rituais de Umbanda:


ILUSTRAÇÃO
As guias ou colares que todos usam na Umbanda, a começar da guia de
Oxalá, tem significado duplo. Primeiro de proteção, com elementos que
foram e são constantemente carregados pela energia dos Orixás,
promovendo uma circulação de energias protetoras e de descarga, não
permitindo que energias deletérias se fixem no médium para que não haja a
influência de espíritos trevosos nos trabalhos. Por essa razão ao entrarmos
na Umbanda nos é permitido a utilização da guia de Oxalá. As guias das
entidades tem significado semelhante, mas acrescido de uma força mágica
para auxiliar na condução, liberação e direcionamento das energias do
médium para os trabalhos daquela entidade. Isso significa que apenas
aqueles que já foram liberados para dar consultas nas giras, poderão usar
essas guias de entidades. Como sabemos, em todo fio de contas com o
intuito ritualístico, percebe-se a presença de um objeto chamado de firma,
fundamental e indispensável, para a finalidade magística, com sua forma
cilíndrica tem a finalidade de frear as energias absorvidas e quebrá-las,
redirecionando o fluxo energético com o intuito de dar continuidade ao
movimento vibratório equilibrado. Existem também, as guias naturais, que
são guias feitas com elementos naturais (vegetais e minerais), tais como:
minérios, madeira, sementes, etc., e de elementos animais, como: conchas
e seus derivados, encontrados nos reinos da natureza que tenham um valor
magnético que constitui um escudo eficaz para os médiuns. Segue um
descritivo de grande valor prático para a confexão dos fios de contas.

31.1 - Elementos minerais:

26
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

Pedras, cristais, rochas, etc.

31.2 - Elementos vegetais:

Favas, sementes, caules, frutos, etc.

31.3 - Elementos animais:

Conchas, búzios e seus derivados.

31.4 - Efeito talismânico:

Uma guia precisa ser imantada, senão seu valor protetivo será nulo, apenas
um enfeite. É costume da entidade proteger o aparelho, não elas próprias.

32 - Objetivo de uma gira de consulta:

Entendemos como consulta, o atendimento oferecido ao próximo por nós ou


nossos guias espirituais, com o intuito de esclarecer, aconselhar e orientar.
Nesse processo complexo, é exigido muito preparo do médium, no que diz
respeito à conhecimento e fundamentos ritualísticos, entendimento, equilíbrio
das emoções, sensações e sentimentos no decorrer da mesma, superação
pessoal, uma conduta moral do médium exemplar, desprendimento do ego e
qualquer interesse pessoal ou material, como fator de troca. A superação de
nossos males físicos e espirituais entra nessa forma de ação fraternal
propiciando-nos alto confiança, coragem, determinação, razão, fortaleza e nos
blindando contra qualquer dúvida na ação socorrista no que diz respeito à
nossa missão. Não basta somente boa vontade e a certeza de que o amor
impera sob o mal ou palavras meigas, pois a mesma, exigirá de nós, preparo,
soluções objetivas para casos complexos e ações enérgicas de última hora,
muitas das vezes exigindo também conhecimento da alta magia, coisa que o
mal não ignora e usa para nos minar energeticamente. Como sabemos, para
que haja uma gira, é necessário um processo ritualístico firme e fundamentado,
pré-determinado e muito bem estruturado para que ofereça condições seguras
tanto para os médiuns, entidades, como para a assistência. Nossos Irmãos
astralinos, imbuídos da prática da caridade plena e pura, desdobram-se para
alcançarem nossos limites vibracionais determinados de sua missão de
caridade. Quanto maior o preparo do médium e da fundamentação de um
terreiro, mais eficaz será esse intercâmbio. O objetivo principal de uma gira de
consulta, é receber com carinho, docilidade, atenção e entrega, os nossos
irmãos sofredores, encarnados e desencarnados. Isso varia de médium para
médium, pois há aqueles que por maior prática e conhecimento, oferecem
maiores recursos. Atingir a dor pelo amor, perdão, consciência do livre arbítrio,
carma e reconhecimento das responsabilidades geradas por nossas escolhas
desequilibradas, seria também a meta a ser atingida, com o intuito de mostrar a

27
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

verdadeira causa para nosso sofrimento. Devemos sempre levar em


consideração, que ao procurar uma casa religiosa, o consulente já se encontra
fragilizado, bombardeado e muitas das vezes sem esperança, ou seja, seria a
última chance! Isso nos coloca novamente de frente com a responsabilidade de
nossa escolha em servirmos aos Irmãos astralinos e respeitarmos o tempo de
nossos irmãos consulentes e jamais, em hipótese alguma, alguma entidade
espiritual, fazer colocações comprometedoras ou o médium interferir na
consulta, fazendo afirmações que coloquem em risco a reputação da casa
espiritual e seus dirigentes. É na gira de consulta também, que ocorrem os
encaminhamentos para os tratamentos espirituais, de acordo com a
necessidade do consulente, buscando atendê-los físico e espiritualmente.

33 – A importância de um bom diagnóstico pelo guia na gira de consulta:

Sabemos da responsabilidade que nossos irmãos astralinos assumem perante


tão grandiosa obra espiritualista que exerce a nossa Umbanda. Devemos
também de uma forma direta e crescente assumirmos essa responsabilidade,
não só em respeito aqueles que nos auxiliam, mas pela escolha que fizemos
de nos doar em prol do socorro ao próximo. Já fragilizados, angustiados,
depressivos e muito castigados pela vida e por escolhas impensadas, nossos
irmãos encarnados e desencarnados, enxergam em nós, a esperança perdida
em seus caminhos no percurso tortuoso e já fragilizado pelo sofrimento. Então
como completa-los, preenchermos esse espaço vazio, encoraja-los e estender
a mão amiga em um momento tão crucial de suas vidas? Primeiro, devemos
estar doutrinados, com bases sólidas, exercitarmos e potencializarmos sempre
nossa reforma íntima, com a certeza do que nos aguarda e do que devemos
fazer para termos dias melhores. Muita disciplina e sempre atentarmo-nos em
cumprir nossa missão individual para depois atender ao coletivo, com
conhecimento, entendimento e muita simplicidade em nossas ações e
conselhos oferecidos aos irmãos de caminhada. Nos momentos de consultas
exercidos por nossos guias espirituais, torna-se de fundamental que seja feito
um bom diagnóstico dos casos em evidência, trazidos pelos consulentes. Uma
visão holística, corpo e alma, sempre buscando simplificar as ações e a
cobrança firme da reforma íntima com base de qualquer início de tratamento,
pois sem a mesma nada será sustentado pelo consulente. É preciso que o
Irmão em atendimento, esteja fortalecido intimamente, de bem com sua
consciência, com seus compromissos sociais, familiares e profissionais, para
que depois possamos oferecer as armas que o ajudarão nas próximas
batalhas, com o intuito de que as saiba usar. Se o tratamento iniciar-se
corretamente, será iniciado um novo ciclo de transformação do Irmão e em um
trabalho mútuo, feito e compromissado por ambas as partes, guias e
consulente, haverá maiores chances de uma melhora efetiva. Nossos
problemas são nossos problemas! Nosso Carma é nosso Carma! Não devemos
dividir nossas angustias, medos e dificuldades com aqueles que vem aos
nossos guias com a esperança de dias melhores. Por isso, muita disciplina
amados irmãos médiuns, devemos nos doar de corpo e alma para o trabalho

28
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

de caridade, isolarmos nossa mente, nossos anseios, o nosso ego, isentos de


vaidade, orgulho e interesse pessoais, jamais, pois só assim seremos bons
aparelhos de trabalho para nossos Irmãos Guias.

34 - Linhas de trabalho voltadas para a limpeza espiritual e o combate as


demandas:

As Linhas de Ogum e Xangô possuem um agrupamento de Entidades que se


dedicam, de forma específica, aos tratamentos espirituais que visam à limpeza
dos indivíduos e dos ambientes, por isso podemos analisar o porquê das ervas
de ambos Orixás são classificadas como ervas quentes. São aquelas entidades
que incorporam nos médiuns, quando chamados na vibração de Ogum ou
Xangô, representando a suas Linhas, como por exemplo os Caboclos de
Xangô: Xangô das 7 Pedreiras, Xangô Kaô e os Caboclos de Ogun: Ogun
Beira Mar, Ogun megê.

35 – Linhas cuja as entidades se dedicam, de forma mais específica, ao


trabalho de aconselhamento e esclarecimento nas giras de
Umbanda:

Embora todas as Entidades falem por meio de seus médiuns, as linhas de


trabalho que oficialmente se prestam a trabalho de aconselhamento ou
“consulta” ao público são a dos Caboclos, Pretos-Velhos, Crianças, Exus. Os
Pretos-Velhos têm sempre a vibratória original de Yorimá (Linha das Almas),
contudo possuem também a sua Irradiação energética, não podendo contudo,
por esse motivo, serem denominados como Preto-Velho de Yemanjá, ou de
outro Orixá como vemos nos terreiros, mas sim trabalham com essa energia de
maneira mais atuante, sua energia primordial. Cada Entidade, portanto, traz
consigo a sua Linha, irradiação e sua Vibração Original. A Linha de trabalho, se
exprime pela forma perispiritual assumida pela entidade comunicante, por
exemplo, sabemos que toda entidade cuja vestimenta perispiritual é de índio ou
boiadeiro estão sob a cobertura da linha de Oxóssi, trabalham na Linha de
Caboclo, mas carregam consigo a vibração original de um Orixá, Ex: Caboclo
Pedra Preta tem sua Vibração primordial de Xangô.

36 – Tipos de mediunidade de incorporação:

36.1 - Incorporação Consciente:


Pode-se dizer que um médium consciente é aquele que durante o
transcurso do fenômeno, tem consciência plena do que está ocorrendo. O
Espírito comunicante entra em contato com as irradiações perispirituais do
médium, e, emitindo também suas irradiações perispirituais, forma
a atmosfera fluídica capaz de permitir a transmissão de seu pensamento ao
médium, que, ao captá-lo, transmitirá com as suas possibilidades, em

29
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

termos de capacidade intelectual, vocabulário, gestos, etc. O médium age


como se fosse um intérprete da idéia sugerida pelo Espírito, exprimindo-a
conforme sua capacidade própria de entendimento. Esta forma de
mediunidade será tanto mais proveitosa quanto maior for à cultura do
médium e suas qualidades morais, a influência de espíritos bons e sábios, a
facilidade e a fidelidade na filtração das idéias transmitidas. Seu
desenvolvimento exige estudo constante, bom senso e análise contínua por
parte do médium. Existem nesse tipo de mediunidade, fenômenos que são
sentidos pelo médium, como frio, calor, noção de tempo, fome, como a
consciência durante o atendimento da presença de pessoas com grau de
parentesco, amizade, aproximação ou afastamento por afinização com
determinados consulentes, fatos que devem ser policiados com destreza e
vigor pelo médium e seu cambono durante a incorporação, para que não
haja interferência durante o percurso do atendimento, fato desagradável
para uma casa espiritualista que busca a elevação de sua obra e que deve
ser combatido pelos responsáveis e dirigentes.

36.2 - Incorporação semi cosciente:

É a forma de mediunidade psicofônica em que o médium sofre uma semi-


exteriorização perispirítica, permitindo que esse fenômeno ocorra. O médium
sofre uma semi exteriorizacão perispirítica em presença do Espírito
comunicante, com o qual possui a devida afinidade, ou quando houve o
ajustamento vibratório para que a comunicação se realizasse. Há irradiação e
assimilação de fluidos emitidos pelo Espírito e pelo médium, formando a
chamada atmosfera fluídica e então ocorre a transmissão da mensagem do
Espírito para o médium. O médium vai tendo consciência do que o Espírito
transmite à medida que os pensamentos daquele vão passando pelo seu
cérebro, todavia o médium deverá identificar o padrão vibratório e a
intencionalidade o Espírito comunicante, tolhendo-lhe qualquer possibilidade de
procedimentos que firam as normas da boa disciplina mediúnica. Ainda na
forma semi-consciente, embora em menor grau que na consciente, poderá
haver interferência do médium na comunicação, como repetição de frases e
gestos que lhe são próprios, motivo porque necessita aprimorar sempre a
faculdade, observando bem as suas reações no fenômeno, para prevenir que
tais fatos sejam tomados como "mistificação". Normalmente o médium quando
interfere na incorporação, ficam evidentes as características, trejeitos e a
personalidade do médium durante a presença da entidade incorporada, que
muitas das vezes não consegue transmitir a mensagem em sua totalidade.

36.3 - Incorporação inconsciente:

Esta forma de mediunidade de incorporação caracteriza-se pela inconsciência


do médium quanto a mensagem que por seu intermédio é transmitida. Isto se
verifica por se dar uma exteriorização perispiritual total do médium. O

30
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

fenômeno se dá como nas formas anteriores, somente que numa gradação


mais intensa. Exteriorização perispiritual, afinização com a entidade que se
comunicará, emissão e assimilação de fluidos, formação da atmosfera
necessária para que a mensagem se canalize por intermédio dos órgãos do
médium, são indispensáveis. Embora inconsciente da mensagem, o médium é
consciente do fenômeno que está se verificando, permanecendo, muitas vezes,
junto da entidade comunicante, auxiliando-a na difícil empreitada, ou, quando
tem plena confiança no Espírito que se comunica, poderá afastar-se em outras
atividades. O médium, mesmo na incorporação inconsciente, é o responsável
pela boa ordem do desempenho mediúnico, porque somente com a sua
aquiescência, ou com sua conivência, poderá o Espírito realizar algo.

37 - Interferência do médium na incorporação:


Há, sem sombra de dúvidas, a necessidade dos espíritos dividirem conosco
seus conhecimentos e mensagens de ordem superior, enviadas à nosso
benefício evolutivo e moral, porém, devemos trabalhar constantemente para
nos aperfeiçoar no que diz respeito a essa responsabilidade como intérpretes,
muitas das vezes filtrando as informações enviadas do alto, afim de que
cheguem a seu destino sem alterações devido a interferências de ordem moral,
cultural e intelectual. É inadmissível que o médium, por vaidade, despreparo
para a função, satisfação do próprio ego ou por interesses pessoais ou sociais,
monte em seus guias espirituais, interferindo na mensagem, manipulando as
informações enviadas do alto em prol do socorro do próximo, que muitas das
vezes perde a credibilidade com a casa ou com a forma de trabalho
apresentada devido à esses fatos destruidores de qualquer corrente de
trabalho. Devemos também atentar, para os trabalhos não só de
aconselhamento, como também os de ordem doutrinária e de encaminhamento
de entidades, com necessidade de se exporem, no tocante à suas aflições,
medos, mágoas, vícios e revoltas pós encarnatório, um conteúdo doutrinário
com bases sólidas por parte do médium. Saibamos do compromisso assumido
e que seremos cobrados do bom ou mal uso que exercemos como
mensageiros do alto em auxílio de nosso próximo, repito, que nunca deve ser
em benefício próprio, por vaidade, politicagem, ego ou carência em algum
campo emocional da vida do médium.

37 – Entendimento e compreensão sobre a ação dos Orixás e Guias


espirituais conosco e como acontece essa troca energética na
ritualística das oferendas na Umbanda:
Cumprimentos, desejo firme e verdadeiro sentimentos puros, dia da semana,
cores, bebida, fumo, ervas, flores, local vibracional e horário vibratório são de
suma importância para que haja a troca energética correta e principalmente,
dependendo da finalidade do trabalho, devemos entender sobre a melhor faze
da lua para ser entregue. Antes de fazer qualquer trabalho, consulte o Pai ou
Mãe de Santo, caso não haja, procure quem melhor possa lhe explicar sobre o
assunto. É claro que os espíritos de nossos Guias e as emanações de nossos Orixás,

31
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

não comem nem bebem como imaginamos, nem vamos entrar nesse mérito agora,
muito menos necessitam desses elementos que oferecemos, mas os volatísam, os
transmutam em nosso benefício, fornecendo-nos um fôlego maior para caminharmos
e nos mantermos firmes na luta. São elementos de suma importância energética para
nossa vida diária, uma sobre força que nos completa, nos suprem e renovam nossas
forças em todos os campos da vida. Sejam as frutas que representam a colheita na
terra, a fartura e o fruto do nosso trabalho; sejam as bebidas, que representam a
alegria, as águas de cada Orixá e a nossa sede de espiritualidade e felicidade; bem
como as flores, simbolizando a ternura, o carinho e o desejo de sermos puros e simples
como elas. Sem dúvida que, na força da nossa fé livre e mentalizada, os irmãos
espirituais alquimizam as energias dessas oferendas em nosso benefício, espiritual e
material, dentro da vontade de Deus e possibilidades oferecidas por nós, como a
carmática ou mesmo merecimento para tal. Oferendar, ofertar, oferecer ou agradar
e muitos outros sinônimos, designam essa ação, que na verdade nada mais é
do que uma transmutação energética, com um fim específico e necessário,
assim esperamos, com o objetivo de atingir, potencializar, alcançar essa sobre
força à nosso favor, similar a satisfação adquirida após nos alimentarmos, nos
banharmos e também após despertarmos após uma boa noite de sono. Tem
também a finalidade espiritual, proporcionando que nossos irmãos protetores
tenham cada vez mais recursos para o trabalho que exercem em nossa
egrégora, que tanto baixam sua vibração para chegarem até nós. Na verdade,
essa é uma grande verdade que durante muito tempo não foi revelada, com o
cunho de se manter como um mistério, algo não acessível aos não iniciados.
Mesmo sendo guias espirituais, nossos caboclos, pretos velhos, exus e
crianças, sempre respeitando nosso merecimento e não interferindo em nosso
carma, ajudam-nos até onde é possível com seus recursos magísticos, poderes
pessoais e irradiações superiores que captam do astral, porém, esses recursos
elementais são manipulados magisticamente ajudando-nos. Daí em diante,
torna-se necessário essa manipulação elemental, para que se possa expandir
o seu campo de ação, com energias colhidas de diversos alimentos, elementos
e suas combinações em prol da continuidade e concretização do que
necessitamos. Torna-se necessário que ofereçamos os recursos elementais ou
energia dos elementos, pois a energia faz parte de tudo, até aquelas mais
densas, pois sem energia não se produz nada. Esses elementos manipulados
da forma correta, em obrigações, em mandálas ou em pontos de força, são as
fontes naturais geradoras de energia e quando feitas corretamente, realizam
efeitos que nenhuma outra energia conseguiria. O fato de oferecer recursos à
um guia, não quer dizer que ele não seja forte, mas sim que deseja trabalhar à
nosso favor, conforme nosso merecimento e necessidade. Cabe à todos os
adeptos da Umbanda e a nós praticantes, entendermos que jamais devemos
ver essa troca energética, como uma forma de conseguir algo à mais, ou em
um tempo mais rápido do que o normal, nos tornando preguiçosos e
dependentes da magia, sempre que nos aparecer uma dor de barriga, pois se
assim acontecer, tenhamos a certeza de que os primeiros à nos cobrarem a
boa conduta, serão os nossos próprios guias e Orixás, pelo o mal uso desse
grande recurso magístico e energético.

39 - Manual do Culto aos Orixás e Guias:

32
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

39.1 - Orixás Universais (Orixás maiores):


São os Orixás que formam as sete Linhas de Umbanda, como também os
Orixás ligados às Linhas de Yori e Yorimá que representam duas dessa sete
linhas. São amparadores, atuam estimulando a parte boa do nosso ser.
Magneticamente positivos e irradiantes.

39.2 - Orixás Cósmicos (Orixás menores):


Atuam refreando nossos instintos inferiores. Em sua maioria, são os Orixás que
formam os pares vibratórios com os Orixás Universais. Magneticamente
negativos / absorventes.

39.3 - Linhas de Umbanda: (Podem variar de terreiro para terreiro)


São em número de 7, representadas pelos Orixás Maiores e Universais.
Oxalá, Ogum, Oxóssi, Xangô, Iemanjá, Yorí (Ibejí) e Yorimá.(Almas).

39.4 - Linhas de Trabalho na Umbanda (Podem variar de terreiro para


terreiro):

São diversas as Linhas de Trabalho na Umbanda e cada vez surgem novas


linhas. As mais conhecidas são: Caboclos e Caboclas, Pretos Velhos e Pretas
Velhas, Exus e Pombogiras, Crianças, como também fazem parte das Linhas
de Trabalho, os Malandros, o Povo Cigano, O Povo do Oriente, Os Marujos e
Marinheiros, Baianos, Boiadeiros, etc....

39.5. - Espíritos Falangeiros;

Para melhor compreensão, vamos começar falando de Orixá. Emanações


Divinas irradiadas para a sustentação da vida (seres humanos, natureza,
animais), como também irradiadas em todos os campos da vida. Cada
emanação tem suas peculiaridades, características, zelos, fundamentos, rezas,
além de exercerem influência direta em nós seres humanos, sendo afinizadas
conosco no momento de nossa encarnação. Divididos em Orixás Maiores e
Orixás Menores, não no sentido de superioridade ou inferioridade, mas sim
como uma forma de agrupar com equilíbrio, polaridades, campos de atuação e
funções em plena harmonia. Na Umbanda, não se desenvolve o transe
mediúnico com a energia do Orixá, como acontece nos Candomblés sem a
incorporação do mesmo, porém essas irradiações nos são trazidas por
entidades divididas em falanges, cada uma ligada a uma Linha de trabalho e a
uma irradiação, que de forma harmônica também tem ligação com uma das 7
Linhas de Umbanda. São esses espíritos, os Falangeiros dos trabalhos de
Umbanda, que nos brindam com a graça de podermos receber essas
irradiações tão sutis emanadas pelo Criador. Caboclos, não no sentido de
serem índios, mas sim no sentido de serem trabalhadores, guerreiros,

33
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

defensores da Lei maior e também no sentido de que trazem cada um de forma


única, mensagens sublimares, e a força que nos completam, com
características específicas, peculiares ao campo da vida em que estejamos em
missão de crescimento e evolução. Por exemplo, temos os falangeiros da Linha
de Caboclos, espíritos que atuam como Caboclos, porém não que
necessariamente em sua ultima encarnação tenham vivido como índios, mas
sim, espíritos que foram capazes de evoluírem através da superação de suas
imperfeições, adquirindo conhecimento, desbravando seus campos obscuros
com coragem e simplicidade, conquistando seus sonhos com fartura e sustento
para os seus, que se observarmos bem, são características da atuação dessa
Linha de Caboclos, independente da irradiação de cada caboclo. Agora onde
eu queria chegar, são espíritos, que como no exemplo acima citado, vem em
trabalho em uma das Linhas de trabalho da Umbanda, porém podem vir com a
irradiação de qualquer Orixá, independente da Linha que trabalhem. Ex: Um
falangeiro que trabalhe na Linha de Caboclo, por exemplo o Sr. Caboclo Pedra
Preta, afinizado com a irradiação de Xangô, é um falangeiro de Xangô na Linha
de trabalho de Caboclo, outro exemplo é o Sr. Caboclo Pena Branca.

39.6 - Tempero dos Orixás: ILUSTRAÇÃO

Cada Orixá tem o seu tempero, azeite de dendê ou azeite doce, podendo
também receber os dois azeites dependendo dos fundamentos do Orixá.
Devemos atentar bem para essa prática, para evitarmos que o tiro saia pela
culatra, como falamos normalmente, pois existe uma diferença muito brusca
entre ambos os temperos.

- Azeite doce – Tem o poder de apaziguar e trazer a calma

- Azeite de dendê – Tem o poder de movimentar os caminhos

- Mel – Tem o poder de normatizar os caminhos

Segue à seguir alguns Orixás e o azeite correspondente à sua irradiação (não


vamos falar de mel e melado como temperos):

Bara (Exu) – dendê


Ogum – dendê
Ossãe – dendê
Oxóssi – dendê e azeite doce
Omolú – dendê e azeite doce
Xangô – dendê, azeite doce e mixto
Iansã – dendê e mixto
Oxumaré – dendê
Obá – dendê
Oxum – azeite doce e mixto
Iemanjá – azeite doce e mixto

34
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

Logum Edé – mixto


Nanã – dendê e azeite doce
Oxalá – azeite doce
Ibeji – azeite doce
Logunã – dendê e mixto
Obaluaiê – dendê e azeite doce

Lembrete!!!

Quem quiser ser categórico sobre um orixá, tome cuidado com o que afirmar,
porque onde um de seus aspectos se mostra, outros estão ocultos. E o que
está visível nem sempre é o principal aspecto em uma linha da vida.

39.7 – Oferendas aos Orixás e as Linhas de trabalho da Umbanda (Guias


Espirituais):

a) OBS.: Nossas oferendas a seguir, respeitando toda forma de ritualística,


são feitas da forma tradicional, porém você deve seguir a ritualística de
vossa casa, respeitando todos os preceitos e costumes ensinados por
vosso dirigente, procure sempre consultar a melhor forma de agir junto
ao seu Babalorixá ou Pai no Santo. Caso você tenha em sua casa, os
assentamentos de vosso Orixás, procure saber com vosso dirigente, a
possibilidade de ser colocada a oferenda junto ao mesmo, lembrando
que dentro de casa não se oferece nada à Exú.

35
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

Orixá Ibeji – Orixá Universal – Orixá Maior - Ligado à Linha de Yori na


Umbanda- Representa na Umbanda a Linha de trabalho das Crianças -
Sincretismo Afro Católico com Cosme e Damião

Orixás simbolicamente dominadores das energias mais puras da criação,


crianças, são gêmeos, representam todo o início e brotar da vida, uma
nascente e o desabrochar da natureza, todo começo, a dualidade de todo ser,
de toda escolha, de todo o caminho, a força para o recomeço e a esperança
encontrada na reencarnação. Representa a pureza, a alegria a inocência,
porém não o desconhecimento, a desatenção ou o descuido, pelo contrário,
deve-se levar muito à sério todo o comprometimento assumido não só com
esse Orixá como para com todos, pois Ibeji cobra como Exu, desfaz como Exu
e sustenta como Exu, por esse motivo deve ser cultuados nos terreiros com a
mesma dedicação. São sincretizados na Umbanda com São Cosme e São
Damião e representados nas giras de Umbanda pelos espíritos que atingiram
um elevado grau de pureza, não quer dizer que sejam crianças ou tenham
desencarnado ainda crianças. Energia que deve ser mantida sempre em
movimento, sempre renovada e cultuada com muito preparo e dedicação dos
médiuns e zeladores de santo, pois são exímios magos brancos e para dividir a
missão espiritual com esse Orixá, devemos nos manter sempre
entusiasmados, alegres e dispostos às mudanças em nossas vidas, ou seja, a
um novo começo ou recomeço. No dia de Ibeji, 27 de setembro (o mesmo de
Cosme e Damião, com quem são sincretizados), é costume as casas de culto,
abrirem suas portas e oferecerem mesas fartas de doces e comidas para as
crianças elevadas à condição de representantes na terra do Orixá e nesse dia
os espíritos de crianças de luz (Erê ou Ereia quando feminino, na Umbanda)
fazem suas brincadeiras. Regem a falange das crianças que trabalham na
Umbanda.

Oferenda

• Morim: azul e rosa;


• Velas: azul e rosa;
• Fitas: azul e rosa;
• Pembas: azul e rosa (em pedra ou em pó);
• Comida: caruru (mais utilizado nos cultos de nação), manjar, cocada e bolos;
• Frutas: todas, doces, mel e balas em geral;
• Bebidas: guaraná, água de coco e suco de frutas;
• Flores: do campo ou rosa mariquinha;
• Erva: folha de cana, alfazema, erva doce e alecrim;
• Número: 4;
• Astro: mercúrio;
• Signo: virgem e gêmeos;
• Pedra: quartzo rosa, água marinha e ametista;
• Dia da semana: domingo;
• Local para oferenda: jardins de praças, beira de praias e cachoeiras;

36
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

• Horário vibratório: 12:00 às 15:00


• Essência: anis;
• Símbolo: pirulito, flor e bala;
• Saudação: Oni beijada – Ele é dois (pureza e beleza)

Ingredientes:

Manjar – leite, leite de coco, maisena, açúcar e 12 gotas de essência de


baunilha.

Como fazer a comida e a oferenda:

Prepare o manjar com os ingredientes acima e coloque em uma bandeja


redonda de papel, pode confeitar com jujuba. Coloque os adereços, balas,
pirulitos, flores e sirva a bebida (guaraná), ascenda as velas e circule o trabalho
com o resto da bebida, agradecendo e fazendo os vossos pedidos. Entregue
em um jardim, de preferência em uma pracinha, praia ou em local pedido pela
entidade ou sugerido.

Orixá Ossãe – Orixá Cósmico – Ligado à Linha de Oxóssi na Umbanda -


Sincretismo Afro Católico com São Benedito

Orixá das Folhas sagradas, conhece o segredo de todas elas. Junto com
Oxóssi, protege as matas e os animais, Oxóssi fauna e Ossãe flora. Ossãe é o
único orixá que sabe reconhecer e despertar os poderes mágicos das plantas e
usá-los para curar as enfermidades, ou nos rituais litúrgicos. Ele sabe, como
ninguém, fazer misturas mágicas com os vegetais, raízes e folhas. Em quase
toda a ritualística de nossa Umbanda, utilizamos as ervas sagradas, em
banhos, defumações, assentamentos, sacudimentos, emplastos, chás,
remédios, etc. Quando os Zeladores (as) de Santo penetram no reino de Ossãe
para fazerem as colheitas das ervas sagradas para os banhos e defumações,
devem antes pedir a Ossãe permissão para tal tarefa, pois se não o fizerem,
com certeza todas as folhas que retirarem de seu Reino, não terão os Axés e
Magias que teriam se pedissem a sua permissão, e até dependendo do caso
como alguns entram em seu Reino zombando e sem firmeza de cabeça, suas
ervas poderão agir ao contrário, causando muitos distúrbios naqueles que
zombarem de seu Reino e faltarem com o devido respeito ao seu domínio.
Junto á planta cortada, deixa-se sempre a oferenda de algumas moedinhas e
um pedaço de fumo-de-corda com mel, assim assegurando que a vibração
básica da folha permaneça, mesmo depois de ela ter sido afastada da planta e,
portanto do solo que a vitalizava. As folhas e ervas de Ossãe, depois de

37
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

colhidas são esfregadas, espremidas e trituradas com as mãos, é a forma mais


indicada para se manter o axé. Cumpre quebrá-las vivas entre os dedos. Seja
filho de Oxalá ou de Nanã, ou de qualquer outro Orixá, uma pessoa sempre
tem de invocar a participação de Ossãe ao utilizar uma planta para fins
ritualísticos, pois, a capacidade de retirar delas sua força energética básica,
continua sendo segredo de Ossãe. Por isso não basta possuir a planta exigida
como ingrediente de um prato a ser oferecido ao Orixá, ou de qualquer outra
forma de trabalho mágico.

Oferenda:

• Morim: branco e verde;


• Velas: branca e verde;
• Fitas: verde e branca;
• Pemba: branca e verde;
• Comida: batata doce acebolada, Banana frita, milho cozido com amendoim
torrado, canjiquinha, pamonha, inhame, bolos de feijão e arroz, farofa de fubá,
angú de fubá e abacate;
• Bebida: suco de frutas;
• Frutas: de qualquer espécie;
• Flores: todas;
• Fumo: cachimbo com fumo de rolo;
• Erva: todas, (para oferenda usam-se erva energizantes);
• Número: 15;
• Astro: vênus;
• Signo: libra e touro;
• Pedra: quartzo verde;
• Dia da semana: 5ª feira;
• Local para oferenda: matas;
• Horário vibratório: 12:00 às 15:00;
• Essência: guaco e jacinto;
• Símbolo: folha;
• Saudação: Ewê ô = Salve o Senhor das folhas.

1) Ingredientes:

Batata doce; Cebola; Azeite de dendê; 1 alguidar.

2) Ingredientes:

1 oberó, sete batatas doces, sete espigas de milho e fumo de rolo desfiado,
tempera com mel por cima.

1) Como fazer a comida e a oferenda:

38
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

Cozinha-se a batata-doce apenas em água. Depois, descasca-se e amassa-se


feito purê. Aí, mistura-se num refogado de cebola ralada com azeite de dendê e
coloca-se tudo no alguidar. Abra o morim, coloque a comida no centro, coloque
as flores, a bebida em uma cuité, coloque os adereços e ascenda as velas
fazendo seus agradecimentos e pedidos, circule em sentido horário com o
restante da bebida e após com farinha de milho vermelho mentalizando boas
irradiações. Coloque próximo a uma árvore frondosa e plantas na mata,
agradeça.

2) Como fazer a comida e a oferenda:

Cozinhar as batatas e as sete espigas de milho sem a casca, colocar no oberó,


1 batata e uma espiga, repetindo lado a lado as 7 vezes e colocar os
apretechos como no item 1.

Orixá Oxalá – Orixá Universal – Representa na Umbanda a Linha de Oxalá


– Sincretismo Afro Católico com Jesus Cristo

Oxalufã, um rei, segundo as lendas teria sido também o pai de Oxaguiã um


jovem guerreiro. Oxalufã representa a sabedoria, a calma e paciência, já
Oxaguiã seria Oxalá em sua "versão" jovem, representando a força, a astúcia o
homem que vai à guerra. Orixá do Branco, da Paz, da Fé e seu campo de
atuação preferencial é a religiosidade dos seres, aos quais ele envia o tempo
todo suas vibrações estimuladoras da fé individual e suas irradiações
geradoras de sentimentos de religiosidade. Fé! Eis o que melhor define o Orixá
Oxalá. Sim, amamos irmãos na fé em Oxalá. O nosso amado Pai da Umbanda
é o Orixá irradiador da fé em nível planetário e multidimensional. Oxalá é
sinônimo de fé, potencializador da Fé irradiada em todos os sentidos da vida e
em todos os seres. Comentar Oxalá é desnecessário porque ele é a própria
Umbanda. Logo, vamos nos afixar nas suas qualidades, atributos e atribuições.
As qualidades de Oxalá são todas elas desdobramentos da Fé em toda a sua
potência, pois Ele é sem dúvida um o Orixá que interpenetra a energia de todos
os Outros por ter as qualidades primordiais para a concretização da evolução
em todos os sentidos. Nada ou ninguém deixa de ser alcançado por suas
irradiações estimuladoras da fé e da religiosidade. Seu alcance ultrapassa o
culto dos Orixás, pois a religiosidade é comum a todos os seres pensantes. E o
mesmo acontece com Buda e outras divindades manifestadoras da fé, pois
muitos espíritos de grande grau de evolução já se humanizaram para falar aos
homens como homens e assim, melhor estimularem a fé em Deus. Todas as
divindades irradiam a fé. Mas Oxalá à desdobra o tempo todo. Os atributos de
Oxalá são cristalinos, pois é através da essência cristalina que suas irradiações

39
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

nos chegam, imantando-nos e despertando em nosso íntimo os virtuosos


sentimentos de fé. Saibam que a essência cristalina emanada por esse Orixá é
neutra quando irradiada, mas como tudo se polariza em dois tipos de
magnetismos, então a polaridade positiva é Oxalá e a polaridade absorvente é
Logunã, que iremos falar mais à frente. Oxalá irradia fé o tempo todo e Logunã
absorve as irradiações religiosas desordenadas vibradas pelos religiosos
desiquilibrados. Ela se contrapõe a ele porque a atuação dela é no sentido de
absorver os excessos religiosos vibrados pelos seres que se excedem nos
domínios da fé. Já Oxalá irradia fé e estimula a religiosidade o tempo todo, a
todos. As atribuições de Oxalá são as de não deixar um só ser sem o amparo
religioso dos mistérios da Fé. Mas nem sempre o ser absorve suas irradiações
quando está com a mente voltada para o materialismo desenfreado dos
espíritos encarnados. É uma pena que seja assim, porque os próprios seres se
afastam da luminosa e cristalina irradiação do divino Oxalá e entram nos
gélidos domínios da divina Logunã, a Senhora do Tempo e dos eguns
negativados nos aspectos da fé.

Oferenda:
• Morim: branco;
• Vela: branca;
• Fita: branca;
• Pemba: branca em pedra ou em pó;
• Comidas: Ebôs de Oxalá (mungunzá) comidas brancas, arroz doce, coalhada
adocicada canjica de milho branco cozida com mel e algodão por cima.;
• Frutas: brancas, melão, goiaba, coco (sem a película preta na polpa), etc.;
• Bebida: água de coco colocada em copos; coco verde com uma tampa
cortada e um pouco de mel derramado dentro da sua água, vinho de
palma, água em cálices ou copos, leite, não se oferece bebida alcóolica;
• Flores: brancas, todas;
• Erva: boldo aveludado (tapete de Oxalá);
• Número: 16 e 10;
• Astro: Sol;
• Signo: Leão;
• Pedra: cristais de quartzo branco;
• Dia da semana: 6ª feira;
• Local para a Oferenda: Campos abertos, clareiras;
• Horário vibratório: 09:00 às 12:00;
• Essência: alfazema e mirra;
• Símbolo: sol, cruz e pomba branca;
• Ferramenta: cajado;
• Saudação: Èpa Bàbá = Salve o Senhor que realiza

40
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

1) Ingredientes: (Oxalufã – o velho)

Canjica, mel, algodão e uma vasilha de louça branca.

2) Ingredientes: (Oxaguiã – o novo)

Milho branco, azeite doce, 1 cará e cebola ralada.

3) Ingredientes: (Oxalá – simbolizando o Orixá de uma forma geral)

Canjica branca, 1 cacho de uva Itália, azeite de oliva e mel.

1) Como fazer a comida e a oferenda: (Oxalufã)

Cozinhar a canjica com água, colocar para esfriar e oferecer sem a água,
dentro da vasilha de louça branca, colocar um filete de mel por cima e uma
camada de algodão fechando a canjica. Pode-se escrever o nome em uma tira
de papel, de quem oferenda, como endereço vibratório para ser colocado
abaixo da vasilha ou dentro. Abra o morim, coloque a comida no centro,
distribuir junto da comida, os adereços e flores, colocar a bebida em um cuité,
ascender a vela e circular em sentido horário a oferenda com o restante da
bebida e após com a farinha de milho branco fazendo seus agradecimentos e
pedidos.

2) Como fazer a comida e a oferenda: (Oxaguiã)

Cozinhe um inhame do norte (cará ou acará), misture um pouco de mel e


amasse-o em formato de bolinhas, Abra o morim, coloque a comida no centro,
distribuir junto da comida, os adereços e flores, colocar a bebida em um cuité,
ascender a vela e circular em sentido horário a oferenda com o restante da
bebida e após com a farinha de milho branco fazendo seus agradecimentos e
pedidos.

3) Como fazer a comida e a oferenda: (Oxalá)

Colocar em uma travessa de louça branca a canjica cozida, tempere com oliva,
mel e um pouco de açúcar e enfeite com o cacho de uva. Abra o morim,
coloque a comida no centro, distribuir junto da comida, os adereços e flores,
colocar a bebida em um cuité, ascender a vela e circular em sentido horário a
oferenda com o restante da bebida e após com a farinha de milho branco
fazendo seus agradecimentos e pedidos.

Obs.: Quando se deseja oferendar ao Orixá Oxalá de uma forma geral, pode-
se fazê-la com qualquer das oferendas acima, porém a mais utilizada é a
canjica branca, mel e algodão.

Orixá Logunã – Orixá Cósmico – Ligado à Linha de Oxalá na Umbanda –


Sincretismo Afro Católico com Santa Clara

41
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

Nossa amada Mãe Logunã (Nahe–Iim - Tempo) forma com Pai Oxalá, par
vibratório na fé. O magnetismo de Pai Oxalá tem por função qualificar tudo e
todos através de sua luz e mãe Logunã tem a função de dar forma final a tudo,
concluindo o axé à todos, lhes dando estabilidade e equilíbrio.
Mãe Logunã (Tempo) é o Orixá feminino do tempo e seu campo preferencial de
atuação é o religioso, atua como ordenadora do caos religioso, ampara e
conduz nos caminhos da fé despertando a religiosidade que sustenta nossa
crença. O Tempo citado aqui se refere ao tempo cronológico, muitos fazem
confusão com o Orixá Iansã - Senhora do tempo, dos raios e das tempestades,
nesse caso estamos abordando o Tempo Cronológico enquanto que o de mãe
Iansã é o Tempo Climático, Meteorológico e nessa confusão acabam alegando
que ambas são uma só divindade. Então entendam que Mãe Logunã, com sua
qualidade e área de atuação de tempo cronológico, movimentação no espaço,
o mistério da noção de tempo é de Mãe Logunã, ela que nos ajuda a entender
que tudo tem seu Tempo certo para acontecer em nossas vidas e tudo vai
acontecer no tempo de Deus e não no nosso tempo, atua exclusivamente no
campo religioso, enquanto que Mãe Iansã, com sua qualidade e área de
atuação de tempo Climático (chuva, vento, frio, calor, etc) atua em todos os
campos aplicando a Lei; existem vinte e umas Iansãs aplicando a Lei em um
campo mais amplo pois envolve todos os sentidos que direcionam os seres em
sua evolução e existem treze Logunã sendo que só duas delas estão voltadas
para a dimensão humana, onde vivemos e evoluímos. Mãe Logunã que por
muitos é chamada de “Mãe Oyá-Tempo” (Iansã) erroneamente e é assim
chamada para que se faça diferença entre Logunã e “Iansã” porque “Mãe
Iansã” que é “Oyá”, não tem nada haver com Inasã em qualidades e
características. Mãe Logunã faz par com Pai Oxalá na “Linha da Fé” em que
Oxalá é Universal, portanto, ele é amparador, sustentador da fé e Logunã é
Cósmica, ela é retificadora e reparadora das questões relacionadas à fé. Ela se
manifesta no “campo do tempo” e é considerada “senhora da religiosidade”.
Como falamos, atua dentro dos aspectos negativos do campo da fé, como o
fanatismo em todos os sentidos.
Para nós, encarnados, a noção de tempo está diretamente relacionada a três
coisas:
1ª – o movimento da Terra sobre si mesma, chamado “movimento de rotação”
e, é graças a esse movimento que o dia tem 24 horas. Se o dia tivesse 50
horas ou se o dia tivesse 10 horas, a minha relação com o tempo seria
diferente porque o meu aproveitamento do tempo seria totalmente outro.
2ª – o movimento de translação, movimento que a Terra faz em torno do sol
que dura 365 dias e gera o “ano”.
3ª – metabolismo relacionado ao ato de nascer, crescer, envelhecer e morrer,
isso tudo nos dá uma noção de tempo. E aqui no plano material enquanto
encarnados nós estamos presos, não dá pra fugir, não dá pra escapar da
passagem dos dias, não dá pra escapar do envelhecimento do corpo.
Mãe Logunã é Cósmica no campo da fé, quando nós nos desequilibramos no
campo da fé é ela quem atua, ela é a senhora do tempo, esse tempo que se
refere também à religiosidade. Mãe Logunã como regente feminina do Tempo
Cronológico, não gosta de ser oferendada dentro do templo e não aceita ser
firmada senão em campo aberto, ela está em tudo, em todos os seres e em
todos os lugares tal como Pai Oxalá. Cultue firme, ame e recorra a essa amada
Mãe, que ela os inundará com sua irradiação da Fé Viva e com seu amor e se

42
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

lembre: Onde existir fé, lá existirá um campo de mãe Logunã e onde não existir
fé, campo algum existirá, pois no vazio do tempo nada existe. Mãe Logunã é
temida pelos espíritos que, de alguma forma, prejudicam o próximo,
principalmente, aqueles que trabalham em magia negra. Por ser a Mãe da
religiosidade, pra atuar como Mãe Cósmica no sentido da fé é ela que toma
conta tanto dos fanáticos quanto daqueles que inverteram a polaridade da fé e
estão na ilusão e daqueles também que agridem em nome da fé. É na força
dela que se recolhem os espíritos que usam a fé pra agredir o próximo, ou seja,
usam de má fé, usam de magia negativa para agredir o próximo entram no
campo da Mãe Logunã.

Oferenda:

• Morim: azul escuro e branco;


• Velas: azul escuro e branco;
• Fita: azul escuro e branco;
• Pemba: branco ou azul escuro;
• Comida: canjica enfeitada com coco ralado ou tirinhas de coco; acaçás de
leite ou acaçás de milho branco;
• Frutas: Uvas Verdes, amora, melão;
• Bebidas: água ou licor de anis;
• Flores: Jasmim do campo, flores do campo, lírios do campo e rosas brancas;
• Ervas: Eucalipto, Cânfora, Benjoim;
• Número: 10;
• Astro: Cosmos;
• Signo: leão;
• Pedra: Quartzo Fumê Rutilado;
• Dia da semana: sexta feira;
• Local para oferendas: em Campo Aberto
• Horário vibratório: 13:00 às 18:00;
• Essência: Eucalipto e alecrim;
• Saudação: Olha tempo minha Mãe

Ingredientes:

Canjica cozida, coco seco em tirinhas e dois acaçás de farinha de milho branco

Como fazer a comida e oferenda:

Cozinhar a canjica na água e deixar escorrer bem após de pronta, colocar em


uma tigela de louça branca, colocar as tirinhas de coco seco por cima e os dois
acaçás nas extremidades acima da canjica. Servir a bebida, colocar as flores
ao redor da comida e ascender as velas fazendo seus agradecimentos e
pedidos.

Orixá Oxumaré – Orixá Cósmico – Ligado à Linha das Águas (Iemanjá) -


Sincretismo Afro Católico com São Bartolomeu

43
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

Orixá da chuva e do arco-íris, o dono das Cobras (símbolo conhecido como


Orobóros, duas cobras anexadas representando o movimento, rotação da terra,
dos corpos celestes) e das transformações pela continuidade, do movimento e
da ação, é o orixá que rege sobre a sexualidade e seu campo preferencial de
atuação é o da renovação dos seres, em todos os aspectos, Orixá da riqueza e
da prosperidade também. Oxumaré é um dos orixás mais conhecidos, e no
entanto é o mais desconhecido dos orixás dentro da Umbanda, pois os
médiuns só cultuam a orixá Oxum. O aspecto positivo de Oxumaré, que nos
chega através das lendas dos orixás, é que ele simboliza a renovação, isto é
verdadeiro. E o aspecto mais controverso, é a explicação de que ele é
andrógino, ou parte macho e parte fêmea. Mas isto não é verdade, portanto,
não tem sustentação alguns médiuns, com sua opção sexual, alegarem que
são homossexuais porque são filhos de Oxumaré e que ele é um orixá que por
seis meses é macho e por seis meses é fêmea. Seres humanos, no afã de se
justificarem, passam às divindades suas preferências ou escolhas e não
atentam para um detalhe fundamental: com suas justificativas desnecessárias,
estão desfigurando divindades planetárias que existem no mundo desde que
Deus o criou, que são imutáveis em sua natureza, seja ela masculina ou
feminina, e que regem alguns sentidos dos seres humanos, mas também
regem outras dimensões planetárias paralelas à dimensão humana da vida.
Logo, desumanizaram uma divindade que humanizou algumas de suas
qualidades, atributos e atribuições somente para acelerar nossa evolução e nos
conduzir pelo caminho reto. “Quem não souber valorizar a religiosidade que o
libertará da terra, então que pague caro pela religiosidade que o aprisionará
num diletantismo materialista!” Oxumaré, tal como revela a lenda dos orixás, é
a renovação continua, mas em todos os aspectos e em todos os sentidos da
vida de um ser. Sua identificação com Dá, a Serpente do Arco-íris, não
aconteceu por acaso, pois Oxumaré irradia as sete cores que caracterizam as
sete irradiações divinas que dão origem às Sete Linhas de Umbanda. E ele
atua nas sete irradiações como elemento renovador. Oxumaré é a renovação
do amor na vida dos seres. E onde o amor cedeu lugar à paixão, ou foi
substituído pelo ciúme, então cessa a irradiação de Oxum e inicia-se a dele,
que é diluidora tanto da paixão como do ciúme. Ele dilui a religiosidade já
estabelecida na mente de um ser e o conduz, emocionalmente, a outra religião,
cuja doutrina o auxiliará a evoluir no caminho reto. Ou não é comum os
testemunhos dados pelos neo-convictos no púlpito dos pastores mercantilistas,
que dizem quase todos isto: “Irmãos, quando eu frequentava a Umbanda, eu
fornicava, traia minha esposa e irmãos, gastava meu ordenado no jogo e nas
bebidas, mentia, mas desde que me converti e me entreguei a Jesus, tudo em
minha vida mudou. Hoje vivo para minha esposa e filhos, e para Jesus!”. Sem
dúvida, concordamos nós. Mas porque o mesmo irmão não ouviu os conselhos
recebidos nos centros de Umbanda, que, se seguidos corretamente, o teriam
conduzido pelo caminho reto? Não, ele não só não deu ouvidos às orientações
dos guias e dos pais e mães espirituais, como deu vazão ao seu emocional e
deu início ao mau uso do que aprendia dentro de uma religião magística por
excelência, quando solicitava aos exus que fechassem os caminhos de seus

44
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

desafetos em todos os campos da vida, além de pedir outras coisas, tais como:
mulher, dinheiro, posses, etc. E ele não diz que nasceu numa família católica e
cristã, mas porque era um relapso para as coisas da fé, foi até a Umbanda para
ver se nela se emendava. Como não conseguiu, logo acabou retomando ao
reformatório religioso de Jesus Cristo. Ele, que é bondade, amor e misericórdia,
os conduz às divindades naturais (que são os orixás), os conduz ao espiritismo
e a muitas outras doutrinas para ver se encontram uma, onde suas naturezas
ativas absorvam irradiações luminosas. Mas, quando vê que eles não se
adaptam em nenhuma delas, ativa seu polo cósmico, e um de seus aspectos
negativos logo os arrasta para um de seus reformatórios religiosos, para que
eles voltem a trilhar o caminho reto. E se o aspecto negativo ativado não
conseguir reconduzi-los ainda na carne, não desistirá, mesmo depois de
desencarnar. Oxumaré está presente nas negociações, no pagamento das
contas, no recebimento de um prêmio, na compra, nos negócios envolvendo
gastos, lucros e despesas. Está presente nos bancos, nas financeiras, enfim,
nos lugares em que se manuseia dinheiro. Renovação, eis a palavra chave que
bem define o divino Oxumaré, que em seu aspecto negativo, tem um mistério
escuro chamado por nós de “Sete Cobras” ou “Sete Caminhos Tortuosos”, que
é por onde transitam todos os seres que saíram do caminho reto e entraram
nos desvios da vida, que sempre conduzem aos caminhos da morte. Bem, já
falamos sobre vários aspectos do nosso pai Oxumaré e de nossa amada mãe
Oxum, que formam um par energético, magnético, vibratório, que é a linha do
Amor ou da Concepção. Por isso encerramos aqui nosso comentário e vamos
ensinar como se deve proceder para oferendar o divino Oxumaré.

Oferenda:

• Morim: azul celeste ou cores do arco-íris;


• Velas: brancas, azul celeste ou com as cores do arco-íris;
• Fitas: brancas, fitas azul celeste ou das cores do arco-íris;
• Pembas: coloridas;
• Comida: (Adimu) batata doce cozida e amassada com dendê, colocadas em
forma de cobra, semente de feijão branco com milho vermelho pouco cozidos
e misturados ao azeite de dendê;
• Frutas: sementeiras (melão, maracujá, mamão, pinha, etc.);
• Bebida: água em copo, coco verde, vinho branco seco; água adocicada com
açúcar ou mel, licor ou suco de maracujá;
• Flores: coloridas;
• Erva: pente de Oxumaré ou folha de tangerina;
• Número: 14;
• Astro: sol;
• Sígno: libra;
• Pedra: turmalina colorida (melancia como é conhecida);
• Dia da semana: terça feira;
• Local para a oferenda: cachoeiras, rios e lagos;
• Horário vibracional: 06:00 às 12:00;
• Essência: bergamota ou rosas;

45
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

• Símbolo: serpente engolindo a cauda de outra serpente;


• Ferramenta: ibirí (nervuras das folhas de palmeira em formato de cobra);
• Saudação: Arô Boboi = Salve o Senhor das águas supremas.

1) Ingredientes:

Batata doce, dendê, açúcar e corantes das cores do arco-íris.

2) Ingredientes:

Bananas da terra com acarajé.

1) Como fazer a comida e a oferenda:

Cozinhe a batata, amasse misturando azeite de dendê e após a massa estar


bem consistente, faça duas cobras em formato de círculo, uma pegando o rabo
da outra com os olhos feitos com feijão fradinho. Coloque no prato raso, abra o
morim, coloque o prato no centro, coloque os adereços, coloque as flores, sirva
a bebida e por último ascenda a vela e circule o trabalho em sentido horário
com o restante da bebida e se for possível, com farinha de arroz e açúcar
cristal tingidos com as 7 cores do arco-íris, colocados cor por cor formando
círculos em sentido horário ao redor do trabalho, fazendo seus agradecimentos
e pedidos. Coloque a oferenda em uma cachoeira ou à beira de um rio ou lago,
junto com os demais elementos sinalizados, oferecendo a Oxumarê. A vibração
fica mais forte após ter chovido, pois é quando forma-se o arco íris.

2) Como fazer a comida e a oferenda:

Colocar o morim, a bebida as velas, as flores e no centro a comida: cortar


bananas da terra em tira e depois fritar no azeite de dendê e azeite doce
juntos, depois de fritos arrumar as bananas numa travessa de barro e por cima
das bananas colocar 06 acarajés.

Orixá Oxóssi – Orixá Universal – Representa na Umbanda a Linha de


Oxóssi - Sincretismo Afro Católico com São Sebastião

Orixá da caça e da fartura é o caçador por excelência, mas sua busca visa o
conhecimento. Logo, é o cientista e o doutrinador, que traz o alimento da fé e o
saber aos espíritos fragilizados tanto nos aspectos da fé quanto do saber
religioso. O Orixá Oxóssi é tão conhecido que quase dispensa um comentário.
Mas não podemos deixar de fazê-lo, pois falta o conhecimento superior que
explica o campo de atuação das hierarquias deste Orixá regente da linha do
Conhecimento. O fato é que a irradiação do Conhecimento é uma divindade
assentada na Coroa Divina, é uma individualização do Trono das Sete
Encruzilhadas e em sua irradiação cria os dois polos magnéticos da linha do
Conhecimento. O Orixá Oxóssi rege o polo positivo e a Orixá Obá que iremos

46
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

comentar mais à frente, rege o polo negativo, Oxóssi irradia o conhecimento e


Obá o concentra, Oxóssi estimula e Obá anula, Oxóssi vibra conhecimento e
Obá absorve as irradiações desordenadas dos seres regidos pelos mistérios do
Conhecimento, Oxóssi é vegetal e Obá é telúrica, Oxóssi é de magnetismo
irradiante e Obá é de magnetismo absorvente, Oxóssi está nos vegetais e Obá
está em sua raiz, como a terra fértil onde eles crescem e se multiplicam. Oxóssi
é o raciocínio hábil e Obá é o racional concentrador.

Elementos para oferenda de Oxóssi:

• Morim: verde;
• Vela: verde;
• Fitas: verde;
• Pemba: verde;
• Comidas: (Axoxó) ou milho vermelho cozido com fatias de coco e
Melado por cima, maçã cozida e regada com melado ou açucaradas e doces
cristalizados);
• Frutas: de qualquer espécie;
• Bebida:
- (Aluá) bebida preparada com vinho tinto;
- Cerveja branca, água de coco e suco de frutas;
• Flores: samambaia;
• Fumo: charuto, cachimbo;
• Ervas: guiné, peregum e mangueira;
• Número: 6;
• Astro: vênus;
• Signo: libra e touro;
• Pedra: jaspe verde, quartzo verde, esmeralda;
• Dia da semana: quinta feira;
• Local para a oferenda: matas;
• Horário vibracional: 06:00 às 09:00
• Essência: eucalipto e sândalo;
• Ferramenta: Ofá (arco e clecha);
• Símbolo: arco e flecha;
• Saudação: Okê Arô – “Salve o grande caçador”

1) Ingredientes:

Milho vermelho, fatias de coco seco sem a casca, água de coco, melado e
farinha de milho vermelho (fubá).

2) Ingredientes:

1 garrafa de vinho tinto doce, 1 colher de sopa de gengibre ralado e açúcar.

1) Como fazer a comida e a oferenda:

47
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

É a comida mais comum de Oxóssi, cozinha-se o milho vermelho em grãos,


somente em água, durante alguns minutos para não ficar muito mole, depois
deixa-se esfriar, coloca-se os grãos num Oberó (alguidá de barro), enfeita-se
por cima com fatias de coco, joga-se a água de coco, rega-se com melaço,
abra o morim verde no chão, coloque a comida no centro, sirva a bebida no
cuité ao lado, ascenda um charuto para o povo dessa linha ao lado da bebida
em cima de uma caixa de fósforos, coloque as flores ao redor e por último
ascenda 6 velas verdes ao redor do trabalho agradecendo e fazendo seus
pedidos, circula-se o trabalho em sentido horário com o restante da bebida e
após, também com farinha de milho vermelho (fubá), tudo em sentido horário.
Faça em uma 5ª feira na mata pela manhã.

2) Como fazer a bebida:

Misture o vinho com o gengibre e adoce à gosto, deixando em conserva por 24


horas antes de servir.

Orixá Logunedé – Orixá Cósmico – Ligado na Umbanda à Linha de Oxóssi


e Linha das Águas (à Oxun) - Sincretismo Afro Católico com Santo
Expedito

Logunedé ou Logun Edé, do iorubá Lógunède, é um orixá africano que, na


maioria dos mitos, costuma ser apresentado como filho de Oxum Ipondá
e Oxóssi Ibualama, do yorubá Ibùalámo. Atua potencializando a alegria, a
sorte, a beleza e segundo as lendas, vive seis meses nas matas caçando com
Oxóssi e seis meses nos rios pescando com Oxum. É cultuado na
nação Ijexá como sua mãe, também nas nações ketu e Efan, sendo o seu culto
muito difundido no Rio de Janeiro. No entanto, existem outras versões acerca
de sua filiação. Se, na maioria dos mitos, Logunedé surge como filho de Oxum
e Oxóssi, em outros, um pouco mais raros, aparece como filho de Ogum e
Iansã. Há, ainda, histórias que contam a lenda de Logunedé como filho desses
quatro orixás, apresentando-o como nada mais, nada menos, que uma
representação dos orixás gêmeos, Ibeji. Por isso é um dos orixás mais belos da
religião. Simultaneamente caçador e pescador, Logunedé é o herdeiro
dos axés de Oxum e Oxóssi, que se fundem e se mesclam como mistério da
criação. Trata-se de um orixá que tem a graça, a meiguice e a faceirice de
Oxum e a alegria e a expansão de Oxóssi. Se Oxum confere a Logunedé axés
sobre a sexualidade, a maternidade, a pesca e a prosperidade, Oxóssi lhe
passa os axés da fartura, da caça, da habilidade, do conhecimento. Essa
característica de unir o feminino de Oxum ao masculino de Oxóssi, muitas
vezes, o leva a ser representado como uma criança, um menino pequeno ou
adolescente, formando mais uma tríade sagrada na história das religiões. Com

48
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

Logunedé, completa-se o triângulo yorubá "pai, mãe e filho" que também se


repete nas trilogias católica (Pai, Filho e Espírito Santo), egípcia (Ísis, Osíris e
Hórus), hindu e tantas outras. Como símbolo da pureza, muitas vezes
Logunedé também é visto como um ser andrógino. Ao contrário do que muitos
pensam, Logun Ede não é de características masculina e feminina, não
é bissexual. Na verdade, possui uma grande relação com Oxum, sua mãe, e
com Erinlé, seu pai, trazendo consigo, a personalidade desses dois orixás e
algumas características marcantes, mas nada que o transforme em
um hermafrodita, que durante seis meses, é Oboró, e durante seis
meses, yabá, como algumas pessoas assim o dizem e usam deste artifício
para denotações homossexuais. Existem templos para Logun Ede em Ilesa,
seu lugar de origem, onde, em alguns itans, é citado como um corajoso e
poderoso caçador com coragem relacionada à de um leopardo. É casado com
três esposas. De culto diferenciado e totalmente ligado ao culto a Oxum, é um
orixá de extremo bom gosto. Seus objetos devem permanecem junto aos
assentos de Osun e, sempre quando agradado, devemos agradar sua mãe.
Tem predileção ao dourado, é um orixá muito vaidoso, é considerado o mais
elegante de todos os orixás. De Oxum, sua mãe, Logun Ede herdou o lado belo
e vaidoso. Pois Oxum lança mão de seu dom sedutor para satisfazer a
ambição de ser a mais rica e a mais reverenciada. Deusa da fertilidade, na
Nigéria é dela o rio que leva o seu nome e, no Brasil, dela são as águas doces
dos lagos, fontes e rios. Água que mata a sede dos humanos e da terra, que,
assim, se torna fecunda e fornece os alimentos essenciais à vida. Oxum
menina dengosa, passando pela mulher irresistível até a senhora protetora,
Oxum é sempre dona de uma personalidade forte, que não aceita ser relegada
a segundo plano, afirmando-se em todas circunstâncias da vida. Com seus
atributos, ela dribla os obstáculos para satisfazer seus desejos. De Erinlé, seu
pai, herdou o dom da caça, pois Erinlé é da família dos Odé e seus símbolos
são o ofá, a lança de caça e o ogue. Erinlé é a representação do
desenvolvimento do homem, conhece os segredos da caça, também símbolo
de prosperidade e formação de comunidades. Ele busca o alimento com
coragem e é considerado o guerreiro das matas, é corajoso, viril e Logunedé
tem estas características, é um Orixá guerreiro. Mas se, em várias tradições,
ele é considerado um orixá masculino, em algumas é confundido com a
homossexualidade ou a bissexualidade, o que ocorre quando se interpreta ao
pé da letra o mito que afirma viver Logunedé seis meses como homem e seis
meses como mulher. Na verdade, a interpretação mais aceita seria que essa se
trata de uma metáfora para falar dos axés herdados por ele de seus pais,
Oxum e Oxóssi. Após ser abandonado e viver com Ogum, aprende, com ele,
as artes da guerra e da metalurgia. É coroado por Iansã como o príncipe dos

49
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

orixás. É amigo íntimo de Yewá, seriam eles os orixás que se complementam,


considerados o par perfeito.

Oferenda

• Morim: azul turquesa e amarelo ouro;


• Velas; azul turquesa e amarelo ouro;
• Fitas: azul turquesa e amarelo ouro;
• Pembas: azul e amarela;
• Comidas: axoxô com omolokum, pamonha;
• Frutas: Todas menos jaca;
• Bebida: Vinho moscatel, cerveja branca, sidra e água mineral;
• Flores: Lírios e Samambaia;
• Fumo: charutos;
• Ervas: as mesmas de Oxum e Oxóssi;
• Número: 5 ou 8;
• Astro: vênus;
• Signo: libra, touro;
• Pedra: turquesa e topázio;
• Dia da semana: quinta feira e sábado;
• Local para a oferenda: margens de rios nas matas;
• Horário vibracional; 09:00 às 17:00;
• Incenso: lavanda;
• Essência: as mesmas de Oxum e Oxóssi;
• Símbolo: balança, ofá e abebé;
• Ferramenta: ofá e abebé;
• Saudação: Logun ô Akofá ou Loci Loci Logun;

Ingredientes:

Usa-se a mesma comida de Oxóssi, porém no meio do oberó, coloca-se a


comida da Oxum. Oxóssi - 250 gramas de Milho amarelo, fatias de coco seco,
melado. Oxum - feijão fradinho e 6 ovos cozido.

Como fazer a comida e Oferenda:

Prepare o Axoxô cozinhando o milho e fatiando o coco seco. Cozinhe os 6 ovos


e o feijão fradinho, amassando o feijão em seguida criando uma pasta. Coloque
o morim no chão, e no centro do morim, coloque o alguidá com a comida da
Oxum no centro e a de Oxóssi nas laterais. A massa do feijão no centro com os
6 ovos partidos em 4 por cima e nas duas laterais, o milho cozido com as fatias
do coco seco por cima banhado com melado. Coloque as bebidas ao lado, o
vinho em cuité e a sidra em copo de vidro, as flores, o charuto aceso e ascenda
as velas acima da oferenda. Não esqueça de colocar os adereços ligados à

50
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

irradiação de Oxóssi de um lado e os ligados as irradiações de Oxum do outro.


Após servir a bebida circule-a com as sobras das bebidas em sentido horário.

Orixá Xangô – Orixá Universal – Representa na Umbanda a Linha de


Xangô - Sincretismo São Jerônimo

Talvez estejamos diante do Orixá mais cultuado e respeitado no Brasil. Isso


porque foi ele o primeiro Deus Iorubano, por assim dizer, que pisou em terras
Brasileiras. É, portanto, o principal tronco dos candomblés do Brasil. Xangô é o
Rei das pedreiras, senhor dos raios e do trovão, pai da justiça e o Orixá que
gera o poder da política. Guerreiro, bravo e conquistador, Xangô também é
conhecido como o Orixá mais vaidoso entre os Deuses masculinos Africanos. É
monarca por natureza e chamado pelo termo Obá, que significa Rei. E é o
Orixá que reina em Oyo, na Nigéria, antiga capital política daquele país. No dia-
a-dia encontramos Xangô nos Fóruns, Delegacias, Ministérios Políticos,
Lideranças Sindicais, nas campanhas e partidos políticos, enfim, em tudo que
gera habilidade no trato das relações humanas ou nos governos, de um modo
geral. Xangô é a ideologia, a decisão, à vontade, a iniciativa. É a rigidez,
organização, o trabalho, a discussão pela melhora, o progresso social e
cultural, a voz do povo, o levante, à vontade de vencer. Também o sentido de
realeza, a atitude imperial, monárquica. É o espírito nobre das pessoas, o
chamado “sangue azul”, o poder de liderança. Para Xangô, a justiça está acima
de tudo e, sem ela, nenhuma conquista vale a pena; o respeito pelo Rei é mais
importante que o medo. Este, que apesar de grande guerreiro, justo e
conquistador, detesta doenças, a morte e aquilo que já morreu. Xangô é
avesso a eguns (espíritos desencarnados perdidos). Admite-se até que ele é
uma espécie de ímã de eguns, daí sua aversão a eles. Diz as lendas, que
Xangô costuma entregar a cabeça de seus filhos a obaluaiê e Omulu sete
meses antes da morte destes, tal o grau de aversão que tem por doenças e
coisas mortas. Xangô irradia sua vibração na Umbanda nos campos da justiça
principalmente.

Oferenda:

• Morim: marrom;
• Vela: marrom;
• Fita: marrom;
• Pembas: marrom;
• Comidas: (Amalá) quiabos picados em rodelas grossas, levemente cozido
refogado com cebola;
• Frutas: abacaxi, melão, manga, melancia, figo, caqui, laranja, goiaba
vermelha;
• Bebida: vinho tinto seco; cerveja preta;
• Flores: palmas amarelas, monsenhor amarelo;
• Fumo: charuto;
• Erva: levante, abre caminho e manjericão;
• Número: 12;
• Astro: júpiter;
• Signo: sagitário e peixes;

51
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

• Pedra: topázio e citrino;


• Essência: morango;
• Dia da semana: quarta-feira;
• Local para a oferenda: pedreira;
• Horário vibratório: 15:00 às 18:00;
• Essência: morango;
• Símbolo: machado e balança;
• Ferramenta: Oxé (machado de dois gumes);
• Saudação: Kaô Kabisilê = Salve a fortaleza de nossa alteza real.

1) Ingredientes:

12 quiabos; dendê; mel; água; 1 tigela branca ou de madeira.

2) Ingredientes:

12 quiabos cortados em quadradinhos e 12 pedaços de carne de peito.

1) Como fazer a comida e a oferenda:

Corte os 3 quiabos em rodelas grossas (quadradinhos), coloque na tigela com


água, ponha um pouco de mel e um pouco de azeite por cima e amasse com
as mãos até que se forme uma baba viscosa, e vá pedindo o que se quer à
Xangô. Depois coloque dentro de uma tigela de madeira com 12 quiabos
inteiros formando uma coroa com as pontas para fora, abra o morim, coloque a
comida no centro, sirva a bebida, coloque as flores, e por último ascenda as
velas e circule em sentido horário a oferenda com o restante da bebida,
fazendo seus agradecimento e pedidos. Entregue em um lugar alto de
preferência em uma pedreira.

2) Como fazer a comida e a oferenda:

Cozinhar o quiabo com dendê, azeite doce ou misto, após cozidos, colocar o
pirão numa gamela ou oberó, esse pirão é feito de duas formas: se o tempero
for dendê ou misto, fazer o pirão com a água que sobra da carne de peito
cozido com farinha de mesa enfeitando com 12 quiabos, o pirão e a carne e 12
moedas de cobre, numa gamela ou oberó normal. Se for azeite doce, fazer o
pirão com farinha de acaçá, arrumar o pirão na gamela ou oberó pintados de
branco, colocar o quiabo e por cima enfeitar com as carnes de peito e 12
quiabos inteiros também cozidos em forma de coroa e 12 moedas prateadas.
Nos culto de nação, a comida é servida em sua maioria para os filhos de santo
e convidados, e normalmente quem na hora de comer acha a moeda, terá
muita sorte com dinheiro ou causa boa na justiça.

Orixá Ogum – Orixá Universal – Representa na Umbanda a Linha de Ogum


- Sincretismo São Jorge.

52
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

Orixá dos metais, guerra, fogo, e tecnologia, deus da sobrevivência, é o Orixá


da Lei e seu campo de atuação são os caminhos da vida, que levam o ser a
sua evolução, passando por seu Carma e também pelo seu Darma. É o Orixá
Regente das milícias celestes. Ogum é a irradiação da lei e da ordem e seu
campo de atuação é a ordenação dos processos e dos procedimentos. Iansã é
seu par vibratório na lei, potencializando o campo de atuação nos caminhos de
todo ser. Estes dois Orixás são aplicadores da Lei, porque sua natureza é
ordenadora. Saibam que Oxalá tem sete Orixás Intermediários positivos e tem
outros sete negativos, os Orixás Maiores e os Orixás Menores, que são seus
opostos, e tem sete Orixás neutros. Ogum e Iansã são os principais regentes
dos “Guardiões e Guardiães”, que também tem suas irradiações ligadas à
outros Orixás, dependendo do Campo de atuação dos mesmos. Toda entidade
dessa Linha de trabalho é aplicador natural da Lei e todos agem com a mesma
firmeza, inflexibilidade e rigidez, pois não se permitem uma conduta alternativa.
Onde houver a presença do Orixá Ogum, lá estarão os olhos da Lei, a ação da
Lei em todo seu vigor, mesmo que sejam entidades nas Linhas de Caboclo,
ex.: um “caboclo” de Ogum, que estarão sempre atentos ao desenrolar dos
trabalhos realizados, tanto pelos médiuns quanto pelos espíritos
incorporadores. Dizemos que Ogum é em si mesmo, os atentos olhos da Lei,
sempre vigilante, marcial e pronto para agir onde lhe for solicitado. O arquétipo
de Ogum é o do homem rígido em suas colocações, com honra, convicto de
seus objetivos evolutivos, tanto físicos como espiritual, também do homem
corajoso e fiel às Leis Divinas, as pessoas que buscam seus sonhos, seus
objetivos e não se desencorajam ou desistem facilmente. Daquelas que nos
momentos difíceis triunfam onde qualquer outro teria abandonado o combate e
perdido toda a esperança no decorrer da batalha. Enfim, sejamos dignos e
honrados, para conquistarmos o Axé desse Grandioso Orixá, Senhor dos
Caminhos.

Oferenda:

• Morim: vermelho;
• Vela: vermelha;
• Fita: vermelha;
• Pemba: vermelha;
• Comida:
- (Adalú) feijão preto com milho vermelho cozido, azeite de dendê,

cebola, ataré moído e camarão seco;


- (Acará) inhame cará cozido com varetas de mariwô (palitos de dendezeiro),
- Milho de galinha cozido;

53
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

- (Efum) Farofa de mel.


• Frutas: melancia, laranja, pera, goiaba vermelha, ameixa preta, abacaxi,
Uvas e principalmente manga espada;
• Bebida: cerveja branca e licor de gengibre;
• Flores: cravo e palmas vermelhas;
• Fumo: charuto;
• Ervas: aroeira, mangueira e espada de São Jorge;
• Número: 3;
• Astro: marte;
• Signo: escorpião e aries;
• Pedra: granada e ágata de fogo;
• Dia da semana: 3ª feira;
• Local para a oferenda: beira da estradas, linha de trem, beira mar;
• Horário vibratório: 03:00 às 06:00;
• Essência: violeta;
• Símbolo: espadas cruzadas;
• Ferramenta: Espada, lança e escudo;
• Saudação: Patakori Ogum = minhas honras em tê-lo Senhor dignitário do Ser
Supremo

1) Ingredientes:

1 inhame do norte assado, 1 alguidar médio, 21 moedas correntes, 21 taliscas


de mariwô (folha de palmeira), 1 acaçá branco (bolinho de milho branco
misturado com água, envolto em folha de bananeira), 1 acaçá vermelho (igual
acaçá branco, porém com farinha de milho amarela), azeite de dendê, 1
cerveja branca, 3 charutos, 3 velas vermelhas e um copo de vidro ou cuité e
mel para untar o alguidá.

2) Ingredientes:

Milho de galinha.

3) Ingredientes:

(Adalú) feijão preto com milho vermelho cozido, azeite de dendê, cebola, ataré
moído e camarão seco.

4) Ingredientes:

Farofa de mandioca e mel.

1) Como fazer a comida e a oferenda:

Asse o inhame na brasa. Se necessário, raspe um pouco da superfície para


eliminar o excesso de negrume. Colocar dentro do alguidar. Abra o morim no
chão, coloque a comida no centro do morim no alguidá, ou se desejar em uma
tigela de barro, prepare os acaçás, 1 com farinha de milho branco e outro com
farinha de milho vermelho, fazendo a massa e enrolando em folha de

54
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

bananeira, coloque um em cada extremidade do inhame, vá enterrando os


talos de mariwô no inhame e chamando por Ogum, coloque os adereços no
morim, regue o inhame com um pouco de dendê, sirva a bebida em um cuité,
coloque as flores e por último acenda as vela, circule o trabalho com o resto da
bebida em sentido horário e faça seus pedidos a Ogum. Deve-se colocar na
beira da estrada, na pista de subida em uma ladeira de preferência ao nascer
do sol.

2) Como fazer a comida e a oferenda:

Cozinhar o milho e colocar em um oberó, em seguida colocar os apretechos,


como no item 1.

3) Como fazer a comida e a oferenda:

Dê uma pré cozida no milho e no feijão, após, misture o milho e o feijão,


refogando com azeite-de-dendê, ataré (pimenta da costa), cebola e camarões.
Sirva em um oberó e em seguida colocar os apretechos, como no item 1.

4) Como fazer a comida e a oferenda:

Mistura-se a farinha com o mel de abelhas e oferece em um oberó e em


seguida colocar os apretechos, como no item 1

Orixá Obaluaiê – Orixá Universal – Representa na Umbanda a Linha de


Yorimá - Sincretismo São Lázaro

Orixá da cura das doenças epidérmicas e pragas, é o Orixá que atua na


Evolução e seu campo preferencial é aquele que sinaliza as passagens de um
nível vibratório ou estágio da evolução para outro, como exemplo temos o
momento da encarnação do ser. O Orixá Obaluaiê ativa a evolução do ser
individual em sua nova missão encarnatória, reduzindo seu corpo perispiritual
ao tamanho do feto e Nanã em cujo polo magnético negativo, feminino e
absorvente, decanta a mente desse novo ser para serem formatadas novas
matrizes mentais, possibilitando a construção de um novo caminho. Ambos são
Orixás de magnetismo misto e cuidam das passagens dos estágios evolutivos.
Ambos são Orixás terra-água. Obaluaiê é ativo no magnetismo telúrico e
passivo no magnetismo aquático. Nanã é ativa no magnetismo aquático e
passiva no magnetismo telúrico. Em cada campo um atua passivamente e o
outro atua ativamente. Nanã decanta os espíritos que irão reencarnar e
Obaluaiê estabelece o cordão energético que une o espírito ao corpo (feto),
que será recebido no útero materno assim que alcança o desenvolvimento
celular básico (órgãos físicos). É o mistério “Obaluaiê” que reduz o corpo

55
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

plasmático do espírito até que fique do tamanho do corpo carnal alojado no


útero materno. Nesta redução, o espírito assume todas as características e
feições do seu novo corpo carnal, já formado. Muito associam o divino
Obaluaiê apenas com o Orixá curador, que ele realmente é, pois cura mesmo!
Mas Obaluaiê é muito mais do que já o descreveram. Ele é o “Senhor das
Passagens” de um plano para outro, de uma dimensão para a outra, e mesmo
do espírito para a carne e vice-versa. Espero que os Umbandistas deixem de
temê-lo e passem a amá-lo e adorá-lo pelo que ele realmente é pertencendo à
uma Linha Divina que cuida da evolução dos seres, das criaturas e das
espécies, e que esqueçam as abstrações dos que se apegaram a alguns de
seus aspectos negativos e os usam para assustar seus semelhantes. Estes
manipuladores dos aspectos negativos do Orixá Obaluaiê certamente
conhecerão os Orixás cósmicos que lidam com o negativo dele. Ao contrário
dos tolerantes Exus da Umbanda, estes Obaluaiês cósmicos ligados à outra
polaridade da Linha de Yorimá (Omulú) são intolerantes com quem invoca os
aspectos negativos do Orixá maior Obaluaiê para atingir seus semelhantes.

Oferenda:

• Morim: branco, preto e vermelho;


• Velas: preta, branca e vermelha ou roxa;
• Fitas: branca, preta, vermelha ou roxa;
• Pembas: branca, preta, vermelha ou roxa;
• Comidas:
- (Doburú) pipoca estalada com fatias de coco seco e mel;
- Batata doce roxa cozida e regada com mel de abelha, beterraba cozida e
regada com mel;
- Mandioca cortada em “toletes” cozida e açucarada;
• Frutas: pinha, caqui, fruta do conde e coco seco;
• Bebidas: vinho branco licoroso, água em copos, licor de ambrósia;
• Flores: crisântemos roxo, quaresmeira;
• Erva: canela de velho e guiné;
• Número: 21 e 9;
• Astro: saturno
• Signo: capricórnio e aquário;
• Pedra: turmalina negra e ônix;
• Dia da semana: segunda feira;
• Local para a oferenda: calunga pequena (cemitério) ou calunga grande (beira
do mar);
• Horário vibratório: 21:00 às 00:00
• Essência: cravo e canela.
• Símbolo: cruz com pedestal;
• Ferramenta: xaxará (vassoura de fios de palha da costa, com búzios);
• Saudação: Atotô = Silêncio

1) Ingredientes:

56
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

Milho de pipoca, fatias de coco seco, mel, areia de praia.

2) Feijão preto:

Feijão preto, cebola, camarão seco e azeite de dendê.

1) Como fazer a comida e a oferenda:

Este é o prato mais comum oferecido à Obaluaiê. Coloque a areia de praia em


uma panela e deixe esquentar, depois de quente coloque o milho de pipoca
para estourar nesta areia. Quando estiver estourado, coloque o milho no
alguidar, coloque as fatias de coco por cima da pipoca, regue com mel, abra o
morim, coloque o alguidá com a comida no centro, coloque os adereços no
morim, coloque as flores, sirva a bebida em um cuité, ascenda as velas e
coloque o restante da bebida em volta do trabalho em sentido horário e está
pronta a oferenda, faça seus pedidos à esse grande Orixá.

2) Como fazer a comida e a oferenda:

Cozinha-se o feijão preto só em água e depois refoga-se cebola ralada,


camarão seco e azeite de dendê, misturando tudo no feijão.

Para agradar Obaluayê:

Cozinha-se, em água de poço sem sal, meio quilo de tremoços. Pega-se os


tremoços já cozidos, coloca-se numa panela de barro e junta-se uma cebola
roxa picada; cominho em grãos; uma folha de louro; um pouquinho de orégano;
um pouco de gengibre ralado e azeite de dendê. Deixa-se ferver por meia hora
e coloca-se, dentro da panela, uma porção de fubá de milho vermelho bem
fino. Vai-se mexendo enquanto cozinha, até que engrosse como um mingau.
Retira-se do fogo e, depois de frio, oferece-se a Obaluayê na mesma panela.
Depois de sete dias leva-se a uma mata e se enterra com panela e tudo.

Orixá Oxum – Orixá Cósmico – Irradia na Umbanda junto a Linha de


Iemanjá - Sincretismo Nª Sr.ª da Conceição
Oxum está sempre associada à maternidade, à riqueza e à força das águas
doces. Deusa da beleza é o próprio princípio feminino por excelência: a mãe
fértil, ou seja, a mulher com o poder da fertilidade em sua plenitude. No Brasil
ligaram-se a ela o ouro e tudo que se relaciona à riqueza, (na África seu metal
é o cobre). Segundo as lendas ela foi a segunda esposa de Xangô, tendo
vívido em outras épocas com Ogum e Oxóssi. Sua morada é nas cachoeiras e
rios de água doce, onde costumam lhe entregar comidas e presentes. Na África
é chamada Iyalode, cargo ocupado pela mulher mais importante da cidade. Foi
rainha de Oyo, onde as mulheres que queriam engravidar procuravam-na,
sendo respeitadíssima como feiticeira. Como todos os outros orixás, existem
diversos tipos de Oxuns, de acordo com a proximidade de uma tribo ou a
profundidade do rio. Oxum pode ser maternal, jovem feiticeira ou uma
guerreira. Deusa da candura e da meiguice, dona do ouro. Oxum é a rainha do
Ijexá. Orixá da prosperidade, da riqueza, ligada ao desenvolvimento da criança

57
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

ainda no ventre da mãe. Oxum exerce uma ampla influência no comportamento


dos seres humanos, regendo principalmente o lado teimoso e manhoso, além
daquele espírito maquiavélico que existe em todos nós. No bom sentido, Oxum
“é o veneno das palavras”, é o comportamento atrevido das pessoas, é a forma
“metida”, esnobe apresentada principalmente pelo sexo feminino. É o cochicho,
o segredinho, a fofoca. Rege o charme, a pose; tudo que está ligado à
sensualidade, sutileza, ao dengo, sendo o sexo feminino o mais influenciado. É
o flerte, o carinho. É o amor puro, real, maduro, solidificado, sensível, não
chegando a ser a paixão. É o amor verdadeiro; ela propicia e alimenta este
sentimento nos homens, fazendo-os ser mais calmos e românticos. É a deusa
do amor. Regente do ouro, ela está presente e se encanta com joalherias e
outros lugares onde se trabalha com ouro, seu metal predileto e de regência
absoluta. É a protetora dos ourives. É o próprio ouro. A regência mais
fascinante de Oxum é o processo de fecundação. Na multiplicação da célula,
Exu entrega a regência para Oxum que vai cuidar do embrião, do feto, até o
nascimento. É Oxum que vai evitar o aborto, manter a criança viva e sadia na
barriga da mãe, onde no nascimento a entrega para Iemanjá, que lhe dará
destino. Oxum é doçura sedutora. Todos querem obter seus favores, provar do
seu mel, seu encanto e para tanto lhe agradam oferecendo perfumes e belos
artefatos, tudo para satisfazer sua vaidade. O Orixá da beleza usa toda sua
astúcia e charme extraordinário para conquistar os prazeres da vida e realizar
proezas diversas. Amante da fortuna, do esplendor e do poder, Oxum não
mede esforços para alcançar seus objetivos, ainda que através de atos
extremos contra quem se colocar no seu caminho. Ela lança mão de seu dom
sedutor para satisfazer a ambição de ser a mais rica e a mais reverenciada.
Seu maior desejo, no entanto é ser amada, o que a faz correr grandes riscos,
assumindo tarefas difíceis pelo bem da coletividade. Em suas aventuras, este
Orixá é tanto uma brava guerreira, pronta para qualquer confronto, como a
frágil e sensual ninfa amorosa. Determinação, malícia para ludibriar os
inimigos, ternura para com seus queridos, Oxum é, sobretudo a Deusa do
amor. No Brasil dela são as águas doces dos lagos fontes e rios. Água que
mata a sede dos humanos e da terra, que assim se torna fecunda e fornece os
alimentos essenciais à vida dos homens e mulheres tão amados pela Mamãe
Oxum. Este Orixá encarna a identidade feminina, vivendo intensamente os
papéis de filha, amante e mãe. De menina dengosa, passando pela mulher
irresistível até a senhora protetora, Oxum é sempre dona de uma
personalidade forte, que não aceita ser colocada em segundo plano,
afirmando-se em todas as circunstâncias da vida. Com seus atributos, ela
dribla os obstáculos para satisfazer seus desejos.

Elementos para a oferenda de Oxum:

• Morim: azul claro;


• Vela: azul claro;
• Fita: azul claro;
• Pemba: azul claro;
• Comida:
- (Omolokum) feijão fradinho cozido com cebola, camarões ou pó de
camarão moído e azeite de oliva, decorados com ovos cozidos;
- Batata doce com mel em formato de coração;

58
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

• Frutas: cereja, maçã, pêra, melancia, goiaba, framboesa, figo, pêssego, etc.;
• Bebidas: champanhe de maçã, de uva, licor de cereja ou sidra;
• Flores: rosas brancas e amarelas, simbolizando o ouro;
• Erva: ipê amarelo, cidreira e camomila;
• Número: 6 e 8;
• Astro: vênus;
• Signo: touro e libra;
• Pedra: pedra da lua ou quartzo rosa;
• Dia da semana: sábado;
• Local para a oferenda: cachoeira;
• Horário vibratório: 18:00 às 21:00;
• Símbolo: coração;
• Ferramenta: espelho;
• Essência: Angélica e Jasmim.
• Saudação: Ora yê yê ô = Salve a Senhora da bondade

1) Ingredientes:

5 batatas doces brancas; mel de abelhas.

2) Ingredientes:

Feijão fradinho, 4 ou 8 ovos, pó de camarão seco, 1 cebola, azeite de oliva e


pode-se colocar também 5 camarões inteiros para enfeitar.

1) Como fazer a comida e oferenda:

Coloque as batatas para cozinhar em água até que fiquem bem molinhas.
Deixe esfriar e amasse estas batatas com mel pedindo o que se quer. Tenha
muita concentração em amassar, depois de amassado, coloque no prato e
molde um coração com a massa. Coloque o morim aberto no chão, o prato com
a comida no centro, sirva a bebida em uma taça, coloque as flores, ascenda a
vela, circule a oferenda com o restante da bebida em sentido horário,
agradecendo e fazendo os seus pedidos. Ofereça à Oxum em uma cachoeira.

2) Como fazer a comida e oferenda:

Cozinhar o feijão fradinho, refogar depois no azeite doce, a cebola o pó de


camarão e o camarão e misturar no feijão fradinho, separando os camarões
inteiros para enfeitarem a comida no final. Arrumar numa tigela de louça e
enfeitar com ovos cozidos, descascados e cortados ao meio ou em 4 e
colocados com a gema para cima, fazendo com uma faca, uma cruz na gema,
simbolizando o olho de oxum em cima dos ovos, como se fosse uma cruz. A
distribuição dos apretechos, segue a mesma ordem do item 1.

59
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

Orixá Omolú – Orixá Cósmico – Irradia na Umbanda junto à Linha de


Yorimá - Sincretismo São Roque

Orixá da transformação, é o orixá que rege a morte no instante da passagem


do plano material para o plano espiritual (desencarne), paralisando nossas
ações e instintos. Orixá responsável por romper o cordão de ligação do corpo
com a alma e por expandir a consciência do espírito para sua realidade
espiritual. É com tristeza que temos visto o temor dos irmãos umbandistas
quando é mencionado o nome do nosso amado Pai Omolu. E no entanto
descobrimos que este medo é um dos frutos amargos que nos foram legados
pelos ancestrais semeadores dos orixás em solo brasileiro, pois difundiram só
os dois extremos do mais caridoso dos orixás, já que Omolu é o guardião
divino dos espíritos caídos. O orixá Omolu guarda para Olorum todos os
espíritos que fraquejaram durante sua jornada carnal e entregaram-se à
vivenciação de seus vícios emocionais. Mas ele não pune ou castiga ninguém,
pois estas ações são atributos da Lei Divina, que também não pune ou castiga.
Ela apenas conduz cada um ao seu devido lugar após o desencarne. E se
alguém semeou ventos, que colha sua tempestade pessoal, mas amparado
pela própria Lei, que o recolhe a um dos sete domínios negativos, todos
regidos pelos orixás cósmicos, que são magneticamente negativos. E Tatá
Omulu é um desses guardiões divinos que consagrou a si e à sua existência,
enquanto divindade, ao amparo dos espíritos caídos perante as leis que dão
sustentação a todas as manifestações da vida. Esta qualidade divina do nosso
amado pai foi interpretada de forma incorreta ou incompleta, e o que definiram
no decorrer dos séculos foi que Tatá Omolu é um dos orixás mais “perigosos”
de se lidar, ou um dos mais intolerantes, e isto quando não o descrevem como
implacável nas suas punições. Ele, na linha da Geração, que é a sétima linha
de Umbanda, forma um par energético, magnético e vibratório com nossa
amada mãe Yemanjá, onde ela gera a vida e ele paralisa os seres que atentam
contra os princípios que dão sustentação às manifestações da vida. Em Tatá
Omolu descobri o amor de Olorum, pois é por puro amor que uma divindade
consagra-se por inteiro ao amparo dos espíritos caídos. E foi por amor a nós
que ele assumiu a incumbência de nos paralisar em seus domínios, sempre
que começássemos a atentar contra os princípios da vida. Enquanto a nossa
mãe Yemanjá estimula em nós a geração, o nosso pai Omolu nos paralisa
sempre que desvirtuamos os atos geradores. Mas esta “geração” não se
restringe só à hereditariedade, já que temos muitas faculdades além desta, de
fundo sexual. Afinal, geramos ideias, projetos, empresas, conhecimentos,
inventos, doutrinas, religiosidades, anseios, desejos, angústias, depressões,
fobias, leis, preceitos, princípios, templos, etc. Temos a capacidade de gerar
muitas coisas, e se elas estiverem em acordo com os princípios sustentados
pela irradiação divina, que na Umbanda recebe o nome de “linha da Geração”,
então estamos sob a irradiação da divina mãe Yemanjá, que nos estimula.
Mas, se em nossas “gerações”, atentarmos contra os princípios da vida
codificados como os únicos responsáveis pela sua multiplicação, então já
estaremos sob a irradiação do divino pai Omolu, que nos paralisará e

60
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

começará a atuar em nossas vidas, pois deseja preservar-nos e nos defender


de nós mesmos, já que sempre que uma ação nossa for prejudicar alguém,
antes ela já nos atingiu, feriu e nos escureceu, colocando-nos em um de seus
sombrios domínios. Ele é o excelso curador Divino, pois acolhe em seus
domínios todos os espíritos que se feriram quando, por egoísmo, pensaram
que estavam atingindo seus semelhantes. E, por amor, ele nos dá seu amparo
divino até que, sob sua irradiação, nós mesmos tenhamos nos curado para
retomarmos ao caminho reto trilhado por todos os espíritos amantes da vida e
multiplicadores de suas benesses. Todos somos dotados dessa faculdade, já
que todos somos multiplicadores da vida, seja em nós mesmos, através de
nossa sexualidade seja nas ideias, através de nosso raciocínio, assim como
geramos muitas coisas que tornam a vida uma verdadeira dádiva divina. Tatá
Omolu é o curador Divino e tanto cura alma ferida quanto nosso corpo doente.
Se orarmos a ele quando estivermos enfermos ele atuará em nosso corpo
energético, nosso magnetismo, campo vibratório e sobre nosso corpo carnal, e
tanto poderá curar-nos quanto nos conduzir a um médico que detectará de
imediato a doença e receitaria medicação correta. O orixá Omolu atua em
todos os seres humanos, independente de qual seja a sua religião. Mas esta
atuação geral e planetária processa-se através de, uma faixa vibratória
especifica e exclusiva, pois é através dela que fluem as irradiações divinas de
um dos mistérios de Deus, que nominamos de “Mistério da Morte”. Tatá Omolu,
enquanto força cósmica e mistério divino, é a energia que se condensa em
torno do fio de prata que une o espírito e seu corpo físico, e o dissolve no
momento do desencarne ou passagem de um plano para o outro. Neste caso
ele não se apresenta como o espectro da morte coberto com manto e capuz
negro, empunhando o alfanje da morte que corta o fio da vida. Esta descrição é
apenas uma forma simbólica ou estilizada de se descrever a força divina que
ceifa a vida na carne. Na verdade, a energia que rompe o fio da vida na carne é
de cor escura, e tanto pode parti-lo num piscar de olhos quando a morte é
natural e fulminante, como pode ir se condensando em torno dele, envolvendo-
o todo até alcançar o espírito, que já entrou em desarmonia vibratória porque a
passagem deve ser lenta, induzindo o ser a aceitar seu desencarne de forma
passiva. O orixá Omolu atua em todas as religiões e em algumas é nominado
de “Anjo da Morte” e em outras de divindade ou “Senhor dos Mortos”. No antigo
Egito ele foi muito cultuado e difundido e foi dali que partiram sacerdotes que o
divulgaram em muitas culturas de então. Mas com o advento do Cristianismo
seu culto foi desestimulado já que a religião cristã recorre aos termos “anjo” e
“arcanjo” para designar as divindades. Logo, nada mais lógico do que recorrer
ao arquétipo tão temido do “Anjo da Morte”, todo coberto de preto e portando o
alfanje da morte, para preencher a lacuna surgida com o ostracismo do orixá
ou divindade responsável por este momento tão delicado na vida dos seres. O
culto a Tatá Omolú surgiu entre os negros levados como escravos ao antigo
Egito, que o identificaram como um orixá e o adaptaram às suas culturas e
religiões. Com o tempo, ele foi, a partir desse sincretismo, assumindo sua
forma definitiva, até que alcançou o grau de divindade ligada à morte, à
medicina e às doenças. Já em outras regiões da África, este mistério foi

61
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

assumindo outras feições e outros orixás semelhantes surgiram, foram


cultuados e se humanizaram. “Humanizar-se” significa que o orixá ou a
divindade assumiu feições humanas, compreensíveis por nós e de mais fácil
assimilação e interpretação.

Oferenda:

• Morim: branco e preto;


• Velas: branca, preta;
• Fitas: branca, preta;
• Pembas: branca, preta;
• Comidas: (doburú) pipoca feita na areia de praia com coco seco fatiado
colocado por cima;
• Frutas: maracujá, ameixa preta, ingá e figo;
• Bebidas: água em copos, vinho branco licoroso, licor de hortelã e limão;
• Flores: crisântemos, flores do campo, rosas brancas;
• Erva: canela de velho e mamona;
• Número: 9 e 21;
• Astro: saturno;
• Signo: aquário e capricórnio;
• Pedra: turmalina negra;
• Dia da semana: segunda feira;
• Local para a oferenda: calunga pequena ou calunga grande;
• Horário vibratório: 21:00 às 00:00;
• Essência: canela;
• Símbolo: cruz com pedestal;
• Ferramenta: okó (cajado com a foice) e o azê (vestimenta de palha);
• Saudação: Atotô = Silêncio

Ingredientes:

Milho de pipocas, areia de praia, 1 alguidar, coco cortado em tirinhas e 1vela


branca e preta.

Como fazer a comida e oferenda:

Este é o prato mais comum oferecido à Omulú. Coloque a areia de praia em


uma panela e deixe esquentar, depois de quente coloque o milho de pipoca
para estourar nesta areia. Quando estiver estourado, abra o morim no chão,
coloque o alguidar com a pipoca dentro, coloque por cima o coco seco fatiado,
sirva a bebida em um cuité ao lado, coloque as flores, ascenda as vela circule a
oferenda com o resto da bebida em sentido horário fazendo seus
agradecimentos e pedidos. Entregue na calunga pequena ou calunga grande.

Orixá Obá – Orixá Cósmico – Irradia na Umbanda junto à Linha de Oxóssi


e Ogum - Sincretizada com Santa Joana D´Arc

62
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

Obá guerreira Senhora das águas revoltas, com seu aspecto ligado ao campo
da concentração e do foco equilibrado da fé dos seres vivos, junto ao Orixá
Oxóssi a linha do Conhecimento, o fator expansor de Pai Oxóssi tem por
função expandir tanto a faculdade mental de um ser, quanto um campo dentro
do qual ele está evoluindo e o fator concentrador de mãe Obá tem a função
tanto de concentrar uma faculdade mental que se torna dispersiva, quanto fixar
o ser em um único campo para que ele se reequilibre e redirecione sua
evolução. Pai Oxóssi é a expansão e Mãe Obá a concentração e fixação de
tudo e de todos na criação Divina e atua em todos os campos e sentidos, mas
essas não são as únicas atribuições desse amado Pai e dessa amada Mãe
Orixá, afinal, não podemos limitar a ação dos Orixás, certo? Mãe Obá aquieta e
densifica o racional dos seres, seu campo de atuação é esgotar os
conhecimentos desvirtuados. No sentido da virtude o conhecimento é a
verdade e no negativo o conhecimento é a mentira, a ignorância e a falsidade,
então, ela absorve as irradiações desordenadas dos seres regidos pelos
mistérios do conhecimento, seu magnetismo é absorvedor. Mãe Obá é telúrica,
está na raiz dos vegetais como a terra fértil onde eles crescem e se
multiplicam, seu elemento original é a Terra que complementa o elemento
vegetal de nosso Pai Oxóssi, ela germina todas as sementes do conhecimento,
desenvolve o raciocínio, nossa capacidade de assimilação mental da realidade
visível, ou somente perceptível, que influência nossa evolução, seu segundo
elemento é o vegetal. Enquanto pai Oxóssi estimula a busca do conhecimento,
mãe Obá atrai e paralisa os seres que se desvirtuam por terem assimilado de
forma viciada os conhecimentos puros, ela atua em todos os sentidos de
nossas vidas, mas seu campo preferencial é o religioso e atua paralisando as
pessoas que ensinam falsas verdades religiosas, desvirtuando e profanando o
que é sagrado e divino ou induzem os outros ao mau uso do que aprenderam.
Sua atuação é discreta e silenciosa, quem está sob sua atuação, nem percebe
que está passando por uma descarga emocional intensa e após algum tempo
começa a mudar alguns de seus conceitos errôneos ou abandona a linha de
raciocínio desvirtuado, viciado e falso. Esses seres que possuem conhecimento
religioso e os desvirtuam e transmitem de maneira errada, ou se aproveitam do
conhecimento adquirido e se utilizam dele para manipular as pessoas ou para
conseguir o que querem, interferindo no livre arbítrio do outro, dando assim
mau uso ao que aprendeu mãe Obá atua paralisando e aquietando esses seres
antes que cometam erros irreparáveis, o ser sob a atuação paralisadora de
mãe Obá começa perder o interesse pelo assunto que o atraía, torna-se
apático e alguns até perdem sua desvirtuada capacidade de raciocinar.
Quando o ser paralisado já teve seu emocional descarregado dos conceitos
falsos, mãe Obá o conduz ao campo de nosso Pai Oxóssi que começa a atuar
redirecionando o ser na linha reta do conhecimento; essa atuação toda de
nossa mãe Obá, ainda está ocorrendo nos seus polos positivos e luminosos,
mas como todo Orixá Cósmico ela possui polos negativos ou punidores,

63
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

quando o ser com seus conhecimentos, começa a prejudicar muitas pessoas e


a atrapalhar suas evoluções, induzindo a seguir em sentido contrário à que a
Lei Maior os reservou, então essa amada Mãe acelera a paralisação desses
seres através de seus polos negativos e punidores, nada e nem ninguém deixa
de ser alcançado e esse alcance ultrapassa o culto dos Orixás, pois a
religiosidade é comum a todos os seres pensantes. Todas as doutrinas
religiosas que são rígidas e rigorosas com seus adeptos têm a sustentá-las a
silenciosa atuação de nossa amada Mãe Obá. Mãe Obá é circunspecta, de
caráter firme e reto, de poucas palavras e de uma profundidade única nas suas
vibrações retificadoras do raciocínio dos seres. Ela é interpretada como a
mestra rigorosa, inflexível e irredutível nos seus pontos de vista (conceitos
sobre a verdade). Mãe Obá pune com rigor os sarcásticos, os sátiros que
brincam com as coisas sagradas e é implacável com os que colocam as
divindades no mesmo nível chulo onde eles perderam suas consciências, bom
senso e evolução. Entendam que nossa Mãe Obá alcança com suas
irradiações todos os seres que recorrem ao conhecimento e se guiam por
conceitos errôneos dando mal uso ao dom do raciocínio e aos conhecimentos
que vão adquirindo, adquirimos conhecimentos em todos os sete sentidos da
vida, certo? Então mãe Obá atuará nos sete sentidos da vida de um ser, e
onde ele der mal uso ao conhecimento adquirido, ela o paralisará. É a Orixá da
verdade e não aceita conhecimento mentiroso, mostra a verdade e nos ajuda a
manter firmes os nossos objetivos, nosso raciocínio, nossa concentração e
determinação. Quando em dúvida, clamem para que essa amada mãe mostre
a verdade e nos coloque nos caminhos da verdade e que sempre possamos
dizer a verdade e também podemos clamar o vosso auxílio quando perdemos o
foco ou estamos sem foco, sem objetivos claros a seguir e nos tornamos
dispersivos e perdidos. Quando clamamos pelo auxílio de nossa amada Mãe
Obá, nossa percepção da verdade se torna mais límpida e nosso desejo de
pureza de coração mais acentuado, o conhecimento da verdade depende mais
da simplicidade, da pureza de propósito de uma fé sincera e confiante, do que
da capacidade intelectual. O Campo de atuação de mãe Obá é extenso e
podemos clamar a essa mãe Divina quando meditamos para nos auxiliar no
autoconhecimento e assim nos depararmos com nossas verdades, sem medo,
e purificarmos e esgotarmos nossas falsas verdades, o conhecimento
da Verdade e de si mesmo é dado àquele que vive na força da fé, que domina
o eu pessoal, as ilusões e as impressões dos sentidos, aqueles que se
encontram nas trevas da ignorância não encontram o caminho que conduz à
paz e ficam paralisados e não evoluem. Que nossa amada Mãe Obá nos
conduza sempre nos caminhos da verdade exteriores e interiores.

Oferenda:

• Morim: verde escuro, marrom, magenta ou vermelho e


branco;

64
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

• Velas: verde escuro com marrom, magenta ou vermelho com branco;


• Fitas: verde escuro com marrom, magenta ou vermelho com branco;
• Pembas: marrom, verde, magenta, vermelho ou branco;
• Comidas: coco verde aberto, grãos de milho amarelos aferventados e regados
com mel ou acarajés em forma arredondada e abará;
• Frutas: todas;
• Bebidas: água do coco verde com folhas de hortelã e mel, vinho tinto licoroso;
• Flores: do campo, rosas e jasmim;
• Erva: dandá da costa, peregúm roxo, folha de amendoeira, alecrim, folhas de
abóbora e tamarindo;
• Número: 7 (e múltiplos);
• Astro: vênus;
• Signo: libra e touro;
• Pedra: Turmalina verde, jaspe madeira e calcedônia;
• Dia da semana: terça feira;
• Local para a oferenda: beira das matas;
• Horário vibratório: 03:00 às 06:00;
• Essência: rosa branca;
• Símbolo: mandála em círculo, com folhas sobrepostas;
• Ferramenta: facão, escudo e também o ofá (arco e flecha);
• Saudação: Xiré Yá / Akiroobá yê” = Eu à saúdo Senhora do Conhecimento

Ingredientes:

um coco verde aberto (separar a água); a água do coco verde com folhas de
hortelã quinadas e em seguida adoçada com mel; vinho tinto licoroso; raízes e
ervas; 1 kg de canjica amarela levemente aferventada em água mineral,
escorrida e depois regada com mel; flores do campo; sete velas verde escuro,
e sete magenta (ou vermelhas); duas folhas de bananeira; um pedaço de
tecido de cor magenta (ou vermelho) e outro, do mesmo tamanho, na cor verde
escuro.

Como fazer a comida e oferenda:

Estender os panos na terra, em forma de estrela (o magenta em cima do verde)


e sobre eles abrir as folhas de bananeira, que servirão como prato para o milho
e com mel. Despejar a água de coco com hortelã e mel dentro do coco e
colocá-lo no centro da oferenda (no centro do milho). Rodear o coco com a
canjica amarela. Em volta, distribuir as raízes e as demais ervas. Fazer novo
círculo, agora com as flores. Por fora da oferenda montada, firmar as velas,
alternando um verde e um magenta. Circular tudo com o vinho licoroso,
despejando-o com a mão direita sobre a terra e saudando a Divina Mãe Obá:
“Akirô Obá-Yê!” Dar três voltas sobre a oferenda, no sentido horário,
derramando o vinho e fazendo a saudação. Pedir a Obá que nos dê proteção,
foco, concentração e objetividade na vida, e que Ela nos mostre sempre a
verdade e nos livre dos enganos e dos enganadores.

65
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

Orixá Iansã ou Oyá – Orixá Cósmico – Irradia na Umbanda junto à Linha


de Ogum ou Xangô (dependendo da Casa) - Sincretismo com St. ª Bárbara

Orixá do Tempo, mas do Tempo Cronológico, da espada de fogo, Dona das


paixões, Iansã é a Rainha dos raios, dos ciclones, furacões, tufões, vendavais.
Orixá do fogo, guerreira e poderosa. Senhora e mãe dos eguns, encaminha os
espíritos desencarnados como Senhora dos cemitérios. Equilibra as emoções
dos seres vivos e desencarnados, para que não se percam em vibrações
desenfreadas e destruidoras. Forma com Ogum de magnetismo positivo e
ativo, par vibratório no magnetismo negativo e passivo. Juntos encorajam-nos,
alimentam o fogo de nossas lutas interiores para superarmos todas as batalhas
de nossos carmas. Como falamos, temos que atentar para nossas emoções e
jamais deixar de solicitar quando necessário, ajuda a essa Orixá, que anula
todos os sentimentos de loucura, desejos de possuir aquilo que não podemos
sustentar e dar continuidade e que equilibra, para o nosso bem, o desejo
sexual. Iansã é a volúpia, o clímax, o orgasmo do homem e da mulher. Ela é o
desejo incontido, o sentimento mais forte que a razão. Muitas vezes ouvimos
de alguém a frase "estou apaixonada”, não tenham dúvida que tem a presença
e a regência de Iansã, que é o Orixá que faz nossos corações baterem com
mais força e cria em nossas mentes os sentimentos mais profundos, abusados,
ousados e desesperados. É o ciúme doentio, a inveja suave, o fascínio
enlouquecido, mas tudo isso em estado de equilíbrio, sabendo-se que para se
atingir o equilíbrio, o caminho é árduo. É a paixão, propriamente dita. Iansã é a
deusa dos cemitérios. Ela é a regente, juntamente com Omulú (ou Obaluaiê),
dos Campos Santos, pois comanda a falange dos eguns. Comanda também,
junto à Oxóssi, a falange dos Boiadeiros, encantados que são cultuados nas
casas de Nação de Angola e na Umbanda. Ela é sua rainha. Como deusa dos
mortos, Iansã carrega consigo o eruxin, feito com rabo de cavalo, para impor
respeito aos eguns. A mãe que nos passa segurança para enfrentarmos o
nosso lado sombrio, sem medo de assumirmos quem somos, para termos êxito
ao iniciar qualquer batalha.
Oferenda:
• Morim: amarelo;
• Vela: amarela;
• Fita: amarela;
• Pemba: amarela;
• Comidas: Acarajé, feijão fradinho, abacaxi em calda, arroz doce com
bastante canela em pó por cima (em cultos de nação, usa-se camarão);
• Frutas: laranja, abacaxi, pitanga, uva, morango, ambrósia, melancia, melão
amarelo, pêssego e goiaba vermelha;
• Bebidas: champanhe de uva ou de sidra;
• Flores: amarelas;
• Erva: bambu e espada de Iansã;
• Número: 7 e 9;
• Astro: urano e júpiter;
• Signo: leão, sagitário e aquário;

66
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

• Pedra: quartzo rosa;


• Dia da semana: terça feira;
• Local para a oferenda: alto de montanhas e pedreiras;
• Horário vibracional: 15:00 às 21:00;
• Essência: patchouli;
• Símbolo: raios, espadas e aspiral;
• Ferramenta: eruexim (chibata feita com rabo de cavalo) e espada de cobre;
• Saudação: Eparêy Oyá ou Iansã = Eu a saúdo Senhora dos Ventos

1) Ingredientes:

Feijão fradinho, cebola ralada e azeite de dendê.

1) Como fazer a comida e a oferenda:

Coloque o feijão de molho de um dia para o outro. Descasque o feijão um a


um. Triture o feijão e misture com cebola ralada, mexa por um tempo até que
se obtenha uma massa firme. Coloque a massa para descansar coberta com
um pano e com uma pedra de carvão dentro. Coloque +/- um litro de dendê em
uma panela funda e deixe esquentar bem, faça bolos da massa de feijão com
uma colher e coloque para fritar. Quando estiverem todos fritos, coloque no
prato e deixe esfriar. Abra o morim, coloque a tigela de barro com os bolinhos
encima, coloque os adereços, coloque a bebida em uma taça, coloque as
flores, ascendam às velas e circule o trabalho com o resto da bebida em
sentido horário, fazendo seus agradecimentos e pedidos. Entregue em uma
pedreira, 3ª ou 4ª feira.

2) Ingredientes:

Feijão fradinho, cebola ralada, camarão e azeite de dendê.

2) Como fazer a comida e a oferenda:

Quebrar o feijão fradinho e tirar os olhos pretos dentro de uma bacia com
água, depois bater no liquidificador ou triturador. Após bater a massa com
cebola e camarão no liquidificador, tirar o excesso de água com um pano
branco e limpo e depois fritar. Colocar em uma travessa de barro,
oferecendo com os apretechos, como no item 1, mas se as qualidades de
Iansã forem de onirá, colocar numa travessa de louça os acarajés.

Orixá Nana Buruquê – Orixá Cósmico – Vem na Umbanda representando a


Linha de Yorimá ou Iemanjá (dependendo da Casa) - Sincretismo com Nª
Sr.ª. Santana

Orixá feminino da chuva, dos mangues e do pântano, trabalha para a morte de


nossos vícios, fraquezas e medos, decantando tudo que nos atrasa em nossa
evolução como espíritos. Protegem idosos e desabrigados. Também dona da

67
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

chuva e da lama. É mãe de Obaluaiê e junto com ele, dona das doenças
cancerígenas. Mais velho orixá do panteão africano. Rege sobre a maturidade
e seu campo preferencial de atuação é o racional dos seres. Atua decantando
os seres emocionados e preparando-os para uma nova “vida”, já mais
equilibrada. O Orixá Nanã Buruquê rege uma dimensão formada por dois
elementos, que são: terra e água. Ela é de natureza cósmica, pois seu campo
preferencial de atuação é o emocional dos seres que, quando recebem suas
irradiações, aquietam-se, chegando até a terem suas evoluções paralisadas. E
assim permanecem até que tenham passado por uma decantação completa de
seus vícios e desequilíbrios mentais. Nanã forma com Obaluaiê a irradiação da
Evolução. E enquanto ele atua na passagem do plano espiritual para o material
(encarnação), ela atua também na decantação emocional e no adormecimento
do espírito que irá encarnar. Saibam que os orixás Obá e Omolu são regidos
por magnetismos “terra pura”, enquanto Nanã e Obaluaiê são regidos por
magnetismos mistos “terra-água”. Obaluaiê absorve essência telúrica e irradia
energia elemental telúrica, mas também absorve energia elemental aquática,
fraciona-a em essência aquática e a mistura à sua irradiação elemental telúrica,
que se torna “úmida”. Já Nanã, atua de forma inversa: seu magnetismo
absorve essência aquática e a irradia como energia elemental aquática,
absorve o elemento terra e, após fracioná-lo em essência, irradia-o junto com
sua energia aquática. Estes dois orixás são únicos, pois atuam em irradiações
opostos de uma mesma linha de forças e, com processos inversos, regem a
evolução dos seres. Enquanto Nanã decanta e adormece o espírito que irá
reencarnar, Obaluaiê o envolve em uma irradiação especial, que reduz o corpo
energético, já adormecido, até o tamanho do feto já formado dentro do útero
materno onde está sendo gerado. Este mistério divino que reduz o espírito ao
tamanho do corpo carnal, ao qual já está ligado desde que ocorreu a
fecundação do óvulo pelo sêmen, é regido por nosso amado pai Obaluaiê, que
é o “Senhor das Passagens” de um plano para outro. Já nossa amada mãe
Nanã, envolve o espírito que irá reencarnar em uma irradiação única, que dilui
todos os acúmulos energéticos, assim como adormece sua memória,
preparando-o para uma nova vida na carne como falamos, onde não se
lembrará de nada do que já vivenciou. É por isso que Nanã é associada à
senilidade, à velhice, que é quando a pessoa começa a se esquecer de muitas
coisas que vivenciou na sua vida carnal. Portanto, um dos campos de atuação
de Nanã é a “memória” dos seres. E, se Oxóssi aguça o raciocínio, ela
adormece os conhecimentos do espírito para que eles não interfiram com o
destino traçado para toda uma encarnação. Em outra linha da vida, ela é

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FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

encontrada na menopausa. No início desta linha está Oxum estimulando a


sexualidade feminina, no meio está Iemanjá, estimulando a maternidade e no
fim está Nanã, paralisando tanto a sexualidade quanto a geração de filhos. Nas
“linhas da vida”, encontramos os orixás atuando através dos sentidos e das
energias. E cada um rege uma etapa da vida dos seres. Saibam que Nanã em
seus aspectos positivos forma pares com todos os outros treze ou quinze
orixás, mas sem nunca perder suas qualidades “água-terra”.

Oferenda

• Morim: lilás;
• Vela: lilás;
• Fita: lilás;
• Pemba: lilás;
• Comida: berinjela, inhame e mel;
• Frutas: uva, melão, manga, mamão, maracujá doce, framboesa, amora, figo;
• Bebidas: champagne ou água natural;
• Flores: do campo, lírios e crisântemos;
• Erva: pinhão roxo;
• Número: 7 e 21;
• Astro: lua;
• Signo: câncer;
• Pedra: ametista;
• Dia da semana: segunda feira;
• Local para a oferenda: à beira de um rio calmo, pântanos ou calunga
pequena;
• Horário vibracional: 18:00 às 00:00;
• Essência: violeta;
• Símbolo: coração com cruz no centro e traços de chuva;
• Ferramenta: ibirí (nervuras das folhas de palmeira em formato de cobra)
• Saudação: Saluba Nanã = Salve a Senhora mãe de todas as mães.

1) Ingredientes:

1 Berinjela, 3 inhames e mel.

1) Como preparar a comida e a oferenda:

Aferventar 1 berinjela e cortá-la de preferência com faca de madeira,


verticalmente, em 4 partes. Cozinhar inhames em água pura, com casca, e
cortá-los em rodelas. Arrumar a berinjela e os inhames em alguidar vidrado,
despejando mel pôr cima, abrir o morim, colocar a comida no meio, colocar os
adereços, servir a bebida em taça, colocar as flores e ascender as velas
circulando a oferenda com o resto da bebida em sentido horário fazendo seus
agradecimentos e pedidos. Entregar à beira de um rio calmo, pântano ou
calunga pequena no dia de segunda feira ou sábado.

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FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

2) Ingredientes:

Cerca de 250 gr de feijão preto e milho de pipoca.

2) Como fazer a comida e a oferenda:

Cozinhar o feijão e depois refogar no dendê ou azeite doce, colocar num oberó
e depois enfeitar com pipoca por cima, lembrando que o Orixá Nanã é a única
yabá que come no oberó. Os demais apretechos podem ser colocados
conforme o item 1.

Orixá Iemanjá – Orixá Universal – Representa na Umbanda a Linha de


Yemanjá - Sincretismo com Nª Sra. Da Glória

Rainha das águas salgadas, por muitos é vista como mãe de muitos Orixá.
Dona da fertilidade feminina e do psicológico dos seres humanos, representa a
Geração e seu campo preferencial de atuação é no amparo à maternidade.
Iemanjá é por demais conhecida e não nos alongaremos ao comentá-la. Orixá
que nos ajuda a darmos sentido à nossas vidas, família principalmente,
transformando-nos em pessoas mais flexíveis em prol da harmonia. Geradora
do amor em todos os sentidos, pela fé, pelos pais, pela vida, pela humanidade,
gerando sempre novos caminhos para a nossa evolução. Em um terreiro,
Iemanjá também atua organizando e dando sentindo ao grupo, à comunidade
ali reunida e transformando essa convivência num ato familiar, criando raízes e
dependências, proporcionando o sentimento de irmão pra irmão em pessoas
que há bem pouco tempo não se conheciam, proporcionando também o
sentimento de pai para filho, ou de mãe para filho e vice-versa, nos casos do
relacionamento do Pai no Santo com seus filhos no Santo. Está presente
também no nascimento, pois é ela quem vai aparar a cabeça do bebê,
exatamente no momento do seu nascimento. Se Exu fecunda e Oxum cuida da
gestação, é Iemanjá quem vai receber aquela nova vida no mundo e entregá-la
ao seu regente, que inclusive pode ser até ela mesma. Isto tem uma
importância muito grande, no sentido e na visão da Cultura Africana, sobre a
fecundação e concepção da vida humana. Iemanjá é a senhora dos lares, pois,
desde o nascimento, ou a partir do nascimento, ela cuidará da família.
Orefenda

• Morim: Cristal transparente com azul cristal;


• Velas: azul claro e branca;
• Fitas: azul claro e branca;
• Pembas: azul e branca;
• Comidas: (Eboiá) Epo de milho branco, azeite doce e camarão ou, canjica de
milho branco, manjares, arroz doce com bastante canela em pó;
• Frutas: melão em fatias, cerejas, laranja lima, goiaba branca, framboesa;
• Bebidas: champagne de uva e licor de ambrósia;

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FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

• Flores: rosas brancas, palmas brancas, lírio branco;


• Erva: jasmim, alfazema e lavanda;
• Número: 4;
• Astro: lua;
• Signo: câncer;
• Pedra: da lua;
• Dia da semana: sábado;
• Horário vibratório: 18:00 às 21:00;
• Local para a oferenda: beira do mar;
• Essência: alfazema;
• Símbolo: lua e ondas do mar;
• Ferramenta: abebê (leque prateado em forma circular) e adê (coroa);
• Saudação: Odô Iyá = Salva a amada Senhora dos mares

1) Ingredientes:

Leite de coco, canjica branca sem açúcar, podendo colocar por cima ,mel e
uvas brancas.

1) Como preparar a comida e a oferenda:

Com canjica branca: Cozinhar canjica branca em água pura e, depois de


escorrida, acrescentar leite de coco de modo a umedecer a canjica. Colocar a
canjica em tigela de louça branca, despejando mel pôr cima e uvas brancas, se
desejar. Abra o morim, coloque a comida no centro, coloque os adereços,
coloque as flores, sirva a bebida em uma taça, ascenda as velas, circule o
trabalho com farinha de milho branco em sentido horário, coloque o resto da
bebida ao redor num círculo feito no sentido horário fazendo seus
agradecimentos e pedidos à Iemanjá.

2) Ingredientes:

Canjica branca, azeite doce e camarão.

2) Como preparar a comida e a oferenda:

Eboiá: cozinhar a canjica e depois refogar no azeite doce ou misto. Colocar


numa tigela de louça branca e enfeitar com nove camarões refogados no azeite
doce ou misto. Colocar os outros apretechos, como no item 1.

Exú (Egum)/Exú Orixá - Orixá Cósmico – Ligado energeticamente as 7


Linhas da Umbanda devido à sua flexibilidade energética - Sincretismo
Santo Antônio (falaremos também sobre Exú falangeiro, que na Umbanda
representam a Linha de trabalho dos Exús)

Guardião dos templos, encruzilhadas, passagens, casas, cidades e das

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FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

pessoas, mensageiro Divino dos oráculos. Seu trabalho tem a principal


finalidade de proteger o seu médium, quando de merecimento é claro, defender
o terreiro de possíveis investidas do mal, não permitindo que o caos tome conta
de nosso planeta e de nossas vidas, porém são muito procurados e
requisitados nas questões sentimentais e materiais, corriqueiras do dia a dia
em nosso planeta, mesmo assim, fazendo-se cumprir a Lei do Carma, são
também trabalhadores dos caminhos evolutivos dos seres humanos e
espirituais, exímios cobradores e também contentores do equilíbrio planetários.
Exu é guardião e caminho, entre a luz e as trevas, cobrador perante a justiça
Divina. Com seu temperamento forte e alegre, costumam atrair bastantes
consulentes, pois não são homens e nem mulheres de mandar recado. Seus
trabalhos na magia abrangem toda capacidade ritualística da Umbanda e
manipulação energética irradiada pelos Orixás em todas as suas
manifestações.

Obs.: Eguns para a Umbanda são espíritos que já encarnaram, independente


de como tenha sido essa encarnação, ou em que orbe planetário, os nossos
falangeiros são considerados Eguns, pois já tiveram vida na terra e por
merecimento, adentraram na missão de resgate da Umbanda à vida humana,
um pouco diferente do Egum dos cultos de nação.

Oferenda:

• Morim: preto e vermelho;


• Velas: preto e vermelho;
• Fitas: preto e vermelho;
• Pemba: preto e vermelho;
• Comida: (Padê) farinha de mandioca ou fubá com azeite de dendê ou pinga, 7
rodelas de cebola, 7 pimentas inteiras 7 moedas no centro das sete cebolas e
fechar com um fio de azeite de dendê por cima das cebolas e um de mel (em
cultos de nação, usa-se um bife de carne de peito de boi por cima do padê).
• Frutas: manga, mamão, limão;
• Bebidas: aguardente de cana de açúcar, whisky, conhaque;
• Flores: cravo vermelho, rosas vermelhas para as mulheres;
• Ervas: pimenta, capim tiririca, urtiga, arruda, folha de dólar, comigo ninguém
pode e de mangueira.
• Fumo: cigarros, cigarrilhas e charutos;
• Número: 7;
• Astro: saturno;
• Sígno: touro;
• Pedra: Ônix;
• Dia da semana: 2ª feira;
• Local para oferenda: passagens, praias, matas, encruzilhadas e campos
santos (calungas);
• Horário vibratório: 19:00 às 00:00;
• Essência: almíscar, canela, cedro, rosas e patchuli;
• Saudação: Laroyê Exú é Mojubá = Olhe por mim, eu o saúdo Sr., reverencio
vossa força.

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FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

1) Ingredientes da comida:

Farinha de mandioca, dendê, mel, 7 moedas, 7 rodelas de cebola, 7 pimentas e


cacháça.

1) Como fazer a comida e oferenda:

Misturar a farinha ou fubá com o dendê e cacháça, colocar as 7 rodelas de


cebola por cima, 6 em volta e uma no centro e fazer o mesmo com a moeda e
no final circular com a pimenta fincada ao redor, colocando um pouco de dendê
e mel por cima, colocar o morim preto e vermelho, o alguidar com a comida no
centro, a bebida ao lado em um copo ou taça (para mulheres), ascender o fumo
e colocar encima da caixa de fósforos aberta, ascender as velas ao redor do
trabalho, colocar as flores aos pés do padê encima do morim, circular o
trabalho com um pouco do padê que deve ser separado no início do trabalho
para esse fim e circular também com um pouco da bebida, fazendo seus
pedidos e agradecimentos.

2) Ingredientes:

Carne de peito, farinha de mandioca, dendê, cebola e camarão.

2) Como fazer a comida de oferenda:

Cozinhar a carne de peito inteira, depois fazer uma farofa feita no dendê
refogada com cebola e camarão, colocar num oberó a carne e a farofa juntas.
Colocar o restante dos apretrechos como no item 1

Pretos Velhos (Eguns) – Na Umbanda são da Linha de Yorimá (almas) –


Representam na Umbanda a Linha de trabalho das Almas (Pretos Velhos
e Pretas velhas)

Espíritos de alto grau de evolução, pela fé e sabedoria que são possuidores,


negros escravos que tanto sofreram no passado e não se revoltaram contra
Deus e nem contra os deuses que cultuavam, vêm nos visitar, vem nos ensinar
a humildade, a paciência e a esperança em nossos desafios, apesar de toda a
barbárie que sofreram, voltam nos dias de hoje, muitas vezes para orientar e
abençoar aqueles que no passado foram seus algozes. Nem todo Preto Velho
que incorpora na Umbanda, é preto e velho, ou obrigatoriamente foi escravo
em sua última encarnação, porém são espíritos que já atingiram um grau de
sabedoria, humildade e pureza em suas ações e diretrizes, permitindo-lhes
atuarem nessa Linha de trabalho. Essas entidades de tanta luz e amor
escutam com paciência nossos pedidos de socorro, são ótimos ouvintes,
enxugam nossas lágrimas e com suas rezas e conselhos, aliviam o nosso
coração angustiado. Trazem suas mandingas, suas benzeduras e patuás com

73
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

o intuito de nos protegerem e aliviarem o fardo que carregamos, nos mostrando


que toda a escolha tem o seu preço e que esse preço é preciso ser pago para
aliviar o fardo.. Para muitos os Pretos Velhos são conselheiros, mostrando a
vida e seus caminhos, para outros são psicólogos, amigos, confidentes e
mentores espirituais. São também mandingueiros poderosos, com seu olhar
perscrutador, sentado em seu banquinho fumando seu cachimbo, benzendo
com seu ramo de arruda, rezando com seu terço e aspergindo sua água
fluidificada, demandam contra o baixo astral e suas baforadas são para a
limpeza e harmonização das vibrações de seus médiuns e consulentes.
Conhecedores profundos da Magia Divina e manipulação das ervas, combatem
as forças negativas (o mal), espíritos obssessores e kiumbas e auxiliados pelos
Exus, desfazem os trabalhos para o mal. Por isso quando falar com um Preto-
Velho, tenha humildade e saiba escutar, não queira milagres ou que ele resolva
seus problemas, como em um passe de mágica, entendam que qualquer
solução tem o princípio dentro de você mesmo, tenha fé, acredite em você,
tenha amor a Deus e a você mesmo. Nossos amados Pretos Velhos formaram
de acordo com a região de onde vieram, as suas raízes, como por exemplo:

• Congo
• Aruanda
• Angola
• Guiné
• Moçambique
• Keto, e outros

Oferenda:

• Morim: branco e preto;


• Velas: preta e branca;
• Fitas: brancas e pretas;
• Pembas: preta e branca;
• Comidas: mingal das almas, bolo de fubá de milho, doce de
côco, quindim, no prato de barro e aipim;
• Frutas: de todas as espécies;
• Bebidas: café, cachaça, vinho doce, cerveja preta, água de coco, vinho
branco licoroso;
• Flores: crisântemos brancos, margaridas, lírios brancos;
• Fumo: cachimbo, cigarro de palha e fumo de rolo desfiado;
• Erva: guiné e arruda;
• Número: 13;
• Astro: saturno;
• Signo: aquário;
• Pedra: turmalina;
• Dia da semana: segunda feira;
• Local para a oferenda: matas, praias e cruzeiro das almas;
• Horário vibratório: 18:00 às 00:00;
• Essência: alecrim, junquilho e rosa branca.
• Saudação: Cacurucáia = Adorei as Almas

74
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

Ingredientes da comida: (Mingal das Almas)

½ litro de leite, 2 ½ colheres de farinha de milho branco ou maisena e ½


xícara de açúcar.

Como fazer a comida e a oferenda:

Misture todos os ingredientes e leve ao fogo, mexendo sempre até dar o ponto
de mingau liso. Servir em uma tigela branca após esfriar, oferecer encima de
um morim branco e preto e fazer uma cruz com fita preta encima do mingau,
servir a bebida em uma xícara ou cuité ao lado, colocar um cachimbo de barro
pequeno com fumo de rolo, cigarros de palha acesos em número de 6,
espalhar as flores ao redor da comida encima do morim e ascender as velas
em volta em número de 3, preta e branca.

Baianos (Eguns) Na Umbanda são da Linha de Yorimá (Almas) –


Representam na Umbanda a Linha de Trabalho dos baianos

De um modo geral, os baianos são tidos como pessoas alegres e teimosas em


afirmar sua identidade cultural. Os baianos da Umbanda, entretanto, pouco
presentes na literatura científica, são guias que mesclam características da
direita e da esquerda, nas giras ele se apresenta com forte traço regionalista,
principalmente em seu modo de falar cantado, diferente, eles são “do tipo que
não levam desaforo pra casa”, possuem uma capacidade de ouvir e
aconselhar, conversando bastante, falando baixo e mansamente, são
carinhosos e passam segurança ao consulente que tem fé. Os baianos,
trabalhadores da Umbanda, pertencem à chamada Linha das Almas. É uma
linha que traz uma mensagem de conforto, por estar mais próxima do nosso
tempo. São os Espíritos responsáveis pela “esperteza” do homem em sua
jornada terrena. No desenvolvimento de suas giras, os baianos trazem como
mensagem a forma e o saber lidar com as adversidades de nosso dia-a-dia,
com a alegria, a flexibilidade, a magia e a brincadeira sadia.

Oferenda

• Morim: branco, laranja;


• Velas: branca, laranja;
• Fitas: branca, laranja;
• Pembas: branca;
• Comidas: bolo de milho, farofa com cebola fatiada, quindim, coco, cocada;
• Frutas: coco, caqui, abacaxi, uva pêra, laranja, manga, mamão;
• Bebidas: batida de coco, de amendoim, pinga misturada com água de coco;
• Flores: flor do campo, cravo, palmas;
• Fumo: cigarro de palha, cigarro;
• Fumo: cigarro de palha, charuto;

75
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

• Erva: folha de coqueiro, folha de laranja e folha de caju;


• Número: 10 ou 21;
• Astro: saturno;
• Sígno: aquário;
• Pedra; Turmalina;
• Dia da semana: terça feira;
• Local para a oferenda: Cruzeiros da calunga e beiras de estradas ou matas;
• Horário: 06:00 às 24:00;
• Essência: canela e açafrão;
• Símbolo: punhal;
• Saudação: É da Bahia

Ingredientes: 1 kg de farinha de mandioca, 1 cebola picada

Como fazer a comida e oferenda: refogar a cebola picada e adicionar a


farinha até torrar. Colocar em uma travessa de barro encima do morim, servir a
bebida em cuité, espalhar as flores envolta, ascender as velas, o fumo e fazer
seus agradecimentos e pedidos

Boiadeiros (Eguns) – Na Umbanda são da Linha de Oxóssi – Na Umbanda


representam a Linha de trabalho de Caboclos do Sertão Nordestino

São espíritos de pessoas, que em vida trabalharam com o gado, em fazendas


por todo o Brasil, estas entidades trabalham da mesma forma que os Caboclos
nas sessões de Umbanda. Usam de canções antigas, que expressam o
trabalho com o gado e a vida simples das fazendas, nos ensinando a força que
o trabalho tem e passando, como ensinamento, que o principal elemento da
sua magia é a força de vontade, fazendo assim que consigamos uma vida
melhor e farta. Nos seus trabalhos usam de velas, pontos riscados e rezas
fortes para todos os fins. O Caboclo Boiadeiro traz o seu sangue quente do
sertão, e o cheiro de carne queimada pelo sol das grandes caminhadas sempre
tocando seu berrante para guiar o seu gado. Normalmente, eles fazem duas
festas por ano, uma no início e outra no meio do ano. Eles são logo
reconhecidos pela forma diferente de dançar, tem uma coreografia intricada de
passos rápidos e ágeis, que mais parece um dançarino mímico, lidando
bravamente com os bois. Seu dia é quinta feira, gosta de bebida forte como por
exemplo cachaça com mel de abelha, que eles chamam de meladinha, mas
também bebem vinho. Fumam cigarro, cigarro de palha e charutos. Seu prato
preferido é carne de boi com feijão tropeiro, feito com feijão de corda ou feijão
cavalo. Boiadeiro também gosta muito de abóbora com farofa de torresmo. Em
oferendas é sempre bom colocar um pedaço de fumo de rolo e cigarro de
palha. No Terreiro os Boiadeiros vêm "descendo em seus aparelhos" como
estivessem laçando seu gado, dançando, bradando, enfim, criando seu
ambiente de trabalho e vibração. Com seus chicotes e laços vão quebrando as
energias negativas e descarregando os médiuns, o terreiro e as pessoas da
assistência. Os fortalecendo dentro da mediunidade, abrindo as portas para a
entrada dos outros guias e tornando-se grandes protetores, assim como os

76
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

Exus. Quando o médium é mulher, frequentemente, a entidade pede para que


seja colocado um pano de cor, bem apertado, cobrindo o formato os seios.
Estes panos acabam, por vezes, como um identificador da entidade, e até da
sua linha mais forte de atuação, pela sua cor ou composição de cores. Alguns
usam chapéus de boiadeiro, laços, jalecos de couro, calças de bombachas, e
tem alguns, que até tocam berrantes em seus trabalhos. Nomes de alguns
boiadeiros: Boiadeiro da Jurema, Boiadeiro do Lajedo, Boiadeiro do Rio,
Carreiro, Boiadeiro do Ingá, Boiadeiro Navizala, Boiadeiro de Imbaúba, João
Boiadeiro, Boiadeiro Chapéu de Couro, Boiadeiro Juremá, Zé Mineiro,
Boiadeiro do Chapadão, etc. Sua saudação: “Getruá Boiadeiro”, “Xetro
Marrumbaxêtro”. Os Boiadeiros são entidades que representam a natureza
desbravadora, romântica, simples e persistente do homem do sertão, "o
caboclo sertanejo". São os Vaqueiros, Boiadeiros, Laçadores, Peões,
Tocadores de Viola. O mestiço Brasileiro, filho de branco com índio, índio com
negro e assim vai. Os Boiadeiros representam a própria essência da
miscigenação do povo brasileiro: nossos costumes, crendices, superstições e
fé.

Oferenda:

• Morim: branco e marrom;


• Velas: branca e marrom;
• Fitas: branca e marrom;
• Pembas: branca e marrom;
• Comidas: bolos simples de fubá, abóbora com farofa, (em cultos de nação,
usa-se miúdos de boi nos pratos).
• Frutas: todas;
• Bebidas: aguardente com mel;
• Flores: do campo, palmas, cravos;
• Fumo: cigarro de palha, charuto;
• Erva: peregum, chapéu de couro e garra do diabo;
• Número: 5 ou 2;
• Astro: vênus;
• Sígno: touro;
• Pedras: quartzo verde ou ônix;
• Dia da semana: quinta feira (influencia o Orixá que presta serviços);
• Local para a oferenda: matas e estradas;
• Horário vibratório: 06:00 e 18:00;
• Essência: couro da Rússia;
• Símbolo: laço enrolado ou peixeira;
• Saudação: Xetro marrumba xetro ou Xetruá = Salve o estradeiro.

Ingredientes para a comida:

1 abóbora, 1 cebola e 1 kg de farinha.

Como fazer a comida e oferenda:

77
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

Refogar a cebola no dendê, colocar a farinha até dourar, cozinhar as postas da


abórora e servir no alguidá de barro. Servir a bebida, espalhar as flores,
ascender as velas fazendo seus agradecimentos e pedidos.

Malandros (Eguns) – Na Umbanda são da Linha de Malandros ou da Linha


de Exú, nas casas que não batem para Malandro – Representam na
Umbanda a Linha de trabalho dos Malandros ou de Exú como falamos

Os malandros têm como principal característica de identificação, a


malandragem, não tendo nada haver com a vagabundagem como algumas
pessoas pensam. Também se caracterizam pelo amor pela noite, pela música,
pelo jogo, pela boemia e uma atração pelas mulheres, mas sabendo de sua
responsabilidade no atendimento e no socorro aos encarnados, em prol de
nossa evolução, devido ao entendimento que possuem do objetivo da obra
Divina. Isso quer dizer que em vários lugares de culturas e características
regionais completamente diferentes, sempre haverá um malandro. O malandro
de Pernambuco, dança côco, xaxado, passa a noite inteira no forró; no Rio de
Janeiro ele vive na Lapa, gosta de samba e passa suas noites na gafieira.
Atitudes regionais bem diferentes, mas que marcam exatamente a figura do
malandro. No Rio de Janeiro aproximou-se do arquétipo do antigo malandro da
Lapa, contado em histórias, músicas e peças de teatro. Alguns quando se
manifestam se vestem a caráter. Terno e gravata brancos. Mas em sua
maioria, gostam mesmo é de roupas leves, camisas de seda, e justificam o
gosto lembrando que: “a seda, a navalha não corta”. Navalha esta, que
levavam no bolso, e quando brigavam, jogavam capoeira (rabos-de-arraia,
pernadas), às vezes arrancavam os sapatos e prendiam a navalha entre os
dedos do pé, visando atingir o inimigo. Nos terreiros que oferecem bebida as
entidades incorporadas, bebem de tudo, da Cachaça ao Whisky, fumam na
maioria das vezes cigarros, mas utilizam também o charuto e se desejarem, até
o cachimbo e porque não. São cordiais, alegres, dançam a maior parte do
tempo quando se apresentam, usam chapéus ao estilo Panamá. Podem se
envolver com qualquer tipo de assunto e têm capacidade espiritual bastante
elevada para resolvê-los, podem curar, desamarrar, desmanchar, como podem
proteger e abrir caminhos. Têm sempre grandes amigos entre os que os vão
visitar em suas sessões ou festas. Existem também as manifestações
femininas da malandragem, Maria Navalha é um bom exemplo. Manifesta-se
como características semelhantes aos malandros, dança, samba, bebe e fuma
da mesma maneira. Apesar do aspecto, demonstram sempre muita
feminilidade, são vaidosas, gostam de presentes bonitos, de flores
principalmente vermelhas e vestem-se sempre muito bem. Ainda que tratado
muitas vezes como Exu, os Malandros não são Exus. Essa idéia existe porque
quando não são homenageados em festas ou sessões particulares,
manifestam-se tranquilamente nas sessões de Exu e parecem um deles,
inclusive em terreiros que não batem para malandro. Os malandros são
espíritos em evolução, que após um determinado tempo podem (caso o
desejem) se tornarem Exus. Mas, desde o início trabalham dentro da linha dos
Exus. Pode-se notar o apelo popular e a simplicidade das palavras e dos
termos com os quais são compostos os pontos e cantigas dessas entidades.

78
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

Assim é o malandro, simples, amigo, leal, verdadeiro. Se você pensa que pode
enganá-lo, ele o desmascara sem a menor cerimônia na frente de todos.
Apesar da figura do malandro, do jogador, do arruaceiro, detesta que façam
mal ou enganem aos mais fracos. Salve a Malandragem! Na Umbanda o
malandro vem na linha dos Exus, com sua tradicional vestimenta: Calça
Branca, sapato branco (ou branco com vermelho ou com preto), seu terno
branco, sua gravata vermelha, seu chapéu branco com uma fita vermelha ou
chapéu de palha e finalmente sua bengala. Gosta muito de ser agradado com
presentes, festas, ter sua roupa completa, é muito vaidoso, tem duas
características marcantes, como por exemplo, a de ser muito brincalhão, gostar
muito de dançar, gostar muito da presença de mulheres, gostar de elogiá-las,
etc. Outra é ficar mais sério, parado num canto assim como sua imagem, gosta
de observar o movimento ao seu redor mas sem perder suas características.

Oferenda:

• Morim: vermelho e preto, preto e branco ou vermelho e branco;


• Velas: preta e vermelha, branca e vermelha ou preta e branca;
• Fitas: branca, preta e vermelha;
• Pembas: branca, preta e vermelha;
• Comidas: padê com pimenta, cebola, cachaça, dendê e mel (em cultos de
nação, usa-se bife de carne, torresmos e linguiças);
• Fruta: manga, limão, laranja, mamão;
• Bebida: cerveja branca, whisky, cachaça;
• Flores: cravo vermelho, rosa vermelha;
• Fumo: cigarro, charuto;
• Ervas: pimenta, capim tiririca, urtiga, arruda, folha de dólar, comigo ninguém
pode e de mangueira;
• Número: 7 ou 21;
• Astro: marte;
• Sígno: áries;
• Pedra: ônix;
• Dia da semana: segunda feira;
• Local para a oferenda: encruzilhadas;
• Horário vibratório: 18:00 às 24:00;
• Essência: almíscar, canela;
• Símbolo: tridente;
• Saudação: Salve a Malandragem.

Ingredientes:

Farinha de mandioca, azeite de dendê, 7 rodelas de cebola, 7 moedas de


cobre e 7 pimentas pequenas, cachaça e mel;

Como preparar a comida:

79
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

Misturar a farinha com a azeite de dendê e cachaça até ficar avermelhada,


colocar 6 rodelas de cebola por cima ao redor e 1 no centro, colocar acima de
cada rodela 1 moeda e as sete pimentas cravadas na farinha com a ponta para
fora do alguidá, cobrir com um filete de azeite de dendê e um de mel, servir a
bebida, ascender o fumo e colocar encima da caixa de fósforos, ascender uma
vela branca ou preta e vermelha e entregar agradecendo e fazendo os seus
pedidos, em uma encruzilhada, ou local indicado pela entidade.

Marujos/Marinheiros (Eguns) – Na umbanda são da Linha de Iemanjá –


Representam na Umbanda a Linha de trabalho dos Marujos e Marinheiros

Espíritos mantenedores de grandes experiências em batalhas em todos os


campos da vida, principalmente em condições que tenham ligação com o mar.
Homens e mulheres que, quando encarnados, de alguma forma se
relacionaram com o mar. Fazem a limpeza mais forte em seu campo de ação,
com seu grande ponto de força que é a calunga grande, levando todo o mal
para as ondas do mar e, por este motivo, são considerados os Exus da calunga
grande. Recebem a irradiação da linha de Iemanjá, trazendo mensagem de
esperança, coragem e muita força, para a criação e geração de novas
oportunidades. Seu trabalho é realizado em descarrego, consultas, passes, no
desenvolvimento dos médiuns e em outros trabalhos que possam envolver
demandas. Mareados, quase sempre se apresentam cambaleantes (não por
estarem bêbados, mas sim por causa do balanço do navio), e têm em suas
danças o balanço das ondas do mar. Com extrema alegria e descontração,
passam o recado aos consulentes, sorridentes e animados, não tem tempo
ruim para esta falange, não tem espaço para a tristeza. Com palavras macias e
diretas eles vão bem fundo na alma dos consulentes e em seus problemas. Em
seus trabalhos são sinceros e ligeiramente românticos, sentimentais e muito
amigos. Gostam de ajudar aqueles que estão com problemas amorosos ou em
procura de alguém, de um "porto seguro". Em muito, seu trabalho é parecido
com o dos Exus. Têm como chefe de falange o Seu Martim Pescador.

Oferenda:

• Morim: azul marinho;


• Velas: branca e azul marinho;
• Fitas: branca e azul marinho;
• Pemba: branca e azul marinho;
• Comida: Epo de milho branco, manjares; arroz doce com bastante canela
em pó (em cultos de nação, usa-se peixes e camarões);
• Frutas: maçã verde, romã e banana d´agua;
• Bebidas: cerveja, cachaça, uísque, rum e aguardente;
• Flores: cravos brancos, palmas brancas e margaridas brancas;

80
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

• Fumo; cigarro de palha e cachimbo;


• Ervas: algas marinhas;
• Número: 4 ou 8;
• Astro: lua;
• Signo: câncer;
• Pedra; pedra da lua e água marinha;
• Dia da semana: sábado;
• Local para a oferenda: beira mar;
• Horário vibratório: 18:00 às 21:00;
• Essência: nardo;
• Símbolo: ondas do mar ou lua;
• Saudação: Da costa Marujo! Salve a marujada

Ingredientes para a comida:

1 kg de arroz, 3 xícaras de leite, pau de canela, açúcar, canela em pó.

Como preparar a comida e oferenda:

Leve o arroz para cozinhar em 3 xícaras de leite com o pau de canela, mas não
deixe secar completamente. Coloque 1 xícara de leite e misture bem até ficar
cremoso. Adicione açúcar e polvilhe bastante com canela e coloque em um
alguida. Coloque o prato encima do pano, sirva a bebida, coloque as flores,
acenda as velas, faça seus agradecimentos e pedidos à esses incansáveis
obreiros da espiritualidade.

Erês (Egum) – Na Umbanda são da Linha de Yori (Ibeji) – Trabalham na


Umbanda na Linha de trabalho das Crianças

São as almas das crianças desencarnadas em tenra idade, como também de


espíritos que atingiram o grau de pureza mais sublime na hierarquia terrena
que por determinação superior, continuam suas missões ao nosso lado,
auxiliando-nos em nossa escalada evolutiva, Vem nos terreiros de Umbanda
com sua magia e brincadeiras, quebrar toda demanda, tristeza e desfazer todo
trabalho com o intuito de desunir, desanimar e desestruturar o ser humano em
sua caminhada expiatória. Atendem aos pedidos que normalmente são feitos
pelos consulentes em sua gira, por possuírem um grande poder de ação no
plano astral e elemental da criação. Demonstram em suas atitudes muita
pureza, mais identificam as falhas e os vícios dos encarnados, não se calam
em suas consultas e, mesmo em sua estrutura infantil, têm mais poder do que
imaginamos. Devem ser respeitadas como qualquer entidade de Umbanda e
não é porque representam a alegria, o entusiasmo de viver e a pureza das
crianças, que o caos deve tomar conta dos terreiros, com gritaria e desordem,
pelo contrário, devemos estar atentos para os conselhos, orientações e magias
que exercem durante as consultas. Oque criança faz somente criança desfaz e
não prometa nada que você não vá cumprir, pois poderá estar se

81
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

comprometendo com a cobrança mais severa que você já conheceu, a da sua


consciência.

Oferenda:

• Morim: rosa e azul claro


• Velas: rosa e azul claro;
• fitas: rosa e azul claro;
• Pembas: azul e rosa;
• Comidas: doces de frutas, arroz doce, cocadas, balas, bolos açucarados,
quindins e carurú;
• Frutas: uva, pêssego, pêra, manga, goiaba, maçã, morango, cerejas, ameixa;
• Bebidas: refrigerantes, água de coco, suco de frutas;
• Flores: flores do campo;
• Erva: alecrim;
• Número: 6 e 8;
• Astro: Mercúrio;
• Signo: virgem e gêmeos;
• Pedra: quartzo rosa;
• Dia da semana: domingo;
• Local para a oferenda: pracinhas, jardins, praia e cachoeiras;
• Horário vibratório: 12:99 às 15:00;
• Essência: jasmim;
• Símbolo: pirulito ou flor;
• Saudação: Oni Ibeijada = Ele é dois (pureza + beleza)

Ingrediente para a comida:

1 kg de quiabo, 2 cebolas, 100 gr de amendoim, 100 gr de castanha de caju, ½


colher de chá de gengibre ralado, 2 colheres de azeite de dendê e sal.

Como preparar a comida e a oferenda: (caruru)

Lave o quiabo, deixe escorrer e seque bem. Pique bem miúdo e o reserve.
Passe as cebolas no processador e as reserve. Passe o amendoim e a
castanha no liquidificador com ½ copo d´agua e os reserve. Em uma panela
coloque azeite de dendê, refogue a cebola e o quiabo, coloque o gengibre, o
amendoim, a castanha e um pouco de sal. Deixe no fogo até engrossar e os
caroços do quiabo estarem meio rosados. Retire do fogo e coloque em um
alguidá junto com arroz branco cozido em água. Sirva no prato encima do
pano, sirva a bebida, as flores, acenda as velas e faça seus agradecimentos e
pedidos.

Exus Mirins – Representam as 7 Linhas da Umbanda devido à sua


flexibilidade energética - São trabalhadoras na Umbanda da Linha de
trabalho de Exú

82
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

Na religião de Umbanda existe uma linha muito pouco comentada e


compreendida, sendo por isso mesmo muitas vezes deixada “de lado” dentro
dos centros e terreiros. É a linha (vibração) de Exu Mirim. Tabu dentro da
religião, muitos poucos trabalham com essas entidades tão controvertidas e
misteriosas, chegando ao ponto de, em muitos lugares, duvidar - se muito da
existência deles. Na verdade, Exu Mirim é mais uma linha de esquerda dentro
do ritual de Umbanda, trabalhando junto com Exu e Pombagira para a proteção
e sustentação dos trabalhos da casa. Não aceitar Exu Mirim é proceder como
em casas que não aceita - se Exu e Pombagira, mas que a partir do astral e
sem que ninguém perceba, recebem a sua proteção. Afinal, “se sem Exu não
se faz nada, sem Exu Mirim menos ainda”. Não nos chega dentro da cultura
dos Orixás (nagô) um culto a uma divindade ou “Orixá Exu – Mirim”, assim
como não nos chega a existência de um “Orixá Pombagira”. Apesar disso,
sabemos da existência de um Trono responsável pela força e vigor na Criação
(Exu/Menor Yê), assim como existe uma divindade - trono responsável pelo
estímulo em toda a Criação (Pombagira/Maior Yê). Sendo assim, também
existe uma divindade fechada e não revelada, que sustenta a força da linha de
Exu – Mirim. Seria o “Orixá Exu – Mirim” responsável por criar meios ou
situações para o desenvolvimento do intelecto e o amadurecimento das
pessoas (fator complicador). Dessa forma, enquanto Exu vitaliza os sete
sentidos da vida e Pombagira estimula – os, Exu – Mirim traz situações e
“complicações” para que utilizando o vigor e estimulados possamos vencer
essas situações e evoluirmos como espíritos humanos. Dentro da Umbanda
não acessamos nem cultuamos diretamente o Orixá – Mistério Exu, mas sim o
ativamos através de sua linha de trabalho formada por espíritos humanos
assentados a esquerda dos Orixás. Também assim fazemos com o mistério
Exu – Mirim, pois o acessamos através da linha de trabalho Exu – Mirim,
formada por “espíritos encantados” ligados a essa divindade regente. Os Exus
Mirins (entidades) apresentam - se como crianças travessas, brincalhonas,
espertas e extrovertidas. Não são espíritos humanos, pois nunca encarnaram,
são “encantados” vivenciando realidades da vida muito diferentes da nossa.
Apesar de serem bem “agitados”, sua manifestação deve estar sempre dentro
do bom - senso, afinal dentro de uma casa de luz, uma verdadeira casa de
Umbanda, eles sempre manifestam - se para a prática do bem sobre comando
direto dos Exus e Pombagiras guardiões da casa. Podemos dizer que os Exus
e Pombagiras estão para os Exus - Mirins como os Pretos - velhos estão para
as crianças da Linha de Cosme e Damião. Trazem nomes simbólicos análogos
aos dos “Exus - adultos”, demonstrando seu campo de atuação, energias,
forças e Orixás a quem respondem. Assim, temos Exus - Mirins ligados ao
Campo Santo: Caveirinha, Covinha, Calunguinha, Porteirinha, ligados ao fogo:
Pimentinha, Labareda, Faísca, Malagueta, ligados a água: Lodinho, Ondinha,
Prainha, entre muitos e muitos outros, chegando ao ponto de termos Exus -
Mirins atuando em cada uma das Sete Linhas de Umbanda. Quando
respeitados, bem direcionados e doutrinados pelos Exus e Pombagiras da
casa, tornam – se ótimos trabalhadores, realizando trabalhos magníficos de
limpeza astral, cura, quebras de demandas, etc. Utilizam – se de elementos
magísticos comuns à linha de esquerda, como a pinga (normalmente misturado
ao mel), o cigarro, cigarrilhas e charutos, a vela bicolor vermelha/preta, etc.
Uma força muito grande que Exu – Mirim traz, é a força de “desenrolar” a

83
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

nossa vida (fator desenrolador), levando todas as nossas complicações


pessoais e “enrolações” para bem longe. Também são ótimos para acharem e
revelarem trabalhos ou forças “negativas” que estejam atuando contra nós,
“desocultando -as” e acabando com essas atuações. A Umbanda vai além da
manifestação de espíritos desencarnados, atuando e interagindo com
realidades da vida muitas vezes inacessíveis a espíritos humanos. Exu Mirim
muitas vezes tem acesso a campos e energias que os outros guias espirituais
não têm. Lembrem-se que a Umbanda é a manifestação de “espírito para a
caridade” não importando a forma ou o jeito de sua manifestação. Para aqueles
que sentirem-se afim com a força e tiverem respeito, com certeza em Exu
Mirim verão uma linha de trabalho tão forte, interessante e querida como todas
as outras.

Oferenda:

• Morim: preto e vermelho;


• Velas: preto e vermelho;
• Fitas: preto e vermelho;
• Pembas: preto e vermelho;
• Comida: padê com dendê, mel e cachaça (em cultos de nação usa-se um bife
de carne encima do padê);
• Frutas: manga, limão, laranja, pêra, mamão;
• Bebidas: licores, cinzano, pinga com mel, refrigerantes com pinga:
• Flores: cravos;
• Fumo: cigarro;
• Ervas: pimenta, capim tiririca, urtiga, arruda, folha de dólar, comigo ninguém
pode e de mangueira;
• Número: 7;
• Astro: saturno;
• Sígno: touro;
• Pedra; ônix;
• Dia da semana: segunda feira;
• Local para a oferenda: encruzilhadas;
• Horário vibratório: 21:00 às 00:00;
• Essência: canela e absínto;
• Símbolo: tridente;
• Saudação: Laroyê Exú Mirim é Mojubá = Olhe por mim eu lhe respeito
Ingredientes:

Farinha de mandioca, azeite de dendê, 7 rodelas de cebola, 7 moedas de


cobre, mel e cachaça.

Como preparar a comida:

Misturar a farinha com a azeite de dendê e cachaça até ficar avermelhada,


colocar 6 rodelas de cebola por cima ao redor e 1 no centro, colocar acima de
cada rodela 1 moeda e cobrir com um filete de azeite de dendê e outro de mel,
colocar o padê encima do pano, servir a bebida, colocar as flores, o fumo

84
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

encima da caixa de fósforos, ascender uma vela branca ou preta e vermelha e


entregar na encruzilhada agradecendo e fazendo os seus pedidos.

Pombagira (Bombogira) – Representam as 7 Linhas da Umbanda devido à


sua flexibilidade energética - São trabalhadoras na Umbanda, da Linha de
trabalho dos Exús

Observação - Pomba-gira (de bombogira, nome de exu feminino em angola) é


o nome dado aos exus femininos. Na Umbanda, existem muitos exus e
Pombas-giras que governam lugares diferentes e auxiliam os Vários orixás.
Guardiãs dos templos, encruzilhadas, passagens, casas, cidades e das
pessoas, mensageira divina dos oráculos. Seu trabalho tem a principal
finalidade de proteger o seu médium, quando de merecimento é claro, defender
o terreiro de possíveis investidas do mal, porém são muito procurados e
requisitados nas questões sentimentais e matérias corriqueiras do dia a dia em
nosso planeta, mesmo assim, fazendo-se cumprir a Lei do Carma. Pomba Gira
é guardiã e caminho entre a luz e as trevas e cobradora perante a justiça
cármica. Com seu temperamento forte e alegre, costumam atrair bastante
consulentes, pois não são mulheres de mandar recado. Seus trabalhos na
magia abrangem toda capacidade ritualística da Umbanda e manipulação
energética irradiada pelos Orixás.

Obs.: Eguns para a Umbanda, são espíritos que já encarnaram, independente


de como tenha sido essa encarnação, os nossas falangeiras são consideradas
Eguns, pois já tiveram vida na terra e por merecimento, adentraram na missão
de resgate da Umbanda à vida humana.

Oferenda:

• Morim: preto e vermelho;


• Velas: preto e vermelho;
• Fitas: preto e vermelho;
• Pembas: preto e vermelho;
• Comida: padê de Pomba Gira, (em cultos de nação usa-se um bife de carne
em cima do padê);
• Frutas: maçãs, morangos, uvas rosadas, caqui;
• Bebidas: champagne de maçã, de uva, de sidra, licores, cacháça, run,
conhaque.
• Flores: rosas vermelhas;
• Fumo: cigarrilhas, cigarros e charutos;
• Ervas: pimenta, capim tiririca, urtiga, arruda, folha de dólar, comigo ninguém
pode e de mangueira;
• Número: 7;
• Astro: saturno;
• Sígno: touro:
• Pedra: Ônix;
• Dia da semana: segunda feirra;
• Local para a oferenda: calungas, encruzilhadas e estradas;
• Horário vibratório: 21:00 às 00:00;

85
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

• Essência: absinto, almíscar, canela, cedro, rosas e patchuli;


• Símbolo: tridente curvo para Exú mulher ou da calunga e tridente reto para
Exú homem ou da encruzilhada;
• Saudação: Laroyê Pomba Gira é mojubá = Olhe por mim eu lhe respeito

Ingredientes: farinha de mandioca, azeite de dendê, 7 rodelas de cebola, 7


moedas de cobre, 7 pimentas e mel.

Como preparar a comida: (Padê de Pomba Gira)

Misturar a farinha com a azeite de dendê até ficar avermelhada, colocar 6


rodelas de cebola por cima ao redor e 1 no centro, colocar acima de cada
rodela 1 moeda, colocar 7 pimentas circulando a beira do alguidá com a ponta
para fora e cobrir com um filete de azeite de dendê e mel, colocar no centro do
pano, colocar as flores, servir a bebida, ascender o fumo e ascender 7 velas
preta e vermelha e entregar agradecendo e fazendo seus pedidos.

Caboclos (as) (Eguns) - Na Umbanda são da Linha de Oxóssi –


Representam na Umbanda a Linha de trabalho dos Caboclos

Dentre os espíritos que por mérito e por suas qualidades, conquistaram a


oportunidade de serem falangeiros de Oxóssi, temos também os nossos
antigos irmãos indígenas, antepassados ilustres e donos da terra, do cultivo,
dos meios de sobrevivência oferecidos pelo criador em sua pureza, são em sua
maioria, os espíritos desses nossos antepassados desencarnados, que
abraçaram a causa de nova religião que foi estruturada no astral superior.
Nossos verdadeiros conselheiros, que com seu conhecimento milenar,
transmitindo-nos a moral e a fortaleza, nos instruem à forma de atingirmos a
plenitude em nossas vidas. Imbuídos nos ensinamentos da espiritualidade e
despertar de nossa consciência, potencializando nossa fé. Trouxeram para a
Umbanda uma grande contribuição em sua parte magística e ritualística,
defumações, banhos de limpeza e evocações dos elementais e Orixás para
diversas finalidades. As oferendas para os Caboclos e as Caboclas são iguais
às dos Orixás que os regem. No geral, são iguais às do Orixá Oxóssi, no
particular, são acrescentados elementos indicados por eles.

Oferenda:

• Morim: verde;
• Velas: verde;
• Fitas: verde;
• Pembas: brancas e verdes;
• Comidas: (Axoxô) ou milho vermelho cozido com fatias de côco e
Melado por cima, maçã cozida e regada com melado ou açucarada e doces
cristalizados);
• Bebida: vinho tinto; cerveja branca, suco de frutas;
• Frutas: de qualquer espécie;

86
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

• Flores: samambaia;
• Fumo: charuto, cachimbo;
• Ervas: guiné, peregum e mangueira;
• Número: 5;
• Astro: vênus;
• Signo: libra e touro;
• Pedra: jaspe verde, quartzo verde, esmeralda;
• Dia da semana: quinta feira;
• Local para a oferenda: matas;
• Horário vibracional: 06:00 às 09:00
• Essência: eucalipto e sândalo;
• Símbolo: arco e flecha;
• Saudação: Okê Arô – “Dê o seu brado ò grande caçador”

Ingredientes:

Milho vermelho, fatias de côco seco, melaço e farinha de milho vermelho.

Como fazer a comida e a oferenda:

É a comida mais comum de Oxóssi, cozinha-se o milho vermelho em grãos,


somente em água, durante alguns minutos para não ficar muito mole, depois
deixa-se esfriar, coloca-se os grãos num Oberó (alguidá de barro), enfeita-se
por cima com fatias de côco, rega-se com melaço, abra o morim verde no chão,
coloque a comida no centro, sirva a bebida no cuité ao lado, ascenda um
charuto para o povo dessa linha ao lado da bebida em cima de uma caixa de
fósforos, coloque as flores ao redor e por último ascenda 5 velas verdes ao
redor do trabalho agradecendo e fazendo seus pedidos, circula-se o trabalho
em sentido horário com o restante da bebida e após, também com farinha de
milho vermelho (fubá), tudo em sentido horário. Faça em uma 5ª feira na mata
pela manhã.

Outros agrados para os Caboclos e Caboclas:

1- Abóbora moranga, assada na brasa, com mel de abelha.


2- Aipim ou mandioca, assado na brasa, com mel de abelha.
3- Ebô (canjica) com fumo de rolo desfiado e coco.
4- Mingau de milho vermelho com coco.
5- Milho vermelho com coco e fumo de rolo desfiado.
6- Amendoim cozido em água, com mel de abelhas.
7- Vinho branco, tinto, moscatel ou água.

Povo Cigano (Eguns) – Não representam uma linha específica Na


Umbanda – São trabalhadores da gira de Povo Cigano, Linha de Exú, ou
Yorimá – Falangeiros de Santa Sára

São entidades oriundas de um povo muito rico em sua cultura, histórias e


lendas. Espíritos que viveram por volta do século X e XVI, com bases no

87
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

trabalho com a natureza garantindo sua subsistência com o que plantavam e


total desapego as coisas materiais. Grandes possuidores de conhecimentos
magísticos, não medindo esforços em suas consultas para auxiliarem os filhos
desamparados em sua caminhada e sem recursos materiais. Trabalham com
as energias do Oriente e sua ritualística, manipulando os quatro elementos da
natureza. Não trabalham a serviço de um Orixá e por isso não são guardiões
de um terreiro, trabalhando em pararelo e conjugada com as demais e por isso
são protetores. Seu altar deve ser montado separado de qualquer outro, em
respeito à sua casta ou clã e o seu maior sincretismo é com Santa Sara,
protetora de seu povo. Como melhor designar esse grupo tão singelo e peculiar
em sua forma de agir e ajudar, senão dirigindo-nos com todo o respeito e
cuidados que merecem por sua luta e evolução.

Oferenda:

• Morim: colorido, menos preto;


• Velas: coloridas menos preta;
• Fitas: coloridas;
• Pembas: coloridas, menos preta;
• Comidas: quindão, manja, broa de milho e pão árabe;
• Frutas: de qualquer espécie, menos ácidas;
• Bebida: água mineral e suco de frutas, menos frutas ácidas, vinho tinto ou
branco;
• Flores: margaridas, rosas;
• Fumo: charuto, cigarrilha ou cigarro;
• Erva: orégano, manjericão, louro;
• Número: 7;
• Astro: plutão;
• Sígno: gêmeos e escorpião;
• Pedra: todas;
• Dia da semana: 2ª feira na Umbanda;
• Local para a oferenda: campos à beira da estrada;
• Horário vibratório: 12:00 às 24:00;
• Essência: todas;
• Símbolo: estrela de 6 pontas;
• Saudação: Arriba Povo Cigano ou Opcha = Avante

Como preparar a comida e oferenda:

Colocar os 3 pratos grandes de papelão dourados no morim, um com as frutas,


outro com os pães e outro com os doces, espalhar as fitas, os adereços,
ascender o fumo encima da caixa de fósforo, ascender as velas em volta e
servir a bebida no copo no centro do trabalho, circulando o trabalho com o
restante em sentido horário.

40 - A influência lunar nos rituais e oferendas:

88
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

- A Lua minguante é indicada para rituais a fim de livrar-se do indesejável,


minguar algo que atormenta, nos aflige, descarregar algo que nos afeta
diretamente, despotencializando o mesmo.
- A Lua Cheia é indicada para rituais que confirmem o desejado, que concretize
algo, que crie bases fortes e sólidas para o começo ou recomeço.
- A Lua Crescente é indicada para rituais para dar continuidade e crescimento,
para iniciar algo já programado com o intuito de prosperidade.
- A Lua Nova é indicada para rituais de início de algo novo ou mudanças, para
colocar em prática novos planos, as vezes com o mesmo objetivo anterior,
porém de uma forma diferente.

41 - A influência da Lua na colheita das ervas:

O elemento vegetal é muito importante para a manutenção e equilíbrio dos


seres vivos. Através de processos variados os vegetais retiram o prana da
natureza, seja através do Sol, da Lua, dos planetas, da terra, da água, etc. São
portanto, grandes reservas de éter vital e que através dos tempos, o ser
humano, descobriu estas propriedades. Usamos os vegetais, desde a
alimentação até a magia, sempre transformando a energia vital, através de
processos e rituais. Os vegetais são diretamente influenciados pela natureza. A
lua e o sol, são os astros que muito influenciam a absorção do prana e
devemos conhecer estas influências. Uma delas, estaremos enfocando, que é
a influência lunar sobre os vegetais. As quatro fases lunares, que tem duração
de sete dias cada, faz-se necessário conhecê-las, pois em duas fases existe o
que chamamos de quinzena positiva, propícia para a colheita de ervas para
rituais diversos na Umbanda (banhos, defumações, etc.) e nas outras duas
temos a quinzena negativa, pois a concentração de éter, nas folhas, frutos e
flores, é muito baixa.

Lua Minguante
ILUSTRAÇÃO
Nesta fase lunar, o prana concentra-se na raiz, vitalizando-a, permitindo que
ela extraia os nutrientes necessários do solo. Não é uma fase propícia para a
colheita de ervas, pois está na quinzena negativa. Indicada para rituais a fim de
livrar-se do indesejável.

Lua Nova ILUSTRAÇÃO

É a primeira fase da quinzena positiva, pois o éter vital concentra-se na parte


superior do vegetal, isto é, nas folhas, frutos, flores e caules superiores. Assim,
é uma das fases propícias para a colheita de elementos vegetais. Indicada para
rituais de início de algo novo ou mudanças.

Lua Crescente ILUSTRAÇÃO

89
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

É a fase complementar, ou segunda fase da quinzena positiva. O éter vital, ou


corrente prânica, ainda está nas folhas, flores e frutos. Está se dirigindo das
extremidades das plantas para o seu centro. Indicada para rituais para dar
continuidade e crescimento.

Lua Cheia ILUSTRAÇÃO

É a fase que está na quinzena negativa, não sendo propícia a colheita de


ervas, para efeitos ritualísticos, pois o prana ou éter vital, está no caule
principal e dirige-se às raízes, para completar o ciclo. Indicada para rituais que
confirmem o desejado, que aumente.

42 - Ervas Solares e Ervas Lunares:

Existe também a questão das ervas solares e as ervas lunares, onde colhemos
as solares durante o dia e as lunares durante a noite. Os vegetais são de
maneira geral, condensadores das energias solares e cósmicas. Há ervas que
recebem influxos mais diretos de certos planetas ou luminares, sendo,
portanto, ervas particulares desses planetas. Os corpos celestes são a
concretização de certas Linhas de Forças de um determinado Orixá, assim, por
extensão, temos ervas de determinado Orixá.

43 - Horários Planetários dos Orixás (7 Linhas de Umbanda), seus Astros


e Signos;

ORIXÁS/LINHAS HORÁRIO PLANETA SÍGNOS


OXALÁ 09:00 ÀS 12:00 SOL LEÃO
OGUM 03:00 ÀS 06:00 MARTE ESCOR. / ÁIRIES
OXÓSSI 06:00 ÀS 09:00 VÊNUS LIBRA / TOURO
YORI 12:00 ÀS 15:00 MERCÚRIO VIRG. / GÊMEOS
XANGÔ 15:00 ÀS 18:00 JÚPITER SAGIT. / PEIXES
YEMANJÁ 18:00 ÀS 21:00 LUA CÂNCER
YORIMÁ 21:00 ÀS 00:00 SATURNO CAPRI. / AQUÁR

44 - Restrições, quizílas ou proibições do filho de santo:

“Ewós” são proibições dos orixás, condições alimentares e comportamentais


sugeridas aos seus filhos. Essas proibições e imposições podem ser
alimentares ou comportamentais. “Ewó” também pode ser chamado de Quizila,
que são coisas que não fazem bem ao nosso corpo, criam repugnância, mal
estar, desequilíbrios energéticos e emocionais, principalmente ao nosso campo
astral e espiritual, devido a energias que desequilibram e carregam. Há coisas
que nunca podem ser dadas também ao Orixá, há coisas que nunca podem ser
dadas aos filhos desse orixá e há coisas em comum ao filho e ao orixá.
Geralmente, o que damos ao nosso Orixá, não consumimos, compreendendo
primeiro, que tudo que se oferece à nosso Orixá, retorna transmutado à nosso
favor, equilibrando essa energia em nossos corpos espirituais. Concluímos

90
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

assim, que qualquer excesso desses elementos em nosso organismo fiísico e


espiritual, acarretará um excesso que não nos fará bem energeticamente.
Como falamos, existem também além de comportamentos, outros elementos
que não damos à nosso Orixá, que criam um choque energético se ingeridos
por nós, por não serem compatíveis (como vemos nas combinações químicas
da ciência terrena, que geram choques, explosões e mudanças de estado físico
de determinados elementos) com a energia que precisamos assentar em nossa
áurea. Cada orixá tem suas Quizilas e vamos lista-las para que se torne do
nosso conhecimento: Não quero afirmar, que caso não sigam as restrições
alimentares e comportamentais, serão prejudicados ou impossibilitados de
exercer alguma atividade física ou espiritual, ou de serem felizes em suas
realizações, mas afirmo que se tudo está bem hoje, poderá ficar melhor
amanhã. Reflitam e façam uma experiência.

Quizilas de Oxalá:

Bebida Alcóolica (Cachaça), Azeite de Dendê, Muito sal, Pimenta, Roupa


escura, Sangue, Pombo, Bagre, sardinha…

Quizilas de Oxóssi:

Mel, Carne de Caça, Bode, Cabrito, Banana, Coco, Carambola, Milho,


Tangerina…

Quizilas de Yemanjá:

Banana-figo, Camarão vermelho, Peixe sem escamas, usar cabelo curto,


inhame…

Quizilas de Oxum:

Tangerina, Ovos, carcaça da galinha, Camarão vermelho, Cavalinha, feijão


nfradinho, tapioca, Galinha, Pombo…

Quizilas de Oxumaré:

Ovos, Tudo que rasteja, Abobrinha, amendoim, batata-doce, fruta-do-conde,


grão de bico, pipoca…

Quizilas de Xangô:

Rabada, Cágado, Carneiro, Morte, Obí…

Quizilas de Oyá:

Fígado, Miúdos, Abóbora, Feijão fradinho, beterraba, manga rosa…

Quizílas de Obaluayê e Omolú:

91
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

Galinha d’agola, Porco, Sardinha, Abacaxí, Milho, Pipoca…

Quzílas de Obá:

Galinha Branca, Taioba…

Quizílas de Ogum:

Perdiz, Feijão preto, cana, inhame, Manga-espada…

Quizílas de Logun-Edé:

Galo, Bode, Cabrito, Carne de caça, Mel, Manga-Espada…

Quizílas de Exú:

Ovos, Cabeça e pés de qualquer bicho, Banana D’água, Beterraba, frutas


ácidas, Cachaça, Sapoti, farofa de galinha…

Quizílas de Ewá:

Galinha, Cajá-manga…

Quizílas de Nanã:

Ovos, Farofa de galinha, Rã, Miúdos, Tutano, Berinjela, Beterraba, Uva Preta…

Quizílas de Ossãe:

Pato, carne de caça, Fígado, Coco, Folhas (de salada), Fumo de Rolo…

Quizilas de Iroko/ Tempo:

Mulheres não podem fazer oferendas a ele

Quizílas de Ibejis:

Morte, assobio…

Quizilas Comuns entre os orixás (Quizíla de Todo povo do santo):

Sangue, galinha D’ Angola, Arraia, Caranguejo, Lula, Polvo, Peixe de Pele…

Observação: Essas ritualísticas podem variar de casa pra casa, porém esses
são os mais Comuns, além das comidas que oferecemos à cada Orixá citado
também. Reflitam sempre sobre o que trazem de conhecimento consigo ao
longo dos anos, e analisem todas as possibilidades de aumentarmos nossos
arquivos de estudo e fundamentação de nossa ritualística.

92
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

45 – Quando, porquê e para que, indicar à um consulente ou médium,


uma Oferenda ou Obrigação direcionada a uma Entidade ou Orixá;

Existe uma grande diferença de intensão, necessidade e interpretação no que


diz respeito à entregar algo à uma Entidade ou Orixá da natureza. Obrigação
ou Oferenda? Não importa como chamemos, mas sim o porquê fazemos, de
que forma fazemos, quando fazermos e em que momento é necessário e
podemos. Nunca devemos criar a ideia de que sempre que algo der errado,
algo não se resolve, ou o astral estiver baixo, é a hora de fazermos essa “troca”
elemental. Devemos sim após nos sacrificarmos, nos entregarmos, nos
transformarmos através de nossa reforma íntima, mudarmos nossos conceitos
existenciais de acordo com nossas necessidades no que diz respeito à amor
próprio, aqueles que dependem de nós e aos nossos compromissos que
exigirão de nós o algo mais no sentido de mudanças enérgicas, sermos
orientados à fazer algo que proporcione a nós e nossas entidades, uma energia
extra para a luta encarnatória e vibracional. Imagina aquele ou aquela
consulente que vai à uma Casa Umbandista cheia de problemas, desejando
respostas imediatas sem se quer mover uma palha para mudar sua realidade
familiar, social, física e emocional, o que seria melhor para esse ou essa
consulente? Fazer uma oferenda da ou oferecer vontade de mudança,
sacrifício pessoal e intransferível no que diz respeito à reflexões, novos
projetos pessoais, amor próprio, estudar, se empenhar na mudança, trabalhar,
buscar conhecimento de causa para seus problemas e entender que tudo o
que está passando foi ocasionado por escolhas errôneas, vícios, preguiça, falta
de espiritualidade, de fé de amor ao próximo e etc. Vamos estimular o
raciocínio das pessoas, despertar o amor próprio, despertar o respeito à seus
limites, a necessidade de se aprimorar em suas escolhas e nunca colocar a
culpa de seus fracassos nos outros ou em ações externas, ou achar que a
solução para os seus erros seria fazer uma oferenda para que a coisa andem
.Quando for o caso de houver necessidade de revitalização, potencialização de
algum estímulo, renovação de forças espirituais com o intuito religioso, ou de
saúde, aí sim deve ser indicado algo do tipo, porém da maneira mais simples,
sem comprometer o indivíduo, sua segurança, sua exposição física, seus
limites e sua vontade real de melhora e financeira também. Não se esqueçam!
Calunga é coisa muito séria, Encruzilhada é coisa muito séria, todos nós temos
energias mais fortes e predominantes em nossa cabeça, então, não criem mais
conflitos vibracionais para quem já tem seus problemas e vem buscar ajuda e
não mais problemas. Torna-se necessário antes de qualquer indicação de
oferendas, a pessoa entender oque está ocorrendo consigo, de que forma isso
tomou determinada proporção, para que e porque é necessário essa troca
energética e o mais importante, explicar que sem ações enérgicas e sem
vontade de mudar, não tem oferenda que dê jeito na coisa, pois essa energia
que será transmutada, retornará a seu favor e é preciso saber lidar com tudo
isso.

46 - Pontos vibracionais dentro de uma casa de Umbanda:

Os Pontos Vibracionais são, toda e qualquer forma material de magnetização,


em determinado local, de frequências adequadas à proteção do ambiente. São

93
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

de extrema importância para a manutenção do Axé da Casa, como também


para os bons resultados dos rituais executados dentro do terreiro. Se dividem
em três grandes grupos, à saber: Internos, Externos e Defesa.

a) Externos:

Tronqueira ILUSTRAÇÃO

Firmeza para o Exu guardião da casa, chamado por nós de Exu da Porteira.

Ogum de Ronda ILUSTRAÇÃO

Assentamento de Ogum de Ronda. Junto com a tronqueira, são destinados a


barrar fora do terreiro as influências espirituais negativas.

Casa dos Exus ILUSTRAÇÃO

É o local destinado aos assentamentos dos Exus dos Médiuns, e das


oferendas feitas aos mesmos. Assim como na “Casa dos Orixás”, o médium
deve manter uma atitude de extremo respeito, falando apenas o estritamente
necessário e trajando seu uniforme, quando lá entrar.

Cruzeiro das Almas ILUSTRAÇÃO

Local destinado principalmente, à transmutação energética, por estar ligado


principalmente à energias dos Orixás ligados as Almas, podendo também
serem feitos alguns agrados aos Pretos Velhos e à Orixás que irradiam e
imantam nesse ponto. Também são acesas as velas para os desencarnados e
onde deixamos as velas da prece que também é feita para os desencarnados.

Anjo da Guarda ILUSTRAÇÃO

Local onde as pessoas acendem as velas aos anjos-de-guarda.

Quartinha de Oxalá ILUSTRAÇÃO

Fica acima da porta, que fica ao lado do anjo de guarda normalmente.


Representa um ponto de atração de energias positivas vindas de Oxalá, e que
são irradiadas a todos os que passem.

a) Internos:

É toda aquela que é feita no interior do recinto de trabalho:

94
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

Centro do terreiro: Enterrado no chão (Ayê), ponto de ligação com o encima


(Orun). ILUSTRAÇÃO

Ariaxé: Ao centro do terreiro, no alto (Orun). Estes dois juntos formam a coluna
energética do terreiro. ILUSTRAÇÃO

b) Gongá: ILUSTRAÇÃO

A palavra gongá é de origem banto e é utilizada no ritual de Umbanda para


denominar o "altar sagrado" existente dentro do terreiro. Este altar, gongá,
como é chamado, é composto de imagens de santos católicos na Umbanda,
caboclos, pretos velhos e outras imagens. Pode também haver um altar dos
Orixás, onde ficam os otás, elementos litúrgicos, oferendas dos mesmos,
imagens, etc.....

c) Sob o Gongá (Pára-Raio): ILUSTRAÇÃO

Local para descargas de energias negativas que possam ocorrer durante as


sessões. Consiste de diversos elementos protegidos, encimados por uma barra
de aço ou ponteira que atravessa uma tábua com um ponto riscado de
descarga. Pode ser preparado também um local com elementos apropriados e
fundamentados com o intuito de fazer o papel de descarga energética, como
um tanque de Exú.

47 - Mentores de Cura;

Trabalham em diversas religiões, inclusive na Umbanda. São muito discretos


em sua forma de se apresentar e trabalhar, e estas formas mudam de acordo
com a religião ou local em que irão atuar. São espíritos de grande
conhecimento, seriedade e elevação espiritual. Alguns deles não demonstram
muito sentimento mas mesmo assim têm muita vontade de ajudar ao próximo,
com o tempo tendem a evoluir também para um sentimento maior de amor ao
próximo. São extremamente práticos, não aceitando conversas banais ou ficar
se estendendo a assuntos que vão além de sua competência ou nos quais não
podem interferir, pois não são guias de consulta no sentido ao qual estamos
habituados na Umbanda. Para se ter uma idéia melhor, sua consulta seria o
pólo oposto à consulta com um Preto Velho. Normalmente os pretos velhos dão
consultas longas, cheias de ensinamentos de histórias, apelando bem para o
lado emocional. Já os Mentores de Cura, se dirigem ao raciocínio, buscam
fazer o encarnado compreender bem as causas de suas enfermidades e a

95
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

necessidade de mudança nessas causas, bem como a necessidade de


seguirem à risca os tratamentos indicados. Quando precisam passar algum
ensinamento o fazem em frases curtas e cheias de significado, daquelas que
dão margem à longas meditações. São espíritos que quando encarnados
foram: Médicos, Enfermeiros, Boticários, Orientais (que exercem sua própria
medicina desde bem antes das civilizações ocidentais), Religiosos (monges,
freis, padres, freiras, etc.), ou exerceram qualquer outra atividade ligada a cura
das enfermidades dos seres humanos, seja por métodos físicos, científicos ou
espirituais.

Métodos de trabalho

Cada guia tem sua forma de restituir a saúde aos encarnados, normalmente se
utilizam de meios dos quais já se utilizavam quando encarnados, mas de forma
muito mais eficiente, pois após chegarem ao plano espiritual puderam
aprimorar tais conhecimentos. Além disso esses espíritos aprenderam a
desenvolver a visão espiritual, através da qual podem fazer uma melhor
anamnese (diagnóstico) dos males do corpo e da alma. Aliados aos seus
próprios métodos individuais eles se utilizam de tratamentos feitos pelas
equipes espirituais ou ministrados pelos encarnados com auxílio do plano
espiritual. Alguns deles são:

Cirurgia Espiritual

É realizada pelo mentor de cura incorporado ao médium. E envolve a


manipulação do corpo físico através das mãos do médium, podendo ou não
haver a utilização de meios cirúrgicos elementares (cortes, punções,
raspagens, etc.). O maior representante deste método de trabalho no Brasil é o
espírito do Dr. Fritz, mas este método é utilizado em diversas culturas e
religiões.

Cirurgia Perispiritual

É realizada diretamente no perispírito do paciente, com ou sem a colaboração


de um médium presente, costuma ser realizada por uma equipe espiritual
designada especificamente para cada caso e ser feita em dia e horário pré
determidados.

Visita Espiritual

96
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

É realizada por uma equipe espiritual, que visita o paciente no local onde ele
estiver repousando, também com um dia e hora predeterminados. Na visita,
darão passes, farão orações, etc.

Terapias alternativas:

Cromoterapia

É indicada pelos mentores de cura e aplicada por médiúns que conheçam o


método de aplicação. Atua no corpo físico e no duplo etérico. Muito utilizado
para males de origem emocional.

Fluidoterapia

É indicada pelos mentores de cura e aplicada por médiúns que conheçam o


método de aplicação. Atua no corpo físico e no perispírito.

Reiki

É indicada pelos mentores de cura e aplicada por médiúns que conheçam o


método de aplicação. Atua no corpo físico e no duplo etérico. Muito utilizada
para males de origem emocional ou psíquica e para realinhamento de chacras.

Homeopatia

Indicada e receitada pelos mentores espirituais. As fórmulas são feitas


normalmente por laboratório de manipulação homeopáticos. E devem ser
tomados de acordo com o determinado.

Outros

Fora estes tratamentos, também podem ser utilizados, florais de Bach,


cristaloterapia, chás, aromaterapia, acumpuntura, do-in, etc. Em alguns casos
os guias também indicam dietas, alimentos a serem evitados ou ingeridos para
melhoria da saúde geral.

Como interagem com os médiuns

Incorporação

É muito sutil e dificilmente inconsciente a incorporação dos mentores de cura.


Muitas vezes atuam apenas na fala e só assumem o controle motor quando
necessário.

97
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

Intuição

Alguns mentores trabalham com seus médiuns apenas pela via intuitiva,
indicando as providências a tomar e tratamentos. Neste caso, é necessário um
grande equilíbrio e desenvolvimento do médium, para que o mesmo não
atrapalhe nas indicações dadas pelo mentor.

Psicografia

Funciona da mesma forma que a psicografia comum, mas os espíritos


comunicantes costumam psicografar receitas de tratamentos e medicamentos
(que em alguns casos podem até mesmo ser da medicina comum).

Equipes espirituais

De cirúrgicas

São formadas da mesma forma que as equipes cirúrgicas do plano material,


compostas de cirurgião, assistente, anestesista, instrumentista, enfermeiros,
etc. Apenas diferem no que se refere aos instrumentos e tecnologia utilizados.
Incluindo também a aplicação de passes e energias associados a intervenção
cirúrgica.

De Oração

Formadas normalmente por espíritos religiosos, acostumados às preces


quando encarnados. Estas equipes se reúnem junto ao paciente em uma
corrente de orações com finalidade de equilibrar o mental e emocional do
paciente e também de buscar energias dos planos superiores. Como efeito
adicional, a prece tende a elevar a energia geral do ambiente onde está o
paciente, assim como dos encarnados que estão atuando junto ao mesmo.

De Proteção

Quando o mal físico está associado a interferência de espíritos inferiores,


essas equipes fazem a proteção do paciente, enquanto o mesmo é tratado nas
cirurgias ou visitas, ou enquanto está seguindo as recomendações indicadas
pelos mentores de cura.

De Passes

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FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

Seu trabalho é realizado em sua maior parte durante as sessões de cura e


durante as visitas espirituais. Dando passes no paciente, nos assistentes e nos
médiuns; antes, durante e após a sessão.

De Apoio

Estas equipes atuam levantando o histórico do paciente diretamente no seu


campo mental, preparando-o através da intuição para a consulta, estimulando-
o através do pensamento a reeducar hábitos nocivos, a mudar as situações
que estejam prejudicando a própria saúde, inspirando-os força de vontade para
continuar os tratamentos e seguir as recomendações e dietas.

O que curam e o que não curam

Males Físicos

A maior parte dos males físicos de que os encarnados sofrem, são causados
pelos maus hábitos, vícios e má alimentação. Os mentores nestes casos se
utilizam das diversas terapias para a cura mas principalmente esclarecem ao
encarnado quanto a origem de tais males, sugerindo dietas, o abandono ou
diminuição dos vícios e mudança de hábitos. Nestes casos a cura definitiva só
pode ser obtida com a plena conscientização do paciente e com a sua força de
vontade e compromisso na obtenção do equilíbrio orgânico.

Males Mentais

Parte dos males mentais (depressão, angústia, apatia) são causados por
obsessores, mas a maior parte deles tem por origem a própria atitude mental
do paciente. Pensamentos negativos atraem energias negativas, que quando
se tornam constantes e intensas podem se materializar no corpo físico na
forma de doenças. Males como: úlceras, enxaquecas, hipertensão, problemas
cardíacos, e até mesmo algumas formas de câncer podem ser provocados pela
mente do paciente, quando esta se encontra tomada por pensamentos
negativos. Também neste caso os mentores além de indicarem os tratamentos
apropriados, esclarecem ao paciente quanto a necessidade de mudar a
atmosfera mental, com objetivo de não ficar atraindo continuamente energias
desequilibradas, costumam também sugerir passeios por locais da natureza e o
hábito da prece como forma de atrair energias novas e regeneradoras.

Males kármicos

Os males kármicos se caracterizam por doenças incuráveis (fatais ou não)


tanto pela medicina alternativa, quanto por terapias alternativas ou por meios
espirituais. Nestes casos o tratamento visa o alívio do paciente ou ampará-lo
emocionalmente para que sua atitude mental não tome o rumo da revolta ou do
desespero. As doenças karmicas são males que escolhemos antes de

99
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

encarnar como forma de resgatarmos erros passados. Típicos males kármicos


são: Cegueira de nascença, mudez, Idiotia, Eplepsia, Síndrome de Down, Más-
Formações do corpo físico, etc. Na maior parte são males de nascença,
embora algumas doenças possam ter sido “programadas” para surgir em
determinada época da encarnação. Nestes casos os mentores não podem (e
nem deveriam) curar o corpo, pois através do padecimento deste é que o
espírito está resgatando suas faltas e aprendendo valiosas lições para sua
evolução e crescimento.

Males Espirituais

São aqueles causados pela atuação dos espíritos (obsessores, vampirizadores,


etc.) e que se refletem no corpo físico. Nestes casos os mentores cuidam do
corpo físico junto do corpo espiritual, o paciente é tratado também em sessões
de desobsessão, descarrego, etc. Ou seja os mentores com as terapias à seu
alcance minimizam e atenuam os males causados ao corpo físico enquanto o
paciente é tratado na origem espiritual do mal de que sofre. Quando o paciente
se ver livre da presença espiritual nociva, os mentores costumam ainda
continuar com os tratamentos visando reparar os males que já haviam sido
causados ao organismo, até que ele retorne ao seu equilíbrio.

48 – Os cinco elementos:

O Elemento Água: ILUSTRAÇÃO

A água é um elemento considerado passivo e feminino. O conceito de água


estende-se de maneira geral a toda matéria em estado líquido. Símbolo
universal do princípio feminino, das emoções e do inconsciente, de todas as
substancias, a água é a de mais complexa interpretação. Este elemento está
sendo ligado aos conceitos de fertilização, de materialidade e de geração. A
água consiste num fluido denso e numa essência potencial de natureza
fluídica. Está bem definida sua presença como elemento primordial no primeiro
instante de criação. As águas citadas por Moisés são a matéria prima
homogênea ainda não diferenciada ou o elemento do nascimento da gestação.
A água se manifesta de modo bem visível do mundo da forma e seu valor é
incontestável. Em nosso Planeta a água segue um ciclo de transformações
com quatro etapas sendo que cada etapa se completa da seguinte forma: sol
aquece as águas da superfície do mar ou rios que evaporam, sobem em forma
de vapor para formarem as nuvens, sofrendo ai uma transformação; as massas
frias de vento sopradas dos pólos entram em contato com as nuvens (que são
vapor) e a água se condensa precipitando-se para o solo em forma de gotas;
Uma vez no solo, a água penetra na terra e, em seu interior, sofre
transformações e é impulsionada para cima pela força da pressão, saindo nas
fontes para formar os rios, que, pela lei da gravidade, correm de volta para o
mar ou rios. Nos rituais da Umbanda, a água é considerada com os seus

100
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

valores de cada etapa e ciclo das águas. Assim, cada etapa está ligada a um
determinado Orixá ou força da natureza, todas de origem feminina. A água do
mar está relacionada à Iemanjá e a do rio está ligada a Oxum que representa o
amor, a bondade a doçura, a beleza e a riqueza da material e espiritual, como
também a Nanã, a Senhora decantadora de todos os males. O sal sempre teve
importância e valor mágico devido a sua propriedade de conservar e evitar
putrefação e como símbolo, acompanha a água. Sua presença é sempre
marcante nas cerimônias de exorcismo. Por isso, o mar e os rios se investem
da propriedade de receber os detritos físicos e espirituais bem como objetos de
trabalhos feitos. Colocar objetos no mar significa remetê-los ao caos primordial
representado pelas águas marinhas. A água serve como elemento condutor de
emergia vibratória como agente mágico que religa o ser humano a Deus pelo
batismo. No corpo humano, aliás, ela se manifesta como o elemento líquido
que representa cerca de 70% do volume do corpo. Na magia, ela representa
ainda o caos diferenciado, a essência divina não formalizada. É representada
graficamente por três linhas paralelas horizontais e onduladas, simbolizando as
ondas do mar, como também nas mandálas, por um tri. Para Kardec, a ação
magnética produzida pelo agente encarnado (magnetizador), tanto pode
produzir uma modificação nas propriedades da água, quanto no tocante aos
fluidos orgânicos (ex.: bile, linfa, líquido cefalorraquidiano, saliva, suco gástrico,
sangue total, etc.). O Espírito Lísias explica para André Luíz, que “… a água é
veículo dos mais poderosos para os fluidos de qualquer natureza. Aqui (em
Nosso Lar), ela é empregada sobretudo como alimento e remédio”. Para o
Espírito Bezerra de Menezes, “A água, em face da sua constituição molecular,
é elemento que absorve e conduz a bioenergia que lhe é ministrada. Quando
magnetizada e ingerida, produz efeitos orgânicos compatíveis com o fluido de
que se faz portadora. Na Umbanda, é um dos elementos naturais mais
receptivos com uma energia altamente atratora e condutora, ela é utilizada nas
quartinhas, nos copos de firmeza dos Anjos de Guarda, no batismo, em muitos
rituais da Umbanda e principalmente pelos Guias Espirituais nos momentos
onde há a necessidade de realizar grande limpeza, purificação e energização
de nosso corpo astral e de nossa casa, afinal existem cargas e energias
maléficas que somente esse elemento natural é capaz de desfazer, limpar e
equilibrar. Um pouco sobre cada tipo de água:

Água de Mar ILUSTRAÇÃO

Ótima para descarrego principalmente, batida contra as rochas e as areias da


praia, vibra energia, por isso nunca se apanha água do mar quando o mesmo
está sem ondas. A energia salina do mar “queima” as larvas e miasmas astrais,
principalmente sob a vibração de Yemanjá. Podemos ir molhando os chacras à
medida que vamos adentrando no mar, pedindo licença. No final, podemos dar
um bom mergulho de cabeça, imaginando que estamos deixando todas as
impurezas espirituais e preparando nossos corpos, para serem recarregados
de sutis energias, se possível, com um banho energético (com água doce) logo
após o banho de mar. Ideal se realizado em mar com ondas.

Água de Cachoeira ILUSTRAÇÃO

101
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

Com função ativa em nosso corpo energético e físico, como o banho de mar,
só que executado em águas doces, para que ao invés do descarrego feito
pelas águas salgadas, que é uma das funções principais do banho de mar, agir
com a função de energizar e renovar nossas energias. A queda d’água provoca
um excelente “choque” em nosso corpo, restituindo as energias, ao mesmo
tempo em que limpamos toda a nossa alma, é água batida nas pedras, nas
quais vibra, crepita e livra-se de todas as impurezas. Além disso, é nas águas
das cachoeiras que conseguimos retirar qualquer impregnação de sangue
projetada em nosso corpo etérico. Ideal se tomado em cachoeiras localizadas
próximas de matas e sob o sol.

Água de Rios e Lagos ILUSTRAÇÃO

Tem também grande propriedade curadora e equilibradora. Se o rio tiver pouco


movimento, quase parado, assim como a lagoa ou mangue, essa água tem
uma energia decantadora e curadora. Se o rio for bem movimentado com
corredeiras, a energia da água é energética, equilibradora e reparadora.

Água Mineral ILUSTRAÇÃO

Água da pureza, do equilíbrio, da harmonização e da paz. Envolve nossos


chacras desobstruindo-os e equilibrando-os. É uma água muito fácil de se
encontrar, por isso aproveitem esse Axé.

Água de poço ILUSTRAÇÃO

É excelente nos casos de doenças, tanto no corpo espiritual como no corpo


astral, pois tem uma grande energia transmutadora. Essa água está em contato
com a terra, que é o agente mais poderoso de regeneração física absorvendo a
energia ruim da área afetada colocando em seu lugar uma energia boa. A cura
se processa graças a uma troca de energia devido a interação entre os
componentes físico, químico e energético que a terra oferece.

Água de Chuva ILUSTRAÇÃO

É altamente energética e purificadora. É a água que entrou em estado de


vaporização e absorve toda a energia do ar, quando novamente entra em outro
estado de mudança e retorna ao estado liquido, caindo do céu sobre a terra.
Por isso é utilizada justamente nos momentos em que precisamos de
mudança. A água da chuva, quando cai é benéfica e pura, porém, depois de
cair no chão, torna-se pesada, pois atrai as vibrações negativas do local, sendo
ótima também para banhos de descarrego e limpeza de ambientes, pois é ela
que limpa as ruas e as encruzas carregando todas as vibrações dos trabalhos
arriados nesses locais.

O Elemento Ar:

O ar é um elemento da natureza considerado ativo e masculino. Em geral é


considerado como o primeiro dos elementos. Possui natureza dupla e é ao
mesmo tempo atmosfera tangível, volátil, que pode ser chamado de ar

102
FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

espiritual. Esta essencialmente relacionada com três conjuntos de idéias: o


respiro criativo da vida, a palavra criadora; o vento como ar dinamizado,
conectado em muitas mitologias, como idéia de criação, e, finalmente, o próprio
espaço como meio onde se produzem os movimentos e de onde emergem os
processos de criação e desenvolvimento da vida. No campo humano o Ar está
relacionado aos pulmões, purificando e vitalizando o sangue que conduz o
elemento vital ou Agente Mágico Universal. O sentido do olfato está
relacionado com o importante simbolismo do ar, cuja representação mágica
também é a espiral e principalmente na Umbanda é representado pelo símbolo
do triângulo com a ponta para cima, cortado por uma linha na horizontal. Ele é
ainda o hálito que respiramos e que se acha simbolizado nas fumaças que
usamos na Umbanda. A força mágica da fumaça reside no fato dela
representar o ato de libertação da forma como imediata dissolução do ar, em
forma espiralada. Isso permite ao elemento ar atuar como intermediário entre o
mundo da forma e o mundo espiritual envolvente e invisível, tornando-se assim
um agente mágico capaz de transformar em resultado eficaz a intenção com
que a fumaça é libertada para dissolver-se no ar. Portanto, pode-se explicar o
poder da magia pela sua própria condição de se fortalecer pela transmutação e
pelo retorno a plenitude. Uma vez fortalecida por sua identificação com o
global, a intenção do ato mágico vai refletir-se como retorno do outro mundo
formal para alcançar o objetivo mágico com eficácia. Estas são as raízes do
pensamento mágico.

O Elemento terra: ILUSTRAÇÃO

A terra é um elemento da natureza considerado passivo e feminino. Tem duas


partes essenciais, sendo a interior fixa, terrena, imóvel e virtual. Este elemento
se manifesta de forma sólida e a ele é atribuída a propriedade de receber
descargas etéreas e matérias. Tomado como limite espacial, apresenta-se
como a vestimenta envolvente da materialidade. Elemento mágico de
transformação, a terra mantém guardados em seu interior, os segredos da
purificação pela transformação agindo como filtro magnético que retém a
impureza e liberta a pureza, afim de que o impuro se transforme pelo fogo e
volte ao estado primitivo, mantendo-se do lado oposto do agente liberado,
fazendo permanecer o equilíbrio. Todos os minerais pertencem ao elemento
terra e são encontrados nos mais diversos tipos, formas e combinações de
moléculas, inclusive algums que ainda estão em fase de transformação; por
gerarem espontaneamente uma energia tão forte que o simples contato ou
aproximação dos outros seres os envolve no seu campo magnético e os
domina levando-os a destruição de suas moléculas (radioatividade). Na
Umbanda, o elemento terra representa a energia capaz de aliviar as pessoas
das cargas dirigidas por alguém e alguma coisa. No seio da terra está o
mistério da vida e da morte, onde a semente adquire a força vital para nascer e
a transformação do corpo se processa na decomposição ou simplesmente
onde se morre. A sua capacidade é de atração e transformação, como
exemplo, temos a pedra que é do elemento terra e que representa o símbolo
da unidade, da durabilidade e da força estática. A terra representa também a
solidificação do ritmo criador, que é o contrário do ritmo biológico, pois este é
submetido às leis de mudança, decadência e morte. No corpo humano está

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FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

representado pelos sais minerais que fortificam o corpo e o agente vital. Sua
simbologia gráfica é a cruz, que é o signo de sua crucificação e da do homem e
na Umbanda o seu símbolo é o triângulo com a ponta para baixo, cortado por
uma reta na horizontal.

O Elemento fogo: ILUSTRAÇÃO

O fogo é um elemento da natureza considerado ativo e masculino. Dos quatro


elementos é o que mais constantemente se acha associado às religiões, desde
os tempos pré-históricos. É considerado o símbolo da própria alma e vidas
humanas. É ao mesmo tempo visível e invisível, discernível e inservível uma
flama etérea e espiritual que se manifesta através de uma flama substancial e
material. Esotericamente, é a representação ou reflexo mais perfeito na chama,
o principio divino que é, por sua vez, e como conceito, o mais alto símbolo de
toda humanidade. O fogo representa a vida e a morte, a origem e o fim de
todas as coisas, e nesse sentido é um dos mais importantes emblemas de
transformação e regeneração. Como sinônimo de vida, o fogo tem muitos
aspectos: pode ser encontrado tanto no nível da paixão animal e do erotismo (o
fogo da paixão), como no nível dos mais ingentes esforços espirituais. Ele
alcança e transcende o plano do bem (calor e energia vital) e o plano do mal
(destruição e conflito), tendo a função de purificador supremo, como no caso
das cremações ritualísticas de cadáveres. A Umbanda considera, dentre os
quatro elementos, que o fogo é o mais enigmático e surpreendente, pois sua
energia é extremamente poderosa. A essência ígnea não se mostra com tanta
evidencia como ocorre nos outros três elementos, pois no mundo visível o fogo
só se mostra em sua forma luminosa. Apenas esta modalidade é comumente
chamada de fogo. Pela mítica, o fogo é um elemento com duração na potência.
Em outras palavras, pode-se dizer que ele preexiste as suas manifestações
nas modalidades sutis de manifestação do fogo, cuja percepção se dá através
de emoções e de imagens anímicas. Além disso, o fogo, enquanto símbolo,
tem enorme amplitude: significa divino, energia motora cósmica, energia sexual
(sentido este bastante nítido no sincretismo fogo-serpente a que os hindus
chamam de Kundalini, a força latente responsável pela atividade sexual e pela
consciência superior); A afetividade (compreendendo a ternura e a agressão).
O fogo da vela simboliza a ligação matéria espirito, homem Deus. No corpo
humano, o fogo se manifesta não só pela temperatura do corpo como também
pelas manifestações emotivas e psíquicas. Seu símbolo gráfico é o corisco, ou
o fogo que vem do alto, do céu ou de Deus e o triângulo com a ponta para
cima, nas mandálas da Umbanda.

O Elemento Éter:

Nos círculos científicos do planeta muito se tem falado do éter, sem que possa
alguém fornecer uma imagem perfeita da sua realidade, nas convenções
conhecidas. E de fato, não podemos imaginá-lo, dentro das percepções

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FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

acanhadas da nossa mente. Por nossa vez, não poderemos proporcionar uma
noção mais avançada, em vista da ausência de termos de analogia. Até no
meio dos desencarnados, é um assunto pouco falado e começamos a
examiná-lo na sua essência profunda e para nós, o éter é quase uma
abstração. De qualquer modo, porém, busquemos entendê-lo como fluido
sagrado da vida, que se encontra em todo o cosmo; fluido essencial do
Universo, que, em todas as direções, é o veículo do pensamento divino.
Éter: (Um dos estados do Fluido Cósmico).

49 - Significado dos cumprimentos aos Orixás e Guias:

1 - Logunedé
Loci loci Logun ou logun ô Acofá – Brada príncipe gerreiro
2 - Oxumaré
Arô boboi – salve o senhor dos ciclos ou do arco íris
3 - Obá
Akiroobá iê – Eu a saúdo rainha do conhecimento, guerreira, vamos festejar.
4 - Ossãe
Ewê ô – salve o senhor das folhas
5 - Oxalá
Epa epa Babá – Epa epa (exclamação de surpresa, grande admiração pela
honrosa presença); Babá (pai) - admiramos a honrosa presença
6 - Ibeji
Oni beijada – Ele é dois, pureza e beleza
7 - Logunã
Olha o tempo minha mãe
8 - Oxóssi
Okê arô – salve o grande caçador, o rei que fala mais alto.
9 - Iemanjá
Odô-fe-iaba! Ou Odô iá – Odô (rio); fe (amada); iyàagba (senhora) – Amada
Senhora do Rio (das águas) ! mãe amada acolhedora das águas
10 - Ogun
Patakori Ogun ou Ogunhê– Pàtàki (principal); ori (cabeça) – Muita honra em ter
o mais importante dignitário do Ser Supremo em minha cabeça! Ou ainda Salve
Ogun, Cabeça Coroada.

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FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

11 - Xangô
Kawô Kabiecile – Ká (permita-nos); wô (olhar para); Ka biyê si (Sua Alteza
Real); le (complemento de cumprimento a um chefe) – Permita-nos olhar para
Vossa Alteza Real! Ou ainda, Venham admirar o Rei.
12 - Iansã
Eparrei Oiá – salve a mãe dos nove espaços de Orun
13 - Oxum
Ora iê iê ô – salve a senhora da bondade
14 - Nanã
Saluba Nanã – Nos refugiaremos da morte com a senhora
15 – 3/Omolú
Atotô nn– silêncio para o grande rei da terra
16 - Exú
Laroyê Exu Mojubá – meus respeitos ao mensageiro

Guias
1 - Caboclos
Okê Caboclo! Okê Bamboclim! – salve o grande Caboclo
2 - Boiadeiros
Xetro Marrumba Xetro! Xetruá! – salve aquele que tem o braço forte
3 – Crianças
Oni Ibeijada! – ele é dois
4 – Pretos Velhos
Cacurucaia! - Adorei as Almas!
5 – Ciganos
Arriba Ciganos!
6 – Exú
Laroyê Exú! Mojubá! – salve o mensageiro eu lhe respeito
7 – Malandros
Salve a malandragem!
8 – Baianos

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Salve os Baianos! É da Bahia!

9 – Povo do Oriente
Namastê – O Deus que abita em mim saúda o Deus que abita em você
10 – Marujos e Marinheiros
Da costa marujo! Salve a marujada!

50 - Pequeno dicionário:

A
Abá = pessoa idosa, velho.
Abadô – milho torrado
Ajá = campainha, sino, cachorro.
Alabê = ogan confirmado que canta e toca o candomblé.
Alafiá = felicidade; tudo de bom.
Atin- pó, energia ligada a um Orixá.
Atori = vara pequena usada no culto de Oxalá e usada para tocar atabaque.
Asogun = ogan de ogum encarregado dos sacrifícios.
Asé = força vital e que assim seja.
Aiyê = terra.
Ago = licença.
Amasi no ori = cerimônia de lavar a cabeça com ervas sagradas.

Axogum – auxiliar do terreiro, geralmente importante na hierarquia da casa,


encarregado de sacrificar os animais que fazem parte das oferendas aos
orixás.
B
Baba = pai.
Babalawo = sacerdote, pai do segredo.
Babá Kekere = pai pequeno.

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Cafofo – túmulo.
Caô – é um tipo de Xangô
D
Dagô = dê licença.
E
Ebó = sacrifício ou oferenda.
Ebori = cerimonia de dar ebó a cabeça (Ori).
Egun = alma, espírito ancestral.
Ejé = sangue.
Ejilaeborá = décimo segundo odu no meredinlogum.
Ejionilé = oitavo Odu no meredinlogun.
Ekó = comida feita com milho branco, farinha para acaçá.
Elebó = aquele que faz o sacrifício.
Eledá = coroa de cabeça, o que lhe mantém vivo.
Epô – azeite.
Eruexin- chicote de crina de búfalo usado por Oyá .
I
Igbá = recipiente onde se coloca os objetos do orixá.
ibiri = objeto de mão, usado pela orixá Nanã, feito em palha, couro e contas.
Iku = morte.
Iyá = mãe.
Iyabasé = cargo responsável pela cozinha do Orixá.
Iyalorisá = mãe de santo, sacerdote do Orixá, zeladora do culto.
Iya Kekere= mãe pequena.
Iyawo = nome dado aos iniciados, noiva.
J
Jagun – guerreiro, soldado.
K
Ku – morrer.
L

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FUNDAMENTOS RITUALÍSTICOS DE UMBANDA:

Lonan – senhor do caminho.


M
Mariwo = tala do olho do dendezeiro desfiada.
Meje – sete.
Mojubá = meus respeitos.
O
Obá = rei.
Oberó – alguidar.
Obi = fruto africano utilizado nos rituais.
Odé = caçador; nome que também é dado ao orixá Oxóssi.
Odi = nome de um odu, jogo de ifá.
Odu = orixá que indicam seu momento ou destino.
Ofá – arco e flecha, instrumento de Oxóssi.
Ofun = nome de um odu.
Ogã ou Ogan = cargo de alta importância no culto.
Oju = olho.
Oke = montanha.
Okê Arô = saudação para Oxóssi.
Omin – água.
Onilé = orixá da terra.
Opasorô = cajado de Oxalá.
Ori = cabeça.
Orobô = fruto africana que se oferece à Xango e outros Orixá.
Orun – céu.
Osá = nome de um odu ifá.
Ota e Okuta – pedra.
Oti = aguardente, álcool.
Otun = direita, ou segunda pessoa de um cargo.
Ose = sabão da costa africana.
P

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Pade = Reunião, encontrar.


Peji = altar.
X
Xaorô – tornozeleira de palha da costa usada durante o recolhimento para o
processo de iniciação.
Xaxará – Instrumento que contém o axé dos Orixás Omolú e Obaluaiyê.
Xirê – festa, brincadeira.
Y
Yonrin – areia.

51 – Agradescimentos:
O respeito aos mais velhos é tudo. É a razão de acatarmos à ordem
hierárquica, o motivo de aprendermos a obedecer, nos talhando para
posteriormente sabermos mandar. Respeitar os mais velhos é aprendermos
com a sabedoria e com a experiência dos que viveram mais do que nós. É
também a garantia de que no futuro seremos nós próprios respeitados e
prestigiados com carinho e solidariedade.

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