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Seguindo essa lógica, o Kisaba deveria ser visto não apenas como um catador
de folhas, mas como um curador, um benzedor, um escolhido por Nzambi
para manter diálogos introspectivos (por sonhos, intuição, cânticos e rezas)
com os Espíritos Ancestrais, a fim de obter a magia necessária à preparação
do medicamento, do banho, do ndoki, da pemba todos destinados ao
apaziguamento da matéria, da alma e do espírito daqueles que o procuram.
Se distanciarmos um pouco do contexto “brasilis”, veremos que o Kisaba
(enquanto sacerdote) não pode e nem deve ser manipulado. Ele é um
raizeiro, um mateiro, que retira da terra, da mata, da natureza aquilo que
cura, mas que também pode matar.
Por fim, destaco, na minha iniciação fui submetido a diversos ritos, por
exemplo: no tempo, na mata, nas águas, entre outros. Tive a minha mútue
raspada, pintada, kutunda (adoxu) e cumpri preceitos de 3 (três) meses de
migi sem jamais contestar, pois, tudo tem a sua razão de ser.
Claro que poderia alongar em muito este meu relato, mas, por enquanto, fico
por aqui.
Abraços a todos