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MMXX
CAPÍTULO I
Sobre a palavra “Missa”
CAPÍTULO II
Sobre a definição de um sacrifício
CAPÍTULO III
A morte de Cristo é um sacrifício propriamente dito
CAPÍTULO IV
Sobre a Partição do Sacrifício
CAPÍTULO V
A Missa é um Sacrifício? O estado da controvérsia é explicado, e as
posições de católicos e hereges relacionadas
CAPÍTULO VI
Que na Missa é oferecido um verdadeiro sacrifício: provado
primeiramente pelo testemunho das Escrituras e pelo sacerdócio de
Melquisedeque.
CAPÍTULO VII
O Sacrifício da Missa é comprovado pela figura do Cordeiro Pascal
CAPÍTULO VIII
O Sacrifício da Missa é Provado a partir das Figuras de Diferentes
Sacrifícios do Antigo Testamento
CAPÍTULO IX
O Sacrifício da Missa é Provado pelas Previsões dos Profetas
CAPÍTULO X
Que a Missa é um Sacrifício é provado de Malaquias
CAPÍTULO XI
O Sacrifício da Missa é comprovado em João 4
CAPÍTULO XII
O Sacrifício da Missa é comprovado pelas Palavras da Instituição
CAPÍTULO XIII
O sacrifício da missa é comprovado em Atos 13
CAPÍTULO XIV
O sacrifício da missa é comprovado em 1 Coríntios 10
CAPÍTULO XV
O Sacrifício da Missa é comprovado pela tradição dos Padres, e primeiro
pelos termos Sacrifício, Oblação e Imolação
CAPÍTULO XVI
O sacrifício da missa, propriamente dito, é comprovado pelo rito dos
altares
CAPÍTULO XVII
O Sacrifício da Missa é comprovado pela palavra “Sacerdote”.
CAPÍTULO XVIII
O sacrifício da missa é comprovado pelas liturgias
CAPÍTULO XIX
O mesmo é comprovado por aqueles para quem o sacrifício da missa é
oferecido
CAPÍTULO XX
O sacrifício da missa é comprovado pela união da lei e do sacrifício
CAPÍTULO XXI
O Sacrifício da Missa é comprovado a partir da comparação da lei cristã
com a mosaica
CAPÍTULO XXII
O mesmo se prova pela diferença entre o Sacramento e o Sacrifício
CAPÍTULO XXIII
O mesmo é comprovado pelo consenso da Igreja
CAPÍTULO XXIV
As objeções de Lutero são respondidas
CAPÍTULO XXV
Os argumentos de João Calvino são respondidos
Joã o Calvino ( Inst. 4, 18 §1) propõ e cinco argumentos, onde diz que
provará claramente pela palavra de Deus que o sacrifício da Missa aflige
Cristo com um insulto manifesto, enterra e oprime sua cruz, oblitera
sua morte , tira o fruto que ele fez para nó s, e enfraquece e dissipa o
sacramento, no qual foi deixada a memó ria de sua morte; todos esses
argumentos ele realiza nas seçõ es seguintes.
1) O primeiro argumento é desse tipo. Cristo é sacerdote para
sempre; portanto, nã o deve haver substitutos ou vigá rios para Cristo.
Conseqü entemente, agora nã o há sacerdotes na terra; portanto, nã o há
sacrifícios, pois na antiga lei os sacerdotes eram multiplicados porque a
morte os proibia de permanecer, como diz o apó stolo (Hebreus 7:23).
Nem se pode responder que aqueles que agora sã o ordenados
sacerdotes nã o sucedem a Cristo, mas sã o seus assistentes. Para o
Apó stolo ( loc. cit. ) nã o concede a multiplicaçã o de quaisquer
sacerdotes, exceto por causa da morte do anterior. Cristo, porém, vive
para sempre, e permanece sacerdote, portanto, somente ele exerce o
sacerdó cio, ou se houver muitos sacerdotes na terra, seu sacerdó cio é
revogado em Cristo.
Eu respondo: Nenhum cató lico afirma que os sacerdotes que estã o
na Igreja sucedem a Cristo, por isso nã o foi necessá rio que Calvino o
refutasse. Além disso, já refutamos isso nas mentiras de Lutero e Ilírico
sobre o que está contido nas cartas decretais. Além disso, o que atinge
os vigá rios e assistentes, ou melhor, mais ministros de Cristo no
sacerdó cio segundo a ordem de Melquisedeque, é falso que a
multiplicaçã o destes seja incompatível com a unidade e eternidade do
sacerdó cio de Cristo. Pois, Cristo nã o é apenas um sacerdote, mas
também nosso ú nico e eterno mestre, como diz em Mateus 23:8. Além
disso, também pertence ao sacerdó cio ensinar, como o pró prio Calvino
afirma ( ibid. , 4, 1, §5) e ainda, porque Cristo nã o nos ensina agora em
forma humana, e visivelmente como a natureza dos homens exige , nã o
se opõ e à unidade e eternidade do seu magistério que muitos homens
que sã o chamados doutores e mestres, e nesta matéria vigá rios,
auxiliares e ministros de Cristo, como fica claro de Paulo que se chama
doutor e mestre em 1 Timó teo 2:7, bem como 2 Tim. 1:11. Em 1 Cor. 3:5
e 9, ele chama a si mesmo e alguns outros auxiliares de ministros de
Deus , e em 2 Cor. 5:20, ele diz: “Pois Cristo, portanto, somos
embaixadores, Deus como que exortando por nó s. Por Cristo, nó s vos
suplicamos, reconciliai-vos com Deus”. Por tais palavras, ele se faz
legado e vigá rio de Cristo. O mesmo pode ser dito sobre o ofício de
pastorear e administrar os sacramentos. Pois Cristo é o pastor de todas
as ovelhas, e é ele quem batiza e confere o resto dos sacramentos no
consenso de todos, e ainda quem nunca negou que deve haver muitos
pastores e ministros dos sacramentos na Igreja, quem faz essas coisas
visivelmente no lugar de Cristo como seus ministros? Por que nossos
adversá rios também desejam ser chamados de pastores, doutores e
ministros, e por que ensinam e batizam diariamente e ainda nã o
pensam que depreciam o ú nico magistério e pastorado de Cristo? Como
resultado, da mesma maneira, porque Cristo nã o oferece agora o
sacrifício visível e de maneira humana na terra, nã o se opõ e ao seu
sacerdó cio ú nico e eterno que ele tenha na terra sacerdotes, ministros e
vigá rios por meio dos quais o faz. . Mais ainda, como mostramos acima,
Cristo nã o pode verdadeiramente ser chamado de sacerdote eterno por
outra razã o que nã o seja por meio de seus ministros, da mesma forma
que é certo que ele nã o sacrifica propriamente em sua pró pria pessoa.
Agora, a resposta à passagem do Apó stolo que parece excluir
absolutamente a multiplicaçã o de sacerdotes no Novo Testamento é
bastante simples: O Apó stolo exclui absolutamente a multiplicaçã o de
sacerdotes nessa mesma dignidade e poder , mas nã o de sacerdotes
inferiores que se diz ser ministros com respeito a Cristo. Pois na antiga
lei por causa da morte de Arã o, Eleazar o sucedeu em dignidade e
poder; Phineas sucedeu Eleazar, e assim o resto; e se Aarã o nunca
morresse, ninguém o teria sucedido. No entanto, enquanto Aarã o viveu,
havia muitos outros sacerdó cios inferiores. Portanto, nenhum homem
sucede a Cristo na mesma dignidade e poder, porque ele nunca morre;
no entanto, enquanto ele vive muitos outros inferiores sã o ordenados
que sã o seus vigá rios e assistentes. Vemos também no reino temporal,
onde um rei vive por algum tempo, ele nunca é sucedido, embora
geralmente tenha muitos vice-reis ou ministros através dos quais ele
pronuncia a lei em diferentes províncias.
2) O segundo argumento de Calvino é assim: um altar nã o pode ser
erguido, pois derrubaria a cruz de Cristo, nem o sacrifício da missa
pode ser oferecido sem prejuízo ao sacrifício da cruz. O sacrifício da
cruz tem força infinita e eterna; portanto, nã o precisamos de outro
sacrifício; assim, multiplicar tantos sacrifícios da Missa nada mais é do
que negar a virtude e a suficiência do sacrifício da cruz. Nem vale a fuga
de alguns, que dizem que a repetiçã o desse sacrifício é necessá ria para
que a força da primeira oblaçã o do sacrifício da cruz fosse aplicada aos
indivíduos. Realmente, os meios instituídos por Cristo sã o suficientes
para esta aplicaçã o, a saber, a pregaçã o da palavra e a administraçã o da
Ceia do Senhor. O Apó stolo confirma todas essas coisas em Hebreus
9:25 e 10:10, onde lemos que Cristo apareceu uma vez por imolaçã o; da
mesma forma somos santificados uma vez pela vontade de Deus através
da oblaçã o da cruz; da mesma forma Cristo, com uma oblaçã o,
consagrou os santificados para sempre, entã o, uma vez adquirida a
remissã o dos pecados, nenhuma outra oblaçã o permanece. Por ú ltimo,
acrescentamos a voz de Cristo, Joã o 19:30, “Está consumado”, com as
quais o Senhor testemunha que com seu ú nico sacrifício tudo o que foi
necessá rio para nossa salvaçã o foi realizado e completado.
Eu respondo: O que o apó stolo diz em Romanos 3:31 sobre a lei e a
fé: “Destruímos, pois, a lei pela fé? Deus nos livre, antes estabelecemos
a lei.” Podemos dizer a mesma coisa sobre a cruz e a Missa. Nunca
derrubamos a cruz pela Missa; Deus nos livre, antes, estabelecemos a
cruz. Pois como a Missa derrubaria a cruz quando nada mais é do que a
comemoraçã o contínua da cruz? Mas vamos ao argumento: Afirmamos
que o sacrifício da cruz tem força infinita e eterna para sacrificar, e
também admitimos que se segue daí que nã o há necessidade de outro
sacrifício da cruz, ou uma repetiçã o do mesmo sacrifício de a Cruz; isto
é, nã o temos necessidade de que outro Cristo morra por nó s, ou que o
mesmo Cristo morra de novo e de novo. Por outro lado, negamos que se
segue que os sacrifícios que representam o sacrifício da cruz e que
aplicam seu fruto a nó s nã o podem ser multiplicados sem dano à cruz
de Cristo. Se assim fosse, nã o apenas as missas seriam abolidas, mas
também provaríamos que os sacrifícios do Antigo Testamento foram
realizados em injú ria à cruz de Cristo. Pois o sacrifício da cruz nã o pode
ter força apenas para santificar os homens no futuro, mas também no
passado , razã o pela qual se diz que o cordeiro foi morto desde o
princípio do mundo (Apocalipse 13:8). Entã o, esses consequentes de
Calvino: O sacrifício da cruz é o mais perfeito, portanto um altar nã o
pode ser levantado porque a cruz de Cristo foi derrubada; pois, se algo
valesse contra o altar da Igreja, também valeria contra o altar da
Sinagoga; nã o dizemos com os maniqueus que o Antigo Testamento
ergueu tantos altares em insulto à cruz de Cristo para que pudéssemos
ceder a Calvino.
Além disso, o que Calvino acrescenta, que o fruto da cruz é
suficientemente aplicado através da pregaçã o da Palavra e da
administraçã o da Ceia do Senhor, portanto, nã o há necessidade do
sacrifício da Missa, nada conclui. Em primeiro lugar, pelo mesmo
argumento eu poderia provar que a Ceia do Senhor é desnecessá ria,
porque o fruto da cruz é suficientemente aplicado no Batismo. Eu
poderia até mostrar que o Batismo é redundante, porque a fé pode ser
despertada apenas pela pregaçã o da Palavra, pela qual o fruto da cruz é
aplicado. Como resultado, agradou a Deus instituir diferentes meios
pelos quais poderíamos obter o fruto da cruz com mais facilidade,
doçura e plenitude, e afirmamos que um deles é o sacrifício da Missa. E
ainda nossos adversá rios nã o conseguiram mostrar o contrá rio. Em
seguida, mesmo que o sacrifício da missa nã o fosse necessá rio, ou ú til
para aplicar o fruto da cruz, ainda assim nã o se seguiria que está em
injú ria da cruz, o que Calvino quis mostrar, mais ainda, nã o seguiria que
nã o é necessá rio. Ainda seria necessá rio constituir a religiã o, que nã o
pode existir sem um sacrifício exterior, honrar a Deus com o culto
supremo devido somente a ele, comemorar o sacrifício da cruz e outros
propó sitos de que falamos acima.
As passagens extraídas de Paulo sã o facilmente respondidas. Essas
palavras em Hebreus 9:25, “nem que ele se ofereça muitas vezes”, etc.,
pelo consenso de todos os comentaristas desta passagem, devem ser
recebidas em relaçã o a uma oblaçã o sangrenta . Logo depois disso,
Paulo acrescenta no versículo 26: “Senã o, ele deveria ter sofrido muitas
vezes desde o princípio do mundo”. Assim, o sentido é: Cristo nã o
entrou no céu pela primeira oferta de si mesmo, ou seja, por sua morte,
e depois saiu, e oferecendo a si mesmo, e morrendo, entrou novamente
e repetindo isso muitas vezes, assim como o Levítico o sacerdote
entrava no santuá rio por meio de uma vítima, e saía e, repetidas vezes,
entrava por outra vítima, e depois saía; caso contrá rio, seria necessá rio
que Cristo se oferecesse desde o início do mundo para cada geraçã o e
sofresse a morte; antes, por uma oblaçã o, ou seja, por uma morte, ele
purificou os pecados de todo o mundo e abriu a entrada do céu para
todos os homens. Assim, vemos que o Apó stolo nã o exclui qualquer
repetiçã o da oblaçã o de Cristo, mas apenas aquela que requer sua morte
.
Assim também, as palavras de Hebreus 10:10, “Somos santificados
pela oblaçã o do corpo de Cristo, uma vez”, e as do versículo 14, “Por
uma só oblaçã o aperfeiçoou para sempre os que sã o santificados”,
devem ser entendidas da mesma forma em a respeito de uma oblaçã o
sangrenta . O sentido é: somos santificados pela morte de Cristo, mais
ainda, somos também aperfeiçoados, alcançamos nã o apenas a
remissã o dos pecados, mas também os ornamentos da justiça e a
pró pria bem-aventurança, e isso para sempre, ou seja, para todas as
eras e geraçõ es , de modo que agora nã o precisamos de outro Cristo
que nos redimirá por sua morte, ou que o mesmo Cristo morra muitas
vezes por nó s ou pelos outros.
Além disso, o que encontramos no versículo 18, “Onde há remissã o
de pecados, nã o há mais oferta pelo pecado”, que nossos adversá rios
continuamente levantam em argumento, se provar alguma coisa, só
prova que depois do sacrifício do cruz nã o há lugar para nenhum
sacrifício propiciatório , mas não há absolutamente nenhum sacrifício;
pois há muitos sacrifícios verdadeira e propriamente falando que nã o
sã o propiciató rios. É por isso que Calvino nã o cita Paulo muito
fielmente para argumentar que nã o há mais oblaçã o, quando Paulo
disse muito claramente que nã o há oblaçã o pelo pecado .
Agora, nã o admitimos que se possa deduzir desta passagem que a
Missa nã o é um sacrifício propiciató rio ou uma oblaçã o pelo pecado.
Pois duas coisas sã o necessá rias para a remissã o dos pecados. a) Um,
que se encontre o preço da libertaçã o, ou a justa satisfaçã o que também
é devida à justiça divina; b) Em segundo lugar, que o preço seja aplicado
aos homens em particular. O que atinge o primeiro , o sacrifício da cruz
remiu todos os pecados, passados, presentes e futuros, por isso
adquiriu o preço mais suficiente pelos pecados de todo o mundo, e
assim, depois que o sacrifício foi realizado, e os pecados foram remidos
, nenhuma oblaçã o semelhante permanece pelo pecado, isto é, para
adquirir o preço da remissã o dos pecados. E é só isso que o apó stolo
escreve nessa passagem. Quanto ao segundo , a remissã o de todos os
pecados ainda nã o havia ocorrido; pois ainda existem e existirã o até o
fim do mundo homens para os quais o preço da libertaçã o e da
remissã o dos pecados deve ser aplicado e, portanto, a vítima
permanece pelo pecado, ou seja, o sacrifício da Missa.
Alguém dirá : Parece que quando o Apó stolo diz: “Agora nã o há
oblaçã o pelo pecado”, ele considera os sacrifícios judaicos que se dizia
serem pelo pecado, e ensina que esses sacrifícios sã o todos revogados,
pois a remissã o dos pecados já foi realizado; portanto, Paulo nã o
apenas exclui uma nova oblaçã o pela qual o preço é adquirido, mas
todas as outras oblaçõ es pelo pecado, mesmo que sejam apenas
representativas e aplicáveis ao sacrifício da cruz.
Eu respondo: Nã o somos obrigados a dizer que o Apó stolo
considerou os sacrifícios judaicos; pois seu ensino exige apenas isso,
que uma vez que o preço para a remissã o dos pecados foi adquirido,
uma oblaçã o para adquirir esse preço nã o é necessá ria. Nã o obstante,
pode-se admitir que Paulo olhou para aqueles sacrifícios da antiga lei
nã o como representativos e de alguma maneira aplicáveis ao sacrifício
da cruz, mas como figuras e promessas do sacrifício futuro ; pois depois
que o sacrifício da cruz foi concluído e o preço adquirido, os nú meros
que o prometeram foram em vã o, porque agora o temos. No entanto, o
fato de Paulo nã o excluir os sacrifícios representativos e aplicáveis ao
sacrifício da cruz é manifestamente claro pelo fato de que, de outra
forma, seria possível excluir o Batismo e a Ceia do Senhor, que também
sã o Sacramentos que representam e aplicam o fruto da cruz; mais
ainda, a palavra, a fé, a oraçã o e todos os meios ou instrumentos pelos
quais o fruto da cruz é aplicado. Pois podemos argumentar desta forma:
Através da cruz todos os pecados foram remidos, portanto todos os
instrumentos de justificaçã o sã o em vã o.
Em seguida, Calvino usa incorretamente “Foi consumado”. Nã o quer
dizer, como ele sonha, que pela oblaçã o singular da cruz tudo o que era
necessá rio para nossa salvaçã o seja consumado e completado, como se
tudo o mais, doutrina, sacramentos, exemplos e todos os trabalhos
fossem redundantes e encontrassem seu fim no a Cruz. Pelo contrá rio,
significa que, como Crisó stomo, Agostinho, Cirilo, Teofilacto e outros
explicam, os castigos e afliçõ es que seriam sofridos na carne foram
cumpridos, porque caíram sobre o mesmo homem, os orá culos dos
profetas foram concluídos, o que previu sua paixã o.
3) O terceiro argumento de Calvino é tirado do fato de que o
sacrifício da Missa lançaria no esquecimento a ú nica morte de Cristo e a
expulsaria da memó ria dos homens. Pois a confirmaçã o do Testamento
depende da morte do testador; portanto, a confirmaçã o do Testamento
de Cristo depende da morte de Cristo. Mas a Missa é um Novo
Testamento, mais ainda, há tantos Testamentos quanto há Missas,
conseqü entemente, para que sejam ratificadas, é necessá rio que Cristo
morra tantas vezes quanto a Missa é rezada; portanto, essa morte de
Cristo ou nã o é acreditada, ou nã o dá em nada. Além disso, é necessá rio
que a vítima oferecida seja morta e quebrada; assim, se Cristo é
sacrificado em cada Missa, é necessá rio que ele seja cruelmente morto a
cada momento em mil lugares. Nem adianta, se eles responderem que o
sacrifício da Missa é ἀ ναίμακτον (sem sangue); pois nã o depende da
vontade dos homens mudar a natureza do sacrifício, e o apó stolo diz:
“Sem a efusã o de sangue nã o há remissã o”.
Eu respondo: Se os cató licos dissessem que Cristo realmente morre
no sacrifício da Missa, o argumento de Calvino parece ter alguma força;
mas todos eles dizem que Cristo nã o morre senã o no sacramento , ou no
sinal que representa aquela morte, na qual ele morreu. Só que, longe de
a Missa fazer com que os homens se esqueçam da morte de Cristo, é
mais importante que ela nunca seja esquecida. Mas Calvino diz: “Se os
papistas dissessem que nã o querem matar Cristo, nem poderiam, no
entanto, segue-se que eles provam nossos argumentos a partir de seu
pró prio dogma”. Vejamos se é assim.
O primeiro argumento da palavra Testamento nã o prova nada. A
Missa nã o é uma nova instituiçã o do Testamento de Cristo, mas sim
uma repetição da mesma coisa que Cristo fez uma vez, e confirmada por
sua morte. Da mesma forma entre os homens, quando um testamento
foi confirmado por morte, na maioria das vezes é mostrado em tribunal,
e recitado, ou mesmo descrito para se aplicar a este ou aquele herdeiro,
nã o é necessá rio que o testador morra novamente . Basta ter certeza de
que o testador está morto, e ele nã o revogou ou alterou seu testamento
antes da morte.
Mas, por outro lado, Calvino luta para provar que as Missas
individuais sã o novos testamentos, ou seja, diferentes daquele
testamento que Cristo fez no princípio e confirmado por sua morte. Ele
diz: “As missas individuais prometem uma nova remissã o dos pecados e
uma nova aquisiçã o de justiça; portanto, há tantos testamentos novos e
diversos quantos sã o as missas”.
Eu respondo: A remissã o dos pecados e a aquisiçã o da justiça que a
Missa promete, em relaçã o ao que foi prometido, que antes nã o tinha;
mas com respeito ao sacrifício da cruz, sobre o qual Calvino deveria
falar, nã o é novo, mas é a mesma coisa que foi produzida pelo sacrifício
da cruz. Como dissemos muitas vezes, o sacrifício da Missa aplica o
fruto do sacrifício da cruz. Além disso, todo o erro de nossos
adversá rios está nisto, que eles se convenceram falsamente de que
atribuímos à Missa a força de perdoar pecados sem qualquer ordem ao
sacrifício da cruz.
Agora eu respondo a esse argumento do assassinato da vítima: O
sacrifício da Missa é o sacrifício mais verdadeiro, e ainda assim nã o
expulsa o verdadeiro assassinato da vítima. Pois matar só é exigido na
oblaçã o de um ser vivo e que é oferecido na forma de um ser vivo;
assim como quando sã o oferecidos cordeiros, touros, pá ssaros e coisas
semelhantes, cuja destruiçã o consiste na morte. Mas quando a forma do
sacrifício é sem vida, como pã o, vinho, incenso e coisas semelhantes,
matar nã o pode ser exigido, mas apenas o consumo dessa coisa é
apropriado. Conseqü entemente, na Missa, de fato, Cristo é oferecido,
que é uma coisa viva, e é oferecido na forma de uma coisa viva tanto
quanto representaçã o, onde apenas uma morte representativa é
necessá ria, mas nã o uma morte real; mas como é um sacrifício real,
propriamente falando, é oferecido na forma de pã o e vinho de acordo
com a ordem de Melquisedeque e, portanto, na forma de uma coisa sem
vida. Por isso, no Câ non, onde se encontram as palavras da oblaçã o
principal depois da consagraçã o, dizemos: “Oferecemos o pã o da vida
eterna e o cá lice da salvaçã o eterna”. É por isso que o consumo deste
sacrifício nã o deve ser matar, mas comer .
Agora, a isso, “sem efusã o de sangue nã o há remissã o”, respondo: o
Apó stolo fala do sacrifício da Lei Antiga, em que nã o havia sacrifício
pelo pecado sem a efusã o de sangue. Pois ele também diz em Hebreus
9:22: “Quase todas as coisas, segundo a lei , sã o purificadas com sangue;
e sem derramamento de sangue nã o há remissã o.”
Além disso, o ensino de Paulo também pode ser recebido de forma
absoluta e geral, nã o que tantas vezes quanto a remissã o é feita, entã o é
necessá rio que o sangue seja derramado, mas que a remissã o nunca
ocorre exceto em virtude da efusão de sangue , seja ela acontece agora,
ou já tem, ou vai acontecer.
Entã o, no sacrifício da Missa, pode-se dizer com razã o que o sangue
de Cristo é derramado, como o pró prio Senhor diz: “Este é o meu
sangue que é derramado por você”, ou podemos considerá -lo uma
efusã o mística de sangue. , ou uma verdadeira efusã o, isto é, uma oferta
ou oblaçã o do sangue do Senhor. No uso de acordo com as Escrituras,
diz-se que o pã o é partido quando é distribuído, mesmo que os pã es
sejam dados inteiros; assim também pode-se dizer que o vinho é
derramado, quando é distribuído, embora copos cheios sejam dados, e
do mesmo modo o corpo sob a espécie de pã o é quebrado, e o sangue
derramado sob a espécie de vinho enquanto é oferecido e entregue a
Deus em sacrifício.
4) O quarto argumento de Calvino é tirado do fruto da morte de
Cristo: A Missa nos arrebata o fruto da morte de Cristo, enquanto nã o
reconhecemos e consideramos o que ela faz. Pois quem acreditará que
foi redimido pela morte de Cristo onde vê uma nova redençã o na Missa?
Quem confia que seus pecados foram remidos onde ele vê uma nova
remissã o?
Eu respondo: Este argumento nã o é muito diferente dos anteriores;
pois repousa sobre um falso fundamento que, na opiniã o dos cató licos,
a Missa tem a força de expiar os pecados sem o sacrifício da cruz. Pois
se disséssemos isso, Calvino concluiria corretamente que a Missa
arrebata de nó s o fruto da morte de Cristo. Mas porque nenhum
cató lico ensina isso, Calvino apenas dá um soco no ar.
Caso contrá rio, ele ainda insiste: “Nã o adianta dizer que a ú nica
razã o pela qual obtemos o perdã o dos pecados na Missa é que ela já foi
comprada pela morte de Cristo. Pois isso é o mesmo que gabar-se de
que somos redimidos por Cristo com a condiçã o de nos redimirmos”.
Eu respondo: É uma ousadia maravilhosa, ou talvez malícia, deste
homem que ele ainda nã o foi capaz, ou certamente se recusa a
compreender o ensinamento dos cató licos. Em primeiro lugar, a Missa
nã o é obra nossa, mas de Cristo ; ele é o verdadeiro sacerdote que
oferece sacrifício por meio de ministros, e por meio dele purga e perdoa
pecados. É por isso que, mesmo que a Missa tivesse força per se sem o
sacrifício da cruz, ainda assim nã o nos redimiríamos, mas Cristo nos
redimiria. Em seguida, nã o fazemos a comparaçã o desta forma, como
Calvino faz incorretamente, da paixã o de Cristo com o sacrifício da
Missa, que diríamos da paixã o de Cristo que tomamos apenas o
exemplo da redençã o. Pois dizemos que pela paixã o de Cristo foi
adquirido todo o preço da redençã o, e por isso todos somos redimidos
por aquela morte, que pertence à suficiência do preço pago por todos ;
porém, pelo sacrifício da Missa esse preço é aplicado, como também é
aplicado pelos sacramentos, embora de uma forma ou de outra, como
diremos no devido lugar mais adiante. Portanto, assim como nã o se diz
que aquele que batiza apenas toma um exemplo de redençã o da paixã o
de Cristo, nem redime adequadamente, mas apenas aplica o preço
adquirido pela paixã o, assim também deve ser considerado em relaçã o
ao sacrifício da Missa.
5) O quinto argumento já foi respondido, pois nã o avança nada além
do que Lutero estava dizendo, que a mesma coisa nã o pode ser recebida
e dada. Esses sã o todos os argumentos dos Institutos . Ele acrescenta
outros dois no Antidoto Parisiensis , art. 6, que pode ser respondida
brevemente.
A primeira é esta: “A instituiçã o de Cristo assim tem: 'Tome e coma',
mas nã o 'ofereça', consequentemente, nã o há sacrifício da instituiçã o de
Cristo, mas é claramente oposto a ela”.
Eu respondo: Nã o há em nenhum lugar que lemos que Cristo disse:
Nã o ofereça”, mas se fizéssemos o sacrifício da Missa verdadeiramente
se oporia à instituiçã o de Cristo. Mas se Calvino insistisse no fato de que
Cristo nã o disse “oferecer”, isso já foi respondido acima, tanto porque
nada pode ser obtido de uma negaçã o pura, quanto Cristo claramente
ordenou que fosse oferecido, quando disse: “Nã o isto."
O segundo argumento deste folheto é o seguinte: “Ninguém deve
receber a honra do sacerdó cio, a menos que tenha sido chamado por
Deus, como o apó stolo testemunha. Mas ninguém além de Cristo é lido
como tendo sido chamado.”
Eu respondo: Desde que Cristo chamou os apó stolos para a honra do
sacerdó cio com estas palavras: “Façam isso”, nenhum homem pode
dizer que eles nã o foram chamados por Deus, exceto aquele que nega
que Cristo é Deus. Além disso, aqueles que sucedem os apó stolos por
ordenaçã o legítima nã o sã o menos considerados chamados por Deus do
que antigamente eram julgados chamados por Deus, que foram
substituídos por Arã o por geraçã o carnal.
CAPÍTULO XXVI
As objeções de Chemnitz são respondidas
CAPÍTULO XXVII
A última objeção é respondida e explicada em que parte da missa consiste
propriamente a essência do sacrifício
Em ú ltimo lugar, uma certa objeçã o deve ser respondida, algumas das
quais os hereges fazem para atacar a Missa, e algumas das quais os
cató licos fazem para explicar melhor o assunto.
Se a Missa é um sacrifício propriamente dito, certamente em
alguma parte a noçã o de sacrifício propriamente dito será encontrada e
explicada pela definiçã o acima; mas nã o há parte dele onde é mostrado
dessa maneira. Depois da Missa dos Catecú menos, que certamente nã o
consiste na noçã o do sacrifício, encontram-se cinco partes. Em primeiro
lugar , a oferta de pã o e vinho; em segundo lugar , a consagraçã o e
transformaçã o do pã o no corpo, e do vinho no sangue do Senhor. Em
terceiro lugar , a oblaçã o do corpo e do sangue por palavras expressas.
Em quarto lugar , a quebra e mistura do Sacramento. Em quinto lugar , a
distribuiçã o e consumo dos mesmos. Que o sacrifício da Missa nã o
consiste na oblaçã o do pã o e do vinho está fora de controvérsia; pois as
coisas terrenas nã o podem ser aquele ú nico sacrifício que os Padres
afirmam florescer na Igreja no lugar de todos os sacrifícios antigos.
Na consagraçã o, que é a segunda parte, nã o aparece nenhuma
oblaçã o que tenha a noçã o intrínseca de um sacrifício. Além disso, nã o
há mudança sensível da coisa que é oferecida durante a consagraçã o.
Tal mudança parece pertencer totalmente à noçã o externa do sacrifício.
A oblaçã o do corpo e do sangue, ou seja, a terceira parte, que segue
a consagraçã o, nã o pode pertencer à essência da Missa; daí a noçã o de
um sacrifício nã o deve ser constituída nele. Pois Cristo, o Senhor, que
consideramos o autor deste sacrifício, distribuiu o sacramento logo
apó s a consagraçã o e ordenou que fosse comido. Pois ele diz: “Tome e
coma, este é o meu corpo”. Portanto, nã o havia tempo em que o Senhor
pudesse oferecer o pã o consagrado a Deus. Entã o, se é verdade o que
escreve Sã o Gregó rio ( Epístolas , 7, 63), os Apó stolos apenas
acrescentaram a oraçã o do Senhor à s palavras da consagraçã o,
certamente nem eles fizeram aquela oblaçã o que fazemos depois da
consagraçã o; como resultado, essa oblaçã o nã o pertence à essência do
sacrifício.
Além disso, a quebra ( fractio ), que é a quarta parte, sem dú vida
nã o tem o Senhor como autor. Pois o Senhor realmente partiu o pã o,
mas ele o partiu antes da consagraçã o, como muitos sustentam, ou
imediatamente depois para distribuí-lo aos discípulos. Mas nossa
quebra ocorre apó s a consagraçã o com muitas açõ es interpostas, e nã o
é feita para distribuiçã o, mas para mostrar um certo mistério.
Em seguida, o comer, ou o consumo, nã o parece propriamente um
sacrifício, pois é feito apenas pelo sacerdote. E embora possa pertencer
à essência de um sacrifício, ainda assim toda a essência do sacrifício
nã o pode ser constituída apenas nisso. Pois sem oblaçã o e dedicaçã o
precedente, nã o pode ser um sacrifício. Além disso, esta é a razã o pela
qual entre os cató licos, durante a liturgia da Sexta-feira Santa, nã o se
pensa que o sacrifício da Missa seja devidamente celebrado, embora
uma verdadeira hó stia esteja presente e seja quebrada e consumida,
porque nã o há consagraçã o e oblaçã o.
Eu respondo: Para que possamos explicar todo o assunto de forma
fá cil e resumida, duas coisas devem ficar claras. Primeiro , o que é
propriamente o sacrifício da Missa, recebendo o sacrifício por aquilo
que é sacrificado. Entã o, o que é propriamente o sacrifício da Missa,
recebendo o sacrifício pela açã o de sacrificar. Ambos ficarã o claros a
partir das seguintes opiniõ es, ou proposiçõ es.
1) A primeira proposiçã o: Não se deve negar que o pão e o vinho são
oferecidos de alguma maneira durante a Missa e, portanto, pertencem à
coisa que é sacrificada . Isso fica claro , em primeiro lugar , na pró pria
liturgia. Pois quando dizemos antes da consagraçã o: “Recebe, ó Santo
Padre, esta hó stia imaculada”, certamente o pronome isso mostra o
sentido do “isso” que entã o seguramos em nossas mã os; o é pã o. E na
liturgia há vá rias frases semelhantes que mostram claramente que o
pã o é oferecido.
Entã o, os Padres em todos os lugares transmitem a mesma coisa.
Irineu (4, 17) diz que a Igreja oferece o sacrifício das coisas criadas, isto
é, do pã o e do vinho. Cipriano ( Epístolas 2, 3) diz que Cristo ofereceu o
cá lice ao Pai com vinho misturado com á gua, e em seu sermã o sobre a
esmola, ao repreender as mulheres ricas que nã o ofereceram pã o para
ser consagrado, ele diz: “Vinde à casa do Senhor dia rico e opulento sem
sacrifício, e tome o pã o do sacrifício que o pobre oferece”. Lá , ele
entende pã o por sacrifício, que seria sacrificado a Deus pelos
sacerdotes. Sã o Gregó rio ( Diálogos , 2, 23), falando sobre Sã o Bento,
diz: “Vá e faça com que esta oblaçã o seja oferecida ao Senhor por eles, e
eles nã o serã o mais excomungados. Tal oblaçã o foi imolada por eles,
etc.” E em 4, 55, ele diz: “Ofereça este pã o por mim ao Deus todo-
poderoso.” Frases semelhantes sã o encontradas em todos os lugares.
2) A segunda proposiçã o: O corpo e o sangue de Cristo são aquele
sacrifício que é oferecido e sacrificado adequadamente na Missa. Isso é
mais certo e comprovado por muitos testemunhos.
3) A terceira proposiçã o: O pão e o corpo do Senhor, o vinho e o
sangue do Senhor, não são dois sacrifícios, mas um. Nó s nã o oferecemos
pã o a Deus simplesmente, mas pã o que foi consagrado e transformado
no corpo do Senhor: nem oferecemos o corpo do Senhor
absolutamente, pois entã o, deveria ser um sacrifício de sangue, ou
realmente nenhum sacrifício; antes, oferecemos o corpo do Senhor na
espécie de pão , feito de pã o. Portanto, assim como os judeus ofereciam
ovelhas vivas, e até mesmo mortas, e embora os vivos e os mortos
difiram por espécies, se pareciam fisicamente iguais por natureza,
ainda assim era um sacrifício, nã o dois; pois a ovelha viva estava sendo
oferecida para ser consagrada a Deus pela morte e depois consumida
pelo fogo. Assim também, embora o pã o e o corpo do Senhor sejam
coisas diferentes, se forem considerados por natureza, eles fazem um
sacrifício, porque o pã o será transformado no corpo do Senhor, ou o
corpo do Senhor oferecido a Deus na espécie de pã o. Além disso, é
daqui que na Missa o pã o nã o é oferecido como um sacrifício perfeito,
mas como um sacrifício rudimentar e a ser aperfeiçoado , como fica
claro por aquelas palavras: “Abençoe este sacrifício preparado para o
seu santo nome”. E nos Segredos, lemos com a mesma frequência: “O
presente que oferecemos para ser consagrado por você”. É por isso que
Irineu diz com razã o: “Ele declarou que o cá lice era seu sangue e
ensinou que era a nova oblaçã o do Novo Testamento”. (4, 17). Ali, a
oblaçã o do Novo Testamento é propriamente chamada de vinho
transformado em sangue do Senhor.
A partir daqui, observe todas as passagens dos Padres que ensinam
que o sacrifício da Igreja é um, que sucede toda a multidã o de
sacrifícios antigos: Leã o ( serm. 8 de passione Domini ), Joã o Crisó stomo
( no Salmo 95 ) e Agostinho ( de Spiritu et litera , 11, 3; Contra
Donatistas; de Baptismo , ú ltimo capítulo; contra advers. Leg. et Prophet.
1, 20; Crontra Cresconium 1, 25; De Civitate Dei 8, 27).
Daí fica claro quã o improvável é a opiniã o de Gaspar Cassali ( de
sacrificio, 1, 20), que afirma haver dois sacrifícios do Eucaristia, um do
pã o e um do vinho, um o corpo do Senhor o outro o seu sangue.
4) A quarta proposiçã o: A oferta de pão e vinho que precede a
consagração pertence à integridade e plenitude do sacrifício, mas ainda
não à sua essência. O fato de nã o pertencer à sua essência parece estar
fora de controvérsia. Pois a oblaçã o vocal, como mostramos acima, nã o
é necessá ria para um sacrifício; basta que ele demonstre a Deus que
oferece algo que realmente oferece. E embora alguma oblaçã o requeira
necessariamente a essência do sacrifício, ainda assim nã o é necessá rio
que ela preceda a imolaçã o; pois a oblaçã o pode ser a pró pria oblaçã o.
Além disso, pelo fato de pertencer a uma certa integridade, é claro que
em todas as liturgias, por mais antigas, gregas ou latinas, parte da açã o
é a oferta de coisas que serã o consagradas. E embora o Senhor nã o
oferecesse o pã o para ser consagrado com essas palavras, da maneira
como o oferecemos, no entanto ele ofereceu de alguma maneira , como
Cipriano escreve claramente ( Epístolas, 2, 3) e é colhido das cerimô nias
de elevaçã o os olhos para o céu e dando graças, o que o Senhor fez
antes da consagraçã o, que é testemunhada em parte pelos evangelistas
e em parte pelas liturgias mais antigas.
5) A quinta proposiçã o: A oblação que segue a consagração também
pertence à integridade do Sacrifício, mas não à essência. O fato de que
nã o pertence à essê ncia é provado tanto pelo fato de que o Senhor nã o
empregou essa oblaçã o, nem tampouco os Apó stolos no princípio
(como é comprovado por Gregó rio), e pelo fato de que as palavras
desta oblaçã o nã o sã o ditas na pessoa de Cristo, mas na pessoa do
pró prio ministro e da Igreja, como fica claro em: Unde et memores nos
servi tui , etc. [12] Alé m disso, o sacrifício é oferecido principalmente na
pessoa de Cristo. Portanto, sendo esta oblaçã o posterior à consagraçã o,
é um testemunho certo de que toda a Igreja consente na oblaçã o feita
por Cristo e a oferece juntamente com ele. Alé m disso, o fato de
pertencer à integridade fica claro nas liturgias mais antigas que, sem
dú vida, tê m sua origem nos Apó stolos. Pois ainda que no início se diga
que os Apó stolos apenas acrescentaram a oraçã o do Senhor, no
entanto, depois eles compuseram o rito da celebraçã o para a mesma e
acrescentaram muitas outras coisas, como pode ser entendido pelas
liturgias de Tiago e Clemente.
6) A sexta proposiçã o: A quebra do sacramento não pertence à
essência, mas apenas à integridade.
Que nã o pertence à essência deve ficar claro desde o pró prio uso da
Igreja. Pois se talvez, quando no pró prio sacramento, o sinal da cruz é
expresso sobre o cá lice, o pã o consagrado cairia no cá lice, geralmente
nã o é partido, mas deixado inteiro até a consumaçã o, mas ainda assim o
sacrifício nã o é acredita-se ter sido invá lida, ou essencialmente
alterada. Acrescente o fato de que nã o parece que o Senhor tenha usado
esta cerimô nia, como dissemos desde o início. Que pertence à
integridade, é claro em todas as liturgias gregas e latinas.
7) A sétima proposiçã o: O consumo do Sacramento que é feito pelo
povo não faz parte do sacramento, mas o que é feito pelo sacerdote
sacrificante é a parte essencial, mas não a essência total. O que chega ao
consumo do povo, é muito certo; para aqueles que comem as vítimas,
sã o participantes do altar, como diz o Apó stolo em 1 Cor. 10:18 e
Hebreus 13:10. Mas nã o é o mesmo oferecer sacrifício e participar do
altar. O consumo, no entanto, que o sacerdote sacrificante faz, nã o é
tanto um consumo da vítima, mas uma consumaçã o do sacrifício, e é
propriamente considerado como correspondendo à queima do
holocausto. Por isso, sempre foi julgado tã o necessá rio pela Igreja, que
se talvez o padre morresse antes da consumpçã o, ou a consumpçã o
fosse impedida de outra forma, será necessá rio que outro padre o
sucedesse e consumasse o sacrifício, conforme é claro do Concílio de
Toledo, (12, câ n. 5) e das rubricas da Missa.
O fato de ser uma parte essencial, é porque em toda a açã o da Missa
(como demonstraremos em breve), nã o há outra destruiçã o real da
vítima além desta; é necessá ria uma destruiçã o real, como provamos
acima, quando constituímos a definiçã o. É por isso que Abraã o, o
Patriarca, embora tivesse tomado seu filho e o colocado sobre o altar, e
levantado sua mã o para sacrificá -lo, porque ainda nã o havia uma
matança real, nã o se diz que ele sacrificou, exceto em vontade.
Tampouco se opõ e que o pró prio consumo nã o pareça ocorrer na
pessoa de Cristo, que ainda é o sacerdote primá rio. Pois Cristo, de fato,
nã o come a si mesmo, nem consumiu imediatamente o Sacramento; no
entanto, pode-se dizer que ele consome porque ele o dá para ser
consumido. Do mesmo modo, no sacrifício da cruz, o pró prio Cristo se
sacrifica verdadeiramente, porque se ofereceu para ser morto, embora
nã o se tenha matado. Pois mesmo no Antigo Testamento, da noçã o de
holocausto havia combustã o, que ainda nã o era feita imediatamente
pelo sacerdote, mas pelo fogo; mas diz-se que o padre realmente
queima a vítima quando adiciona fogo a ela.
8) A oitava proposiçã o: A Consagração da Eucaristia pertence à
essência do sacrifício . Esta opiniã o foi proposta de forma tã o geral
porque tem muitos autores. Pois entre os gregos Nicolau Cabasilas o
ensina claramente em sua explicaçã o da Sagrada Liturgia (cap. 32) e
dos latinos, Rudyard Tapper ( in defensione articul. 16 Lovaniensuium );
Jodocus Tiletanus ( resposta ad Apologiam Illyrici , 15); Gaspar Casalius
( de sacrifício , 1, 20); Alanus ( de sacrificio lib. 2 cap. 15) e outros, mas
nem todos explicam da mesma maneira.
Alguns pensam, portanto, que a essência de um sacrifício consiste
na consagraçã o, porque através da consagraçã o há uma verdadeira e
real mudança do pã o no corpo de Cristo; além disso, um verdadeiro
sacrifício requer uma verdadeira e real mudança desse tipo em que a
coisa deixaria de existir, para a honra de Deus.
Mas esta opiniã o nã o tem argumentos leves contra ela. Pois, em
primeiro lugar, se fosse verdade, seguir-se-ia que somente o pã o é
devidamente sacrificado. Pois um sacrifício é propriamente chamado o
que realmente mudou, para que deixe de existir; mas o pã o é apenas
trocado. Além disso, ninguém pode negar que é bastante absurdo,
porque se assim fosse, a Igreja teria um sacrifício sem vida e de muito
menos valor do que os judeus. Em seguida, a mudança que é colocada
como se fosse a forma do sacrifício sensível e exterior deve ser exterior
e sensível. Mas a transformaçã o do pã o no Corpo de Cristo é totalmente
interna e nã o perceptível a nenhum dos sentidos, exceto somente pela
fé. Em terceiro lugar, o sacrifício da Igreja nã o seria o mesmo que o
sacrifício da cruz em relaçã o à coisa oferecida; nem seria verdade, o que
dizem os Padres, que no sacrifício da Missa, o sacrifício e o sacerdote
sã o o mesmo; nem o que Crisó stomo, Ambró sio, Primasius e outros
observam em seus comentá rios sobre Hebreus 10, que os sacrifícios
dos judeus eram muitos, porque ofereciam um cordeiro hoje e outro
amanhã , mas o nosso é um porque oferecemos sempre o mesmo Cristo,
pois mesmo nó s, se usá ssemos pã o, nã o ofereceríamos a mesma coisa.
Outros diriam, portanto, que a essê ncia do sacrifício consiste na
consagraçã o, mas atravé s dela verdadeiramente, embora
misticamente, Cristo é imolado de maneira incruenta. Pois, quando
pela força das palavras: “Este é o meu corpo”, somente o corpo de
Cristo sem alma e sangue começará a estar no altar; e pela força das
outras palavras, “Este é o sangue”, o sangue sozinho começa e está
separado do corpo no altar. Onde o verdadeiro corpo e sangue sã o
separados, há uma certa imolaçã o verdadeira; certamente, segue-se
pela força de toda a consagraçã o que Cristo é verdadeiramente
imolado, e ainda a imolaçã o é incruenta porque a concomitâ ncia
natural [13] impede que o sangue ou a alma sejam verdadeiramente
separados do corpo.
Esta opiniã o nã o parece satisfazer a questã o de modo a deixar a
mente em paz. Pois, em primeiro lugar, faltaria o sacrifício verdadeiro e
real, e a morte ou destruiçã o real da coisa imolada; além disso, a
consagraçã o nã o é uma morte verdadeira e real, mas apenas mística em
seus efeitos. Tampouco parece suficiente responder à queles que dizem
que a consagraçã o de si mesma traz uma morte verdadeira, antes,
acontece pela concomitâ ncia natural, que uma morte real nã o se
seguiria. Pois se a concomitâ ncia natural impediu a morte, por isso
mesmo impede o sacrifício. Certamente, se no tempo do Antigo
Testamento, um sacerdote que ia imolar o cordeiro estivesse disposto a
matá -lo para que ele pudesse se sacrificar, mas entã o surgisse algum
impedimento e o cordeiro nã o fosse abatido, entã o nã o pode-se dizer
que o sacrifício foi realmente realizado, exceto na vontade.
Além disso, se através da consagraçã o ocorresse uma verdadeira e
real imolaçã o, ainda assim, nã o aconteceria no altar, mas no céu. Diz-se
que a imolaçã o é feita naquele lugar onde o animal vivo é morto, mas o
lugar onde esta divisã o do corpo de Cristo da alma e do sangue (se tal
coisa ocorre pelas palavras sacramentais), nã o seria no altar, mas no
céu. Lá , a divisã o deveria ser feita, onde o assunto estava antes da
divisã o. Cristo, porém, estava no céu antes dessa divisã o, nã o no altar.
Consequentemente, de acordo com esse ensinamento, a imolaçã o nã o
acontecia no altar, mas apenas partes do que foi imolado sã o colocadas
no altar apó s a imolaçã o. Mas quem admitiria que a imolaçã o, que é o
sacrifício da religiã o cristã , nã o seja celebrada na terra, mas apenas no
céu?
Em seguida, na Missa ou há o verdadeiro e real sacrifício e morte de
Cristo, ou nã o há . Se nã o houver, a Missa nã o é um sacrifício verdadeiro
e real; pois um sacrifício verdadeiro e real exige um assassinato
verdadeiro e real, visto que a essência de um sacrifício é colocada nesse
matar. Além disso, se isso acontecesse, seria verdade dizer que Cristo é
real e verdadeiramente morto por sacerdotes cristã os; mas isso é
claramente um sacrilégio, nã o um sacrifício.
Entã o, depois de omitir isso, acho que o assunto deve ser explicado
dessa maneira. Na consagraçã o da Eucaristia há três coisas em que
consiste a noçã o de um sacrifício verdadeiro e real. Primeiro : A matéria
profana é consagrada; pois o pã o é uma coisa terrena e comum, mas
através da consagraçã o é transformado no corpo de Cristo, a coisa mais
sagrada de todas.
Alguém dirá : Disto parece seguir-se que apenas o pã o é
devidamente sacrificado, porque o que dissemos acima é absurdo. O
fato de algo se tornar sagrado a partir do profano, é devidamente
sacrificado; portanto, se o pã o se tornar sagrado do profano, o pã o será
devidamente sacrificado.
Eu respondo: O fato é que se torna tã o sagrado do profano que o que
resta, é sem dú vida devidamente sacrificado. Além disso, entre os
judeus, quando uma ovelha estava sendo consagrada e a mesma ovelha
estava sendo sacrificada, porque permaneceu a mesma mesmo apó s a
morte, pelo menos no que diz respeito à parte material, e uma ovelha é
descrita tanto viva quanto morta. Mas o pã o nã o permanece enquanto é
consagrado, mas é transformado em outra coisa e, consequentemente,
nã o é pã o, mas o que se torna do pã o que é devidamente sacrificado.
Em segundo lugar , na consagraçã o, o que foi consagrado do profano
é oferecido a Deus, enquanto é colocado no altar de Deus. Pois, como
dissemos acima, colocar a vítima no altar é realmente oferecê-la a Deus,
e porque pela força da consagraçã o acontece que o corpo e o sangue de
Cristo começam realmente a estar sobre o altar por meio do mã o do
sacerdote, assim, pelas palavras da consagraçã o, é celebrada uma
verdadeira e solene oblaçã o. Ora, o fato de em algum momento o
sacrifício ter sido celebrado sem altar nã o se opõ e ao que acabamos de
dizer. Pois aqui nã o fazemos disputa na pedra do altar, mas chamamos
tudo de altar onde é recebida a vítima que foi efetuada pelas palavras da
consagração . Tampouco se opõ e que pareça ser uma oblaçã o de uma
coisa invisível, embora ainda assim seja necessá ria uma vítima externa
e sensível em um sacrifício externo, propriamente dito. Pois, o corpo de
Cristo nã o é vítima no sacrifício da Missa absolutamente, mas como é
nas espécies de pão , além disso é visível nas espécies de pã o.
Em terceiro lugar , através da consagraçã o, a coisa que é oferecida é
preparada para uma verdadeira, real e externa mudança e destruiçã o
que era necessá ria para a noçã o do sacrifício. Pois, por meio da
consagraçã o, o corpo de Cristo recebe a forma de alimento, aliá s, o
alimento por meio do consumo e por meio disso é ordenado a essa
mudança e destruiçã o. Também nã o se opõ e que o corpo de Cristo nã o
seja ferido em si mesmo, e que a Eucaristia nã o perca sua natureza ao
ser comida, pois deixa de ser sacramental e, portanto, deixa de estar
realmente no altar, quando cessa. ser comida sensata.
Santo Tomá s parece ser da mesma opiniã o que eu, pois em II I I æ
q. 85, art. 3, quando ele ensina que pertence à noçã o do sacrifício que
algo deve se tornar em relaçã o ao assunto oferecido como os animais
que foram mortos e queimados para a honra de Deus; ele nã o
acrescentou que o que acontece no sacrifício da Missa consiste na
conversã o do pã o e do corpo do Senhor, mas na fraçã o, bênçã o e
consumo do pã o.
Depois de prefaciar esta explicaçã o, nossa oitava e ú ltima
proposiçã o está provada. Em primeiro lugar , porque o sacrifício da
Missa é oferecido in persona Christi ; além disso, o sacerdote nã o faz
nada tã o claramente in persona Christi como a consagraçã o, na qual diz:
“Isto é o meu corpo”.
Em segundo lugar , porque o pró prio Cristo ofereceu sacrifício ou
consagrando e consumindo, ou nã o ofereceu sacrifício de forma
alguma. Como mostramos acima, nada mais é do que a açã o de Cristo
que pode ser chamada de sacrifício, seja antes ou depois da
consagraçã o.
Em terceiro lugar , porque no princípio os Apó stolos, se nada
acrescentavam à s palavras de consagraçã o, a nã o ser a oraçã o do
Senhor, é necessá rio que, consagrando-se, oferecessem sacrifícios; e a
oraçã o do Senhor nã o pode ser chamada de sacrifício.
Em quarto lugar , porque a representaçã o do sacrifício da cruz
consiste na consagraçã o, como ensina Sã o Tomá s (III q. 80, art. 12 ad 3).
Mas ao mesmo tempo deve haver sacrifícios reais e representativos;
portanto, o pró prio real é representativo do outro.
Quinto , porque este é o ensinamento dos antigos Padres. Pois
Irineu (4, 17) diz que Cristo entã o ensinou a oblaçã o do Novo
Testamento, que a Igreja repete em todo o mundo, quando diz “Isto é o
meu corpo”. Cipriano, em seu sermã o de Coena Domini , diz que quando
o pã o é abençoado com as palavras da Consagraçã o, entã o a Eucaristia
se torna ao mesmo tempo nosso alimento e um holocausto. Crisó stomo
em sua homilia sobre a traiçã o de Judas, diz as palavras do Senhor: “Isto
é o meu corpo” fornecem o fundamento para o sacrifício até o fim do
mundo. Gregó rio ( Diálogos , 4, 58) quando diz na pró pria hora da
imolaçã o que os coros dos anjos estã o presentes à s palavras do
sacerdote, o céu é aberto, mais ainda unido ao mais alto, uma coisa é
feita do visível e o invisível, ele ensina claramente que a imolaçã o
ocorre na consagraçã o. Pois essa é a hora em que Cristo realmente
começa a estar no altar sob as espécies de pã o nas palavras do
sacerdote; pois o mais baixo está unido ao mais alto, a terra está
alinhada com o céu, e uma coisa é feita de visível e invisível; nem há
dú vida de que, por causa da presença de Cristo, os anjos descem do céu
à terra. Assim, já foi dito o suficiente sobre a primeira controvérsia.
CAPÍTULO I
Apresentamos a primeira controvérsia: se a missa é um sacrifício
propiciatório
CAPÍTULO II
Está provado que a Missa é um sacrifício propiciatório
Assim , fica comprovado que o sacrifício da Missa é propiciatório :
1) Primeiro , dos testemunhos do Antigo Testamento. Pois a
Escritura do Antigo Testamento ensina claramente que os sacrifícios na
lei natural e mosaica eram propiciató rios. Lemos em Jó 1:5 que Sã o Jó ,
que vivia de acordo com a lei natural, oferecia diariamente sacrifício a
Deus pelos pecados de seus filhos; e em 42:8, o pró prio Deus ordenou a
Jó que oferecesse sacrifícios pelo pecado de seus amigos. Em Levítico
4:5-6, diferentes sacrifícios pelo pecado sã o descritos. Estes e outros
testemunhos semelhantes provam que o sacrifício da Missa é
propiciató rio de três maneiras: a) Em primeiro lugar , porque aqueles
sacrifícios eram tipos e figuras deste nosso sacrifício, como provamos
no ú ltimo livro.
b) Em segundo lugar , porque se o sacrifício da cruz, que é
unicamente propiciató rio, nã o impede que os sacrifícios do Antigo
Testamento sejam propiciató rios à sua maneira, nem deve impedir que
o sacrifício da Igreja seja propiciató rio. Pois o sacrifício da cruz teve
força desde o princípio do mundo e o terá até o fim do mundo; além
disso, por isso, se impediria nosso sacrifício de ser propiciató rio,
impediria também os sacrifícios do Antigo Testamento, e vice-versa, se
nã o os impediria, nem deveria impedir o nosso.
c) Em terceiro lugar , porque o nosso sacrifício é verdadeiro e
propriamente um sacrifício, nã o menos que os sacrifícios do Antigo
Testamento (como mostramos no ú ltimo livro), é também um sacrifício
comemorativo da paixã o do Senhor, tal como foram, ainda mais
expressamente do que eles foram. Por ú ltimo, nã o contém uma vítima
mais agradável a Deus do que eles? Que razã o pode haver para que o
primeiro possa ser considerado propiciató rio e o ú ltimo nã o?
Calvino responde ( loc. cit. 4, 18 §13) que os sacrifícios do Antigo
Testamento sã o chamados propiciató rios nã o porque eles realmente
expiavam os pecados, ou agradavam a Deus, mas porque eles
prefiguravam o sacrifício vindouro da cruz, pelo qual os pecados seriam
verdadeiramente limpo.
Mas mesmo que os sacrifícios do Antigo Testamento nã o fossem
nada além de tipos e sombras, ainda assim a resposta de Calvino nã o
satisfaz. Nã o eram apenas tipos e sombras do sacrifício da cruz, mas
também do sacrifício da Eucaristia. É por isso que Agostinho ( quaest.
56 em Levítico ) diz: “Este ú nico sacrifício foi mostrado naqueles
sacrifícios, nos quais uma verdadeira remissã o dos pecados ocorre,
tomando o sangue desse sacrifício como alimento; nã o apenas ninguém
deve ser proibido de beber, eles devem ser mais encorajados.” Em
seguida, se esses sacrifícios apenas mostrassem a purificaçã o vindoura,
mas também nã o purificassem de alguma maneira, entã o as palavras
das Escrituras (Levítico 4:26) serã o falsas, que sã o frequentemente
repetidas: “Ofereça-se um sacrifício, … padre vai rezar por seu pecado e
ele será perdoado”. E da mesma forma, o que lemos em Jó 42:8 seria
falso, onde o Senhor queria sua ira aplacada por sacrifícios. Entã o, esses
sacrifícios nã o expiavam os pecados, em relaçã o à falta na presença de
Deus, como se justificassem e os homens fossem feitos amigos de Deus
ex opere operato : pois o apó stolo diz com razã o em Hebreus 10: 4 que é
impossível pelo sangue de bodes e bezerros para tirar pecados; da
mesma forma expiaram as faltas legais, e também propiciaram a Deus
quanto aos castigos temporais, e até mesmo quanto à s faltas da fé dos
que ofereciam a oferta, cujas declaraçõ es de fé eram esses sacrifícios.
2) O segundo argumento é retirado das palavras da instituiçã o. Pois
aquelas palavras, “Isto é o sangue que é derramado por vó s na remissã o
dos pecados”, ensinam claramente que Cristo se ofereceu na Ú ltima Ceia
como sacrifício pelos pecados dos Apó stolos. Além disso, nosso
sacrifício é o mesmo que foi oferecido na Ú ltima Ceia; pois o Senhor
ordenou aos apó stolos que repetissem a mesma coisa depois.
Além disso, o sacrifício da Missa é um sacrifício que aplica as
promessas do Novo Testamento. Conseqü entemente, mesmo em Lucas
22:20, é chamado de Novo Testamento, como explicamos acima. Mas
entre as promessas do Novo Testamento há uma sobre a remissã o dos
pecados, como fica claro em Jeremias 32:40 e Hebreus 8:12.
Por ú ltimo, os luteranos afirmam, ou melhor, afirmam que a
Eucaristia foi instituída para a remissã o dos pecados; por isso é
necessá rio remir os pecados como sacrifício ou como sacramento. E, de
fato, como sacramento, nã o foi propriamente instituído para a remissã o
do pecado, mas para a preservação da vida espiritual . Como
sacramento, nã o beneficia ninguém senã o aquele que o recebe ; além
disso, aquele que o recebe é ordenado a provar a si mesmo de antemã o,
nem pode se aproximar com pecado em sua consciência, a menos que
coma e beba juízo sobre si mesmo (1 Coríntios 11:29). Assim, segue-se
que a Eucaristia foi instituída para a remissã o dos pecados como
sacrifício . E nossos adversá rios nã o entendem corretamente o que
dizem quando argumentam que a Eucaristia foi instituída para a
remissã o dos pecados, e ainda afirmam que é apenas um sacramento e
nã o também um sacrifício.
3) O terceiro argumento é tirado do Apó stolo, que diz em Hebreus
5:1: “Porque todo sumo sacerdote dentre os homens é constituído para
os homens nas coisas que pertencem a Deus, para oferecer dons e
sacrifícios pelo pecado”. Lá , vemos que o ofício particular de qualquer
padre que você gosta é fazer uma oferta pelo pecado. Entã o, se (como
provamos no ú ltimo livro), temos um sacerdó cio e um sacrifício na
Igreja, é necessá rio que o tenhamos para purificar os pecados. Além
disso, assim como o Apó stolo diz em Hebreus 10:18 “Onde há remissã o
dos pecados, nã o há mais oferta pelo pecado”, entã o podemos dizer por
outro lado: Onde a remissã o dos pecados ainda nã o ocorreu , ainda uma
vítima permanece para o pecado. Mas a remissã o dos pecados ainda
nã o aconteceu, mas acontece diariamente, e acontecerá até o fim do
mundo; conseqü entemente, uma vítima do pecado ainda permanece e
permanecerá até o fim do mundo.
Em segundo lugar , é comprovado pelos testemunhos dos antigos
Padres. Tiago, em sua liturgia, diz: “Oferecemos o sacrifício incruento
por nossos pecados e pela ignorâ ncia do povo”. Justino, no Diálogo com
Trifão , diz que o sacrifício de uma vaca que havia sido oferecido aos
leprosos, era uma figura da Eucaristia, que é oferecida para a expiaçã o
dos pecados. Orígenes ( homil. 13 in Levítico ), quando apresentou as
palavras do Senhor, pelas quais somos ordenados a consagrar o
mistério da Eucaristia em sua memó ria, observa: “É somente esta
comemoraçã o que torna Deus bem disposto para com os homens .”
Ataná sio, em seu sermã o sobre os mortos, que Damasceno cita em seu
sermã o sobre o mesmo argumento, diz: “A oblaçã o da hó stia incruenta é
uma propiciaçã o”. Basílio, perto do início de sua liturgia, diz: “Faça-nos
dignos de estar diante de você com um coraçã o puro e ministrar a você,
e para que possamos oferecer este venerável sacrifício para apagar
nossas faltas e pelo pecado de seu povo, etc.” Cirilo ( Catech.
Mystagogica , 5), chama a Eucaristia de vítima da propiciaçã o, e mais
tarde diz: “Oferecemos Cristo, morto por nossos pecados, para que
também o tornemos bem disposto para nó s e para os outros, pois ele é
o mais bondoso .” Crisó stomo ( sobre o sacerdócio , 6) diz: “O sacerdote
foi designado para todo o mundo para interceder e, como um
intercessor junto a Deus, faça com que ele seja propício nã o apenas
para todos os homens que vivem, mas mesmo para os mortos.” Da
mesma forma, em sua liturgia, “Fortalece-nos, ó Senhor, para que te
ofereçamos este sacrifício espiritual e sem sangue por causa dos
pecados e iniqü idades de teu rebanho, para que perdoes nossa
pecaminosidade”. Ele diz a mesma coisa na Homilia 3 sobre Efésios ,
onde em todo lugar que ele fala do sacrifício da Eucaristia, ele o chama
de vítima salutar. Por ú ltimo, Damasceno ( de Fide , 4, 14) diz que por
este sacrifício, os imundos sã o purificados de seus pecados.
Dos latinos Cipriano, em seu Sermão da Ceia do Senhor , diz que a
Eucaristia é um holocausto para purificar nossas iniquidades. Ambró sio
( de Officiis , 1, 48) falando sobre a Eucaristia, diz: “Cristo se oferece
como sacerdote para perdoar nossos pecados”. E em sua Exortação às
Virgens , nas ú ltimas palavras ele chama o sacrifício que é oferecido no
altar uma vítima salutar, pela qual o pecado deste mundo é destruído.
Jerô nimo ( Comentário em Tito 1 ), diz: “Se os leigos sã o ordenados a se
abster de sexo com suas esposas por causa da oraçã o, o que deve ser
pensado sobre um bispo que diariamente oferece vítimas imaculadas
em sacrifício a Deus por seus pró prios pecados e aqueles das pessoas?"
Veja o mesmo em sua epístola a Dâ maso sobre o filho pró digo, e em sua
epístola a Fabiola sobre o traje de um padre. Agostinho ( quaest. 57 no
Levítico), diz: “Em muitos sacrifícios oferecidos pelo pecado, este nosso
sacrifício é mostrado, no qual há uma verdadeira remissã o dos
pecados”. E em Cidade de Deus, (20, 25) ele escreve que o sacrifício pelo
pecado é oferecido na Igreja até o dia do Juízo, mas nã o depois, porque
depois desse dia nã o haverá pecados que possam ser remidos. Na sua
obra Contra Cresconium (1, 25) chama ao sacrifício da Eucaristia o
ú nico sacrifício da nossa salvaçã o. No Sermão 11 Sobre os Santos , que é
o 4 de Innocentibus , ao falar no altar, ele diz: “Ali o sangue de Cristo é
derramado pelos pecados”. Gregó rio ( Diálogo 4, 58) diz: “Esta vítima
salva singularmente a alma da ruína eterna”. Ver também a homilia 37.
Beda ( Hist. Ecc. Ang. 4, 22) diz: “Este salutar sacrifício serve para a
eterna redençã o da alma e do corpo”.
Acrescentemos o terceiro Concílio de Braga, que se celebrou antes
do tempo de Beda. Ali, no câ non 1, lemos: “Ainda que todo crime e
pecado seja apagado pelos sacrifícios oferecidos a Deus, do resto será
dado algo para a expiaçã o dos delitos quando houver um erro na
pró pria oferta do sacrifício. ”
Por fim, acrescentem-se todos os testemunhos que serã o
apresentados na controvérsia seguinte, onde provaremos que o
sacrifício da Eucaristia é propiciató rio pelos mortos. Aqueles que
afirmam que este sacrifício é propiciató rio pelos mortos,
necessariamente afirmam que é propiciató rio; por enquanto,
entretanto, nó s meramente tomamos a prova. Assim, a partir dos
testemunhos dos Padres.
CAPÍTULO III
O sacrifício da missa também é imperioso
CAPÍTULO IV
A Eficácia Adequada do Sacrifício da Missa é Explicada
CAPÍTULO V
Respondemos às objeções de nossos adversários
CAPÍTULO VI
O sacrifício da missa beneficia todos os vivos
CAPÍTULO VII
O sacrifício da missa é devidamente oferecido pelos mortos que
permanecem no purgatório
CAPÍTULO VIII
O Sacrifício da Missa é Justamente Celebrado pelos Santos
CAPÍTULO IX
Em Missas Privadas
CAPÍTULO X
Os argumentos contra as missas privadas são respondidos
CAPÍTULO XI
Sobre o tipo de linguagem
CAPÍTULO XII
Nem tudo na Missa deve necessariamente ser dito em voz alta
CAPÍTULO XIII
O que os hereges supõem em relação às cerimônias da missa
Discutimos sobre cerimô nias em nossa obra Sobre os Sacramentos em
Gênero , livro 2; agora trataremos apenas daquelas que pertencem
propriamente à s cerimô nias da Missa. Antes de tudo, duas coisas
devem ser explicadas neste lugar. Em primeiro lugar , ficará claro o que
nossos adversá rios supõ em sobre as cerimô nias da Missa e o que está
em controvérsia. Em segundo lugar , a verdade será provada e, ao
mesmo tempo, refutaremos as objeçõ es.
Muitos autores escrevem sobre as cerimô nias e partes da Missa.
Parece que o primeiro foi Gelá sio, cujo livro De Missarum solemniis que
Sã o Gregó rio I abreviou, como escreve Joã o, o Diá cono ( Vita Gregorii , 2,
17), e o pró prio Gregó rio menciona o mesmo livro ( Epístolas 7, 63). O
segundo foi Isidoro, depois do ano 600 d.C., cujos dois livros De Divinis
Officis sã o extensos. O terceiro foi o autor do Ordinal Romano, que
parece ter vivido depois do ano 700 d.C. O quarto foi Alcuíno, que viveu
no mesmo século, cujo livro De Officiis Ecclesiasticis é extenso. O quinto
é Amalarius, do mesmo século, cujos livros com o mesmo título também
sã o extensos. O sexto foi Rabanus Maurus, apó s o ano 800. O sétimo, no
mesmo século foi Walfrid Strabo. O oitavo, depois do ano 900, é um
livro solitá rio de Gemma Animae . O nono é Micrologus , apó s o ano
1000. O décimo é Rupert Tuitiensis, apó s o ano 1100. O décimo
primeiro é Hugo de Sã o Victor, no mesmo século. A décima segunda é o
Papa Inocêncio III, depois do ano 1200. A décima terceira é Boaventura,
do mesmo século. O décimo quarto é William Durandus, apó s o ano
1300. O décimo quarto é Thomas Waldens, apó s o ano 1400. O décimo
quinto é Conrad Brunus, apó s o ano 1500, e no mesmo século George
Cassander também escreveu a Rapsó dia, e Rheanus algumas coisas em
anotaçõ es ao livro De Corona Militis de Tertuliano ; no entanto, esse
autor deve ser lido com cautela, além disso, mesmo que ele fosse um
herege, ainda assim, ele parece nã o ter acrescentado nada de pró prio.
Diz-se que John Garetius e James Pamelius reuniram muitas coisas em
sua obra De Liturgia , mas ainda nã o pude ver seus livros.
Agora que os prefaciamos, passemos ao que propusemos.
Quanto ao primeiro, quase todos os calvinistas detestam as
cerimô nias da Missa e pensam que devem ser revogadas. Eles nã o usam
nenhum em sua administraçã o da Ceia do Senhor, e Calvino geralmente
os repreende ( Instituto 4, 17 §43 ), onde ele admite que eles sã o muito
antigos, mais ainda, ele escreve que eles começaram nã o muito longe da
idade do Apó stolos, mas ele os chama de uma praga na Ceia do Senhor e
diz que eles nasceram da cegueira da confiança humana, que nã o pode
se conter por isso brinca e se descontrola nos mistérios de Deus.
Mas Lutero e os luteranos nã o rejeitam totalmente as cerimô nias.
Em suas Igrejas eles preservam alguns, e Melanchthon ( Apologia
Confess. Art. De Missa ), diz que cerimô nias costumeiras sã o
preservadas entre eles na Missa, o que é verdade para alguns, mas nã o
para todos.
Além disso, Lutero, em sua obra Sobre o cativeiro babilônico , em
seu capítulo sobre a Eucaristia, escreve três coisas sobre cerimô nias.
Em primeiro lugar , a Missa é tanto mais cristã quanto mais simples e
semelhante à Missa de Cristo, na qual nã o havia vestimenta, gesto,
canto e pompa; em tais palavras, ele dá uma repreensã o indireta à s
cerimô nias.
Em segundo lugar, ele acrescenta que nã o deve criticar toda a Igreja
por causa disso, que adornou e aumentou a Missa com muitos outros
ritos e cerimô nias; em seu livro Sobre a Fórmula da Missa , ele permite
velas, incenso e algumas outras coisas desse tipo. Mas este segundo
ditado nã o é particularmente consistente com o primeiro. Pois se a
pompa das cerimô nias tornaria a Missa menos cristã , como ele afirma
em seu primeiro ditado, entã o, com razã o, a Igreja que trouxe essa
pompa pode e deve ser repreendida, o que é contrá rio a este segundo
ditado.
Em terceiro lugar, ele diz que cerimô nias sem fé sã o incentivos à
impiedade, mais do que ofícios de piedade. Mas se Lutero falasse sobre
a fé cató lica, na qual acreditamos que o corpo de Cristo está
verdadeiramente presente na Eucaristia, e um sacrifício é
verdadeiramente oferecido a Deus pelos pecados dos vivos e dos
mortos, ele nã o estaria errado em dizer que cerimô nias sem fé sã o
incentivos à impiedade; mas porque ele fala em uma certa fé especial
pela qual ele quer, acreditamos com certeza que os pecados sã o
remidos, conseqü entemente, esse ditado foi corretamente condenado
no Concílio de Trento, sess. 22, câ non 7. Pois as cerimô nias servem para
despertar devoçã o e reverência mesmo naqueles que nã o acreditam
com certeza que seus pecados estã o perdoados, mas faremos uma
dissertaçã o sobre essa fé em outro lugar.
Além disso, Chemnitz ( Exam. 2 parte. Pg. 852), postula uma divisã o
quá drupla das cerimô nias da Missa. Ele diz que algumas delas têm um
mandato divino, bem como exemplos das Escrituras, e sã o substanciais,
como receber pã o, para abençoar, para comer e para anunciar a morte
do Senhor. Certas cerimô nias, embora nã o tenham um mandato divino
expresso e nã o sejam totalmente necessá rias, ainda sã o piedosas e boas
se tomadas para edificaçã o, como os Salmos, as leituras, as oraçõ es e a
confissã o de fé pela recitaçã o do crença. Algumas cerimô nias sã o
supersticiosas e ímpias per se , como a oblaçã o dos vivos e dos mortos,
a invocaçã o dos santos, a satisfaçã o das almas do purgató rio, a missa
privada, o exorcismo do sal e a bênçã o da á gua. Por fim, outros sã o
indiferentes, como os vasos para vestimentas e os demais ornamentos
que nã o repugnam à palavra de Deus. A partir deles, ele ensina que o
primeiro tipo foi preservado nas primeiras eras da Igreja; o terceiro
tipo deve ser totalmente revogado; a segunda e a quarta devem ser
mantidas, mas a seu bel prazer e como algo dificilmente necessá rio.
Concordamos com Chemnitz no primeiro tipo; discordamos dele no
terceiro; na segunda e na quarta concordamos em parte e discordamos
em parte. Mas tudo isso nã o é para este lugar: pois nã o disputamos
neste lugar nenhuma cerimô nia que você queira, mas apenas aquelas
que estã o fora da essência do sacrifício, sobre o qual fala o Concílio de
Trento; é por isso que nã o contestamos o primeiro tipo. Em seguida,
discutimos sobre as cerimô nias propriamente ditas, nã o sobre todas as
partes, causas ou efeitos da Missa; portanto, Salmos, leituras, oraçõ es,
etc. nã o sã o cerimô nias apropriadas, e por isso nã o discutimos sobre o
segundo tipo. Por igual raciocínio, oblaçã o por vivos e mortos,
invocaçã o de santos, satisfaçã o, missa privada e coisas semelhantes nã o
sã o cerimô nias, nem estamos discutindo sobre elas agora. A questã o no
momento é apenas sobre o quarto tipo, acrescido de á gua benta, que
Chemnitz postulou no terceiro tipo.
Além disso, neste quarto tipo, discordamos de Chemnitz e dos
outros luteranos em três coisas. Em primeiro lugar , que eles aplicam
muito poucas e nó s muitas cerimô nias na Missa. Em segundo lugar , que
eles de modo algum admitem cerimô nias que sejam necessá rias ou
passíveis de serem ordenadas pela Igreja. Mesmo que afirmá ssemos
que eles nã o sã o necessá rios por si mesmos, no entanto, julgamos que
podem ser ordenados, e uma vez que esse comando foi feito, eles nã o
podem ser omitidos sem pecado. Em terceiro lugar , porque eles nã o
atribuem força a nenhuma cerimô nia e zombam das consagraçõ es de
á gua, sal, incenso e velas, etc.; nó s, por outro lado, atribuímos uma certa
força à s cerimô nias de consagraçã o e oraçõ es da Igreja. Mas nestas
ú ltimas questõ es já dissemos o suficiente em Sobre os Sacramentos em
Gênero , livro 2, e em outros lugares. Portanto, basta mostrar neste
lugar que nã o apenas aquelas poucas cerimô nias que os luteranos
admitem, mas todas as outras que a Igreja Cató lica usa na Missa sã o
antigas e piedosas.
Mas antes de chegarmos à s nossas cerimô nias, devemos refutar as
mentiras que brotam da disputa de Chemnitz. Em primeiro lugar ( loc.
cit. pg. 853), ele diz que o Concílio de Trento, em sess. 22 cap. 5, aprova
todas as cerimô nias sem distinçã o, sejam elas piedosas ou
supersticiosas. Mas o Concílio nã o fala de nada além daquelas
cerimô nias que a Igreja instituiu , como fica claro no texto conciliar, e
que pertencem ao quarto tipo proposto por Chemnitz, que o mesmo
Chemnitz afirma nã o ser supersticioso.
Em segundo lugar , ele diz ( ibid. ) que o Concílio definiu que todas
as cerimô nias que sã o usadas na Missa sã o da tradiçã o apostó lica, e ele
mostra que isso é falso porque na Ú ltima Ceia o Senhor nã o as usou,
nem Paulo se lembrou delas quando ele descreveu a Synaxis dos
Apó stolos (1 Cor. 11). Mas o Concílio nã o diz que todas as cerimô nias
sã o de tradiçã o apostó lica, mas muitas ; e a prova de Chemnitz é
completamente inepta. Pois a tradiçã o apostó lica começou depois da
Ascensã o do Senhor e, portanto, nã o é de admirar que na Ú ltima Ceia
essas cerimô nias nã o fossem usadas; porque claramente os apó stolos
ainda nã o os haviam instituído. Daí Paulo, em 1 Cor. 11, nã o relata toda
a Sinaxe dos Apó stolos, mas apenas relata o que recebeu do Senhor.
Em terceiro lugar , ele diz que os antigos papas acumulavam
cerimô nias misturando muitos ritos ociosos e supersticiosos. Que isso é
absolutamente falso fica claro nas liturgias gregas, bem como na
ambrosiana, que os papas nã o estabeleceram e ainda têm mais
cerimô nias do que a nossa liturgia romana, que Chemnitz chama de
pontifícia.
Em quarto lugar , ele diz que entre os cató licos a observâ ncia das
cerimô nias é considerada tã o necessá ria que eles declaram que um
homem pecou mortalmente se ele negligenciou algumas delas. Mas isso
também é uma mentira; nã o dizemos que qualquer negligência que
você goste seja um pecado mortal, mas sim desprezo ou uma
negligência notável em assuntos graves .
Em quinto lugar , ele diz que os papas dificilmente acreditam que a
Ceia do Senhor seja celebrada corretamente se todo o aparato de
cerimô nias nã o for usado. Mas se com razão ele entende a retidã o
essencial, como parece entender, é uma mentira clara; pois os cató licos
ensinam constantemente que toda a essência do sacrifício foi instituída
por Cristo e, portanto, sem essas cerimô nias que a Igreja acrescentou
mais tarde, ninguém duvida que um verdadeiro sacrifício foi celebrado
e vá lido. Além disso, se Chemnitz compreende corretamente a retidã o
acidental, entã o ele nã o diz nada, pois quem duvidaria que uma coisa
nã o foi feita corretamente se, ao fazê-la, ele omitiu algumas coisas que
nã o deveriam ser omitidas?
Em sexto lugar , ele diz que os cató licos atribuem a esses ritos e
cerimô nias méritos peculiares per se e absolutamente. Mas esta é uma
mentira muito insolente, pois os cató licos nã o reconhecem méritos sem
fé e caridade, e só um tolo diria que levantar as mã os e ajoelhar-se e
outros atos desse tipo sã o per se e absolutamente meritó rios.
CAPÍTULO XIV
As cerimônias que precedem a missa são antigas e piedosas
Em Vestimentas Sagradas
Em vasos sagrados
Existem muitos textos antigos sobre vasos sagrados. Dâ maso ( Vita
S. Urbani Papae et martyris ) lembra os vasos de prata que estavam
entã o na Igreja para o uso dos sacramentos. Além disso, Urbano sentou-
se por volta do ano 230 d.C. Prudêncio, em seu hino a Sã o Lourenço,
lembra os vasos de ouro que existiam no tempo de Sã o Lourenço, ou
seja, por volta do ano 260 d.C. No tempo do Papa Silvestre, por volta do
ano 300 dC, havia muitos cá lices de ouro e prata, patenas, candelabros e
turíbulos, como as mesmas testemunhas de Dâ maso. Ataná sio, em sua
Segunda Apologia contra os arianos , escreve muitas coisas sobre o
cá lice místico que os arianos o acusaram falsamente de quebrar. É certo
desta passagem que havia cá lices sagrados da Eucaristia, e eles nã o
podiam ser tocados por ninguém a menos que fossem ordenados, nem
poluídos sem sacrilégio. Gregó rio Nazianzeno, em seu pró prio discurso
contra os arianos, escreve que os arianos saquearam vasos sagrados
que eram proibidos aos leigos de tocar, e, portanto, ele os compara a
Nabuzardan e Balthasar, um dos quais tomou os vasos sagrados do
templo em Jerusalém, enquanto o outro os profanava. Optatus de Mileto
( Contra Parmenianum , 6), pergunta aos donatistas por que eles
saquearam, derreteram e venderam os vasos sagrados nos quais o
sangue de Cristo está contido, assim como os panos e véus do altar.
Ambró sio ( de Officiis 2, 28) escreve muitas coisas sobre os vasos
sagrados e, além disso, mostra que eles eram de ouro e consagrados.
Agostinho, no Salmo 113, diz: “Também temos muitíssimos
instrumentos e vasos feitos de ouro e prata para uso dos que celebram
os Sacramentos, os quais, sendo consagrados pelo pró prio ministério,
sã o chamados santos”. Por ú ltimo, Crisó stomo ( Hom. 4 em Matt. , e mais
profusamente em seu livro sobre Santa Babilônia contra os gentios)
escreve que Juliano, o tio do imperador Juliano e um certo outro
homem que exercia o cargo de Questor, saquearam o sagrado vasos da
Igreja e os profanaram; imediatamente Julian experimentou a mã o
vingadora de Deus, de modo que ele morreu sendo roído em pedaços
por vermes, e o Questor explodiu por dentro. Gregó rio de Tours relata
exemplos semelhantes ( de Gloria Martyrum , 85) o que mostra
suficientemente que esta cerimô nia de vasos sagrados é muito antiga e
agradável a Deus.
Mas Calvino, no prefá cio de seu trabalho sobre as Institutas , objeta
com duas citaçõ es dos Padres. Uma é de Ambró sio in de Officiis 2, 18,
onde lemos: “Os Sacramentos nã o desejam ouro, nem se comprazem
com ouro, pois nã o sã o comprados com ouro”. A segunda é de Acá cio, a
quem Só crates relata ( Hist. 7, 21), dizendo em certa ocasiã o quando foi
acusado de vender os vasos sagrados por causa dos pobres: “Nosso
Deus nã o precisa de pratos nem de cá lices, porque ele nã o come nem
bebe”.
Eu respondo: Ambas as citaçõ es nos favorecem, pois em cada uma
lemos que a Igreja abundava em vasos preciosos e sagrados, bem como
o fato de que eles deveriam ser diligentemente preservados, a menos
que ocorresse a grande necessidade dos pobres. Além disso, em tal
necessidade, os santos padres queriam dizer que é lícito fundir e
vender vasos sagrados, e argumentam que esses vasos preciosos nã o
sã o absolutamente necessá rios para administrar os sacramentos. É isso
que Ambró sio quer dizer, quando diz: “Os Sacramentos nã o buscam
ouro”, nã o que eles devam necessariamente ser expulsos; e o que ele
acrescenta: “Eles nã o estã o satisfeitos com o ouro”, nã o significa que
eles estã o descontentes com o ouro, ou que eles nã o estã o mais
satisfeitos com o ouro do que com o vidro, mas eles nã o estã o
principalmente satisfeitos porque sã o ministrados em ouro . Pois se eles
estivessem desagradados em ouro, nem mais satisfeitos do que em
outro material, Ambró sio nã o os teria poupado para essa necessidade,
mas nunca os teria usado para começar.
As palavras de Acá cio têm o mesmo sentido; pois significam que os
vasos de ouro nã o sã o ú teis para Deus, mas na Igreja sã o para a honra
de Deus e nosso benefício; e, portanto, quando a ocasiã o se ofereceu
para que eles pudessem ser mais ú teis para nó s se fossem vendidos,
eles deveriam ser vendidos porque agradaria mais a Deus, que deseja
mais misericó rdia do que sacrifício. Veja o que dissemos no livro 3 de
Da Igreja Triunfante , cap. 6.
Em Velas
No dia da celebração
CAPÍTULO XV
Sobre as cerimônias que são feitas na missa e a ação em que elas
consistem
CAPÍTULO XVI
Sobre o que é recitado na Missa dos Catecúmenos
No Introito
No Kyrie Eleison
Na coleta
Na Epístola
Sobre o Credo
CAPÍTULO XVII
Sobre o ofertório e o prefácio
No ofertório
O pró ximo na ordem é o Ofertó rio, que é sempre tirado das Escrituras,
e assim o que é cantado enquanto o povo oferecido recebe seu nome,
como Estrabã o transmite (c. 22) assim como Micrologus (c. 10). Há
cinco oraçõ es: O Suscipe sancta Pater ; Offerimus tibi Domine ; Veni
santificador; in spiritu humilitatis ; e o Suscipe sancta Trinitas . Estes nã o
sã o muito antigos, nem foram lidos na Igreja Romana quinhentos anos
atrá s; pois Micrologus escreve (c. 11) que essas oraçõ es, Veni
sanctificator e Suscipe Sancta Trinitas sã o recitadas de acordo com o
ordinal galicano, mas nenhuma dessas oraçõ es foi estabelecida no
Ordinal Romano entre o Ofertó rio e o Segredo. É por isso que Estrabã o,
Amalarius, Rupert, Alcuin e mesmo Inocêncio III, assim como outros
escritores mais antigos, nã o mencionam essas oraçõ es, mas passam do
Ofertó rio ao Segredo. Ainda assim, por nã o conterem nada que ofenda,
pouco a pouco foram todos recebidos.
Mas certas objeçõ es menores devem ser respondidas, que o
luterano George Major vomita contra essas oraçõ es. Em primeiro lugar ,
ele objeta, por que deveria ser chamado de cá lice salutar, no qual nã o
há nada além de vinho?
Eu respondo: Nã o o chamamos cá lice salutar, mas cá lice de salvação ,
pois aquele cá lice de vinho é o cá lice da salvaçã o, isto é, de Cristo,
porque Cristo o salvador instituiu aquele cá lice para ser oferecido e
consagrado. Além disso, também poderíamos chamar o cá lice de
salutar, com razã o, aquele cá lice de vinho, tanto porque vai trazer a
salvaçã o depois da consagraçã o, como porque o pró prio vinho, ao
significar e representar essa salvaçã o, é apresentado da maneira como
a palavra de Deus é apresentada. chamados salutares porque salvam
significando e despertando a fé.
Ele objeta em segundo lugar: Por que o padre ora em nome do
cá lice, e nã o por si mesmo.
Eu respondo: O sacerdote nã o reza pelo cá lice, mas por si mesmo e
pelo mundo inteiro quando pede que a oblaçã o suba a Deus com cheiro
de doçura, pois acrescenta a seguir: “Para nossa salvaçã o e a do mundo
inteiro .” E mesmo que isso nã o seja expresso, pode ser entendido per se
, pois Deus recebe a oblaçã o, nã o é ú til para a oblaçã o, mas para nós .
Ele objeta em terceiro lugar : Por que, na oraçã o “Em espírito de
humildade”, o sacerdote pede que a oblaçã o possa ser agradável depois
de oferecida? É um sinal de que ele nã o tem certeza se é agradável e,
portanto, pecou ao oferecê-lo sem fé.
Eu respondo: O padre nã o tem certeza de que o sacrifício da Missa é
agradável a Deus por si mesmo, ou por instituiçã o de Cristo, e assim ele
oferece o sacrifício mais agradável a Deus com fé certa; mas ele está
incerto sobre sua própria disposição , e por isso pede para si o espírito
de humildade e contriçã o para realizar o sacrifício incipiente, para que
possa agradar a Deus do seu lado; nem peca oferecendo sem certa fé
em sua pró pria dignidade, porque nã o se acredita que tenha essa
certeza, mas apenas nã o tem consciência do pecado, pois Paulo diz em
1 Cor. 11:28, “Deixe um homem provar a si mesmo, etc.”
Ele objeta em quarto lugar : Por que é dito naquela oraçã o, Vinde,
Santificador , etc., que o sacrifício seja preparado quando já foi
oferecido?
Eu respondo: Essa oblaçã o anterior foi uma preparaçã o para a
segunda oblaçã o, na qual o sacrifício consiste propriamente, por isso se
diz que o sacrifício foi preparado quando o assunto foi consagrado a
Deus e dedicado através de uma certa oblaçã o.
No prefácio
O Sanctus
Terminado o prefá cio , é cantado o canto Sanctus, Sanctus, Sanctus ,
etc. quando ele entrou em Jerusalém no Domingo de Ramos (Mt 21:15)
e é encontrado nas antigas Liturgias, as de Tiago, Basílio e Crisó stomo;
e há um câ none específico sobre isso no Concílio de Vaison, câ n. 4/6.
CAPÍTULO XVIII
Sobre a palavra “Cânone”
CAPÍTULO XIX
Sobre o autor do cânon
CAPÍTULO XX
Sobre a antiguidade do cânon
CAPÍTULO XXI
Sobre a verdade da primeira oração do cânon
CAPÍTULO XXII
Sobre a verdade da segunda oração do cânon
Hanc ígitur oblatió nem servitú tis Portanto, rogamos a Ti, ó Senhor,
nostræ, sed et cunctæ famíliæ tuæ, que aceites graciosamente esta
quǽ sumus, Dó mine, ut placá tus oferta de nosso serviço, como
accípias: dié sque nostros in tua també m de toda a Tua família;
pace dispó nas, atque ab æté rna disponha nossos dias em Tua paz,
damnatió nenos é ripi, et in salve-nos da condenaçã o eterna e
electó rum tuó rum jú beasgrege ordene que sejamos contados no
numerá ri. Per Christum Dominum rebanho de Teus eleitos. Por Cristo
nostrum. Um homem. nosso Senhor. Um homem.
CAPÍTULO XXIII
Sobre a verdade da terceira oração do cânon
CAPÍTULO XXIV
Sobre a verdade da quarta parte do cânon
CAPÍTULO XXV
Sobre a verdade da quinta oração do cânon
CAPÍTULO XXVI
Na Sexta Oração do Cânon
CAPÍTULO XXVII
Sobre a Oração do Senhor e as Orações Seguintes
Finis
AD HONOREM DEI
[1] Nota do tradutor: Para mais do pensamento de Sã o Roberto Belarmino
sobre este assunto, veja On Antichrist , que constitui o livro 3 de On the Roman
Pontiff .
[2] Orando com tais palavras e segurando altares. Eneida IV, 219.
[3] A vítima é assim chamada porque é derrubada por uma mã o direita vitoriosa
;
A hóstia leva o nome dos inimigos conquistados [ hostes ].
[4] At vero Melchisedech Rex salem proferens panem et vinum; (erat enim Sacerdos
latim testamentum , que significa aliança. A razã o dessa traduçã o mais literal é
nã o perder o sentido do argumento que segue neste capítulo, onde o
testamentum de Cristo é comparado a um testamento legal, que em latim usa a
mesma palavra.
[7] Nota do tradutor: Benito Arias Montano (1527-1598) foi um orientalista
Sobre a Eucaristia , livro 1, capítulo 10, no dé cimo argumento. Ali, a essê ncia da
exegese de Belarmino é que as palavras “nã o beberei do fruto da videira, etc.”
nã o se refira ao cá lice consagrado, mas ao vinho bebido durante o rito do
Cordeiro Pascal. Seus interlocutores protestantes argumentaram que, como
Cristo diz que nã o beberei do fruto da videira apó s a consagraçã o, ainda é
vinho. Belarmino mostra que nã o é assim, mas que havia dois cá lices.
[12] Nota do tradutor: Esta oraçã o segue imediatamente a consagraçã o no
temos sido excessivamente literais aqui com a frase una Sabbati como aparece
na Vulgata, como Belarmino está explicando para sua audiê ncia de língua
latina. Traduçõ es da Vulgata, bem como as do grego onde encontramos a
mesma coisa (τῇ μιᾷ τῶ ν σαββά των) traduzem corretamente o idioma
hebraico como “primeiro dia da semana”.
[17] Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.
[18] Senhor, nã o sou digno.
[19] Nota do tradutor: Na liturgia do tempo de Sã o Roberto, e hoje no Missal de
1962, també m conhecido como forma extraordiná ria, em uma Missa Solene o
padre dá o beijo da paz ao diá cono, e o diá cono assim ao subdiá cono, e o
subdiá cono a todo e qualquer clero que esteja presente na liturgia.
[20] Gló ria ao Pai, pelo Filho no Espírito Santo.
[21] O Senhor esteja convosco.
[22] E com o seu espírito.
[23] Nota do tradutor: Vale a pena notar que os Ritos Orientais, tanto no tempo
corpo e sangue de nosso Senhor Jesus Cristo se torne vida eterna para nó s que
a recebemos.
[28] Nã o olhes para os meus pecados, mas para a fé da tua Igreja.