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O conteúdo desta apostila faz parte dos cursos de formação do Instituto IPIS

Reprodução somente mediante citação do autor e do Instituto.


SEJA BEM-VINDO(A)!

Podemos comparar o corpo humano com uma máquina. Precisamos alimentá-


la com bom combustível, seja essa alimentação ao nível mental, emocional,
físico ou espiritual. Como o livre arbítrio opera neste universo juntamente com
as demais leis universais, também podemos fazer mal ao veículo que nos
transporta nesta existência, seja mal consciente ou mesmo inconsciente.

Além disto, todos somos únicos, apesar de possuirmos uma mesma estrutura
geral. Veja essa comparação que encontramos na literatura (Figura 1). A forma
dos dois estômagos é diferente. O primeiro é alongado, com grande eixo vertical
e o outro está mais horizontal, mesmo assim os dois estômagos executam os
fenômenos digestivos normalmente, ou seja, existe uma variação na forma, sem
alterar a função dos órgãos.

Figura 1 – Forma variada de dois estômagos humanos. Fonte: Andrade Filho;


Pereira, 2015.

Para estudarmos o corpo humano, há a necessidade de seguirmos


procedimentos de investigação, para que possamos entender a forma e a
disposição dos órgãos, bem como o funcionamento destes. Daí surge a
Anatomia.
A anatomia é um dos ramos das ciências biológicas que estuda a morfologia do
corpo humano, macro e microscopicamente. A palavra anatomia tem a origem
grega e significa “cortar em partes”. A anatomia localiza, situa, divide e
denomina as partes de todos os órgãos do corpo humano, e a fisiologia humana
estuda as funções destas estruturas.

O interesse em se estudar o corpo humano vem desde a antiguidade, na época


dos nossos ancestrais curandeiros, orientados pelo interesse em intervir na
doença e na morte. Portanto, o conhecimento ajudará a reconhecer quando
houver algo “errado” com o corpo, ajudando a prevenir o agravamento de uma
possível doença.

Gratidão a todos que estão iniciando essa jornada de compreender mais sobre
si mesmos!
Nossa História começou com a jornada do nosso instrutor Eduardo Isaac no
caminho do Reiki em 2010. Inicialmente Eduardo fez várias formações em
Terapias Integrativas com o objetivo de cuidar mais de si, promover
autoconhecimento, bem estar e equilíbrio emocional. Essa fase de expansão foi
muito importante e por meio dos benefícios que teve em sua própria vida
decidiu se aprofundar cada vez mais. De todas as técnicas em que se formou, o
Reiki sempre teve um lugar especial, pois chegou primeiro e foi o divisor de
águas em sua história.

Depois de tantos benefícios que vivenciou com o Reiki entendeu que era hora
de multiplicar esse conhecimento. Após esse chamado interno, Eduardo
concluiu sua formação de instrutor em Reiki no mês de outubro de 2012, e já
em dezembro do mesmo ano conduziu seu primeiro curso. E assim, seguiu
jornada de instrutor de 2012 a meados de 2016 sozinho.

Em junho de 2016, entendeu que algo maior estava por vir e era hora de
expandir: nascia o IPIS - Instituto de Práticas Integrativas em Saúde e entrava
para a equipe as instrutoras Gabrielly Isaac e Samira Sampaio.
O ano de 2022 é muito especial para o Instituto IPIS, devido a vários marcos
importantes:

• 100 anos da criação do Método Reiki


• 10 anos de jornada de nosso fundador Eduardo Isaac, como instrutor de
Reiki
• 10.000 atendimentos gratuitos de Reiki oferecidos pelo IPIS à população
• 4.000 alunos formados em Reiki pelo IPIS
• Lançamento do livro Reiki: Jornada para a Essência

Nosso propósito é inspirar e capacitar pessoas para serem agentes de


transformações positivas em suas próprias vidas e na vida de outros, por meio
de uma abordagem integrativa.

Realizamos diversas atividades online e presenciais, como formações, imersões,


treinamentos, retiros, atendimentos, palestras, workshops, sempre levando em
conta o Ser em suas múltiplas dimensões e visando promover
autoconhecimento, bem-estar, qualidade de vida e desenvolvimento pessoal.

Entendemos que cada ser humano é único, com suas dores, sua história e sua
busca por felicidade. Independentemente de como você se encontra neste
momento, acreditamos que você possui um potencial infinito para ter mais bem
estar, uma vida mais significativa, aprofundar-se em seu autoconhecimento,
bem como para despertar seus talentos adormecidos, virtudes e valores. Nesse
sentido, acreditamos no seu potencial de gerar impactos positivos na sua
própria vida e na vida de outros seres, e temos a convicção de que auxiliando
você nesse despertar e florescimento, estamos mudando o mundo para melhor.

Vem com a gente, vem para o IPIS.

Mais do que cursos: um verdadeiro despertar!


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 1
HOMEOSTASE ...................................................................................................... 2
ESTRUTURA CELULAR ........................................................................................ 4
TECIDOS ............................................................................................................... 7
PRINCÍPIOS GERAIS DE ANATOMIA ................................................................... 11
SISTEMA ESQUELÉTICO ..................................................................................... 15
SISTEMA ARTICULAR .......................................................................................... 24
PRINCIPAIS DOENÇAS SISTEMA ÓSSEO-ARTICULAR .................................... 25
SISTEMA MUSCULAR ........................................................................................... 27
PRINCIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA MUSCULAR ............................................. 31
SISTEMA TEGUMENTAR ...................................................................................... 34
PRINCIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA TEGUMENTAR ........................................ 36
SISTEMA CARDIOCIRCULATÓRIO ...................................................................... 39
PRINCIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA CIRCULATÓRIO ...................................... 46
SISTEMA LINFÁTICO ............................................................................................ 51
PRINCIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA LINFÁTICO .............................................. 54
SISTEMA RESPIRATÓRIO .................................................................................... 56
PRINCIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO ...................................... 59
SISTEMA DIGESTIVO ........................................................................................... 63
PRINCIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA DIGESTIVO ............................................. 70
SISTEMA URINÁRIO ............................................................................................. 77
PRINCIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA URINÁRIO ............................................... 82
SISTEMA REPRODUTOR ..................................................................................... 85
PRINCIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA REPRODUTOR ....................................... 91
SISTEMA ENDÓCRINO ......................................................................................... 97
PRINCIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA ENDÓCRINO ........................................... 105
SISTEMA NERVOSO ............................................................................................. 113
PRINCIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA NERVOSO ............................................... 121
SISTEMA SENSORIAL .......................................................................................... 125
PRINCIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA SENSORIAL ............................................ 128
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 134
REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 136
INTRODUÇÃO

A primeira menção à Anatomia se deu na Suíça, em torno de 1895. A conferência foi


organizada pelo professor Wilhelm e a primeira Nomenclatura Anatômica - Nomina
Anatomica - foi escrita em latim.

A célula é a estrutura funcional básica da vida, e é onde ocorrem os processos orgânicos


vitais da vida responsáveis pelo crescimento, reparo e replicação celular. Os seres
humanos são multicelulares e possuem trilhões de células, constituídas por átomos, os,
por sua vez, formam as moléculas, que se agrupam e formam as organelas. Cada organela
tem uma função específica no ambiente intracelular. As células se agrupam de acordo
com sua especialização e formam os tecidos. Existem quatro tipos principais de tecidos
no organismo humano, são eles: o tecido epitelial, o conjuntivo, o nervoso e o muscular.

Os tecidos, por sua vez, formam os órgãos, que se agrupam conforme suas funções e
formam um sistema, por exemplo, o estômago e os intestinos, os quais, juntos a outros
órgãos, formam o sistema digestório, que tem a função de nutrir o organismo. E, por fim,
o conjunto de sistemas formam o organismo humano (Figura 2).

Figura 2- Estruturação do corpo humano. Fonte: Andrade Filho; Pereira, 2015.

1
HOMEOSTASE

Homeostase condiz com o perfeito funcionamento celular. Ou seja, é a manutenção do


volume e da composição dos líquidos corporais. Estes são formados pelo líquido
intracelular (LIC), que fica no interior das células, e pelo líquido extracelular (LEC), que
se encontra em vários locais, preenchendo os espaços entre as células dos tecidos,
denominado líquido intersticial, no interior dos vasos sanguíneos, denominado plasma,
nos vasos linfáticos linfa, no sistema nervoso central, líquido cefalorraquidiano, nas
articulações líquido sinovial e no olho, denominado humor aquoso. Qualquer alteração
que ocorra nesta composição destes líquidos que movimentam e transportam as mais
diversas substâncias importantes para o organismo pode gerar a doença.

Homeostase é o equilíbrio no funcionamento do ambiente interno do organismo, devido


à interação dos diversos processos reguladores que estão presentes. Os sistemas orgânicos
funcionam de forma integrada para manter a homeostase.

O corpo humano possui seis níveis de organização estrutural:

Nível químico: inclui todas as substâncias químicas necessárias para manter a vida. As
substâncias químicas são constituídas de átomos, a menor unidade de matéria, e alguns
deles, como o carbono (C), o hidrogênio (H), o oxigênio (O), o nitrogênio (N), o cálcio
(Ca), o potássio (K) e o sódio (Na) são essenciais para a manutenção da vida. Os átomos
combinam-se para formar moléculas. Exemplos familiares de moléculas são as proteínas,
os carboidratos, as gorduras e as vitaminas. As moléculas, por sua vez, combinam-se para
formar o próximo nível de organização: o nível celular.

Nível celular: Qualquer organismo vivo é composto de células. As células são unidades
estruturais e funcionais básicas de um organismo. É nelas que se executam as atividades
metabólicas. Entre os muitos tipos de células existentes em seu corpo estão as células
musculares, nervosas e sanguíneas. Cada uma tem estruturas diferentes e cada uma
desenvolve uma função diferente.

2
Nível tecidual: Os tecidos são grupos de células semelhantes na aparência, função e
origem embrionária que, juntas, realizam uma função particular. Os tipos básicos de
tecido são: tecido epitelial, tecido de sustentação, tecido sanguíneo, tecido muscular e
tecido nervoso.

Nível orgânico: quando diferentes tipos de tecidos estão unidos formam o nível orgânico.
Os órgãos são compostos de dois ou mais tecidos diferentes, têm funções específicas e
geralmente apresentam uma forma reconhecível. Exemplos de órgãos: o coração, os
pulmões, o cérebro, e

Nível sistêmico: Um sistema consiste em órgãos integrados que desempenham uma


função comum. O sistema digestório que funciona na digestão e na absorção dos
alimentos é composto pelos seguintes órgãos: boca, glândulas salivares, faringe, esôfago,
estômago, intestino delgado, intestino grosso, fígado, vesícula biliar e pâncreas. O sistema
é a base para o plano estrutural geral de um corpo.

Organismo: O mais alto nível de organização é o organismo. Todos os sistemas do corpo,


funcionando como um todo compõe o organismo ou um ser vivo.

Célula é a unidade biológica e funcional dos organismos vivos. Possuem uma grande
diversidade de origens, tamanhos, formas, ciclo vital e funções, além de serem dotadas
de incrível dinâmica. Nelas a vida se manifesta de forma independente e ativa. As células
são entidades vivas dotadas de uma complexidade estrutural e funcional superior,
permitindo-lhes uma infinidade de capacidades e transformações que são próprias da
vida.

As células são formadas, em sua maior parte, por cinco substâncias básicas: água, que
está presente em concentradas de 70 a 85%; proteínas que normalmente constituem de 10
a 20% da massa celular; lipídios, formando cerca de 2% das células em geral, mas até
95% das células de gordura ou adiposas; carboidratos, com cerca de 1% da massa celular
total; e vários íons. Cada célula contém muitas estruturas físicas altamente organizadas,
chamadas de organelas.

3
ESTRUTURA CELULAR

Quanto à estrutura, as células podem apresentar dois modelos: o procarionte e o


eucarionte, sendo este último do tipo animal e do tipo vegetal. Com relação ao tamanho,
são, em sua grande maioria, menores do que a capacidade de resolução do olho humano,
portanto só podem ser observadas com uso de microscópios

Quanto à forma, as células são dotadas de grande dinamismo e apresentam formas


extremamente variáveis. A grande maioria das células possui forma constante (cúbica,
esférica, prismática, estrelada, ramificada, fusiforme e outras), porém algumas modificam
continuamente sua forma sendo denominadas polimorfas, como os leucócitos (glóbulos
brancos). Normalmente, a forma das células dos animais e vegetais é condicionada pela
função que desempenham no organismo.

Com relação ao ciclo vital, podemos dizer que as células possuem longevidade muito
variável conforme à espécie. No organismo humano, há células que duram muitos anos,
já outras têm a sua duração contada em dias e outras, ainda, acompanham o indivíduo por
toda sua vida. As células são classificadas em células de curta duração, como as hemácias;
estáveis, que podem durar meses ou anos, como as células epiteliais; e permanentes, que
duram toda a vida, como os neurônios.

As principais estruturas celulares são:

4
Figura 3 - Principais estruturas de célula animal. Fonte: Leite – UFRJ (2015).

Membrana Celular - condiz com uma estrutura elástica com cerca de 7,5 a 10 nm
(nanômetros) de espessura. Sua estrutura básica é uma delgada camada de lipídios, com
espessura de duas moléculas que funciona como barreira a passagem de água e de solutos
hidrossolúveis entre o líquido extracelular, que banha as células, e o líquido no interior
dessas mesmas células. Existe grande número de moléculas de proteínas, muitas das quais
atravessam toda a espessura da membrana celular, representando passagens, chamadas de
poros, por onde podem fluir água e substâncias solúveis em água.

Membrana Nuclear - é uma dupla membrana, formada por dois folhetos bimoleculares,
cada um semelhante ao que forma a membrana celular. Mesmo assim, a membrana
nuclear é bem mais porosa que a membrana celular.

Reticulo Endoplasmático - sistema de túbulos e de câmaras achatadas interconectados,


semelhantes a prateleiras, que se estende por quase todo o citoplasma. As membranas do
reticulo endoplasmático são semelhantes à membrana celular e na superfície dessas
membranas, que é realizada a maior parte das reações químicas da célula. Em muitas
áreas do reticulo endoplasmático estão os ribossomos, presentes em grande número, que
sintetizam as proteínas, muitas passando diretamente dos ribossomos para o interior do
reticulo endoplasmático, por onde são transportadas para outras regiões da célula.

5
Complexo de Golgi - semelhante ao reticulo endoplasmático e funciona em associação
com ele. Geralmente, as proteínas e as outras substâncias sintetizadas pelo retículo
endoplasmático passam para o complexo de Golgi, onde ocorre seu processamento,
formando, assim, componentes intracelulares adicionais como as vesículas secretoras, os
lisossomos etc.

Mitocôndrias - são câmaras alongadas e fechadas que, em geral, tem comprimento de


cerca de 1 micron. Muitas delas são distribuídas por todo o citoplasma, chegando,
algumas vezes, a um número de várias centenas em uma única célula. Essas estruturas
são chamadas de "usinas" celulares, por converterem a energia do alimento em energia
que é armazenada sob a forma de trifosfato de adenosina (ATP). O ATP, por sua vez, e
utilizado por toda a célula para energizar as diferentes reações celulares. Por exemplo, o
ATP energiza o transporte de substâncias através da membrana celular, como o transporte
de potássio para dentro das células e do sódio para o exterior, a síntese de proteínas e de
outras substâncias intracelulares, como os fosfolipídios, o colesterol e muitas outras, e a
contração muscular, promotora de todos os movimentos corporais.

Lisossomos - são pequenos pacotes esféricos de enzimas digestivas, envolvidos por


membrana de dupla camada de lipídios. Quando essa membrana é rompida, as enzimas
digestivas são liberadas no interior celular, onde digerem as estruturas ou, também podem
digerir substâncias estranhas, como as bactérias que invadem as células. A membrana
celular, o citoplasma e o núcleo atuam de maneira integrada nos processos vitais da célula,
como: absorção, metabolismo, eliminação das toxinas, armazenamento das substâncias
oferecidas em excesso, fagocitose e locomoção.

6
TECIDOS

Tecido é um conjunto de células da mesma natureza, diferenciadas em determinado


sentido para poderem realizar a sua função própria. Os tecidos fundamentais nos animais
são Epitelial, de Sustentação, Hematopoiético, Muscular e Nervoso.

- Tecido epitelial é composto por células e tem a função de cobrir superfícies. Apresenta
células justapostas, ou seja, bem encaixadas, com pouquíssima substância intersticial e
com grande coesão. Nos epitélios nunca se encontram vasos sanguíneos. Destacam-se os
tecidos epiteliais de revestimento e o glandular.

- tecido epitelial de revestimento recobre a superfície externa do corpo e protege


as suas cavidades internas. É formado por células chatas dispostas em números camadas,
o que evita a perda excessiva de água. Os tecidos de revestimento externo protegem o
organismo contra desidratação, atrito e invasão bacteriana. O tecido epitelial de
revestimento forma a pele, as mucosas (boca, nariz, etc.) e as serosas, que são as
membranas que revestem alguns órgãos como pulmão (pleura), coração (pericárdio),
abdome (peritônio).

- tecido epitelial glandular, além de revestir, forma glândulas, que produzem e


eliminam substâncias necessárias nas superfícies dos tecidos. As glândulas podem ser:

a) Exócrinas: quando lançam o produto de secreção na superfície, ou seja,


eliminam suas secreções para fora do corpo ou para a cavidade dos órgãos. Ex: glândulas
sudoríparas, lacrimais etc.

b) Endócrinas: quando a glândula elimina a secreção diretamente nos vasos


sanguíneos como a tireoide, a hipófise etc.

c) Mesócrinas ou mistas: possuem ao mesmo tempo uma parte exócrina e outra


endócrina como o pâncreas e o fígado.

7
- Tecido de Sustentação cobrem todos os epitélios, ocupando todos os intervalos situados
entre os órgãos. São constituídos por células unidas entre si por muita substância
intersticial. Suas principais funções são sustentação, preenchimentos e ligação; defesa;
nutrição; armazenamento. Têm como características a presença de um vasto espaço
extracelular que contém fibras (elásticas, colágenas e reticulares), substância fundamental
amorfa e grande quantidade de material intracelular. Os tecidos de sustentação dividem-
se em vários grupos sendo os mais importantes o tecido conjuntivo, tecido adiposo, tecido
cartilaginoso e tecido ósseo.

- tecido conjuntivo é encontrado abaixo do epitélio e tem a função de sustentar e


nutrir tecidos não vascularizados. Pode ser denso ou frouxo. As fibras colágenas são
grossas, flexíveis e resistentes, são formadas por uma proteína denominada colágeno. As
fibras elásticas são mais finas que as colágenas, têm grande elasticidade e são formadas
por uma proteína denominada elastina.

- tecido adiposo é constituído principalmente por células adiposas. São acúmulos


de tecido gorduroso localizado sob a pele ou nas membranas que revestem os órgãos
internos. No tecido subcutâneo do abdome e das nádegas, ele funciona como reservatório
de gordura, amortecedor de choques e contribui para o equilíbrio térmico.

- tecido cartilaginoso tem consistência mais rígida que os tecidos conjuntivos. Ele
forma as cartilagens como as orelhas, a extremidade do nariz, a laringe, a traqueia, os
brônquios e as extremidades ósseas. Suas células são os condrócitos, que ficam
mergulhados numa substância intersticial densa e não se comunicam. A substância
intersticial pode apresentar fibras colágenas e elásticas, em diferentes proporções, que lhe
conferem maior rigidez ou maior elasticidade.

- tecido ósseo é o tecido de sustentação que apresenta maior rigidez. Forma os


ossos dos esqueletos dos vertebrados. É constituído por células chamadas osteócitos e por
uma substância intersticial compacta e resistente. As células se acham alojadas em
cavidades da substância intersticial e se comunicam umas com as outras por meio de
prolongamentos finos. É constituído por grande quantidade de fibras colágenas, dispostas
em feixes, entre os quais se depositam cristais, principalmente de fosfato de cálcio. A
grande resistência do tecido ósseo resulta dessa associação de fibras colágenas com o
fosfato de cálcio.

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- Tecido Hematopoiético ou Sanguíneo (hemato=sangue, poiese=formação), cuja função
é produção de células do sangue. O sangue é um tipo especial de tecido que se movimenta
por todo o corpo, servindo como meio de transporte de materiais entre as células. É
formado 60% por uma parte líquida (o plasma) e 40% por células (eritrócitos ou hemácias,
leucócitos e trombócitos ou plaquetas. O plasma contém inúmeras substâncias
dissolvidas, com aproximadamente 90% de água e 10% de sais (Na, Cl, Ca, etc.), glicose,
aminoácidos, colesterol, ureia, hormônios, anticorpos etc. A grande quantidade de água
facilita o desempenho das funções do plasma que são o transporte das células sanguíneas
pelo corpo e o transporte de substâncias nutritivas. Os eritrócitos ou hemácias, são
encontrados numa porção de 5 milhões por mm3, apresentam forma de disco e não
possuem núcleo nem organelas. Sua forma facilita a penetração e saída de oxigênio, o
que é importante para a função dessas células, que é transportar oxigênio e gás carbônico.
Têm origem na medula óssea junto com os leucócitos.

Os leucócitos são células incolores nucleadas e contém as demais organelas celulares


encontradas numa porção de 8 mil por mm3, tendo quase o dobro do tamanho das
hemácias. Encarregados da defesa do organismo, eles produzem anticorpos e fagocitam
microrganismos invasores e partículas estranhas. Apresentam a capacidade de passar
pelas paredes dos vasos sanguíneos para o tecido conjuntivo, fenômeno chamado de
diapedese.

- Tecido Muscular - conjunto de células musculares organizadas, unidas por tecido


conectivo. Cada célula muscular é chamada fibra, essas fibras se agrupam em feixes e
cada músculo é composto por muitos feixes de fibras. São capazes de se contrair e
conferem ao tecido muscular a capacidade de movimentar o corpo. O movimento, no
entanto, não é patrimônio exclusivo do músculo. Existe uma grande variedade de células
capazes de mover-se, como por exemplo, os glóbulos brancos, que viajam pelo sangue
até os tecidos onde vão atuar. No corpo humano há três tipos de músculos: Estriado
(voluntário ou esquelético), Liso (involuntário) e Cardíaco (forma as paredes do coração).

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- Tecido Nervoso é formado por células altamente especializadas chamadas neurônios e
uma substância intercelular com células menores que constituem a neuroglia. O tecido
nervoso caracteriza-se por ser especializado na condução de estímulos. A célula nervosa
tem forma estrelada, dotadas de numerosos prolongamentos denominados dendritos;
destes, um se destaca por ser longo e pouco ramificado, o axônio ou cilindro-eixo, que
pode medir até cerca de um metro. Ao contato do axônio-dendrito, axônio-corpo de
neurônio ou axônio-músculo, dá-se o nome de sinapse. O neurônio é uma célula muito
especializada, cujas propriedades de excitabilidade e condução são as bases das funções
do sistema. Caracteriza-se por ser uma célula sem capacidade de reprodução, e o material
nervoso encontra-se protegido por estruturas ósseas como a caixa craniana (encéfalo) e a
coluna vertebral (medula espinhal). Da reunião de vários axônios forma-se o nervo.
Nervos são estruturas em forma de cordões, ramificadas, que se prolongam do encéfalo
(nervos cranianos) e da medula (nervos raquianos), a fim de se distribuírem por todo
organismo. É da reunião dos nervos que se forma a fibra nervosa.

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PRINCÍPIOS GERAIS DE ANATOMIA

Para o estudo do corpo humano se faz necessário que ele seja dividido em partes: cabeça,
pescoço, tronco e membros (Figura 4).

Figura 4 - Divisão principal do corpo humano. Fonte: Andrade Filho; Pereira, 2015.

- a cabeça corresponde à extremidade superior do corpo e está unida ao tronco pelo


pescoço;

- a região posterior do pescoço é denominada nuca, e a do tronco, dorso;

- o tronco compreende o tórax e o abdome com as respectivas cavidades torácica e


abdominal;

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- a cavidade abdominal prolonga-se inferiormente na cavidade pélvica;

- são 4 membros, sendo 2 superiores ou torácicos e 2 inferiores ou pélvicos, cada membro


apresenta uma raiz, pela qual está conectado ao tronco, e uma parte livre.

- na transição entre o braço e o antebraço, há o cotovelo;

- entre o antebraço e a mão, o punho;

- entre a coxa e a perna, o joelho;

- e entre a perna e o pé, o tornozelo.

É considerada como posição anatômica a posição de um indivíduo ereto, isto é, de pé,


com a palma das mãos virada para frente e com os dedos unidos. Os pés devem estar
posicionados lado a lado, com os dedos unidos também.

Alguns termos de comparação também são muito utilizados nos estudos de anatomia.

- Proximal ou distal – determina se a estrutura está próxima ou afastada da origem do


membro,

- Superficial ou profundo – indica se a estrutura está mais próxima ou afastada da


superfície do órgão ou estrutura,

- Medial ou lateral – determina se a estrutura ou órgão está mais próxima (medial) ou


mais afastada (lateral) da linha sagital (que divide o corpo ao meio).

Planos Seccionais são as maneiras em que se pode dividir o corpo para facilitar o estudo
e fazer referência a certas estruturas. São eles:

O plano ventral e dorsal são atribuídos ao tronco.

O plano anterior e posterior se referem aos membros. São dois os planos verticais
tangentes ao lado do corpo, chamados de planos laterais direito e esquerdo.

12
Os dois planos horizontais tangenciam a cabeça (plano superior ou cranial) e à planta dos
pés (plano inferior ou podálico).

Com relação aos planos de secção (corte), temos que em posição anatômica, o plano que
divide o corpo humano verticalmente ao meio em metade direita e metade esquerda é o
plano sagital ou mediano. Qualquer corte feito paralelamente ao plano mediano é
chamado de secção sagital.

O plano que divide o corpo humano verticalmente ao meio, em ventral e dorsal (anterior
e posterior), é o plano frontal. Qualquer corte feito paralelo a este é chamado de secção
frontal e aos planos dar-se a mesma denominação de frontal.

O corte que divide o corpo humano horizontalmente ao meio, em superior e inferior, é


denominado secção transversal, os planos formados por secções paralelas também são
chamados de transversais ou axiais. São exemplos de planos gerados por secções
transversais os planos, cranial, podálico ou caudal. Desta forma:

. Planos verticais:

- ventral ou anterior: paralelamente ao abdome (frente da caixa),

- dorsal ou posterior: paralelamente ao dorso (atrás da caixa),

- laterais direto e esquerdo: paralelamente de cada lado do corpo (lado direito e lado
esquerdo da caixa).

. Planos horizontais:

- cefálico, cranial ou superior: tangencia a cabeça (parte superior da caixa),

- podálico ou inferior: passa junto à planta dos pés (parte inferior da caixa.

13
- plano frontal ou coronal – “corta” o corpo lateralmente, determinando uma porção
anterior ou ventral (parte da frente) e outra posterior ou dorsal (parte de trás).

- plano sagital – “corta” o corpo no sentido antero-posterior, isto é, ao meio verticalmente.


Divide o corpo em porção direita e esquerda.

Eixos são linhas imaginárias. Os eixos principais seguem três direções ortogonais. Na
direção ântero-posterior temos o eixo sagital, que vai do centro do corpo ao plano ventral
e do centro ao plano dorsal, ou seja, é o eixo que vai do ventre ao dorso. Na direção
céfalo-caudal ou crânio-caudal, temos o eixo longitudinal, que vai do centro do corpo ao
plano superior e do centro ao plano inferior, ou seja, é o eixo que vai da cabeça aos pés.
Na direção látero-lateral, temos o eixo transversal, que vai do centro do corpo a lateral
esquerda e do centro a lateral direita, ou seja, é o eixo que vai de um lado ao outro do
corpo.

Pela imagem abaixo, os planos e eixos podem ser localizados (Figura 5).

A B

Figura 5 - A: Planos e B: Eixos. Fonte: Chagas, 2018.

14
SISTEMA ESQUELÉTICO

Figura 6 - Sistema esquelético – axial (crânio, caixa torácica e coluna vertebral). Fonte:
Andrade Filho; Pereira, 2015.

Formado por 206 ossos, cartilagens e articulações, têm as funções de sustentação do


organismo, proteção de órgãos nobres (coração, pulmão), formação de sistema de
alavancas, armazenamento de minerais (cálcio) e produção de células sanguíneas. Divide-
se em esqueleto axial (cabeça, pescoço e tronco) e apendicular (membros) que são unidos
por meio das cinturas articulares (cíngulos).

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Os ossos são órgãos esbranquiçados, muito duros, que unidos uns aos outros, por
intermédio das articulações constituem o esqueleto. É um tecido vivo, complexo e
dinâmico, são vascularizados e inervados. Participa de um contínuo processo de
remodelamento dinâmico, produzindo osso novo e degradando o velho. Os ossos são
formados por substâncias responsáveis pela sua consistência e por sua firmeza, que são:

- Colágeno: substância orgânica que constitui uma rede no espaço intercelular. É uma
proteína que lhes concede elasticidade, flexibilidade e resistência. Sua falta torna o osso
quebradiço.

- Sais minerais: são as substâncias inorgânicas responsáveis pela rigidez característica


dos ossos, destacando os sais de cálcio e de fósforo. Os sais ligam-se ao colágeno,
tornando o osso rígido.

- Camadas do Tecido Ósseo Periósteo: tecido conjuntivo que reveste a superfície externa
do osso, exceto nas articulações; formando uma membrana dura e resistente. Protege o
osso, serve como ponto de fixação para os músculos e contém vasos sanguíneos. Os vasos
sanguíneos penetram no interior do osso, ao contrário dos nervos, que acompanham os
vasos sanguíneos, mas permanecem no periósteo.

- Tecido Compacto: células são bem unidas, proporcionando certa rigidez, localizadas na
camada superficial do osso promove proteção, suporte e resiste às forças produzidas pelo
peso e movimento. Nos ossos longos encontram-se na diáfise.

- Tecido Esponjoso: as células deixam espaços entre si, proporcionando um tecido menos
rígido e com aspecto poroso, ocupado pela medula óssea, localizado na camada óssea
profunda. Nos ossos longos encontra-se nas epífises.

- Medula Óssea: células que preenchem as cavidades do tecido esponjoso. Nos ossos
longos está contida em uma cavidade central denominada canal medular.

- Medula Óssea Vermelha: produzem as diferentes células sanguíneas e suas


precursoras e localiza-se na epífise dos ossos longos.

- Medula Óssea Amarela: Composta de tecido adiposo é encontrada na diáfise dos


ossos longos.

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No recém-nascido, toda a medula óssea é vermelha. Já no adulto, a medula vermelha fica
restrita aos ossos chatos e às vértebras. Nos ossos longos a medula vermelha transforma-
se em amarela, com o passar dos anos.

Crescimento Ósseo

O osso é um tecido vivo e ativo, que cresce se desenvolve e se renova. Na infância, o osso
sofre um processo de constante remodelação e fortalecimento, até amadurecer em seu
estado adulto, durante a adolescência. Nos ossos, encontramos 3 células ósseas principais
responsáveis por sua formação, destruição e remodelação.

- Osteoblastos são responsáveis pela formação do osso. Eles sintetizam e


segregam o colágeno, que se alinha organizadamente, onde se deposita o cálcio e o
fosfato, formando os cristais ósseos.

- Osteócitos são os osteoblastos na fase “adulta” ou forma “madura”. Os osteócitos


são responsáveis pela manutenção da matriz óssea.

- Osteoclastos são as células que se encarregam da remodelação do osso.


Associado com a absorção, ou destruição óssea. Em condições normais, deve existir um
equilíbrio entre o processo de formação e de destruição óssea.

Existem fatores importantes que influenciam diretamente no crescimento dos ossos, tais
como genética, ingestão adequada de cálcio e vitaminas C e D, ação de hormônios (GH)
e o fator físico (força de tração e de pressão). O crescimento dos ossos longos acontece
principalmente na epífise do osso. Ferimentos nessa região podem prejudicar o
crescimento.

O osso tem capacidade de regeneração principalmente a partir do periósteo, onde, entre


as 2 extremidades fraturadas, surge uma elevação denominada Calo Ósseo, responsável
pela formação do novo osso, e da revascularização e reinervação deste osso.

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Os ossos são classificados de acordo com a sua forma (espessura, largura e comprimento)
em:

- Ossos Longos: são aqueles em que o comprimento predomina sobre a largura e


espessura. Os ossos longos apresentam uma escavação central que é o canal medular,
onde se encontra a medula óssea. Os ossos longos são constituídos por um corpo ou
diáfise e 2 extremidades ou epífises. Ex.: Fêmur.

- Ossos Curtos: as 3 dimensões se equivalem, são ossos cúbicos. Ex.: carpos.

- Ossos Chatos (planos): são ossos finos, onde o comprimento e a largura


predominam sobre a espessura. Ex: escápula.

- Ossos Alongados: as costelas são ossos longos, porém achatados, e como não
apresentam canal central, pertencem a outro grupo.

- Ossos Pneumáticos: são ossos ocos, com cavidades cheias de ar, apresentando
pequeno peso em relação ao seu volume. Ex.: Frontal.

- Ossos Irregulares: são aqueles que apresentam uma caracterização muito


específica. Ex.: vértebra e maxilar.

- Ossos Sesamóides: Estão presentes no interior de alguns tendões em que há


considerável fricção, tensão e estresse físico, como as palmas e plantas. Ex.: patela.

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Figura 7 – Estrutura de um osso longo. Fonte: Andrade Filho; Pereira, 2015

Ossos do corpo humano

* Consulte a Figura 6 para localizar o osso.

Cabeça: divide-se em ossos do crânio e da face.

- Crânio:

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- Frontal: Osso que forma a porção anterior do crânio, a testa.

- Temporais: direito e esquerdo e formam parte das porções laterais do crânio,


margeando as orelhas.

- Parietais: Direito e esquerdo e formam a porção superior e parte das porções


laterais do crânio.

- Occipital: Osso que forma a porção postero-inferior do crânio·.

- Esfenoide: Osso interno, que forma a porção do assoalho do crânio.

- Etmoide: Osso que forma parte do interior da cavidade nasal.

- Face:

- Maxilares: Direito e esquerdo e localizam-se nas laterais do nariz e prendem os


dentes superiores.

- Zigomáticos: Direito e esquerdo, localizados laterais aos maxilares, formando as


proeminências da face.

- Nasais: direito e esquerdo e localizam-se superior ao nariz.

Figura 8 - Ossos do crânio e da face. Fonte: Andrade Filho; Pereira, 2015.

20
Coluna Vertebral: Formada pela sobreposição de ossos denominados vértebras, que no
seu conjunto formam uma haste flexível capaz de dar sustentação, equilíbrio e mobilidade
ao corpo. É também responsável por alojar e proteger a medula espinhal, através do seu
canal medular. Entre as vértebras encontra-se o Disco Intervertebral, formado por tecido
fibrocartilaginoso. Os discos formam fortes articulações, permitem vários movimentos da
coluna vertebral e absorvem os impactos. Formada por 33 vértebras sobrepostas que se
dividem em:

- Região Cervical, formada por 7 vértebras – C 1 a 7.

- Região Torácica, formada por 12 vértebras – T 1 a 12.

- Região Lombar, formada por 5 vértebras – L 1 a 5.

- Região Sacral, formada pelo osso sacro (5 vértebras fundidas).

- Região Coccígea, formada pelo osso cóccix (4 vértebras fundidas).

Figura 9 – Coluna vertebral. Fonte: Andrade Filho; Pereira, 2015.

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Caixa torácica: é formada pelo osso esterno, pelas costelas e pela região torácica da
coluna vertebral. É responsável pela proteção do coração, grandes vasos e pulmões e pela
mobilidade respiratória, formando uma câmara expansível durante a inspiração e
expiração.

- Esterno: osso localizado na parte anterior e mediana do tórax. Articula-se com


as 7 primeiras costelas.

- Costelas: são 12 pares ósseos que são presos nas vértebras torácicas
(posteriormente) e no esterno (anteriormente). São classificadas em costelas verdadeiras
(1º ao 7º par) unidos através de suas cartilagens diretamente com o esterno; costelas falsas
(8º ao 10º par) ligados ao esterno através da fixação com a cartilagem do 7º par; e costelas
flutuantes (11º e 12º pares), pois não têm contato com o esterno, são costelas livres.

Ossos dos Membros Superiores:

- Cintura escapular (Ombro): formada pela clavícula e escapula.

- Clavícula: direita e esquerda, localizada na porção ântero-superior da caixa torácica.


Tem forma de “S”.

- Escápula: direita e esquerda, localizada na porção postero-superior da caixa torácica.


Apresenta formato triangular. Articula-se com o úmero e a clavícula.

- Úmero: é o maior e mais longo osso do braço. Une o ombro (escápula) ao cotovelo
(radio e ulna).

- Rádio: direito e esquerdo, localizado na parte lateral do antebraço.

- Ulna: direita e esquerda, localizada na parte medial do antebraço.

- Carpos: são os 8 ossos que formam o punho. São eles o escafóide, semilunar, piramidal,
pisiforme, trapézio, trapezóide, capitato e hamato.

- Metacarpos: são os 5 ossos que formam a mão. Chamados de 1º metacarpo (lateral), 2º


ao 5º metacarpo (medial).

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- Falanges: são 14 ossos para cada membro superior e formam os dedos. Falange
proximal, média e distal, exceto o 1º dedo tem que não tem a falange média.

Ossos dos Membros Inferiores

- Cintura pélvica: formada pelos ossos do quadril, sacro e cóccix (da coluna).

- Quadril: são formados pela união de três ossos, o ílio, o ísquio e o púbis de cada lado.

- Fêmur: é o mais longo e pesado osso do corpo. É o osso da coxa. Une o quadril ao
joelho.

- Patela: faz parte da articulação do joelho.

- Tíbia: é o osso medial da perna. Articula-se com o fêmur e a fíbula.

- Fíbula: é o osso lateral da perna. Dos ossos da perna a fíbula é a mais fina, não tem
função de sustentação de peso. Articula-se com a tíbia e o tálus.

- Tarsos: são 7 ossos do pé, sendo o calcâneo, tálus, navicular, 1º / 2º / 3º cuneiformes e


cubóide.

- Metatarsos: são 5 ossos. Formam o “peito” do pé.

- Falanges: são 14 ossos para cada membro inferior e formam os dedos. Falange proximal,
média e distal, exceto o 1º dedo tem que não tem a falange média.

- Hióide (pescoço).

- Martelo/Estribo/Bigorna (ouvido).

23
SISTEMA ARTICULAR

Articulações são as uniões funcionais entre dois ou mais ossos do esqueleto que permitem
amplo movimento ou nenhum. São divididas de acordo com sua estrutura e mobilidade:

- Articulações Fibrosas ou Sinartroses. São as articulações imóveis (fixas), unidas por


tecido conjuntivo fibroso. Dividem-se em:

- Sutura: articulação encontrada somente entre os ossos do crânio e da face.

- Sindesmose: articulação encontrada somente entre os ossos da tíbia e fíbula; e


rádio e ulna.

- Gonfose: é uma articulação fibrosa especializada restrita à fixação dos dentes


nas cavidades alveolares na mandíbula e maxilas.

- Articulações Cartilaginosas ou Anfiartroses. Permitem movimentos limitados.


Divide-se em:

- Sincondrose: São articulações temporárias, com a cartilagem sendo substituída


por osso com o passar do tempo. Ex: entre as partes do esterno.

- Sínfises: as superfícies articulares são cobertas por cartilagem hialina. Entre os


ossos há um disco fibrocartilaginoso. Esses discos por serem compressíveis permitem que
a sínfise absorva impactos. Ex: intervertebrais; sacrais; púbica.

- Articulações Sinoviais ou Diartroses: articulações que permitem amplos movimentos.


As faces articulares dos ossos não estão em continuidade. São constituídas por cápsula
articular e ligamentos, que envolvem a articulação, impedem o movimento em planos
indesejáveis e limitam a amplitude dos movimentos; por líquido sinovial, que lubrifica e
facilita a movimentação; e por discos e meniscos, que tornam as superfícies articulares
congruentes e agem como amortecedores de impacto.

24
PRINCIPAIS DOENÇAS SISTEMA ÓSSEO-ARTICULAR

- Osteoporose:

No mundo, 1 em cada 3 mulheres e 1 em cada 5 homens, com mais de 50 anos, vão


apresentar a doença em algum momento da vida. Considerada uma condição metabólica,
essa doença é caracterizada pela perda acentuada de massa óssea em quantidade igual ou
superior a 30%, deixando a estrutura porosa e propensa a fraturas. A principal razão para
essa perda são deficiências no processo de fixação e absorção de cálcio e outros minerais
pelos ossos, condições comuns em homens e mulheres acima dos 50 anos de idade. As
mulheres são as mais afetadas, devendo haver um maior cuidado com a chegada da
menopausa, já que as alterações hormonais ocorridas nessa fase tendem a acentuar a perda
óssea. A osteoporose é uma doença silenciosa, que não costuma apresentar sintomas até
a ocorrência da primeira fratura. Essa característica torna a doença preocupante porque
as fraturas já indicam um quadro avançado. Apesar de não ser reversível, o avanço da
doença poderia ser controlado através do uso de medicamentos e mudanças de hábitos,
caso fosse diagnosticado precocemente. Como a perda óssea que causa a osteoporose
pode ter origens diferentes, não há um profissional específico que trate o quadro.

A osteoporose pode ser prevenida com a adoção de hábitos saudáveis no cotidiano, como
a prática regular de exercícios físicos e uma dieta balanceada, rica em cálcio e
em vitamina D, substância que está relacionada diretamente à absorção do cálcio pelos
ossos.

- Artrite:

É uma espécie de reumatismo, caracterizada por um processo inflamatório nas


cartilagens que envolvem e separam os ossos uns dos outros. As causas para a ocorrência
da artrite são diversas e podem estar associadas a processos inflamatórios no corpo,
doenças ou lesões. Geralmente costuma afetar as articulações dos pés, joelhos,

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tornozelos, dedos, punhos e mãos, sendo uma doença bastante associada ao
envelhecimento.

Existem diversos tipos de artrite, sendo os mais conhecidos: artrite reumatoide; artrite
anquilosante; artrite gonocócica; gota; condrocalcinose; artrite reumatoide juvenil (em
crianças); artrite reativa. Há mais de 100 tipos de artrite diferentes, e os estudos apontam
uma maior prevalência de casos em mulheres a partir dos 50 anos. Os principais sintomas
observados em casos de artrite são dor, vermelhidão e inchaço nas articulações e, em
casos mais graves, dificuldade ou perda dos movimentos. Apesar de ter um forte
componente genético envolvido, os cuidados para prevenção da artrite são principalmente
a adoção de hábitos saudáveis, como uma dieta balanceada e uma rotina de
exercícios. O controle do peso também está fortemente associado à prevenção da artrite,
uma vez que essa doença é frequente em pessoas com obesidade.

- Artrose:

Apesar de também afetar as articulações e cartilagens que envolvem e protegem os ossos,


a artrose se caracteriza pelo processo de desgaste das estruturas ósseas, devido ao atrito,
provocando deformações. A artrose está geralmente associada à sobrecarga das
articulações e costuma afetar ossos do quadril, coluna e joelhos. É uma condição
fortemente relacionada ao envelhecimento, afetando grande parte da população mundial
acima dos 45 anos. Um dos sintomas mais característicos da artrose é a dor mecânica, isto
é, quando o paciente movimenta a articulação afetada. Geralmente essa dor melhora ou
passa durante o repouso, distinguindo-se das dores constantes características da
artrite. Outros sintomas associados são limitações no movimento e inchaço das
articulações afetadas. Por ser uma doença relacionada especialmente à sobrecarga de
ligamentos e articulações, a artrose apresenta poucas medidas de prevenção diretas. No
entanto, a adoção de uma rotina de exercícios e uma dieta saudável podem ajudar, uma
vez que a obesidade é um dos principais fatores de risco. Além disso, investir
em alongamento e não exagerar nos exercícios nem carregar muito peso (caso isso seja
possível) também são medidas preventivas eficientes.

26
SISTEMA MUSCULAR

Figura 10 – Principais músculos do corpo humano – vista anterior. Fonte: Andrade


Filho; Pereira, 2015.

27
Figura 11 - Principais músculos do corpo humano – vista posterior. Fonte: Andrade
Filho; Pereira, 2015.

São estruturas anatômicas que apresentam a capacidade de se contrair, e sob estímulos


nervosos são capazes de transmitir movimento. Este é efetuado por células especializadas
denominadas fibras musculares, capazes de transformar energia química em energia
mecânica (movimento). O músculo vivo é de cor vermelha. Essa coloração denota a

28
existência de pigmentos e de grande quantidade de sangue nas fibras musculares.
Representam 40-50% do peso corporal total. As principais funções são:

- Produção dos movimentos corporais (Locomoção);

- Estabilização das Posições Corporais;

- Regulação do Volume dos Órgãos;

- Movimento de Substâncias dentro do Corpo;

- Produção de Calor para manutenção da temperatura corporal (Homeotermia).

Os tipos de músculos podem ser:

- Músculo Voluntário ou Estriado Esquelético: contraem-se por influência da vontade.


Responsáveis pelos movimentos do esqueleto.

- Músculo Involuntário ou Liso: não depende da vontade para contrair-se. Formam os


órgãos e vísceras do corpo humano.

- Músculo Estriado Cardíaco: músculo que forma o coração. Age sem o controle
consciente do indivíduo.

Qualquer movimento realizado envolve a ação de vários músculos, o que determina a


coordenação motora. Em uma atividade muscular sempre há a ação de 2 tipos de
músculos:

- Agonistas: são os músculos principais que ativam um movimento específico do corpo,


eles se contraem ativamente para produzir um movimento desejado.

- Antagonistas: músculos que se opõem à ação dos agonistas, quando o agonista se


contrai, o antagonista relaxa progressivamente, produzindo um movimento suave.

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As propriedades musculares são:

- Excitabilidade: para que um músculo, esquelético ou visceral, se ponha em ação, isto é,


se contraia, deve ser excitado. Essa excitação chega ao músculo através dos nervos
motores. O músculo excitado responde ao estímulo contraindo-se. Estímulos externos que
provocam excitação são os mecânicos, térmicos e elétricos.

- Contratibilidade: característica essencial do músculo. O músculo excitado se deforma,


se encolhe, aumenta de espessura, mas o seu volume total não muda.

- Elasticidade: Uma vez contraído, o músculo se afrouxa, voltando à sua forma primitiva.
O músculo é, portanto, dotado de elasticidade. A elasticidade do músculo é indispensável.
O músculo deve, na verdade, voltar à sua forma primitiva para poder contrair-se de novo.
Além disso, nos músculos considerados antagônicos ocorrem dois fenômenos contrários,
ou seja, quando um deles se contrai o outro se retrai ou afrouxa.

- Tonicidade: é uma espécie de tensão que existe em estado permanente no tecido


muscular.

Condições de importância clínica:

- Fadiga muscular: É a incapacidade dos processos contrateis e metabólicos de sintetizar


energia (ATP) para se manter igual a sua degradação, ou seja, o músculo está cansado.

- Câimbras: contrações musculares dolorosas involuntárias; demoram a relaxar; pode ser


causado por baixo suprimento de oxigênio nos músculos, por estimulação do sistema
nervoso, ou por exercícios pesados (devido aos baixos níveis de íons sódio e cloreto no
sangue).

- Atrofia muscular: redução do tamanho dos músculos devido a diminuição de células


musculares; pode ser generalizada ou localizada.

- Hipertrofia muscular: aumento no tamanho dos músculos pela produção de novas


células musculares.

- Efeitos de envelhecimento dos músculos esqueléticos: progressiva perda de massa


muscular esquelética; substituição de músculo por gordura.

30
PRINCIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA MUSCULAR

Os músculos, bursas, tendões e ossos devem estar saudáveis e funcionar corretamente


para que o corpo se mova normalmente. Os músculos, que se contraem para produzir o
movimento, ligam-se aos ossos através dos tendões. As bursas são bolsas achatadas que
contêm o líquido articular (sinovial). Elas reduzem a fricção em áreas onde a pele,
músculos, tendões e ligamentos deslizam sobre os ossos. Frequentemente, músculos,
bursas e tendões são lesionados durante atividades esportivas. Lesões, uso excessivo,
infecções e, ocasionalmente, doenças podem causar danos temporários ou permanentes
nessas estruturas. O dano pode causar dor, limitar o controle do movimento e reduzir a
amplitude de movimento normal.

- Cistos de Baker:

São pequenas bolsas preenchidas com líquido articular (sinovial) que se formam em um
segmento da cápsula articular atrás do joelho. O cisto de Baker resulta do acúmulo de
líquido articular que fica preso, havendo a formação de uma protuberância na cápsula
da articulação atrás do joelho, como uma herniação. As causas do acúmulo de líquido
articular incluem artrite reumatoide, osteoartrite, outras doenças inflamatórias das
articulações e o uso excessivo dos joelhos. Os cistos de Baker causam, frequentemente,
desconforto na parte de trás do joelho, mas frequentemente não causam sintomas.

Os cistos podem aumentar e ficar do tamanho de uma bola de beisebol, bem como se
estender em direção aos músculos da panturrilha. O aumento rápido da quantidade e da
pressão do líquido dentro do cisto pode rompê-lo. O líquido liberado pelo cisto pode
fazer os tecidos adjacentes ficarem inflamados, resultando em sintomas que podem ser
semelhantes aos provocados por um coágulo de sangue na panturrilha (trombose venosa
profunda – TVP). Além disso, uma protuberância ou ruptura do cisto de Baker
raramente poderia de fato causar tromboflebite na veia poplítea (localizada atrás do
joelho) por pressioná-la.

31
- Bursite:

Inflamação dolorosa da bursa (uma bolsa preenchida com líquido que proporciona
amortecimento onde a pele, músculos, tendões e ligamentos deslizam sobre os ossos).
Movimentar-se é geralmente doloroso e a bursa próxima à pele pode ficar inchada e
sensível. A dor ao redor da bursa sugere o diagnóstico, mas, em alguns casos, são
necessários exames de imagem ou análise do líquido removido de uma bursa. Repouso
seguido por fisioterapia, imobilização, medicamentos anti-inflamatórios não esteroides
e, às vezes, injeções de corticosteroides geralmente aliviam os sintomas. Normalmente,
a bursa contém uma pequena quantidade de líquido, que proporciona o amortecimento.
A bursa reduz a fricção e previne o desgaste que pode ocorrer quando uma estrutura
desliza sobre a outra. Algumas bursas estão localizadas logo abaixo da pele (bursas
superficiais). Outras estão localizadas abaixo de músculos e tendões (bursas profundas).
Se uma bursa for lesionada ou usada em excesso, pode ficar inflamada e pode se
acumular líquido adicional. É geralmente causada por irritação devido a uso indevido
ou excessivo. Também pode ser causada por lesão, gota, artrite ou determinadas
infecções, especialmente aquelas causadas por Staphylococcus aureus.

A causa da bursite costuma ser desconhecida. O ombro é muito suscetível à bursite, mas
as bursas dos cotovelos, quadris (bursite trocantérica), pelve, joelhos, dedos dos pés e
calcanhares (bursite do tendão de Aquiles) são afetadas frequentemente. As pessoas
com bursite do ombro geralmente também têm inflamação dos tendões ao redor dos
ombros (tendinite do manguito rotador – os tendões e outras estruturas que se movem,
giram e mantêm o ombro no lugar formam o manguito rotador).

- Tendinite:
A tendinite é a inflamação de um tendão. Já a tenossinovite é a tendinite acompanhada
por uma inflamação da cobertura protetora sobre o tendão (bainha do tendão). Nem
sempre se conhece a causa. Os tendões ficam doloridos, especialmente quando são
movimentados, e algumas vezes inchados. O diagnóstico é geralmente baseado nos
sintomas e nos resultados de um exame físico. Imobilização, compressas quentes ou
frias e medicamentos anti-inflamatórios não esteroides podem ajudar. Os tendões são
cordas fibrosas de tecido resistente que conectam os músculos aos ossos. Alguns

32
tendões estão rodeados por bainhas. A tendinite normalmente ocorre durante a meia-
idade ou idade avançada, já que os tendões enfraquecem e ficam mais suscetíveis a
lesões e inflamações.

- Tendinopatia:
Enfraquecimento do tendão, é geralmente o resultado de muitas rupturas pequenas que
ocorrem ao longo do tempo. Os tendões afetados podem sofrer laceração completa
gradual ou subitamente.

- Fibromialgia:

Caracterizada por sono inadequado, fadiga, névoa mental, dor e rigidez generalizada
nos tecidos moles, incluindo músculos, tendões e ligamentos. Sono inadequado,
estresse, distensões, lesões e, possivelmente, certas características da personalidade
podem aumentar o risco da fibromialgia. A dor é generalizada e algumas partes do corpo
ficam sensíveis ao toque. O diagnóstico de fibromialgia se baseia em critérios e
sintomas definidos como dor generalizada e fadiga. Melhorar a qualidade do sono,
tomar analgésicos, praticar exercícios, compressas quentes e massagens podem ajudar.
A fibromialgia pode ser chamada de síndrome de fibrosite ou fibromiosite. Porém, como
a inflamação (indicada pelo sufixo “ite”) não está presente, o sufixo foi descartado e o
nome se tornou fibromialgia. A fibromialgia não é uma doença autoimune, mas pessoas
com fibromialgia frequentemente também têm doenças inflamatórias crônicas ou
autoimunes. A fibromialgia e a síndrome de dor miofascial não são estritamente
sinônimas, mas são semelhantes porque ambas são síndromes de dor central. No
entanto, a síndrome de dor miofascial envolve principalmente dor muscular e a
fibromialgia causa dor corporal mais disseminada, bem como outros sintomas.

Pessoas com fibromialgia parecem ter uma sensibilidade maior à dor. Isto é, as áreas do
cérebro que processam a dor interpretam as sensações dolorosas com maior intensidade
do que pessoas que não têm fibromialgia. A causa da fibromialgia geralmente é
desconhecida. Porém, certos quadros clínicos podem contribuir para o desenvolvimento
da doença. Eles incluem sono de má qualidade, entorses repetidas ou uma lesão. O
estresse mental também pode contribuir. Porém, a quantidade de estresse pode não ser
o problema. A forma como as pessoas reagem ao estresse parece ser mais relevante.

33
SISTEMA TEGUMENTAR

O sistema tegumentar é constituído pela pele e seus órgãos acessórios, como os pelos, as
unhas, as glândulas e os vários receptores especializados. A pele constitui um manto
contínuo que envolve todo o organismo, protegendo-o e adaptando-o ao maio ambiente.
A pele tem a função de regular a temperatura corporal, ou seja, auxilia na regulação
térmica do organismo pela eliminação do suor, fazendo a temperatura do corpo
permanecer constante, independente das variações externas. Além disto, remove água,
sais e vários compostos orgânicos, através do suor. Também detectar estímulos
relacionados à temperatura, ao tato, à pressão e à dor. A pele protege o organismo contra
substâncias ou microrganismos nocivos ao corpo.

Estruturalmente a pele é formada por duas camadas principais: Epiderme e Derme. Sob a
derme está a tela subcutânea, também chamada de hipoderme, que fixa a pele às estruturas
subjacentes.

À medida que as células se movem para a superfície, acumulam queratina, uma proteína
que ajuda a proteger a pele. As células queratinizadas descamam e são substituídas pelas
células das camadas inferiores, que por sua vez também sofrem queratinização e
descamam. O melanócito também é um dos tipos celulares da epiderme e que também
pode ser encontrado na derme. Ele produz melanina, pigmento responsável pela coloração
da pele por absorção de radiação ultravioleta (UV).

A derme situa-se abaixo da epiderme e é composto de tecido conjuntivo contendo fibras


colágenas e elásticas, o que dá a pele força, extensibilidade e elasticidade. A
extensibilidade é a capacidade de distensão, e elasticidade é a capacidade de retornar à
forma original após uma extensão. Isto pode ser observado na obesidade, na gestação ou
no edema. A derme é mais espessa nas palmas das mãos e nas plantas dos pés, e muito
fina nas pálpebras e na bolsa escrotal. A região inferior da derme contém o tecido
conjuntivo denso e irregular, tecido adiposo, folículos pilosos, nervos, glândulas sebáceas
e sudoríparas, além de receptores de sensibilidade.

34
Abaixo da derme há uma camada de tecido conjuntivo frouxo, a tela subcutânea. É
enriquecida por grande quantidade de células gordurosas formando uma camada variável
de tecido adiposo. Essa camada funciona como um sistema de armazenamento e reserva
de energia. Ela auxilia também na manutenção da temperatura corporal.

Órgãos anexos da pele

- Pêlos - cada pêlo é um fio de células fundidas, mortas, queratinizadas que consiste de
uma haste (parte livre) e raiz. A raiz é fixada na derme por um pequeno orifício, chamado
folículo piloso. Associado aos pêlos, há um feixe de músculo liso denominado músculo
eretor do pêlo. Esses músculos contraem-se sob condições como medo e frio elevando os
pêlos.

- Unhas - são formadas por conjuntos de células mortas e queratinizadas. Cada unha
consiste de uma corpo, uma margem livre e uma raiz. Funcionalmente as unhas auxiliam
na preensão, manipulação de pequenos objetos, fornecem proteção às extremidades dos
dedos.

- Glândulas sebáceas: estão localizadas na derme e, através de um ducto excretor, liberam


sua substância, a secreção sebácea, pelos mesmos poros dos pêlos. Sua secreção auxilia
a manutenção da hidratação da pele.

- Glândulas sudoríparas: secretam o suor e por um ducto liberam-no para a superfície.


Essas glândulas auxiliam na manutenção da temperatura corporal liberando maior ou
menor quantidade de suor.

35
PRINCIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA TEGUMENTAR

- Albinismo:
Desordem genética na qual a produção de melanina é insuficiente, por isso a pele, os
cabelos e os olhos não têm pigmento.

- Alopecia:
Também conhecida como queda de cabelo ou calvície. A alopecia areata, tipo mais
comum em jovens, é causada pelo estresse intenso. Em geral, há um histórico familiar da
condição, muitas vezes associada a doenças autoimunes.

- Câncer de pele:
Os carcinomas, que é a versão mais prevalente, costumam ser limados em um pequeno
procedimento cirúrgico. Já o melanoma, mais agressivo, muitas vezes precisa do apoio
de quimio ou imunoterapia. Embora sejam diferentes, ambos dividem os mesmos fatores
de risco, tais como a exposição aos raios solares e a falta de diagnóstico precoce. Pintas
diferentes, de cores e bordas irregulares, precisam de análise médica.

- Celulite:
Não são as relacionadas às cicatrizes estéticas, mas se trata de uma infecção bacteriana
cutânea aguda, com sintomas de vermelhidão, inchaço, dor e febre. Essa infecção atinge
camadas mais superficiais, que pode evoluir se não for
suprimida. Idosos, diabéticos, obesos e outros indivíduos com a circulação
comprometida estão mais suscetíveis a ela.

- Dermatite atópica:
Genética, a doença crônica não é contagiosa e provoca secura, coceira e vermelhidão na
pele.

36
- Dermatite de contato:
Inflamação causada por produtos. Pode ficar restrita ao local de contato ou causar alergia
maior.

- Doenças virais:
Em idosos, o vírus da catapora pode se reativar e gerar o herpes-zóster, que se trata de
uma agressão à pele e aos nervos periféricos, que gera dores lancinantes.

- Eczema:
Provoca lesões com aparência de bolhinhas com água, secreções que formam crostas e
aumento da espessura da pele.

- Escabiose ou Sarna:
É provocada por ácaro que procria na pele. As fezes do bicho causam as lesões.

- Escaras:
Também chamadas de úlceras de decúbito ou pressão, essas feridas brotam e crescem em
pessoas que ficam acamadas ou em cadeiras de rodas por longos períodos. O estrago
decorre da fricção entre a pele e a superfície externa. Sem receber sangue a contento, as
células epiteliais vão morrendo até a lesão dominar o pedaço. A mudança contínua de
posição, colchões especiais e uso de óleos e loções ajudam.

- Melasma:
São manchas escuras na pele, principalmente no rosto. Afeta mais as mulheres e está
relacionada ao uso de anticoncepcionais e à exposição solar.

- Micoses:
Causadas por fungos. O tratamento é lento e exige paciência. A esporotricose é
transmitida por gatos e capaz de causar até danos internos.

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- Psoríase:
Crônica e não contagiosa, sua causa é desconhecida. Vermelhidão, descamação e
surgimento de manchas espessas são os principais sintomas.

- Urticária:
Marcada por vermelhidão, inchaço e uma tremenda coceira, ela é desencadeada por vários
fatores, de frio a exercício físico. Embora os vergões sumam em coisa de 24 horas, a crise
toda demora semanas para ir embora, com focos de coça-coça e ardência desaparecendo
e retornando.

- Vitiligo:
Provoca a perda de coloração da pele em determinadas regiões. Fenômenos autoimunes
e traumas psicológicos podem ocasioná-la.

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SISTEMA CARDIOCIRCULATÓRIO

O sistema circulatório é um sistema fechado, sem comunicação com o exterior,


constituído por tubos, que são chamados vasos, e por uma bomba percussora que tem
como função impulsionar o sangue por toda a rede vascular. A função básica do sistema
cardiovascular é a de levar material nutritivo e oxigênio às células e permitir que algumas
atividades sejam executadas com grande eficiência, como:

- Transporte de gases,

- Transporte de nutrientes,

- Transporte de resíduos metabólicos,

- Transporte de hormônios,

- Intercâmbio de materiais,

- Transporte de calor,

- Distribuição de mecanismos de defesa,

- Coagulação sanguínea.

Os componentes deste sistema são:

- Sangue: líquido viscoso, de coloração avermelhada, que está contido num sistema
fechado de canais, impulsionados pelo coração. O sangue leva até as células os nutrientes
de que precisam para manutenção do seu processo vital. Estes elementos nutritivos são
constituídos por proteínas, lipídeos, glicídios, sais minerais, água e vitaminas. Além
disso, transporta oxigênio para as células, e retira elementos indesejáveis como gás
carbônico, expelido pelos pulmões, e ureia, eliminado pelos rins. A quantidade de sangue

39
de um indivíduo varia de acordo com idade, sexo, musculatura, e outros fatores. O volume
total de sangue pode variar de 4 a 6 litros, em um adulto. O sangue é composto por uma
parte líquida, o plasma, constituído de água, substâncias nutritivas e elementos residuais
das reações celulares. Há também uma parte organizada (sólida), que são os elementos
figurados; células sanguíneas (glóbulos vermelhos, glóbulos brancos, plaquetas)
suspensas sobre o plasma sanguíneo. As células sanguíneas são produzidas na medula
óssea dos ossos.

- Plasma: líquido amarelo claro que representa 55% do volume total de sangue.
Constituído por 90% de água, onde se encontram dissolvidas proteínas, açúcares,
gorduras e sais minerais; além de hormônios. Enzimas e anticorpos. Através do plasma
circulam os elementos necessários à vida das células.

- Hemácias (Eritrócitos): são os glóbulos vermelhos do sangue. Sua função é


transportar o oxigênio dos pulmões para as células de todo o organismo e eliminar o gás
carbônico das células, transportando-o para os pulmões, por meio da hemoglobina,
pigmento que dá a coloração vermelha ao sangue. As hemácias são produzidas na medula
óssea vermelha e destruídas, após 120 dias, pelo fígado e baço. No adulto chegam a 5
milhões/cm³ de sangue.

- Leucócitos: são glóbulos brancos que possuem formas e funções diversas,


sempre incumbidas da defesa do organismo contra a presença de elementos estranhos a
ele, como por exemplo, as bactérias. Subdividem-se em: neutrófilos, basófilos,
eosinófilos, monócitos e linfócitos. São produzidos na medula óssea e órgãos linfoides e
podem variar e 6 a 10 mil células/cm³ de sangue.

- Plaquetas: são fragmentos de células da medula óssea, que participam do


processo de coagulação sanguínea. Sua função mais importante é a de auxiliar na
interrupção dos sangramentos. Em condições normais, seu valor varia de 150 a 400
mil/cm³ de sangue. Nas hemácias do sangue existem certos componentes (aglutinógenos),
geneticamente determinados, convencionalmente chamados de A e B. Sua presença
define o tipo sanguíneo de uma pessoa. Quatro tipos de sangue podem ser identificados:
tipo A – com hemácias que só contêm o elemento A; tipo B - com hemácias que só contêm
o elemento B; tipo AB - com hemácias que contém os dois elementos; e tipo O, são
hemácias vazias͟, sem aglutinógeno. Além destes componentes, há o fator Rh. Mais de

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85% da população possui o aglutinógeno Rh, sendo chamadas de Rh+. A presença desses
aglutinógenos específicos nas hemácias é um dos elementos responsáveis pelas reações
transfusionais resultantes de tipos sanguíneos incompatíveis. Daí a necessidade de se
conhecer a tipagem sanguínea do paciente quando da necessidade de realização de
transfusão.

- Vasos sanguíneos: formam uma rede de tubos que transportam sangue do coração em
direção aos tecidos do corpo e de volta ao coração. Compreendem artérias, veias e
capilares.

- Artérias: são vasos cilíndricos, elásticos, onde o sangue circula. Têm a função
de levar sangue oxigenado do coração até as células. Possuem paredes mais espessas e
mais fortes. Pela sua elasticidade, as artérias se expandem quando o sangue é nelas
bombeado e depois relaxam lentamente. As artérias, com exceção às artérias pulmonares,
carregam sangue com O2 (oxigênio). A espessura da parede da arterial formada por 3
camadas (endotélio, tecido muscular liso e tecido conjuntivo), é característica especial e
essencial, pois recebem sangue diretamente do coração e estão submetidas a altas pressões
atuantes sobre os vasos sanguíneos. As artérias são calibrosas, elásticas e situam-se mais
profundamente no corpo.

- Veias: são tubos que transportam o sangue da periferia para o coração, ou seja,
sangue com CO2 (gás carbônico). Sua parede muscular é mais fina que a da artéria e
apresentam válvulas que impedem o refluxo do sangue. Como a pressão sanguínea no
interior das veias é muito baixa, o retorno do sangue ao coração deve-se, em grande parte,
às contrações dos músculos esqueléticos, que comprimem as veias, fazendo com que o
sangue se desloque em seu interior, e devido às válvulas, onde o sangue só pode seguir
rumo ao coração. O diâmetro das veias aumenta gradativamente à medida que se
aproxima do coração.

- Capilares são vasos com calibre extremamente finos e ligam artérias e veias.
Local onde nutrientes, gases, água e solutos são difundidos entre o sangue e os tecidos.

41
- Coração: é um órgão oco e possui tamanho de aproximadamente “uma mão fechada” e
peso médio de 300 g. localizado no centro da cavidade torácica (Mediastino). Possui
quatro câmaras: Dois átrios, (câmaras superiores) que recebem sangue das veias e por
isso têm a parede mais delgada; e dois ventrículos (câmaras inferiores) responsáveis por
ejetar o sangue do coração para as artérias e, para vencer a resistência suas paredes são
mais espessas. O coração é composto de uma estrutura muscular espessa, denominada
Miocárdio, que integra as paredes das cavidades atriais e ventriculares. O miocárdio está
envolto externamente pelo Pericárdio, cuja função é proteger o miocárdio e permitir o
suave deslizamento das paredes do órgão durante o seu funcionamento mecânico, pois
contém líquido lubrificante em seu interior. Internamente, o miocárdio é recoberto pelo
Endocárdio, membrana de proteção interna que fica em contato direto com o sangue,
separando a musculatura, do interior das cavidades do órgão. O coração tem também um
conjunto de valvas, com a função de direcionar o fluxo de sangue em um único sentido
no interior do coração.

- Septo interatrial = separa os átrios,

- Septo interventricular = separa os ventrículos,

- Valva mitral = separa as duas cavidades do lado esquerdo (entre o átrio e o


ventrículo),

- Valva tricúspide = entre as cavidades do lado direito (o átrio e o ventrículo),

- Valva aórtica = situa-se na saída do ventrículo esquerdo e separa a cavidade da


aorta.

- Valva pulmonar = entre a cavidade ventricular direita e a artéria pulmonar.

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Figura 12 - Coração. Fonte: Andrade Filho; Pereira, 2015.

As Veias pulmonares desembocam no átrio esquerdo e conduzem o sangue


proveniente dos pulmões, sendo a única veia do corpo rica em O2. As Veias cavas drenam
para o átrio direito o sangue proveniente de todas as partes do organismo. A Artéria aorta
sai do ventrículo esquerdo e distribui sangue arterial para todo o organismo. Já a Artéria
pulmonar emerge do ventrículo direito e conduz sangue venoso em direção aos pulmões.

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Figura 13 Circulação sanguínea. Fonte: Andrade Filho; Pereira, 2015.

Por meio da contração e do relaxamento dos ventrículos, o coração ejeta um determinado


volume de sangue para as circulações arteriais - sistêmica e pulmonar - e promove o
retorno para si do mesmo volume sanguíneo que circula pelas circulações venosas. A

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contração do miocárdio dos átrios complementa o enchimento dos respectivos
ventrículos, e o relaxamento dos átrios facilita o retorno de sangue das circulações
venosas, sistêmica e pulmonar. Os átrios e os ventrículos não se contraem e relaxam
simultaneamente, mas o fazem em momentos diferentes, ou seja, enquanto os átrios estão
se contraindo, os ventrículos se encontram relaxados para a recepção do sangue, e vice-
versa. A contração do coração, tendo-se como referência os ventrículos; chama-se sístole
cardíaca ou batimento cardíaco, e o relaxamento denomina-se diástole cardíaca. A
pressão arterial corresponde à pressão exercida pela passagem do sangue na parede dos
vasos sanguíneos.

- Circulação Pulmonar: leva sangue venoso do coração para os pulmões, onde


recebe o oxigênio e retorna ao lado esquerdo do coração, para ser bombeado para
circulação sistêmica.

- Circulação Sistêmica: Distribuição de sangue pelo organismo. É a maior


circulação, capaz de fornecer suprimento de O2 e nutrientes para os tecidos e captar CO2
e outros resíduos das células.

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PRINCIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA CIRCULATÓRIO

Normalmente, o coração deve bater entre 60 até 100 vezes por minuto. O coração ejeta
para o corpo em torno de 5 litros de sangue por minuto. O ritmo do coração pode ser
modulado pelo Sistema Nervoso. A pressão arterial é gerada pela contração e relaxamento
do coração. O fluxo sanguíneo não pode ser obstruído ou diminuído patologicamente.

De acordo com o Ministério da Saúde e Organização Pan Americana de Saúde, as doenças


do aparelho circulatório e as neoplasias foram responsáveis por cerca de quase 50% dos
óbitos na população brasileira.

- Trombos:
São coágulos de sangue que devem estar dentro do coração ou dos vasos. Eles possuem
a função de coagular o sangue em casos de lesões nos vasos, evitando a perda de sangue,
nem sempre esses trombos conseguem ser desfeitos pelo organismo, e isto causa a
trombose. As causas mais comuns são: aterosclerose, que são placas de gorduras que
geram uma pequena inflamação no vaso; aneurisma; alterações da composição e do fluxo
do sangue.

- Trombose venosa:
A trombose venosa profunda (TVP) é causada pela formação de um coágulo sanguíneo,
também chamado de trombo, no interior de uma veia. Os vasos mais comumente
acometidos são os dos membros inferiores. De acordo com a Sociedade Brasileira de
Angiologia e Cirurgia Vascular, em cerca de 90% dos casos os coágulos afetam as pernas.
A trombose, na maioria das vezes, é assintomática. Mas, em alguns casos, pode provocar
dores, rigidez na musculatura das pernas e inchaço. Sempre que houver suspeita de que
alguma condição pode estar comprometendo o bom funcionamento do organismo, o mais
indicado é ir ao médico para investigar o que está acontecendo. Além dessa medida de
prevenção, é recomendado, também, praticar exercícios físicos, não fumar, evitar o
estresse e a ingestão de alimentos com gordura animal.

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- Tromboflebite:
A tromboflebite ocorre quando há inflamação em uma veia (flebite) e, associada a ela,
acontece a formação de um coágulo sanguíneo no mesmo vaso. As pernas são os membros
com maior propensão ao desenvolvimento da condição, mas outras partes também podem
ser prejudicadas pela doença, como os braços e o abdômen. Vermelhidão, inchaço e calor
na área da veia, dor e desconforto no local afetado, descoloração ou ulceração da pele
sobre a veia profunda e febre. A tromboflebite pode ser evitada com a prática de uma
atividade física, o controle do peso e da pressão arterial, e uma dieta saudável. Não fumar
também é uma maneira de prevenir-se contra a doença.

- Êmbolos:
A embolia é o transporte pelo sangue de qualquer fragmento que esteja distante de sua
origem, por exemplo: gorduras, gases e coágulos. Há os êmbolos sólidos que são os mais
comuns, os líquidos como substâncias oleosas e os êmbolos gasosos que podem
descompensação do nitrogênio, ser gerados por injeções endovenosas, traumas torácicos,
entre outros.

- Hipertensão Arterial Sistêmica:


Mais conhecida por Pressão Alta (PA), é uma doença crônica que decorre da elevação da
pressão arterial. É importante que essa pressão arterial seja controlada e acompanhada
por um profissional da saúde, caso contrário, pode causar um dano maior no sistema
cardiovascular ou até mesmo em órgãos nobres como o encéfalo e rins.

- Isquemia:
A doença isquêmica do miocárdio é caracterizada por uma diminuição no fluxo de sangue
arterial em direção ao músculo cardíaco (miocárdio), geralmente decorrente da obstrução
das artérias que nutrem o coração (artéria coronária).

- Angina Pictoris:
Desconforto no tórax (região precordial), devido ao baixo fluxo sanguíneo nas células. A
dor, eventualmente, pode ser diminuída com o repouso.

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- Infarto Agudo do Miocárdio (IAM):

Dor torácica gerada pela isquemia e necrose do miocárdio, decorrente na maioria das
vezes da formação de trombos ou alterações patológicas da artéria coronária. A causa
mais comum é a aterosclerose (placas de gordura); ocorre a elevação de biomarcadores,
como a Troponina Sérica (indica IAM);

Doenças cerebrovasculares podem ser degenerativas, inflamatórias, ou malformativas,


acometendo artérias presentes no cérebro. Esses fatores contribuem para a ocorrência de
lesões cerebrais, advindas de forma isquêmica (falta de oxigênio e nutrientes) ou
hemorrágica (quando um trombo/êmbolo causa lesão de vaso, provocando a saída do
sangue).

- Acidente Vascular Cerebral (AVC):

É uma manifestação clínica de um déficit neurológico, na qual uma área do encéfalo


afetada deixa de receber aporte energético suficiente por meio do sangue. Ele pode ser
uma das consequências das doenças cerebrovasculares. Na forma isquêmica, apenas uma
área do cérebro tem seu fluxo sanguíneo cortado, enquanto na hemorrágica, além da
diminuição da circulação sanguínea naquela região, também ocorre o escape de sangue
por um vaso para o encéfalo. A vítima apresenta dificuldade de compreensão, andar e
falar, compromete as atividades básicas do cotidiano e paralisar algumas partes do corpo.

A diminuição do sangue no cérebro ou até mesmo o rompimento de vasos pode decorrer


de várias causas, depende da situação de cada paciente.

Doenças que diminuem o fluxo sanguíneo cerebral como as placas ateromatosas causam
a formação de trombos e/ou êmbolos impedindo a perfusão no cérebro, e as lesões em
pequenos vasos causadas pela pressão alta e agravamento pela aterosclerose.

As vasculites podem ser uma das causas, sendo de origem infecciosa ou não, gerando um
quadro inflamatório e até mesmo o rompimento de aneurismas.

Para identificar os sinais do AVC, peça para a pessoa sorrir, abraçar, repetir uma frase.
Caso haja alterações nestas ações, ligue para a emergência.

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- Cardiopatia hipertensiva:

É caracterizada por um conjunto de alterações, ocorridas no coração, decorrentes da


Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), que são geradas devido a sobrecarga causada por
esta. A hipertensão é o principal fator de risco na cardiopatia hipertensiva esta doença é
mais prevalente na conjuntura social atual, acomete geralmente mais as mulheres, e sendo
uma das principais causas de óbitos por cardiopatia. Em se tratando do mecanismo de
ocorrência dessa anomalia, é correto afirmar que a sobrecarga causada pela Hipertensão
Arterial Sistêmica provoca uma hipertrofia concêntrica, acometendo inicialmente o
ventrículo esquerdo, gerando um consequente aumento na espessura das fibras cardíaca.
Essa hipertrofia ocorre para compensar o aumento da pressão arterial, considerada uma
reação natural do miocárdio, sendo uma espécie de resposta adaptativa para combater
possível imprevistos no fluxo sanguíneo e evitar a diminuição do débito cardíaco. A
hipertrofia é limitada caso a pressão não diminua o coração terá danos que desencadearão
uma possível insuficiência cardíaca, pois, o miocárdio não suportará a pressão, e não
manterá o débito cardíaco preservado.

Na cardiopatia compensada o indivíduo pode ser assintomático e ter um risco maior de


morte súbita, decorrente da insuficiência cardíaca. Ao ser diagnosticado, o tratamento
diminui o risco de morte. Os principais sintomas da insuficiência cardíaca, decorrente da
cardiopatia hipertensiva são: edema, tosse e dispneia.

- Varizes:
Doenças que mais afetam o sistema circulatório, sendo que, de cada dez pessoas, sete
apresentam o problema. Quando não são tratadas e o quadro se agrava, as varizes podem
provocar o surgimento de outras condições que também prejudicam os vasos, como
úlceras e tromboses venosas.

- Úlceras venosas:
São uma consequência grave da insuficiência venosa crônica. Elas se formam quando os
vasos que nutrem a pele estão danificados e não conseguem controlar o refluxo do sangue,
que, ao invés de retornar para o coração, faz o caminho inverso, acumulando-se na veia
com problemas nas válvulas. Dor, cansaço, sensação de peso nos membros inferiores,

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inchaço e coceira nos locais em que a pele está inflamada são alguns dos sintomas notados
em pessoas que possuem úlceras varicosas. O sedentarismo e os longos períodos em pé
são fatores que propiciam o surgimento de úlceras varicosas. Portanto, para preveni-las,
é preciso exercitar-se e movimentar-se com certa frequência durante o dia. Elevar as
pernas nos momentos de repouso também ajuda a evitar a doença.

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SISTEMA LINFÁTICO

Figura 14 - Sistema linfático. Fonte: Andrade Filho; Pereira, 2015.

O Sistema Linfático é responsável pelo retorno do líquido dos tecidos em excesso, de


volta para a corrente sanguínea. Auxilia na drenagem do sistema venoso e no sistema
imune através dos Linfonodos. Os vasos linfáticos retiram o líquido extra das células e
dos capilares, acumulados durante o processo de nutrição celular. Por não ser um sistema
fechado e não ter uma bomba central, a linfa depende exclusivamente da ação de agentes
externos para poder circular.

- Linfa é o líquido aquoso derivado do plasma sanguíneo presente entre as células que
possui esse nome ao entrar no capilar linfático. Apresenta coloração límpida e cristalina
e tem em sua composição 96% de água, e 4% de elementos como sódio, potássio, CO2,
glicose, linfócitos, macrófagos, lipídios, bactérias e fragmentos celulares. O volume de
linfa drenado por dia é de 2 L e o sanguíneo é de 7 mil L/dia.

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- Linfonodos são pequenos órgãos perfurados por canais, presentes em diversos pontos
da rede linfática. Responsáveis pela filtração da linfa e eliminação de corpos estranhos
(vírus e bactérias) pela ativação e liberação linfócitos T (anticorpos). A linfa, em seu
caminho para o coração, circula pelo interior desses linfonodos para que partículas sejam
fagocitadas pelos linfócitos e macrófagos. Se eles ficarem inflamados ou inchados isso
pode ser indicação de várias condições, como infecção na garganta, ou até mesmo câncer.

- Capilares linfáticos são estruturas cujas células estão unidas entre as células dos tecidos
adjacentes. Esse arranjo permite a formação de válvulas, que impedem o refluxo da linfa
para os espaços intersticiais. A elevação da pressão do líquido intersticial, com exceção
da obstrução no sistema linfático, faz com que aumente o fluxo de linfa. Dessa forma, o
sistema linfático é caracterizado como uma via unidirecional de drenagem. A linfa move-
se lentamente e sob baixa pressão devido à compressão pela contração dos músculos, pela
contração rítmica da parede dos vasos, pela respiração, atividade intestinal e outras
compressões externas, como a massagem. Este fluido é transportado para vasos linfáticos
que seguem em direção ao linfonodo, acumulando-se nos ductos linfáticos (Ducto
Torácico e Ducto Linfático Direito), até desaguar no sistema venoso (veia subclávia e
jugular). A linfa segue desta forma em direção ao abdome, onde será filtrada e eliminará
as toxinas com a urina e fezes. Se um vaso sofre uma obstrução, o líquido se acumula na
zona afetada, produzindo-se um inchaço denominado edema.

- Órgãos linfoides

- Baço - possui grande quantidade de macrófagos que, através da fagocitose,


destroem micróbios, restos de tecido, substâncias estranhas, células do sangue em
circulação já desgastadas como eritrócitos, por exemplo. Então, há a limpeza do sangue,
e o baço funciona como um filtro. Além disso, participa da resposta imune, reagindo a
agentes infecciosos e funciona como reservatório de eritrócitos do sangue.

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- Tonsilas palatinas - estão posicionadas estrategicamente de forma a participarem
nas respostas imunológicas contra substâncias estranhas que são ingeridas ou inaladas.
Contém linfócitos. Tonsilas Palatinas estão situadas no fundo da boca e Tonsila Faríngea
ou Adenoide está situada na parede posterior da parte nasal da faringe (osso esfenoide).

Figura 15 - Tonsilas. Fonte: Andrade Filho; Pereira, 2015.

- Timo - órgão localizado atrás do esterno e entre os pulmões. Seu papel é auxiliar
e distribuir os linfócitos a outros órgãos linfáticos E produzir hormônios que promovam
a proliferação e a maturação dos linfócitos. Após a puberdade, o órgão atrofia, mas
continua a exercer sua função protetora, com a produção complementar de anticorpos,
mesmo que nesse período seu desempenho já não seja vital.

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PRINCIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA LINFÁTICO

- Erisipela:

É uma infecção de pele causada por bactérias que já vivem naturalmente na pele humana.
Porém, em pessoas com problemas com a má circulação da linfa pelo corpo. Essa má
circulação aumenta o risco de feridas, rachaduras e micoses, especialmente nos pés e
pernas, servindo de porta de entrada para as bactérias. Ao entrarem no sistema linfático
defeituoso, essas bactérias vão causar a infecção que vai resultar em inchaço, dor e
vermelhidão na região afetada. Pode também causar os sintomas gerais de infecção que
são febre alta, mal-estar geral, náuseas e vômito. Os cuidados para solucionar a erisipela
são a administração de antibióticos e cuidados com o machucado que permitiu a entrada
das bactérias para que ele não fique inflamado e causando mais problemas.

- Filariose:

Essa doença é popularmente conhecida como elefantíase. É uma doença infeciosa causada
por um parasita transmitido por mosquitos. Eles ocupam e obstruem vasos e linfonodos
causando um grande inchaço por dificultar seu funcionamento normal de linfa.

A infecção causa febre alta, dor e cabeça, dor muscular, reação alérgica, intolerância à
luz, coceira pelo corpo, aumento dos gânglios linfáticos e inchaço. Se não for tratada, os
parasitas crescem no sistema linfático e o inchaço pode se tornar crônico, junto com o
espessamento da pele, semelhante à pata de um elefante.

O tratamento é feito com medicamento antiparasitário orientado por um infectologista.


Em alguns casos é necessário também fazer cirurgia para correção do sistema linfático.

- Lesões na circulação linfática:

A capacidade de o sistema linfático drenar a linfa para o seu interior pode ser afetada por
pancadas, procedimentos cirúrgicos e tratamentos fortes como a radioterapia. Com sua
capacidade prejudicada, ocorre o linfedema que é o inchaço, pois a linfa se acumula nos

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tecidos moles do corpo. Com isso, o sistema de defesa do organismo também é afetado,
pois a linfa não transportará as células de defesa da forma correta.

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SISTEMA RESPIRATÓRIO

A respiração é uma característica fundamental para os seres vivos, consiste na absorção


de oxigênio (O2) e eliminação de dióxido de carbono (CO2) resultante das oxidações
celulares. É um processo contínuo, já que todos os processos químicos do corpo
dependem do oxigênio. A função do sistema respiratório é proporcionar ao organismo
uma troca de gases entre o ar atmosférico e o sangue, garantindo assim uma concentração
contínua de oxigênio no organismo; e como via de eliminação de gases residuais
resultantes das reações metabólicas. A respiração pode ser dividida em 2 tipos:

- Ventilação: processo mecânico de mobilização do ar para dentro e para fora dos


pulmões chamado de Inspiração e Expiração.

- Hematose: Processo químico de difusão do oxigênio e do dióxido de carbono


entre os alvéolos e o sangue nos pulmões.

Figura 16 – Sistema Respiratório. Fonte: Andrade Filho; Pereira, 2015.

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- Cavidade nasal - o nariz é uma saliência localizada na região central da face. Possui
como aberturas as narinas direita e esquerda que comunicam a cavidade nasal com o meio
externo. Esta cavidade possui as conchas e meatos nasais, a mucosa, os pêlos e os
capilares sanguíneos, todos com a função de filtrar, aquecer e umedecer o ar inspirado.
As fossas nasais são separadas internamente por uma parede cartilaginosa denominada
Septo Nasal.

- Faringe - é um tubo muscular localizado entre a cavidade nasal e laringe. A faringe é


comum ao sistema digestório e respiratório. Sua parede é composta de músculos e
revestida de túnica mucosa. Apresenta 3 porções anatômicas: nasofaringe, orofaringe e
laringofaringe.

- Laringe - tubo localizado anteriormente no pescoço e formado por cartilagens (tireoide,


cricoide, epiglótica e outra menores), entre faringe e traqueia. A entrada da laringe chama-
se glote, orifício cujas bordas apresentam 2 pregas vocais (cordas vocais), que vibram
com a passagem do ar e produzem o som (voz). Acima da glote existe a epiglote, que é
uma válvula que se fixa no osso hioide e na cartilagem tireoide e funciona como um
acesso para o pulmão, onde apenas o ar ou substâncias gasosas entrem ou saiam dele.
Quando se engole algo sólido ou líquido, a epiglote se fecha e impede o acesso à laringe,
para que o alimento siga pelo esôfago, evitando que cheguem aos pulmões. Por isso, sua
abertura é necessária para a passagem do ar.

- Traqueia - é um tubo que faz continuação à laringe. Tem estrutura cilíndrica, formada
por uma série de anéis cartilaginosos em forma de C. Mede cerca de 12 cm e faz o
transporte do ar da laringe para os brônquios e vice-versa. Ela bifurca-se na região inferior
dando origem aos brônquios principais direito e esquerdo.

- Brônquios e bronquíolos - os brônquios surgem a partir da ramificação inferior da


traqueia e por isso possuem a mesma constituição. O brônquio principal direito é mais
curto e mais largo que o esquerdo. Os brônquios de maneira geral bifurcam-se e dão
origem a uma sequência de tubos, com diâmetros decrescentes. Ou seja, devido às
bifurcações os diâmetros dos brônquios diminuem sucessivamente, originando os
bronquíolos, já dentro dos pulmões. Os bronquíolos são os últimos tubos da via
respiratória. Assim, seguem dos brônquios principais, os brônquios lobares, os brônquios
segmentares e os bronquíolos.

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- Alvéolos pulmonares - são minúsculos sáculos de ar que constituem o final das vias
respiratórias. Possuem a forma de bolsa e são representados por milhares em cada pulmão,
sendo unidades respiratórias dos pulmões responsáveis pela hematose (remoção do gás
carbônico e a incorporação de oxigênio no sangue). As paredes dos alvéolos são tão finas
que o oxigênio pode passar para o sangue, enquanto o gás carbônico passa do sangue para
o interior dos alvéolos, através da membrana capilar alvéolo-pulmonar.

- Pulmões - direito e esquerdo estão localizados no interior da caixa torácica, protegidos


pelas costelas. São os órgãos nos quais ocorrem efetivamente as trocas gasosas, ou seja,
a respiração. Os pulmões são subdivididos em lobos. O pulmão direito possui três lobos:
lobo superior, lobo médio e lobo inferior, e duas fissuras, uma horizontal e uma oblíqua
que delimitam esses lobos. O pulmão esquerdo possui dois lobos: lobo superior e lobo
inferior separados pela fissura oblíqua. O pulmão é elástico, mas não se move por si só.
Os movimentos de expansão e compressão do pulmão para a entrada e saída do ar são
devidos aos músculos Intercostais e ao Diafragma.

- Pleura - os pulmões são revestidos por um saco seroso chamado de pleura, que envolve
e protege cada pulmão. A pleura apresenta dois folhetos: um chamado de pleura visceral
que faz contato direto com os pulmões e um folheto chamado de pleura parietal que
reveste a parede interna do tórax. Entre elas existe um líquido pleural que proporciona o
deslizamento dos folhetos na constante mudança de volume e movimento pulmonar.

- Diafragma - a base de cada pulmão se apoia no diafragma, órgão músculo-membranoso


que separa o tórax do abdômen. Localizado logo acima do estômago, promove,
juntamente com os músculos intercostais, os movimentos respiratórios. A Inspiração, que
promove a entrada de ar nos pulmões, dá-se pela contração da musculatura do diafragma
e dos músculos intercostais. O diafragma abaixa e as costelas elevam-se, promovendo o
aumento da caixa torácica, com consequente redução da pressão interna em relação à
externa, forçando o ar a entrar nos pulmões. A Expiração, que promove a saída de ar dos
pulmões, dá-se pelo relaxamento da musculatura do diafragma e dos músculos
intercostais. O diafragma eleva-se e as costelas abaixam; o que diminui o volume da caixa
torácica, com consequente aumento da pressão interna, forçando o ar a sair dos pulmões.

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PRINCIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO

As doenças respiratórias são classificadas de acordo com o seu padrão de duração. Elas
podem ser ou agudas, que começam rapidamente, demandam um tratamento curto e
podem ser curadas em, no máximo, três meses; ou crônicas, que se iniciam gradualmente,
exigem remédios e tratamentos prolongados e podem se prolongar por mais de três meses.
As doenças respiratórias também podem ser genéticas, tais como a asma.

Geralmente, as doenças respiratórias crônicas atingem o pulmão são ligadas às


inflamações de longa duração. Indivíduos expostos à poeira, poluição, fumantes e
alérgicos estão no grupo de risco.

- Asma:

Caracteriza-se pela inflamação interna das estruturas do pulmão, que causa inchaço e
dificulta a passagem de ar. Seus sintomas incluem falta de ar, fadiga e tosse sem catarro;

- Rinite crônica:

É uma inflamação interna do nariz, que pode ser alérgica ou não. Os sintomas são
espirros, tosse seca, coriza, coceira no nariz, entupimento nasal e dor de cabeça;

- DPOC:

Se refere a um conjunto de doenças pulmonares obstrutivas crônicas, como enfisema e


bronquite. O principal sintoma é a falta de ar, além de tosse persistente com catarro;

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- Tuberculose:

É uma doença contagiosa bacteriana, que afeta o pulmão e às vezes órgãos como coração,
rins e ossos. Seus sintomas mais marcantes são dor para respirar, febre, perda de peso,
falta de ar e tosse com sangue;

- Sinusite crônica:

É marcada pela obstrução de muco e pelo inchaço nos espaços internos vazios da face e
do nariz. Provoca sensibilidade nos olhos, nariz entupido, dor no rosto, tosse e dor de
garganta.

As principais doenças respiratórias agudas, que geralmente são causadas por infecções no
sistema respiratório, exigem tratamento imediato e muitas vezes têm cura rápida. Em
alguns casos, podem evoluir para condições crônicas. Muitas delas são contagiosas. As
mais comuns são:

- Bronquite aguda:

Se caracteriza pela inflamação dos brônquios. Normalmente é viral e gera sintomas


parecidos com os da gripe, como tosse, coriza e febre. Outros sinais comuns incluem
chiado no peito, dores nas costas e cansaço.

- Faringite:

É uma infecção viral ou bacteriana que afeta a laringe, que corresponde à região mais
funda da garganta. Pode causar febre, sensação de garganta arranhada e dor para engolir;

- Gripe:

É causada pelo vírus Influenza. Pode durar até 10 dias e tem sintomas clássicos, como
tosse, coriza, dor de cabeça e febre;

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- Pneumonia:

Compromete os alvéolos pulmonares e pode ser provocada por vírus, fungos ou bactérias.
Os sintomas podem variar de acordo com cada em indivíduo, mas os mais comuns são
falta de ar, febre alta, calafrios, tosse com catarro e dor para respirar;

- SDRA:

A síndrome do desconforto respiratório agudo é marcada pelo acúmulo de líquido nos


alvéolos e pelo comprometimento da oxigenação sanguínea. Pode acometer pessoas com
outras doenças respiratórias avançadas ou pode ser provocada por afogamentos, inalação
de gases tóxicos ou ferimentos no tórax. Seu sintoma é a falta de ar intensa, que pode
impossibilitar a respiração sem a ajuda de equipamentos hospitalares;

Alguns fatores externos que podem causar e/ou agravar as doenças do trato respiratório:

- Poluição: com destaque para o monóxido e dióxido de carbono presentes no ar, que
favorecem as patologias que afetam os pulmões;
- Infecções por vírus: que normalmente geram a inflamação dos brônquios, pulmões e
vias respiratórias, provocando rinites, sinusites, pneumonias, entre outras doenças
relacionadas;
- Fungos: suspensos no ar, principalmente em ambientes fechados, são extremamente
alérgicos, sendo ligados à asma, pneumonia, bronquite e rinite;
- Má circulação de ar: além dos fungos, bactérias e outros agentes alérgicos também se
acumulam em locais muito fechados;
- Medicamentos: certas substâncias usadas para tratar outras doenças podem causar
reações alérgicas, que atingem pulmões e vias respiratórias;
- Químicos em geral: outros químicos como produtos de limpeza e desinfetantes podem
gerar crises de alergia ou de asma;
- Ácaros: são pequenos aracnídeos, invisíveis ao olho nu, que se acumulam em tapetes,
colchões e pelúcias. Podem gerar alergias em pessoas sensíveis;

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- Tabagismo: o cigarro possui centenas de substâncias prejudiciais que enfraquecem o
sistema respiratório e favorecem o surgimento de doenças na região;
- Má alimentação e falta de hidratação: são fatores que enfraquecem o organismo e
facilitam a ação de bactérias ou vírus;
- Animais de estimação: muitas vezes os pelos de cachorros e gatos causam alergias em
pessoas mais sensíveis;
- Ambiente ou tempo seco: que causam ressecamento, dificuldade para respirar e
inclusive favorecem a proliferação de bactérias;
- Outras patologias: algumas doenças em outras regiões do corpo podem acabar atingindo
o sistema respiratório e desencadeando problemas na área;
- Fatores genéticos: certas doenças respiratórias são genéticas e podem ser passadas entre
descendentes da mesma família.

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SISTEMA DIGESTIVO

Figura 17 - Sistema Digestório. Fonte: Andrade Filho; Pereira, 2015.

Tem como função modificar os alimentos ingeridos para serem aproveitados como
energia. Para manutenção do organismo é necessário que se receba suprimento nutritivo
através dos alimentos ingeridos, que precisam se tornar solúveis e sofrer modificações
químicas para que sejam absorvidos.

O processo da digestão consiste na Ingestão: entrada do alimento no tubo digestório,


Deglutição: transporte do bolo alimentar (engolir); Digestão: quebra do alimento em
moléculas menores, pela ação de enzimas; Absorção: Passagem dos componentes
nutritivos para a corrente sanguínea; Eliminação: saída dos componentes não absorvidos
na forma de fezes.

- Cavidade oral - a boca é a primeira parte do tubo digestório. Formada por dentes, língua,
palato e glândulas salivares, que atuam em conjunto, triturando, umedecendo e
misturando os alimentos para formar o bolo alimentar.

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- Dentes: responsáveis pela mastigação mecânica, ou seja, a trituração do alimento e
transformação em partículas menores. Uma pessoa adulta apresenta 32 dentes, dispostos
em 2 arcadas, uma superior e outra inferior.

- Língua: auxilia no processo da mastigação, empurrando o alimento para os dentes,


realiza o transporte do bolo alimentar para a faringe (deglutição). Além disso, a língua é
importante para a articulação das palavras (dicção) e na gustação dos sabores (paladar).

- Glândulas Salivares: existem 3 pares principais de glândulas salivares dispostos na


cavidade da boca, a fim de facilitar o processo da insalivação. São elas: Glândula Parótida,
Glândula Submandibular e Glândula Sublingual. Elas são responsáveis pela liberação da
saliva, que é uma substância composta de água, para umidificar os alimentos e facilitar a
deglutição; e de uma enzima denominada amilase salivar ou ptialina, cuja função é
começar a digerir amido e carboidratos.

- Faringe - tubo muscular associado aos sistemas respiratório e digestório. Localiza-se


posteriormente às cavidades nasal e bucal e divide-se em nasofaringe, orofaringe e
laringofaringe. É um canal comum para a passagem do alimento ingerido (da boca até o
esôfago) e do ar inspirado do nariz até a laringe.

- Esôfago - tubo muscular que se estende da faringe até o estômago, e leva o bolo
alimentar, sendo impulsionado pelos movimentos peristálticos e ação da gravidade. A
presença do alimento no esôfago estimula sua parede muscular a se contrair e relaxar em
um único sentido, impedindo o refluxo. Para atingir o estômago, o esôfago atravessa o
músculo diafragma, através do hiato esofágico. Por ser formado por músculo, seu
diâmetro aumenta quando passa o bolo alimentar e volta ao normal quando este já passou.

- Estômago – é uma dilatação do tubo digestório, localizado abaixo do diafragma e sua


maior parte à esquerda. Fica entre o esôfago e intestino delgado. É um órgão muscular
oco com tamanho variável, conforme a contração das fibras musculares de suas paredes.
Sua capacidade de armazenamento é de 1 a 2 litros, podendo ultrapassar esse valor,
dependendo dos hábitos alimentares. O estômago apresenta 2 válvulas que impedem a
saída prematura do bolo alimentar. São elas: Cárdia (óstio cárdico): válvula superior de
comunicação com o esôfago. Impede o refluxo do bolo alimentar para o esôfago. Em
crianças recém-nascidas, cuja cárdia ainda não está bem formada, o refluxo é frequente.

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Piloro (óstio pilórico): válvula que regula a saída do quimo para o intestino delgado. Esta
válvula permite que o quimo seja liberado aos poucos ao duodeno, para facilitar a
absorção dos nutrientes digeridos. O estômago divide-se nas seguintes partes:

- Cárdia: junção com o esôfago,

- Fundo: Porção superior próxima ao diafragma,

- Corpo: maior parte do órgão,

- Piloro: parte final que se une ao intestino delgado.

Figura 18 - Estômago. Fonte: Andrade Filho; Pereira, 2015.

Este órgão serve como uma área de armazenamento para os alimentos, contraindo
ritmicamente (peristaltismo) e misturando o alimento com enzimas, originando o Quimo.
Para isso, as células que revestem a parede estomacal secretam três substâncias

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importantes: o muco, o ácido clorídrico e as enzimas digestivas pepsina (quebra as
proteínas) e renina (digere leite).

As substâncias secretadas pela mucosa constituem o suco gástrico. O muco reveste o


estômago para protegê-lo contra lesões causadas pelo ácido e pelas enzimas. Qualquer
rompimento dessa camada de muco (infecção por bactéria ou pela aspirina) pode acarretar
um dano que leva a uma úlcera gástrica. O muco deve ser produzido antes do bolo
alimentar chegar ao estômago.

O ácido clorídrico provê o meio altamente ácido necessário para a ação da enzima
digestiva (pepsina). A alta acidez gástrica também atua como uma barreira contra
infecções. As enzimas digestivas produzidas pela mucosa gástrica são a Pepsina e a
Renina.

A pepsina é uma enzima digestiva responsável pela degradação das proteínas, sendo a
única capaz de digerir o colágeno (proteína da carne). Já a renina é responsável pela
coagulação e fermentação do leite.

A absorção de material no estômago é pequena, sendo provável que sua principal função
seja a digestão, principalmente de proteínas. Somente algumas substâncias (p.ex., álcool
e aspirina) podem ser absorvidas diretamente do estômago e apenas em pequenas
quantidades.

Depois de três a quatro horas no estômago, dependendo do tipo de alimento, o bolo


alimentar é transformado em uma mistura pastosa (quimo), que é liberada para o duodeno.

- Intestino delgado – se inicia após a parte pilórica do estômago, e varia entre 5 e 8 metros.
É dividido em 3 porções: Duodeno, Jejuno e Íleo. Este é um órgão indispensável à vida,
pois é o local de maior digestão e absorção dos alimentos. É o local da digestão final de
certas substâncias, e de absorção de nutrientes, principalmente gorduras. O quimo entra
no duodeno pelo piloro, em quantidades que o intestino delgado consegue digerir.

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- Duodeno: porção inicial e fixa do intestino delgado, onde ocorre o final do
processo digestório. Para isso, desembocam nele o ducto colédoco, que traz a bile da
vesícula biliar e o ducto pancreático, que traz o suco pancreático, do pâncreas. Chegando
ao duodeno, o quimo é neutralizado pela água, pelo bicarbonato de cálcio e pelo muco,
produzidos pela mucosa intestinal. Nesse momento, já neutralizado de sua acidez, o bolo
alimentar recebe o nome de Quilo, e só depois desse processo é que sofrerá a ação do
suco entérico, liberado pelas glândulas na mucosa intestinal, do suco pancreático, e da
bile.

- Jejuno e Íleo: constituem a porção móvel do intestino delgado, que se


comunicam com o intestino grosso e apresentam várias alças presas à parede posterior do
abdome. Como é difícil diferenciar essas duas porções, chamamos de alça jejuno-íleo.
Nessa parte do intestino delgado é que ocorre a maior parte da absorção dos nutrientes
digeridos, devido à grande área superficial composta por pregas, vilosidades e
microvilosidades. A parede intestinal é ricamente suprida de vasos sanguíneos, que
transportam os nutrientes absorvidos até o fígado. Essas duas porções do intestino
também liberam muco e água, para ajudar a dissolver os fragmentos digeridos.

- Intestino Grosso – é a porção final do tubo digestório, com forma de ferradura invertida
e medindo cerca de 2 metros de comprimento. É mais calibroso e mais curto que o
intestino delgado e apresenta dilatações chamadas bosseladuras. O intestino grosso é fixo
na parede posterior do abdome; se inicia na válvula ileocecal e termina no esfíncter anal.
É subdividido em:

- Ceco: comunica-se com o íleo e apresenta o apêndice vermiforme.

- Cólon: constitui a parte mais longa do intestino grosso. Composto pelos cólons
ascendente, transverso, descendente e sigmoide. As ondas peristálticas movem o material
fecal pelos cólons, enquanto a água é continuamente reabsorvida.

- Reto: parte final do intestino, localizado na cavidade pélvica. Comumente,


encontra-se vazio, pois as fezes são armazenadas mais acima, no cólon descendente. O
cólon descendente se torna cheio e as fezes passam para o reto, causando a urgência para

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evacuar. Comunica-se com o meio externo através de uma abertura denominada ânus, um
esfíncter que deve relaxar para que a defecação possa ocorrer.

As principais funções do intestino grosso são a absorção de água; síntese de vitaminas


pelas bactérias intestinais, formação, acúmulo e eliminação de fezes, que é uma
substância composta pelo material que não foi utilizado pelo organismo. As fezes que
ficam no intestino grosso por um período maior perdem o excesso de água,
desenvolvendo a chamada constipação. Ao contrário, movimentos rápidos do intestino
não permitem tempo suficiente para que ocorra a reabsorção de água, causando diarreia.

A B

Figura 19 – Intestino delgado e grosso (A) e Intestino Grosso e suas partes (B). Fonte:
Andrade Filho; Pereira, 2015.

Os anexos do sistema digestivo são:

- Fígado - é um órgão vital localizado abaixo do diafragma, à direita da cavidade


abdominal. É a maior glândula do corpo e a mais volumosa víscera abdominal, pesando
1,5kg. Desempenha importante papel nas atividades vitais do organismo, e apenas
algumas delas relacionadas à digestão. A função digestiva do fígado é produzir a bile,
uma secreção verde amarelada, armazenada na vesícula biliar, e liberada quando gorduras
entram no duodeno. A bile emulsifica a gordura e a distribui para a parte distal do intestino

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para sua digestão e absorção. Este órgão também é capaz de armazenar ferro, vitaminas
e glicose; participa do metabolismo dos carboidratos, gorduras e proteínas, inativa
produtos tóxicos, como o álcool e medicamentos e metaboliza e elimina resíduos gerados
no próprio corpo. Os nutrientes absorvidos pelas paredes intestinais caem nos capilares,
e penetram no fígado através da veia porta. Em seu interior, esse sangue é processado, as
bactérias e partículas estranhas são removidas e muitos nutrientes absorvidos do intestino
são metabolizados para que possam ser utilizados pelo organismo. Esse processamento
ocorre em uma alta velocidade e o sangue retorna carregado de nutrientes para a
circulação geral (veia cava).

- Vesícula Biliar - é um órgão muscular em forma de pêra, localizado na face visceral


(inferior) do fígado. É um saco membranoso que acumula a bile no intervalo das
digestões, com capacidade para até 50 mL. Quando estimulada, contrai-se e manda a bile
através do ducto colédoco até o duodeno. Os ácidos biliares combinados com os ácidos
graxos e colesterol permitem a passagem das moléculas de lipídio pela parede intestinal,
para ser transportada pelos vasos linfáticos, despejadas na circulação sanguínea, até
chegar ao fígado para a metabolização e depois armazenadas em diferentes partes do
corpo.

- Pâncreas – se situa posteriormente ao estômago e se fixa a parede posterior do abdome.


Suas células se dividem em 2 grupos: as que produzem os hormônios glucagon e insulina
diretamente na corrente sanguínea (ilhotas de Langherans) e as secretam o suco
pancreático, que entra no duodeno através dos ductos pancreáticos (ácinos). O suco
pancreático é essencial e importantíssimo para o processo da digestão; sendo composto
pelos seguintes elementos:

- Bicarbonato de sódio - exerce uma importante função de neutralizar a acidez do


quimo proveniente do estômago, pois a mucosa do intestino delgado não é tão protegida
contra o pH ácido quanto a mucosa do estômago.

- Tripsina e Quimiotripsina - enzima que atua na digestão de proteínas.

- Amilase Pancreática - enzima responsável pela digestão de carboidratos.

- Lipase - enzima que atua na digestão de gorduras.

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PRINCIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA DIGESTIVO

- Cirrose Hepática:

O fígado, maior órgão do corpo humano, é essencial em manter o organismo funcionando


adequadamente. Ele remove ou neutraliza toxinas do sangue, produz agentes
imunológicos para controlar infecções e remove germes e bactérias da circulação. Além
disto, produz proteínas que regulam a coagulação do sangue e produz bile para ajudar na
absorção de gorduras e vitaminas. A vida não é possível sem um fígado funcionante. Na
cirrose, um tecido fibroso substitui o tecido hepático normal, bloqueando o fluxo
sanguíneo através do órgão e impedindo que o fígado exerça suas funções como deveria.
A cirrose é uma doença com altos custos em termos de sofrimento, perda de produtividade
e tratamento, além de ser a oitava causa mais frequente de morte por doenças nos Estados
Unidos.

A cirrose hepática tem várias causas. O alcoolismo e a hepatite C são as mais frequentes
em nosso meio.

- Doença hepática alcoólica:

Para muitas pessoas, cirrose é sinônimo de alcoolismo. Na verdade, o abuso alcoólico


crônico é apenas uma de suas causas. A cirrose hepática alcoólica geralmente se
desenvolve depois de mais de uma década de etilismo pesado. A quantidade de álcool que
pode danificar o fígado varia muito de pessoa para pessoa. Em mulheres, beber tão pouco
quanto duas a três doses de bebida por dia tem sido considerado suficiente para
desenvolver a doença. Em homens, três a quatro doses. É importante lembrar que não há
relação entre embriaguez e dano hepático. Ou seja, o fato de a pessoa não ficar
embriagada não significa que seu fígado não esteja sofrendo.

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- Hepatite crônica C:

É uma das causas mais frequentes de cirrose, ao lado da doença hepática alcoólica. A
infecção por este vírus causa inflamação e danos de forma lentamente progressiva ao
fígado, o que após vários anos pode levar à cirrose.

- Hepatites crônicas B e D:

O vírus da hepatite B é provavelmente a causa mais comum de cirrose se considerarmos


o mundo inteiro. É frequente principalmente no Oriente. A hepatite B, como a C, causa
inflamação e danos que ao longo dos anos pode levar à cirrose. O vírus da hepatite D é
mais um vírus que infecta o fígado, e ocorre somente em pessoas que já possuem o vírus
B.

- Hepatite autoimune:

Este tipo de hepatite é causado por problemas no sistema imune.

* IMPORTANTE: Diferença entre hepatite A, B e C: As diferenças entre as doenças são


a forma de transmissão, a benignidade e a gravidade. Segundo a Organização Mundial da
Saúde, cerca de 325 milhões de pessoas em todo o mundo estão vivendo com infecção
crônica por hepatite B e C. Quando não diagnosticadas a tempo, ou não tratadas
adequadamente, as hepatites virais podem evoluir para uma cirrose hepática, aumentando
também o risco de câncer de fígado.

- Hepatite A: É considerada a mais branda e que pode ter evolução benigna. Há a


possibilidade de evoluir para hepatite fulminante, podendo levar a um transplante de
fígado ou a óbito. Sua transmissão se dá por via oral ou fecal. É a chamada hepatite da
água e pode ter seu contágio na água contaminada, nas folhas mau lavadas e em alimentos

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crus. Atualmente alguns casos foram atribuídos a contaminação pela prática de sexo oral
sem proteção. Existe vacina disponível na rede privada.

- Hepatite B: No Brasil, estima-se que 15% da população já foi contaminada e 1% é


portadora crônica da doença. Pode ser transmitida por relações sexuais, transfusões de
sangue ou contato com instrumentos perfurocortantes contaminado com sangue, como
agulhas e seringas, alicates de unha, agulhas de tatuagem não descartáveis etc. A boa
notícia é que existe vacina disponível nos postos de saúde.

- Hepatite C: É considerada a mais grave de todas. Segundo um fundo da Organização


Mundial das Nações Unidas cerca de 500 milhões de pessoas no mundo estão infectadas,
mas apenas 5% delas sabem que tem a doença. No Brasil, existem cerca de 1,5 milhão de
pessoas infectadas pela hepatite C, doença responsável por 70% das hepatites crônicas e
40% dos casos de cirrose, segundo o Ministério da Saúde. Não existe vacina disponível
para hepatite C, mas ao ser descoberta existe a possibilidade de tratamento.

- Doenças herdadas:

Deficiência de alfa-1 antitripsina, hemocromatose, doença de Wilson, galactosemia e


doenças do armazenamento do glicogênio estão entre as doenças herdadas que interferem
com a maneira como o fígado produz, processa e armazena enzimas, proteínas, minerais
e outras substâncias de que o corpo necessita para funcionar adequadamente.

- Esteato-hepatite não alcoólica:

Na esteato-hepatite, há um acúmulo de gorduras no fígado. Isto pode inflamá-lo e levar à


formação de tecido fibroso – que, com o tempo, pode levar à cirrose. Este tipo de hepatite
parece estar associado com diabetes, obesidade e excesso de colesterol no sangue, entre
outras condições.

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- Obstrução dos ductos biliares:

Quando os ductos que levam a bile para fora do fígado estão bloqueados, a bile fica
estagnada e pode danificar o tecido hepático. Em bebês, esta obstrução é mais comumente
causada por atresia biliar, uma doença na qual os ductos biliares estão ausentes ou
danificados. Em adultos, a causa mais frequente é a cirrose biliar primária, uma doença
na qual os ductos se tornam inflamados, bloqueados e fibrosados. A cirrose biliar
secundária pode acontecer depois de uma cirurgia de vesícula biliar, se os ductos forem
inadvertidamente lesados.

- Drogas, toxinas e infecções:

Reações intensas a medicamentos, exposição prolongada a toxinas presentes no meio


ambiente, e congestão hepática prolongada (por exemplo em casos de insuficiência
cardíaca) podem levar à cirrose.

- Gastrite:

A gastrite é uma condição na qual o revestimento do estômago (mucosa) está inflamado.


A mucosa do estômago contém células especiais que produzem o ácido e enzimas, que
ajudam a quebrar o alimento para a digestão, e muco, que protege o revestimento do
estômago de ácido. Quando o estômago está inflamado, produz menos ácido, enzimas e
muco. A gastrite pode ser aguda ou crônica. A inflamação repentina e acentuada do
revestimento do estômago é chamada gastrite aguda. A inflamação que dura por muito
tempo é chamada gastrite crônica. Se a gastrite crônica não for tratada, pode durar por
anos ou até mesmo uma vida inteira. A gastrite erosiva é um tipo de gastrite que muitas
vezes não causa inflamação significativa, mas faz uma lesão superficial do revestimento
do estômago. A gastrite erosiva pode causar sangramento, erosões ou úlceras. Ela pode
ser aguda ou crônica.

A infecção pelo Helicobacter pylori causa a maioria dos casos de gastrite crônica não
erosiva. O H. pylori é uma bactéria que infecta a parede do estômago, e é transmitido

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principalmente de pessoa para pessoa. Em áreas com falta de saneamento, pode ser
transmitido através de água ou alimentos contaminados.

A causa mais comum de gastrite erosiva, aguda e crônica, é o uso prolongado de anti-
inflamatórios não-esteroides (AINEs) como aspirina e ibuprofeno. Outros agentes que
podem causar gastrite erosiva são o álcool, cocaína e radiação. Lesões traumáticas,
queimaduras graves, doença crítica e cirurgia também podem causar gastrite erosiva
aguda. Este tipo de gastrite é chamado gastrite de estresse.

- Úlcera Péptica:

A úlcera péptica é uma ferida no revestimento do estômago ou duodeno, o início do


intestino delgado. Menos comumente, uma úlcera péptica pode se desenvolver logo acima
do estômago, no esôfago, o tubo que liga a boca ao estômago. A úlcera péptica no
estômago é chamada de úlcera gástrica. Aquela que ocorre no duodeno chama-se úlcera
duodenal. As pessoas podem ter úlceras gástricas e duodenais, ao mesmo tempo. Também
podem desenvolver úlceras pépticas mais de uma vez em sua vida.

- Intolerância à lactose:

É a incapacidade parcial ou total para digerir a lactose, um açúcar encontrado no leite e


derivados. É causada por uma deficiência da enzima lactase, que é um produzida pelas
células que recobrem o intestino delgado. A lactase transforma a lactose em duas formas
mais simples de açúcar denominadas glicose e galactose, as quais são, então, absorvidas
para a corrente sanguínea. Nem todas as pessoas com deficiência de lactase têm sintomas
digestivos, mas aquelas que têm podem ter a intolerância à lactose. A maioria das pessoas
com intolerância à lactose podem tolerar alguma quantidade de lactose na sua dieta. As
pessoas algumas vezes confundem intolerância à lactose com alergia ao leite de vaca. A
alergia ao leite é uma reação pelo sistema imune do corpo para uma ou mais proteínas do
leite e podem ter risco de vida quando somente uma pequena quantidade de produtos do
leite é consumida. A maioria das alergias ao leite aparecem no primeiro ano de vida,
enquanto a intolerância à lactose ocorre mais frequentemente na idade adulta. A
deficiência primária de lactase desenvolve-se com o tempo e inicia após a idade de cerca

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de 2 anos, quando o corpo começa a produzir menos lactase. A maioria das crianças que
têm deficiência à lactase não apresentam sintomas de intolerância à lactose até no final
da adolescência ou idade adulta.

Pais e cuidadores de uma criança com intolerância à lactose devem seguir o plano
nutricional recomendado pelo médico ou nutricionista da criança. O leite e derivados são
a maior fonte de cálcio e outros nutrientes. O cálcio é essencial para o crescimento e
reparo de ossos em todas as idades. A escassez de ingesta de cálcio em crianças e adultos
pode levar a ossos frágeis que podem sofrer fratura mais tarde na vida, uma situação
chamada de osteoporose.

* IMPORTANTE: O cálcio é absorvido e usado no corpo somente quando a quantidade


suficiente de vitamina D está presente. Algumas pessoas com intolerância à lactose
podem não ter obtido a quantidade suficiente de vitamina D. Esta provém de fontes
alimentares como o ovo, fígado, leite fortificado com vitamina D e iogurte. Exposição
regular à luz solar também ajuda o corpo a absorver naturalmente a vitamina D.

- Pancreatite:

Inflamação do pâncreas. O pâncreas é uma glândula grande situada atrás do estômago e


perto do duodeno - a primeira parte do intestino delgado. Ele secreta sucos digestivos, ou
enzimas, para o duodeno através de um tubo chamado ducto pancreático. As enzimas
pancreáticas juntam-se com a bile, um líquido produzido no fígado e armazenada na
vesícula biliar - para digerir os alimentos. O pâncreas também libera os hormônios
insulina e glucagon na corrente sanguínea. Estes hormônios ajudam o corpo a regular a
glicose tomada dos alimentos para a energia. Normalmente, as enzimas digestivas
secretadas pelo pâncreas não se tornam ativas até atingirem o intestino delgado. Mas
quando o pâncreas está inflamado, as enzimas no seu interior atacam e danificam os
tecidos que as produzem. A pancreatite pode ser aguda ou crônica. Qualquer uma das
formas é grave e pode levar a complicações. Em casos graves, podem ocorrer hemorragia,
infecção e dano tecidual permanente.

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A vesícula biliar e os ductos que transportam a bile e outras enzimas digestivas do fígado,
vesícula biliar e pâncreas para o intestino delgado são denominados de sistema biliar.
Ambas as formas de pancreatite ocorrem mais frequentemente em homens do que em
mulheres.

Pancreatite aguda é a inflamação do pâncreas que ocorre de maneira súbita e geralmente


se resolve em poucos dias com o tratamento. A pancreatite aguda pode ser uma doença
fatal com complicações graves. Cada ano, milhares de pessoas são admitidas em hospitais
com a doença. A causa mais comum de pancreatite aguda é a presença de cálculos biliares
que são pequenas pedras formadas por bile que endureceu - que causam a inflamação no
pâncreas, assim que passam através do ducto biliar comum. O uso crônico e pesado de
álcool também é uma causa de pancreatite, havendo discussão na literatura médica se ele
pode causar a forma aguda da doença ou ser, desde o princípio, a manifestação de uma
pancreatite crônica. A pancreatite aguda pode ocorrer dentro de horas ou até 2 dias depois
de consumir álcool. Outras causas de pancreatite aguda são o trauma abdominal,
medicamentos, infecções, tumores e anormalidades genéticas do pâncreas.

A pancreatite aguda geralmente começa com uma dor gradual ou súbita no abdômen
superior que às vezes se irradia para o dorso. Ela pode ser suave no início e piorar depois
de comer. Mas a dor frequentemente é acentuada e pode se tornar constante e durar vários
dias. Uma pessoa com pancreatite aguda geralmente parece e se sente muito doente
precisando de atenção médica imediata. Os cálculos biliares que provocam a pancreatite
aguda exigem a remoção cirúrgica das pedras e da vesícula biliar. Se a pancreatite for
moderada, a remoção da vesícula biliar - chamado de colecistectomia - pode ser realizada
enquanto a pessoa está no hospital.

Pancreatite crônica é uma inflamação do pâncreas que não melhora ou cura, que piora ao
longo do tempo e leva a lesões permanentes. A pancreatite crônica, assim como a
pancreatite aguda, ocorre quando as enzimas digestivas atacam o pâncreas e os tecidos
vizinhos, causando episódios de dor. A pancreatite crônica geralmente se desenvolve em
pessoas que estão entre as idades de 30 e 40 anos. A causa mais comum de pancreatite
crônica é o uso pesado de álcool por muitos anos. A forma crônica da pancreatite pode
ser desencadeada por um ataque agudo que danifica o ducto pancreático. O ducto
danificado faz com que o pâncreas se torne inflamado. A cicatriz tecidual se desenvolve
e o pâncreas é lentamente destruído.

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SISTEMA URINÁRIO

O corpo apresenta diversos mecanismos de eliminação dos detritos do organismo, usando


como via de excreção os pulmões, o intestino, a pele e o sistema urinário. O sistema
urinário é responsável pela produção e eliminação da urina, mantendo assim a homeostase
(manutenção do volume de líquido) do corpo. Este sistema é formado pelos rins (direito
e esquerdo), com função de produzir a urina, ureteres (direito e esquerdo), com função de
transportar a urina, bexiga onde a urina fica armazenada e uretra, que transporta a urina
até o exterior do corpo. Este sistema pode ser dividido em Órgãos Secretores (produzem
a urina: Rins) e Órgãos Excretores (encarregados de processar a drenagem da urina para
fora do corpo).

Formado pelos ureteres, bexiga e uretra. Essas estruturas não modificam a urina ao longo
do caminho, ao contrário, elas armazenam e conduzem a urina do rim para o meio externo.

Figura 20 - Sistema urinário. Fonte: Andrade Filho; Pereira, 2015.

- Rins: possuem coloração vermelho pardo, localizados ao lado da coluna vertebral na


porção póstero-superior da cavidade abdominal, e pesam cerca de 200g. O rim direito

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está localizado um pouco abaixo em relação ao esquerdo, por causa do fígado, sendo o
esquerdo um pouco maior. Possuem uma face convexa (lateral) e outra côncava (medial).
Na face medial encontra-se o hilo renal (abertura em forma de fenda), onde entram e saem
vasos, nervos e o ureter. Na extremidade superior de cada rim há uma glândula supra-
renal. No seu interior encontram-se os néfrons, unidades microscópicas que filtram o
sangue e produzem a urina. A artéria renal entra com o sangue nos rins e este é filtrado,
separando impurezas para serem eliminadas e as substâncias reaproveitáveis voltam para
a corrente sanguínea, saindo pela veia renal e dando sequência a circulação. Os rins são
formados por:

- Cápsula fibrosa: camada mais externa, formada por tecido conjuntivo e tecido
adiposo, que envolve o rim.

- Córtex renal: área avermelhada, de textura lisa, onde ocorrem as etapas iniciais
de formação e modificação da urina.

- Camada medular: é a mais interna, formada pela composição de 8 a 18 cones


denominados pirâmides renais. Juntos, córtex e pirâmides renais da medula renal
constituem a parte funcional, ou parênquima do rim. No parênquima estão as unidades
funcionais dos rins, cerca de 1 milhão de estruturas microscópicas chamadas NÉFRONS,
responsáveis pela formação da urina.

Estruturas Externas do Rim:

- Seio renal: margem medial do rim;

- Hilo renal: fenda do seio renal. Entrada para o rim. Local onde vasos entram e
deixam o seio renal.

- Pelve renal: primeira porção do ureter, região mais alargada com forma de funil.

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Figura 21 – Estrutura dos rins. Fonte: Andrade Filho; Pereira, 2015.

- Néfrons - é a unidade morfofuncional ou a unidade produtora de urina do rim. Cada rim


contém cerca de 1 milhão de néfrons. A forma do néfron é peculiar, inconfundível, e
admiravelmente adequada para sua função de produzir urina. O néfron é formado pelo
Corpúsculo Renal (rede de capilares sanguíneos enovelados dentro de uma cápsula
glomerular, situados no córtex renal, sendo o local onde ocorre a filtração do plasma
sanguíneo), e pelos Túbulos Renais (série de tubos longos que se originam na cápsula
glomerular, localizados na medula renal, responsáveis pela reabsorção dos nutrientes e
água de volta aos capilares sanguíneos).

Formação da urina:

O sangue penetra nos rins pela artéria renal, que se ramifica sucessivamente até que os
capilares possam circular pelos néfrons. Esse sangue, a uma alta pressão, deixa passar
água e substâncias dissolvidas através de suas paredes, que são captadas pelos
Corpúsculos Renais, ocorrendo a filtração glomerular. O filtrado é formado por água,
sais, glicose, vitaminas, ácidos graxos, aminoácidos, ureia e ácido úrico. Parte dessas
substâncias será reabsorvida ao passarem pelos túbulos renais, ao que chamamos de
reabsorção tubular; restando apenas as impurezas. A urina formada goteja através das
papilas renais caindo nos cálices e na pelve renal. Aproximadamente 2.000 litros de
sangue passam diariamente pelos rins, mas apenas 200 litros são filtrados, sendo que 198
litros são reabsorvidos e os 2 litros restantes formam a urina.

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A urina possui água (95%), cloreto de sódio (1%), ureia e ácido úrico (excretas do
metabolismo de proteínas), bicarbonato, urobilinogênio (pigmento amarelado), dentre
outras substâncias.

A glicose, as proteínas e o sangue são elementos anormais à urina.

Os fatores que alteram a formação da urina são a alteração do volume sanguíneo, já que
a urina é derivada do sangue; a alteração da Pressão Arterial, pois interfere não só na
pulsação do sangue pelos capilares, como também na diferença de pressão entre capilar e
néfron; a concentração de substâncias no sangue, pois aumentam ou diminuem a
reabsorção tubular (Ex.: alta concentração de glicose no sangue).

A Ação Hormonal pelo AntiDiurético (ADH) e Aldosterona controla o Sistema Nervoso


sobre o processo de formação da urina.

- Vias urinárias e glândulas supra-renais: Localizadas entre a face supero-medial do rim


e o diafragma. Cada glândula supra-renal, envolvida por uma cápsula fibrosa e um coxim
de gordura, possui duas partes: o córtex e a medula supra-renal, ambas produzindo
diferentes hormônios. Secreta hormônios essenciais à vida. A medula supra-renal secreta:
epinefrina (adrenalina) e norepinefrina. Já o córtex supra-renal secreta os hormônios
esteroides e aldosterona.

- Ureteres - tubos (direito e esquerdo) formados por musculatura lisa, localizados entre
rim e bexiga, onde fazem a transferência da urina, através de movimentos peristálticos e
ação da gravidade. Apresentam um tamanho entre 28 a 34 cm, sendo o direito mais curto.
Neles existem pontos de constrição, onde o seu diâmetro diminui, na junção uretero-
pélvica (onde a pelve renal se afunila), na borda da pelve (onde os vasos ilíacos cruzam
por cima dos ureteres) e na junção uretero-vesical (junção do ureter com a bexiga). Em
virtude desse seu trajeto, distinguem-se duas partes do ureter: abdominal e pélvica.

- Bexiga – é uma bolsa muscular localizada na porção inferior da cavidade abdominal,


tendo em seu interior pregas vesicais, para sua distensão durante o enchimento. Funciona
como um reservatório de urina que chega através dos óstios uretéricos e o seu
esvaziamento ocorre como uma reação reflexa ao seu enchimento, através do óstio da

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uretra. Possui capacidade de armazenamento aproximada em 300 mL, variando de
individuo para indivíduo. A bexiga apresenta 2 esfíncteres que controlam a saída da urina.
Quando a bexiga está enchendo, o músculo esfíncter interno se contrai involuntariamente
(controlado pelo SNA – Sistema Nervoso Autônomo), prevenindo o esvaziamento.
Quando ela está cheia, o esfíncter externo, que é controlado voluntariamente, permite a
resistência à necessidade de urinar. A capacidade da bexiga urinária é menor nas mulheres
porque o útero ocupa o espaço imediatamente acima da bexiga.

- Uretra - tubo muscular localizado abaixo da bexiga que conduz a urina para o meio
externo, sendo revestida por mucosa que contém grande quantidade de glândulas
secretoras de muco. A uretra se abre para o exterior através do óstio externo da uretra. A
uretra é diferente entre os dois sexos, tendo tamanho aproximado de 4 cm nas mulheres e
de 17 cm nos homens. A uretra feminina é menor e tem a função somente do transporte
da urina. Está localizada dorsalmente à sínfise púbica, incluída na parede anterior da
vagina, com direção oblíqua para baixo e para frente. Tem 4 cm de comprimento e seu
óstio externo localiza-se anteriormente à vagina e entre os lábios menores. A uretra
masculina apresenta três porções: a prostática, a membranosa e a esponjosa. Inicia-se na
bexiga urinária, passa através da próstata e se estende até a extremidade do pênis. É mais
longa que na mulher (20 cm) e serve também como canal de ejaculação (ducto
ejaculatório). Faz parte dos sistemas urinário e reprodutor.

Quem possui insuficiência renal precisa realizar a hemodiálise (função artificial do rim,
retirando as impurezas).

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PRINCIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA URINÁRIO

É importante que sempre que existir sinal ou sintoma de alteração no sistema urinário,
como dor ou ardor ao urinar, urina com espuma ou com cheiro muito forte ou presença
de sangue na urina, o nefrologista ou urologista seja procurado para que seja feitos exames
que possam indicar a causa dos sintomas e, assim, o tratamento possa ter início. As
principais doenças deste sistema são:

- Infecção urinária:

Corresponde à proliferação de um microrganismo, bactéria ou fungo, em qualquer parte


do sistema urinário, causando sintomas como dor, desconforto e sensação de queimação
ao urinar, por exemplo. Na maioria das vezes, os sintomas de infecção surgem devido ao
desbalanço da microbiota da região genital, devido ao estresse ou à falta de higiene, por
exemplo.

A infecção urinária pode receber uma classificação específica de acordo com a estrutura
do sistema urinário acometida, sendo elas:

- Cistite:

Tipo de infecção urinária mais frequente e acontece quando microrganismo atinge a


bexiga, causando urina turva, dor abdominal, sensação de peso no fundo da barriga, febre
baixa e persistente e sensação de queimação ao urinar;

- Uretrite:

Acontece quando a bactéria ou o fungo atinge a uretra, causando inflamação e levando ao


aparecimento de sintomas como vontade frequente para urinar, dor ou ardor para urinar e
corrimento amarelo;

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- Nefrite:

Infecção mais grave e acontece quando o agente infeccioso chega aos rins, causa
inflamação e leva ao aparecimento de sintomas como vontade urgente para urinar, mas
em pequena quantidade, urina turva e com cheiro turva, presença de sangue na urina, dor
abdominal e febre.

- Insuficiência renal:

Caracterizada pela dificuldade do rim de filtrar o sangue corretamente e promover a


eliminação de substâncias nocivas para o organismo, ficando acumuladas no sangue e
podendo resultar em doenças, como aumento da pressão arterial e acidose sanguínea, que
leva ao aparecimento de alguns sinais e sintomas característicos, como falta de ar,
palpitações e desorientação, por exemplo.

- Doença renal crônica:

DRC ou insuficiência renal crônica é a perda progressiva da função do rim que não leva
ao aparecimento de sinais ou sintomas que indiquem a perda de função, sendo apenas
percebida quando o rim já se encontra quase sem função. Os sintomas de DRC são mais
frequentes em pessoas com idade mais avançada, hipertensas, diabéticas ou com histórico
na família de DRC e surgem quando a doença já encontra-se em fase mais avançada,
podendo a pessoa apresentar inchaço nos pés, fraqueza, urina com espuma, coceira no
corpo, cãibras e perda do apetite sem causa aparente, por exemplo.

- Cálculos renais ou pedra nos rins:

Surgem de forma repentina, podendo ser eliminados através da urina ou ficarem presos
na uretra, causando bastante dor, principalmente na região lombar e que pode causar
dificuldade para se movimentar, e presença de sangue na urina. As pedras nos rins podem

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ter diversas composições e sua formação está muito relacionada aos hábitos de vida, como
falta de prática de atividade física, alimentação incorreta e pouco consumo de água
durante o dia, mas também pode estar diretamente ligada a fatores genéticos.

- Incontinência urinária:

Caracterizada pela perda involuntária da urina e que pode acontecer tanto em homens
quanto em mulheres independentemente da idade. A incontinência pode acontecer devido
ao aumento da pressão na bexiga, que é mais frequente na gravidez, ou devido a alterações
nas estruturas musculares que sustentam o assoalho pélvico.

- Câncer:

Alguns tipos de câncer podem afetar o sistema urinário, como é o que acontece no câncer
de bexiga e dos rins, que podem acontecer quando células malignas se desenvolvem
nesses órgãos ou ser foco de metástases. De forma geral, o câncer de bexiga e de rim
causa sintomas como dor e queimação ao urinar, aumento da vontade para urinar, cansaço
excessivo, perda de apetite, presença de sangue na urina, aparecimento de massa na região
abdominal e perda de peso sem causa aparente.

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SISTEMA REPRODUTOR

Figura 22 - Sistema Reprodutor Masculino e Feminino. Fonte: Andrade Filho; Pereira,


2015.

Masculino:

É constituído por estruturas/órgãos externos e internos, sendo: testículos, escrotos e pênis,


como externos e epidídimos, canais deferentes, canal ejaculatório, uretra, vesículas
seminais, próstata e glândulas bulbo uretrais, como internos. As funções deste sistema
são as de produzir os gametas masculinos (espermatozoides), para a fecundação e, assim,
manter a reprodução da espécie.

- Testículos: são duas gônadas em forma de bolsa (saco), localizadas na parte externa da
pelve. São ovoides, com aproximadamente 5 cm de comprimento. Produzem os
espermatozoides e os hormônios (Testosterona) responsáveis por características sexuais
masculinas. São as únicas glândulas localizadas do lado de fora do corpo. Cada testículo
é composto pelos ductos seminíferos, que são um emaranhado de tubos (cerca de 1.000)
e pela túnica albugínea, que é cápsula fibrosa de tecido conjuntivo que recobre os tubos.

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- Escroto - bolsa fibromuscular localizada fora do corpo e que aloja os testículos e contém
a primeira porção dos ductos deferentes. É dividido em 2 lojas por um septo. Sua função
é manter uma temperatura ideal para a produção do espermatozoide (até 35°C).

- Epidídimo - são dois tubos, que partem dos testículos com cerca de 10m cada um. É
uma estrutura de forma tubular e contorcida, dividida em cabeça (próximo ao testículo),
corpo (meio) e cauda (parte distal que origina o ducto deferente). Nele os espermatozoides
ficam armazenados até completarem seu processo de amadurecimento.

- Ducto deferente - são tubos que se continuam ao epidídimo e penetram na cavidade


pélvica, conectando os órgãos internos e externos. São os maiores ductos espermáticos
do sistema masculino, sendo o local de passagem dos espermatozoides até o ducto
ejaculatório, onde desembocam as vesículas seminais.

- Vesículas seminais - são 2 bolsas membranosas localizadas abaixo da bexiga e acima


da próstata. Elas secretam um líquido que formará 60% do volume total do sêmen. Este
líquido viscoso e alcalino, ativa e facilita a passagem dos espermatozoides pelas vias
condutoras, neutralizando a acidez da uretra.

- Ducto ejaculatório - é um fino tubo formado pela junção do ducto deferente com o ducto
da vesícula seminal até desembocar na parte prostática da uretra. Tem a função de levar
o sêmen da vesícula seminal até a uretra.

- Próstata - órgão ímpar, com formato e tamanho de uma castanha, situado abaixo da
bexiga e atravessado pela uretra. Contém glândulas que secretam líquido acrescentado ao
líquido seminal, que será lançado na parte prostática da uretra, através dos ductos
prostáticos, com a finalidade de auxiliar as vias condutoras para a passagem dos
espermatozoides, diminuindo a viscosidade e facilitando a ejaculação. Esse líquido tem
aspecto leitoso, sendo o responsável pelo odor característico do sêmen.

- Uretra – se inicia na bexiga e atravessa a próstata, assoalho da pelve e o pênis. Possui


um tamanho aproximado de 18 cm e é um canal para a passagem da urina e do sêmen
para o meio externo. Divide-se em 3 partes: 1) parte prostática: onde atravessa a próstata;
2) parte membranosa: onde passa pelo assoalho da pelve; 3) parte esponjosa: onde
atravessa o corpo esponjoso do pênis.

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- Glândulas bulbouretrais - são 2 glândulas de forma arredondada, pequenas e situadas
próximas à uretra. Seus ductos desembocam na uretra esponjosa e sua secreção também
auxilia na condução dos espermatozoides e na limpeza da via condutora (uretra). Durante
a excitação sexual, sua secreção protege os espermatozoides.

- Pênis - órgão masculino da cópula, com formato cilíndrico e composto de tecido erétil.
Se divide em raiz, que se prende à região anterior do períneo; e corpo, que constitui a
extremidade livre e arredondada. Internamente é composto por 3 cilindros de tecido erétil:
dois corpos cavernosos, que se fixam ao osso do quadril; e um corpo esponjoso, que
apresenta uma dilatação anterior denominada glande. O interior destes três elementos
apresenta um aspecto esponjoso pela existência de inúmeras e finas trabéculas que se
entrecruzam e se enchem de sangue durante a relação sexual, produzindo a ereção. A
glande do pênis é revestida por uma prega de pele fina e deslizante, conhecida por
prepúcio. Dentro do prepúcio existem glândulas sebáceas que produzem uma secreção
denominada esmegma. Nos casos em que o prepúcio é muito fechado e não permite a
exteriorização da glande (Fimose), pode ocorrer o acúmulo do esmegma, provocando
irritação e inflamação no local. A função do pênis é, com o auxílio dos corpos cavernosos
e esponjoso, estruturas vasculares que provocam sua ereção, lançar o esperma no interior
do sistema genital feminino.

Feminino:

O sistema feminino tem sua anatomia mais simples que a masculina, porém sua fisiologia
é mais complexa, uma vez que os processos de ovulação, fecundação, gestação e parto,
ocorrem todos dentro deste sistema. É constituído por estruturas/órgãos externos e
internos, sendo: ovários, trompas, útero e vagina, como internos e monte pubiano, lábios
maiores, lábios menores, clitóris, bulbo do vestíbulo e glândulas vestibulares, como
externos.

- Ovários - são dois órgãos arredondados, com 3 cm de comprimento, formato de


amêndoa e situados na cavidade pélvica (um de cada lado). Suas funções são: produção
e amadurecimento de gametas femininos (óvulos); e produção dos hormônios Estrógeno
e Progesterona, que controlam o desenvolvimento das características sexuais e atuam no

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útero para o desenvolvimento do embrião, quando se tem a fecundação. A atividade dos
ovários é controlada pela hipófise, que secreta hormônios estimulantes (FSH e LH). Na
infância, os ovários apresentam coloração rósea, que se modifica para branca, com
cicatrizes, após a puberdade. Cada cicatriz corresponde a um óvulo que foi liberado em
cada ciclo menstrual.

- Tubas uterinas - são dois tubos que conectam os ovários ao útero. São formados por
uma parede músculos e por pequenos cílios vibráteis para a movimentação dos óvulos.
Possuem 3 porções: 1) Istmo: próximo ao útero; 2) Ampola: meio das trompas, mais
dilatada; 3) Infundíbulo: próximo aos ovários que contém as fímbrias (franjas). Atuam
transportando os óvulos para a cavidade do útero e funcionam como local de fecundação,
pois os espermatozoides precisam chegar até as tubas para encontrar o óvulo.

- Útero - órgão com formato de ͞pêra invertida, localizado na parte medial da cavidade
pélvica. Sua parede apresenta 3 porções: o Endométrio, camada interna composta por
uma mucosa altamente vascularizada, responsável por receber o óvulo fecundado
(quando não ocorre ele se descama e provoca a menstruação); o Miométrio, camada
muscular espessa responsável pelo crescimento uterino durante a gestação e por sua
contração (no parto); e pelo Perimétrio, que forma a camada externa e serosa, responsável
pela proteção do útero. Internamente, o útero divide-se em 3 partes: 1) Fundo: porção
superior; 2) Corpo: porção medial, comunica-se com as tubas uterinas; 3) Colo: porção
inferior que se afunila e tem sua extremidade voltada para a vagina. Esta região secreta o
muco cervical, substância que aparece na vulva durante o período fértil, e tem a função
de colaborar com a fecundação, nutrindo, selecionando e encaminhando os
espermatozoides até a tuba uterina. O útero é responsável por alojar o embrião, caso haja
uma fecundação, ou por descamação de sua parede interna, para expulsar o óvulo não
fecundado, através da menstruação.

- Vagina - é o órgão da cópula feminina, formado por músculo e forma de tubo com cerca
de 7cm de comprimento. Se comunica superiormente com o útero e inferiormente com o
vestíbulo da vagina (abertura externa). É um órgão com grande elasticidade e sua parede
interna é revestida por uma mucosa específica. Tem como função receber o pênis no ato
sexual, dar passagem ao feto, no parto (canal do parto) e liberar a menstruação, caso o
óvulo não seja fecundado. A vagina possui uma região denominada lago seminal, capaz
de armazenar temporariamente os espermatozoides.

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As estruturas externas são responsáveis por proteger a vagina e a uretra.

A genitália externa ou vulva é delimitada e protegida por duas pregas cutâneo-mucosas


intensamente irrigadas e inervadas - os grandes lábios. Na mulher reprodutivamente
madura, os grandes lábios são recobertos por pêlos pubianos. Mais internamente, outra
prega cutâneo-mucosa envolve a abertura da vagina - os pequenos lábios - que protegem
a abertura da uretra e da vagina. Na vulva também está o clitóris, formado por tecido
esponjoso erétil, homólogo ao pênis do homem.

Figura 23 - Estruturas externas do Sistema Reprodutor Feminino. Fonte: Andrade Filho;


Pereira, 2015.

- Monte de Vênus ou Pubiano - elevação mediana, anterior a sínfise púbica e constituída


por tecido adiposo.

- Lábios maiores - são 2 pregas cutâneas alongadas que delimitam uma fenda.

- Lábios menores - são pequenas pregas cutâneas, medialmente aos lábios maiores e entre
eles há o vestíbulo da vagina, onde tem o óstio externo da uretra, da vagina e os orifícios
dos ductos das glândulas vestibulares.

- Clitóris e bulbo do vestíbulo - são as estruturas eréteis do sistema feminino, localizadas


no ponto de encontro dos pequenos lábios. Inundam-se de sangue durante a relação
sexual, aumentando o contato do pênis com o vestíbulo da vagina.

- Glândulas vestibulares (Glândula de Bartholin) - próximas ao vestíbulo da vagina, elas


abrem seus ductos nos lábios menores e produzem muco, visando facilitar a relação
sexual. Apresentam tamanho de uma ervilha.

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Fisiologia do ciclo menstrual

Na mulher, desde o nascimento, o ovário traz cerca de 400.000 folículos, dos quais cerca
de 300 irão amadurecer e formar óvulos. Este processo ocorre desde a Menarca (primeira
menstruação, que ocorre em torno de 11 a 13 anos) até a Menopausa (última
menstruação). A partir da menarca, a cada 28 dias, geralmente, um folículo (óvulo
imaturo) migra para a superfície do ovário, onde, pela ação dos hormônios femininos,
será liberado no processo denominado Ovulação, que dura aproximadamente 14 dias
(período que o óvulo demora para percorrer toda a tuba uterina). Durante a ovulação,
ocorrem diversas alterações, para facilitar a fecundação, como o espessamento do
endométrio, com proliferação dos vasos sanguíneos (para a nidação), produção do muco
cervical, entre outros. Não sendo fecundado, o óvulo é reabsorvido pelo organismo e o
endométrio descama e expele determinada quantidade de sangue pela vagina – a chamada
menstruação. Ao ocorrer a fecundação - encontro do óvulo com o espermatozoide - o
óvulo migra para o útero (percurso que leva cerca de 5 a 7 dias), onde escava o endométrio
e nele se fixa, fenômeno denominado nidação.

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PRINCIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA REPRODUTOR

MASCULINO - ♂

· Hiperplasia benigna da próstata (HPB):

O aumento da próstata devido à ação da testosterona. O problema, que atinge


principalmente homens a partir dos 45 anos, pode causar obstrução parcial ou total da
uretra, prejudicando a vida sexual e, também, o cotidiano da pessoa. Pode gerar
dificuldades para urinar, aumento do tempo para esvaziar a bexiga, sensação de
esvaziamento incompleto da bexiga, necessidade de ir várias vezes ao banheiro para fazer
xixi, urgência urinária (necessidade de urinar para não ter o risco de fazer nas roupas) e
necessidade de se levantar à noite para a micção.

- Prostatite:

Processo inflamatório ou infeccioso na glândula prostática, que interfere no


funcionamento do órgão, na liberação do PSA (antígeno prostático específico) e impacta
no funcionamento do trato urinário, repercutindo na qualidade da micção. Normalmente,
essa doença atinge os homens na faixa dos 20 aos 40 anos, e após os 60 anos, que tenham
a imunidade baixa. Existem vários tipos de prostatites, mas as mais comuns são: aguda e
crônica.

- Bexiga hiperativa:

A doença é caracterizada por problemas de micção característicos, como a urgência,


muitas vezes súbita, para urinar. Geralmente, o sintoma é acompanhado do aumento na
frequência de idas ao banheiro, inclusive durante à noite. Homens a partir dos 50 anos já
podem desenvolver a bexiga hiperativa, mas ela é mais comum depois dos 75 anos, pois

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a partir dessa idade ocorrem mudanças fisiológicas associadas ao envelhecimento, como
a diminuição da capacidade da bexiga em segurar a urina e o enfraquecimento muscular
na região pélvica.

- Estenoses de uretra:

Segundo especialistas, essas as infecções da uretra podem causar cicatrizes no canal por
onde passa a urina e o sêmen. Esse tecido fibroso acaba por entupir de forma parcial ou
totalmente a uretra, gerando as chamadas estenoses. Como resultado dessa doença surgem
os problemas de micção, tais como fluxo reduzido de urina, a dificuldade em urinar, o
gotejamento de urina após a micção, a necessidade de urinar mais vezes que o habitual,
vontade maior de ir ao banheiro durante à noite, a ardência no momento da micção e, em
alguns casos, incontinência urinária.

FEMININO - ♀

- Vulvovaginite:

Apesar de não ser muito conhecida, é um problema comum entre as mulheres. É uma
inflamação da vulva e da vagina que pode ser causada por uma infecção por vírus, fungos
ou bactérias. É uma doença que pode surgir em mulheres de todas as idades e é causada
por desequilíbrio da flora vaginal, falta de higiene vaginal, alergias ou alterações
hormonais. Os sintomas podem ser: corrimentos líquidos ou grumosos; odor fétido;
prurido; hiperemia (vermelhidão); irritação; dor durante a relação sexual; presença de
lesões externas e internas como bolhas, úlceras e verrugas.

- Síndrome do Ovário Policístico (SOP):

Se trata de um distúrbio hormonal e a mulher pode desenvolver cistos no ovário. Comum


nas mulheres em idade reprodutiva, quem tem essa síndrome costuma ter o ciclo

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menstrual irregular e ter dificuldade para engravidar. O SOP também pode causar diabetes
por conta a resistência à insulina.

- Endometriose:

Frequente em mulheres em idade reprodutiva, a endometriose é uma doença ginecológica


causada quando a mucosa que reveste a parte interna do útero cresce em outras regiões
do corpo. A doença está ligada a infertilidade, pois afeta diretamente as trompas uterinas
e os ovários. O tratamento pode ser feito com o uso de anticoncepcionais e cirurgias para
a retirada das lesões.

Não se sabe a causa exata da endometriose, mas se acredita que esteja ligada às causas
genéticas e de baixa imunidade. Fatores psicológicos como estresse, ansiedade e nervoso
podem agravar ainda mais a situação. Os sintomas podem ser cólica menstrual; dor
pélvica crônica; dor na relação sexual; sangramento ou dor ao urinar; constipação
intestinal.

- Mioma uterino:

É um tumor benigno do músculo liso do útero. Geralmente, acomete a mulheres de 30 a


50 anos. Não costuma apresentar sintomas, mas pode apresentar crescimento excessivo
causando hemorragias com coágulos, períodos menstruais dolorosos e cólicas intensas,
dor na relação sexual e infertilidade.

- Candidíase vaginal:

Infecção causada pelo fungo cândida. Cerca de 75% das mulheres possuem a doença, pois
normalmente os fungos estão presentes na flora da região íntima da mulher. É mais
frequente em grávidas e mulheres com o sistema imune enfraquecido. Suas principais
causas incluem o uso excessivo de antibióticos ou corticoides, a diabetes ou os maus
hábitos de higiene, porque facilitam o crescimento de fungos. Dentre os principais
sintomas estão corrimento vaginal esbranquiçado, coceira, ardência ao urinar e dor
durante relações sexuais.

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- DST ou IST – Infecções Sexualmente Transmissíveis

As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) são causadas por vírus, bactérias ou


outros microrganismos. Elas são transmitidas, principalmente, por meio do contato sexual
(oral, vaginal, anal) sem o uso de camisinha masculina ou feminina, com uma pessoa que
esteja infectada. A transmissão de uma IST pode acontecer, ainda, da mãe para a criança
durante a gestação, o parto ou a amamentação. De maneira menos comum, as IST também
podem ser transmitidas por meio não sexual, pelo contato de mucosas ou pele não íntegra
com secreções corporais contaminadas. O tratamento das pessoas com IST melhora a
qualidade de vida e interrompe a cadeia de transmissão dessas infecções. O atendimento,
o diagnóstico e o tratamento são gratuitos nos serviços de saúde do SUS.

A terminologia Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) passou a ser adotada em


substituição à expressão Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), porque destaca a
possibilidade de uma pessoa ter e transmitir uma infecção, mesmo sem sinais e sintomas.
Se não tratadas adequadamente, podem provocar diversas complicações e levar a pessoa,
inclusive, à morte.

As principais são: herpes genital; cancro mole; HPV; doença inflamatória pélvica (DIP);
donovanose; gonorreia e infecção por Clamídia; linfogranuloma venéreo (LGV); sífilis;
infecção pelo HTL V; tricomoníase.

As IST podem se manifestar por meio de feridas, corrimentos e verrugas anogenitais,


entre outros possíveis sintomas, como dor pélvica, ardência ao urinar, lesões de pele e
aumento de ínguas. São alguns exemplos de IST: herpes genital, sífilis, gonorreia,
tricomoníase, infecção pelo HIV, infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV), hepatites
virais B e C.

Aparecem, principalmente, no órgão genital, mas podem surgir também em outras partes
do corpo (ex.: palma das mãos, olhos, língua).

O corpo deve ser observado durante a higiene pessoal, o que pode ajudar a identificar
uma IST no estágio inicial. Sempre que se perceber algum sinal ou algum sintoma, deve-
se procurar o serviço de saúde, independentemente de quando foi a última relação sexual.
E, quando indicado, avisar a parceria sexual.

94
Algumas IST podem não apresentar sinais e sintomas, e se não forem diagnosticadas e
tratadas, podem levar a graves complicações, como infertilidade, câncer ou até morte. Por
isso, é importante fazer exames laboratoriais para verificar se houve contato com alguma
pessoa que tenha IST, após ter relação sexual desprotegida, sem camisinha masculina ou
feminina.

As principais características, de acordo com os tipos de infecções sexualmente


transmissíveis, são:

- Corrimentos: Aparecem no pênis, vagina ou ânus. Podem ser esbranquiçados,


esverdeados ou amarelados, dependendo da IST. Podem ter cheiro forte e/ou causar
coceira. Provocam dor ao urinar ou durante a relação sexual. Nas mulheres, quando é
pouco, o corrimento só é visto em exames ginecológicos. Podem se manifestar
na gonorreia, clamídia e tricomoníase.

O corrimento vaginal é um sintoma muito comum e existem várias causas de corrimento


que não são consideradas IST, como a vaginose bacteriana e a candidíase vaginal.

- Feridas: Aparecem nos órgãos genitais ou em qualquer parte do corpo, com ou sem dor.
Os tipos de feridas são muito variados e podem se apresentar como vesículas, úlceras,
manchas, entre outros. Podem ser manifestações da sífilis, herpes genital, cancroide
(cancro mole), donovanose e linfogranuloma venéreo.

- Verrugas anogenitais: São causadas pelo Papilomavírus Humano (HPV) e podem


aparecer em forma de couve-flor, quando a infecção está em estágio avançado. Em geral,
não doem, mas pode ocorrer irritação ou coceira.

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- HIV/AIDS e hepatites virais B e C:

Além das IST que causam corrimentos, feridas e verrugas anogenitais, existem as
infecções pelo HIV, HTLV e pelas hepatites virais B e C, causadas por vírus, com sinais
e sintomas específicos.

- Doenças Inflamatória Pélvica (DIP):

É uma síndrome clínica causada por vários microrganismos, que ocorre devido à entrada
de agentes infecciosos pela vagina em direção aos órgãos sexuais internos, atingindo
útero, trompas e ovários, causando inflamações. Esse quadro acontece principalmente
quando a gonorreia e a infecção por clamídia não são tratadas.

96
SISTEMA ENDÓCRINO

Constituído por um conjunto de glândulas endócrinas, também chamadas de glândulas de


secreção interna, ou glândulas sem ductos, são as responsáveis por produzir e secretar
hormônios diretamente na corrente sanguínea. Essas glândulas têm uma função essencial
para a vida. Esse conjunto de órgãos produz secreções denominadas Hormônios,
substâncias que são transportadas pela circulação a outras células do organismo,
regulando suas necessidades e suas funções. Os órgãos que têm sua função controlada
e/ou regulada pelos hormônios são denominados órgãos-alvo. As atividades das
diferentes partes do corpo estão integradas pelo sistema nervoso, responsável pelo
controle de toda atividade visceral, e pelos hormônios do sistema endócrino. O sistema
nervoso fornece ao sistema endócrino, a informação sobre o meio externo, ao passo que
o sistema endócrino regula a resposta interna do organismo a esta informação. Dessa
forma atuam na coordenação e regulação das funções corporais, permitindo a manutenção
do meio interno (homeostasia).

Funções: Controlar a velocidade das reações químicas das células; regular o crescimento
e desenvolvimento do indivíduo, bem como de seus órgãos; e manter a inter-relação de
todas as glândulas do corpo e suas secreções.

Hormônios são proteínas que ativam, inibem ou modulam a atividade de outras células
alvo, em órgãos distantes de seu local de origem. Cada hormônio é sintetizado por um
tipo específico de células e atuam como mensageiros nas células específicas responsáveis
por funções ligadas diretamente ao controle das funções corporais. As células dos órgãos-
alvo possuem na membrana, receptores hormonais, capazes de se combinar
especificamente com as moléculas do hormônio. É apenas quando a combinação correta
ocorre que as células-alvo exibem as respostas características da ação hormonal.

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Glândulas: Pineal, Hipófise, Tiróide, Paratireóides, Timo, Supra-renais, Pâncreas,
Ovários, Testículos.

Figura 24 - Sistema Endócrino. Fonte: Andrade Filho; Pereira, 2015.

Hipófise

- Hipófise (pituitária) é uma glândula do tamanho de uma ervilha que situada na base do
encéfalo, em uma cavidade do osso esfenoide presa a uma região chamada hipotálamo. É
a glândula mais importante do corpo, pois comanda todas as outras. É subdividida em
AdenoHipófise (lobo anterior) e NeuroHipófise (lobo posterior). A Adenohipófise secreta
hormônios tróficos, que controlam a atividade de outras glândulas endócrinas do corpo.
É conhecida como glândula mestra. Ela secreta diversos hormônios que são:

- Samatotrofina (GH): Hormônio do crescimento.

- Hormônio tireotrófico (TSH): Estimula a glândula tireoide.

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- Hormônio adrenocorticotrófico (ACTH): estimula a produção de hormônios da
glândula supra-renal.

- Hormônio folículo-estimulante (FSH): Age sobre a maturação dos folículos


ovarianos e dos espermatozoides.

- Hormônio luteinizante (LH): Atua na produção de estrógeno, progesterona e


testosterona.

- Hormônio lactogênico (LTH) ou prolactina: Interfere no desenvolvimento das


mamas, na mulher e na produção de leite.

Os hormônios FSH e LH controlam as atividades das gônadas, por isso são chamados de
gonadotrofinas.

A neurohipófise armazena e secreta 2 hormônios:

- Ocitocina: Estimula as contrações do útero durante o parto e a saída de leite na


lactação.

- Hormônio antidiurético (ADH ou vasopressina): estimula a reabsorção de água


pelos rins, diminuindo o volume de urina e provoca a vasoconstrição, podendo elevar a
pressão arterial.

Tireóide

- A tireoide está situada na porção anterior do pescoço, sobre as cartilagens da laringe


(tireoide e cricoide), produz 2 hormônios que regulam o metabolismo: a Triiodotironina
(T3) e a Tiroxina (T4). Esses hormônios aumentam a velocidade dos processos de
oxidação e de liberação de energia nas células do corpo, elevando a taxa metabólica e a
geração de calor (interferem em todas as reações do corpo). E produz o hormônio
chamado Calcitonina, responsável pela regulação da taxa de cálcio no sangue, inibindo
sua remoção dos ossos, o que diminui a taxa de cálcio no sangue.

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Paratireóide

- A paratireoide é composta por quatro glândulas localizadas duas a duas ao lado da


tireoide. Secretam o Paratormônio, hormônio que regula a taxa de cálcio do sangue,
estimulando a remoção de cálcio da matriz óssea (que passa para o plasma sanguíneo), a
absorção de cálcio dos alimentos pelo intestino, aumentando a concentração de cálcio no
sangue.

Timo

- Timo - órgão localizado atrás do esterno e entre os pulmões. Seu papel é auxiliar e
distribuir os linfócitos a outros órgãos linfáticos E produzir hormônios que promovam a
proliferação e a maturação dos linfócitos. Após a puberdade, o órgão atrofia, mas continua
a exercer sua função protetora, com a produção complementar de anticorpos, mesmo que
nesse período seu desempenho já não seja vital.

Supra-renais

- As supra-renais ou adrenais são 2 glândulas localizadas na margem superior de cada


rim. Dividem - se em córtex (parte externa) e medula (interna). O córtex produz os
corticosteroides, Aldosterona, que aumenta a reabsorção de água, de sódio e de potássio,
mantendo suas concentrações constantes no organismo e o Cortisol, que estimula a
utilização de açúcares e lipídios como fonte de energia, elevando a concentração de
glicose no sangue, a taxa metabólica e a geração de calor. A medula supra-renal produz
a Adrenalina (epinefrina) e a Noradrenalina (norepinefrina), importantes na ativação dos
mecanismos de defesa do organismo diante de condições de emergência (susto, medo,
ansiedade), preparando o organismo para a fuga ou luta.

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Pâncreas

- O pâncreas está localizado à esquerda do abdome e posterior ao estômago, é responsável


pela produção de 2 hormônios:

- Glucagon: Ativa uma enzima, que fraciona as moléculas de glicogênio do fígado


em moléculas de glicose, que passam para o sangue, elevando a glicemia (taxa de glicose
sanguínea).

- Insulina: Aumenta a captação de glicose pelas células e inibe a utilização de


ácidos graxos, que se deposita no tecido adiposo. No fígado, estimula a captação da
glicose plasmática e sua conversão em glicogênio. Portanto, provoca a diminuição da
concentração de glicose no sangue. Se a glicemia aumenta a secreção de insulina se eleva
também.

Ovários

Os ovários são gônadas femininas responsáveis pela produção dos hormônios:

- Estrógeno: Promove o desenvolvimento dos caracteres sexuais femininos e da parede


uterina (endométrio); estimula o crescimento e a calcificação óssea, inibindo a remoção
desse íon do osso e protegendo contra a osteoporose;

- Progesterona (união do LH com o estrógeno): Promove modificações orgânicas da


gravidez, como preparação do útero para aceitação do óvulo fertilizado e das mamas para
a lactação.

Testículos

- Os testículos são responsáveis pela produção da testosterona, hormônio que dá as


características sexuais secundárias nos homens, como o aparecimento de pelos no tórax,
barba, desenvolvimento da musculatura e pelo impulso sexual.

101
Glândula pineal

- A glândula pineal, ou epífise, é uma glândula endócrina ou seja, ela


produz hormônios que são liberados e transportados na corrente sanguínea a diversos
órgãos-alvo. Essa glândula está localizada no diencéfalo, próximo ao centro do cérebro
dos mamíferos, mede 5 por 8 mm e pesa cerca de 150 mg. A glândula pineal contém
a serotonina, que é precursora do hormônio pela ação da enzima hidroxi-indol-metil-
transferase, a melatonina.

A melatonina é normalmente relacionada à pigmentação da pele nos vertebrados, no


entanto, a glândula pineal e a melatonina também fazem parte do chamado relógio
biológico e regulam as funções relacionadas com a reprodução e as funções dependentes
da duração dos dias e das noites. Esse hormônio também influencia o crescimento e regula
o sono no ser humano.

A produção de melatonina ocorre apenas à noite, na ausência de luz. Assim, a quantidade


secretada desse hormônio depende da duração das noites, e sua concentração, que
aumenta no período noturno, cai durante o dia. A liberação da melatonina pela glândula
pineal é controlada por um grupo de neurônios presentes no hipotálamo e que recebem
estímulos de neurônios especiais sensíveis à luz na retina. Essa glândula é, então, um
transdutor neuroendócrino, pois converte impulsos nervosos em descargas hormonais e
participa do ciclo circadiano (que variam ao longo de 24 horas – circadiano vem do latim
e significa “cerca de um dia”), bem como de outros ciclos biológicos. Alguns estudos
sugerem ainda que a glândula pineal teria uma ação maior sobre as outras glândulas
endócrinas

Dormir bem é um dos processos fisiológicos de maior impacto no nosso bem-estar diário.
Na verdade, a ausência de sono a longo prazo tem efeitos negativos em nossa saúde.

O sono é regulado pela combinação de dois processos. Por um lado, ritmos circadianos.
Por outro lado, o acúmulo de substâncias indutoras do sono no cérebro, como a adenosina.
Sua quantidade depende de vários fatores. Entre outros, o tempo que ficamos acordados
(mais tempo, mais adenosina) ou a qualidade do sono.

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O ritmo circadiano controla o chamado ciclo vigília-sono, dividido em uma fase de
repouso (escuridão-sono) e uma fase de alerta (luz-atividade). Eis o motivo pelo qual está
relacionado ao nosso comportamento ao longo do dia.

O ritmo circadiano (ou ciclo circadiano) em nossa espécie dura cerca de 24 horas, e o
corpo precisa sincronizá-lo com os sinais ambientais. O sincronizador externo mais
importante de nosso ritmo biológico é o ciclo claro-escuro.

Figura 25 – Glândula Pineal – uma importante aliada do bem-estar, saúde e


manifestação de uma realidade diferente.

O uso médico da melatonina é conhecido para o tratamento de problemas como distúrbios


do sono e doenças neurológicas e degenerativas que causam distúrbios no sono e no ritmo
biológico. Também é usada em situações de jet-lag, ou seja, quando há uma alteração
repentina no ciclo circadiano. O jet-lag pode ser observado quando uma pessoa viaja para
uma região de diferente fuso horário.

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A serotonina produzida pela glândula pineal é importante recurso para o bem-estar, pois
interfere no humor e disposição, apetite, dentre outros.

O estresse é comum em uma rotina sem hábitos saudáveis.

Muitas pessoas adoecem devido aos seus pensamentos, sentimentos e comportamentos.

Logo, a mudança de hábitos nocivos por saudáveis pode levar à prevenção das doenças.

104
PRINCIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA ENDÓCRINO

Os hormônios são moléculas químicas produzidas nas glândulas endócrinas, que os


liberam na corrente sanguínea onde são transportados para outros órgãos para produzir os
seus efeitos.

As principais doenças endócrinas são o diabetes mellitus, o hipotireoidismo e o


hipertireoidismo, os nódulos e o câncer de tireoide, a osteoporose e a deficiência da
vitamina D, obesidade e dislipidemias (aumento do colesterol ou triglicerídeos), a
hiperprolactinemia (aumento da produção do hormônio prolactina, que estimula a
produção do leite), a deficiência do hormônio de crescimento e outros transtornos do
crescimento, a síndrome de Cushing (causada pelo excesso da produção de cortisol), a
hipofunção da glândula hipófise, os transtornos na produção dos hormônios sexuais
masculino (testosterona) e feminino (estradiol), a puberdade precoce (quando o
desenvolvimento sexual ocorre antes de 8 anos nas meninas ou 9 anos nos meninos), a
puberdade retardada (quando o desenvolvimento sexual não ocorre até 14 anos nas
meninas e 15 anos nos meninos), infertilidade, o hirsutismo (excesso de pelos nas meninas
e mulheres), transtornos da produção do paratohormônio (hiperparatireoidismo e
hipoparatireoidismo).

- Diabetes:

A Sociedade Brasileira de Diabéticos identificou que, no Brasil, existem mais de 13


milhões de pessoas acometidas pela doença, em sua maioria, pessoas idosas. A diabetes
caracteriza-se pelo aumento dos níveis de açúcar no sangue (glicose), causado por uma
deficiência do organismo na produção de insulina, que é produzida pelo pâncreas, órgão
fundamental para captar a glicose liberada na corrente sanguínea, que facilita a entrada
da glicose no organismo, que a transforma em energia. Essas anomalias no pâncreas
ocorrem por causa da dificuldade que o órgão encontra em promover corretamente a
degradação do açúcar no organismo. Os principais sintomas a observar são: excesso de
sede e fome; aumento na vontade de urinar; perda de peso; fraqueza; fadiga; mudanças
de humor; náusea e vômito.

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Os mais comuns tipos de diabetes são:

- Diabetes tipo 1 (DM1): é geralmente diagnosticada em crianças e jovens adultos.

- Diabetes tipo 2 (DM2): é a forma mais comum de diabetes.

- Diabetes gestacional.

O tratamento mais convencional consiste no uso diário de insulina ou qualquer outro


medicamento prescrito pelo médico que ajude a equilibrar os níveis de glicose no sangue.

Os motivos que causam a diabetes tipo 1 ainda são desconhecidos, e a melhor forma de
prevenção é ter práticas saudáveis, que incluem alimentação adequada, atividades físicas,
evitar o uso de álcool, cigarro e outras drogas.

- Obesidade:

É considerada uma doença, e por conta dos inúmeros problemas inerentes a ela, e,
inclusive, já é considerada uma epidemia, de acordo com a Organização Mundial da
Saúde (OMS). Quem está acometido pela obesidade fica mais suscetível a doenças como:
diabetes; hipertensão; apneia do sono; riscos cardiovasculares, dentre outros. Acontece
por causa de um acúmulo excessivo e anormal de gordura no corpo, que acaba afetando
a saúde do indivíduo. Isso acontece quando a quantidade de calorias ingerida é superior
à quantidade gasta pelo corpo, que acaba por armazenar esse excesso na forma de massa
gorda. Para uma pessoa ser considerada obesa, o seu Índice de Massa Corporal (IMC)
deve ser superior a 35 kg/m2.

- Disfunções da tireoide:

Hipotireoidismo, hipertireoidismo, tireoidite de Hashimoto e nódulos são algumas


doenças causadas por disfunções no sistema endócrino relacionadas à tireoide. Elas têm
em comum serem doenças relacionadas a uma anomalia no funcionamento da tireoide,
uma glândula regulada por outros hormônios produzidos na hipófise e no hipotálamo.
Essa glândula torna-se responsável por controlar a velocidade metabólica do organismo,

106
o que lhe confere um papel essencial no bom funcionamento dele. Qualquer alteração em
suas funções pode causar alterações de humor, na frequência cardíaca, no controle do
apetite, no sono, na libido, entre outros.

- Dislipidemia ou colesterol alto:

Dados divulgados recentemente pela Sociedade Brasileira de Cardiologia apontam que


40% da população, algo estimado em mais de 4 milhões de brasileiros, possuem colesterol
elevado. Essa doença se caracteriza pela alta presença de gordura no sangue, e apresenta
um elevado risco cardiovascular, uma vez que a gordura se acumula nas paredes das
artérias. Esse acúmulo de gordura causa rigidez e espessamento das artérias, obstruindo
a circulação do sangue. Porém, o maior perigo do colesterol alto é o fato de ser uma
doença silenciosa, a qual, se não for devidamente identificada e tratada, poderá
desencadear inúmeros problemas de saúde, como infarto do miocárdio, acidentes
vasculares cerebrais e angina de peito. O tratamento para a dislipidemia é basicamente
uma mudança no estilo de vida, que inclui parar de fumar (pois o fumo é altamente
prejudicial à elasticidade das artérias), evitar bebidas alcoólicas, equilibrar o peso, manter
uma dieta balanceada, praticar atividades físicas regularmente etc.

- Ovários policísticos:

Outra doença comum nas funções endócrinas afeta as gônadas, que são as glândulas
sexuais que produzem as hormonas, como é o caso do testículo e do ovário. A síndrome
dos ovários policísticos (SOP) chega a afetar 6% da população feminina e é mais comum
nos casos de mulheres que apresentam altas taxas de hormônios masculinos. Os sintomas
mais característicos dessa doença são: fluxos menstruais irregulares, acne, obesidade,
queda de cabelo, entre outros. Apesar de ser uma doença que não tem cura, existe uma
grande taxa de sucesso nos tratamentos de controle dos ovários policísticos associados a
atividades físicas regulares, evitar o excesso de peso etc.

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- Síndrome de Cushing ou hipercortisolismo:

É uma alteração hormonal causada pelo aumento dos níveis do hormônio cortisol no
sangue. Alguns sintomas característicos da doença são: aumento rápido de peso, porém
braços e pernas finas; aparecimento de estrias largas e vermelhas na barriga; aparecimento
de pêlos no rosto, principalmente no caso das mulheres; aumento da pressão; diabetes;
diminuição da libido e da fertilidade; ciclo menstrual irregular; fraqueza muscular; pele
mais oleosa e com tendência à acne; dificuldade para cicatrizar feridas; surgimento de
manchas roxas. Em geral, os sintomas surgem ao mesmo tempo e são mais comuns em
pessoas que já sofrem de doenças como artrite, asma, lúpus ou após transplante de órgãos,
situação na qual os pacientes passam meses fazendo uso de corticoides. No caso do
surgimento da doença em crianças, percebe-se um crescimento mais lento, que resulta em
baixa estatura, aumento dos pelos faciais, corporais e calvície. O tratamento para a
síndrome de Cushing deve ser orientado por um endocrinologista e varia conforme a
causa da síndrome. Quando a doença é causada por uso prolongado de corticoides, é
indicada a diminuição ou a suspensão do medicamento, de acordo com a orientação do
médico responsável.

- Feocromocitomas:

Trata-se de tumores, geralmente benignos, que são formados por células que produzem
substâncias adrenérgicas, como a adrenalina. É comum que esses tumores sejam
encontrados nas glândulas suprarrenais ou adrenais, contudo, podem aparecer em outras
glândulas. Esse tipo de tumor, embora benigno, necessita de cirurgia, pois raramente
responde ao tratamento de quimioterapia ou radioterapia.

Algumas características importantes de outras doenças podem ser formuladas:

- Andropausa: Os sintomas são: cansaço, diminuição da força muscular e disfunção


sexual, podem ser decorrentes da diminuição dos hormônios masculinos em razão do

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envelhecimento. A reposição hormonal prescrita por um endocrinologista é uma opção
de tratamento.

- Crescimento: Criança que cresce demais ou que cresce de menos pode estar com
alterações hormonais, nutricionais ou genéticas. Só um endócrino poderá avaliar com
cautela os tratamentos necessários.

- Distúrbios da Menstruação: Alterações do ciclo menstrual (falta de menstruação ou


menstruação mais de uma vez ao mês) podem significar problemas hormonais. A
investigação clínica é o que vai determinar o tratamento adequado.

- Distúrbios da Puberdade: Desenvolvimento de pêlos pubianos e mamas antes da idade


adequada podem indicar distúrbios hormonais na criança. Adolescentes que ainda não
apresentam as características da puberdade também devem ser avaliados.

- Doenças da Suprarrenal: Aumento de peso, estrias avermelhadas, pelos excessivos,


pressão alta ou baixa, puberdade precoce, além do escurecimento da pele podem
significar problemas na glândula suprarrenal, que é responsável por vários hormônios,
entre eles, o cortisol (hormônio do estresse).

- Doenças da Hipófise: Conhecida também como pituitária, a hipófise é uma glândula


localizada na base do cérebro que tem as funções de regular o trabalho das glândulas
suprarrenal, tireoide, testículos e ovários, produzir o hormônio importante para a lactação
(prolactina), o hormônio do crescimento, o hormônio antidiurético e o hormônio chamado
oxitocina, importante para o trabalho de parto. Entre as principais doenças da hipófise,
temos: adenomas hipofisários clinicamente não funcionantes, acromegalia, doença de
Cushing, prolactina, diabetes insípidus (diferente do diabetes mellitus) e hipopituitarismo.

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- Excesso de Pelos: Mulheres com excesso de pelos com padrão de distribuição
masculino (hirsutismo), acne ou amento da musculatura, podem estar com produção
excessiva de hormônios masculinos.

- Menopausa: Decorrente da falência da produção dos hormônios estrógenos e da


atividade reprodutiva pelos ovários, geralmente ocorre entre 45 e 55 anos. Quando
acontece antes dos 40 anos, é denominada menopausa precoce, o que pode aumentar o
risco de doenças cardiovasculares (infarto e derrame) e osteoporose. O tratamento deve
ser individualizado e a terapia hormonal pode ser prescrita por um endocrinologista.

- Osteoporose: É uma doença endócrina caracterizada por enfraquecimento nos ossos.


Sem apresentar sintomas, a osteoporose causa mais de 8,9 milhões de fraturas por ano em
todo o mundo, resultando em fratura osteoporótica a cada 3 segundos, de acordo com a
Federação Internacional da Osteoporose (IOF).

- Tireoide: A principal função da tireoide é a produção de dois hormônios, denominados


T3 e T4, que agem em praticamente todas as funções orgânicas, como controle dos
batimentos cardíacos; transmissões cerebrais, com influência sobre o humor, memória,
atenção, concentração, raciocínio e inteligência; força muscular e metabolismo do tecido
adiposo (gordura); controle da produção e consumo de energia, manutenção da
temperatura corpórea e mecanismos de adaptação ao frio; formação e renovação do osso;
movimentos das alças intestinais (peristaltismo); crescimento; ciclo menstrual e
fertilidade, entre outras.

Hipotireoidismo e hipertireoidismo são duas condições capazes de afetar a glândula da


tireoide, que atua como um verdadeiro centro de controle do organismo. Ela é responsável
por liberar hormônios que mantêm as atividades do cérebro, coração, músculos e outros
órgãos funcionando corretamente, além de ajudar o corpo a usar energia da melhor forma
possível.

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- Hipertireoidismo:

É caracterizado por uma tireoide hiperativa, que produz mais hormônios do que o
necessário para manter o organismo funcionando em sua normalidade. A quantidade
extra de hormônios faz com que o metabolismo se mantenha constantemente
acelerado, e pode surgir também uma protuberância ou inchaço na parte da frente do
pescoço, devido ao aumento do tamanho da glândula. Ele ocorre em aproximadamente
1% da população, sendo que as mais afetadas costumam ser mulheres entre 30 e 40 anos.

Os sintomas, inicialmente, são difíceis de identificar, mas ao longo do tempo podem ficar
mais fortes. Os principais deles são os seguintes:

- Batimento cardíaco irregular,

- Perda de peso e aumento do apetite,

- Suor excessivo,

- Intolerância ao calor,

- Irregularidade nos ciclos menstruais,

- Perturbações emocionais,

- Inchaço na região do pescoço,

- Distúrbios do sono,

- Ansiedade e irritabilidade,

- Fraqueza muscular.

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- Hipotireoidismo:

É caracterizado por uma tireoide deficiente, ou seja, que produz menos hormônios do
que o necessário para que o organismo funcione corretamente. Esta condição é um
pouco mais comum do que o hipertireoidismo, afetando cerca de 3% da população. Ela
também ocorre com mais frequência em mulheres, principalmente nas que têm mais de
50 anos. Muitas mulheres podem sofrer com o hipotireoidismo também no período do
pós-parto.

O hipotireoidismo desacelera o metabolismo, afetando assim diferentes funções do


organismo.

Os sintomas também começam de forma tímida, por isso pode ser difícil perceber que há
um problema com a tireoide. Fique atento se estiver experimentando os seguintes
sintomas:

- Falta de apetite,

- Ganho de peso constante, mesmo sem exagerar no consumo de alimentos,

- Depressão,

- Intolerância ao tempo frio,

- Redução dos batimentos cardíacos,

- Fadiga,

- Prisão de ventre,

- Dificuldade de raciocinar de forma clara,

- Retenção de líquidos,

- Pele pálida ou amarelada.

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SISTEMA NERVOSO

O sistema nervoso controla as funções orgânicas e a integração ao meio ambiente. Ou


seja, ele não só controla e coordena as funções de todos os sistemas do organismo como
também, ao receber estímulos externos, é capaz de interpretá-los e desencadear respostas
adequadas a eles.

O Sistema Nervoso (SN) apresenta três funções básicas:

- Função Sensitiva: os nervos sensitivos captam informações do meio interno e externo


do corpo e as conduzem ao SNC;

- Função Integradora: a informação sensitiva trazida ao SNC é processada ou interpretada;

- Função Motora: os nervos motores conduzem a informação do SNC em direção aos


músculos e às glândulas do corpo, levando as informações do SNC.

- O Sistema nervoso central (SNC) é a porção de processamento e integração das


informações e dos estímulos, que desencadeia respostas. Formado pelo encéfalo (no
crânio) e pela medula espinhal (na coluna vertebral).

- O Sistema nervoso periférico (SNP) liga os nervos espinhais ao encéfalo, constituído


por vias que conduzem os estímulos ao sistema nervoso central ou até os órgãos
efetuadores. Formado pelos nervos cranianos e espinhais, pelos gânglios e pelas
terminações nervosas.

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Figura 26 - Sistema nervoso autônomo simpático e parassimpático. Fonte: Andrade
Filho; Pereira, 2015.

O tecido nervoso compreende os neurônios e as Células da Glia.

114
- Neurônio é a unidade estrutural e funcional do sistema nervoso que é especializada para
a comunicação rápida. Tem a função básica de receber, processar e enviar informações.
Estima-se que no cérebro humano exista aproximadamente 15 bilhões destas células,
responsável por todas as funções do sistema.

Figura 27 - Estrutura de um neurônio. Fonte: Andrade Filho; Pereira, 2015.

Os neurônios são formados por:

- corpo do neurônio (soma): constituído de núcleo e pericário, que dá suporte metabólico


à toda célula;

- axônio (fibra nervosa): prolongamento único e longo, responsável pela condução do


impulso nervoso para o próximo neurônio;

- dendritos: prolongamentos menores em forma de ramificações (arborizações terminais)


que emergem do pericário e do final do axônio, sendo, na maioria das vezes, responsáveis
pela comunicação entre os neurônios através das sinapses.

Cada neurônio, possui uma região receptiva e outra efetora, em relação à condução da
sinalização.

115
- Células da Glia (Neuroglia): células que ocupam os espaços entre os neurônios e tem
como função sustentação, revestimento ou isolamento e modulação da atividade neural.
Os axônios são cobertos por uma membrana denominada bainha de mielina, que possui a
característica de isolante elétrico, impedindo que as cargas elétricas se dispersem. Assim,
condução do impulso nervoso nas fibras mielínicas (com bainha de mielina) e amielínicas
(sem bainha de mielina) difere na sua velocidade, sendo maior nas mielínicas. No trajeto
do axônio, há regiões em que a bainha de mielina é interrompida, gerando a condução
saltatória, nos quais o impulso nervoso é transmitido, aos saltos, aolongo da fibra
(axônio).

O Sistema Nervoso Central – SNC - recebe, analisa e integra informações. É o local onde
ocorre a tomada de decisões e o envio de ordens. Está localizado na caixa craniana e
divide-se em encéfalo e medula. O encéfalo apresenta três partes: cérebro, cerebelo e
tronco encefálico. O tronco encefálico também tem três divisões: mesencéfalo, ponte e
bulbo. No SNC, existem as chamadas substâncias cinzenta e branca. A substância
cinzenta é formada pelos corpos dos neurônios e a branca, por seus prolongamentos.

- A medula espinhal é uma massa cilindroide de tecido nervoso, situada dentro do canal
vertebral. No homem adulto ela mede aproximadamente 45 cm sendo um pouco menor
na mulher. A medula espinal é formada por trinta e um segmentos, cada um dos quais dá
origem a um par de nervos espinais. Ela atua como um caminho pelo qual passam
impulsos que vão ou vem do encéfalo para várias partes do corpo.

- O encéfalo é composto por: cérebro, tronco encefálico e cerebelo. O cérebro responde


pelas funções nervosas mais elevadas, contendo centros para interpretação de estímulos
bem como centros que iniciam movimentos musculares. Ele armazena informações e é
responsável também por processos psíquicos altamente elaborados, determinando a
inteligência e a personalidade. Está dividido em 2 hemisférios (direito e esquerdo) e cada
hemisfério é dividido em 4 lobos: o frontal, o parietal, o occipital e o temporal. O tronco
encefálico, que se divide em mesencéfalo, ponte e bulbo, conecta a medula espinal com

116
as estruturas encefálicas localizadas superiormente. Além de ser a origem dos nervos
cranianos, é sede de várias funções ligadas ao controle das atividades involuntárias, como
a função respiratória; e das emoções. O cerebelo atua na manutenção do equilíbrio
corporal e como coordenador dos movimentos da musculatura esquelética, recebendo
informações de diversas partes do corpo.

Figura 28 - Sistema Nervoso Central. Fonte: Andrade Filho; Pereira, 2015.

O tecido do SNC é muito delicado. Por esse motivo, apresenta um elaborado sistema de
proteção que consiste das seguintes estruturas: esqueleto, meninges, líquido cérebro-
espinhal (líquor) e barreira hematoencefálica. As estruturas esqueléticas são a caixa
craniana e coluna vertebral, também denominada raque. As meninges são membranas
conjuntivas, situadas sob a proteção esquelética e que se dividem em: dura-máter

117
(externa), aracnoide (do meio) e pia-máter (interna). Entre as meninges aracnoide e pia-
máter há um espaço preenchido por um líquido denominado líquido cérebro-espinhal, que
é um fluido aquoso e incolor com a função primordial de proteção mecânica do sistema
nervoso central.

O sistema nervoso periférico – SNP - é composto por terminações nervosas, gânglios e


nervos. Estes são cordões esbranquiçados formados por fibras nervosas unidas por tecido
conjuntivo e que têm por função levar ou trazer impulsos ao SNC ou receber do SNC. As
fibras aferentes ou sensitivas levam impulsos ao SNC, enquanto as fibras eferentes ou
motoras trazem os impulsos do SNC. Os nervos são divididos em dois grupos: Nervos
Cranianos e Nervos Espinais. Os nervos espinais são formados pela fusão de duas raízes,
com fibras motoras (eferentes) e fibras sensitivas (aferentes). Existem 31 pares de nervos
que mantêm contato com a medula, assim distribuídos:

- 8 pares CERVICAIS,

- 12 pares TORÁCICOS,

- 5 pares LOMBARES,

- 5 pares SACRAIS;

- 1 par COCCÍGEOS.

Os nervos cranianos são doze pares de nervos que fazem conexão com o encéfalo. Os
dois primeiros têm conexão com o cérebro e os demais com o tronco encefálico. Os
nervos cranianos são mais complexos que os espinais e dividem-se em: I - OLFATÓRIO
II - ÓPTICO III - OCULOMOTOR IV - TROCLEAR V - TRIGÊMIO VI -
ABDUCENTE VII - FACIAL VIII - VESTÍBULOCOCLEAR IX -
GLOSSOFARÍNGEO X - VAGO XI - ACESSÓRIO XII – HIPOGLOSSO.

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As terminações nervosas existem na extremidade de fibras sensitivas e motoras. São
estruturas especializadas para receber estímulos físicos ou químicos na superfície ou no
interior do corpo. Ex: cones e bastonetes da retina são estimulados somente pelos raios
luminosos; os receptores do ouvido apenas por ondas sonoras; os gustativos por
substâncias químicas capazes de determinar as sensações de doce, azedo, amargo; na pele
e nas mucosas existem receptores especializados para os agentes causadores de calor, frio,
pressão e tato.

Os gânglios são acúmulos de neurônios fora do SNC e se apresentam, em geral, como


uma dilatação. Do ponto de vista funcional pode-se dividir o sistema nervoso em SN
somático e SN visceral. O Sistema Nervoso Visceral ou Involuntário corresponde ao
conjunto de estruturas nervosas, centrais e periféricas, que se ocupam do controle do meio
interno, e que inervam as vísceras. O Sistema Nervoso Somático Ou Voluntário, também
formado por estruturas centrais e periféricas, têm por função a interação do organismo
com o meio externo.

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Figura 29 – Nervos cranianos. Fonte: Atlas do Corpo Humano. Netter, 2011.

120
PRINCIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA NERVOSO

Doenças neurológicas degenerativas são os distúrbios que afetam o sistema nervoso, que
é composto pelo cérebro, pela medula espinhal e pelos nervos. Como esse sistema está
envolvido em muitas funções do corpo, elas podem se manifestar de diversas formas. Em
muitos casos, as doenças neurológicas são degenerativas, ou seja, elas não têm cura, o
que significa que a condição avança com o passar do tempo, trazendo um grau de
comprometimento ainda maior. Também chamadas de doenças neurodegenerativas, elas
causam a destruição gradual e irreversível dos neurônios (células do sistema nervoso), de
forma que as pessoas afetadas apresentam sintomas progressivamente mais intensos.
Alguns exemplos são o Mal de Parkinson, Escleroses e o Mal de Alzheimer.

- Mal de Parkinson:

Doença associada à idade, o mal de Parkinson é caracterizado pelo comprometimento


motor, geralmente acompanhado por tremores. Esportes de impacto na cabeça, como
boxe e MMA, podem favorecer o surgimento da doença.

- Mal de Alzheimer:

O comprometimento da memória é um dos sintomas mais marcantes da doença, que


avança junto ao envelhecimento da população no país. É possível refrear os sintomas dela,
exercitando o cérebro de diversas maneiras.

- Aneurisma e Acidente Vascular Cerebral (AVC):

Dieta inadequada e sedentarismo são as principais causas do acidente vascular cerebral,


causado pelo enfraquecimento ou obstrução dos vasos sanguíneos.

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- Depressão:

Depressão é uma doença psiquiátrica crônica e recorrente que produz alteração do humor
caracterizada por tristeza profunda e forte sentimento de desesperança. É essencial
identificar sintomas e procurar ajuda médica.

- Esclerose múltipla:

A esclerose múltipla é uma doença neurodegenerativa mais comum em mulheres de 20 a


40 anos. Ela provoca lesões no cérebro devido a uma condição autoimune, na qual o
sistema imunológico ataca o revestimento dos neurônios, chamado de bainha de mielina.
Essa doença se caracteriza por episódios imprevisíveis, ou seja, seus sintomas vão e
voltam. No início, a esclerose múltipla costuma apresentar sintomas transitórios e leves,
como alterações menores na visão ou em outros sentidos. Com o passar do tempo, podem
surgir manifestações como visão dupla, perda visual, fraqueza, formigamento nas pernas,
desequilíbrio e tremor. Embora ainda não tenha cura, a doença pode ser controlada de
várias formas. O desafio é evitar as crises, pois são nelas que novos comprometimentos
funcionais podem surgir.

- Distonia:

Embora seja uma doença com elevado índice de comprometimento motor, a distonia pode
ser completamente controlada com tratamento cirúrgico à base de estimulação elétrica.

- Enxaqueca:

É uma doença que pode ser completamente incapacitante em seus momentos de crise.
Nas mulheres que usam anticoncepcional, a enxaqueca pode aumentar a incidência de
acidente vascular cerebral.

- Adenoma da glândula pituitária:

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O tratamento desse tipo de tumor é delicado, devido aos transtornos hormonais e riscos à
visão que pode representar.

- Epilepsia:

É definida como uma alteração na atividade elétrica do cérebro, temporária e reversível.

Na verdade, a epilepsia não se trata de uma doença, e sim de um sintoma que pode
aparecer em diferentes formas clínicas, podendo levar a manifestações motoras,
sensitivas, sensoriais, psíquicas ou neurodegenerativas. Tem como etiologia fatores que
podem lesar os neurônios ou a forma de comunicação entre eles, como: traumatismos
cranianos, resultantes de cicatrizes cerebrais; traumatismo de parto; algumas drogas e
substâncias tóxicas; interrupção do fluxo sanguíneo para o cérebro decorrente de um AVC
ou problemas cardiovasculares; doenças infecciosas ou tumores.

- Esclerose lateral amiotrófica (ELA)

Os principais sintomas da esclerose lateral amiotrófica são o endurecimento e a fraqueza


dos músculos em dos lados do corpo acompanhados pela perda de massa muscular
(atrofia), que evoluem gradualmente para a paralisia.

Com o passar do tempo, a ELA impossibilita que a pessoa realize tarefas simples do dia
a dia, como se levantar, segurar objetos, subir escadas, falar e se alimentar, podendo afetar
também os músculos envolvidos na respiração. Apesar disso, a capacidade cognitiva é
preservada, o que faz com que o paciente tenha consciência de seu quadro. Um exemplo
bastante conhecido de paciente com ELA foi o famoso cientista Stephen Hawking, que
conviveu com a doença dos 21 aos 76 anos.

- Distrofia muscular:

Distrofia muscular é um grupo com mais de 30 doenças neurológicas degenerativas que


afetam os músculos. As causas dessas doenças estão em mutações genéticas, algumas das

123
quais podem ser hereditárias enquanto outras acontecem espontaneamente na geração do
embrião. Dependendo do tipo de distrofia muscular, a pessoa pode apresentar desde
sintomas leves que evoluem de forma lenta, sem prejuízo para as funções, até sintomas
severos que causam fraqueza intensa e afetam os músculos involuntários, levando a
problemas respiratórios e cardíacos.

- Atrofia muscular espinhal (AME):

A atrofia muscular espinhal é uma doença genética que se manifesta por fraqueza e atrofia
muscular progressiva, resultando em dificuldades para realizar movimentos considerados
simples, como andar, se sentar, se levantar e manter a cabeça erguida. A AME pode surgir
desde o nascimento até a vida adulta, sendo mais severa conforme a precocidade do início
dos sintomas. Com o passar do tempo, ela pode causar escoliose, dificuldade na
deglutição e dificuldade respiratória.

124
SISTEMA SENSORIAL

O ser humano apresenta 5 órgãos que permitem o contato e interação com o meio
ambiente. São órgãos fundamentai do corpo, como a Língua – para a gustação (Paladar),
Fossas nasais – para o olfato, Pele – para o tato, Ouvidos – para a audição, Olhos – para
a visão. Os órgãos dos sentidos recebem os estímulos e os transmitem ao cérebro, através
de nervos sensoriais. O cérebro então entende a mensagem produzindo a sensação.

- Tato: o órgão do tato é a pele. Ela apresenta muitos receptores sensoriais, para os
diferentes estímulos. Os receptores sensoriais são formados por fibras nervosas, que se
organizam formando diferentes corpúsculos sensoriais, que permitem identificar o
formato, peso e características dos objetos; ou ainda perceber os diferentes estímulos da
pele (Corpúsculos de Meissner – tato; Corpúsculos de Krause – frio; Corpúsculos de
Ruffini – calor; Corpúsculo de Paccini – pressão).

A dor é percebida por terminações nervosas livres que chegam até a pele. Portanto estas
terminações livres não formam corpúsculos sensoriais A pele é o maior órgão do corpo
humano, num adulto sua massa é de mais ou menos 5kg.

- Paladar: a distinção dos sabores se faz pelo sentido da gustação, chamado também de
paladar. O órgão da gustação é a língua. A língua apresenta 2 superfícies: Dorsal: com
numerosas rugosidades chamadas de papilas linguais; Ventral: apresenta-se relativamente
lisa. Nas papilas linguais existem os corpúsculos gustativos, especializados em sentir o
gosto. As papilas percebem 4 tipos básicos de gosto, mas cada sabor é sentido com maior
intensidade em determinada região da língua: O doce é o salgado são percebidos com
maior intensidade na ponta; O azedo é percebido nas bordas; O amargo é sentido na base.

125
- Olfato: as fossas nasais são responsáveis pelo olfato. O homem tem o olfato pouco
desenvolvido, apesar disto somos capazes de distinguir certos alimentos e bebidas pelo
cheiro. Na parte superior das fossas nasais, a mucosa que constituem as terminações do
nervo olfativo. O ar transporta, até as fossas nasais, substâncias diversas que sensibilizam
as células olfativas. Então a mensagem é conduzida pelo nervo olfativo até o cérebro,
onde é interpretada.

- Audição: capacidade de ouvir sons. Os órgãos da audição são os ouvidos. Sons muitos
agudos ou muito grave não são percebidos pelo ouvido humano. Os ouvidos ficam
encaixados nos ossos temporais e tem a função da audição e manutenção do equilíbrio.
Cada ouvido possui três partes: Ouvido externo: formado por 2 partes: o Pavilhão da
orelha: Formado por cartilagem e pele, com a função de captar os sons, direcionando-os
para o interior do conduto auditivo. o Meato acústico externo: canal que conduz o som
para o interior do ouvido. Existem pêlos e glândulas que produzem o cerúmem (cera
amarelada), para proteção do ouvido contra a entrada de corpos estranhos. Ouvido médio
(caixa do tímpano): situado dentro do osso temporal. Nele se encontra o tímpano, fina
membrana que forma uma cavidade com o ar oriundo da nasofaringe. No ouvido médio
existem ainda 3 pequenos ossos: bigorna, martelo e estribo. Eles recebem a vibração da
membrana do tímpano. Do ouvido médio sai um canal, a tuba auditiva, que vai até a
faringe. Sua função é manter a pressão da caixa do tímpano igual à pressão atmosférica.
Ouvido interno (labirinto): divide-se em 3 partes: o Vestíbulo: cavidade separada pelo
ouvido médio e janela oval; o Canais semicirculares: 3 tubos em forma de semicírculos;
o Cóclea: canal de 2,5 cm, com forma de espiral.

- Visão: os olhos são os órgãos responsáveis pela visão, contendo 2 globos oculares, cada
um com uma parede formada por três membranas: Esclerótica: membrana mais externa,
de cor branca e opaca. Na parte da frente, apresenta uma saliência e é transparente,
recebendo o nome de córnea. Coroide: localizada sobre a esclerótica, rica em vasos
sanguíneos. O sangue circula nessa membrana e nutre as células do olho. Na parte da
frente, a coroide apresenta uma região circular, a íris. No centro da íris há um orifício, a
pupila, que se adapta à luz incidente.

126
Retina: Camada mais interna e sensível do globo ocular. O campo de visão é
relativamente limitado, embora tridimensional e com profundidade. Quando um objeto é
visto, a luz que ele emite penetra no olho, atravessando todos os meios transparentes até
chegar à retina, onde a imagem é percebida. Então a imagem é conduzida pelo nervo
óptico até o cérebro, onde é interpretada. Aquilo que se enxerga constitui uma resposta
do cérebro ao estímulo recebido pela retina.

Defeitos da visão:

- Miopia (olho longo): As imagens se formam antes da retina. Usam-se então lentes
divergentes, que afastam as imagens fazendo-as coincidir com a retina.

- Hipermetropia (olho curto): As imagens se formam após a retina.

- Astigmatismo (deformação da córnea): Ocorre o desvio da imagem. Nesse caso, a


correção é feita com o auxílio de lentes cilíndricas.

As pálpebras são 2 pregas que protegem os olhos, evitando a entra de objetos estranhos;
os cílios estão presos às pálpebras e protegem os olhos contra a poeira; as sobrancelhas:
situam-se acima dos olhos. Formam uma barreira contra o suor que escorre da testa.

Em cada olho existe uma glândula lacrimal, que fabrica um líquido chamado lágrima. A
função deste líquido é lubrificar e limpar o globo ocular, além de remover a sujeira.

127
PRINCIPAIS DOENÇAS DO SISTEMA SENSORIAL

- Disgeusia ou perda do paladar:

O funcionamento das papilas gustativas é interrompido de alguma forma. Ela pode


acontecer de duas maneiras: sinalizando distorções ou diminuindo o senso do paladar.
Quando um alimento ou bebida entra em contato com a saliva, as papilas gustativas são
ativadas e passam a transferir a informação para o sistema nervoso, assim identificando
o sabor. Se algum problema surge no meio dessa atividade, então a transferência de
sensações não é feita de maneira adequada, e, como consequência, não é sentido o sabor
dos alimentos. O gosto se torna metalizado e ocorre a sensação de ardência.

- Neuropatia Periférica ou Perda do tato:

A perda do tato manifesta-se principalmente na diminuição da sensibilidade nas mãos e


nas plantas dos pés. Na maioria dos casos, os sintomas são leves e quase imperceptíveis,
porém, em algumas situações ocorre que a pessoa demora mais para perceber a dor.

Os nervos da pele reagem ao toque, temperatura, dor e coceira. Existem cerca de vinte
diferentes receptores na pele que são responsáveis por informar o cérebro sobre os eventos
e sensações no corpo. Podem ser diversas as causas relacionadas a essa condição,
mas todas elas são ligadas ao envelhecimento.

O principal problema relacionado à perda do tato está relacionado com a diminuição da


sensação de onde os membros estão posicionados, o que altera o equilíbrio. Por isso, a
perda no tato é um dos principais fatores para a queda em idosos.

- Perda da visão:

A perda súbita da visão tem três causas gerais: opacidade de estruturas oculares
normalmente transparentes; anormalidades da retina (estrutura no fundo do olho que

128
detecta a luz); anormalidade dos nervos que conduzem os sinais visuais do olho para o
cérebro (como o nervo óptico e os caminhos visuais).

Qualquer coisa que impeça a passagem da luz do ambiente até o fundo do olho ou que
interrompa a transmissão dos impulsos nervosos do fundo do olho para o cérebro afeta a
visão. Nos Estados Unidos, a cegueira legal é definida como acuidade visual de 20/200
ou pior no olho melhor, mesmo após correção com óculos ou lentes de contato, ou campo
visual restrito a menos de 20° no olho melhor. Muitas pessoas que são consideradas
legalmente cegas conseguem distinguir formas e sombras, mas não os pequenos detalhes.

- Ectasias de córnea:

Doença mais rara, é o afinamento corneal central ou paracentral. A pessoa com essa
condição enxerga imagens múltiplas fantasmas e pontos espalhados. No geral, a
progressão maior ocorre na adolescência e pode ser associada com síndromes de Down e
de Marfan, alergias e catarata. O problema pode ser corrigido com lentes de contato
rígidas e, em casos mais avançados, com transplante de córnea.

- Ametropia:

Distúrbio de visão muito comum decorrente da focalização inadequada da luz que chega
à retina, prejudicando a nitidez da imagem. Pode ser corrigido com óculos, lentes de
contato e até cirurgia em alguns casos. Apresenta diversos tipos, como:

- Miopia:

Dificuldade de enxergar objetos distantes. Acontece quando o olho é mais longo do que
o normal, o que faz com que os raios de luz sejam focalizados antes da retina, ou por
causa de alterações da curvatura da córnea ou do cristalino.

129
- Hipermetropia:

Ao contrário da miopia, é a dificuldade de enxergar objetos próximos. Acontece quando


o olho é mais curto, fazendo com que os raios de luz sejam focalizados atrás da retina.
Também pode ocorrer devido a alterações no formato da córnea ou do cristalino.

- Astigmatismo:

Irregularidade da curvatura da córnea. E o efeito é a distorção da imagem, já que os raios


de luz não chegam ao mesmo ponto da retina.

- Presbiopia:

Conhecido como “vista cansada”, que normalmente ocorre a partir dos 40 anos e cujo
sintoma é a dificuldade de focar objetos próximos. A causa principal é a perda da
capacidade de contração do músculo ciliar associada ao enrijecimento do cristalino.

- Conjuntivite:

Inflamação de origem infecciosa ou alérgica que causa coceira, lacrimejamento


excessivo, hipersensibilidade à luz e sensação de areia nos olhos, e dura entre cinco e sete
dias. O tratamento é baseado no uso de lágrimas artificiais, anti-histamínicos e
antibióticos tópicos.

- Catarata:

Doença que afeta o cristalino, a lente natural dos olhos. Com o envelhecimento, a região
começa a ficar opaca e a perder a transparência, dificultando a visão. Existem também
casos congênitos, quando o bebê nasce com a catarata, e secundários, quando a doença é
provocada pelo uso de corticoides, doenças metabólicas, traumas, entre outros. O
tratamento é cirúrgico.

130
- Glaucoma:

A doença, que tem como principal causa a pressão intraocular elevada, atinge o nervo
óptico (que leva as imagens ao cérebro para que possamos enxergar) e envolve a perda
irreversível de células da retina. O sintoma é a perda gradativa da visão e o tratamento
pode ser feito com colírios ou até cirurgia.

- Blefarite:

Inflamação da parte externa da pálpebra, cujos sintomas são queimação, coceira e


vermelhidão, entre outros. A causa pode ser infecciosa, inflamatória ou pelo acúmulo de
secreção das glândulas de gordura.

- Heterocromia:

Anomalia genética benigna em que a pessoa tem olhos de cores distintas, como os do
cantor David Bowie, ou duas cores em um mesmo olho. Se desenvolvida ao longo da
vida, pode ser consequência de glaucoma, inflamação na íris, sangramento provocado por
algum trauma, diabetes, entre outras doenças.

- Degeneração macular:

Perda visual central, bilateral, gradual e indolor nos idosos.

- Retinopatia diabética:

Visão flutuante e turva, diminuição da sensibilidade ao contraste, problemas em conduzir


à noite, dificuldade em discriminar cores, existência de manchas no campo visual e
cegueira completa.

131
- Perda da audição:

Cerca de meio bilhão de pessoas, quase 8% da população mundial, apresenta perda de


audição. A incidência aumenta com a idade. Mais de um terço das pessoas acima dos
65 anos e mais da metade das pessoas acima de 75 anos são afetadas.

A maioria das perdas auditivas se desenvolve lentamente, ao longo do tempo.


Entretanto, a perda súbita ocorre em cerca de uma a cada 5.000 pessoas até uma a cada
10.000 pessoas a cada ano nos Estados Unidos.

Diferentes partes do trajeto da audição podem ser afetadas, e a perda é classificada como
condutiva, neurossensorial, ou mista, dependendo da parte do trajeto que é afetada.

Perda auditiva condutiva ocorre quando algo impede o som de atingir as estruturas
sensoriais no ouvido interno. O problema pode envolver o canal auditivo externo, o
tímpano (membrana timpânica - MT), ou o ouvido médio.

Perda auditiva neurossensorial ocorre quando o som alcança o ouvido interno, mas
ou o som não pode ser traduzido em impulsos nervosos (perda sensorial), ou os impulsos
nervosos não são conduzidos ao cérebro (perda neural). A distinção entre perda
sensorial e neural é importante porque a perda auditiva sensorial por vezes é reversível
e raramente representa um risco de vida. Uma perda auditiva neural raramente se reverte
e pode ser devido a um tumor cerebral que representa risco de vida, comumente um
tumor do ângulo pontocerebelar. Outro tipo de perda neurossensorial é denominado
transtorno do espectro da neuropatia auditiva, quando o som pode ser detectado, mas o
sinal não é enviado corretamente para o cérebro.

Perda mista envolve ambas as perdas, condutiva e neurossensorial. Ela pode ser
causada por lesões graves da cabeça, infecção crônica, ou um dos muitos distúrbios
genéticos raros.

132
- Labirintite:

Labirintite designa um problema que pode comprometer tanto o equilíbrio quanto a


audição, porque afeta o labirinto, que é uma estrutura interna do ouvido, constituído pela
cóclea (responsável pela audição) e pelo vestíbulo e canais semicirculares (responsáveis
pelo equilíbrio).

Processos inflamatórios, infecciosos e tumorais, doenças neurológicas, compressões e


alterações genéticas podem provocar crises de labirintopatias e vestibulopatias, entre elas
a labirintite.

A labirintite se manifesta, em geral, depois dos 40 ou 50 anos, decorrente de alterações


metabólicas e vestibulares. Níveis aumentados de colesterol, triglicérides e ácido
úrico podem acarretar alterações dentro das artérias que reduzem a quantidade de sangue
circulando em áreas do cérebro e do labirinto.

133
CONSIDERAÇÕES FINAIS

A medicina integrativa tem como principal diferencial a atuação humanizada e


compreensão do paciente na sua totalidade.

Desequilíbrios no organismo são vistos, na medicina funcional, como sinais de que algo
precisa ser alterado no estilo de vida do paciente. A mudança, então, vem de dentro para
fora.

No caso de desequilíbrios hormonais, é preciso investigar o que está desencadeando o


problema. Problemas emocionais, tais como estresse, ansiedade e depressão, também
afetam o equilíbrio do organismo e são considerados nessa investigação.

Por fim, é importante entender que o organismo funciona por meio de um complexo
sistema de feedback entre o meio interno e externo. Com um estilo de vida mais saudável,
alimentação completa e variada, prática de atividade física, boas noites de sono e controle
do estresse, os ciclos internos do corpo tendem a se regular naturalmente.

Somos mais que matéria. A matéria interfere no corpo energético e o corpo energético
reflete no corpo material. Pensamentos, sentimentos, crenças, comportamentos e hábitos
estão contidos no termo saúde. A intervenção integral ou holística (completa) está cada
vez mais presente, sendo que a prevenção será sempre a melhor escolha.

134
O conteúdo desta apostila tem o objetivo de trazer conceitos básicos de
anatomia e fisiologia humana, em razão da estruturação do corpo
humano.

Conteúdos pertinentes em relação à definição de saúde devem ser


explorados após o entendimento destes princípios anatômicos, em prol
de auxiliar na compreensão de como aplicar técnicas terapêuticas
visando o bem-estar e qualidade de vida, de modo integrativo.

Lembrem-se que a medicina e tratamentos convencionais NUNCA


devem ser descartados.

135
REFERÊNCIAS

Artigo: As células possuem memória. Disponível em:


<https://www.scielo.br/j/abmvz/a/cN3W9NYhCT3jxT4mSxXTBKx/?format=pdf&lang
=pt>.

Livros:

Andrade Filho, E. P.; Pereira, F. C. Anatomia Geral. Sobral: Instituto Superior de


Teologia Aplicada, 2015.

Dângelo, J. G.; Fattini, C. A. Anatomia Humana Sistêmica e Segmentar. 2ed. São


Paulo: Atheneu, 2001.

Guyton, Arthur C. Fisiologia humana. 6ª Ed. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, 1998.

Netter, Frank H. Fattini, C.A. Anatomia Básica dos Sistemas Orgânicos. São
Paulo:Atheneu, 1997.

Gardner, Ernest. Anatomia: Estudo Regional do Corpo Humano. 4ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 1998.

Silverthorn, Dee U. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 7ªEd, Porto Alegre:
Artmed, 2017.

Sobotta, J. Atlas de Anatomia Humana. 21ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan ,
2000.

Tortora, Gerald J.; Grabowski, Sandra Reynolds. Princípios de Anatomia e Fisiologia.


9ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.

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