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Sumário
UNIDADE I ...................................................................................................................... 4
Introdução a anatomia ..................................................................................................... 4
Posição Anatômica .......................................................................................................... 5
Planos Seccionais ........................................................................................................... 6
Planos de Delimitação ................................................................................................... 10
Divisão do Corpo Humano............................................................................................. 10
Cavidades ..................................................................................................................... 11
UNIDADE II ................................................................................................................... 13
Citologia ........................................................................................................................ 13
As Principais Diferenças entre DNA e RNA ................................................................... 14
Organelas Celulares ...................................................................................................... 20
Multiplicação Celular ..................................................................................................... 24
Histologia ...................................................................................................................... 25
Classificação dos Tecidos: ............................................................................................ 25
UNIDADE II ................................................................................................................... 27
Sistema Tegumentar ..................................................................................................... 27
Camadas da Pele .......................................................................................................... 27
Glândulas da Pele ......................................................................................................... 30
UNIDADE IV ................................................................................................................. 32
Sistema Esquelético ...................................................................................................... 32
Histologia do Tecido Ósseo ........................................................................................... 32
Classificação dos Ossos ............................................................................................... 34
Anatomia do Osso ......................................................................................................... 35
Tecido Cartilaginoso ...................................................................................................... 52
Articulações ................................................................................................................... 53
Classificação das Articulações ...................................................................................... 54
Movimentos Crticulares ................................................................................................. 55
UNIDADE V .................................................................................................................. 56
Sistema Muscular .......................................................................................................... 56
Funções dos Músculos .................................................................................................. 56
Tipos de Músculos......................................................................................................... 58
Musculatura da Face ..................................................................................................... 58
Musculatura dos Membros Superiores .......................................................................... 59
Musculatura do Tronco .................................................................................................. 60
Músculos dos Membros Inferiores ................................................................................. 62
UNIDADE VI ................................................................................................................. 65
Órgãos dos Sentidos ..................................................................................................... 65

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UNIDADE VII ................................................................................................................ 69
Sistema Nervoso ........................................................................................................... 69
UNIDADE VIII ............................................................................................................... 74
Sistema Respiratório ..................................................................................................... 74
Movimentos Respiratórios ............................................................................................. 81
Controle da Respiração ................................................................................................. 82
UNIDADE IX ................................................................................................................. 85
Sistema Cardiovascular ................................................................................................. 85
Coração......................................................................................................................... 86
Ciclo Cardíaco ou Contração do Coração ..................................................................... 91
Vasos Sanguíneos ........................................................................................................ 92
Sangue .......................................................................................................................... 95
Tipos de Circulação ....................................................................................................... 97
Tipos de Sangue ........................................................................................................... 99
Atividade Elétrica Cardíaca ........................................................................................... 99
UNIDADE X ................................................................................................................ 101
Sistema Digestório ...................................................................................................... 101
Trato Gastrointestinal .................................................................................................. 103
Glândulas Anexas. ...................................................................................................... 112
UNIDADE XI ............................................................................................................... 117
Sistema Endócrino ...................................................................................................... 117
UNIDADE XII .............................................................................................................. 123
Sistema Linfático ......................................................................................................... 123
Sistema Imunológico ................................................................................................... 126
UNIDADE XIII ............................................................................................................. 129
Sistema Urinário .......................................................................................................... 129
Componente do Sistema Urinário ................................................................................ 129
Formação da Urina ...................................................................................................... 134
Esfíncter Uretral .......................................................................................................... 137
Regulação da Função Renal ....................................................................................... 137
UNIDADE XIV ............................................................................................................ 139
Sistema Reprodutor..................................................................................................... 139
Sistema Reprodutor Masculino .................................................................................... 139
Sistema Reprodutor Feminino ..................................................................................... 143
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA................................................................................. 150

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UNIDADE I

Introdução a anatomia

Conceito de Anatomia: A anatomia (Ana= em partes; tomia=cortar) Palavra grega


que significa cortar em partes, cortar separado sem destruir os elementos componentes.
Se for estudada pela dissecação de peças previamente fixadas por soluções apropriadas.

ANATOMIA: É a ciência que estuda macro e microscopicamente, a constituição e o


desenvolvimento dos seres organizados, ou seja, é a ciência que estuda o corpo humano.

FISIOLOGIA: É a ciência que estuda o funcionamento do organismo humano.

 A Anatomia e a Fisiologia humana são áreas de estudo relacionadas


intimamente.

✓ SISTEMAS QUE EM CONJUNTO COMPÕEM O ORGANISMO:


Sistema tegumentar
Sistema esquelético
Sistema muscular
Sistema nervoso
Sistema circulatório
Sistema respiratório
Sistema digestivo
Sistema urinário
Sistema genital
Sistema endócrino
Sistema sensorial

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Variações anatômicas
Quando observamos um grupo de humanos evidenciamos diferenças morfológicas
entre os elementos que compõem o grupo, chamado de variação anatômica. Elas se
apresentam internamente e externamente sem prejuízo funcional para o indivíduo.
Fatores gerais de variação
 Idade
 Sexo
 Raça
 Biotipo
 Evolução

 Normalidade – Padrão do corpo do indivíduo, que ocorre na maioria dos casos e é


mais frequente estatisticamente;
 Anomalia – Variações morfológicas que acarretam prejuízo funcional;
 Monstruosidade – Anomalia acentuada incompatível com a vida.

Posição Anatômica
Deve-se considerar a posição ereta, isto é, de pé, com a
face voltada para frente, olhar para o horizonte, membros
superiores estendidos, ao lado do tronco com as palmas da
mão voltada para frente. Membros inferiores unidos e dedos
dos pés dirigidos para frente.

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Planos Seccionais
Os planos seccionais são como se uma serra cortasse o corpo em determinadas
direções. Existem os planos: Sagital, plano coronal e plano transversal.

 Plano Sagital: É o plano que se


estende verticalmente ao longo do
corpo dividindo-o igualmente em
metades direita e esquerda.

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 Plano Frontal/ Coronal: são planos verticais que
atravessam o corpo, dividindo-o em partes
anterior (frontal) e posterior (dorsal).

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 Planos transversos: são planos horizontais que
dividem em partes superior e inferior.

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TERMO DEFINIÇÃO EXEMPLO

Mais próximo da
Superior (cranial, céfálico) O tórax é superior ao abdome
cabeça; para cima

Mais afastado da As pernas são inferiores ao


Inferior (caudal)
cabeça; para baixo tronco

Mais próximo da O umbigo está no lado


Anterior (ventral)
frente do corpo anterior do corpo

Mais próximo do Os rins são posteriores ao


Posterior (dorsal)
dorso do corpo intestino

Mais próximo da linha O coração é medial aos


Medial
mediana do corpo pulmões

Mais afastado da linha As orelhas são laterais ao


Lateral
mediana do corpo nariz

Mais afastado da
Interno (profundo) O encéfalo é interno ao crânio
superfície do corpo

Mais próximo da A pele é externa aos


Externo (superficial)
superfície do corpo músculos
Mais próximo do
Proximal O joelho é proximal ao pé
tronco do corpo
Mais afastado do
Distal A mão é distal ao cotovelo
tronco do corpo

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Planos de Delimitação

Divisão Do Corpo Humano


O corpo humano divide-se em cabeça, pescoço, tronco e membros. A cabeça
corresponde à extremidade superior do corpo estando unida ao
tronco por uma porção estreitada, o pescoço.

O tronco compreende o tórax e o abdome com as


respectivas cavidades torácica e abdominal; a cavidade
abdominal prolonga-se inferiormente na cavidade pélvica. Dos
membros, dois são superiores ou torácicas e dois inferiores ou
pélvicos. Cada membro apresenta uma raiz, pela qual esta
ligada ao tronco, e uma parte livre. A chave seguinte inclui as
partes principais do corpo humano:

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Cabeça

Pescoço

Corpo
Humano Tórax
Tronco
Abdômen

Braço: úmero

Superior Anti-braço: rádio e ulna

Mão: carpo, metacarpos e falanges


Membros
Coxa: fêmur

Inferior Perna: tíbia e fíbula

Pé: tarso, metatarso e falanges

Cavidades
O corpo humano possui duas cavidades principais, a dorsal e a ventral, cuja a
finalidade é proteger, sustentar e separar os órgãos internos.
A cavidade dorsal está localizada próximo à superfície posterior do corpo. Ela é
formada pela cavidade craniana, composta pelos ossos do crânio e pelo encéfalo, e pelo
canal vertebral, composto pelos ossos da coluna vertebral e pela medula espinhal.
A cavidade ventral está localizada na face anterior do corpo e protege os órgãos
chamados vísceras. Também apresenta duas subdivisões: a cavidade torácica, que abriga
os pulmões, o coração e o mediastino e é separada da cavidade abdomino pélvica pel
diafragma. A cavidade abdomino pélvica compreende a cavidade abdominal, constituída
pelo estomago, baço, fígado, vesícula biliar, pâncreas, intestino delgado e quase todo o
intestino grosso, e a cavidade pélvica, composta pela parte distal do intestino grosso, pela
bexiga e pelos órgãos genitais internos.

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UNIDADE II
Citologia

DNA E RNA
DNA e RNA são ácidos nucleicos que possuem diferentes estruturas e funções.
Enquanto o DNA é responsável por armazenar as informações genéticas dos seres vivos,
o RNA atua na produção de proteínas. Essas macromoléculas são subdivididas em
unidades menores, os nucleotídeos. A unidade formadora é composta por três
componentes: fosfato, pentose e base nitrogenada.
A pentose presente no DNA é a desoxirribose, já no RNA trata-se da ribose e, por
isso, a sigla DNA significa ácido desoxirribonucleico e RNA é o ácido ribonucleico.
Bases Nitrogenadas são compostos que fazem parte da composição do DNA e
do RNA, os quais são os ácidos nucleicos encontrados nas células vivas dos órgãos.
Elas são cinco e podem ser classificadas em dois tipos:
• Bases púricas ou purinas - adenina e guanina
• Bases pirimídicas ou pirimidinas - citosina, timina e uracila.
Sendo assim, uma base púrica se juntava a uma base pirimídica e as bases se
apresentavam lado a lado, da seguinte forma: A - T e C - G.
Esse emparelhamento era representado em duas espécies de fitas, as quais são
unidas pelas bases nitrogenadas através de pontes de hidrogênio.
As fitas estariam girando em sentido de espiral e se combinariam. Assim, se uma fita
apresentar a sequência: AATGCTCC, a outra apresentará essa sequência: TTACGAGG.
Respeitando a conexão A-T e G- C.

BASES NITROGENADAS DO RNA


O RNA é composto pelas seguintes bases:
• Adenina (A) e guanina (G), que são bases púricas.
• Citosina (C) e uracila (U), que são bases pirimídicas.

Repare que a composição é semelhante a do DNA. A diferença é que no lugar da


timina, no RNA tem-se a uracila.

A adenina se emparelha com a uracila: A - U. A citosina, por sua vez, se emparelha


com a guanina: C - G. Mas, ao contrário do DNA, o RNA é apresentado em apenas uma
fita.

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AS PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE DNA E RNA

DNA e RNA são polímeros cujas funções são armazenar, transportar e utilizar as
informações genéticas. Veja a seguir as principais diferenças entre eles.

Diferenças DNA RNA


Tipo de açúcar Desoxirribose (C5H10O4) Ribose (C5H10O5)
Bases Adenina, guanina, citosina e
Adenina, guanina, citosina e timina
nitrogenadas uracila
Função Armazenamento de material genético Síntese de proteínas
Dois filamentos de nucleotídeos em
Estrutura Um filamento de nucleotídeo
espiral
Síntese Autorreplicação Transcrição
Enzima sintética DNA-polimerase RNA-polimerase
Localização Núcleo celular Núcleo celular e citoplasma

DNA

O DNA é uma molécula que transmite informações genéticas codificadas de uma espécie
para os seus sucessores, foi descrito como um modelo helicoidal por Watson e Crick, e
baseou-se no estudo das bases nitrogenadas de Erwin Chargaff,. Ele determina todas as
características de um indivíduo e sua composição não muda de uma região do corpo para

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outra, nem com a idade ou ambiente.

ESTRUTURA DO DNA

A estrutura do DNA é formada por:


• Esqueleto de fosfato (P) e açúcar (D) alternados, que se dobram formando
uma dupla-hélice.
• Bases nitrogenadas (A, T, G e C) ligadas por pontes de hidrogênio, que se
projetam para fora da cadeia.
• Nucleotídeos unidos por ligações fosfodiésteres.
As funções do DNA são:
• Transmissão de informações genéticas: as sequências de nucleotídeos
pertencentes às fitas de DNA codificam informações. Essas informações são transferidas
de uma célula mãe para as células filhas pelo processo de replicação do DNA.
• Codificação de proteínas: as informações que o DNA carrega são utilizadas
para produção de proteínas, sendo o código genético responsável pela diferenciação dos
aminoácidos que as compõem.
• Síntese de RNA: a transcrição do DNA produz RNA, que é utilizado para
produzir proteínas através da tradução.
Antes da divisão celular, o DNA é duplicado para que as células produzidas
recebam a mesma quantidade de material genético. A quebra da molécula é feita pela
enzima DNA-polimerase, dividindo as duas fitas e se refazendo em duas novas moléculas
de DNA.

RNA
O RNA é um polímero cujos elementos da fita de ribonucleotídeos estão ligados
covalentemente. Trata-se do elemento que está entre o DNA e a produção de proteínas,
ou seja, o DNA se reestrutura para formar o RNA, que por sua vez codifica a produção de
proteínas.

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A estrutura do RNA é formada por:

• Ribonucleotídeos: ribose, fosfato e bases nitrogenadas.


• Bases púricas: adenina (A) e guanina (G).
• Bases pirimídicas: citosina (C) e uracila (U).

As funções do RNA estão relacionadas com seus tipos. São eles:

• RNA ribossômico (RNAr): formação dos ribossomos, que atuam na ligação


dos aminoácidos em proteínas.
• RNA mensageiro (RNAm): transmissão da mensagem genética para os
ribossomos, indicando quais os aminoácidos e qual a sequência que devem compor as
proteínas.
• RNA transportador (RNAt): direcionamento dos aminoácidos no interior das
células para o local de síntese de proteínas.
Para ocorrer a síntese de proteínas, alguns trechos de DNA são transcritos para o
RNA mensageiro, que leva a informação ao ribossomo. O RNA transportador é
responsável por trazer os aminoácidos para produção das proteínas. O ribossomo fabrica
a cadeia polipeptídica de acordo com a descodificação da mensagem recebida.

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Unidade Funcional do Corpo Humano
As células são os menores e mais simples componentes do corpo humano. A maioria
das células são tão pequenas, que é necessário juntar milhares para cobrir a área de um
centímetro quadrado.

O termo célula (do grego kytos = cela; do latim cella = espaço vazio), foi usado pela
primeira vez por Robert Hooke (em 1655) para descrever suas investigações sobre a
constituição da cortiça analisada através de lentes de aumento. A teoria celular, porém, só
foi formulada em 1839 por Schleiden e Schwann, onde concluíram que todo ser vivo é
constituído por unidades fundamentais: as células. Assim, desenvolveu-se a citologia
(ciência que estuda as células), importante ramo da Biologia. As células provêm de outras
preexistentes. As reações metabólicas do organismo ocorrem nas células.

Formação da Estrutura Corpórea


A menor estrutura que compõem nosso organismo é a célula, a partir de células
iguais são formados tecidos, que serão responsáveis pela formação de diferentes órgãos
do nosso corpo, órgãos estes que quando tem a mesma finalidade se unem em um sistema,
e desta forma nosso corpo é formado por um conjunto de sistemas.

Células Tecidos Órgãos Sistemas Corpo Humano

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Estrutura celular
 É muito variável as formas das células que constituem o organismo humano, mas
todas elas são formadas, fundamentalmente, por 3 partes:
• Membrana: Funciona como uma capa protetora do conteúdo da célula.
• Citoplasma: Toda substância existente entre a membrana e o núcleo.
• Núcleo: Contém o material genético da célula (DNA).

Função da célula
• Membrana: Dá proteção e regula a entrada e a saída de substâncias.
• Citoplasma: É o local onde ocorre muitas reações químicas importantes para a vida da
célula.
• Núcleo: É o centro de controle da célula, responsável pelo crescimento e reprodução
celular, em seu interior encontram-se os cromossomos.

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Componentes químicos da célula

• Água - 70% do volume celular é composto por água, que dissolve e transporta materiais
na célula e participa de inúmeras reações bioquímicas.
• Sais minerais - São reguladores químicos.
• Carboidratos - Compostos orgânicos formados por carbono, hidrogênio e oxigênio.
Exemplos: monossacarídeos (glicose e frutose); dissacarídeos (sacarose, lactose e
maltose); polissacarídeos (amido, glicogênio e celulose). Que tem a função de fornecer
energia através das oxidações e participação em algumas estruturas celulares.
• Lipídios - Compostos formados por carbono, hidrogênio e oxigênio; insolúveis em água
e solúveis em éter, acetona e clorofórmio. Exemplos: lipídios simples (óleos, gorduras e
cera) e lipídios complexos (fosfolipídios). Tem participação celular e fornecimento de
energia através da oxidação.
• Proteínas - Compostos formados por carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio, que
constituem polipeptídios (cadeias de aminoácidos). Exemplo: Albumina, globulina,
hemoglobina etc. Sua função é na participação da estrutura celular, na defesa
(anticorpos), no transporte de íons e moléculas e na catalisação de reações químicas.
• Ácidos Nucléicos - Compostos constituídos por cadeias de nucleotídeos; cada
nucleotídeo é formado por uma base nitrogenada (adenina, guanina, citosina, timina e
uracila), um açúcar (ribose e desoxirribose) e um ácido fosfórico.
• Ácido Desoxirribonucléico (DNA) - Molécula em forma de hélice formada por duas
cadeias complementares de nucleotídeos. O DNA é responsável pela transmissão
hereditária das características.
• Ácido Ribonucléico (RNA) - Molécula formada por cadeia simples de nucleotídeos. O
RNA controla a síntese de proteínas.
• Trifosfato de Adenosina (ATP) - Tipo especial de nucleotídeo, formado por adenina,
ribose e três fosfatos. Tem a função de armazenar energia nas ligações fosfato.

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Membrana Celular
Bicamada lipídica e de proteínas que se combinam, delimitando a célula separando
os componentes intracelulares e extracelulares.
As proteínas servem de poros para a passagem da água e de outras substâncias,
de acordo com a necessidade da célula, determinando, portanto, o que é denominado
permeabilidade seletiva.

Organelas Celulares
Retículo Endoplasmático (RE)
Sistema de endomembranas que delimitam canais e vesículas.
RE rugoso - retículo endoplasmático associado a ribossomos; local de síntese de
proteínas; também denominado RE granular.
RE liso - retículo endoplasmático sem ribossomos; local de síntese de carboidratos
complexos; também denominado RE agranular.

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Ribossomos
Grânulos de 15 a 25 nm de diâmetro, formados por duas subunidades; associam-se
ao RE ou encontram-se livres no hialoplasma; são constituídos por proteínas e RNA
ribossômico; ligam-se ao RNA mensageiro formando polirribossomos. Tem a função de
síntese de proteínas.

Complexo de Golgi
Sistema de bolsas achatadas e empilhadas, de onde destacam-se as vesículas;
pequenos conjuntos que são denominados dictiossomos. Armazenam substâncias
produzidas pela célula.

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Lisossomos
São pequenas vesículas que contêm enzimas digestivas; destacam-se do complexo
de Golgi e juntam-se aos vacúolos digestivos. Fazem a digestão intracelular; em alguns
casos, extracelular.

Vacúolos
São cavidades limitadas por membrana lipoprotéica. Os vacúolos podem ser
digestivos, autofágicos ou pulsáteis.

Vacúolo Digestivo - As partículas englobadas são atacadas pelas enzimas


lisossômicas, formando um fagossomo.
Vacúolo Autofágico - Digere partes da própria célula.
Vacúolo Pulsátil - Controla o excesso de água da célula; comum nos protozoários de
água doce.

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Centríolos ou Diplossomos
Organelas constituídas por dois cilindros
perpendiculares um ao outro; cada cilindro é formado
por nove trincas de microtúbulos; ausentes nas células
dos vegetais superiores. Tem a função de orientação
do processo de divisão celular.

Cílios e Flagelos
São expansões filiformes da superfície da
célula; os cílios são curtos e geralmente numerosos; os flagelos são longos e em pequeno
número. São formados por nove pares periféricos de microtúbulos e um par central; o
corpúsculo basal, inserido no citoplasma, é idêntico aos centríolos. Tem a função de
movimentação da célula ou do meio líquido.

Mitocôndrias
São organelas ovóides ou em bastonete,
formadas por uma dupla membrana lipoprotéica e
uma matriz. A membrana externa é contínua e a
interna forma as cristas mitocondriais. Nestas,
prendem-se as partículas mitocondriais,
constituídas por enzimas respiratórias: NAD, FAD
e citocromos. Possuem DNA, sintetizam proteínas
específicas e se auto-reproduzem. Produz energia
na célula, sob forma de ATP.

Núcleo
 Local onde se encontra o material genético responsável por toda atividade celular, e
ele possui algumas estruturas importantes:

• Nucléolo: formados em grande parte por proteínas e RNA


• Cromatina: Consiste em proteína e moléculas de DNA.

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Multiplicação celular

É o processo em que uma célula mãe passa a dar origem a duas filhas. Podendo ser
por: mitose (duplificação celular) ou por meiose (divisão celular).

Mitose
46 Filha
46 46 46
46 Mãe
46 46 92
46 46
Filha
46

Meiose

23 Filha (nas mulheres)


Óvulos
23 23
Mãe 46
23 23 Filha (nos homens)
23 Espermatozóides

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Histologia

Histologia: É o estudo dos tecidos e das suas funções.


Tecidos: É um conjunto de células que desempenham uma determinada função.

Classificação dos tecidos:


Entre os diferentes tecidos que constituem o corpo humano podemos destacar os
tecidos epitelial, conjuntivo, muscular e o nervoso.
Tecido Epitelial
Tem como principal característica apresentar células bem próximas umas das outras
(justapostas).
Sua principal função é revestir e proteger os órgãos interna e externamente. Além
da função de revestir, o tecido epitelial também pode sintetizar substância, o que demonstra
sua atividade de secreção (fabricação e eliminação de substância). Este tipo de tecido
constitui as chamadas mucosas.

Tecido Conjuntivo ou Tecido Conectivo


Os tecidos conjuntivos se destinam a preencher espaços vazios nos organismos ou
a modelar as formas de determinadas partes do corpo. Os tecidos conjuntivos apresentam-
se em diversas variedades. Mas todas elas têm a principal característica à presença de
abundante substância intercelular. É um dos tecidos mais abundantes do no corpo humano.
E tem a função de transportar substâncias, defender nosso organismo, e auxiliar na
cicatrização. Localiza-se entre os órgãos, músculos, pele e envolve os vasos sanguíneos.
Os tecidos conjuntivos compreendem as seguintes variedades:
• Tecido Adiposo;
• Tecido Cartilaginoso;
• Tecido Ósseo;
• Tecido Sanguíneo.

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Tecido Muscular
As células dos tecidos musculares são células muito longas, transformadas em
fibras. Costumamos chamá-las de fibras musculares.
Os tecidos musculares compreendem:
• Tecido muscular liso;
• Tecido muscular estriado esquelético;
• Tecido muscular estriado cardíaco.

Tecido Nervoso
O tecido nervoso é um tecido da mais alta importância na estrutura e no
funcionamento do nosso organismo. É ele que permite perceber tudo o que ocorre ao nosso
redor. A célula nervosa recebe o nome de neurônio. Sendo uma célula especial e com a
capacidade de transmitir impulsos nervosos, porém, os neurônios não realizam a divisão
celular, pois não tem a capacidade de se regenerar.

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UNIDADE III

Sistema tegumentar
É o conjunto de órgãos formado pela pele e seus anexos, que atua como primeira
barreira de defesa do organismo e participa da regulação da temperatura corporal
Os pelos, glândulas, as unhas e as mamas são considerados anexos da pele.

Funções:
 Proteção mecânica;
 Proteção contra raios UV;
 Protege contra perda de água;
 Proteger o corpo de ações do meio ambiente, evitando a entrada de substâncias
infecciosas no organismo;
 Garante a sensibilidade através dos nervos da pele;
 Regulação da temperatura;
 Ajuda a eliminar resíduos.

Camadas da pele
Pele: No adulto a área total de pele corresponde a aproximadamente dois metros
quadrados, apresentando espessura variável conforme a região. A distensibilidade é outra
das características da pele que também varia de região para região.
A pele é formada por três camadas: A epiderme, derme, e a hipoderme.

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A epiderme, por sua vez, é constituída de cinco camadas, sendo que a quinta só
existe nas palmas das mãos e planta dos pés. A camada mais interna, situada logo acima
da derme, é a responsável pelo surgimento das células epiteliais, sendo por isso chamada
de germinativa ou basal. Conforme as células vão surgindo na camada basal, as demais
vão amadurecendo e sendo empurradas para as camadas superiores pelas células mais
jovens. Sofrem um processo de queratinização que as torna mais resistentes e
impermeáveis, até se depositarem na camada superior da epiderme, quando então, já estão
mortas e são eliminadas por descamação.

A derme, localizada logo abaixo da epiderme, é um tipo de tecido conjuntivo;


portanto, encontra-se imersa em uma substancia fundamental e possui fibras elásticas,
além das células. Nesta camada, que é bem vascularizada, se encontram terminações
nervosas, vasos linfáticos, glândulas sebáceas e alguns folículos pilosos. È onde se
desenvolve as defesas contra agentes nocivos que tenham vencido a primeira barreira, ou
seja, a epiderme.

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Tecido celular subcutâneo (Hipoderme)
A derme repousa sobre a tela subcutânea (hipoderme) rica em tecido adiposo
(gordura). Deve-se ressaltar, entretanto, que a quantidade de tecido adiposo varia nas
diferentes partes do corpo, não existindo em algumas, como as pálpebras e o prepúcio.
Geralmente ela é mais espessa no sexo feminino do que no sexo masculino e sua
distribuição é diferente nos dois sexos. A tela subcutânea contribui para impedir a perda de
calor e constitui reserva de material nutritivo.

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Anexos da pele:
Pelos: São características fundamentais dos mamíferos e cobrem considerável parte
da pele, embora estejam ausentes em algumas regiões do corpo, como a palmar e a
plantar. Os pêlos que se desenvolvem inicialmente constituem a lanugem, que se
desprende pouco antes do nascimento para dar lugar a pêlos finos. Pêlos longos
desenvolvem-se na cabeça (couro cabeludo) nas axilas, ao nível da sínfise púbica e no
sexo masculino também na face. Como ocorre na pele, a coloração dos pêlos depende da
quantidade de pigmento neles existentes.

Unhas: São placas curvas queratinizadas, dispostas na superfície dorsal das


falanges distais, com função de protetora. A unha repousa sobre o leito ungueal, que é
abundantemente vascularizado e inervado. O crescimento das unhas é contínuo durante a
vida, graças a um processo de proliferação e diferenciação de células epiteliais da raiz da
unha, que gradualmente se queratinizam.

Mamas: As mamas são anexos da pele, pois seu parênquima é formado de glândulas
cutâneas modificadas que se especializam na produção de leite após a gestação. A forma
da mama é geralmente cônica, mas há muita variação, dependendo da quantidade de
tecido adiposo, no estado funcional (gestação, lactação) e da idade.
No sexo masculino a mama é pouco desenvolvida, ficando restrita à papila mamária
e a aréola de tamanhos reduzidos.

Glândulas da Pele
A pele contém enumeras glândulas sudoríparas e sebáceas. As primeiras se
localizam na derme ou tela subcutânea, com uma importante função na regulação da
temperatura corporal, porque a secreção, o suor, absorve calor por evaporação da água.
As glândulas sudoríparas são especialmente abundantes na palma das mãos e
planta dos pés, em certas regiões, como a axila e a dos órgãos genitais externos, existem
glândulas muito semelhantes às sudoríparas, cuja secreção, entretanto, produz odores

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característicos.
As glândulas sebáceas estão localizadas na derme, mas faltam nas regiões palmar
e plantar. Suas secreções saem pelos poros e são conhecidas como sebo, serve para
lubrificar a pele e os pêlos.

Coloração da pele

A cor da pele depende da quantidade de pigmentos da vascularização e da


espessura dos estratos mais superficiais da epiderme. Entre os pigmentos a melanina é o
mais importante e sua quantidade depende da raça. A pigmentação aumenta após a
inflamação, exposição ao calor, aos raios solares ou aos raios-X. Sardas e pintas são
acúmulos de melanina.

31
UNIDADE IV

Sistema esquelético
A locomoção é uma das tarefas mais importantes
para a sobrevivência de um ser vivo, assim os sistemas
esquelético, muscular e articular formam em conjunto o
aparelho locomotor. Nos vertebrados o sistema
esquelético é considerado o elemento passivo do
movimento, enquanto que, o sistema muscular é
considerado o elemento ativo do movimento e as junturas
ou articulações, que se interpõem entre os ossos
permitindo este movimento. As funções do sistema
esquelético são:
● Sustentação do organismo: O esqueleto forma um arcabouço estrutural do corpo,
ao qual os tecidos mais moles e órgãos do corpo estão fixos.
● Proteção de órgãos vitais: Os pulmões e coração são protegidos pelas costelas e
esterno que formam a caixa torácica. O cérebro é protegido pelo crânio.
● Base mecânica para o movimento: os ossos servem como pontos de apoio para a
fixação da maioria dos músculos esqueléticos, quando os músculos se contraem irão
tracionar os ossos para produzir o movimento.
● Armazenamento de minerais: os ossos são formados por uma matriz inorgânica
composta de cálcio e fosfato, assim, os ossos armazenam esses minerais além de
outros em quantidades menores como magnésio e sódio.
● Produção de células sanguíneas: A formação das células sanguíneas é chamado
de hematopoiese e ocorre na medula óssea vermelha, localizado internamente em
alguns osso

Histologia do tecido ósseo


Relembrando o tecido ósseo é um tipo de tecido conjuntivo formadas pelas seguintes
células: osteoblastos, são células com grandes projeções, que secretam a matriz óssea e
ficam presos dentro de pequenas câmeras; osteócito são osteoblastos maduros retidos na
matriz secretada sendo denominada de lacuna central; osteoclastos São células
participam dos processos de absorção e remodelação do tecido ósseo, sendo ativas na
destruição de áreas lesadas ou envelhecidas do osso, abrindo caminho para a regeneração
do tecido pelos osteoblastos.

32
Matriz óssea
O tecido ósseo, constitui os ossos do corpo, é um tipo de tecido conjuntivo especial,
em que as células ficam encerradas em uma matriz extracelular denominada de matriz
óssea. A matriz óssea é composta por uma matriz inorgânica que é composta pelo fosfato
de cálcio, (Ca3(PO4)2) que interage com o hidróxido de cálcio (Ca(OH)2) para formar cristais
de hidroxiapatita, Ca10(PO4)6(OH)2. Conforme se formam, esses cristais também
incorporam outros sais de cálcio, como o carbonato de cálcio, e íons, como sódio, magnésio
e flúor. Estes componentes inorgânicos conferem ao osso capacidade de resistir à
compressão.

A matriz orgânica é composta de fibras colágenas e pequenas quantidades de


glicoproteínas e proteoglicanas, unidas entre si por pequena quantidade de substância
fundamental amorfa (5%), essa matriz confere ao osso resistência à tração.

O tecido ósseo compacto se localiza na superfície de um osso, é muito duro e denso,


forma as diáfises dos ossos longos. É formado por unidades repetitivas de ósteons ou
sistemas de Havers, que são arranjos precisos de estruturas cilíndricas orientadas
paralelamente ao maior eixo do osso. A matriz de um osteon é assentada em anéis
concêntricos, chamados lamelas, que envolvem um canal central (haversiano). O canal
central contém minúsculos vasos nutrientes e um nervo. Os osteócitos dentro dos espaços
chamados lacunas estão regularmente dispostos entre as lamelas. As lacunas estão
conectadas através de canais minúsculos chamados canalículos, pelos quais os nutrientes
se difundem. A atividade metabólica dentro do tecido ósseo ocorre no nível do osteon.

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O tecido ósseo esponjoso está localizado profundamente ao tecido ósseo compacto,
e é bastante poroso. Minúsculas espículas de tecido ósseo, chamadas trabéculas, dão ao
osso esponjoso uma aparência semelhante a uma treliça, as quais abrigam a medula óssea
vermelha. O osso esponjoso é altamente vascularizado e propicia grande força com o
mínimo de peso. O tecido esponjoso é encontrado nos ossos curtos, planos, sesamóides e
irregulares. Além disso, são encontrados na epífise dos ossos longos.

Classificação dos Ossos

Os ossos podem ser classificados segundo a sua espessura comprimento, largura e


posição topográfica, reconhecendo-se ossos axiais (que pertencem ao esqueleto axial) e
apendiculares (que fazem parte do esqueleto apendicular).

● Ossos longos: possuem o comprimento ou altura maior que a largura, são


exemplos típicos os ossos do esqueleto apendicular, tanto nos membros
superiores como inferiores como o úmero, o rádio, a ulna, o fêmur, a tíbia e a
fíbula.

● Ossos curtos: se assemelham a uma caixa ou um cubo, com os


comprimentos de altura, largura e comprimento quase iguais são exemplos a
maioria dos ossos tarsais e carpais.

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● Ossos planos ou laminar: é o que apresenta comprimento e largura
equivalentes, predominando sobre a espessura.

● Ossos irregulares: apresentam um formato não geométrico, não se


encaixando nas três classificações anteriores. Exemplos são as vértebras e
alguns ossos do crânio como o osso temporal.

● Ossos sesamóides: desenvolvem se em determinados tendões, nos quais


há considerável atrito; são geralmente pequenos, arredondados e planos; são
encontrados próximos às articulações dos joelhos, mãos e pés, A patela é um
exemplo de osso sesamoide.

● Ossos pneumáticos: são ossos ocos ou que contém numerosas cavidades


de ar, como o etmoide

Anatomia do osso
Um osso longo típico possui:

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● Diáfises: é o corpo do osso onde - a parte principal cilíndrica do osso, além disso, a
diáfise envolve a cavidade central. No adulto, a cavidade contém medula óssea amarela,
assim chamada por conter grande quantidade de gordura amarela.

● Epífises: são as extremidades do osso, tanto a extremidade proximal como distal, ou


seja, próximo ao tronco e longe do tronco respectivamente.

● Metáfises: são as regiões entre a diáfise e a epífise em um osso em cada metáfise


possui uma camada de tecido cartilaginoso que permite o crescimento longitudinal
(altura) do osso, quando o crescimento ósseo cessa a cartilagem é substituída pela linha
epifisial.

● Cartilagem articular: camada de tecido


cartilaginoso hialino que irá recobrir a
epífises no qual o osso faz uma articulação.

● Periósteo: tecido conjuntivo denso, que


cobre a superfície do osso, exceto sobre a
cartilagem articular. Esta camada
altamente vascularizada serve como um
lugar para fixação de tendões musculares e
é responsável pelo crescimento em
aposição do osso (aumento em largura).

● Cavidade medular: espaço cilíndrico oco


contendo medula óssea adiposa e vários
vasos sanguíneos

● Endósteo: fina membrana que recobre a


cavidade medular, contém uma única
camada de células formadoras do osso.

Número de ossos
No indivíduo adulto, idade na qual se considera completado orgânico, o número de
ossos é de 206. Este número, varia se levar em consideração os seguintes fatores:

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● Fatores etários: do nascimento à velhice há uma diminuição do número de ossos,
isto deve se ao fato que, certos ossos, no recém nascido, são formados de partes
óssea que se soldam durante o desenvolvimento do indivíduos para constituir um
osso único no adulto.

● Fatores individuais: em alguns indivíduos pode haver persistência da divisão do


osso frontal no adulto e ossos extranumerários podem ocorrer, determinando
variando no número de ossos.

Divisão Do Esqueleto
O esqueleto pode ser dividido em duas grandes porções. Uma mediana, formando o
eixo do corpo, e composta pelos ossos da cabeça, pescoço e tronco (tórax e abdome); esse
é chamado de esqueleto axial. O outro forma os membros e constitui o esqueleto
apendicular. A união entre estas duas porções se faz por meio de cinturas: Escapular (ou
torácica, constituída pela escapula e clavícula) e pélvica constituída pelos ossos do quadril
(coxais).

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Face e crânio
A cabeça é formada pela a face e o crânio. Na face encontramos os seguintes ossos:
zigomáticos, lacrimais, nasais, vômer, palatino, maxilar e mandíbula, sendo a mandíbula o
único osso móvel da face.
O crânio possui os
seguintes ossos: Frontal,
parietal, temporal, esfenóide, e
occipital que envolve e protege
o cérebro.

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OSSOS DO PESCOÇO

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Tronco
O tronco se encontra a coluna
vertebral e a caixa torácica. A coluna se
se inicia logo abaixo do crânio e é
composta por cinco regiões que são: a
região cervical, composta por Sete
vértebras. As primeiras sendo chamadas
de axis e Atlas que são responsáveis pela
sustentação e o movimento da cabeça.
Depois vem a torácica formada por doze
vértebras, a região lombar em total de
Cinco vértebras, logo após vem à região
sacral também com Cinco vértebras. No
final da coluna vertebral se encontra o
cóccix com Quatro vértebras que é
chamada de região coccigenea.

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Caixa Torácica
A caixa torácica é composta por 24 costelas mais o osso esterno. São fixadas nas
vértebras torácicas e anteriormente ao osso do esterno. A sete superiores são ditas
costelas verdadeiras, por se articularem com o esterno através de suas cartilagens. As
costelas VIII, IX e X são denominadas falsas por se fixarem ao esterno só indiretamente,
unindo-se suas cartilagens umas as outras e finalmente, a sétimas. Forma-se assim a borda
ou a margem costal, que marca o limite inferior da caixa torácica anteriormente. Tem como
função de proteção do sistema respiratório.
As costelas XI e XII, denominadas flutuantes, são curtas, rudimentares, terminam
entre os músculos da parede lateral do abdomem e não possuem cartilagens.

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Ossos do esqueleto apendicular superior
Este esqueleto é constituído por uma parte fixa ao esqueleto axial, na altura da
cintura escapular (ou cíngulo) e uma parte livre. Didaticamente está dividida em: cintura
escapular e parte livre do membro superior.
A cintura escapular é formada por dois tipos de ossos:
● Clavícula: osso par, longo em formato de “S”, de fácil localização e palpação
por se encontrar próxima à tela subcutânea. Estão localizadas na parte anterior e superior
do tórax, na base do pescoço e se articulam anteriormente com o osso esterno e
posteriormente com as escápulas. É o único meio de ligação direta entre o esqueleto
apendicular superior e o esqueleto axial.

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● Escápula: osso par, laminar
bem fino podendo ser translúcido em
algumas partes, assim como a clavícula e
de fácil localização e palpação por
encontrar-se também próxima a tela
subcutânea. Estes ossos se articulam
diretamente com as clavículas e com os
úmeros. A cavidade que se articula com a
cabeça de cada úmero é denominada
“cavidade glenoide”.

● Úmero: osso par, sendo o mais longo e maior osso do membro superior.
Apresenta na sua extremidade proximal a epífise proximal que é dilatada e arredondada,
conhecida como cabeça do úmero
articula-se com a cavidade glenoide da
escápula, na sua extremidade distal
encontramos a epífise distal que forma o
cotovelo, nesta epífise distal encontramos
o côndilo umeral, formado pela Tróclea
medial que se articula com a ulna e o
capítulo lateral, articulado com a cabeça
do rádio. A diáfise ou corpo do úmero é
recoberto por músculos do braço.

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● Rádio: osso par, longo, localizado lateralmente no
antebraço e paralelo a ulna. Proximalmente articula-se com o
úmero e a ulna (articulação do cotovelo) e distalmente com os
ossos carpo (articulação do punho), mais precisamente com o
escafoide e o semilunar.
• Ulna: osso par, longo, localizado medialmente no
antebraço, articula-se com o úmero e o rádio onde forma a
articulação do cotovelo. Na parte proximal e posterior do
cotovelo apresenta-se de forma saliente que é formada pelo
olecrano e na parte distal e medial do antebraço destaca-se o
processo estiloide da ulna.

O esqueleto da mão constitui-se de ossos curtos articulados entre si chamados


carpias, por ossos longos que são os metacarpais e falanges, também classificadas como
ossos longos, apesar de seu tamanho reduzido.
Ossos carpias: formado por oito ossos curtos, encontramos dispostos em duas
fileiras em cada mão. Na fileira proximal (de lateral para medial) temos o escafoide, o
semilunar, o piramidal e o pisiforme, já na fileira distal (de lateral para medial) fazem parte
o trapézio, o trapezoide, o capitato e o hamato.

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• Ossos Metacarpais: classificados como ossos longos e convencionalmente
numerados de I, II, III, IV e V de lateral para medial, articulam-se Proximalmente com os
ossos carpias e distalmente com as falanges. Observamos ainda que os quatro metacarpais
se articulam Proximalmente entre si por meio de suas bases.
• Falanges: também classificadas como ossos longos, cada dedo é composto
por três falanges. Estão divididas em falanges proximais, falanges médias e falanges
distais. Existe uma particularidade entre as falanges, o primeiro dedo (polegar) da mão não
possui falange média, possui somente a proximal e a distal e o quinto dedo é denominado
dedo mínimo

Ossos do esqueleto apendicular inferior


Este esqueleto é constituído por uma parte fixa ao esqueleto axial, na altura da
cintura pélvica e uma parte livre. Estão divididos em: cintura pélvica e parte livre do membro
inferior.
A cintura pélvica forma a raiz de implantação dos membros inferiores. Esta estrutura
está formada pelos ossos do quadril (esquerdo e direito), que se unem no esqueleto axial
devido às articulações sacroilíacas (osso sacro).

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47
Os ossos do quadril estão articulados anteriormente entre si e cada osso recebe o
fêmur, formando dessa forma a articulação do quadril. Osso do quadril: também
denominado de ilíaco, é um osso par, laminar, chato e irregular. Na infância e adolescência
este osso é visivelmente dividido em três ossos: ílio, ísquio e púbis. Quando o indivíduo
chega ao início da vida adulta estes ossos sofrem fusão (sinostose). O contorno da cintura
pélvica, a crista ilíaca e grande parte do osso do quadril, pertence ao osso ílio. O ísquio
está localizado na parte inferior e posterior, (local de apoio na posição sentada). O púbis é
a parte anterior e inferior do osso do ilíaco e se articula com o púbis do lado oposto.

A parte livre dos membros inferiores está formada pelo fêmur, patela, tíbia, fíbula,
ossos do tarso, ossos do metatarso e falanges.

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• Fêmur: osso par, longo, o maior
e mais forte osso do corpo humano, localiza-
se na coxa e seu tamanho é referente a um
terço do tamanho do indivíduo adulto. Na
epífise proximal encontramos a cabeça do
fêmur, onde está se une a diáfise por meio do
colo do fêmur, na epífise distal encontramos
os côndilos femoral, arredondados e que
formam parte da articulação do joelho.

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Patela: osso par, curto, triangular, com aproximadamente 5 cm de diâmetro no
indivíduo adulto, é o maior dos ossos sesamoides. Encontra-se articulado com a
extremidade distal e anterior do fêmur, protege a parte anterior da articulação do joelho.

• Tíbia: osso par, longo, localizado na região medial da perna. Superiormente


encontra-se articulada com os côndilos femorais, formando a articulação do joelho e
articula-se inferiormente com o talus (ossos do tarso), formando dessa maneira a
articulação do tornozelo (articulação talocrural). A face ântero-medial da tíbia não é
revestida por músculos, podendo ser percebida superficialmente abaixo da pele.

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● Fíbula: osso par, longo, localizado na parte lateral da
perna. Esse osso não faz parte da articulação proximal do
joelho, mas está diretamente ligado na formação da articulação
do tornozelo (articulação talocrural).O esqueleto do pé, assim
como o da mão, constitui-se de ossos curtos articulados entre
si chamados tarsais, ossos longos que são os metatarsais e
falanges, são classificados como ossos longos, apesar de seu
tamanho reduzido. As articulações do pé são quase todas do
tipo sinovial, conferindo dessa forma mobilidade suficiente para
se adaptar a forças longitudinais aplicadas sobre o pé.

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• Ossos Tarsais: formado por ossos curtos, pares. Nos tarsais encontramos
sete ossos em cada pé e estão divididos em duas fileiras, uma proximal e outra distal. Na
fileira proximal temos o calcâneo e o talus (este osso articula-se com os ossos da perna
superiormente e inferiormente com o calcâneo e anteriormente com o navicular). Na fileira
distal temos o navicular, cuboide (este osso se articula posteriormente com o calcâneo,
medialmente com o navicular onde recebe as bases do quarto e quinto metatarsais),
cuneiforme medial (médio) e o cuneiforme lateral. Os ossos cuneiformes articulam-se com
as bases do primeiro, segundo e terceiro metatarsais.

• Ossos Metatarsais: classificados como ossos longos e convencionalmente


numerados no sentido medial para lateral do primeiro ao quinto, são no total de cinco ossos.
Estes ossos apresentam uma epífise proximal denominada base e uma epífise distal
denominada cabeça.

• Falanges: classificadas como ossos longos, cada dedo é composto por três
falanges. Estão divididas em falanges proximais, falanges médias e falanges distais. Existe
uma particularidade entre as falanges, o primeiro dedo (hálux) do pé não possui falange
média, possui somente a proximal e a distal, o quinto dedo é denominado dedo mínimo.

Tecido

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cartilaginoso

O tecido cartilaginoso, ou simplesmente cartilagem, é um tecido elástico e flexível,


branco ou acinzentado, aderente às superfícies articulares dos ossos. Também é
encontrado em outros locais como na orelha, na ponta do nariz. É formado por condrócitos
e condroblastos (células), revestido pelo pericôndrio. O tecido serve para revestir, proteger,
dar forma e sustentação a algumas partes do corpo, mas com menor rigidez que os ossos
e também serve para evitar o atrito entre os ossos.

No tecido cartilaginoso não existem vasos sanguíneos, nervos e vasos


linfáticos.Cartilagem de crescimento, ou disco epifisial, é uma cartilagem presente na
epífise dos ossos longos jovens, modulando seu crescimento. Ao contrário dos outros
tecidos conjuntivos, a cartilagem não possui vasos sanguíneos ou nervos, com exceção do
pericôndrio (peri = ao redor; condros = cartilagem), a túnica de tecido conjuntivo denso não
modelado que reveste a superfície da cartilagem. O tecido conjuntivo cartilaginoso é
composto por células, fibras protéicas, substância intercelular e condrina (substância
mucopolissacarídeo com consistência de borracha).

Tecido conjuntivo anexo

Por não apresentar vasos sanguíneos, o tecido cartilaginoso precisa de um Tecido


Conjuntivo Anexal para receber por meio de difusão tudo o que precisa. No caso é o
Pericôndrio, tecido conjuntivo que envolve a cartilagem nutrindo-a com seus vasos
sanguíneos.

Articulações

A articulação é a junção de dois ossos ou mais ossos distintos, na anatomia do corpo


permitindo seu movimento.
As extremidades dos ossos são cobertas com cartilagens, de tecido mais maleável
que o osso. Para se ter um desempenho adequado sem atrito dessas articulações, há na
sua maioria, um liquido lubrificante, denominado liquido sinovial. Ele envolve toda a região
articulatória, por isso chamada de articulação sinovial.

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Classificação das Articulações

As articulações são classificadas em:

Sinartrose - São peças que se articula com o tecido fibroso. A grande maioria delas
apresenta-se no crânio. Onde a mobilidade delas é extremamente reduzida, ou seja, imóvel.

Anfiartrose – São peças que se articula com o tecido cartilaginoso. Elas se


apresentam na coluna vertebral e sínfise púbica. Onde a mobilidade é limitada, ou seja,
articulação sem imóvel.

Diartrose – São peças onde a mobilidade exige livre deslizamento de uma superfície
óssea contra outra. Isto é, articulação móvel. Para que haja o grau de movimento em muitas
articulações, o elemento que se interpõem as peças que se articulam é um liquido
denominado sinóvia, ou liquido sinovial. Deste modo, os meios de união entre as peças
articuladas não prendem nas superfícies de articulação, como ocorre nas sinartroses e
anfiartrose. Nas articulações diartrose chamada de articulações sinóviais o principal meio
de união é representada pela cápsula articular. Manguito que envolve a articulação
prendendo-se nos ossos que se articulam.

Cápsula Articular

É uma camada que envolve a região da articulação nela estão os ligamentos


articulares. Onde a cápsula articular e os ligamentos articulares têm como finalidade manter
a união entre os ossos, mas, além disso, impedem o movimento em planos indesejáveis e
limitam a amplitude dos movimentos considerados normais.

Discos e meniscos

São formações fibrocartilaginosas, que servem para melhor adaptação das


superfícies que se articulam (tornado-se congruentes) ou seriam estruturas destinadas a
receber violentas pressões, agindo como amortecedores. Meniscos, com sua formação de
meia lua, são encontrados nas articulações do joelho.

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Ligamentos

São responsáveis pela união dos ossos, limitando-lhes os movimentos a


determinadas direções. Esses ligamentos são constituídos por tecido conjuntivo fibroso e
encontra-se fortemente unidos a membrana de revestimento do osso denominado
periósteo. Quando a articulação não possui ligamentos eficientes, a necessidade do apoio
muscular, sendo esse maior responsável pela estabilidade do conjunto.

Movimentos articulares
Os principais movimentos da articulares são:

Flexão: diminui o ângulo entre as partes do corpo;


Extensão: corrigi ou aumenta o ângulo entre as partes do corpo;
Abdução: afasta parte do corpo do plano sagital mediano no plano coronal;
Adução: aproxima parte do corpo do plano sagital mediano, no plano coronal-
exceção feita aos dedos mãos e pés nos quais a abdução significa separá-los e adução,
junta-los;
Rotação: mover uma parte do corpo ao redor do seu eixo longitudinal.

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UNIDADE V

Sistema muscular

São estruturas individualizadas que


cruzam uma ou mais articulações e pela
sua contração são capazes de transmitir-
lhes movimento. Este é efetuado por
células especializadas denominadas fibras
musculares, cuja energia latente é ou pode
ser controlada pelo sistema nervoso. Os
músculos são capazes de transformar
energia química em energia mecânica.

O sistema muscular tem as seguintes


características:
• Elasticidade;
• Contração;
• Distensão.

Funções dos músculos

 Produção dos Movimentos Corporais: Movimentos globais do corpo, como andar


e correr.
 Estabilização das Posições Corporais: As contrações dos músculos esqueléticos
estabilizam as articulações e participam da manutenção das posições corporais.
 Regulação do Volume dos Órgãos: A contração sustentada das faixas anelares
dos músculos lisos (esfíncteres) pode impedir a saída do conteúdo de um órgão oco.
 Movimento de Substâncias dentro do Corpo: As contrações dos músculos lisos
das paredes vasos sanguíneos regulam a intensidade do fluxo. Os músculos lisos
também podem mover alimentos, urina e gametas do sistema reprodutivo.
 Produção de Calor: Quando o tecido muscular se contrai ele produz calor e grande
parte desse calor liberado pelo músculo é usado na manutenção da temperatura
corporal.

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Se você flexionar firmemente o
braço há uma contração muscular, em
especial o bíceps, ele se contrai, e fica
mais curto e grosso, ao estendê-lo, o
músculo volta ao tamanho normal, onde
há uma distensão muscular.

O músculo, constituído por fibras, possui forma alongada com a parte central
alargada e as extremidades afuniladas. Cada fibra muscular é uma célula longa e fina com
vários núcleos e filamentos microscópicos a preencher seu citoplasma. O conjunto de fibras
constitui o feixe muscular e cada músculo possui numerosos feixes. Os músculos são
cobertos por uma camada protetora chamada fáscia muscular é uma lamina de tecido
conjuntivo que envolve cada músculo, dependendo de sua função.
Para que os músculos possam exercer eficientemente um trabalho de tração ao se
contrair, é necessário que eles estejam dentro de uma bainha elástica de contenção, papel
executado pela fáscia muscular. A fáscia permite o fácil deslizamento dos músculos entre
si.

Em algumas regiões do corpo, a musculatura é diferenciada de acordo com sua


função.

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Tipos de músculos

Estriada Esquelética
Apresenta, sob observação microscópica, faixas alternadas transversais, claras e
escuras. Essa estriação resulta do arranjo regular de microfilamentos formados pelas
proteínas actina e miosina, responsáveis pela contração muscular. A célula muscular
estriada chamada fibra muscular, possui inúmeros núcleos e pode atingir comprimentos
que vão de 1mm a 60 cm.

Musculatura Lisa ou visceral


Está presente em diversos órgãos internos (tubo digestivo, bexiga, útero etc) e
também na parede dos vasos sanguíneos. As células musculares lisas são uninucleadas e
os filamentos de actina e miosina se dispõem em hélice em seu interior, sem formar padrão
estriado como o tecido muscular esquelético.
A contração dos músculos lisos é geralmente involuntária, ao contrário da contração
dos músculos esqueléticos.

Musculatura Estriada Cardíaco


Está presente no coração. Ao microscópio, apresenta estriação transversal. Suas
células são uninucleadas e têm contração involuntária.

Musculatura da Face
A musculatura da face é responsável por todas as expressões faciais como sorrir
chorar, espantar-se, sentir dor, raiva etc. Cada uma dessas expressões é conhecida como

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mímica facial.
Os músculos da face são:

• Frontal: situa-se na testa


• Músculo do supercílio: realiza movimentos de elevação e aproximação das
sobrancelhas;
• Orbicular dos olhos: realiza os movimentos e fechar e abrir os olhos;
• Músculos do nariz: responsável por franzir o nariz;
• Bucinador: situa-se na bochecha;
• Masseter: movimento responsável pela mastigação;
• Orbicular dos lábios: È responsável por assobiar, beijar e sugar;
• Risório: também conhecido como músculo do sorriso, localiza-se nos cantos dos lábios;
• Músculo depressor do lábio inferior: atua na projeção do lábio inferior e na contração
do queixo.

Musculatura dos Membros Superiores

Existem os músculos flexores e os extensores. Os flexores participam da retração


muscular e os extensores participam da extensão muscular.

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Na região do braço existem músculos de grandes massas muscular, responsáveis
pela força. Os principais são:

Deltóide: Situa-se na articulação do ombro


e produz a elevação do braço. É neste músculo
que se aplica injeção intramuscular.
Bíceps: Localiza-se na parte anterior do
braço, sendo responsável pela flexão do
antebraço sobre si mesmo.
Tríceps: Situa-se na parte posterior do
braço. E afasta o antebraço do bíceps.

Musculatura do Tronco
A musculatura abdominal sustenta o peso
e a pressão dos órgãos viscerais. No tórax se encontra os seguintes músculos:

Trapézio: Localiza-se na região superior das costas sendo responsável pela


elevação dos ombros; é nele que se realiza a massagem de conforto;
Grande dorsal: situado na região inferior das costas; tendo como função principal
levar o braço para trás;
Peitoral maior: Localiza-se no peito; permitindo o movimento do braço para frente;
Serrátil: Situa-se na parte lateral do tórax; promovendo a elevação das costelas,
ajudando dessa forma na respiração;

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Os principais músculos do abdome são:
Reto abdominal: Situa-se na frente do abdome ou barriga; sendo responsável por
dobrar o tórax sobre o abdome, ajudando na inspiração forçada;
Obliquo externo: situa-se nos lados do abdome; atua comprimindo as vísceras e
inclinando o tórax para frente;
Diafragma: Separa o tórax do abdome e ajuda na inspiração.

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Músculos dos membros inferiores

Os principais músculos dos membros inferiores são:

Glúteo Máximo: localiza-se nas nádegas. Permite a extensão da coxa. Onde se


aplica as injeções;
Quadríceps: Situa-se na parte anterior da coxa; sendo responsável pela extensão
da perna
Sartorio: cruza a coxa e termina na parte lateral interna do joelho; é o músculo mais
longo do corpo.
Bíceps femoral: localiza-se na face posterior da coxa permitindo o movimento de
flexão das pernas;
Gastrocnêmico: situa-se na face posterior da perna (batata da perna). São
responsáveis pela extensão dos pés.

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63
64
UNIDADE VI

Órgãos dos sentidos


É o conjunto de órgãos que realizam a comunicação do meio externo com o meio
interno do nosso corpo.
São representados pela VISÃO, OLFATO, AUDIÇÃO, PALADAR (estes quatro se
localizam na cabeça) e o TATO (localizado na pele).
As impressões captadas pelos órgãos dos sentidos são transmitidas ao cérebro, o
qual as decodifica e converte em sensações. Cada órgão dos sentidos compõe-se de três
partes.
1. Receptor externo: Destinado a receber as impressões sensitivas das partes
externas do organismo.
2. Transmissor: Destinado a conduzir as impressões até o cérebro. É
representado pelos nervos.
3. Receptor interno: Localizado no cérebro, onde as impressões são
transformadas em sensações.

• Tato: O sentido do tato está localizado na pele, especialmente na palma das mãos.
Permite-nos apreciar a forma e características dos objetos e as condições ambientais.
• Paladar: O sentido do paladar permite reconhecer os sabores e localiza-se na
superfície externa da língua.

Língua: É um órgão musculoso, impar e mediano, situado na base da cavidade bucal.


Além da sua função gustativa, participa na deglutição e na articulação das palavras. Na
mucosa lingual encontram-se as papilas, pequenas saliências com função mecânica e
gustativa. As papilas recolhem quatro sabores fundamentais: doce, salgado, ácido e
amargo, que o cérebro integra reconhecendo, segundo a proporção e intensidade dos
mesmos, o alimento a que correspondem.

• Olfato: O sentido da olfação está localizado no interior das fossas nasais, no interior
da mucosa nasal.
Quando os gases desprendidos de alguma substância penetram nas fossas nasais,
eles excitam as células olfativas e são conduzidos pelas terminações nervosas até o
cérebro, permitindo assim a identificação dos odores.

65
• Visão: A visão efetua-se através do olho, órgão par colocado na parte anterior da
cavidade orbitária da face.
Olho: é um órgão fotorreceptor, capaz de formar imagens do objeto emissor ou
refletor da luz. É composto pelo globo ocular e seus anexos.

O globo ocular é formado por três camadas, dispostas de fora para dentro:

1. Esclerótica (Esclera): Constitui a camada fibrosa do olho e envolve o globo


ocular externamente. Na parte anterior do globo ocular ela é transparente e denomina-se
córnea transparente (permite a passagem dos raios luminosos. Relaciona-se
posteriormente com o humor aquoso e anteriormente fica coberta pelas pálpebras, quando
as fechamos).

2. Coróide: É uma membrana muito vascularizada e com pigmentos


abundantes. Na parte anterior do globo ocular ela se modifica, formando um disco achatado
chamado Íris (parte colorida dos olhos) e com um orifício central denominado pupila ou
“menina dos olhos”. A pupila controla a entrada da luz. Durante o dia ela diminui de tamanho
e durante a noite dilata-se.

66
3. Retina: É a membrana mais interna do globo ocular. Ela se liga ao nervo
óptico, num local chamado “ponto cego”, porque é insensível à luz. Sua função é a de
receber as impressões luminosas e transmiti-las ao cérebro.

Obs: As imagens que se formam na retina são invertidas, porém a correção da


imagem se processa no cérebro.
Os meios transparentes que servem para permitir a passagem da luz são: o HUMOR
AQUOSO (liquido localizado entre a córnea e o cristalino), o CRISTALINO (lente biconvexa
localizada atrás da íris) e o HUMOR VITREO (substância gelatinosa localizada na região
central do globo ocular).

• Audição: O ouvido é o aparelho da audição e do equilíbrio. É constituído por um


conjunto de órgãos cuja finalidade é a de percepção dos sons e a manutenção do equilíbrio.

Apresenta três partes:


1. Ouvido externo: É constituído por duas partes, pavilhão auricular e canal auditivo
externo. A função é captar ou recolher os sons e dirigi-los para o tímpano.

Pavilhão auricular - É a orelha, situada de ambos os lados da cabeça.

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Canal auditivo externo - Continua a cavidade do pavilhão, estendendo-se até o ouvido
médio e consta de duas metades: uma primeira metade Cartilagínea, protegida por pêlos e
Cerúmen secretado pelas glândulas do meato acústico, e uma segunda metade óssea,
escavada no osso temporal. Termina no tímpano.

2. Ouvido médio: É constituído da cavidade timpânica que é uma cavidade de osso


temporal e dentro dela encontramos três ossículos da audição: martelo, bigorna e estribo.
A sua função é transmitir ao ouvido interno de forma exata e ampliada às vibrações da
membrana timpânica.
O ouvido médio tem cinco aberturas: uma coberta pela membrana timpânica, a
abertura da trompa de Eustáquio que liga o ouvido a nasofaringe, a abertura para cavidade
mastóide e as aberturas no ouvido interno (janela oval e janela redonda).

3. Ouvido interno: É um labirinto membranoso e ósseo formado por uma série de canais
perfurados.

68
UNIDADE VII

Sistema nervoso

O sistema nervoso forma no organismo uma rede de comunicações entre a cabeça


e todos os órgãos do corpo. Ele é formado pelo tecido nervoso, onde se destacam os
neurônios e as células da glia.

Os neurônios são células que possuem um corpo celular e prolongamentos. Os


prolongamentos curtos são chamados dendritos; o prolongamento longo, único em cada
neurônio, é chamado axônio. A função dos neurônios é conduzir impulsos nervosos. Esses
impulsos caminham em sentido único, entrando pelos dendritos, passando pelo corpo
celular e saindo pelo axônio. Chama-se nervo a um feixe nervoso. Fibras nervosas são
axônios mielinizados.

Os nervos possuem fibras


aferentes ou sensitivas, que levam
informações aos centros nervosos, e
fibras eferentes ou motoras, que
trazem as respostas dos centros
nervosos.

Divisões do Sistema Nervoso


Sistema nervoso cérebro-espinhal – é o iniciador da atividade muscular e regulador
das nossas funções mentais e físicas. Consta de duas partes:

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• Sistema nervoso
central (SNC)
• Sistema nervoso
periférico (SNP)

Sistema Nervoso Central


É formado pelo encéfalo e pela medula espinhal. O encéfalo é o conjunto de órgãos
nervosos alojados no crânio; compreende:

Cérebro
É o órgão capaz de guardar informações, gerar pensamentos, determinar reações
que o corpo deve realizar em resposta às sensações. Pesa, em média, 1.200 gramas. Não
é constituído por massa continua; há, no seu
interior, cavidades denominadas ventrículos.
É dividido por um sulco em dois hemisférios.
Sua superfície é enrugada e são as rugas ou
dobras que recebem o nome de
circunvoluções cerebrais. Quando cortado, o
cérebro apresenta duas substancias
diferentes: uma branca, que ocupa o centro e
outra cinzenta, que forma o córtex.

70
Tronco Encefálico
Como o nome sugere, o tronco cerebral (tronco encefálico) é uma estrutura situada na
base do cérebro que conecta as estruturas subcorticais com a medula espinhal. Ele está
associado com vários sinais vitais, como o ciclo sono-vigília, consciência e controle
respiratório e cardiovascular. Nele também ficam a
maioria dos núcleos dos nervos cranianos e, através
dos tratos neurais, ele facilita a comunicação entre
cérebro, medula espinhal e cerebelo. Mesencéfalo
O tronco encefálico é formado por três partes: Ponte
bulbo, ponte (protuberância) e mesencéfalo. Bulbo
Cerebelo
É localizado logo abaixo do cérebro, o
cerebelo é dividido em duas porções: uma externa
formada de substancia cinzenta e outra interna,
formada de substancia branca e cheia de
ramificações, lembrando uma árvore; por isso, o
cerebelo também é conhecido por arvore da vida.
Cerebelo
Quanto às funções, o cerebelo influi na
manutenção do equilíbrio do corpo e por ele se Tronco
encefálico
efetua a coordenação dos movimentos
voluntários.

Medula Espinhal
É a continuação do bulbo, apresenta-se como um cilíndrico achatado que desce pelo
interior da coluna vertebral.

Sistema Nervoso Periférico


É formado pelos nervosos que partem do encéfalo e da medula, são ao todo, 43
pares; 12 pares partem do encéfalo e constituem os nervoso cranianos e 31 pares nascem
da medula e constituem os nervos raquianos.

Quanto às funções que executam, os nervos são classificados em:


•Sensitivos – conduzem aos centros nervosos (encéfalo e medula) as impressões
recebidas do meio ambiente.
•Motores – transmitem ordens, provenientes dos centros nervosos, para que os

71
músculos se contraiam ou as glândulas secretem seus produtos.

Todos os nervos raquianos são mistos porque apresentam duas raízes nos pontos
de ligação com a medula: a raiz posterior de função sensitiva e a raiz anterior de função
motora. As duas raízes se unem em um só nervo misto.

Sistema Nervoso Autônomo


É formado de uma série de pequenas massas nervosas ou glândulas que funcionam
independentemente de nossa vontade. Assim, o coração, o estômago, o intestino e outros
órgãos são comandados pelo sistema nervoso autônomo, sem influência de nossa vontade.
•Sistema nervoso simpático: consta de duas fileiras de gânglios, uma de cada lado
da coluna vertebral, das quais saem fibras nervosas que chegam à medula e outras que se
distribuem por vários órgãos do corpo.

•Sistema nervoso parassimpático: é constituído por fibras nervosas que se


destacam de certos nervos cranianos e de alguns nervos da região do sacro.
A diferença funcional entre os dois setores simpático e parassimpático refere-se às
substancias liberadas em suas terminações: simpático – noradrenalina e parassimpático –
acetilcolina. Seus efeitos são compostos, isto é, quando o simpático estimula certa ação e
inibe outra, o parassimpático inibe a primeira e estimula à segunda. Chama-se reflexo a um
ato involuntário que ocorre devido à estimulação de um órgão.

72
73
UNIDADE VIII

Sistema respiratório

Estrutura do sistema respiratório

A respiração é um processo fisiológico pelo qual os organismos vivos inalam oxigênio


do meio circulante e soltam dióxido de carbono ou gás carbônico. A respiração (ou troca de
substancias gasosas – oxigênio e gás carbônico), entre o ar e a corrente sanguínea, é feita
pelo Sistema respiratório, que é constituído pelas vias respiratórias (fossas nasais, boca,
faringe, laringe e traqueia) e por um par de pulmões que apresentam os brônquios, os
bronquíolos e os alvéolos.

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Fossas nasais

Também conhecidas como


cavidades nasais, são duas
cavidades paralelas que começam
nas narinas e terminam na faringe,
permitindo a entrada do ar no nosso
corpo. Elas são separadas uma da
outra por uma parede cartilaginosa
denominada septo nasal. Em seu
interior há dobras chamadas
cornetos nasais, que forçam o ar a
turbilhonar. Possuem um
revestimento dotado de células
produtoras de muco e células
ciliadas, também presentes nas
porções inferiores das vias aéreas,
como traqueia, brônquios e porção
inicial dos bronquíolos. Quando os vasos de dilatam e secretam muco em excesso, produz-
se o congestionamento do nariz e a sensação de peso na cabeça, característicos de um
resfriado. No teto das fossas nasais existem células sensoriais, responsáveis pelo sentido
do olfato. Têm as funções de filtrar, umedecer e aquecer o ar.

Faringe
É um canal comum aos sistema digestório e comunica-se com a boca e com as
fossas nasais. Através deste canal, passa o bolo alimentar e ar inspirado pelas narinas ou
pela boca, antes de atingir a laringe.

Laringe
É um tubo sustentado por peças de cartilagem articuladas, situado na parte superior
do pescoço, em continuação À faringe, com comprimento, no adulto, de 4 a 5 centímetros.
É formada por músculos e cartilagens, constituindo o arcabouço da laringe, cujo volume
vara com o sexo e a idade. Os músculos, ditos extrínsecos, a movem no seu todo e os ditos
intrínsecos, fazem mover as diferentes cartilagens.

75
As cartilagens que a formam são: cartilagem tireoide, cartilagem cricóide e duas
cartilagem aritenóides. A maior dessas cartilagem é a cartilagem tireoide, que forma na
frente uma saliência, particularmente perceptível nos indivíduos adultos do sexo masculino,
que é chamado vulgarmente de “pomo de Adão”.
A entrada da laringe chama-se glote. Acima dela
existe uma espécie de “ligueta” de cartilagem denominada
epiglote, que funciona como válvula. Quando nos
alimentamos, a laringe sobre e sua entrada é fechada pela
epiglote. Isso impede que o alimento ingerido penetre nas
vias respiratórias.
O epitélio que reveste a laringe apresenta duas
pregas musculomembranosas, de forma prismática, dispostas horizontalmente para trás, e
que fecham em parte o canal laríngeo, chamadas cordas vocais capazes de produzir sons
durante a passagem de ar. Dentro das cordas vocais há, na verdade, um músculo muito
delgado, chamado tíreo-aritenóideo, a tensão desse músculo é regulável pela nossa
vontade, que transmite as necessárias ordens ao nervo laríngeo inferior. E este, por sua
vez, faz contrair ou relaxar o músculo. Em consequência, a fenda glótica, isto é, o espaço
compreendido entre os bordos das cordas vocais, se alarga ou se restringe segundo o caso.
Logo, a função da laringe não é só dar passagem ao ar que se dirige aos pulmões
ou que deles sai, mas também emitir a voz.

76
Traqueia
É um tubo de aproximadamente 1,5 cm de
diâmetro por 18 – 22 centímetros de comprimento,
cujas paredes são reforçadas por anéis
cartilaginosos, em número variável de 12 a 16,
unidos entre si por tecido fibroso.
Aproximadamente a metade da traqueia está no
pescoço e a outra metade no tórax, e termina ao
nível do esterno, dividindo-se em dois brônquios,
os quais penetram nos pulmões. Seu epitélio de
revestimento muco-ciliar adere partículas de
poeira e bactérias presentes em suspensão no ar
inalado, que são posteriormente varridas para fora
(graças ao movimento dos cílios) e engolidas ou
expelidas (pela tosse).

Pulmões

77
Os pulmões humano são órgãos esponjosos, com aproximadamente 25cm de
comprimento e 700g de peso, constituídos pela porção intrapulmonar da arvore bronquial,
pelos vasos sanguíneos, pelos ramais nervosos e pelo tecido elástico, sendo envolvidos
por duas membranas serosas denominadas pleuras, situados na cavidade torácica.
A pleura interna está aderida a superfície pulmonar, enquanto a pleura externa está
aderida a parede da caixa torácica. Entre as pleuras há um estreito espaço, preenchido por
líquido. A tensão superficial deste líquido mantém unidas as duas pleuras, mas permite que
elas deslizem sobre a outra, durante os movimentos respiratórios.
Entre os pulmões existe um espaço chamado mediastino, onde se aloja o coração.
O pulmão direito é ligeiramente maior que
o esquerdo e está dividido em três
lóbulos; já o pulmão esquerdo tem
apenas dois lóbulos. Na face interna de
ambos os pulmões, existe uma abertura
por onde passam os brônquios, as
artérias pulmonares e as veias
pulmonares.

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O brônquio emite ramificações para os lóbulos dos pulmões, sendo: para o pulmão
direito, três brônquios secundários, dos quais nascem 10 segmentários ou terciários (3 para
o lóbulo superior, 2 para o lóbulo médio e 5 para o lóbulo inferior) e, para o pulmão
esquerdo, dois brônquios secundários, que subdividem-se em 8 brônquios terciários (4 para
cada lóbulo – superior e inferior).

Os brônquios têm a parede revestida internamente por um epitélio ciliado e


externamente encontra-se reforçada por anéis de cartilagem, irregulares que, nas
ramificações, se manifestam como pequenas placas ou ilhas. Eles ramificam-se
profusamente dando origem a tubos cada vez mais finos, os bronquíolos. As divisões
repetidas dos bronquíolos dão lugar aos bronquíolos terminais ou respiratórios, que se
abrem no conduto alveolar, do qual deveriam os sacos aéreos. A parede dos brônquios e
bronquíolos é formada por musculo liso. O conjunto altamente ramificado de bronquíolos é
a arvore brônquica ou arvore respiratória.
Cada bronquíolo termina em pequenas bolsas formadas por células epiteliais
achatadas (tecido epitelial pavimentoso) recobertas por capilares sanguíneos,
denominadas alvéolos pulmonares, sob a forma de cachos de uva. Existem cerca de 300
milhões de alvéolos em cada pulmão. É em cada um deles que ocorrem as trocas gasosas
entre o pulmão e o sangue: o oxigênio passa para o sangue (glóbulos vermelhos), enquanto
o gás carbônico o abandona. Este intercambio de gases ocorre obedecendo às leis físicas
da difusão.

79
Diafragma
A base de cada pulmão apoia-se no
diafragma, órgão musculomembranoso
que separa o tórax do abdômen,
promovendo, juntamente com os músculos
intercostais os movimentos respiratórios.
Localizado logo acima do estomago, o
nervo frênico controla os movimentos do
diafragma.

80
Fisiologia da Respiração

Movimentos respiratórios
Os movimentos respiratórios são realizados pela intervenção do sistema nervoso.
Existe no bulbo (ou medula alongada) o “centro da respiração”. Tal centro envia ordens à
caixa torácica, e em particular aos músculos do tórax e ao diafragma, por meio dos nervos.
Esses movimentos são involuntários, na verdade respiramos mesmo durante o sono; a
vontade pode, porém, intervir para modificar os movimentos respiratórios ou para
suspende-los por curto tempo.

O número de movimentos respiratórios (inspiração e expiração) é de 12 a 20 por


minuto. Os movimentos respiratórios tornam a aumentar de frequência com a idade
avançada.

A inspiração, que promove a entrada de ar nos pulmões, dá-se pela contração dos
músculos respiratórios (diafragma e músculos intercostais). Sob o comando do bulbo, o
diafragma se contrai e desce, promovendo o aumento do diâmetro horizontal torácico, com
consequente redução da pressão interna (em relação à externa), forçando o ar a entrar nos
pulmões.

A expiração, que promove a saída de ar dos pulmões dá-se pelo relaxamento da


musculatura do diafragma e dos músculos intercostais. O diafragma eleva-se e as costelas
abaixam-se, o que diminui o volume da caixa torácica, acarretando o aumento da pressão
interna, forçando o ar a sair dos pulmões.

Os movimentos normais respiratórios sofrem modificações em determinadas


circunstâncias, quando executamos um grande esforço físico, por exemplo, é necessário
interromper a respiração; o tórax deve achar-se dilatado ao máximo por uma profunda
inspiração, seguida da oclusão da glote. Isto significa fazer uma respiração profunda e
depois “prender o fôlego”. Nesta situação, a caixa torácica constitui um solido ponto de
apoio que permite aos músculos que nela se inserem contraírem-se com energia e
desenvolverem o esforço muscular que se deseja.

81
Transporte de gases respiratórios
O transporte de gás de oxigênio está a cargo da hemoglobina, proteína presente nas
hemácias. Cada molécula de hemoglobina combina-se com 4 moléculas de gás oxigênio,
formando a oxiemoglobina.

Nos alvéolos pulmonares o gás oxigênio do ar difunde-se para o interior dos capilares
sanguíneos e penetra nas hemácias, transformando o sangue venoso (pobre em oxigênio)
em sangue arterial (rico em oxigênio), onde se combina com a hemoglobina, enquanto o
gás carbônico é liberado para o ar (processo chamado hematose).

Nos tecidos o sangue arterial converte-se em sangue venoso, que voltará aos
pulmões para receber uma nova carga de oxigênio.

Nas células vivas, a produção de gás carbônico é contínua, o que determina um fluxo
constante desse gás para o interior do sangue. Uma vez no sangue, o gás carbônico é
transportado até os pulmões de onde se difunde para o ar dos alvéolos.

Controle da respiração
Em relativo repouso, a frequência respiratória é da ordem de 16 a 20 movimentos
por minuto.
A respiração é controlada automaticamente por um centro nervos localizado no
bulbo. Desse centro partem os nervos responsáveis pela contração dos músculos
respiratórios (diafragma e músculos intercostais). Os sinais nervosos são transmitidos
desse centro através da coluna espinhal para os músculos da respiração.

82
O mais importante musculo da respiração, o diafragma, recebe os sinais respiratórios
através de um nervo espinhal na metade superior do pescoço e dirige-se para baixo, através
do tórax até o diafragma. Os sinais para os músculos expiratórios, especialmente os
músculos abdominais, são transmitidos para porção baixa da medula espinhal, para os
nervos espinhais que inervam os músculos. Impulsos iniciados pela estimulação psíquica
ou sensorial do córtex cerebral podem afetar a respiração.

Em condições normais, o centro respiratório produz, a cada 5 segundos, um impulso


nervoso que estimula a contração da musculatura torácica e do diafragma, fazendo-nos
inspirar. O centro respiratório é capaz de aumentar e de diminuir tanto a frequência como
a amplitude dos movimentos respiratórios, pois possui quimiorreceptores que são bastante
sensíveis ao pH do plasma. Essa capacidade permite que os tecidos recebam a quantidade
de oxigênio que necessitam, além de remover adequadamente o gás carbônico.

Quando o sangue torna-se mais ácido devido ao aumento do gás carbônico, o centro
respiratório induz a aceleração dos movimentos respiratórios. Dessa forma, tanto a
frequência quanto a amplitude da respiração tornam-se aumentadas devido à excitação do
centro respiratório.

Em situação contraria, com a depressão do centro respiratório, ocorre diminuição da


frequência e amplitude respiratórias.

A respiração é ainda o principal mecanismo do pH do sangue.


O aumento da concentração de gás carbônico desloca a reação para a direita,
enquanto sua redução desloca para a esquerda.

Dessa forma, o aumento da concentração de gás carbônico no sangue provoca


aumento de íons de hidrogênio + e o plasma tende ao pH ácido. Se a concentração de gás
carbônico diminui, o pH do plasma sanguíneo tende a se tornar mais básico(alcalino).

Se o pH está abaixo do normal (acidose), o centro respiratório é excitado, aumentado


a frequência e a amplitude dos movimentos respiratórios. O aumento da ventilação
pulmonar determina eliminação de maior quantidade de gás carbônico, o que eleva o pH
do plasma ao seu valor normal.

83
Caso o pH do plasma esteja acima do normal (alcalose), o centro respiratório é
comprimido, diminuindo a frequência e amplitude dos movimentos respiratórios. Com a
diminuição na ventilação pulmonar, há retenção de gás carbônico e maior produção de íons
de hidrogênio+ , o que determina queda no pH plasmático até seus valores normais.

A ansiedade e os estados ansiosos promovem liberação de adrenalina que


frequentemente levam também à hiperventilação, algumas vezes de tal intensidade que o
indivíduo torna seus líquidos orgânicos alcalóticos (básicos), eliminando grande quantidade
de dióxido de carbono, precipitando, assim, contrações dos músculos de todo o corpo.

Se a concentração de gás carbônico cair a valores muito baixos, outras


consequências extremamente danosas podem ocorrer, como o desenvolvimento de um
quadro de alcalose que pode levar a uma irritabilidade do sistema nervoso, resultando,
algumas vezes, em tetania (contrações musculares involuntárias por todo o corpo) ou
mesmo convulsão epilépticas.

Existem algumas ocasiões em que a concentração de oxigênio nos alvéolos cai


valores muito baixos. Isso ocorre especialmente quando se sobre a lugares muito altos,
onde a concentração de oxigênio na atmosfera é muito baixa ou quando uma pessoa contrai
pneumonia ou outra doença que reduza o oxigênio nos alvéolos.

Sob tais condições, quimiorreceptores localizados na artérias carótida (do pescoço)


e aorta são estimulados e enviam sinais pelos nervos vago e glossofaríngeo, estimulando
os centros respiratório no sentido de aumentar a ventilação pulmonar. Ou, promovendo um
aumento no número de hemácias, o que compensa a baixa disponibilidade desse gás.

Capacidade e volumes respiratórios


O sistema respiratório humano comporta um volume total de aproximadamente 5
litros de ar = a capacidade pulmonar ou respiratória total. Desse volume, apenas meio litro
é renovado em cada respiração tranquila, de repouso.

84
UNIDADE IX

Sistema cardiovascular
O sistema circulatório é composto principalmente pelo coração, pelos vasos
sanguíneos e pelo sangue.
A maioria das células do corpo não possuem a capacidade de se mover para obter
oxigênio e alimento, nem para se livrar do dióxido de carbono, para atender essas
necessidades o sangue realiza o transporte de oxigênio e nutrientes aos tecidos, como
também, transporta os produtos metabólicos desnecessários da célula para locais de
eliminação.
Para que o sangue realize sua atividade é necessário que ele circule pelo corpo,
assim, o coração é a bomba que faz o sangue circular e os vasos sanguíneos conduzem o
sangue do coração para os tecidos e dos tecidos para o coração.

Funções
● Transporte de gases dissolvidos: o sangue conduz o oxigênio obtido pela inspiração
dos pulmões para os tecidos, como também, transporta o dióxido de carbono
produzido nos tecidos para os pulmões, onde será expirado.

● Distribuição de nutrientes: os nutrientes absorvidos a partir do trato digestório ou


liberados dos estoques de armazenamento no tecido adiposo ou no fígado, são
distribuídos para os tecidos através do sangue.

● Transporte de resíduos: As reações químicas que ocorrem em nosso corpo podem


gerar resíduos desnecessários para nossas células. O transporte destes resíduos dos
tecidos onde são produzidos, para os locais em que serão eliminados, como os rins, é
realizado pela corrente sanguínea.

● Defesa contra toxinas e patógenos: O sangue transporta os glóbulos brancos ou


leucócitos, células especializadas no combate a agentes invasores como bactérias e
vírus. Além disso, o sangue transporta os anticorpos, que são proteínas especiais que
atacam os agentes invasores ou elementos estranhos ao corpo.

● Estabilização da temperatura corporal: a contração dos músculos esqueléticos gera


calor e a corrente sanguínea o redistribui.

85
Estrutura do Sistema Cardiovascular
O sistema cardiovascular é composto por três componentes: o coração, os vasos
sanguíneos (as artérias, as veias e os capilares) e o sangue.

Coração
O coração é um órgão muscular oco com quatro cavidades, situado entre os pulmões, numa
região chamada de mediastino médio. Aproximadamente dois terços de sua massa está à
esquerda da linha mediana desta região. Ele tem um volume de cerca do tamanho da mão
fechada e em uma homem normal pesa cerca de 300g. tem forma de um cone invertido,
com o seu ápice voltado para baixo.
As estruturas do coração incluem o pericárdio, as válvulas e as artérias, as quais
suprem de sangue o músculo cardíaco.

O pericárdio é um saco invaginado consistindo de uma capa fibrosa externa e de


uma membrana serosa interna. A camada externa ou parietal, da membrana serosa é
chamada pericárdio parietal e reveste a capa fibrosa. A camada interna, ou visceral, da
membrana serosa é chamada pericárdio visceral, e adere ao coração tornando-se a
camada mais externa do mesmo, o epicárdio.

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De 10 a 15ml de liquido pericárdico é normalmente encontrado entre os pericárdios
parietal e visceral. Com cada batimento cardíaco, este liquido seroso lubrifica as duas
membranas à medida que as duas superfícies deslizam sobre si mesmas.

A parede do coração é formada por três camada distintas: o epicárdio (camada


externa), o miocárdio (camada muscular) e o endocárdio (camada interna de endotélio).

O miocárdio é a camada responsável pela capacidade de contração do coração,


sendo formado por feixes entrelaçados de fibras musculares cardíacas. O musculo cardíaco
tem uma alta concentração de mitocôndrias e, depende primariamente de metabolismo
aeróbio. Os feixes de fibras musculares são arrumados de modo a resultar num movimento

87
de torção, expulsando eficientemente o sangue do coração em cada contração. A
espessura do miocárdio varia de acordo com a pressa gerada para movimentar o sangue
para o seu destino. Sendo assim, o miocárdio no ventrículo esquerdo, é mais espesso que
o ventrículo direito, enquanto as paredes atriais são relativamente finas.

Formando a superfície interna da parede do miocárdio, está uma fina camada de


tecido endotelial que forma o endocárdio. Esta camada reveste as cavidades do coração,
cobre as válvulas e os pequenos músculos associados com a abertura e fechamento das
válvulas, e continua-se com a membrana de revestimento dos vasos sanguíneos
volumosos.

O coração está dividido em duas metades: esquerda e direita e, cada uma delas,
subdividida em duas câmaras. As superiores, os átrios, são separados pelo septo interatrial
e funcionam como câmaras receptoras de sangue vindo do corpo; as câmaras inferiores,
os ventrículos, são separadas pelo septo interventricular e são considerados como câmaras
bombeadoras de sangue para o corpo.

O átrio direito é uma câmara de parede fina que recebe sangue de todos os tecidos,
exceto dos pulmões. Três veias desembocam nele: as veias cavas superior e inferior, que
trazem sangue das porções superior e inferior do corpo; e o seio coronário que drena o
sangue do próprio coração. Então, o sangue flui do átrio para o ventrículo direito.

O ventrículo direito é uma câmara de parede grossa que apresenta na sua porção
superior, a artéria pulmonar, que leva sangue para os pulmões.

O átrio esquerdo, porção superior esquerda do coração, é ligeiramente menor que o


átrio direito, e com uma parede mais espessa, recebe as quatro veias pulmonares que
drenam o sangue oxigenado dos pulmões. O sangue flui então do átrio esquerdo para o
ventrículo esquerdo.

O ventrículo esquerdo é uma câmara que, apresenta paredes três vezes mais
densas que o ventrículo direito, e nela o sangue é forçado através da artéria aorta para
todas as partes do corpo, com exceção dos pulmões.

88
Válvulas do coração
Existem dois tipos de válvulas localizadas no coração: as válvulas atrioventriculares
(tricúspide, localizada no lado direito; e a bicúspide ou mitral localizada no lado esquerdo)
e as válvulas semilunares (pulmonar e aórtica, localizadas respectivamente nas
desembocaduras da artéria pulmonar e aorta). As válvulas atrioventriculares são válvulas
de fluxo interno. Elas se abrem para os ventrículos, permitindo que o sangue entre nestas
câmaras bombeadoras quando suas paredes se relaxam. As válvulas semilunares são
válvulas de fluxo externo. Quando os ventrículos se contraem, elas se abrem para dentro
das artérias pulmonar e aórtica, e o sangue é propelido para esses vasos.

As válvulas atrioventriculares são estruturas finas e delicadas. A válvula tricúspide


protege o óstio atrioventricular direito, e é assim chamada por ser composta de três folhetos
irregulares (ou cúspides), formado principalmente de tecido fibroso e coberto por
endocárdio. Esses folhetos são contínuos entre si em suas bases, criando um membrana
em forma de anel rodeando as bordas do óstio atrial. Suas bordas afiladas projetam-se para
dentro do ventrículo e estão presas por cordões, chamados de cordas tendíneas. No interior
dos ventrículos aparecem ainda pequenos músculos, em forma de pilares, chamados
músculos papilares. A válvula bicúspide ou mitral protege o óstio atrioventricular esquerdo,
e é assim denominada por apresentar dois folhetos. Ela é presa da mesma maneira que a
tricúspide, mas é, mais forte e mais espessa, visto que, o ventrículo esquerdo é uma bomba
mais potente.

89
Quando os ventrículos se contraem, o sangue é forçado para trás. As cúspides são
então empurradas para cima até que se encontrem, formando uma divisão completa entre
os átrios e os ventrículos. As cúspides das válvulas expandidas resistem a qualquer
pressão do sangue, a qual poderia força-las a se abrir para dentro dos átrios, o que é
evitado pelas cordas tendíneas e pelos músculos papilares.

A válvula semilunar consiste de três bolsas de tecido ligados ao ponto em que as


artérias, pulmonar e aorta deixam os ventrículos. Seu fechamento previne o refluxo de
sangue para os ventrículos.

Irrigação do coração
Devido à presença do revestimento impermeável do coração (endocárdio) e a
espessura de suas paredes musculares, é necessário que o coração possua um sistema
vascular próprio. Duas artérias, as coronárias direita e esquerda, ramos da aorta, logo que
deixam o coração se curvam para trás sobre as câmaras cardíacas, mandando ramos
através das paredes musculares. A coronária direita, alongada, contorna o ventrículo
direito. A coronária esquerda, muito curta, logo se divide em outros dois ramos o
descendente anterior um pouco mais curto, e o circunflexo, mais longo. O ramo
interventricular anterior irriga a parte anterior do ventrículo esquerdo e uma pequena parte
das porções anteriores e posteriores do ventrículo direito. O ramo circunflexo nutre o átrio
esquerdo e a parte superior frontal e a posterior do ventrículo esquerdo.
O sangue é drenado do coração, principalmente para o átrio direito, por meio do seio
coronário, o qual coleta sangue das veias do coração.

90
Ciclo cardíaco ou contração do coração
O coração, para desempenhar a sua função de bomba, deve dilatar as suas
cavidades, de modo que se encham de sangue, e, em seguida, comprimi-las, de modo o
que o sangue seja lançado nas artérias. Esta alternância de dilatações (diástole) e de
contrações (sístole) se chama revolução cardíaca.

A sístole ocorre quando a aurícula direita recebe o sangue das veias cavas, e a
aurícula esquerda recebe o sangue das veias pulmonares; assim, elas se contraem (sístole
auricular) e o sangue é lançado nos ventrículos. A duração da sístole auricular é breve,
apenas 1/10 de segundo.

O sangue lançado pela contração auricular ocasiona, na passagem, a abertura das


válvulas auriculoventriculares, as quais se fecham quando a contração auricular termina.
Neste momento se contraem os ventrículos. O sangue é assim lançado nas artérias
(pulmonar do ventrículo direito, aorta do ventrículo esquerdo) determinando, na passagem,
a abertura das válvulas sigmoides. Condição indispensável desta fase é a oclusão das
válvulas auriculoventriculares; de outro modo, o sangue refluiria para as aurículas. A
duração da contração (sístole ventricular) é de 3/10 de segundo.

Terminada a sístole ventricular, as válvulas sigmoides se fecham para impedir ao


sangue de refluir nos ventrículos. Entramos, assim, na terceira fases, aquela de pausa, que

91
é uma fase de recuperação, durante a qual o coração está em repouso. A duração é de
4/10 segundo. Em um minuto, tem lugar, em média, cerca de 80 revoluções. É sabido,
contudo, que certas pessoas têm o pulso menos frequente (as batidas que sentimos no
pulso não são outra coisa do que a expressão das contrações cardíacas), enquanto em
certas moléstias, nos estados febris, nas crianças a frequência do pulso é maior.

Durante a sístole auricular os ventrículos estão em diástole, e vice-versa. Em outras


palavras, o coração se contrai na metade superior (aurículas) e se dilata naquela inferior
(ventrículos); isto tem lugar na primeira fase, quando o sangue passa das aurículas para os
ventrículos. Sucessivamente, caracterizando a segunda fase, a parte inferior (ventrículos)
se contrai e a parte superior (aurículas) se dilata, pois o sangue passa nas artérias e o
vestíbulo recebe o novo sangue.

Durante a diástole, o musculo está relaxando, as valvas tricúspide e mitral estão


abertas e as valvas pulmonar e aórtica, fechadas; o coração se enche com o sangue venoso
proveniente das veias cavas e das veias pulmonares. Na sístole, o músculo dos ventrículos
se contrai ativamente; fecham-se as valvas mitral e tricúspide, abrem-se as valvas pulmonar
e aórtica, e o sangue é expelido para os vasos sanguíneos através das artérias pulmonar
e aorta.

Vasos sanguíneos

Os vasos sanguíneos são tubos compostos por músculos lisos responsáveis pela
condução do sangue para todos os tecidos e para o coração. Compreendem as artérias e
arteríolas, veias e vênulas e capilares.

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Ao nível dos órgãos e dos tecidos, as artérias se ramificam e originam as arteríolas.
Estas, por sua vez, também se ramificam e surgindo os capilares, que são extremamente
finos. É ao nível dos capilares que ocorrem as trocas gasosas entre o sangue e os tecidos.
Depois, os capilares se agrupam e formam as vênulas, de cuja convergência resultam as
veias. E, então, o sangue retorna ao coração rico em gás carbônico.

Artérias
São vasos pulsantes que levam sangue do coração até os tecidos. Suas paredes
são formadas por três camadas, a externa ou adventícia de tecido conjuntivo; a camada
média de fibras musculares lisas, e a interna ou íntima formada por tecidos conectivos e,
por dentro dela, encontra-se uma camada muito delgada de células que constituem o
endotélio. São mais espessas que os outros vasos, pois suportam uma intensa pressão
sanguínea e não possuem válvulas.

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Veias
Devolvem o sangue dos tecidos ao coração. À semelhança das artérias, suas
paredes são formadas por três camadas, diferenciando-se das anteriores somente por sua
menor espessura, sobretudo ao diminuir a camada media.
As veias não são pulsantes e apresentam válvulas que fazem com que o sangue
circule desde a periferia rumo ao coração, impedindo seu refluxo.
Um dos mais importante fatores do retorno do sangue venoso ao coração é a
contração muscular, que comprime as veias e impulsiona o sangue nelas contido.

Capilares
São vasos microscópicos situados nos tecidos, que servem de conexão entre as
veias e as artérias; sua função mais importante é o intercâmbio de materiais nutritivos,
gases e desperdícios entre o sangue e os tecidos. Suas paredes se compõem de uma só
camada celular, o endotélio, que se prolonga com o mesmo tecido das veias e artérias em
seus extremos. O sangue não se põe em contato direto com as células do organismo, se
bem que esta são rodeadas por um liquido intersticial que as recobre. As substancias
(oxigênio, dióxido de carbono ou gás carbônico, nutrientes celulares, hormônios e excretas)
se difundem, desde o sangue pela parede de um capilar, por meio de poros que contém os
mesmos e atravessa o espaço ocupado por liquido intersticial para chegar às células.

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Sangue
O sangue é composto por dois tipos de componentes: líquidos (plasma) e celulares
(eritrócitos, os leucócitos e as plaquetas).

Componentes líquidos.
Mais de 50% do sangue consiste em um líquido (plasma), que é composto,
principalmente, por água, que contém sais dissolvidos e proteínas. A principal proteína do
plasma é a albumina. Outras são: anticorpos (imunoglobulinas) e proteínas que participam
do processo da coagulação, hormônios, eletrólitos, gorduras, açucares, minerais e
vitaminas.

O plasma faz muito mais que transportar as células sanguíneas. Ele provê um
reservatório de água para o organismo, impede o colapso e a obstrução dos vasos
sanguíneos e ajuda a manter a pressão arterial e a circulação através do organismo.

E, mais importante, os anticorpos presente no plasma defendem ativamente o


organismo contra substancias estranhas como vírus, bactérias, fungos e células
cancerosas; as proteínas que participam do processo de coagulação controlam o
sangramento; os hormônios transportados também têm seus efeitos regulados pelo plasma;
e o mesmo, resfria e aquece o sangue de acordo com a necessidade.

Componentes celulares
Os componentes celulares do sangue: as hemácias, os leucócitos e as plaquetas,
que se encontram suspensos no plasma.

Componentes do sangue

Plasma Plaquetas Hemácias


(em torno 55%) (0,01%) (em torno 41%)

Leucócitos
(em torno 4%): Linfócito Basófilo Eosinófilo Monócito Neutrófilo

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Hemácias: Também designadas por eritrócitos ou glóbulos vermelhos, são células
encontradas em maiores quantidades no sangue, sendo mais conhecida como glóbulos
vermelhos, tendo como constituinte mais importante à hemoglobina, a qual tem como
função específica de transportar oxigênio para as células e retirar o gás carbônico, o
levando para ser eliminado nos alvéolos pulmonares. O tempo de vida médio das hemácias
é de 120 dias (4 meses), sendo formada na medula óssea e destruída no baço e no fígado,
encontramos no homem em trono de 5.000.000 de hemácias por mm 3 e na mulher
4.500.000/mm3.

Leucócitos: São células móveis que constituem o sistema de defesa do organismo,


sendo mais conhecidos como glóbulos brancos. Existem no sangue normalmente entre
6.000 a 8.000 leucócitos para cada mililitro de sangue. A maior parte dos leucócitos fica
armazenada na medula óssea e são lançados no sangue quando necessário. Possuímos
vários tipos de leucócitos, cada um com sua função especifica: Neutrófilo, Monócito,
Macrófago, Eosinófilo, Basófilo, Mastócito, Linfócito T, Linfócito B e Plasmócito.

Plaquetas ou Trombócito: As plaquetas não são células e sim fragmentos de


células. Existem no sangue normal entre 150.000 a 400.000 plaquetas por mililitro, das
quais 30.000 formam-se a cada dia. As plaquetas são fundamentais nos processos de
interrupção de perda sangüínea (hemostasia), da formação e da retração do coágulo, ou
seja, atua no processo de coagulação.

Plasma sanguíneo: É o maior componente do sangue, sendo responsável por


formar 55% do volume total. É um líquido viscoso, de tonalidade amarelo âmbar, onde 91%
do seu volume é constituído por água e os 9% restantes são constituídos por proteínas
plasmáticas (aminoácidos, proteínas, hidratos de carbono, ácidos graxos, pigmentos,
vitaminas, eletrólitos, elementos minerais e hormônios).

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Tipos de circulação

O coração apresenta dois circuitos fechados, também chamados de circulação:


circulação pulmonar ou pequena e circulação sistêmica ou grande circulação.

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Circulação pulmonar

Essa circulação leva o sangue pobre em oxigênio do coração (ventrículo direito) para
a artéria pulmonar. Esta artéria se ramifica e leva este sangue para os pulmões, nos quais
ocorrera a hematose: o sangue dos capilares perde gás carbônico e recebe oxigênio nos
alvéolos pulmonares, transformando-se em sangue arterial, rico em oxigênio. Esse sangue
volta ao coração pela veia pulmonar, entrando no átrio esquerdo e recomeçando o trajeto.

Circulação sistêmica

Tipo de circulação que leva o sangue rico em oxigênio do coração (ventrículo


esquerdo) para todas as partes do corpo, exceto as superfícies respiratórias dos pulmões
e traz sangue pobre em oxigênio de volta ao coração (átrio direito). Quando os ventrículos
se contraem o sangue é lançado simultaneamente para ambos os circuitos. O sangue
percorre todo o corpo em cerca de 1 minuto.

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Tipos De Sangue
Existem componentes nos glóbulos vermelhos que são chamados de A e B. Sua
presença permite dizer qual o tipo sanguíneo a pessoa pode ter e, assim, poder fazer as
transfusões de sanguíneas.
Existem quatro tipos de sangue identificados:
Tipo A - com hemácias que contém elementos do tipo A;
Tipo B - com hemácias que contém elementos B;
Tipo AB - com hemácias que contém os dois elementos;
Tipo O - com hemácias que contém elementos vazios.

Atividade Elétrica Cardíaca


• Comanda a atividade mecânica do coração.
• É autônoma na frequência de 60 a 100 bpm
• Gerada nas células marca-passo
• Sofre interferências do Sistema Nervoso Autônomo somente para aumento ou
diminuição de frequência.
• Não depende exclusivamente do encéfalo para trabalhar.
• Caso há falha de uma área de marca-passo outra assume com frequência mais
lenta.

> Nó Sino Atrial: GERA o impulso elétrico, é conhecido como marca passo fisiológico.
> Nó Atrio Ventricular: ORGANIZA o impulso elétrico (retardando).
> Feixe de His: DISTRIBUI o impulso elétrico para os ramo direito e esquerdo.
> Ramos Direito e Esquerdo: CONDUZ o impulso elétrico até as Fibras de Purkinje.
> Fibras de Purkinje: PROMOVEM o contato do impulso elétrico com a célula
mecânica, resultando em contração.

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Eletrocardiograma

100
UNIDADE X

Sistema digestório

Para que o organismo se mantenha vivo e funcionalmente estável é necessário, que


ele receba um suporte de nutrientes advindo dos alimentos. Os nutrientes são utilizados em
nível celular para as reações químicas, que envolvem a síntese de enzimas, divisão celular
e a produção de energia térmica.
A maioria dos alimentos ingeridos não pode ser utilizada pelas células até que sejam
reduzidos a tamanhos menores, a fim de serem absorvidas através da parede intestinal e
serem transportados para as células do corpo através do sangue. Assim a principal função
do sistema digestório é preparar os alimentos para serem utilizados pelas células do
corpo.
O sistema digestório é dividido em dois grupos de órgãos: o trato gastrointestinal
ou canal alimentar, é um tubo alimentar que vai da boca e se estende até o ânus,
abrangendo a boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado e grosso; e os órgãos
acessórios ou anexos incluem órgãos glandulares, como as glândulas salivares, o fígado
e o pâncreas, cujas secreções são liberadas no trato gastrointestinal.

Tubo digestório:
o Boca ou cavidade bucal
o Faringe
o Esôfago
o Estômago

- duodeno
Intestino delgado - jejuno-íleo

- ceco
o Intestino grosso - cólon
- reto

o Ânus

Órgãos anexos:
o Glândulas salivares: parótidas, sublinguais e
submandibulares.
o Dentes
o Língua
o Fígado - vesícula biliar
o Pâncreas

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O trato digestório e os órgãos acessórios trabalham em conjunto para desempenhar
as seguintes funções:

● Ingestão: é a entrada de alimentos e líquidos no trato gastrointestinal pela boca.

● Digestão: A digestão acontece por processos mecânicos e químicos. Na digestão


mecânica os dentes trituram e cortam os alimentos antes de engolir, e após a deglutição
o músculo do estômago e do intestino misturam vigorosamente o alimento com as
enzimas. Na digestão química ocorre a quebra química e enzimática de moléculas
complexas, como açúcares ou carboidratos, lipídeos e proteínas, em pequenas
moléculas orgânicas, que podem ser absorvidas pelas células do intestino.

● Secreção: a digestão envolve a ação de ácidos, enzimas e soluções-tampão produzidos


por secreção ativa. Algumas destas secreções são produzidas pelo revestimento do trato
digestório, mas a maioria delas é proveniente de órgãos acessórios, como o pâncreas.

● Absorção: a entrada de líquidos e secretados, íons e produtos e produtos da digestão


nas células epiteliais que revestem o lúmen do trato gastro intestinal. As substâncias
entram no sangue ou na linfa e circulam para células de todo o corpo.
● Eliminação: resíduos não digeríveis, bactérias, células descamadas do trato
gastrointestinal e materiais digeridos que não foram absorvidos saem do corpo através
do ânus no processo denominado defecação. O material eliminado é denominado fezes.

Anatomia do Sistema Digestório.


O sistema digestório humano é formado por um
longo tubo musculoso, ao qual estão associados
órgãos e glândulas que participam da digestão.
Apresenta as seguintes regiões: boca, faringe,
esôfago, estomago, intestino delgado, intestino
grosso e anus. E as seguintes glândulas anexas:
glândulas salivares, fígado e pâncreas, que são
essenciais no processo da digestão, produzindo tanto
os sucos que degradam os alimentos como também
os hormônios que controlam todo o processo.

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Trato Gastrointestinal
O trato gastrointestinal é constituído pelo seguintes órgãos: cavidade oral (boca), a
faringe, o esôfago, o estômago, o intestino delgado e o intestino grosso.

Órgãos glandulares acessórios


Os órgãos glandulares acessórios do trato digestório são as glândulas salivares, o
fígado, a vesícula biliar e o pâncreas.

Boca
A boca é a abertura pela qual o alimento entra no tubo digestório, sendo sede da
mastigação e insalivação. Apresenta como principais estruturas: os dentes e a língua.
Os dentes e a língua preparam o alimento para a digestão, por meio da mastigação.
Os dentes reduzem os alimentos em pequenos pedaços, misturando-os à saliva, o que irá
facilitar a futura ação das enzimas.

Dentes
Duas dentições surgem durante a vida do indivíduo – a temporária (de leite) e a
permanente. Ambas as dentições começam seu desenvolvimento no útero; os dentes
temporários a se desenvolver, aproximadamente, na sétima semana fetal; e os dentes
permanentes aproximadamente no quarto mês. Os dentes temporários consiste de 20
dentes, cinco em cada quadrante: dois incisivos, um canino e dois molares. Esses dentes
nascem, em medias, dos seis ao 24 meses após o nascimento e, geralmente, caem entra
os seis e 12 anos.
Todos os dente são constituídos por três partes principais: a coroa, que é a parte
exposta; a raiz, que constitui a porção embutida no alvéolo(cavidade óssea) da maxila ou
mandíbula; e o colo, que é a junção entre a coroa e a raiz.

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Língua
Estrutura com grande mobilidade, é dividida ao meio pelo septo fibroso mediano e
composta por dois grupos de músculos: músculos intrínsecos (dentro da língua ) e
extrínsecos ( com origem na mandíbulas), que puxam a língua para cima, para baixo, para
frente e para trás. Uma prega de membrana mucosa, o frênulo, que prende a língua ao
assoalho da boca.

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Na superfície da língua existem dezenas de papilas gustativas, cujas células
sensoriais percebem os quatro sabores primário: amargo, azedo ou ácido, salgado e doce.
De sua combinação resultam centenas de sabores distintos. A distribuição dos quatro tipos
de receptores gustativos, na superfície da língua, não é homogênea.
O palato, consiste em duas partes: uma porção anterior, palato duro, formada pelos
ossos maxila e palatino; e uma porção posterior, palato mole, composta de músculos que
terminam numa projeção livre chamada úvula. A abertura da faringe localiza-se atrás da
úvula
Palato duro: É o céu da boca anterior, que atua no processo de fonação.
Palato mole: É o céu da boca posterior, que é responsável pelo início da deglutição.

A língua funciona misturando a saliva com o alimento e mantendo o bolo alimentar


pressionado entre os dentes para a mastigação, e depois, empurra-o para trás, para ser
deglutido.

Faringe
Canal musculo membranoso, situado atrás das fossas nasais e da boca, que
termina inferiormente na laringe e na traqueia, por um lado; e no esôfago por outro. Serve
de via tanto para o sistema respiratório, permitindo a passagem do ar em direção à laringe;
quanto para a digestório, passagem do alimento para o esôfago.

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Esôfago
Canal que liga a faringe ao estomago por uma distância de cerca de 25 cm. Localiza-
se, posteriormente, à traqueia; e anteriormente à coluna vertebral, passando através do
diafragma (musculo que separa o tórax do abdômen) em frente à aorta, para, então, entrar
no estomago.
O alimento, que se transforma
em bolo alimentar, é empurrado pela
língua para o fundo da faringe, sendo
encaminhado para o esôfago,
impulsionado pelas ondas peristálticas,
levando entre 5 e 10 segundos para
percorrer o esôfago. Quando a cárdia
se relaxa, permite a passagem do
alimento para o interior do estomago.

Essas ondas ou movimentos peristálticos são movimentos ondulados e de contração


que permitem que o bolo alimentar seja empurrado ao longo do tubo digestório para ser
transformado. Estes movimentos ajudam ainda a misturar o bolo alimentar ao suco
digestivo que atua na digestão.

Estomago e suco gástrico


O estomago é uma bolsa de parede musculosa, localizada no lado esquerdo abaixo
do abdome, logo abaixo das últimas costelas. É um órgão muscular que liga o esôfago,
através do orifício cárdia, ao intestino delgado, pelo orifício chamado piloro. Esse orifício é
formado por um anel muscular que se contrai quando o bolo alimentar chega até o

106
estomago. Dessa maneira, o alimento não passa para o intestino delgado, ficando retido no
estomago até que sua função digestiva se complete.
Este órgão apresente três funções mecânicas básicas: reservatório do alimento,
função realizada pela parte superior do estomago que relaxa sua musculatura e aumenta
sua capacidade; mistura os alimentos com o suco digestivo produzido por ele, função
realizada pela parte inferior do estomago e libera os alimentos (esvaziamento gástrico), já
parcialmente digeridos para o intestino delgado. Sendo sua principal função, a digestão de
alimentos proteicos.
Vários fatores afetam o esvaziamento
gástrico, como: o tipo de alimento, ação da
musculatura do estomago e a capacidade do
intestino delgado de receber mais alimentos
parcialmente digeridos. Quando o bolo
alimentar chega ao intestino delgado ele sofre
a ação do suco digestivo produzido pelo
pâncreas, fígado e intestino e é impulsionado
para frente para dar espaço e mais alimento
vindo do estomago.

O estomago consiste de três partes: o fundo, um porção superior deslocada; o corpo,


a porção pilórica (antro), que é uma porção ligeiramente estrita na região terminal, antes da
entrada no duodeno.

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A parede do estomago é composta por quatro túnicas: serosa (revestimento mais
externo chamado de peritônio visceral), muscular (muito desenvolvida, formada por fibras
musculares lisas), submucosa (tecido conjuntivo, encontrado entre a mucosa e a muscular,
que age para compensar as alterações em tamanho do tubo digestivo durante a passagem
do alimento) e mucosa (camada mais interna d trato digestivo, que secreta o suco gástrico).
Quando está cheio de alimento, o estomago torna-se ovoide ou arredondado e quando está
vazio, tem a forma de uma letra “J” apresenta movimentos peristálticos que assegura sua
homogeneização.

Este órgão produz o suco gástrico que é um liquido incolor, altamente ácido, que
contém ácido clorídrico, muco, enzimas e sais. O ácido clorídrico mantem o pH do interior
do estomago entre 0.9 e 2,0 e tem ação antisséptica, promovendo a morte ou a inibição de
inúmeros microrganismos que inevitavelmente penetram no tubo digestório juntamente com
o alimento. Também dissolve o cimento intercelular dos tecidos dos alimentos, auxiliando
a fragmentação mecânica iniciada pela mastigação.

A principal enzima gástrica é a pepsina. Essa enzima é lançada na cavidade gástrica


como pepsinogênio (enzima inativa), que, em presença de HCI, transforma-se na pepsina
ativa. Esta converte as proteínas em frações peptídicas, que terão sua digestão completada
no intestino delgado.

A mucosa gástrica é recoberta por uma camada de muco, que a protege da agressão
do suco gástrico, bastante corrosivo. Apesar de estarem protegidas por essa densa camada
de muco, as células da mucosa estomacal são continuamente lesadas e mortas pela ação
do suco gástrico. Por isso, a mucosa está sempre sendo regenerada. Estima-se que nossa
superfície estomacal seja totalmente reconstituída a cada três dias. Eventualmente ocorre
desequilíbrio entre o ataque e a proteção, o que resulta em inflamação difusa da mucosa
(gastrite) ou mesmo no aparecimento de feridas dolorosas que sangram (ulceras gástricas).

O bolo alimentar pode permanecer no estomago por até quatro hora ou mais, ao se
misturar ao suco gástrico, auxiliando pelas contrações da musculatura estomacal,
transforma-se em massa cremosa acidificada e semilíquida, o quimo.

Passando por um esfíncter muscular (o piloro), o quimo vai sendo, aos poucos,
liberado no intestino delgado, onde ocorre a maior parte da digestão.

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Quimificação: Processo de quebra de substancias
para a digestão de nutrientes, para este fenômeno o
estômago é dotado de células especiais que secretam
uma substância ácida responsável pela corrosão dos
alimentos, chamada ácido clorídrico (HCL-). Além do
HCL- no estômago encontramos algumas enzimas que
atuam na quebra de moléculas de nutrientes, tais
como: pepsina, lípase e amilase

Intestino Delgado
O intestino delgado é um tubo com pouco mais de 6m de comprimento por 4cm de
diâmetro e pode ser dividido em três regiões: duodeno (cerca de 25cm), jejuno (cerca de
5m) e íleo (cerca de 1,5m). A porção superior ou duodeno tem a forma de ferradura, é a
porção mais curta, mais larga e mais fica do intestino delgado. Compreende o piloro,
esfíncter muscular da parte inferior do estomago pela qual este esvazia seu conteúdo no
intestino.

A digestão do quimo ocorre, predominantemente, no duodeno nas primeiras porções


do jejuno, graças à ação conjunta da bílis, do suco pancreático e do suco entérico.

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O suco entérico é uma solução rica em enzimas com pH aproximadamente neutro,
produzido pela mucosa do intestino delgado. Uma dessas enzimas é a enteroquinase.
Outras enzimas são as dissacaridases, que hidrolisam dissacarídeos em monossacarídeos
(sacarose, lactase, maltase). No suco entérico há enzimas que dão sequência à hidrólise
das proteínas: os oligopeptídeos sofrem ação das peptidases, resultando em aminoácidos.
No intestino, as contrações rítmicas e os movimentos peristálticos das paredes
musculares, movimentam o quimo, ao mesmo tempo em que este é atacado pela bile,
enzimas e outras secreções, sendo transformado em quilo.
A absorção dos nutrientes ocorre através de mecanismos ativos ou passivos, nas
regiões do jejuno e do íleo. A superfície interna, ou mucosa dessas regiões apresenta além
de inúmeros dobramentos maiores, milhões de pequenas dobras (4 a 5 milhões), chamadas
vilosidades intestinais. As células das vilosidades, por sua vez, também possuem dobras,
as micro vilosidades. Todas essas dobras aumentam enormemente a superfície do intestino
e, portanto, a sua capacidade de absorção dos nutrientes. O intestino delgado também
absorve a agua ingerida, os íons e as vitaminas,
Cada vilosidade possui capilares sanguíneos, onde os nutrientes absorvidos por eles
passam para o fígado para serem distribuídos pelo resto do organismo.

Os produtos da digestão de gorduras (principalmente glicerol ácidos graxos isolados)


chegam ao sangue sem passar pelo fígado, como ocorre com outros nutrientes. Nas células
da mucosa, essas substancias são reagrupadas em triacilglicerois (triglicerídeos) e
envelopadas por uma camada de proteínas, formando os quilomícrons, transferidos para
os vasos linfáticos e, em seguida para os vasos sanguíneos, onde alcançam as células
gordurosas(adipócitos), sendo, então, armazenados.

110
Intestino Grosso.
É o local de absorção de agua, tanto a ingerida quanto a das secreções digestivas.
Uma pessoa bebe cerca de 1,5 litros de líquidos por dia, que se une a 8 ou 9 litros de agua
das secreções. Glândulas da mucosa do intestino grosso secretam muco, que lubrifica as
fezes, facilitando seu transito e eliminação pelo anus.

Mede cerca de 1,5m de comprimento e 7cm de diâmetro, divide-se em ceco, cólon


ascendete, cólon transversos, cólon descendente, cólon sigmóide e reto. A saída do reto
chama-se anus e é fechada por um musculo que o rodeia, o esfíncter anal.

O ceco, ou primeira porção do intestino grosso, é uma bolsa alongada situada na


porção inferior direita do abdome. Ligado à sua base, está um tubo delgado, o apêndice,
que possui uma cavidade que se comunica com o ceco.
O cólon ascendente estende-se para cima, a partir do ceco junto à parede abdominal
posterior direita até a superfície inferior e anteriormente ao rim direito. O cólon transverso
superpõe-se às circunvoluções do intestino delgado e cruza a cavidade abdominal da direita
para a esquerda, abaixo do estomago.
O cólon descendente começa perto do baço, caminhando para baixo, do lado
esquerdo do abdome, em direção à crista ilíaca, tornando-se o cólon sigmóide ou cólon
pélvico.
Numerosas bactérias vivem em mutualismo no intestino grosso. Seu trabalho
consiste em dissolver os restos alimentícios não assimiláveis, reforçar o movimento
intestinal e proteger o organismo contra bactérias estranhas, geradoras de enfermidades.

111
As fibras vegetais, principalmente a celulose, não são digeridas nem absorvidas,
contribuindo com porcentagem significativa da massa fecal. Como retém agua, sua
presença torna as fezes macias e fáceis de serem eliminadas.

O intestino grosso não possui vilosidades nem secreta sucos digestivos,


normalmente só absorve agua, em quantidade bastante consideráveis. Como o intestino
grosso absorve muita água, o conteúdo intestinal se condensa até formar detritos inúteis,
que são evacuados.

Assim, as funções básicas do intestino grosso são: absorção de agua, formação e


eliminação de fezes.

Glândulas anexas.

O pâncreas, o fígado e a vesícula biliar, derivados da porção do tubo digestivo que


forma o intestino delgado e as glândulas salivares, derivados da porção cranial do intestino
anterior, estão intimamente associados à fisiologia da digestão. As glândulas salivares
secretam enzimas digestivas na boca, que iniciam a digestão dos glicídios. O pâncreas
secreta enzimas digestivas que agem no três principais componentes de ingestão –
glicídios, lipídios e proteínas. A bile, secretada pelo fígado, é essencial para absorção
normal de lipídios digeridos. A vesícula biliar concentra e armazena a bile. O duodeno
recebe o suco pancreático via ducto pancreático e a bile via ducto colédoco.

Glândulas salivares
A presença de alimento na boca, assim como sua visão e cheiro, estimulam as
glândulas salivares a secretar saliva, que contém a enzima amilase salivar ou ptialina, além
de sais e outras substancias. A amilase salivar digere o amido e outros polissacarídeos
(como o glicogênio, reduzindo-os em moléculas de maltose (dissacarídeo). Três tipos de
glândulas salivares lançam sua secreção na cavidade bucal: parótida, submandibular e
sublingual.

112
O fígado
É a maior glândulas do organismo, pesa cerca 1,5lg no homem adulto; e na
mulher adulta entre 1,2 e 1,4kg. Tem cor arroxeada, superfície lisa e recoberta por uma
capsula própria. Está situado no quadrante superior direito da cavidade abdominal.

O fígado “trabalha” para os vários sistemas do corpo. Para o sistema digestório,


produz a bile, em torno de 700mL/dia é armazenada na vesícula biliar. Não contem
enzimas, mas apresenta sais biliares que têm ação detergente, emulsificando ou
emulsionando as gorduras, facilitando a ação das lipases pancreáticas. A bile também é
muito importante para absorção das vitaminas D e K, que são lipossolúveis.

O tecido hepático é constituído por


formações diminutas que recebem o nome
de lobos, compostos por colunas de
células hepáticas ou hepatócitos,
rodeadas por canais diminutos
(canalículos), pelos quais passa a bile,
secretada pelos hepatócitos. Estes canais
se unem para formar o ducto hepático que,
junto com o ducto procedente da vesícula
biliar, forma o ducto comum da bile, que
descarrega seu conteúdo no duodeno.

113
As células hepáticas ajudam o sangue a assimilar as substancias nutritivas e a
excretar os materiais residuais e as toxinas, bem como esteroides, estrógenos e outros
hormônios. O fígado é um órgão muito versátil. Armazena glicogênio, ferro, cobre e
vitaminas. Produz carboidratos a partir de lipídios ou de proteínas e lipídios a partir de
carboidratos u de proteínas. Sintetiza, também, o colesterol e purifica muitos fármacos e
muitas outras substancias. O termo hepatite é usado para definir qualquer inflamação n
fígado, como a cirrose.

Funções do fígado:
•Secretar a bile, liquido que atua no emulsionamento das gorduras ingeridas,
facilitando, assim, a ação da lipase;
•Remover moléculas de glicose no sangue, reunindo-as quimicamente para formar
glicogênio, que é armazenado; nos momentos de necessidade, o glicogênio é reconvertido
em moléculas de glicose, que são relançadas na circulação;
•Armazenar ferro e certas vitaminas em suas células;
•Metabolizar lipídeos;
•Sintetizar diversas proteínas presentes no sangue, de fatores imunológicos e de
coagulação e de substancias transportadoras de oxigênio e gorduras;
•Degradar álcool e outras substancias tóxicas, auxiliando na desintoxicação do

114
organismo;
•Destruir hemácias (glóbulos vermelhos) velhas ou anormais, transformando sua
hemoglobina em bilirrubina, o pigmento castanho-esverdeado presente na bile.

O pâncreas

O pâncreas é uma glândulas mista, de mais ou menos 15 cm de comprimento e de


formato triangular, localizada transversalmente sobre a parede posterior do abdome, na
alça formada pelo duodeno, sob o estomago. O pâncreas e formado por uma cabeça que
se encaixa no quadro duodenal, de um corpo e de uma causa afilada. A secreção externa
dele é dirigida para o duodeno pelos canais de Wirsung e de Santorini. O canal de Wirsung
desemboca ao lado do canal de colédoco Na ampola de Vater. O pâncreas comporta dois
órgãos estreitamente ligados: pâncreas exócrino e o endócrino.
O pâncreas exócrino produz enzimas digestivas em estruturas reunidas
denominadas ácinos. Essas estruturas estão ligadas através de finos condutos, por onde
sua secreção é levada até um condutor maior, que desemboca no duodeno, durante a
digestão.
Esta secreção é o suco pancreático, produzido em torno de 1,5 l/dia, tendo em sua
composição agua, enzimas e grandes quantidade de bicarbonato de sódio. Apresenta como
função a hidrólise da maioria das moléculas de alimento, como carboidratos, proteínas,
gorduras e ácidos nucleicos.
O pâncreas endócrino secreta os hormônios insulina e glucagon. A insulina
possibilita a entrada da glicose nas células e, portanto, sua transformação em energia. Por
isso a ação da insulina é reduzir o nível de glicose no sangue (glicemia).

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Quando ingerimos poucos carboidratos ou ficamos muito temo sem comer, a
glicemia desce muito. Então, o glucagon age, estimulando a transformação de outras
substancia em glicose, estabilizando seu nível no sangue.

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UNIDADE XI

Sistema endócrino

O sistema endócrino dos animais


vertebrados é formado por uma diversidade de
glândulas e órgãos que, juntamente ao sistema
nervoso, coordenam os processos fisiológicos de
um organismo. Através deste sincronismo, o
sistema nervoso recepciona e conduz estímulos
captados do meio externo, induzindo o sistema
endócrino a reagir de acordo com as necessidades
metabólicas.
Sendo a atividade endócrina, ocorrendo por
meio de mensageiros químicos, os hormônios,
substâncias de natureza proteica sintetizadas pelas glândulas, liberam seus produtos na
corrente sanguínea em resposta aos fatores externos ou processos que permitem a
manutenção do equilíbrio interno, atuando diretamente sobre a funcionalidade dos órgãos.
Desta forma, por exemplo, um organismo controla: a concentração hídrica, a
disponibilidade de carboidratos para o trabalho celular, a absorção de minerais, a pressão
arterial, o surgimento dos caracteres sexuais, a maturação de células reprodutivas, a
estimulação do desenvolvimento (crescimento), regulação do ciclo menstrual feminino, a
secreção de leite nos mamíferos, dilatação do canal vaginal e contrações uterinas em
virtude do parto, entre outras inúmeras funções.
Assim, o mecanismo de regulação tem como princípio a especificidade (o
reconhecimento) entre o agente hormonal e os receptores hormonais nos tecidos ou órgãos
efetores.
Em alguns casos, ao invés de seguir um sentido direto, a efetividade do estímulo
hormonal ao ser emitido por uma glândula (agente primário), regula a atividade metabólica
de uma segunda glândula (receptor intermediário / agente secundário), para então
prosseguir até a região do organismo onde irá desencadear uma reação no tecido ou órgão
efetor correspondente (receptor terminal). Neste processo indireto, os hormônios que
regulam a ação de outro hormônio recebem a denominação de hormônios trópicos.
Como exemplo de uma glândula endócrina que secreta hormônios trópicos, pode ser

117
citada a hipófise, atuando sobre as glândulas: adrenais (hormônios adrenocorticotrópicos),
tiróide (hormônios tireoideotrópicos) e gônadas masculinas e femininas (hormônios
gonadotrópicos).
As Principais Glândulas Endócrinas são:
• Hipotálamo
• Hipófise
• Paratireóides
• Tireóide
• Adrenais
• Pâncreas
• Fígado
• Ovários
• Testículos

Hipotálamo
Atua na regulação de secreção de diversas glândulas que produzem hormônios;
Age no controle de vários hormônios pela hipófise;
Age nos processos relacionados ao desejo sexual;

Hipófise
A hipófise, ou glândula pituitária é uma glândula pequena que se divide em duas:
Adeno-hipófise (anterior)
Neuro-hipofise (posterior)

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Hormônios Produzidos pela Adeno-Hipófise
STH – Somatotrofina Coriônica – Hormônio do Crescimento (Hipofunção e
Hiperfunção)
Prolactina – Estimula a produção de leite.
FSH – Hormônio Folículo Estimulante – estimula gametogênese no macho e fêmea.
LH – Hormônio Luteinizante – estimula a produção de hormônios sexuais.
TSH – Tireóidotrófico – Estimula a Tireóide

Hormônios Produzidos pela Neuro-Hipófise


Ocitocina – estimula a contração uterina
ADH – Hormônio Antidiurético – controla a liberação de urina.

Tireóide - Hormônios
T4 – Tetraiodotironina ou Tiroxina –
T3 – Triiodotironina
Aumentam a velocidade das reações químicas
Calcitocina
Promove a deposição de cálcio nos ossos, e ajuda a redução do cálcio no meio
extracelular.

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Paratireóide – Hormônios
Paratormonio – promove a retirada do cálcio dos ossos, quando sua taxa é baixa
no sangue e aumenta a absorção de cálcio no intestino

Glândulas Supra-Renais – Hormônios


Aldosterona – Reabsorção de sais pelos rins
Cortisol – Metabolismo Geral dos açucares,gorduras e proteinas.
Adrenalina – atua nas reações de alerta (ataque e defesa)

Pâncreas – Hormônios
O pâncreas é uma glândula mista pois além de hormônios (insulina e o glucagon)
produz também o suco pancreático, que é lançado no intestino delgado e desempenha
importante papel na digestão.
A insulina controla a entrada da glicose nas células (onde será utilizada na
liberação de energia) e o armazenamento no fígado, na forma de glicogênio.
A falta ou a baixa produção de insulina provoca o diabetes, doença caracterizada
pelo excesso de glicose no sangue (hiperglicemia).
O glucagon funciona de maneira oposta à insulina. Quando o organismo fica
muitas horas sem se alimentar, a taxa de açúcar no sangue cai muito e a pessoa pode
ter hipoglicemia, que gera a sensação de fraqueza, tontura, levando, em muitos caso, ao
desmaio.

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Nesse caso o pâncreas produz o glucagon, que age no fígado, estimulando a
"quebra" do glicogênio em moléculas de glicose. Por fim, a glicose é enviada para o sangue
normalizando a hipoglicemia.

Ovários
Progesterona – estimula o desenvolvimento dos órgãos sexuais e das diversas
características sexuais.
Estrogênio – age no ciclo menstrual, preparando o útero para nidação.

Testículos
Testosterona – o principal efeito é provocar o desenvolvimento das características
sexuais

121
122
UNIDADE XII

Sistema linfático

O sistema linfático é uma rede complexa de órgãos linfóides, linfonodos, ductos


linfáticos, tecidos linfáticos, capilares linfáticos e vasos linfáticos que produzem e
transportam o fluido linfático (linfa) dos tecidos para o sistema circulatório. O sistema
linfático é um importante componente do sistema imunológico, pois colabora com glóbulos
brancos para proteção contra bactérias e vírus invasores.

O sistema linfático possui três funções interrelacionadas:


(1) remoção dos fluidos em excesso dos tecidos corporais;
(2) absorção dos ácidos graxos e transporte subsequente da gordura para o sistema
circulatório;
(3) produção de células imunes (como linfócitos, monócitos e células produtoras de
anticorpos conhecidas como plasmócitos).

A linfa é um líquido transparente e esbranquiçado, levemente amarelado ou rosado,


alcalino e de sabor salgado, constituído essencialmente
pelo plasma sanguíneo e por glóbulos brancos. A linfa é
transportada pelos vasos linfáticos em sentido
unidirecional e filtrada nos linfonodos (também conhecidos
como nódulos linfáticos ou gânglios linfáticos). Após a
filtragem, é lançada no sangue, desembocando nas
grandes veias torácicas.

Circulação linfática
A circulação linfática é responsável pela absorção
de detritos e macromoléculas que as células produzem
durante seu metabolismo, ou que não conseguem ser
captadas pelo sistema sanguíneo.

123
O sistema linfático coleta a linfa por difusão pelos capilares linfáticos, e a retorna
para dentro do sistema circulatório. Uma vez dentro do sistema linfático o fluido é chamado
de linfa, e tem sempre a mesma composição do que o fluido intersticial. Produzida pelo
excesso de líquido que sai dos capilares sanguíneos ao espaço intersticial ou intercelular,
sendo recolhida pelos capilares linfáticos que drenam aos vasos linfáticos mais grossos até
convergir em condutos que se esvaziam nas veias subclávias.

A linfa percorre o sistema linfático graças a débeis contrações dos músculos, da


pulsação das artérias próximas e do movimento das extremidades. Se um vaso sofre uma
obstrução, o líquido se acumula na zona afetada, produzindo-se um inchaço denominado
edema.

Pode conter microorganismos que, ao passar pelo filtros dos linfonodos (gânglios
linfáticos) e baço são eliminados. Por isso, durante certas infecções pode-se sentir dor e
inchaço nos gânglios linfáticos do pescoço, axila ou virilha, conhecidos popularmente como
"íngua".
Baço – Maior dos órgão linfáticos, o baço está localizado abaixo do diafragma e atrás
do estômago. Ele é responsável pela defesa do organismo, na medida em que suas funções
são: produção de anticorpos (linfócito T e B) e hemácias (hematopoiese), armazenamento
de sangue e liberação de hormônios.

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Timo – Órgão localizado na cavidade torácica, próximo do coração. Além de produzir
as substâncias como a timosina e a timina, o timo produz anticorpos (linfócito T), atuando,
dessa maneira, na defesa do organismo. Curioso notar que o timo é um órgão que ao longo
da vida diminui de tamanho.

O Sistema linfático humano


Ao contrário do sangue, que é impulsionado através dos vasos através da força do
coração, o sistema linfático não é um sistema fechado e não tem uma bomba central. A
linfa depende exclusivamente da ação de agentes externos para poder circular. A linfa
move-se lentamente e sob baixa pressão devido principalmente à compressão provocada
pelos movimentos dos músculos esqueléticos que pressiona o fluido através dele.

A contração rítmica das paredes dos vasos também ajuda o fluido através dos
capilares linfático. Este fluido é então transportado progressivamente para vasos linfáticos
maiores acumulando-se no ducto linfático direito (para a linfa da parte direita superior do
corpo) e no duto torácico (para o resto do corpo); estes dutos desembocam no sistema
circulatório na veia subclaviana esquerda e a direita. A linfa segue desta forma em direção
ao abdome, onde será filtrada e eliminará as toxinas com a urina e fezes.
Ao caminharmos, os músculos da perna comprimem os vasos linfáticos, deslocando
a linfa em seu interior. Outros movimentos corporais também deslocam a linfa, tais como a
respiração, atividade intestinal e compressões externas, como a massagem. Permanecer
por longos tempos parado em uma só posição faz com que a linfa tenha a tendência a se
acumular nos pés, por influência da gravidade, causando inchaço

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Sistema imunológico

O sistema imunológico, também conhecido como sistema imunitário, compreende


todos os mecanismos pelos quais um organismo multicelular se defende de invasores
internos, como bactérias, vírus ou parasitas.

Existem dois tipos de mecanismos de defesa: os inatos ou não específicos, como a


proteção da pele, a acidez gástrica, as células fagocitárias ou a secreção de lágrimas; e o
sistema imunitário adaptativo, como a ação direcionada dos linfócitos e a sua produção de
anticorpos específicos.

Mecanismos inatos ou não específicos


O sistema inato é composto por todos os mecanismos que defendem o organismo
de forma não específica, contra um invasor, respondendo da mesma forma, qualquer que
ele seja. Constituem as estratégias de defesa mais antigas, sendo algumas destas formas
encontradas nos seres multicelulares mais primitivos, nas plantas e fungos.

Barreiras físicas

A pele é a principal barreira. A sua superfície lipofílica é constituída de células mortas


ricas em queratina, uma proteína fibrilar, que impede a entrada de microorganismos. As
secreções ligeiramente ácidas e lípidicas das glândulas sebácea e sudorípara criam um
microambiente cutâneo hostil ao crescimento excessivo de bactérias.

O ácido gástrico é uma poderosa defesa contra a invasão por bactérias do intestino.
Poucas espécies são capazes de resistir ao baixo pH e enzimas destruidoras que existem
no estômago.

A saliva e as lágrimas contêm enzimas bactericidas, como a lisozima, que destroem


a parede celular das bactérias.

No intestino, as numerosas bactérias da flora normal competem com potenciais


patogénios por comida e locais de fixação, diminuindo a probabilidade de estes últimos se
multiplicarem em número suficiente para causar uma doença. É por isso que o consumo de
demasiados antibióticos orais pode levar à depleção da flora benigna normal do intestino.

126
Com cessação do tratamento, espécies perigosas podem multiplicar-se sem
competição, causando, posteriomente, diversas doenças.

O muco é outra defesa, revestindo as mucosas. Ele sequestra e inibe a mobilidade


dos corpos invasores, sendo a sua composição hostil para muitos microorganismos.

Células do Sistema Imunológico

As células do sistema imunológico possuem função de defender o organismo contra


qualquer tipo de ataque de um invasor. Este pode ser uma bactéria, um vírus ou até mesmo
contra células defeituosa do nosso organismo que, por estar anormal, é identificada como
um corpo estranho e logo eliminada. Os glóbulos brancos são divididos em macrófagos e
linfócitos. Estes, por sua vez, se dividem em três grupos: linfócitos B, Linfócitos T matadores
e linfócitos T auxiliares.

Macrófagos
São células que se movimentam continuamente entre os tecidos, envolvendo
substancias estranhas, como microorganismos, restos de células mortas etc. Quando
presentes no sangue são chamados de monócitos.

Linfócito B
Os linfócitos B ou células de memória são responsáveis pela formação dos
anticorpos, proteína especifica que se combina com alguma substancia estranha também
especifica, inativando a. Essa substancia contra a qual o anticorpo reage é chamada de
antígeno.

Linfócito T Matadores
Os linfócitos T matadores reconhecem e matam células anormais, como as
infectadas por vírus.

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Linfócitos T Auxiliares
Os linfócitos T auxiliares comandam o sistema imunológico. Recebem informações
dos macrófagos sobre a presença de antígenos no organismo e estimulam os linfócitos B
e T matadores a combater os invasores. Se os linfócitos T auxiliares não atuarem bem, ou
simplesmente não atuarem, as células de combatem não poderão se ativadas, fazendo com
que os organismos não reajam ao ataque invasor. È o caso da AIDS, em que o vírus HIV
ataca e destrói os linfócitos T auxiliares, impedindo, assim, o sistema imunológico de
combater as infecções.

Orgãos Imunológicos
São aqueles que possuem relação com o sistema imunológico do organismo.
Dividem-se em duas classes: os órgãos imunológicos primário e os órgãos imunológicos
secundários.

Os linfócitos T e os linfócitos B são gerados na medula óssea vermelha ou rubra,


como as demais células sanguíneas. Ainda jovens os linfócitos T dirigem-se para o timo,
órgão situado sobre o coração onde vão amadurecer. Já os linfócitos B amadurecem na
própria medula óssea. Por constituírem os principais locais de produção e amadurecimento
dessas células, a medula óssea e o timo costumam ser denominados órgãos imunológicos
primários.
Ao passar pelos gânglios linfáticos, os linfócitos T e B fixam-se temporariamente. È
ai que detectam a presença de invasores trazidos pela linfa e passam a reproduzir,
formando assim verdadeiros exércitos de células de combate. Os órgãos que apresentam
aglomerados de linfócitos em amadurecimento, como gânglios linfáticos, as amídalas e o
baço recebem o nome de órgãos imunológicos secundários.

128
UNIDADE XIII

Sistema urinário

Estrutura do sistema urinário


O sistema urinário participa da manutenção da homeostase através da eliminação
de restos do metabolismo, de agua e outras substancias pela urina.

Este sistema é composto pelos rins e pelas vias urinárias. As vias urinarias
compreendem os ureteres, a bexiga e a uretra. A urina produzida nos rins é coletada pelos
ureteres e transportada até a bexiga urinaria, onde fica temporariamente armazenada. Da
bexiga, a urina é expelida para o meio externo através do canal denominado uretra.

Componente do sistema urinário

Rins
Situam-se na parte dorsal do abdome, logo abaixo do diafragma, um de cada lado
da coluna vertebral, rodeados por um tecido gorduroso. São duas glândulas de cor
vermelha escura que tem a forma de um grão de feijão, medindo cerca de 11cm de
comprimento de 6cm de largura, pesando entre 115 e 155 gramas nas mulheres e entre
125 e 170 gramas nos homens. Possuem uma capsula fibrosa que protege o córtex (porção
mais externa do rim) e a medula (porção mais interna do rim). A extremidade superior de
cada ruim é coberta por uma glândula endócrina, a glândula suprarrenal.

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Cada rim é formado de tecido conjuntivo, que sustenta e dá forma ao órgão, e por
milhares ou milhões de unidade filtradora, os néfrons, localizados na região renal. Cada
néfron é formado por duas partes principais: a cápsula de Bowman e os túbulos renais
(túbulo distal, túbulo proximal e túbulo coletor).
O néfron inicia-se em uma capsula de Bowman (estrutura em forma de cálice, que
está ligada a um longo túbulo contorcido denominado túbulo proximal), por onde penetra a
arteríola aferente (ramificação da artéria renal). No interior da cápsula, a arteríola ramifica-
se e organiza um emaranhado de vaso denominado glomérulo renal.

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Desse emaranhado emerge a arteríola eferente, que abandona o glomérulo. O túbulo
proximal desemboca numa estrutura na forma de U chamada de alça néfrica (ou alça de
Henle), a partir da qual se estende o contorcido túbulo distal. Vários túbulos distais, de
vários néfrons, mergulham num túbulo coletor.
A função básica dos rins é filtrar os produtos da degradação metabólica e o excesso
de sódio e de água do sangue e auxiliar na sua eliminação do organismo. Os rins também
ajudam a regular a pressão arterial e a produção de eritrócitos (glóbulos vermelhos).

Ureter
Os néfrons desembocam em ductos
coletores, que se unem para formar canais cada vez
mais grossos. A fusão dos ductos origina um canal
único, para cada rim, denominado ureter, que deixa
o rim em direção à bexiga urinária. Os ureteres são
tubos elásticos de mais ou menos 30 centímetros de
comprimento, que se contraem regularmente,
ajudando a urina descer até a bexiga.

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Bexiga urinária
É um saco muscular oco, que armazena a urina, situada atrás dos ossos ilíacos
(cavidade pélvica, atrás do púbis), armazena em média entre 400 ml (feminina), ela está
situada abaixo do útero e na frente da vagina e 500 ml (masculina), a bexiga urinária está
localizada diretamente na frente do reto.
Função: A bexiga urinária possui a importante função de armazenar a urina, gerada
pelos rins, até ela ser expelida pelo processo de micção.

Num adulto, possui a capacidade de armazenar entre 650 e 800 mililitros de urina.
Essa capacidade de armazenamento é menor nas mulheres, pois o útero fica num espaço
acima dela.
Seu formato depende muito da quantidade de urina que está armazenando. Quando
vazia, assemelha-se a um balão de festas sem ar. Quando está cheia de urina, fica com

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formato parecido com o de um abacate (com a parte maior voltada para cima).

Uretra
Tubo que parte da bexiga e termina, na mulher, na região vulvar (com cerca de 4
centímetros de comprimento) e, no homem, na extremidade do pênis (com cerca de 20
centímetros de comprimento). Sua comunicação com a bexiga mantém-se fechada por
anéis musculares – chamados esfíncteres. Quando a musculatura desses anéis relaxa-se
e a musculatura da parede da bexiga contrai-se, urinamos.

Feminina: Mede em torno de 4 cm de comprimento, sendo utilizada apenas para


micção, no óstio uretral.

Masculina: Mede em torno de 18 cm de comprimento, estendendo-se desde a bexiga


até o final do pênis. No estado de ereção sua longitude é ampliada, é um órgão comum
para micção e para a ejaculação, sendo parte de dois sistemas.

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Possui 3 porções:
- Porção prostática: situa-se próximo a bexiga
e no interior da próstata.
- Porção membranosa: possui apenas 1
centímetro de extensão.
- Porção cavernosa: encontra-se localizada no
corpo cavernoso do pênis

Formação da Urina
A urina é um líquido transparente, amarelado, formado nos rins e que transporta
produtos residuais do metabolismo até o exterior do organismo. Ela é constituída por 95%
de agua, na qual a ureia, ácido úrico, toxinas e sais minerais, como o cloro, o magnésio, o
potássio, o cloreto de sódio, o cálcio, entre outros (que formam os restante 5%), estão
dissolvidos. A urina se forma nos néfrons, basicamente em duas etapas: a filtração
glomerular e a reabsorção renal.

Filtração glomerular
O sangue chega ao rim através da artéria renal, que se ramifica no interior do órgão,
originado grande número de arteríolas aferentes, onde cada uma ramifica-se no interior da
cápsula de Bowman do néfron, formando um enovelado de capilares denominado
glomérulo de Malpighi.

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O sangue arterial é conduzido sob alta pressão nos capilares do glomérulo. Essa
pressão (70 a 80 mmHg), tem a intensidade suficiente para que parte do plasma passe para
a cápsula de bowman, processo denominado filtração. Essas substancias extravasadas
para a cápsula de Bowman constituem o filtrado glomerular, que é semelhante ao plasma
sanguíneo, com a diferença de que não possui proteínas (incapazes de atravessar os
capilares glomerulares), tendo substancias úteis como, por exemplo, agua, glicose,
vitaminas, sai mineiras diversos, vitaminas, gliceróis, ácidos graxos, etc. além dessas,
temos as substancias tóxicas ou inúteis ao organismo, como a ureia e o ácido úrico.

O filtrado glomerular passa em seguida para o túbulo contorcido proximal cuja parede
é formada por células adaptadas ao transporte ativo, iniciando a reabsorção renal.

Reabsorção renal
Esta etapa consiste no retorno consiste no retorno ao sangue das substancias úteis
ao filtrado. No túbulo contorcido proximal, ocorre reabsorção ativa de sódio (estimulada pela
aldosterona). A saída dos íons provoca a remoção de cloro fazendo com que a
concentração do líquido dentro desse tubo fique menor (hipotônico) do que no plasma dos
capilares que o envolvem. Com isso, quando líquido percorre o ramo descendente da alça
néfrica, há passagem de água por osmose do líquido tubular (hipotônico) para os capilares
sanguíneos (hipertônicos) ao que chamamos reabsorção.

O ramo descendente percorre regiões do rim com gradientes crescentes de


concentração. Consequentemente, ele perde ainda mais água para os tecidos, de forma
que, na curvatura na alça néfrica, a concentração do líquido tubular é alta. Esse líquido
muito concentrado passa então a percorrer o ramo ascendente da alça néfrica, que é

135
formado por células impermeáveis à agua e que estão adaptadas ao transporte ativo de
sais. Nessa região, ocorre remoção ativa de sódio, ficando o líquido tubular hipotônico.
Ao passar pelo túbulo contorcido distal, que é permeável à agua, ocorre reabsorção
de glicose e aminoácidos por transporte ativo e a água é absorvida de forma passiva
(estimulado pelo hormônio antidiurético ADH, liberado pela neurohipofise). Este líquido ao
sair do néfron, entra nos ductos coletores, onde ocorre a reabsorção final de agua,
constituindo a urina.
Dessa forma, estima-se que em 24 horas são filtrados cerca de 180 litros de fluido
do plasma; porém são formados apenas 1 a 2 litros de urina por dia, o que significa que
aproximadamente 99% do filtrado glomerular é reabsorvido.
Os capilares que reabsorvem as substancias úteis dos túbulos renais se reúnem
para formar um vaso único, a veia renal, que leva o sangue para fora do rim, em direção ao
coração.

136
Esfíncter uretral

É o conjunto de estruturas musculares que atuam com a função de continência


urinária.
É composto pela musculatura localizada abaixo do colo vesical, envolvendo a uretra
naquela altura.
Existem o esfíncter externo de músculo estriado e o esfíncter interno de músculo liso
respectivamente, que controla a micção ou ato de urinar.

Regulação da função renal


A regulação da função renal relaciona-se basicamente com a regulação da
quantidade de líquidos do corpo. Havendo necessidade de reter água no interior do corpo,
a urina fica mais concentrada, em função da maior reabsorção de água; havendo excesso
de agua no corpo, a urina fica menos concentrada, função da menor reabsorção de água.

O principal agente regulador do equilíbrio hídrico no corpo humano é o hormônio


ADH (antidiurético), produzido no hipotálamo e armazenado há hipófise. A concentração do
plasma sanguíneo é detectada por receptores osmóticos localizados no hipotálamo.
Havendo aumento na concentração do plasma (pouca água), esses osmorreguladores
estimulam a produção de ADH.

Esse hormônio passa para o sangue, indo atuar sobre os túbulos distais e sobre os
túbulos coletores do néfron, tornando as células desses tubos mais permeáveis à água.
Dessa forma, ocorre maior reabsorção de água e a urina fica mais concentrada. Quando a
concentração do plasma é baixa (muita água), há inibição da produção do ADH e ,
consequentemente, menor absorção de agua nos túbulos distais e coletores, possibilitando
a excreção do excesso de água, o que torna a urina mias diluída.

137
Além do ADH, há outro hormônio participante do equilíbrio hidro-iônico do organismo:
a aldosterona, produzida nas glândulas supra-renais. Ela aumenta a reabsorção ativa de
sódio nos túbulos renais, possibilitando maior retenção de água no organismo. A produção
de aldosterona é regulada da seguinte maneira: quando a concentração de sódio dentro do
túbulo renal diminui, o rim produz uma proteína chamada renina, que age sobre uma
proteína produzida no fígado e encontrada no sangue denominada angiotensina (ativa).
Essa substancia estimula as glândulas supra-renais a produzirem a aldosterona.

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UNIDADE XIV

Sistema reprodutor

Conjunto de órgãos (gônadas, vias reprodutoras e glândulas anexas) do corpo


humano que possibilitam a perpetuação da espécie por meio de reprodução. Apresentam
como unidades básicas, as células germinais masculinas e femininas.
Função
O sistema reprodutor tem função de produção de gametas pelas gônadas, além de
possuir estruturas especializadas para o seu transporte. Os machos possuem órgãos
responsáveis pela introdução dos espermatozoides nas fêmeas e, essas possuem
manutenção e geração do embrião durante o período de gestação.
Origem
Os embriões dos vertebrados possuem um tecido germinativo primitivo e um sistema
de tubos, cuja diferenciação em órgãos masculinos ou femininos é, geralmente,
determinada pela constituição cromossômica dessa embrião.

Sistema reprodutor masculino


O sistema reprodutor masculino é formado por: testículos ou gônadas, vias
espermáticas (epidídimo, canal deferente e uretra), pênis e escroto, glândulas anexas
(vesículas seminais, glândulas bulbouretrais e próstata).

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Testículos
São duas glândulas sexuais que se alojam
no saco escrotal, que produzem os
espermatozoides (células reprodutoras) e a
testosterona (hormônio sexual). Cada testículo é
composto por um emaranhado de tubos, os
ductos seminíferos onde se localizam as células
germinativas e as células de Sertoli (ou de
sustentação), onde ocorrerá a formação e nutrição dos espermatozoides. Em meio aos
ductos seminíferos, as células intersticiais ou de Leyding (nomenclatura antiga) produzem
os hormônios sexuais masculinos, sobretudo a testosterona, responsáveis pelo
desenvolvimento dos órgãos genitais masculinos e dos caracteres sexuais secundários.
Os caracteres secundários são:
•Estimulam os folículos pilosos para que façam crescer a barba masculina e o pelo
pubiano;
•Crescimento das glândulas sebáceas e a elaboração do sebo;
•Aumento de massa muscular nas crianças durante a puberdade, pelo aumento do
tamanho das fibras musculares;
•Ampliam a laringe e tornam mais grave a voz e, fazem com que o desenvolvimento
da massa óssea seja maior, protegendo contra osteoporose.

Vias espermáticas
Epidídimo: os túbulos seminíferos unem-se para formar uma série de túbulos retos
mais largos, que, por sua vez, formam uma rede conhecida como rede do testículo. Cerca
de 20 pequenos ductulos enovelados, os
ductos eferentes, deixam a extremidade
superior da rede do testículo, perfurando
a túnica albugínea (revestimento fibroso
do testículo) e abrindo-se no epidídimo.
Este último é a primeira porção do
sistema de ductos do testículo. É um
tubo enovelado que se encontra na parte
superior do testículo ligando-se ao canal
deferente, onde os espermatozoides são

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armazenados até sua eliminação durante o ato sexual.
Canais ou Ductos deferentes.
Cada ducto deferente é uma continuação do epidídimo e tem sido descrito como o
“ducto excretor do testículo”. Consiste em uma camada mucosa interna, uma camada
muscular média e uma camada fibrosa externa. Cruza a bexiga e o ureter, em direção a
vesícula seminal (onde é unido ao ducto da vesícula seminal para formar o ducto
ejaculatório), onde desembocam as vesículas seminais.

Uretra
A uretra masculina é um órgão tubular responsável pelo transporte tanto do sêmen
quanto da urina. Estende-se dos óstios interno ao externo da uretra, na extremidade distal
do pênis.

Para a liberação do sêmen, os músculos na entrada da bexiga se contraem durante


a ereção impedindo a entrada da urina no sêmen e do sêmen na bexiga. Todos os
espermatozoides não ejaculado são reabsorvidos pelo corpo dentro de algum tempo.

Pênis e escroto.
São os órgãos masculinos externos da reprodução. O escroto é uma bolsa que se
localiza posteriormente ao pênis, sustentado pelo púbis. É uma continuação da parede
abdominal e é dividido por um septo em dois sacos, cada um com um testículo com o seu
epidídimo, ou tubo conectante. Além disso, realiza a termorregulação (aproximam ou
afastam os testículos do corpo), mantendo-os a uma temperatura geralmente em torno de
1 a 3°C abaixo do corporal, para que os espermatozoides possam ser produzidos.

O pênis, órgão masculino da cópula, é


uma estrutura flácida, quando não
estimulada. Formando por: tecido erétil (dois
corpos cavernosos e um corpo esponjoso
envolve e protege a uretra), glande (cabeça
do pênis) e o prepúcio (pele que protege a
glande).
O fenômeno de ereção ocorre com a
estimulação sexual. A estimulação
parassimpática dilata as artérias que suprem o pênis e uma grande quantidade de sangue

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sob pressão entra nos espaços cavernosos do tecido erétil.
À medida que esses espaços se enchem, expandem-se e comprimem as veias que
suprem o pênis, retendo, assim, todo o sangue que entra. Isso faz com que o pênis se torne
rijo e ereto, o que torna possível sua penetração na vagina durante a relação sexual.
Quando as artérias se contraem, mais sangue sai do pênis do que entra, e o órgão retorna
ao seu estado flácido.

Glândulas anexas.
Vesículas seminais: existem duas vesículas seminais, bolsas membranosas que se
localizam posteriormente à bexiga, próximo à sua base, consistindo cada uma de único
tubo enovelado sobre si mesmo. Responsáveis pela produção de um liquido, que será
liberado no ducto ejaculatório que, juntamente com o liquido prostático e espermatozoides,
entrarão na composição do sêmen.
O liquido das vesículas seminais age como fonte de energia para os
espermatozoides e é constituído principalmente por frutose, apesar de conter fosfatos,
nitrogênio não proteico, cloretos, colina(álcool de cadeia aberta considerado como
integrante do complexo vitamínico B) e prostaglandinas (hormônios produzidos em
numerosos tecidos do corpo).
Glândulas bulbouretrais ou de Cowper:
As glândulas bulbouretrais são duas do tamanho de uma ervilha, localizadas
inferiormente à próstata de cada lado da uretra. Elas descarregam uma secreção mucosa
lubrificante anterior à ejaculação, que também faz parte do sêmen. Esta secreção é
transparente e serve para limpar e
preparar o canal da uretra para a Bexiga Urinária
passagem dos espermatozoides.
Próstata:
A próstata é um corpúsculo
cônico do tamanho de uma castanha, Pênis

que se localiza inferiormente à bexiga


com uma grande parte de sua base, ou
superfície superior, em contato com a
bexiga, e com seu ápice dirigido para
baixo. Ela circunda a primeira porção da
uretra e secreta um líquido fino, leitoso,
alcalino que auxilia na manutenção da

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viabilidade das células espermáticas e neutraliza a acidez da urina.

Sistema reprodutor feminino

O sistema reprodutor feminino é formado


por: vulva (pequenos e grandes lábios e clitóris)
e os órgãos reprodutores femininos internos (as
tubas uterinas ou trompas de Falópio, o útero os
ovários e a vagina).

Vulva
Os órgãos genitais externos, que no seu conjunto
constituem a vulva, são formados pelos grandes lábios, pelos
pequenos lábios e pelo clitóris. Dentro dos seus limites se
acham a abertura da vagina e da uretra, além do orifício
exterior de algumas glândulas.

Glandes lábios
São duas pregas arredondadas de tecido adiposo recobertas com pele. Começam
na parte inferior do monte de Vênus (uma elevação que recobre o púbis e é limitada
lateralmente pelas pregas inguinais) e se prolongam até o períneo. São longos de 7 a 8
centímetros, largos de 2 ou 3; a sua espessura varia de 15 a 20 milimetros. As superfícies
externas dessas pregas são recobertas com pêlos, enquanto que as superfícies internas,
que possuem folículos sebáceos, são lisas e umedecidas.

Os grandes lábios são volumosos e consistentes nas mulheres jovens e tendem a


se tornarem flácidos e muito moveis com o avançar da idade. Têm eles, sobretudo, uma
tarefa de proteção em relação aos órgãos genitais situados mais profundamente.

Durante o parto, pela sua elasticidade, se alargam facilmente, permitindo a

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passagem do feto. Entre os grandes lábios se acham os pequenos lábios.

Pequenos lábios.
São regas longas de 30 a 35 milímetros, largos de 10 a 15 milímetros e têm uma
espessura de 4 ou 5. Estas dimensões são destinadas a aumentar com o passar dos anos.
Estas dimensões são destinadas a aumentar com o passar dos anos. Localizadas
medialmente aos lábios maiores e anteriormente, rodeiam o clitóris. Eles circundam um
espaço, o vestíbulo, onde se abrem a vagina e a uretra. São altamente vascularizados e
apresentam diversas glândulas que se abrem no vestíbulo. Entre elas, temos as duas
glândulas de Bartholin que secretam uma substancia destinada a lubrificar os órgãos
genitais externos e que é produzida em quantidade maior durante o coito.
Os pequenos lábios dividem-se em duas camadas: pregas superiores, que forma o
prepúcio do clitóris e as pregas inferiores, que são conectadas à glande do clitóris para
formar o frenulo.

Clitóris
O clitóris é uma pequena estrutura alongada localizada na junção anterior dos lábios
menores, com a forma de uma ervilha, de tecido erétil e com nervos e vasos sanguíneos.
É muito sensível ao toque, tornando-se ingurgitado de sangue e rígido quando estimulado,
contribuindo para o estimulo sexual da mulher. É tido como o homólogo do pênis do homem,
mas não é atravessado pela uretra.

Órgãos internos
Tubas uterinas: as tubas uterinas, ovidutos ou trompas de falópio são dois ductos
musculares flexíveis, em forma de cornetas, de aproximadamente 12cm de comprimento,
que unem o ovário ao útero. Seu epitélio de revestimento interno é formado por células
ciliadas e sua extremidade por fimbrias.
As fimbrias (projeções digitiformes da tuba uterina) curvam-se sobre o ovário e está
adjacente a ele, mas não necessariamente em contato direto. Quando um óvulo é expelido
do ovário, as fímbrias funcionam como tentáculos, trazendo-os para o interior da tuba, onde
pode ocorrer a fertilização. Então, por contrações musculares peristálticas e por atividade
ciliar, a tuba conduz o óvulo para a cavidade uterina.

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Útero
O útero é um órgão
muscular piriforme de
parede espessa, suspenso
na parte anterior da
cavidade pélvica acima da
bexiga, em frente ao reto,
atrás acima da vagina e
abaixo das circunvoluções
do intestino delgado. As
dimensões do órgão variam
conforme a idade e o estado fisiológico da mulher, sendo em seu estado normal 7,5 cm de
comprimento e 5 cm de largura.

O útero é formado do fundo, do corpo e do colo. O fundo grosso e largo, fica ao nível
da parte superior da pelve. O corpo dá origem à menstruação e abriga o feto. O colo está
voltado para baixo e faz saliência no fundo da vagina. O útero é mantido na sua posição
pelas relações de continuidade da vagina e por diversos ligamentos: largos, redondos,
útero-sacros. O útero é formado por três camada: serosa, musculosa e mucosa.

A serosa, a camada mas externa, é formada pelo peritônio, que depois de ter
recoberto a bexiga, se dobra também sobre o útero. A camada muscular média constitui a
parede do órgão, o miométrio. Esta camada compreende as fibras musculares lisas
embebidas de tecido conjuntivo, que aumentam de volume e tomam uma cor mais rósea
durante a gravidez.

A camada mucosa forra toda a cavidade uterina, continuando, na parte superior,


com a mucosa das tubas uterinas na parte inferior com a da vagina. A camada interna da
parede uterina é a membrana mucosa, ou endométrio. Consiste em um revestimento
epitelial e um tecido conjuntivo chamado estroma endometrial.

O estroma é que suporta as glândulas epiteliais tubulares que se abrem na luz


uterina. Dois tipos de artérias fornecem sangue ao endométrio, sofrendo alterações
progressivas durante o ciclo menstrual, estando frágeis durante a menstruação.

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Durante a menstruação, o útero aumenta de volume em consequência da abundante
perda de sangue que se verifica neste período. Quando a ovulação e a menstruação
desaparecem, isto é, quando chega a menopausa, o útero termina a sua função e se atrofia
progressivamente.

O útero tem como função primordial abrigar o óvulo para nutrir e protege-lo em suas
etapas de embrião e feto.

Ovário
O ovários é um órgão duplo (ovário esquerdo e
ovário direito) com forma de amêndoa, encontra-se situado
na pequena pélvis, com cerca de 4 cm de comprimento. O
ovário prende-se ao ligamento largo do útero pelo
mesovário, uma prega peritoneal, e é ancorado ao útero
pelo ligamento próprio do ovário. O ligamento infundíbulo
pélvico, ou suspensor do ovário, estende-se do seu pólo
superior até a parede pélvica.

Uma delgada camada de células cubicas, o epitélio germinativo, recobre cada ovário.
A estrutura interna, ou estroma do ovário, consiste em uma trama de células fusiformes,
tecido conjuntivo e vasos sanguíneos. Diminutos folículos vesiculares em vários estágios
de desenvolvimento estão presentes no interior de cada ovário. O óvulo desenvolve-se
dentro desses folículos. As duas principais funções dos ovários são o desenvolvimento e
expulsão do ovulo feminino e a elaboração de hormônios sexuais femininos.

Vagina
A vagina é um tubo ímpar, de 10 a 15 cm de comprimento, que se estende desde o
colo uterino até a vulva, dirigido de cima a baixo e de trás para frente.

A parede da vagina consiste em um revestimento membranoso interno e uma


camada muscular capaz de contração e enorme dilatação, separada por uma camada de
tecido erétil.

A membrana mucosa, consistindo de epitélio pavimentoso estratificado, forma


espessas pregas transversas que mantem umedecidas por secreções cervicais. As paredes

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da vagina são normalmente pregueadas em intima aposição umas com as outras formando
um tubo colapsado. A cada lado da abertura externa da vagina há duas glândulas de meio
milímetro, chamadas bartholin, que secretam um com que lubrifica na copulação.

O limite entre a vagina a vulva constitui uma dobra, o hímen. O hímen é quase
sempre perfurado no centro e pode ter formas diversas. Os tipos mais comuns são hímen
anular ou circular, hímen em meia lua, hímen biperfurado e hímen cribriforme.

A vagina tem como função receber o pênis no coito e dar saída ao feto no momento
do parto, assim como expulsar o conteúdo menstrual.

Ciclo menstrual
Começa na puberdade (menarca) e continua até a menopausa, aproximadamente
40 anos mais tarde. O dia do início do fluxo menstrual é considerado o primeiro dia do ciclo,
que termina dia no último dia que antecede o próximo fluxo menstrual.

Normalmente, o ciclo tem duração de 28 dias, mas pode variar de 22 a 35 dias. Três
fases do ciclo menstrual podem ser distinguidas: fase menstrual, fase proliferativa e fase
secretora.

Fase menstrual
Compreende o primeiro até o quinto dia do ciclo. A menstruação ocorre quando
expectativa de implantação do blastocisto após a fertilização não é realizada. O
revestimento endometrial é destruído e reconstruído para a próxima possível implantação.

Quando o ovo não é fertilizado, o corpo lúteo regride; a subsequente queda nos
níveis sanguíneos de progesterona e estrogênio é seguida pela desintegração do
endométrio uterino.

Fase proliferativa:
Caracterizada pela estimulação do estrogênio, começa em torno do quinto dia do
ciclo e estende-se até a ovulação, a qual normalmente ocorre próximo ao ponto médio do
ciclo (14 dias antes do inicio da menstruação). À medida que a secreção de estrogênio
aumenta, o endométrio se espessa. Há um rápido crescimento de glândulas e de tecido
conjuntivo de suporte (estroma).

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O processo ovulatório é iniciado por uma rápida elevação na secreção do hormônio
luteinizante. Uma elevação característica da temperatura basal do corpo ocorre em um dia
ou logo após a ovulação, e permanece alta até o início do próximo período menstrual.
A presença de progesterona explica esse aumento de temperatura. Isso ocorre,
quando os folículos menores, com óvulos imaturos, que são chamados de folículos de Graaf
ao maturar são capazes de expulsar do ovário o ovulo já maturo. O folículo eliminado pelo
ovulo se transforma em um corpo amarelado (corpo lúteo) e degenera posteriormente em
corpo albicans.
Nas jovens, o ovário contém um número enorme de folículos de Graaf e de óvulos
em diversos graus de maturidade (cerca de 36.000). Só uma pequena parte,
evidentemente, torna-se óvulo maduro, na vida de uma mulher. A cada ciclo menstrual, um
folículo se rompe e o óvulo se destaca do ovário.
Fase secretora
Durante esta fase, os níveis de progesterona elevam-se; há um aumento
concomitante de níveis de estrogênio, ainda menor. O endométrio diferencia-se em um tipo
de tecido secretor capaz de preencher os requisitos para a implantação do embrião. As
glândulas hipertrofiam-se e tomam uma aparência tortuosa e enovelada.
Isto consequentemente espessa o endométrio. Se a implantação não ocorre, a
atividade funcional do corpo lúteo diminui, alterações degenerativas são observadas no
endométrio uterino e a fase menstrual começa novamente.
Caso ocorram a fertilização e a implantação a secreção da gonadotropina coriônica
humana mantem o corpo lúteo; consequentemente, a secreção de progesterona e de
estrogênio não é interrompida, e a menstruação não ocorre.

Tuba Uterina Fímbrias da


tuba uterina
Ovário

Útero

Bexiga
Urinária Colo do útero

Uretra Reto

Clitóris
Vagina
Lábios menores
Lábios maiores Ânus

Orifício Vaginal

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA

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