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Origem da saúde no mundo

• Civilização Egípcia Antiga: O


conhecimento médico dos antigos egípcios
incluía a cirurgia, a utilização de remédios à
base de plantas e a realização de autópsias
para entender a causa de doenças.
Origem da saúde no mundo

• Civilização Romana: Os romanos


construíram bibliotecas médicas,
fundaram escolas de medicina e
desenvolveram técnicas avançadas
de cirurgia, incluindo anestesia e
sutura.
Origem da saúde no mundo

• China Antiga: A medicina chinesa


antiga era baseada na filosofia do
Taoísmo e no conhecimento sobre a
acupuntura, que ainda é utilizada
hoje em dia. Além disso, os médicos
chineses antigos desenvolveram
remédios à base de plantas e
técnicas de diagnóstico precoces.
Origem da saúde no mundo

• A noção de saúde e o cuidado com a saúde


humana têm raízes antigas:
- babilônica, egípcia, grega e romana.
• Na Grécia Antiga, por exemplo, o filósofo
Hipócrates é conhecido como o "pai da medicina"
e sua obra, o Corpus Hipocrático, é considerada a
base da medicina ocidental.
• Ao longo dos séculos, a compreensão da saúde e
as práticas médicas evoluíram, levando à criação
de sistemas de saúde modernos e ao
desenvolvimento de tecnologias avançadas para
prevenir e tratar doenças.
Origem da saúde no mundo

• Europa Medieval: Durante a Idade


Média, a medicina foi influenciada pelo
conhecimento grego e romano, mas
também incluía práticas supersticiosas
como a realização de exorcismos para
tratar doenças. No entanto, também
houve avanços, como a introdução de
técnicas de cirurgia avançadas e o
desenvolvimento de farmacopeias.
Origem da saúde no Brasil

• A história da saúde no Brasil começou com a chegada dos


colonizadores portugueses, que trouxeram doenças como varíola e a
peste bubônica para a América.
• Durante a época colonial, a saúde pública era pouco desenvolvida e
os cuidados médicos eram reservados para a elite.
• No século XIX, com a independência do Brasil e a implantação do
Império, houve um esforço para melhorar as condições de saúde da
população, incluindo a criação de hospitais e o estabelecimento de
escolas médicas.
Brasil colônia (1500 – 1822)

• Doenças: castigo ou provação, pajés cuidavam dos doentes.

• Curandeirismo
• Padres jesuítas
• Físicos e cirurgiões barbeiros
• Santa casa de Misericórdia (santo – 1543, Salvador – 1549)

• Chegada da família Real ao Brasil em 1808:


- Política médica
- Intervenção na condição de vida e de saúde da população
- Vigiar/controlar o aparecimento de epidemias
Teoria miasmática

• Concebia as emanações de elementos


do meio físico como seus agentes
responsáveis e insalubres, porque
ainda não se conhecia a existência dos
microrganismos.

• O ar era considerado o principal


causador de doenças, pois carregava
gases pestilenciais oriundos de matéria
orgânica em putrefação.
Brasil Império (1822 – 1889)

• Ações de combate a doenças transmissíveis.


• Era bacteriológica.

• Com o desenvolvimento da bacteriologia e da


utilização de recursos que possibilitaram a
descoberta de microrganismos, foi identificado
o a gente etiológico da doença, concretizada na
segunda metade do Século XlX e no início do
Século XX.
Modelos de atenção à saúde

Biomédico
Hegemônico e tecnicista
Modelos s
assistenciais no Brasil Sanitarista
Alternativos
Modelo Biomédico
• Abordagem que enfoca na doença como uma entidade isolada do corpo e
busca curá-la por meio de tratamentos médicos específicos, como
cirurgias e medicamentos. Este modelo desconsidera a influência de
fatores sociais, emocionais e psicológicos na saúde e concentra-se
exclusivamente no aspecto biológico da doença.
Predominância de ações diagnósticas e
Foco no individualismo
curativas

Saúde/doença encarada como Estímulo ao consumismo médico e à


mercadoria medicalização dos problemas
Desmerecimento dos fatores
Ênfase ao biologismo
determinantes sociais em saúde
Desvalorização das ações de Participação passiva ou subordinada
prevenção e promoção de saúde dos consumidores/usuários de saúde
Modelo Sanitarista

• Caracterizado por campanhas e programas de saúde ambulatoriais


verticais e fragmentados (pré-natal, puericultura, tuberculose,
hanseníase).
• Ênfase no atendimento da demanda espontânea (ações pontuais),
em detrimento da prevenção e promoção da saúde.
• Expandiu-se na década de 1930 e não valoriza os princípios e
diretrizes da atenção básica e RAS.
Em vez de defini-los formalmente, explico reproduzindo o depoimento de um
médico a uma dupla de pesquisadores (Gomes & Silva, 2011):

• “Eu trabalho com cronograma, cada dia tem um programa diferente, segunda
feira, pela manhã, eu faço puericultura, à tarde eu faço livre demanda; terça
realizo visita domiciliar, à tarde livre demanda; quase todo dia eu tenho livre
demanda porque o povo quer realmente é se consultar, eles não querem saber
de organização, não. Na quarta-feira atendo as gestantes, à tarde livre demanda;
na quinta-feira, pela manhã, como eu tenho 425 hipertensos e 76 diabéticos, eu
organizo por agente de saúde o atendimento toda quinta-feira. Na sexta-feira,
como a gente só trabalha meio expediente, até as 13 horas, eu atendo livre
demanda.”
Modelos de Saúde Alternativos

1970: Debate internacional sobre superação dos modelos tradicionais de saúde.


Objetivo: Superar as lacunas geradas pelo modelo biomédico e sanitarista.

• Valorizam os princípios e as diretrizes do SUS.


• São direcionados para atender ao indivíduo, à família e à
comunidade, levando em conta seus aspectos socioeconômicos,
ambientais, culturais e políticos.
• Centram-se nas ações programáticas de saúde, na atenção básica,
como coordenadora e ordenadora do cuidado, nas Redes de Atenção
à Saúde, no acolhimento, na vigilância da saúde, na promoção e na
prevenção da saúde.
Resumo

Modelos Hegemônicos Modelos Alternativos

• Demanda espontânea • Assistência integral, humanizada,


• Assistência à saúde fragmentada com responsabilização e vínculo
• Sem planejamento entre trabalhadores e usuários.
• Poucas ações de prevenção de • Articulação das ações de demanda
doenças e promoção da saúde espontânea e demanda programada.
Níveis de atenção a saúde

O Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil possui três níveis de atenção à saúde:
1. Atenção Primária: é o primeiro contato do paciente com o sistema de saúde e tem
como objetivo prestar cuidados básicos de saúde, como vacinação, prevenção de
doenças e tratamento de problemas de saúde menores.
2. Atenção Secundária: engloba serviços de média complexidade, como consultas
com especialistas, exames de diagnóstico e tratamento de doenças mais graves.
3. Atenção Terciária: é o nível de atenção mais complexo e inclui serviços de alta
complexidade, como tratamento de doenças graves, cirurgias e cuidados intensivos.

O objetivo do SUS é garantir atenção integral e equitativa à saúde da população, por


meio da integração desses três níveis de atenção.
• O Sistema Único de Saúde (SUS) também reconhece a existência de
um nível de atenção quaternário. Este nível inclui serviços
especializados e altamente complexos, como tratamento de doenças
raras ou de alta gravidade, transplante de órgãos e cuidados com
pacientes crônicos.

• O objetivo deste nível é fornecer cuidados altamente especializados


e personalizados aos pacientes que necessitam de tratamentos mais
complexos e avançados. Este nível é geralmente prestado por
instituições de referência e hospitais universitários.
Níveis de atenção a saúde
Atenção primária

• A atenção primária à saúde é o primeiro nível de


atenção do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil e
tem como objetivo oferecer cuidados básicos à
população, promovendo a prevenção de doenças, a
promoção da saúde e o tratamento de problemas de
saúde menores.

• A Estratégia de Saúde da Família (ESF) é o pilar


central em que se alicerça a expansão, consolidação
e qualificação da Política Nacional de Atenção Básica
(PNAB), cujos princípios são: promoção, prevenção,
proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação,
redução de danos, cuidados paliativos e vigilância
em saúde.
Atenção primária
• Alguns dos serviços prestados pela atenção primária incluem:

- Consultas médicas
- Vacinação
- Prevenção de doenças
- Acompanhamento de gestantes e crianças
- Tratamento de problemas de saúde menores, como gripes e resfriados
- Encaminhamento para outros níveis de atenção caso necessário.
Atenção primária

• No entanto, apesar de ser considerada fundamental para o


funcionamento do SUS, a atenção primária enfrenta diversos desafios:

• Falta de profissionais de saúde


• Falta de equipamentos e medicamentos
• Dificuldades de acesso à informação
• Falta de estrutura física.
• Alta demanda
• Terceirização de serviços e profissionais
Declaração de Alma-Ata
• Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde
• Cazaquistão (1978)
• Compões 10 itens que enfatizam APS
• Definição de saúde (OMS)
• Saúde como direito fundamental
• Reafirmar a responsabilidade dos governos pela promoção da saúde
• Universalização
• Importância de uma equipe interdisciplinar de saúde
• Integração entre os diferentes níveis de atenção em saúde
Os principais assuntos discutidos na declaração
incluem:
• A necessidade de um enfoque holístico e integral na promoção da saúde, incluindo a atenção primária à
saúde como a base do sistema de saúde.

• A importância da participação da comunidade e do envolvimento das pessoas em sua própria saúde e no


desenvolvimento de políticas e programas de saúde.

• O direito de todos à saúde e a necessidade de acesso universal a cuidados de saúde de qualidade.

• A necessidade de trabalhar em parceria com outras áreas, como educação, habitação, meio ambiente, e
desenvolvimento econômico, para promover a saúde.

• A necessidade de melhorar a saúde das mulheres, dos crianças e dos grupos vulneráveis.

• A necessidade de fortalecer os sistemas de saúde nacionais e de apoiar o desenvolvimento de países em


desenvolvimento.
Conceito de Saúde

• A Organização Mundial da Saúde (OMS), em 1946, definiu saúde


como um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não
apenas como a ausência de doença ou enfermidade.
INAMPS (1974)
• Criado pelo regime militar
• Maior parte do atendimento realizado pelo iniciativa privada
• Remuneração por procedimento
• Sofreu repercussões de uma crise de financiamento na década de 70
• Década de 80 passou por mudanças progredindo para transição com
o SUS
8ª Conferência Nacional de Saúde
(17/03/1986)

• Marco na história do SUS


• Propagou o movimento da reforma sanitária
• Implantou o SUDS (convênio entre INAMPS e Governos Estaduais)
• Criou as bases para a seção “Da Saúde” da Constituição Brasileira de 5
de outubro de 1988.
Constituição de 1988

• Atendimento público para toda a população Brasileira (universalização)

• Marco na história da Saúde Pública Brasileira

• Definiu a saúde como: “direito de todos e dever do estado”

• Criação do SUS
Lei orgânica da saúde 8.080 (19 de setembro 1990)

• Fundou o SUS

Lei 8.142 (28 de dezembro de 1990)


• Imprimiu ao SUS a característica de Controle Social na gestão de
serviços.

• INAMPS foi extinto em 27 de julho de 1993 pela lei 8.689


O que é?
• É o sistema de saúde pública do Brasil.
• Responsável por garantir acesso universal e gratuito à saúde para
todos os cidadãos brasileiros, independentemente de sua renda ou
condição social.
• Ele é financiado com recursos do governo federal, estaduais e
municipais.
• A administração é feita pelo três níveis de governo.
• O SUS inclui uma rede de hospitais, clínicas, postos de saúde e outras
unidades de atendimento, além de programas de saúde pública e
ações de promoção, prevenção e assistência à saúde.
Gestão do SUS
Engloba:
Ações e serviços das vigilâncias
epidemiológicas, sanitária, ambiental
e assistência farmacêutica
Ministério da Saúde

• Gestor nacional do SUS


• Formula, normatiza, fiscaliza, monitora e avalia políticas e ações
• Articula com Conselho Nacional de Saúde
• Atua na comissão Intergestores Tripartite (CIT)
• Integram sua estrutura: Fiocruz, Funasa, Anvisa, ANS, Hemobrás,
INCA, INTO, e oito Hospitais Federais
Secretaria Estadual de Saúde

• Participa da formulação de políticas e ações de saúde


• Presta apoio aos municípios
• Articulação com o conselho estadual
• Participa da Comissão Intergestores Bipartite
• Ajuda a aprovar e implementar o plano estadual de saúde
Secretaria Municipal de Saúde

• Planeja, organiza, controla, avalia e executa as ações e serviços de


saúde
• Articula ações com o conselho municipal e a esfera estadual para
aprovas e implantar o plano municipal de saúde
Conselho de Saúde

• Atua no âmbito Nacional, Estadual, Municipal


• Caráter permanente e deliberativo
• Órgão colegiado
• Composto por representantes do governo, profissionais de saúde,
prestadores de serviço e usuários
• Formula estratégias e controla execução da política de saúde
(Inclusive nos campos econômicos e financeiros)
• Decisões homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído
em cada esfera de governo.
Composição do Conselho de Saúde
Comissões Intergestores
Comissão Intergestores Tripartite
• Foro de negociação e pactuação entre gestores: Federais
• E aspectos operacionais do SUS Estaduais

Comissão Intergestores Municipais


Bipartite
• Foro de negociação e pactuação entre gestores: Estaduais
• E aspectos operacionais do SUS Municipais
• Entidade representativa dos entes municipais, no âmbito estadual

• Trata de matérias referentes à saúde, desde que vinculados


institucionalmente ao Conasems, na forma que dispuserem seus
estatutos.
• Entidade representativa dos entes municipais na CIT para tratar de matérias
referentes à saúde
Princípios Organizativos

• Regionalização: os serviços devem ser organizados em níveis


crescentes de complexidade, circunscritos a uma determinada área
geográfica, planejados a partir de critérios epidemiológicos e com
definição e conhecimento da população a ser atendida

• Hierarquização: A regionalização é um processo de articulação entre


os serviços que já existem, visando o comando unificado dos mesmos.
• Um dos maiores e mais complexos sistemas de saúde do mundo
• Descentralização e Comando Único: descentralizar é redistribuir
poder e responsabilidade entre os três níveis de governo. Com relação
à saúde, descentralização objetiva prestar serviços com maior
qualidade e garantir o controle e a fiscalização por parte dos cidadãos.
No SUS, a responsabilidade pela saúde deve ser descentralizada até o
município, ou seja, devem ser fornecidas ao município condições
gerenciais, técnicas, administrativas e financeiras para exercer esta
função. Para que valha o princípio da descentralização, existe a
concepção constitucional do mando único, onde cada esfera de
governo é autônoma e soberana nas suas decisões e atividades,
respeitando os princípios gerais e a participação da sociedade.
• Participação Popular: a sociedade deve participar no dia-a-dia do
sistema. Para isto, devem ser criados os Conselhos e as Conferências
de Saúde, que visam formular estratégias, controlar e avaliar a
execução da política de saúde.
Responsabilidades dos Entes que Compõem o
SUS

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