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Reforma psiquiátrica 1970

• Movimento social dos trabalhadores em saúde mental com o objetivo


de desospitalização, seu lema era “por uma sociedade sem
manicômios”.

• A reforma psiquiátrica pretende construir um novo estatuto social


para o doente mental, que lhe garanta cidadania, o respeito a seus
direitos e sua individualidade, promovendo sua contratualidade
(resgate da capacidade do sujeito de participar do universo das trocas
sociais, de bens, palavras e afetos) e sua cidadania, inclusos aí não só
seus direitos como seus deveres como cidadão.
O Holocausto Brasileiro

• Barbacena, a cidade-manicômio que sobreviveu à morte atroz de


60.000 brasileiros.
• Maioria dos internos era de alcoólatras, homossexuais, mães
solteiras, suposta escória enviada à cidade mineira, que enfrenta o
passado com um Museu da Loucura e uma atenção mental que virou
referência.
Práticas utilizadas em manicômios

• Lobotomia
• Contenção mecânica como forma de “castigo”
• Presos em jaulas
• Tratamento de choque (eletroconvulsoterapia)
• Superlotação
• Agressões físicas
• Experiências humanas
• Esquecidos pelos familiares
• Eram deixados nus
• Alimentação deficiente
Conceito de Saúde Mental
• De acordo com a Organização Mundial da Saúde, saúde mental é um
estado de bem-estar no qual o indivíduo é capaz de usar suas próprias
habilidades, recuperar-se do estresse rotineiro, ser produtivo e
contribuir com a sua comunidade.
A Doença Mental
• Os transtornos mentais (psiquiátricos ou psicológicos) incluem as alterações
de pensamento, emoções e/ou comportamento. Pequenas alterações
nesses aspectos da vida são comuns, mas quando essas alterações causam
angústia significativa à pessoa e/ou interferem na sua vida cotidiana, elas
são consideradas uma doença mental ou um transtorno de saúde mental.
Os efeitos de uma doença mental podem ser duradouros ou temporários.

• A Organização Mundial de Saúde/OMS, apresenta que 23 milhões de


brasileiros, ou seja 12% da população, apresentam os sintomas dos
transtornos mentais. Ainda conforme as pesquisas, cerca de 5% dos
cidadãos sofrem com transtornos mentais graves e persistente.
Visão holística do indivíduo
Reinserção social
Principal método terapêutico moderno

Família
Amigos
Grupos de apoio
Atividades de socialização em grupo
Desafios do acolhimento familiar

• Gasto financeiro
• Sobrecarga familiar
• Desgaste físico e emocional
• Desenvolvimento de sintomas depressivos no cuidador
• Realidade do lar/comunidade
Papel do enfermeiro no tratamento do Doente
Mental
• O atendimento da enfermagem ao paciente com doença mental deve
ir além da administração de remédios, acolhendo e escutando o
paciente com atenção e cuidado.

Além disso, é preciso que o enfermeiro esteja preparado para:

• Realizar avaliações biopsicossociais da saúde;


• Criar e implementar planos de cuidados para pacientes e familiares;
• Participar de atividades de gerenciamento de caso;
• Promover e manter a saúde mental;
• Fornecer cuidados diretos e indiretos;
• Controlar e coordenar os sistemas de cuidados;
• Integrar as necessidades do paciente, da família e de toda equipe médica.
Desenvolver escuta ativa
Relacionamento terapêutico

Tem sua tônica no relacionamento


afetivo-emocional. O relacionamento
interpessoal precisa ser estabelecido
com esforço de ambas as partes
(profissional e paciente).
Psicoterapia
• Psicoterapia do grego psykhe – psique, alma, mente e therapeuein – cuidar,
curar).
• Objetivo de realizar intervenções psicológicas benéficas ao indivíduo em suas
diversas áreas de relacionamentos interpessoais.
• Utiliza meios psicológicos para atingir um fim específico (cura ou diminuição dos
sofrimento, estresse ou incapacidade do paciente geralmente causado por um
transtorno mental.
• Psicologia = ciência que estuda a mente e o comportamento
humano e as suas interações com o ambiente físico e social.

• Psicoterapia = uso clínico do conhecimento obtido pela psicologia.

• Psicanálise = trabalho psicoterapêutico baseado no corpo teórico de


Sigmund Freud.
Estrutura básica da psicoterapia

• Oferta de terapeutas x acesso físico/financeiro da população

• Formação dos terapeutas x aceitação de terapia por parte da população

Processo terapêutico

Terapeuta x Cliente

Técnica terapêutica e Relacionamento terapêutico


BASE
O processo terapêutico só poderá dar frutos se o paciente mostrar abertura a esse trabalho
Efetividade da psicoterapia

• Hans Eysenk (1952): afirmou que a psicoterapia não tinha efeito


algum. (1993) se distanciou de sua tese anterior.

• Klaus Grawe (1998): Afirmou que o efeito placebo se apresenta de


maneira diferente em psicoterapia e em farmácia.

Causa forte efeito psicológico, que pode ser utilizado como parte da própria terapia.
O Funcionamento da Psicoterapia

Fases de mudança do paciente

1. Fase “Pré-contemplativa”
2. Fase “contemplativa”
3. Fase de preparação
4. Fase de ação
5. Fase de manutenção
6. Fase de estabilidade
Tipos de progressão

1. Transcurso estável

2. Transcurso progressivo

3. Transcurso regressivo

4. Transcurso circular
Fases da terapia
1. Indicação

2. Promoção de relacionamento terapêutico e trabalho de clarificação


do problema

3. Encenação do aprendizado terapêutico

4. Avaliação
Indicação Adaptável
Mecanismos de mudança da psicoterapia

• Relacionamento terapêutico

• Ativação de recursos

• Atualização do problema

• Esclarecimento motivacional/Esclarecimento e transformação de interpretações

• Competência na superação de problemas


Processos de mudança

1. Autoexploração/autoreflexão
2. Auto-reavaliação
3. Autolibertação
4. Contra-condicionamento
5. Controle dos estímulos
6. Administração de reforços
7. Relacionamentos auxiliadores
8. Alívio emocional
9. Reavaliação ambiental
10. Libertação Social
Efeitos da psicoterapia
• Aspecto processual: fortalecimento do RT, aumento de expectativa do paciente,
sensibilização do paciente a fatores que ameaçam sua estabilidade psíquica,
autoexploração, novas experiências pessoais.

• Aspecto final:
• Microefeitos = pequenos progressos.
• Macroefeitos = consequências a longo prazo e mudanças profundas da estrutura
psíquica.

1. Melhora do bem estar Dependente


2. Modificação dos sintomas
3. Modificação da estrutura da personalidade
Doença

• Para que uma condição seja considerada uma doença, é preciso que
ela atenda a três critérios:

- ter uma causa reconhecida;


- manifestar-se por meio de uma sintomatologia específica; e
- provocar alterações no organismo, sejam elas visíveis ou detectadas
por meio de exames.
Síndromes

• síndrome é definida como uma reunião de sintomas e sinais que


estão associados a mais de uma causa. Ou seja, diferente do que
acontece em uma doença, a sintomatologia das síndromes é
inespecífica.

• Assim, enquanto as doenças tem uma razão conhecida e definida por


trás de sua manifestação clínica, as síndromes são quadros que
podem ter diversas origens. Dessa forma, alguns pacientes
diagnosticados com síndromes podem nunca chegar a um veredicto
definitivo sobre a causa de seus sinais e sintomas.
Transtornos
• Um transtorno é uma alteração na saúde que nem sempre está associado a uma doença
propriamente dita, embora possam representar grandes incômodos para um paciente. Em
sua maioria, os transtornos estão relacionados à ordem mental ou psicológica.
• Os transtornos mentais incluem qualquer quadro que possa comprometer a vida pessoal,
familiar, social e profissional de um paciente, influenciando inclusive a forma como ele
enxerga a si próprio e as pessoas e situações ao seu redor. Alguns exemplos de
transtornos são a ansiedade, a depressão, a dependência de qualquer substância ou
hábito, os distúrbios alimentares e a hiperatividade.
• Esses e outros transtornos mentais não apresentam uma única causa definida, podendo
ser resultado de aspectos biológicos (como o déficit ou o excesso de produção de um
neurotransmissor) e psicológicos (a forma como o paciente se comporta e interage com o
ambiente). Algumas vezes, eles também são chamados de “distúrbios”.
Tipos de Psicoterapia
• Classificações sob aspectos formais

Número de pessoas: individual, casal, familiar ou de grupo.


Duração: terapias curtas (6 – 15 sessões) e longas (até 3 anos ou mais).
Setting (contexto): online ou pessoalmente.
Diretivas: trabalha apenas um paciente.
Mediação: não é direcionado ao paciente, mas para as pessoas relevantes para ele (pais,
paceiro, etc).
Autoajuda: pessoas com o mesmo problema procuram se ajudar mutuamente.
Superação de um problema: a terapia só termina quando houver solução para o problema.
Clarificação dos motivos e objetivos pessoais: ajudar o paciente a encontrar sua própria
razão e motivação.
Intrapessoais: busca mudanças na funções psíquicas do paciente.
Tipos de Psicoterapia
• Classificação de acordo com a perspectiva teórica

• Psicodinâmicas: explicam os problemas psíquicos em base em conflitos inconscientes


originados na infância e seu objetivo é superação.
• Cognitivo-comportamentais: explicam transtornos mentais baseadas na história de
aprendizado do indivíduo e nas interações dele com seu meio, e tem por objetivo o
restabelecimento das competências do paciente de controlar seu comportamento e de
influenciar suas emoções e percepções.
• Existencial-humanistas: Esse tipo de terapia parte do princípio que todo ser humano possui
em si uma força interna que, se não impedida por influência externa, o conduz a sua plena
realização. Explicam os transtornos psíquicos como fruto da incongruência entre autoimagem
e experiência pessoal e buscam fomentar as forças de autorrealização do indivíduo.
• Orientadas na comunicação: consideram os transtornos do comportamento como expressão
de estruturas de comunicação disfuncionais e buscam uma reorganização de tais estruturas
ou a formação de novas, mais construtivas.
A maioria é híbrida
Abordagens trans teóricas

• Integração: é a busca de uma unificação da base teórica das diferentes


escolas (Arkowitz, 1992)
• Ecletismo: é uma posição mais prática. O objetivo é reunir os elementos
efetivos das diferentes escolas, sem levar em conta possíveis diferenças
teóricas.
• Variáveis trans teóricas: são os fatores comuns a todas as escolas, mas
que recebem em cada uma delas um papel mais ou menos central.
• Psicoterapia geral: é a formação de uma estrutura teórica básica, que
oferece uma possibilidade de localizar e descrever as diferentes escolas.

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Indicação
• Designada ao conjunto de sintomas e sinais que mostram qual tipo de
intervenção é mais apropriada em um determinado caso.
• A principal indicação para uma psicoterapia é um transtorno mental.
Mas não só, uma psicoterapia pode ser indicada também em
situações em que o indivíduo está insatisfeito com a própria vida,
precisa tomar decisões difíceis e não sabe como, em situações em
que a pessoa não vê sentido naquilo que faz, etc.
O doente psiquiátrico e a equipe multiprofissional

• A equipe multidisciplinar é composta por


profissionais de diferentes áreas da saúde:
- psicologia
- Psiquiatria
- Enfermagem
- Terapeuta ocupacional
• trabalham juntos para fornecer cuidados e tratamentos ao paciente com problemas
mentais.
• O objetivo é oferecer uma abordagem abrangente e integrada para ajudar o paciente
a superar suas condições de saúde mental e melhorar sua qualidade de vida. A
colaboração entre os membros da equipe permite a identificação e abordagem de
diferentes aspectos do problema de saúde mental do paciente, garantindo uma
abordagem eficaz e individualizada.
Principais ações da equipe multidisciplinar no tratamento do doente mental

1. Avaliação: A equipe multidisciplinar realiza uma avaliação abrangente do paciente, incluindo


histórico médico, sintomas e condição atual.
2. Diagnóstico: Com base na avaliação, a equipe pode diagnosticar a condição mental do paciente
e estabelecer um plano de tratamento.
3. Prescrição de medicamentos: O médico ou psiquiatra da equipe pode prescrever
medicamentos para tratar a condição mental do paciente.
4. Terapia psicológica: Psicólogos ou terapeutas da equipe podem fornecer terapias psicológicas,
como terapia comportamental, terapia cognitiva e terapia de grupo.
5. Apoio emocional: A equipe multidisciplinar pode fornecer apoio emocional e social ao
paciente, incluindo orientação sobre como lidar com a condição e como obter ajuda adicional.
6. Monitoramento: A equipe monitora constantemente a condição do paciente e faz ajustes no
tratamento quando necessário.
7. Trabalho com família e cuidadores: A equipe pode trabalhar com a família e outros cuidadores
do paciente para fornecer informações e orientações sobre como ajudar o paciente em casa.
8. Continuidade do tratamento: A equipe multidisciplinar garante a continuidade do tratamento
para o paciente, incluindo a transição de um ambiente de tratamento para outro, se necessário.
Principais desafios que a equipe multidisciplinar enfrenta no tratamento do doente
mental

1. Falta de recursos: A falta de recursos financeiros, humanos e tecnológicos pode afetar a capacidade da
equipe de fornecer cuidados e tratamentos adequados aos pacientes com problemas mentais.
2. Desafios de comunicação: A falta de comunicação clara entre os membros da equipe pode levar a erros
de diagnóstico e tratamento.
3. Dificuldades no acesso aos pacientes: Alguns pacientes com problemas mentais podem ter dificuldades
em acessar os serviços de saúde, incluindo transporte, acesso à tecnologia e questões financeiras.
4. Estigma social: O estigma social em torno da saúde mental pode dificultar a busca de ajuda por parte dos
pacientes e impedir que eles sejam tratados com respeito e compaixão.
5. Dificuldades na adesão ao tratamento: Alguns pacientes podem ter dificuldades em aderir ao
tratamento prescrito, o que pode ser desafiador para a equipe multidisciplinar.
6. Mudanças na condição do paciente: A condição do paciente pode mudar rapidamente, o que pode exigir
ajustes no tratamento e uma resposta rápida da equipe.
7. Falta de treinamento: Alguns membros da equipe podem não ter recebido treinamento adequado para
lidar com pacientes com problemas mentais, o que pode afetar a qualidade dos cuidados prestados.
Formas como a equipe multidisciplinar pode melhorar a relação com o
paciente mental

1. Comunicação clara e efetiva: A comunicação clara e efetiva é fundamental para estabelecer uma
relação de confiança com o paciente e para garantir que eles compreendam o tratamento proposto.
2. Escuta ativa: A equipe deve ouvir atentamente as preocupações e as necessidades do paciente e
responder às suas perguntas com compaixão e empatia.
3. Envolvimento do paciente no processo de tratamento: É importante envolver o paciente no
processo de tratamento, discutir as opções de tratamento com eles e considerar suas preferências e
valores.
4. Respeito pela privacidade e confidencialidade: A equipe deve garantir que a privacidade e a
confidencialidade do paciente sejam respeitadas a todo momento.
5. Trabalho em equipe colaborativo: A equipe deve trabalhar de forma colaborativa,
compartilhando informações e trabalhando junta para alcançar o melhor resultado para o paciente.
6. Treinamento em saúde mental: A equipe deve receber treinamento adequado em saúde mental
para que possa compreender e lidar de maneira adequada com pacientes com problemas mentais.
7. Abordagem centrada no paciente: A equipe deve adotar uma abordagem centrada no paciente,
lembrando sempre que cada paciente é único e tem necessidades específicas.
Entendendo o multiprofissionalismo na
prática
• Dinâmica da ilha deserta
• Dinâmica Brainstorm 6.3.5

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