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Depressão e Suicídio

Psicopedagoga Sandra Ribeiro


Depressão

A depressão (CID 10 – F33) é uma doença psiquiátrica


crônica que gera tristeza profunda, perda de interesse,
ausência de ânimo e oscilações de humor. Muitas vezes é
confundida com ansiedade e pode levar a pensamentos
suicidas. Assim, é essencial diagnosticar a doença e iniciar
acompanhamento médico.

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Sintomas da Depressão
• Irritabilidade, ansiedade e angústia;
• Desânimo, cansaço fácil, necessidade de maior esforço para fazer as coisas;
• Diminuição ou incapacidade de sentir alegria e prazer;
• Desinteresse, falta de motivação e apatia;
• Sentimentos de medo, insegurança, desesperança, desespero e desamparo;
• Pessimismo, ideias frequentes e desproporcionais de culpa, baixa auto-estima;
• Sensação, inutilidade, ruína e fracasso;
• Interpretação distorcida e negativa da realidade;
• Dificuldade de concentração, raciocínio mais lento e esquecimento;
• Diminuição do desempenho sexual;
• Perda ou aumento do apetite e do peso;
• Insônia ou despertar matinal precoce;
• Dores e outros sintomas físicos não justificados por problemas médicos; 
• Tentativa de suicídio
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Diferença entre tristeza e depressão

Há uma grande diferença entre tristeza e depressão. A tristeza


pode ocorrer desencadeada por algum fato do cotidiano, em que
a pessoa realmente sofre com aquilo até assimilar o que está
acontecendo e geralmente não dura mais do que quinze a vinte
dias.

Por sua vez, a depressão se instala e se não for tratada pode


piorar e passar por três estágios: leve (CID 10 F33.0), moderada
(CID 10 - F33.1) e grave (CID F33.2).

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Como diferenciar tristeza e depressão?

• Tristeza tem motivo. A pessoa sabe que está triste. 


• A depressão é uma tristeza profunda e muitas vezes sem conteúdo, sem
motivo aparente. Mesmo se algo maravilhoso acontecer ou estiver
acontecendo, a pessoa continuará triste.
• A pessoa triste pode ter sintomas no corpo, como sentir aperto no perito,
taquicardia, chorar. 
• A pessoa deprimida tem pensamentos suicidas. 
• Quem está triste costuma ter pensamentos repetitivos sobre a razão da
tristeza.
• Quando deprimida, a pessoa sente, pelo menos, duas semanas de uma
tristeza profunda e contínua.

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Estágios da Depressão
Depressão em nível leve geralmente pode ser controlada sem
medicamentos, sendo tratada com terapia e exercícios físicos,
por exemplo.

Já os níveis moderado e grave têm o auxílio de medicamentos


para amenizar os sintomas da depressão, além da terapia e
outras opções para melhorar a qualidade de vida do paciente,
prescritas por psicólogos e psiquiatras.

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Causas da Depressão

A depressão envolve uma ampla família de doenças, por isso é


denominada como síndrome e, então, classificada como doença
psiquiátrica crônica.
Há uma série de evidências que mostram alterações químicas no
cérebro do indivíduo deprimido, principalmente com relação aos
neurotransmissores (serotonina, noradrenalina e, em menor
proporção, dopamina), substâncias que transmitem impulsos
nervosos entre as células. Outros processos que ocorrem dentro
das células nervosas também estão envolvidos.

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Existem alguns fatores de risco que podem contribuir
para o desenvolvimento da depressão.

• Histórico familiar • Traumas físicos ou psicológicos


• Transtornos psiquiátricos correlatos • Pancadas na cabeça
• Estresse crônico • Problemas cardíacos
• Ansiedade crônica • Separação conjugal
• Disfunções hormonais • Enxaqueca crônica
• Excesso de peso
• Sedentarismo e dieta desregrada
• Vícios (cigarro, álcool e drogas ilícitas)
• Uso excessivo de internet e redes
sociais

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Depressão - Condições relacionadas

• Depressão pós-parto;
• Depressão sazonal (também chamada de transtorno afetivo
sazonal);
• Transtorno depressivo persistente (previamente distimia);
• Transtorno disfórico pré-menstrual;
• Transtorno disruptivo da desregulação do humor;
• Transtornos bipolares

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Como é feito o diagnóstico da depressão?

O diagnóstico da depressão é clínico e somente pode ser dado


por um médico especialista, no caso o psiquiatra, que é
responsável por tratar pessoas com transtornos mentais.
Durante uma consulta com um médico especialista serão feitos
alguns testes e questionários, que podem apontar para o
distúrbio. 
Nesse momento, o psiquiatra fará, também, outras observações,
como histórico do paciente e familiares, e poderá pedir alguns
exames laboratoriais específicos para se chegar ao diagnóstico.

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Como tratar a depressão?

Segundo a Drª. Elaine Aires, Clinico Geral, a depressão pode


ter cura, entretanto, como suas causas ainda não foram
totalmente esclarecidas, não existe uma fórmula, e sim, várias
alternativas que podem ser usadas para cada caso, para
modificar a resposta cerebral e melhorar o humor. 

São elas:

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1. Uso de Medicamentos

Os antidepressivos são medicamentos usados para repor os


neurotransmissores no cérebro, como serotonina, dopamina e
noradrenalina que, normalmente, estão diminuídos na
depressão. O uso de remédios é indicado principalmente nos
casos moderados e graves, devendo ser usados com
regularidade pois, caso contrário, pode ser muito difícil se
recuperar da doença.( Drª. Elaine Aires, Clinico Geral)

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2. Sessões de psicoterapia

A psicoterapia é feita por um psicólogo ou psicoterapeuta, e é


importante para ajudar na resolução de dificuldades
emocionais, estimulando o auto-conhecimento e a resolução de
conflitos internos da pessoa. Ela é fundamental, mesmo quando
a pessoa já utiliza medicamentos, pois ajuda a reorganizar os
pensamentos e estimular sentimentos e sensações de alegria.
As sessões de psicoterapia costumam ser feitas 8, 4 ou 2 vezes
por mês, por exemplo, a depender da necessidade de cada
pessoa. .( Drª. Elaine Aires, Clinico Geral)

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3. Eletroconvulsoterapia

A eletroconvulsoterapia consiste em um
procedimentos de eletrochoques cerebrais, de forma
controlada e indolor, que facilitam a reorganização da
atividade cerebral. É um tipo de tratamento realizado
para os casos de depressão grave, em que não houve
melhora com os outros tratamentos disponíveis. .( Drª.
Elaine Aires, Clinico Geral)

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4. Novas terapias

Existem terapias mais recentes, que têm demonstrado bons


resultados para o tratamento da depressão de pessoas que não
melhoram com outras formas de tratamento. Entre eles estão a
estimulação magnética transcraniana, a estimulação do nervo
vago e a estimulação cerebral profunda.
Estas são formas de estimulação e reorganização da atividade
do cérebro, através do implantes de pequenos eletrodos
estimuladores, capazes de tratar também diversas doenças
neurológicas, como depressão, epilepsia ou Parkinson, por
exemplo. .( Drª. Elaine Aires, Clinico Geral)

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5. Terapias alternativas

Existem formas mais naturais que são ótimas aliadas para


complementar o tratamento da depressão, mas que não devem
substituir o tratamento orientado pelo médico. Dentre elas estão:
■ Acupuntura
■ Meditação
■ Atividade física
■ Reiki
■ Alimentação antidepressiva 
( Drª. Elaine Aires, Clinico Geral)

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6. Tratar outras causas da depressão

Existem algumas doenças que podem causar ou aumentar as


chances de ter uma depressão, como hipotireoidismo,
deficiência de vitamina B12, diabetes, Alzheimer, Parkinson ou
pós-AVC, por exemplo, portanto, é necessário realizar um
tratamento adequado delas para que seja possível combater os
sintomas. .( Drª. Elaine Aires, Clinico Geral)

 
 
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Como ajudar alguém com depressão

• Converse com a pessoa prestando total atenção às palavras, valorizando os


sentimentos dela sem julgá-los.
• Não insinue que a pessoa é fraca por estar com depressão.
• Pesquise sobre a doença, entenda o que é o transtorno.
• Tenha paciência com o discurso do paciente, que é sempre bem pessimista.
• Não a questione tanto. Mostre que você está ali para os momentos difíceis.
• Não a force a situações que você supostamente acha que a deixarão mais
animada. Isso pode alavancar outros sintomas, como ansiedade, maior tristeza
e até pânico.

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Depressão e Suicídio
Segundo o psiquiatra Persio Ribeiro Gomes de Deus, suicídio e depressão são
muito relacionados. Mas é muito importante ressaltar que nem todas as pessoas
que apresentam um transtorno depressivo têm o risco de cometer suicídio. A
tendência a tirar a própria vida está relacionada a alguns fatores, sendo os mais
importantes os seguintes:
• A gravidade do quadro depressivo: nos quadros depressivos graves, a
porcentagem de tentativa de suicídio é muito mais elevada
• O uso de álcool e drogas: que podem causar estados depressivos pós uso e
são extremamente graves, pois potencializam estados depressivos já
existentes
• Situações existenciais pessoais com uma somatória de fatores: idade,
presença de uma doença crônica ou terminal, desesperança
• Presença de traumas psicológicos como os abusos sexuais infantis.

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Como perceber que uma pessoa com depressão pode estar
próxima do suicídio?

Geralmente a pessoa manda uma série de sinais através do


comportamento, mas que nem sempre são percebidos ou então
não são levados a sério. Qualquer pessoa que tenha um
agravamento muito severo de um quadro depressivo, a ponto de
não querer mais viver (mesmo que não mencione se matar), é um
candidato em potencial ao suicídio. Se nessa situação falar que
quer morrer deve ser levado a sério, pois muitos que ameaçam o
suicídio realmente fazem a tentativa, às vezes não por vontade de
se suicidarem propriamente, mas simplesmente por estarem
cansados de viver. (Dr Persio Ribeiro Gomes de Deus)

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A depressão é uma doença multicausal e bastante complexa. Vários são os fatores
que podem agravá-la a ponto de levar uma pessoa a tirar a própria vida:

• A dificuldade ou recusa em buscar ajuda ou tratamento: a doença vai


tendo uma evolução progressiva levando o indivíduo à total falta de
energia.
• Doenças orgânicas: Parkinson, algumas doenças reumáticas, alguns tipos
de tumores, entre outras doenças, podem produzir como consequências
físicas e psíquicas um estado depressivo muito intenso.
• Situações de perda muito intensas: que produzam uma verdadeira ruptura
de valores do indivíduo. É como se ele perdesse (ou fosse perder) tudo
que significa ou dá sentido a sua vida. Não tendo outros valores para
continuar vivendo, tira sua vida.
(Dr Persio Ribeiro Gomes de Deus)

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Suicídio na adolescência

Segundo a Organização Mundial de Saúde, o suicídio é a


segunda causa de mortes entre jovens entre 15 e 29 e já
é considerado uma epidemia. As meninas são as que
mais tentam. Os meninos são os que mais conseguem.
Por isso o índice de suicídio é maior do que entre os
homens.

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Quem está em risco?

Embora a relação entre distúrbios suicidas e mentais (em particular, depressão e


abuso de álcool) esteja bem estabelecida em países de alta renda, vários suicídios
ocorrem de forma impulsiva em momento de crise, com um colapso na capacidade
de lidar com os estresses da vida – tais como problemas financeiros, términos de
relacionamento ou dores crônicas e doenças.
Além disso, o enfrentamento de conflitos, desastres, violência, abusos ou perdas e
um senso de isolamento estão fortemente associados com o comportamento
suicida. As taxas de suicídio também são elevadas em grupos vulneráveis que
sofrem discriminação, como refugiados e migrantes; indígenas; lésbicas, gays,
bissexuais, transgêneros e intersexuais (LGBTI); e pessoas privadas de liberdade.
De longe, o fator de risco mais relevante para o suicídio é a tentativa anterior.

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Pensamentos e sentimentos de
querer acabar com a própria vida
podem ser insuportáveis e pode ser
muito difícil saber o que fazer e
como superar esses sentimentos,
mas existe ajuda disponível.
É muito importante conversar com
alguém que você confie. Não hesite
em pedir ajuda, você pode precisar
de alguém que te acompanhe e te
auxilie a entrar em contato com os
serviços de suporte.

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Diante de uma pessoa sob risco de suicídio,
o que se deve fazer?

• Encontre um momento apropriado e um lugar calmo para falar sobre suicídio com
essa pessoa. Deixe-a saber que você está lá para ouvir, ouça-a com a mente aberta
e ofereça seu apoio.
• Incentive a pessoa a procurar ajuda de profissionais de serviços de saúde, de
saúde mental, de emergência ou apoio em algum serviço público. Ofereça-se para
acompanhá-la a um atendimento.
• Se você acha que essa pessoa está em perigo imediato, não a deixe sozinha.
Procure ajuda de profissionais de serviços de saúde, de emergência e entre em
contato com alguém de confiança, indicado pela própria pessoa
• Se a pessoa com quem você está preocupado(a) vive com você, assegure-se de
que ele(a) não tenha acesso a meios para provocar a própria morte (por exemplo,
pesticidas, armas de fogo ou medicamentos) em casa.
• Fique em contato para acompanhar como a pessoa está passando e o que está
fazendo.

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Referências Bibliográficas
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• http://www.abennacional.org.br/revista/cap4.4.html

• https://www.portalraizes.com/suicidio-depressao-epidemia/

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Sandra Ribeiro
Psicopedagoga, Pedagoga, Psicanalista,
Ativista Cultural, Palestrante, Gestora e
Escritora, com cinco livros publicados e
rodando pelo mundo; mais alguns
esperando edição.
Mora em Santo André, SP. Atua como
Psicopedagoga no Centro Pedagógico
Sandra Ribeiro e em uma ONG em sua
cidade. É membro de várias Academias
Literárias e através delas ministra palestras
pelo Brasil. Recebeu diversos prêmios por
suas ações socioculturais. Possui um site
oficial e algumas Fanpages, totalizando
cento e vinte mil seguidores.

www.sandraribeirosp.com
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